segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

ACABOU (2007)!!!!

Governadora faz balanço positivo do primeiro ano

A governadora Ana Júlia participou do último programa Sem Censura Pará, da TV Cultura, deste ano. Ela fez um balanço do primeiro ano de governo e falou das perspectivas da sua administração nos próximos três anos, nas áreas da educação, saúde, segurança pública, ciência e tecnologia, turismo e meio ambiente.
A forma de governar, através do Planejamento Territorial Participativo (PTP), foi lembrada pela governadora. Pela primeira vez, a população de todas as regiões do Estado, dos 143 municípios, indicou os investimentos prioritários. “É uma nova visão de gestão democrática e participativa. Cerca de 85% do que foi decidido no PTP consta no Plano Plurianual, o PPA”, comentou.
Ana Júlia Carepa considerou fundamental ainda a reforma administrativa, com a criação de novas secretarias e desmembramento de outras, como a de Pesca e Aqüicultura; de Trabalho, Emprego e Renda; de Desenvolvimento Social; e de Meio Ambiente.
“Meu compromisso de campanha foi integrar o Estado. Uma das formas foi o PTP, foi a primeira ação para estabelecer as prioridades no PPA, de acordo com a sociedade. Se é possível conte-los? É possível a população dar um tempo para um governo que pela primeira vez descentraliza, efetivamente, a sua gestão”, afirmou a governadora, usando o lançamento do Bolsa trabalho, simultâneo em Belém, Santarém e Marabá, como exemplo de que as políticas públicas não estão restritas à região metropolitana.
Sobre o pleito municipal do próximo ano, se haverá apoio ao atual prefeito Duciomar Costa, a governadora adiantou que respeitará a decisão do seu partido, o PT, que deverá ter candidato na capital. Segundo ela, a parceria com a Prefeitura de Belém continuará, tanto que foram assinados dois convênios de R$ 3,5 milhões para Vila da Barca (liberados R$ 1,5 milhão) e de R$ 18 milhões para pavimentação de ruas, além dos recursos previstos no PAC. “Vamos ajudar todos os municípios porque o nosso compromisso é não perseguir nenhum prefeito, porque sofremos esta perseguição quando estivemos na Prefeitura.
Ana Júlia Carepa finalizou a entrevista lembrando que assumiu o governo do Estado com R$ 158 mil nos cofres e uma dívida de R$ 289 milhões, e conseguiu ao final do ano sanear as contas e pagar três salários dos servidores no mesmo mês – os vencimentos de novembro e dezembro e o décimo terceiro -, além de todas as políticas públicas já realizadas no primeiro ano. “A população pode ter a chama da esperança no coração, porque 2008 será muito melhor”.

OPÇÃO DA PREFEITA SANTARENA PELOS MAIS CARENTES

A Prefeitura de Santarém, através da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (SEMTRAS), realizou ontem à noite, no auditório da UFPA, o 5º Casamento da Cidade da Gente, uma ação social que visa garantir o direito a união civil a casais com baixo poder aquisitivo.
Na cerimônia de ontem, presidida pela Juíza de Paz Dra. Zulma Maria Pereira Rebelo, 76 casais contraíram o matrimônio civil, todos devidamente cadastrados na SEMTRAS.
A Secretária de Trabalho e Assistência Social, Ana Elvira Alho comandou o evento.

ORLA SANTARENA A TODO VAPOR


Mais um trecho da orla de Santarém entra em fase de conclusão de obra.
Esta etapa do Projeto Orla terá ainda urbanização, o que dará a população de Santarém mais um espaço de lazer e entretenimento.
Aos poucos a prefeita Maria do Carmo (PT) está sepultando os esqueletos deixados pela administração anterior.
2008 promete bem!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O TROCO

Os Estados Unidos promoveram contra Hugo Chávez a maior campanha de propaganda de que se tem notícia na história contemporânea da América Latina, com apoio do ativo ex-primeiro ministro espanhol José Maria Aznar, do Partido Popular, que representa grandes interesses econômicos espanhóis e europeus.
Nos bastidores, o governo americano agiu em parceira com militares linha-dura da Colômbia para tirar Hugo Chávez das negociações pela libertação dos reféns mantidos pelos guerrilheiros das FARC. Washington temia que Chávez fosse beneficiado às vésperas do referendo aprovatório de mudanças constituicionais, em que o presidente venezuelano acabou derrotado.
Chávez deu o troco. Conseguiu instalar o Banco do Sul com sede em Caracas, reforçou suas relações com o Mercosul e, de quebra, armou a cena para a libertação dos reféns sem a Espanha, mas com a França. Chamou para participar do evento Cuba, o Brasil, a Bolívia, a Argentina e o Equador - quatro deles integrantes da "lista negra" de Washington. A política burra de Condoleezza Rice para a América Latina não sobreviveu mais do que algumas semanas à realidade. Foi atropelada pela conjuntura.

OS MAIORES DA ATUALIDADE

Lula está reunido nesta tarde com Kaká e sua família na Granja do Torto, residência de verão do presidente da República em Brasília.
No local há um campo de futebol em que o presidente costuma reunir amigos para algumas partidas nos fins de semana. Mas ao lado de Kaká, eleito melhor jogador do mundo pela Fifa, o Presidente preferiu não arriscar.
Kaka também preferiu não se arriscar em declarações políticas ao lado de um Presidente craque em aceitação e com recorde de popularidade.

O sorriso dos dois campeões falou sozinho.


O Brasil está se tornando um país de muitos

Pronunciamento de Lula à Nação

Minhas amigas e meus amigos,

Nesta noite, quero fazer com vocês um balanço de 2007, deste excelente momento do Brasil. Quero começar agradecendo a todos que, com seu trabalho, esforço e determinação, tornaram esse momento possível.

Quero agradecer ao Congresso Nacional e ao Poder Judiciário.

Quero agradecer tanto aos que apoiaram como aos que criticaram o governo, ao longo desses anos. Sem a participação de todos seria impossível unir o País e encontrar os melhores caminhos para o futuro.

A todos vocês, meu muito obrigado.

Já podemos dizer, com certeza, que nossa economia cresceu mais de 5% em 2007. E 2008 será também muito bom, pois estamos iniciando o ano com um ritmo bem vigoroso.

O desemprego está em queda. De janeiro a novembro, criamos 1 milhão 936 mil empregos com carteira assinada, um recorde histórico. Segundo o IBGE, o índice de desemprego no mês passado foi de 8,2%. O mais baixo de toda a história dessa pesquisa.

Não só aumenta o emprego. O salário também melhora. Em 97% dos acordos, o trabalhador teve reajuste maior ou igual à inflação. A massa salarial cresceu 7% este ano.

Nos últimos 5 anos, 20 milhões de pessoas deixaram as classes D e E, de baixo consumo, e migraram para a classe C. Apenas nos últimos 17 meses, 14 milhões de brasileiros ingressaram nesta nova classe média, cada vez mais ativa e numerosa.

Ou seja, finalmente, estamos criando um amplo mercado de massas.

Um amplo mercado de massas não só melhora a vida de milhões de famílias. Também gera um círculo virtuoso: como há mais gente entrando no mercado consumidor, crescem as vendas, a indústria e o campo produzem mais, os empresários investem com mais força e as empresas abrem mais vagas.

Por tudo isso, este ano, a ONU incluiu o Brasil, pela primeira vez, no grupo dos países com alto índice de desenvolvimento humano. É sinal de que nossa luta contra a pobreza, através de programas como o Bolsa Família, está dando certo. Isso mostra que inclusão social não é apenas uma expressão bonita e desejada e, sim, uma realidade. Uma realidade que vai se ampliar ainda mais, porque o Brasil descobriu como fazer crescimento econômico com inclusão social.

Esta talvez seja a nossa maior conquista nos últimos anos: o Brasil não aceita mais ser um país de poucos. Está se tornando um país de muitos. E não descansará enquanto não for de todos.

Programa de Aceleração do Crescimento – PAC

Em 2007, lançamos e consolidamos o PAC. Em 2008, o Brasil será um canteiro de obras. Nos próximos anos, 504 bilhões de reais vão se transformar em rodovias, ferrovias, hidrovias, energia, portos e aeroportos, habitação, água potável e saneamento básico.

O PAC significa, antes de tudo, crescimento e emprego. As décadas perdidas, pela falta de confiança no País e pela falta de planejamento e de ação do Estado, ficaram para trás.

Não só estamos fazendo mais, como estamos fazendo muito mais barato. Nas licitações para exploração de rodovias, o preço dos pedágios caiu fortemente. No leilão da usina de Santo Antonio, no rio Madeira, o custo do megawatt/hora voltou aos patamares do início da década de 90. São ótimas notícias para o País.

Se o Brasil descobriu como crescer com inclusão social, também está descobrindo como crescer sem destruir a natureza. Temos conseguido reduzir o desmatamento de forma constante e sustentada. Estamos ampliando nossa liderança mundial no uso e na produção de biocombustíveis. E, a partir do dia 1o de janeiro, daremos um novo passo, adicionando 2% de biodiesel a todo o óleo diesel consumido no País. Nossa matriz energética é e continuará sendo uma das mais limpas do mundo.

Todo esse esforço nos dá autoridade para exigir dos países ricos, os que mais poluem o planeta, medidas efetivas para reduzir o aquecimento global.

A casa está arrumada e os resultados começam a aparecer. Mas é necessário avançar ainda mais, sobretudo em segurança, educação e saúde.

Na segurança, queremos estreitar ainda mais a colaboração com os estados. Reforçamos a inteligência policial, organizamos a Força Nacional de Segurança e fortalecemos a Polícia Federal. E lançamos neste ano o Pronasci, programa que investirá até 2010 mais de R$ 6 bilhões no combate ao crime, além de apoiar os jovens ameaçados de cair na delinqüência.

Na educação, além do Fundeb, criamos o Plano de Desenvolvimento da Educação, o PDE, que fará uma revolução na qualidade do ensino no País. Até 2010, serão aplicados 12 bilhões de reais a mais nos ensino médio e fundamental, reforçando os salários dos professores e equipando as escolas. E estamos abrindo 10 novas universidades públicas, 48 extensões universitárias no interior e 214 escolas técnicas em todo o País. Também estamos ampliando o Prouni, que já ofereceu 400 mil bolsas de estudos em faculdades particulares, e lançando o Reuni que, em 4 anos, vai criar cerca de 400 mil novas vagas nas universidades federais. Assim, tornaremos mais democrático o acesso ao ensino superior.

Na saúde, no começo de dezembro, lançamos o PAC, que destinaria até 2010 mais R$ 24 bilhões para o setor. Entre outras coisas, todas as crianças das escolas públicas passariam a ter consultas médicas regulares, inclusive com dentistas e oculistas. Infelizmente, esse processo foi truncado com a derrubada da CPMF, responsável em boa medida pelos investimentos na saúde. Como democrata, respeito a decisão tomada pelo Congresso. E estou convencido de que o governo, o Congresso e a sociedade, juntos, encontrarão uma solução para o problema.

As boas notícias na economia e em outros setores criaram um novo clima no País. Hoje, há mais brasileiros olhando para o futuro com esperança.

Nada disso está ocorrendo por acaso. É fruto do trabalho e das escolhas feitas pelo povo e pelo governo. É fruto da participação social e do funcionamento da democracia. Estamos colhendo o que plantamos.

Volto a repetir que sou, ao mesmo tempo, o mais satisfeito e o mais insatisfeito dos brasileiros. Satisfeito porque fizemos muito, e insatisfeito porque ainda é pouco diante do tamanho da nossa dívida social.

Da minha parte, tenho fé que somos um povo capaz de enfrentar as maiores dificuldades e resolver qualquer problema. Fizemos isso em momentos muito mais difíceis. Certamente poderemos fazer muito mais agora, quando o Brasil encontrou seu rumo e está no caminho certo.

Um feliz ano novo. Que 2008 seja ainda melhor que 2007.

PIG EM APUROS

O jornalista Luis Nassif publicou em seu blog (clique aqui) um post em que compara uma das inúmeras armações contra o Presidente Lulas (a reportagem da Veja sobre supostas contas do Presidente Lula no exterior) ao caso do "Dossiê Cayman". A reportagem da Veja foi inspirada num dossiê repassado à revista pelo banqueiro Daniel Dantas, o Orelhudo.
Nassif deu nome aos bois:
"Repito o que escrevi durante a semana. O contato de Veja com Daniel Dantas era e é o diretor de redação Eurípides Alcântara.
Durante dois anos pelo menos há inúmeras evidências de que Veja foi instrumento ativo nas disputas empresariais e jurídicas do empresário. E continua nesse jogo, apesar de manobras de despiste, como essa matéria – só agora publicada, depois do fato ter ocorrido e do Blog ter chamado a atenção para as ligações entre Eurípedes e Dantas.
A estratégia do do diretor de redação consiste em atacar Dantas em questões acessórias, para melhor poder apoiá-lo em temas essenciais, como a repercussão que deu a esse caso da intérprete. Depois, cercar-se de guarda-costas que atuam como fogo de barreira, para desviar o foco dele. No caso do falso dossiê, foi obrigada a revelar a fonte, porque, depois de apurada a falsificação, não havia como fugir ao tema. Mas o fez da forma mais dúbia possível.
Justamente a perda do critério jornalístico foi que transformou Veja em território livre, manobrado por Eurípedes e Mário Sabino. É como a empresa que passa a usar caixa 2 e acaba perdendo o controle sobre os atos de seus executivos, por ter aberto mão dos instrumentos formais de controle."

Com isso desencadeou a fúria de Eurípides Alcântara, homem do Orelhudo na Veja.

Nassif voltou ao assunto hoje:
"É questão de tempo para que apareçam as ligações do diretor de redação da Veja Eurípedes Alcântara e o publicitário Eduardo Fischer. E também com o banqueiro Daniel Dantas.
A ficha de Roberto Civita só irá cair quando Eurípedes requerer a aposentadoria e seus novos planos ficarem claros. Até lá, Eurípides julga que poderá intimidar com ataques encomendados a pistoleiros ou mesmo com ataques agressivos neste Blog.
Para entender o seu perfil, sugiro lerem seu comentário. Está assinado. Os demais ataques, em outros blogs, são terceirizados.
Não tenho informações seguras ainda sobre o papel de Mário Sabino nesse jogo.

Aí vai o comentário para ficar mais claro qual o tamanho e a violência desse jogo inédito na história contemporânea da grande imprensa brasileira.

Enviado por: Euripedes Alcantara
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turco ladrão, cara de rato, roubou o próprio cunhado e
tenta arrastar as pessoas honestas para sua vala de
bestas. cuidado comigo, turco ladrão, mascate, cara
de rato..tu nào me conheces cuidado...filho da puta,
ladrão de cunhado. influencia sobre mim ninguém tem...
seu rato. cuidado. conheço sua fuca. vou jogar uma taca de vinho( do bom) na sua cara....rato,mascate, ladrão, filho da puta,
ladrão de cunhado...!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!ladrão de cunhado !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

MEU COMENTÁRIO
Belo estilo esse do Alcantara, não é ? Não parece o mesmo estilo do PIG Santareno? Do IMPACTO, do O ESTADO DO TÁ-PRA-NÓS, etc.?
A escola de "jornalismo"é a mesma.

CORNO OU GARANHÃO?



O Presidente Francês Nicolas Sarkozy ficou famoso pela vida glamourousa, seus amigos bilionários, e a suas amizades coma a mídia (que o adora por isso). Pela sua bela esposa também.
Logo após sua posse como Presidente, sua esposa Cécilia (com ele na foto) foi flagrada em cenas escabrosas com um amante.
A ex-primeira dama mostrou ao mundo sua fartas dotes e deu de presente ao novo Presidente da França um par de chifres do tamanho da Torre Eiffel.








Agora Sarkozy (com apoio da mídia que o adora) resolveu dar a volta por cima, e se deixou fotografar com a ex modelo e cantora italiana Carla Bruni , que se tornaou famosa como "namorada" (em serviços fotográficos) de inúmeras celebridades.
Uma "namorada" de aluguel para Sarkzy desembarcando no Egito para um cruzeiro romântico. Será que o Presidente Francês quer trocar a imagem de homem traído para a de garanhão?
Com o apoio da mídia tudo pode!
Alguém acredita?

SANTARÉM A TODO VAPOR


As equipes de trabalho da Prefeitura continuam trabalhando nas vias contempladas na segunda etapa do Programa Asfalto no Bairro. O esforço é para concluir o maior número possível de ruas pavimentadas para fechar 2007 com chave de ouro.
Hoje, a Avenida Coracy Nunes e amanhã a Travessa Sete de Setembro recebem pavimentação asfáltica. A “ponta” da Marechal Rondon, entre Dom Frederico Costa e Araguarina, (na Vila Arigó), também já foi asfaltada. A princípio, esse trecho não estava contemplado na programação inicial, mas, a pedido dos moradores, a Prefeita Maria do Carmo estendeu o asfaltamento, garantindo a trafegabilidade na área.

ANALISES e OPINIÕES

Paquistão após o assassinato de Benazir Bhutto

Por Pedro Doria

É sempre chocante assistir à decomposição de um país. Mas, após o assassinato de Benazir Bhutto, é o que está acontecendo com o Paquistão. O momento é tenso. Uma revolta popular pode estourar. Agora, que faria sentido declarar Estado de Emergência e impor a Lei Marcial, o presidente Pervez Musharraf está desautorizado. Afinal, há coisa de dois meses, aplicou um golpe contra a Suprema Corte utilizando-se justamente desta tática.
Será que ousaria um novo Estado de Emergência? Será que sobreviveria a tal decreto? Será que o Exército se manterá fiel a ele? Será que o Serviço de Inteligência, tão ligado ao norte islâmico, ainda o respeita minimamente?
O que acontecerá não é possível prever. Eleições estão marcadas para 8 de janeiro, Bhutto era favorita. O partido mais votado do parlamento eleito fará o primeiro ministro. Num país estável, o assassinato de um dos principais candidatos a essa altura seria justificativa para suspender o pleito e realizá-lo adiante, quando o partido vitimado tivesse chances de apresentar novo candidato. Mas, se já foi um dia, o Paquistão deixou de ser um país normal. O ideal seria que eleições ocorressem. É preciso manter a mínima aparência de democracia sob o risco de que ela desapareça de vez.
Os partidários de Bhutto, ontem, acusavam Musharraf do assassinato. Mas será?
Em campanha, a ex-primeira-ministra mostrava-se particularmente agressiva contra o Talibã, o radicalismo islâmico e sua cria, a al-Qaeda, alojados ao norte. Benazir contava com a simpatia dos EUA por conta. Não há dúvidas de que, como premiê, Benazir forçaria o presidente Musharraf a ampliar sua ofensiva. A conversa da experiente política com o presidente afegão Hamid Karzai, o outro chefe de Estado preocupado com esta briga, faz poucos dias, é indício de qual sua prioridade no governo.
Após seu assassinato, o presidente, que acaba de abandonar a farda de general, não tem como garantir sequer sua sobrevivência política. Se o conflito entre ambos era aberto, ausência de Bhutto piora a situação. Se a lógica ainda prevalecer no país em frangalhos, parece evidente que os maiores interessados em sua morte são justamente o Talibã e a al-Qaeda.
Isto, é claro, se a lógica valer de algo.
A al-Qaeda às vezes assume seus atentados. Outras vezes, não. No Onze de Setembro, ficou em silêncio por mais de mês enquanto a comunidade internacional cobrava provas de seu envolvimento antes de autorizar um ataque dos EUA ao Afeganistão. Neste caso, a falta de autoria clara favorece o caos. O caos interessa à turma de bin-Laden.
Com Bhutto de fora, os olhos voltam-se para outro ex-premiê, também candidato, Nawaz Sharif. Mal se passara uma hora da morte de Bhutto quando ele entrou no Hospital Geral de Rawalpindi para as condolências. Dada a confusão que imperava, foi um feito. É arte política, sujeito hábil.
Embora os dois ensaiassem uma aliança, Sharif não poderia ser mais diferente de Bhutto. Se ela era pró-EUA, ele não esconde seus laços com a Arábia Saudita. E se acaso sauditas e norte-americanos são oficialmente aliados, na realidade da política local a ação é diferente.
A al-Qaeda é um grupo saudita. A Arábia Saudita era um dos três países do mundo que reconheciam, no Afeganistão, o governo Talibã. A vertente de islamismo radical que impera no norte do Paquistão é profundamente semelhante à que a Arábia Saudita espalha pelo mundo. Sharif não é fundamentalista. Mas a geopolítica que o sustenta e financia é tão atada aos sauditas que um gabinete liderado por ele é marcado por uma interrogação. O que vai imperar? A Arábia Saudita interessada em regimes islâmicos como os defendidos pelos radicais? Ou a Arábia Saudita interessada em combater o terrorismo? No Paquistão, as duas opções são incompatíveis.
Enterros no Paquistão acontecem rápido. Provavelmente hoje, talvez amanhã. Se demorar mais, escaparam à tradição – coisa sempre perigosa – para evitar as multidões. A multidão é incontrolável. Se o país rachar. Se houver um golpe de Estado. Se radicais islâmicos conseguirem um atalho para o poder. O mundo respira fundo.

O Paquistão é uma potência nuclear.

O Autor é Jornalista

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

UMA MULHER DE CORAGEM

Benazir Bhutto, jovem e belíssima, aos 38 anos foi a primeira mulher eleita primeiro ministro em um País muçulmano. Na época, uma novidade revolucionaria para o Paquistão e o Islã todo.
Tive a sorte de ver Benazir Bhutto no meio de uma conferencia internacional, em Londres, cidade que a hospedou no seu exílio. Nunca a tinha visto antes. Ao vivo era uma bela mulher, ainda mais bela das fotos e filmes que, desde sua juventude a retrataram. Uma beldade que transpirava inteligência e determinação, além da alegria, otimismo e confiança na vida.
Naquela altura já se sabia de sua determinação de voltar ao Paquistão, e as perguntas recorrentes eram sempre as mesmas: “Não tem medo de voltar e ser assassinada?” Mas ela sempre respondia firme: “Não temo por mim, temo muito mais pela sorte do meu País”. Por isso quero voltar antes que seja tarde demais”.
Benazir Bhutto viveu metade de sua vida em Londres. Havia-se formado em Oxford, onde presidiu a União dos Estudantes, um cargo que pertenceu a inúmeros primeiros ministros britânicos. Um dos seus companheiros de estudos era Timothy Garton Ash, hoje comentarista do The Guardian e autor de best-sellers internacionais.
No seu ultimo livro Garton Ash reconta (sem fazer nomes) de um companheiro de estudos, futuro líder de uma grande nação, junto ao qual fumava baseados em Oxford. Talvez, alias muito provavelmente, estava se referindo a Benazir Bhutto. Tentar imaginar como teria sido a jovem Benazir em Oxford nos anos setenta é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando barbaramente assassinada em seu próprio País.
Benazir foi uma mulher capaz de viver entre dois mundos, o oriente e o ocidente. Uma líder que vestiu os panos da modernidade e da tradição, uma heroína que não temia pela própria vida.

Benazir não tinha nada de ingênuo, por isso ao voltar ao Paquistão, deve ter tomado todas as precauções possíveis. Com certeza ela sabia que iria enfrentar todo tipo de atentados e que poderia não escapar, mesmo assim resolveu voltar.

Paquistão na beira do abismo

A ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto foi assassinada nesta quinta-feira em um atentado durante um comício em Rawalpindi.
Um homem-bomba detonou seus explosivos quando Bhutto se afastava da multidão, concentrada em um parque. Testemunhas dizem ainda que ouviram três tiros antes da explosão.
Outras 15 pessoas também foram mortas pela explosão. O ataque foi o segundo atentado contra a ex-primeira-ministra desde que ela voltou para o Paquistão após um auto-exílio.

Em outubro, mais de 120 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante um desfile de Bhutto pelas ruas de Karachi, em um evento organizado para comemorar a volta da ex-primeira-ministra ao país.
Antes do atentado homens armados abriram fogo em um outro comício, no subúrbio de Rawalpindi, realizado por partidários de outro líder da oposição, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif. Pelo menos quatro pessoas foram mortas pelos disparos.
Sharif, que não estava presente no ato público, culpou partidários do presidente Pervez Musharraf pelo incidente em seu comício.
Os dois ex-primeiros-ministros paquistaneses que estavam exilados - Benazir Bhutto e Sharif - retornaram ao Paquistão para concorrer às eleições parlamentares de 8 de janeiro.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A MELHOR CAPA DO ANO

FINAL FELIZ

O governo colombiano autorizou nesta quarta-feira o presidente venezuelano Hugo Chávez a realizar uma operação de resgate de três reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território colombiano.
O anúncio foi feito menos de uma hora depois de Chávez divulgar seu plano de resgate dos reféns, em que disse que só esperava o aval do colega colombiano, Álvaro Uribe, para dar início à operação.

O governo colombiano agradeceu ao governo venezuelano, em especial a Chávez, "por seu interesse na libertação unilateral e incondicional dos três seqüestrados". Araújo disse que, por motivos constitucionais, os aviões que serão utilizados na operação terão que levar os símbolos da Cruz Vermelha, que deve participar do resgate.
De acordo com Chávez, a operação chamada de "caravana aérea" contará com o apoio de Brasil, Argentina, Bolívia, Cuba, Equador e França, além de um representante do governo colombiano. O presidente venezuelano disse que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aceitou colaborar com a operação, designando o assessor especial para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, como representante no resgate dos reféns.

CHARGE

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

REFLEXÃO NATALINA

Quem foi realmente Jesus Cristo?

Por Pedro Doria

Quem foi Jesus? Ele realmente existiu? Sobre o que estava falando realmente? Em que mundo viveu? As perguntas não são simples. Esta minha reportagem a seguir foi publicada originalmente em NoMínimo, no Natal de 2005. Como o Natal se aproxima, como a discussão sobre o Jesus Histórico ainda rende alguns comentários abaixo, achei que valia trazê-la de volta à tona.

Em busca de Jesus

No ano de 1968, trabalhando em Givat ha-Mivtar, cidadezinha próxima a Jerusalém no caminho para Nablus, Cisjordânia, um grupo de operários descobriu um cemitério. A Guerra dos Seis Dias havia terminado meses antes e a região que pertencera à Jordânia tinha sido recentemente conquistada. Os arqueólogos chefiados por Vassilios Tzaferis, diretor de escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel, encontraram um total de 15 ossários de pedra calcária. As caixas, algumas com inscrições, outras sem, continham as ossadas de 35 pessoas, todas mortas entre os últimos anos do século 1dC e as décadas seguintes.

Um deles era um homem jovem, com algo entre vinte e tantos e trinta e poucos anos. Morreu crucificado.

As atenções de cristãos de todo o mundo se voltaram para as pesquisas dos cientistas. Embora na literatura do tempo exista um número incrível de descrições de gente condenada à cruz – só na rebelião do escravo Spartacus, 6.000 morreram assim –, nunca o corpo de uma destas vítimas fora encontrado. A explicação tradicional indicava que seus corpos não tinham enterro digno, eram jogados fora. Mas, incrivelmente, o homem de Givat ha-Mivtar teve sepultara própria.

O corpo estava fraturado nas pernas – como se elas tivessem sido quebradas para retirá-lo da cruz. A análise do professor Joseph Zias, curador da Autoridade de Antiguidades, revelou que o calcânio direito fora atravessado lateralmente por um prego de ferro comprido 11,5cm. Os restos de oliveira entre a ponta do prego e o pé indicavam a madeira da cruz. Uma placa entre a cabeça do prego e o calcanhar mostraram que não fora martelado direto sobre a carne. Seus pés foram pregados aos lados do poste, não à frente. E seus braços, aparentemente, amarrados. Segundo a inscrição em aramaico no ossário, o homem de vinte e tantos, trinta e poucos anos, chamou-se Yeohanan bar Ha’Galgol – João, filho de Ha’Galgol.

Tudo indicava que os crucificados não tinham direito a sepultura, contradizendo o Novo Testamento. O filho de Ha’Galgol provou o contrário.

Jesus como fantasma

Jesus é como um fantasma – não há registro de sua existência fora da Bíblia cristã. É um personagem tão concreto, que teve tanto impacto em todo o desenvolvimento humano dos últimos dois mil anos – e, no entanto, é só buscar um Jesus histórico e ele se esvai, escapa. Não há. É um personagem tão tênue que a simples comprovação de que um crucificado poderia ter direito a túmulo é recebida com alívio. Cada pequeno passo parece indicar que ele está mais próximo.

Mas alguma coisa aconteceu nas terras que os romanos, no primeiro século, chamaram de Palestina. A civilização ocidental toda – toda ela – se origina num tripé de culturas, a grega, a romana – e a judaica. É um acidente histórico, é o improvável. Houve grandes civilizações. Houve os fenícios e seu ímpeto viajante. Houve o Império Egípcio. O Império Persa. Todos peças de museu. Roma conquistou tanto. A Grécia de Alexandre também, e criou a filosofia, avançou com a matemática, a astronomia.

A gente do Livro, a gente de Abraão e de Moisés, escrava tantas vezes, que passou de um domínio a outro – babilônicos, persas, gregos, romanos – a gente que nem em Jerusalém, sua cidade sagrada, mandou de todo, esta gente persistiu. O que a fez sobreviver foi uma religião. Não apenas sua religião se sobrepôs à de Roma e Grécia, através do Cristianismo, como se manteve viva no Judaísmo Rabínico enquanto tantas outras se extinguiram. Ainda teve fôlego, uns séculos adiante, e pariu um terceiro filho, o Islã. Monoteísta, crente em Abraão, crente na santidade de Jerusalém. E Jerusalém permanece disputada – como se uma das três religiões fosse mais verdadeira que as outras duas.

Jesus como homem

Entre os seus, ele foi conhecido como o rev Yehoshua bar Youssef, o rabino Jesus, filho de José. Houve o tempo em que, pareceu, havia uma segunda fonte a confirmar sua existência além dos textos cristãos primitivos, no século primeiro: um parágrafo perdido nas obras do historiador judeu Flávio Josefo. “Nessa época, apareceu Jesus”, escreveu ele, “um homem sábio, se, de fato, podemos chamá-lo de homem. Porque ele fazia coisas maravilhosas, era um mestre do povo que percebe com prazer a verdade.”

Foram descobertas versões do mesmo trecho bem menos adjetivadas – os monges copistas, na Idade Média, às vezes incluíam o que lhes interessava. E o parágrafo de Josefo tornou-se escorregadio. São raras as cópias de suas obras com a citação. A dúvida de se foi de todo falsificado permanecerá para sempre. O ossário de Tiago, irmão de Jesus, que veio à tona faz alguns anos – e cuja falsificação foi comprovada em poucos meses – pareceu que enfim traria esta segunda fonte. Mas não há segunda fonte. Uma frase apenas, basta uma frase em algum lugar, basta-lhe o nome escrito – mas não. O rev Yehoshua escapa. Quem existe é o Iesous Christos, nascido em grego, preso entre as capas duras de Bíblias cristãs. Todo Jesus nasce da Bíblia, não há Jesus fora dela.

O costurar da Bíblia

Um dia, o judeu fariseu Saulo, nascido em Tarso, cidadão romano, viu uma luz na estrada que seguia de Jerusalém a Damasco, a luz era Jesus e Jesus ordenou-lhe que pregasse seus ensinamentos aos gentios. A missão proselitista de São Paulo, nos cálculos da Enciclopédia Católica, não começou antes do ano 45. Sua primeira carta é de uns quinze anos após a morte do rev Yehoshua. Além de sua visão fugaz na estrada, o que aprendeu foi com escritos que se perderam e a memória de primeira ou segunda mão de quem o conheceu.

O “Evangelho de Marcos” é de algo entre 65 e 80 – seu autor não o conheceu. Como Paulo, escreveu sobre o que leu ou o que ouviu. Ponham-se Mateus e Lucas ao lado de Marcos, e os dois evangelistas seguem a narrativa de Marcos encaixando umas frases diferentes, aqui e ali. No século 19, teólogos alemães sugeriram que ambos teriam as mesmas duas fontes, Marcos e um segundo Evangelho perdido. Apelidaram-no de “Q”.

Em 1945, dois fazendeiros egípcios encontraram, nas terras que aravam, um grande jarro de cerâmica; nele estavam os rolos completos de uma obra da qual se conheciam apenas fragmentos de pergaminho. Esta versão era em copta, um dialeto grego egípcio. É o “Evangelho de Tomás” – que pode ser “Q”. Não é uma narrativa da vida do rev Yehoshua, são frases, 114 fragmentos de diálogos entre Jesus e seus discípulos.

Às vezes, o “Evangelho de Tomás” é intransponível: “E Jesus disse tem sorte o leão que o homem come, porque o leão torna-se humano; e tolo é o homem que o leão come, pois o leão também torna-se humano.” Mas, às vezes, é incrivelmente familiar: “E Jesus disse, o Reino de Deus é como o grão de mostarda, a menor das sementes, que quando cai em solo fértil produz uma grande planta que serve de ninho aos pássaros no céu.” Não é improvável que com esta lista de frases e Marcos, tenham nascido Mateus e Lucas. O quarto Evangelho, atribuído a João, é provavelmente um século posterior a Cristo.

Diferentemente dos evangelistas, Paulo falava em suas cartas de alguém que existiu em seu período de vida; ele teve contato (e disputas) com gente que conviveu com Jesus. Ou ao menos é o que diz. A armadilha do Novo Testamento surge: uma espiral desorientadora onde ele próprio é fonte de si mesmo, ele se sustenta, ele é tudo o que há.

Jesus enquanto Hamlet

O descrente ou o crente eventual que pega e lê o “Evangelho de Marcos” depois de muito tempo toma um susto. Jesus não é plácido. Jesus tem pressa, vai para um lugar, para o outro, nunca pára. Jesus é impaciente, explica, mas nunca parecem entendê-lo. Jesus nunca deixa claro quem é, seus discípulos ou o leitor têm que decifrá-lo. Jesus tem raiva, entra no Templo, chuta as balanças. É um personagem de todo humano.

Harold Bloom é também, a seu modo, um velho judeu impaciente, irônico por vezes, está em busca da beleza – um dos principais críticos literários atuais. Em 2005, saiu nos EUA “Jesus and Yahweh” (já publicado no Brasil), sua tentativa de explorar Cristo, o personagem. Marcos, para Bloom, “é talvez um morador de Roma, ele espera ansioso até que recebe a terrível notícia da destruição do Templo.” Aí senta e escreve; seu resultado é um Jesus como Hamlet, um homem enigma.

Se este leitor pouco habituado ao Novo Testamento pega na seqüência o “Evangelho de João”, o contraste não pode ser mais evidente: antes havia um homem ansioso, em João há Deus feito pessoa. “No princípio era o verbo”, diz na introdução o evangelista, “e o verbo era Deus, e o verbo se fez carne e habitou entre nós.” Não bastasse, João faz seus discípulos perguntarem surpresos ao mestre: “Ainda não tens 50 anos e vistes Abraão?” E João põe na boca de Jesus a resposta: “Antes que Abraão existisse, eu sou”. Desaparece o enigma, há uma segurança quase autoritária.

À espera de salvação

Na virada dos tempos aC para os dC, os israelitas eram 7,5 milhões de pessoas. A maioria vivia na dispersão – a diáspora – entre Babilônia, ou Egito, até mesmo em Roma. E 2,5 milhões viviam nos arredores de Jerusalém, mais ou menos onde ficam hoje Israel e Palestina.

Eram quase todos pobres e trabalhavam muito, de sol a sol. Viviam em casas construídas com uma base de pedra e tijolos de barro, buscavam água no poço da vila todas as manhãs. A classe média tinha pequenas terras para o cultivo ou trabalhava em profissões como carpintaria. A maioria, no entanto, trabalhava para os outros, pela subsistência. A Galiléia do rev Yehoshua era onde ficavam as terras mais férteis.

Num mundo muito mais agressivo do que o atual, as doenças se espalhavam com freqüência, a dor da morte era uma constante em toda rua, fazenda, casa, família. Qualquer indício de doença trazia pânico para toda a vizinhança. Pagavam impostos altos ao dominante, ao rei posto pelo dominante, aos sacerdotes do Templo. Havia anseio por justiça social.

Quem fosse rico morava em Jerusalém. Na cidade alta, havia um bairro comprido com casas de mármore à moda grega, luxuosas, onde viviam lado a lado romanos da administração e os israelitas donos de grandes terras ou grandes negócios. Na cidade baixa, a vida era mais difícil – embora melhor do que em qualquer outra parte. É onde ficavam pequenos comerciantes, estalajadeiros e quem mais servisse aos peregrinos.

O Santo dos Santos

Jerusalém era uma cidade turística, que recebia gente de toda a parte, todo o ano, principalmente nas três grandes festas - no Dia do Perdão, Pentecostes e Páscoa. Todo judeu, ao menos uma vez na vida, visitava o Templo de Jerusalém – porque o Templo era o centro de toda a identidade judaica. No tempo de Jesus, havia um movimento razoavelmente recente de erguer sinagogas na diáspora, mas as sinagogas eram lugares de estudo e reunião. O Templo era, literalmente, a morada do Deus cujo nome não se diz.

Aquele Templo era o segundo. O primeiro, o Templo de Salomão, foi erguido por volta de 950aC e posto abaixo por Nabucodonosor, rei da Babilônia, em 586aC. Após um mítico exílio de 70 anos, o Templo foi reconstruído por ordens do rei persa Ciro, o Grande. O pátio no qual o rev Yehoshua pisou era do mesmo Templo de Ciro, que sofrera fazia poucos anos uma reforma, impetrada pelo rei Herodes. O povo judeu tinha tanto medo de perder seu Templo que, para pôr abaixo e reerguer o núcleo, Herodes teve de acumular ao lado todo o material que utilizaria para provar que tinha condições de fazê-lo o mais rápido possível.

Regras muito, muito estritas descreviam quem podia entrar no coração do Templo, o Santo dos Santos, o lugar onde Deus vivia. Por isto, eram sacerdotes os operários. Nenhum gentio poderia entrar em qualquer das áreas e, mesmo os judeus, apenas após rituais de purificação. O Templo punha em movimento a economia de Jerusalém. Era no Templo que ficavam os rolos das escrituras sagradas – que reordenadas foram dar no Velho Testamento.

Escuta, ó Israel, o Senhor seu Deus é o único Deus

Qualquer um dos vizinhos não teria como lidar com o Deus dos judeus senão com estranheza. Todos os deuses tinham suas histórias, sua genealogia, seus feitos. Embora, bem no passado, os judeus tivessem alguma memória de seu Deus interagindo com os homens, Ele era mais como uma idéia, não um deus com rosto ou carne. Quem lesse os escritos sagrados dos judeus encontraria não a história de Deus, mas a história do povo. Era muito diferente: um deus feito sob medida para eles, evoluído ao longo de mais que um milênio.

A maioria dos especialistas hoje, incluam-se na lista a ex-freira britânica Karen Armstrong ou o teólogo luterano norueguês Oskar Skarsaune, concordam que o monoteísmo não surgiu de imediato. Cá estava um povo que seja em sua mitologia, seja na história, quase nunca mandou, sempre teve mestres. Então, a primeira marca que procuraram num Deus foi a exclusividade. Não é que não acreditassem na existência dos deuses vizinhos – a Antigüidade era politeísta, toda ela. Mas o Deus YHWH ofereceu-lhes uma aliança na forma de duas placas com mandamentos. Eles adorariam apenas a Ele, e Ele olharia apenas por eles. Ao menos isso tinham: eram o povo daquele Deus.

Dominados, explorados, sempre foram – mas houve tempos difíceis, como o do mando babilônio, e tempos nos quais tiveram mais liberdade, como o período persa. E, ainda assim, o que lhes sobrava era a obediência. Foi dos persas, da misteriosa religião de Zoroastro, que pegaram a segunda das características marcantes de sua religião: a crença de que, no fim, o bem triunfaria; que haveria um Julgamento final. Que, fundamentalmente, o Senhor Deus enviaria um messias para salvá-los a todos.

Ao dominante persa, sucedeu o grego – não podiam haver duas culturas mais distintas que a grega e a israelita. Os gregos propunham uma sociedade cosmopolita, em nada mística. Foram 200 anos de domínio grego até o controle romano, em 63aC. Dois séculos de conflitos, disputas, rompimentos, traumas. A constante imposição de uma versão mais universal do Deus judaico criou anseios na população, fortaleceu a crença apocalíptica. Mas quando foi chegando a Era Cristã, o Deus judeu já era um Deus vago, um Deus único, helenizado, um Deus idéia. O resultado também foi um ideal apocalíptico, messiânico. Místico e complexo.

Quando o rev Yehoshua nasceu, a religião que conheceu era esta: uma amálgama por vezes incoerente da cultura de seus ancestrais com a persa, com a grega. O povo, muito pobre, ansiava por justiça e tinha certeza de que, se estava tão ruim, era porque o messias estava prestes a chegar. E, com ele, o fim dos tempos. Jamais se quis tanto um milagre. Mas, naquela religião tão estranha, havia outra coisa particularmente sofisticada, particularmente diferente, surgindo também.

Amai-vos uns aos outros

Um dia, um gentio que gostaria de se tornar judeu pediu ao rabino Hillel que explicasse as escrituras enquanto ele se punha suspenso num só pé. O homem levantou o pé e Hillel disse: “Não faça aos outros o que não quer que façam contigo. Esta é a Lei, o resto é comentário.” A tradição não deixou registrada a resposta do gentio.

Hillel, que viveu poucos anos antes de Jesus, era fariseu. A população israelita se encontrava espatifada em partidos. Os fariseus, tão conhecidos dos leitores do Novo Testamento, são também os mais incompreendidos. Não se preocupavam tanto com a questão do domínio romano, inconformavam-se mais com o controle sacerdotal. Acreditavam que o conhecimento das escrituras deveria ser difundido a todos.

Os sacerdotes, ou saduceus, uns 20 mil homens, tinham o poder religioso. Os essênios, como que sacerdotes de oposição que se isolaram no deserto, eram místicos. Os zelotes, nacionalistas fervorosos, queriam a independência. E toda esta gente, inimiga entre si, compôs, a um tempo, a política e a religião dos judeus.

Quando um fariseu procurou Jesus – está em Marcos, em Mateus e em Lucas – e lhe perguntou qual a maior das leis, Jesus respondeu “Amarás o Senhor teu Deus de todo coração”, deu uma pausa, continuou: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” O fariseu assente: “Amar ao próximo vale mais que qualquer sacrifício no Templo.” O mais incrível em todo o Novo Testamento é o quão parecidos eram Jesus e os fariseus.

“Será que Jesus acreditava que sua mensagem era original?” – pergunta- se Harold Bloom. “Será que sua mensagem era assim tão diferente da de Hillel?” Sem respondê-lo de todo, o professor luterano Oskar Skarsaune, autor de À sombra do Templo, arrisca: “A política de Jesus não era muito diferente da dos fariseus; ele não estava tão preocupado com a ocupação romana e sim em convocar o povo de Israel ao arrependimento e à renovação. Ele era anticlerical.”

Na compreensão da política do tempo, então, é possível descobrir alguém mais próximo do rev Yehoshua, alguém além da Bíblia cristã. Skarsaune arrisca que, se fariseus aparecem mais no Novo Testamento do que outros grupos, é porque era com eles que o rev Yehoshua convivia. Mas há outras teorias. Após a descoberta dos pergaminhos essênios próximos a Qumran, à beira do Mar Morto, muitos põem Jesus entre eles. Há quem o veja mais belicista, um zelote libertário crucificado por Roma em sua luta por independência – um Jesus mais Guevara.

A queda e a salvação

A injustiça, a fome, a miséria – acumulam. Em tempos, implodem. O mundo parece que vai acabar. Há momentos, no Novo Testamento, em que as personagens todas parecem convictas de que o Apocalipse acontecerá em suas vidas, que está a segundos. O Apocalipse quase foi. No ano de 66, os judeus se levantaram sob comando zelote. Em 70, Roma caiu sobre a Província Iudaea e marchou contra Jerusalém. No total, morreram entre 600.000 e 1,3 milhão de judeus.

O Beit HaMikdash, o Templo, a morada de Deus, foi ao chão.

O São Marcos de Harold Bloom, numa espera angustiada, queria saber notícias da morada do seu Deus enquanto escrevia a história de Iesous Christos. Aí, num repente, sua religião não havia mais. Sem o Templo, ela não seria possível. O Templo lhe dava sentido. Sem o Templo não havia Deus – a não ser que Deus fosse transferido.

Dois rabinos, está no Talmude, se encontraram perante as ruínas do Templo. “O que será de nós” – perguntou o mais jovem – “agora que o lugar onde os pecados de Israel eram expurgados com sacrifícios não existe mais?” Ele está no limite do desespero; o outro, tranqüilo. “Não fique triste, há outra maneira de expurgá-los.” Seu companheiro encerra o pranto, mira estupefato – “é nos atos de bondade”, explica o sábio.

A cultura ocidental se baseia num tripé grego, romano e judeu. A transformação de Yehoshua bar Youssef em Iesous Christos se deu porque, naquele momento da história, havia uma busca desesperada pelo messias no que pareceu o fim dos tempos. Mas, junto com a mensagem apocalíptica, outra mensagem veio contrabandeada. Era uma idéia nova, de justiça social, de respeito. As duas, compactas, ideal messiânico e o amai-vos uns aos outros, transformaram-se num vírus cultural que se espalhou pelo Oriente Médio e Europa.

Flávio Josefo, o historiador judeu, era também um traidor. De general israelita, bandeou-se para o lado romano. Quando entrou na Jerusalém arrasada, descreveu, “Não havia espaço para tantas cruzes nem cruzes para tantos corpos”.

O Autor é Jornalista e Blogueiro

UM PRESENTE DE NATAL PARA A FLORESTA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que permitirá a implementação de ações estratégicas e integradas entre diferentes órgãos do governo federal, em especial o Incra e o Ibama, para incrementar o monitoramento e o controle preventivo do desmatamento ilegal nos municípios da Amazônia onde esse processo ocorre de forma acelerada.

LEMBRANDO OUTROS NATAIS

Há 19 anos, ao anoitecer do dia 22 de dezembro de 1988, o líder seringueiro Chico Mendes tombou morto dentro de sua própria casa em Xapuri (Acre), atingido por um tiro de espingarda calibre 12 disparado do fundo do quintal. O autor do disparo, Darci Alves, filho do fazendeiro Darli Alves o aguardava de tocaia. Era uma morte anunciada. O crime repercutiu no país e no mundo, e Chico Mendes tornou-se mártir do ambientalismo global. Suas idéias em defesa da floresta e dos povos tradicionais da Amazônia alastraram-se impondo novas estratégias de desenvolvimento regional. As Reservas Extrativistas, uma de suas bandeiras de luta, foi aceita como reforma agrária que concilia desenvolvimento com preservação das florestas.

sábado, 22 de dezembro de 2007

FELIZ NATAL !!!!

O VERDADEIRO NATAL

Mais de dois milênios se passaram desde que nasceu Jesus Cristo, um revolucionário que marcou para sempre a humanidade.
E foi isso que Jesus representou para todos nós: a revolução dos sentimentos humanos, do conceito de humanidade. Ele propôs o amor como meio, o perdão como método e a paz como objetivo.
E esse homem, mesmo para quem não acredita em seus dons divinos, não se pode negar que caminhou sobre a Terra. Suas idéias e palavras, seus métodos, seus ensinamentos e sua trajetória foram reproduzidos em milhares de escrituras.
Foi retratado como nenhum outro ser vivente de sua época e de todas as outras. Em suma: existiu um Jesus Cristo, e estamos às portas de seu 2008º aniversário. Este, pois, deveria ser um momento de reflexão para a humanidade. Que Deus queira que assim seja.

UM FELIZ NATAL PARA TODOS!

Porter (O Analista Estratégico)
Re-Porter 1 (Internacional)
Re-Porter 2 (Nacional)

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

CHARGE

PREFEITA EXPANDE ASFALTO NOS BAIRROS

Atendendo à solicitação de moradores do bairro Aldeia, a Prefeita Maria do Carmo conseguiu, através do Programa Asfalto nos Bairros, incluir mais duas importantes vias daquele bairro na relação das demais que receberão asfaltamento.
Agora, a Rua Joaquim Martins (entre Frei Ambrosio e Rui Barbosa) e a Rua Santa Cruz (entre Joaquim Martins e São Sebastião) serão asfaltadas. As obras de construção das vias já começaram. Equipes da Secretaria de Infra-Estrutura atuam na limpeza e regularização de base para depois realizarem a terraplenagem e em seguida a colocação de asfalto.

Fonte Prefeitura de Santarém

FIQUEM EXPERTOS

Se alguém tinha dúvidas sobre como as pesquisas eleitorais podem ser manipuladas, uma pequena matéria da “Folha” (que merecia destaque maior) demonstra.

A matéria fala de duas pesquisas do IBOPE sobre as eleições municipais de São Paulo. Em um dos levantamentos, divulgado pela TV Globo, Martha vence por 46% a 35%. Em outro, encomendado pela Associação Comercial de São Paulo (ligada a Kassab) ele vence por 47% a 38%. A diferença entre as pesquisas é de menos de um mês.

Qual o truque? No caso da pesquisa da ACSP, antes de perguntar sobre as intenções de voto, a pesquisa tinha oito questões sobre as obras de Kassab na cidade. Depois de lembrar (ou informar ) o leitor sobre as boas obras, sapecava a pergunta: em quem votaria?

por Luis Nassif

IMINENTE A LIBERTAÇÃO DOS REFÉNS DAS FARC

Seria iminente a libertação dos reféns a alguns anos nas mãos dos guerrilheiros das Farc.
Apesar dos obstáculos postos pelo Presidente Colombiano Alvaro Uribe que chegou a provocar uma crise entre os dois países, o Presidente Venezuelano Hugo Chavez está definindo os últimos detalhes para a libertação dos três reféns que as Farc decidiram libertar.
Clara Rojas, seu filho, e a ex senadora colombiana Consuelo Gonzalez já estariam a caminho rumo ao Venezuela, e poderiam ser entregues na próxima segunda feira.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O PIG E O INDIO "INSOLENTE"

O ódio e o menosprezo que as elites econômicas sul-americanas devotam aos pobres, mestiços, negros e índios do continente encontram agora seu maior canal de expressão na Bolívia.
Sem foco desde que Chávez, acatou a derrota sofrida em referendo, o discurso dominante propalado pela mídia volta seus canhões para Evo Morales e sua tentativa de promulgar uma nova Constituição.
Quem esteve em La Paz ou Santa Cruz na Bolívia pré-Morales sabe o quanto os indígenas, apesar de ampla maioria, eram tratados como gente de segunda categoria nas ruas das cidades. Conhece a ridícula mania da “elite branca” do país de ressaltar parentescos europeus, como se a cidadania boliviana fosse de segunda classe. Desde que Evo Morales é Presidente a música mudou.
O Presidente Lula que sofre do mesmo preconceito da Elite Branca brasileira foi enfático em defender Evo Morales.
Lula disse que o presidente boliviano é "vítima de muito preconceito". "Quando o Evo era deputado, não podia andar na rua porque era cuspido pelos brancos. Um país onde 90% [da população] é índio, não pode ter um governante de olho verde que fala inglês", afirmou Lula nessa quinta feira..

A FARSA CAIU

Lembram do caso da maleta com US$ 800 mil dólares, que foi flagrada com o empresário Guido Antonini Wilson durante a campanha da então candidata e hoje presidente da Argentina, Cristina Kirchner?
Desde o início, o caso foi tratado pelo PIG como uma contribuição do governo venezuelano (leia-se Hugo Chávez) para a campanha de Kirchner. Ainda anteontem a mídia global divulgava a informação de que o dinheiro era para o caixa-dois da campanha da atual presidente.
Mas a farsa foi desmontada. Era armação do governo Bush. O presidente da Federação Tierra y Vivienda de Argentina, Luis Angel D’elía, acusa o empresário (que tem dupla nacionalidade, venezuelano-norte-americano) de ser agente da CIA.
D’elía afirma que Wilson fazia parte da Operação Golondrina, montada pela CIA, “que tinha como objetivo vingar a derrota política sofrida pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na Cúpula Presidencial de Mar del Plata 2005, quando os presidentes da Argentina, Venezuela e Uruguai recusaram a aprovação da Área de Livre Comércio (Alca)”.
Mais uma vez nota-se que o governo Bush continua jogando sujo e pesado contra todo governo que não dança o jogo de interesses dos EUA. É assim na Venezuela, na Bolívia (onde apóiam os que pregam um golpe contra Evo), na Argentina e também no Brasil, contanto com o apoio alegre e caloroso da “grande imprensa” desses países.

A PARANÓIA PARA JUSTIFICAR A GRILAGEM DE TERRAS

Entidade ligada às Forças Armadas, o Centro Brasileiro de Estudos Estratégicos (Cebres) alerta que se o governo quiser mesmo identificar e mapear o poderio das Organizações Não Governamentais (ONG) de atuação suspeita na Amazônia terá de colocar uma lupa potente nas transações fundiárias na região.
"As ONG estrangeiras estão usando laranjas para participar de leilões e comprar terras na Amazônia", diz o general de brigada Durval Antunes Nery, coordenador de estudos e pesquisas da Cebres, que garante ter confirmado pessoalmente o que antes apenas se suspeitava.
Segundo Nery, ONG estrangeiras, como a inglesa (sic) WWF, estão estimulando invasões de terras no sul do Pará para forçar a saída de fazendeiros e a revisão de processos de propriedade fundiária.
A irregularidade aparece sempre que o dono da área invadida por supostos movimentos sociais entra na justiça com pedido de reintegração.

POR QUE O PIG NÃO FALA DO ORELHUDO ?

Por Paulo Henrique Amorim

A grande mídia não fala de Daniel Dantas para poupar FHC (o Farol de Alexandria), e José Serra, o presidente eleito várias vezes pela Folha de São Paulo.
Para poupar o Farol de Alexandria, porque, a certa altura, a Previ decidiu trocar a diretoria e era manipulada por Daniel Dantas.
O Farol de Alexandria recebeu Daniel Dantas no Palácio da Alvorada para um jantar dominical. Na segunda-feira, a diretoria foi decepada e se reinstalou a diretoria que era manipulada por Dantas.
Para poupar FHC, porque foi no seu Governo, na privatização da telefonia, que Daniel Dantas montou, com a ajuda providencial de Ricardo Sergio de Oliveira, então diretor do Banco do Brasil, o esquema pelo qual Dantas assumia o controle da Brasil Telecom, com dinheiro da Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), da Petros (dos funcionários da Petrobrás) e da Funcef, dos funcionários da Caixa Econômica – além do Citibank.
Ou seja, Dantas administrava a BrT (que controla o iG) com tal “perícia” que o Citibank o processa na corte de Nova York (claro que é em Nova York, porque o Citi não é bobo...) para receber de volta a bagatela de US$ 300 milhões, mais “punitive damages” – o que pode chegar a US 1 bilhão.
Ou seja, a generosidade com que Dantas era tratado no Governo do Farol de Alexandria representa uma causa de ressarcimento (em Nova York, porque o Citi não é bobo...) no valor de US$ 1 bilhão.
Isso sem falar nas causas “de ressarcimento” que outros sócios dele, na época, poderiam mover. É bom lembrar que Ricardo Sérgio de Oliveira foi “arrecadador” de fundos de campanhas eleitorais de FHC e do presidente eleito José Serra.
Esse é um dos motivos, do porque que a mídia conservadora (e golpista) só dá noticias que interessam a Dantas e seu sócio Naji Nahas. Para não remexer nas pedras do passado tucano.... Tem outro motivo para explicar o silêncio da mídia.
A irmã de Dantas financiou uma empresa de internet da filha de José Serra, assunto tratado com profissionalismo e eficiência pela colunista Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo, e pela revista Carta Capital. A sociedade das duas se desfez pouco antes da campanha eleitoral de 2001. Esse é outro motivo para a grande mídia ficar de bico calado.
Agora, aí, persiste um grande mistério.
Por que o Globo, a Globo e a Controladora Geral da República, Miriam Leitão, não dão uma única, mísera palavra sobre Daniel Dantas?
No processo da Kroll, em que, segundo a Polícia Federal, Dantas liderou uma quadrilha para espionar e grampear pessoas (entre os quais incluiu a mim, à minha mulher e à minha filha), lá aparece a gravação que Dantas mandou fazer de pessoas ligadas à direção da Globo.
Dantas queria saber sobre a compra e a venda do portal da Globo na internet à Itália Telecom. Ou seja, Dantas grampeou a Globo. E por que cargas d’água a Globo não fala de Dantas.
Será que a Controladora Geral da República Miriam Leitão poderia explicar isso?

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Termina greve de fome do Bispo Luiz Cappio

A Agencia Estadoinformou que a greve de fome do frei Luiz Flávio Cappio foi encerrada hoje por decisão do médico Klaus Finkan, em consonância com os familiares do religioso e com autorização do próprio d. Cappio. "Ele está semiconsciente, com o estado geral comprometido e será internado por determinação minha para evitar possíveis danos permanentes", afirmou o médico. Uma ambulância é esperada para levar o religioso a um hospital em Petrolina, em Pernambuco, a 50 quilômetros de Sobradinho.
Será que essa novela acabou mesmo?

ENTIDADES PROTESTAM CONTRA O NÃO FUNCIONAMENTO DO HOSPITAL REGIONAL

Comemorando um ano de não funcionamento desde sua inauguração, dezenas de manifestantes de Entidades de moradores, ONGs e Movimentos sociais promoveram uma passeata que alcançou o Hospital Regional.
Marcada pela irreverência a manifestação comemorou um ano de não funcionamento do Hospital comendo um enorme bolo com forma de caixão na frente do mesmo.
O Hospital Regional inaugurado em dezembro de 2006, com custo estimado em 97 milhões de reais, até hoje não conseguiu sair do papel para funcionar.
Objeto de brigas políticas e de disputas pela sua gestão depois de um ano continua um objeto meramente contemplativo apesar das pressões da sociedade civil e das ações do Ministério Público.
É a cara do Pará e da incompetência de grupos políticos que deixam de lado os interesses gerais por disputas de poder.
Quem paga a conta é o povo.

SE APERTA A CORDA (O CAPPIO) NO PESCOÇO DO BISPO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Alberto Direito, concedeu liminar para liberar as obras de transposição do Rio São Francisco. Ele atendeu a uma reclamação da Advocacia-Geral da União (AGU) que contestava a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Brasília, na semana passada, que alegava que o governo não teria cumprido todos os requisitos legais para dar continuidade à obra.

Agora só negociação, moderação e mediação poderão tirar o Bispo da beira do penhasco, aonde acabou se metendo.

OS INTERESSES DE LIRA MAIA

O projeto de Lei nº 231, de 2007, do dep. Domingos Dutra, PT/MA, que tramita no congresso, se aprovado, irá proibir da derrubada de palmeiras de babaçu nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins, Pará, Goiás e Mato Grosso, garantirá o livre acesso das quebradeiras de coco aos babaçuais, seja em áreas públicas ou privadas, além de determinar outras medidas de apoio às comunidades que dependem do babaçu para obter renda. A proposta tem por fim reverter o quadro atual de devastação dos babaçuais, e instituir uma política de proteção tanto da palmeira quanto das comunidades que delas dependem.
Ex-prefeito de Santarém, no Pará, hoje deputado Lira Maia, apresentou emenda retirando o Estado do Pará da abrangência do projeto.
Segundo ele, em seu Estado
o Babaçu é uma praga do campo, só atrapalhando as pastagens dos criadores de gado.
Lira Maia que entre outras coisas é é sócio do Sindicato dos Produtores Rurais de Santarém (SIRSAN),
está representando, não o povo do Pará, mas o desejo dos grandes fazendeiros do nosso Estado.
A emenda do deputado Lira Maia com o objetivo excluir o Estado do Pará, não chegou a ser votada na Comissão da Amazônia, devido ao pedido de vistas apresentado pelo deputado Asdrubal Bentes, do PMDB, também do Pará.
Lira Maia que como Prefeito já foi "praga" em Santarém, agora virou "praga" no Estado.
Pensem nisso quando aparecer "de novo" para pedir votos.


terça-feira, 18 de dezembro de 2007

A FACE DO PARÁ

Paulo Rocha que ficou famoso por ter sido o unico deputado do PT a renuciar ao cargo por medo de ser cassado, foi depor contra as acusações de ter recebido dinheiro do Valerioduto.
Parece que não foi bem desrespeitando o procurador da República José Alfredo de Paula Silva.
A juíza Maria de Fátima Costa, titular da Vara retrucou:
O senhor não vai bagunçar a minha audiência. Aqui não é a Câmara dos Deputados. Você chegou aqui com uma carinha de coitadinho, de humildizinho, que veio do Pará ou não sei lá de onde. Mas aqui o senhor não manda. Fique quieto e responda às perguntas.
O advogado de Rocha pediu desculpas à juíza e ao procurador.
O povo tem que escolher melhor seus representantes.

A FACE DO PARÁ

Parlamentares e militantes do PSOL doarão sangue amanhã em apoio à greve de fome de Dom Cappio, o Bispo com tendência ao suicídio.
Entre os doadores estão o líder do PSOL na Câmara, deputado Chico Alencar (RJ), a deputada Luciana Genro e o senador José Nery (PA).
A doação de sangue será feita às 8h desta quarta-feira no Hemocentro de Brasília, informou o PSOL.

Depois de ter contribuído a tirar o sangue ao povo brasileiro votando contra a CPMF junto aos DEM e ao PSDB, agora José Nery, o Senador nunca eleito do Pará quer dar a sua contribuição a tirar a agua ao povo nordestino. Doará sangue.
Não bastassem os Senadores defensores do trabalho escravo tucanos, temos agora no Pará um projeto de Senador do PSOL mal resolvido. Puro azar
Da próxima vez Ana Júlia terá que escolher melhor seu vice.

Justiça do Pará anula julgamento de assassino de Dorothy Stang

Condenado duas vezes à mesma pena de 27 anos de prisão pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, em fevereiro de 2005, o pistoleiro Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, teve ontem seu segundo julgamento anulado pelas Câmaras Criminais Reunidas do Tribunal de Justiça do Pará. A maioria dos 11 desembargadores acolheu recurso da defesa, que apontou irregularidades no júri.
Uma delas é o fato de o juiz Raimundo Flexa ter mantido dois jurados que estavam impedidos, por terem participado do primeiro julgamento. Logo antes do início da sessão, em outubro, os advogados de Rayfran tinham pedido sua substituição.
O novo julgamento não foi marcado, mas deve ser no primeiro semestre. Rayfran tem direito a novo júri porque no primeiro, em dezembro de 2005, foi condenado a uma pena superior a 20 anos.
Ele está preso na penitenciária de Americano, juntamente com Vitalmiro Moura, Amair Feijoli da Cunha e Clodoaldo Batista, também condenados pelo assassinato. Regivaldo Galvão é o único que não foi julgado.

Ahhhh....Justiça enrolada!

MPF fecha o cerco contra o desmatamento na Amazônia

Uma reunião em Belém marcou a elaboração de um planejamento integrado para atuação de procuradores da república lotados na Amazônia Legal. Entre as prioridades, o Ministério Público Federal (MPF) definiu que a exploração ilegal de madeira deve ter controle intensificado, por isso os procuradores vão focar ações na checagem de sistema de créditos para comercialização e na retirada clandestina de toras em áreas protegidas. Segundo eles, o Incra também estará no alvo em 2008 por causa da farra na criação irregular de assentamentos, sem condições concretas de sustentabilidade.
O MPF avisou que as instituições financeiras oficiais também serão mais rigorosamente fiscalizadas, por fomentarem atividades econômicas que contrariam a legislação ambiental na Amazônia. Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Banco da Amazônia estão entre os mais problemáticos.

CHARGE

ORELHUDO E PIG NA BERLINDA

O jornalista Luis Nassif publicou em seu blog (clique aqui) um post em que compara uma das inúmeras armações contra o Presidente Lulas (a reportagem da Veja sobre supostas contas do Presidente Lula e do então diretor-geral da Polícia Federal, Dr. Paulo Lacerda, no exterior) ao caso do "Dossiê Cayman". A reportagem da Veja foi inspirada em um dossiê repassado à revista por Daniel Dantas.
Nesta segunda-feira, dia 17, a PF confirmou ao Paulo Enrique Amorim Afiada que as contas das quais a reportagem da Veja tratava não existem. E Dantas foi enquadrado na Lei de Imprensa, pelo crime de calúnia (clique aqui).
Nassif diz que houve uma longa ginástica para proteger a informação de que o dossiê era falso e "salvar a cara" de Dantas. E Nassif também questiona: "e o papel da revista Veja? E o papel do jornalista Márcio Aith e dos diretores de redação?"
Clique aqui para ler o post no blog do Luis Nassif.
Os orelhudos seguidores de Daniel Dantas em Santarém que fiquem de olho!

Fidel Castro cita Oscar Niemeyer e fala de sua aposentadoria

O presidente cubano, Fidel Castro, sugeriu nesta segunda-feira, 17, que pode abrir mão de seu posto formal de liderança no país, em carta lida no principal programa de debate da televisão estatal cubana, Mesa Redonda.
Esta foi a primeira vez que o líder cubano, que não é visto em público há cerca de um ano e quatro meses, mencionou a possibilidade de se aposentar.
“Meu dever elementar não é agarrar-me a cargos, e muito menos obstruir o caminho de pessoas mais jovens, e sim aportar experiências e idéias cujo modesto valor procede da época excepcional que me coube viver”, disse Fidel na carta.
O líder cubano segue, na carta, dizendo estar “profundamente convencido” de que os problemas enfrentados por Cuba requerem mais soluções “do que as existentes em um tabuleiro de xadrez”. “Nem mesmo um detalhe pode deixar de ser analisado, e nunca é uma tarefa fácil quando a inteligência humana é requisitada em uma sociedade revolucionária para prevalecer sobre seus instintos”.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

FOTO DO DIA

Degelo do Pólo Norte preocupa cientistas da Nasa e confirmam previsões do Calendário Maia

Na semana passada o Jornal Nacional veiculou em seu site uma notícia assustadora sobre o degelo das calotas polares. Segundo a notícia, a Nasa está divulgando que o Pólo Ártico (Pólo Norte) estaria passando por um processo de degelo tão rápido que poderia se descongelar completamente no verão de 2012.
As descobertas da Nasa teriam sido realizadas a partir de um mosaico de fotos de alta precisão, divulgado recentemente, a partir do qual alguns cientistas tiraram estas conclusões. Segundo os cientistas, o degelo abriu um canal que liga o Oceano Atlântico com o Pacífico, tornando possível a navegação entre um e outro.
O que mais me assombrou quando li a notícia, foi que eu me recordei de conversas com amigos sobre o calendário maia e suas previsões de fim de eras. Segundo alguns especialistas em textos hieróglifos legados pelos Maias, estaríamos na Era de Jaguar, e uma grande transformação climática no planeta daria fim a esta era, a partir de um grande cataclismo na Terra.
Alguns intérpretes estão dizendo que será não o Fim do Mundo, o Apocalipse, mas sim uma fase de renovação e extinção da sociedade do consumo. Diferentemente dos cristãos, oa Maias não tinham uma visão imediatista das transformações. Estas já vêm acontecendo há décadas, e, segundo dizem, 2012 será o ano fatídico.
(Leia mais sobre o Calendário Maia clicando aqui, e também outro texto aqui).