terça-feira, 31 de março de 2015

IRMÃOS MARINHO SEGUINDO O CAMINHO DE EIKE?


Novo ranking dos bilionários divulgado pela revista Forbes é devastador para os irmãos 
Marinho, donos da TV Globo.

PATRIMÔNIO PESSOAL DOS “GLOBAIS” DESPENCA MAIS DE 20%
Eles foram rebaixados 28 posições; os três juntos perderam US$ 6 bilhões em um ano; despencaram 
da posição 137 em 2014 para a posição 165 em 2015.
Há um ano atrás, cada um dos três irmãos tinham uma fortuna avaliada em US$ 9,1 bilhões na 
Forbes. Em 2015, esse número caiu para R$ 7,2 bilhões.
Em apenas um ano, cada herdeiro de Roberto Marinho perdeu US$ 2 bilhões de dólares em suas 
fortunas . Ainda são bilionários, mas se lembrarmos que o Eike Batista começou a decair assim…
A maior parte da fortuna “deve vir” da avaliação que a Forbes faz do valor que teria a Rede Globo 
caso fosse vendida. É aí que a coisa se complica.
A Rede Globo está passando por uma crise generalizada de audiência. Queda na audiência significa 
queda no valor dos anúncios, com a consequente queda do faturamento.
Caindo o faturamento, cai a geração de caixa e o valor da empresa despenca.



COMISSÃO DE ACHACADORES DA CÂMARA APROVA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL


Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira 31 o voto em 
separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, 
que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos; foram 42 votos a favor e 17 contra - 
resultado que gerou protesto de manifestantes presentes na reunião.

Agência Câmara

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira o voto em separado do deputado Marcos Rogério (PDT-RO), favorável à admissibilidade da PEC 171/93, que reduz a maioridade penal de 18 para 16 anos. Foram 42 votos a favor e 17 contra - resultado que gerou protesto de manifestantes presentes na reunião.
Antes, havia sido rejeitado o relatório do Luiz Couto (PT-PB), que era contrário à proposta. Couto argumentou que a proposta fere cláusula pétrea da Constituição, o que a tornaria inconstitucional.
No parecer vencedor, Marcos Rogério afirma que a redução da maioridade penal "tem como objetivo evitar que jovens cometam crimes na certeza da impunidade". Ele defendeu que a idade para a imputação penal não é imutável. "Não entendo que o preceito a ser mudado seja uma cláusula pétrea, porque esse é um direito que muda na sociedade, dentro de certos limites, e que pode ser estudado pelos deputados", disse.
Já o deputado Alessandro Molon (PT-RJ) lamentou o resultado: "Estamos decidindo mandar para um sistema falido, com altíssimas taxas de reincidência, adolescentes que a sociedade quer supostamente recuperar. É um enorme contrassenso."
PT, Psol, PPS, PSB e PCdoB votaram contra a proposta. Os partidos favoráveis à aprovação da admissibilidade foram PSDB, PSD, PR, DEM, PRB, PTC, PV, PTN, PMN, PRP, PSDC, PRTB. Já os que liberaram suas bancadas porque havia deputados contra e a favor foram os seguintes: PMDB, PP, PTB, PSC, SD, Pros, PHS, PDT, e PEN.
Tramitação
No exame da admissibilidade, a CCJ analisa apenas a constitucionalidade, a legalidade e a técnica legislativa da PEC. Agora, a Câmara criará uma comissão especial para examinar o conteúdo da proposta, juntamente com 46 emendas apresentadas nos últimos 22 anos, desde que a proposta original passou a tramitar na Casa.
A comissão especial terá o prazo de 40 sessões do Plenário para dar seu parecer. Depois, a PEC deverá ser votada pelo Plenário da Câmara em dois turnos. Para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos (3/5 dos deputados) em cada uma das votações.
Depois de aprovada na Câmara, a PEC seguirá para o Senado, onde será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e depois pelo Plenário, onde precisa ser votada novamente em dois turnos.
Se o Senado aprovar o texto como o recebeu da Câmara, a emenda é promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. Se o texto for alterado, volta para a Câmara, para ser votado novamente.
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DEPUTADOS ENTREGAM A JANOT MAIS PROVAS CONTRA AÉCIO


Deputados federais Adelmo Carneiro, Pedro Uczai, Fernando Morroni e Padre João e o 
estadual Rogério Correia se reuniram com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 
para incluir mais documentos que, segundo eles, provam o envolvimento do senador Aécio 
Neves (PSDB-MG) no escândalo de Furnas; depois do pedido protocolado no dia 19, os 
parlamentares reforçaram hoje a solicitação de reabertura de inquérito sobre a ligação do 
tucano no esquema de corrupção descoberto em 2006; eles também apontam os depoimentos 
da Lava Jato como provas de que Aécio cometeu crimes; Padre João, que protocolou a petição, 
disse que sente confiante na investigação de Janot

Minas 247 - Os deputados Rogério Correia, Adelmo Carneiro, Pedro Uczai, Fernando Morroni e Padre João, das esferas federal e estadual, foram recebidos nesta terça-feira 31 pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a quem entregaram novos documentos que, segundo eles, provam o envolvimento do senador Aécio Neves (PSDB-MG) no escândalo de Furnas.
Os deputados, que já haviam protocolado pedido no último dia 19, voltaram a pedir a reabertura de inquérito para investigar a ligação de Aécio Neves ao esquema de corrupção que veio à tona em 2006. Eles também apontam, no documento entregue hoje, que depoimentos da Operação Lava Jato também provam as irregularidades cometidas pelo tucano. Os documentos entregues nesta terça foram anexados, aditados à petição protocolada no dia 19.
O deputado federal Padre João (PT-MG) se disse confiante na investigação de Janot. Em pronunciamento na tribuna da Câmara, ele afirmou que o Ministério Público Federal está no caminho certo. "Temos esperança e confiança no Dr. Rodrigo Janot. Apresentamos provas e pedimos que abra processo de investigação. Investigar não é condenar ninguém. Isto faz parte do estado democrático e de direito. Se a investigação concluir que houve ilícitos, crime, então que seja ofertada a denúncia ao Supremo Tribunal Federal. Simples assim", disse.
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PSDB recebeu 42% das doações das empreiteiras da Lava Jato. E agora, Moro?


E agora, Sérgio Moro? Segundo pesquisa, PSDB recebeu 42% das doações das grandes 

empreiteiras da Lava Jato aos partidos.

por Paulo Moreira Leite

A descoberta de que o conjunto das empreiteiras investigadas na Lava Jato responde por 40% das doações eleitorais aos principais partidos políticos do país – PT, PMDB, PSDB – entre 2007 e 2013 é uma dessas novidades imensas à espera de providências a altura.
Permite uma nova visão sobre as denúncias envolvendo a Petrobrás, confirma uma distorção absurda nas investigações e exige uma reorientação no trabalho da Justiça e do Ministério Público.
É o caso de perguntar: e agora, Sérgio Moro? O que vamos fazer, Teori Zavaski?
Explico.
Conforme o Estado de S. Paulo, entre 2007 e 2013 as 21 maiores empresas da Lava Jato repassaram R$ 571 milhões a petistas, tucanos, peemedebistas. Desse total, 77% saíram dos cofres das cinco maiores, que estão no centro das investigações: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht e OAS.
Segundo o levantamento, o Partido dos Trabalhadores ficou com a maior parte, o que não é surpresa. As doações ocorreram depois da reeleição de Lula. Cobrem aquele período do calendário político no qual Dilma Rousseff conquistou o primeiro mandato e Fernando Haddad venceu as eleições municipais de São Paulo. Mas o PSDB não ficou muito atrás. Embolsou 42% do total. Repetindo para não haver dúvidas: conforme análise do Estado Dados, de cada 100 reais enviados aos partidos, 42 chegaram aos cofres tucanos.
Gozado, não?


Agora dê uma olhada na relação de beneficiários denunciados na Lava Jato e pergunte pelos tucanos. O personagem mais ilustre, senador Sérgio Guerra, já morreu. É acusado de ter embolsado dinheiro para inviabilizar uma CPI. Infelizmente, não está aqui para defender-se – o que permite imaginar até onde pode chegar a largura de suas costas.
O outro implicado é o senador Antônio Anastasia, aliado número 1 de Aécio Neves, forte candidato a um carimbo de “falta de provas” amigo nas próximas etapas do percurso.
Como chegaremos aos 42%? Alguém vai investigar, vai explicar? Ninguém sabe. Nem uma pista.
Onde estão as delações premiadas, as prisões preventivas?
Apoiado na delação premiada de Paulo Roberto Costa, que chegou à diretoria da Petrobras com proteção do lendário Severino Cavalcanti, do PP pernambucano, a investigação concentrou-se no condomínio Dilma-Lula e legendas aliadas. Esbarrou no PSDB, de vez em quando, quase sem querer, por acaso. E só.
A descoberta da fatia de 42% do PSDB na Lava Jato pode ser mais útil do que se imagina.
Deixando de lado, por um momento, a demagogia moralista que tenta convencer o país que todo político é ladrão cabe reconhecer um aspecto real e relevante.
Estamos falando de um sistema no qual todos os partidos se envolvem na busca de recursos financeiros para tocar as campanhas. Todos. São as mesmas empresas, com os mesmos clientes, com os mesmos doadores que se ligam às mesmas fontes.
Isso quer dizer o seguinte: ou todos são tratados da mesma forma, conforme regra elementar da Justiça, ou teremos, na Lava Jato de 2015, o mesmo tratamento preferencial dispensado aos tucanos do mensalão PSDB-MG. Não dá para dizer que um recebe “propina” e o outro ” verba de campanha,” certo?
Acho errado por princípio criminalizar as campanhas financeiras dos partidos políticos. Por mais graves que sejam suas distorções – e nós sabemos que podem ser imensas – elas envolvem recursos indispensáveis ao funcionamento do regime democrático. Mesmo a Nova República, que substituiu o regime militar, nasceu com auxílio de um caixa clandestino formado pelos maiores empresários e banqueiros do país, na época. Não conheço ninguém que, mesmo informado dessa situação, sentisse nostalgia da suposta — sim, suposta e apenas suposta — moralidade do regime dos generais.
Se queremos uma democracia emancipada do poder econômico, precisamos de novas regras – como financiamento público, como proibição de contribuições de empresas – para isso. E temos de ter regras transitórias para caminhar nessa direção, que não joguem fora a criança junto com a água do banho, certo?
Mas não é isso o que tem ocorrido. Pelo contrário. A tradição é criminalizar os indesejáveis, submetidos a penas rigorosas, e poupar amigos e aliados, através de uma prática conhecida.
Comparece-se a AP 470 com o mensalão PSDB-MG.Julgados pelo mesmo crime que conduziu importantes dirigentes do Partido dos Trabalhadores a prisão, os acusados da versão tucana sequer foram julgados – até hoje. Muitos já tiveram a pena prescrita. Não faltam acusados que dormem o sono dos justos com a certeza de que jamais correrão o risco de qualquer condenação. Os acusados tucanos que forem condenados – se é que isso vai acontecer um dia — terão direito a um julgamento com segundo grau de jurisdição, que foi negado aos principais réus do PT. A última notícia do caso é que a juíza que presidiu o julgamento em primeira instancia aposentou-se antes de terminar o serviço e ninguém foi nomeado para seu lugar. Se esse filme parece velho, lembre das denúncias que envolvem as obras do metrô paulista.
Muito instrutivo, não?
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Os coxinhas vão pirar: Obama pede Lula como Secretário Geral da ONU


Em discurso, presidente dos Estados Unidos disse que ex-presidente levou o Brasil a um 
patamar incrível, na luta contra a pobreza e a fome. Segundo Obama, Lula é a pessoa ideal 
para ocupar o cargo mais alto da Organização das Nações Unidas.

No Portal Metrópole.

Segundo a agência internacional de noticias EFE, Obama nesta manhã discursou em evento na Casa 
Branca e destacou a "paz entre nações" em seu discurso.
Obama também falou sobre o papel da ONU nessa questão, e que seria importante um líder que 
levasse a ONU a um padrão mundial de pacificador e apoio institucional as crises de guerra que 
abrangem o mundo, além da luta contra a fome e a discriminação. Segundo o presidente dos Estados 
Unidos, Lula é a pessoa ideal para ocupar o cargo, o ex-presidente segundo ele, levou o Brasil a um 
patamar incrível enquanto foi presidente, na luta contra a pobreza e a fome, além dos acordos 
internacionais. 
Em 2010, o ex-presidente disse que não deve ocupar um cargo como este, pois o cargo de secretário-
geral da ONU deve ser exercido por um técnico, e não por um ex-presidente.
O secretário-geral das Nações Unidas é o mais alto funcionário das Nações Unidas. Roosevelt 
chegou a nomeá-lo como “moderador do mundo”, e na Carta das Nações Unidas, a posição é descrita 
como “chefe administrativo oficial”. E segundo consta, esse é o próximo passo almejado pelo 
presidente Lula.
A nomeação do secretário-geral é feita pela Assembléia Geral, após recomendação do Conselho de 
Segurança (passível de veto). Atualmente, o mandato do cargo consta de cinco anos, podendo 
estender-se por um segundo termo, sendo utilizado também o critério de rotação geográfica e da 
origem distinta dos membros permanentes do Conselho de Segurança. Basicamente, trata-se do 
exercício da diplomacia e mediação sobre questões globais.
Em visita ao Oriente Médio, Lula colocou-se em posição de mediador dos conflitos Israel/Palestina. 
O porta voz da presidência da Palestina declarou que “[…] ele poderia ser um ótimo secretário-geral 
da ONU, pois é um homem de paz e de diálogo e sabe negociar de maneira inteligente e admirável”. 
E, em mais uma de suas típicas metáforas, Lula disse que “O vírus da paz está comigo desde que eu 
estava na barriga da minha mãe”.
São 8 os que ocuparam o posto de Secretário-Geral da ONU: Trygve Lie (Noruega), Dag 
Hammarskjöld (Suécia), U Thant (Mianmar), Kurt Waldheim (Áustria), Javier Pérez de Cuéllar 
(Peru), Boutros Boutros-Ghali (Egito), Kofi Annan (Gana) e Ban Ki-moon (Coréia do Sul). Se por 
um lado o posto de Secretário-Geral exige muito jogo de cintura, por outro é uma posição de extrema 
visibilidade.
O mandato do atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, vai até o final de 2016. Assim, a 
escolha formal de quem vai sucedê-lo ocorrerá em meados de 2016, daqui a aproximadamente 1 ano 
e meio. 
O mandato é de 5 anos renovável por mais 5, pois apesar de formalmente não haver um limite de 
mandatos consecutivos, o limite de dois mandatos tem sido uma tradição muito forte quanto ao 
cargo. Assim, os próximos 10 anos do cargo mais importante da ONU podem estar em jogo, e nesse 
caso, mesmo 1 ano e meio antes da decisão final, as negociações quanto às candidaturas já estão 
ocorrendo com relativa intensidade.
Uma vez que o desafio principal da eventual candidatura de Lula seria não ter o veto de nenhum dos 
cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, é preciso analisar as condições 
políticas de cada um desses cinco membros. É aí que reside a grande particularidade deste momento 
histórico que favorece a eleição de Lula.
Nos Estados Unidos, é Barack Obama, do Partido Democrata, e não um presidente do Partido 
Republicano, que será o chefe de Estado do país durante todo o processo de negociação e eleição. Na 
França, é François Hollande, do Partido Socialista, que em 2012 venceu Nicolas Sarkozy e encerrou 
17 anos seguidos em que os conservadores estiveram na presidência do país, que será o chefe de 
Estado no processo. No Reino Unido, haverá eleições gerais em maio de 2015, e o favorito para ser 
eleito primeiro-ministro é o atual líder do Partido Trabalhista, Ed Miliband, que disputará o cargo 
com o atual primeiro-ministro do Partido Conservador, David Cameron. 
Se Miliband vencer, estará no cargo desde um ano antes da escolha de próximo secretário-geral da 
ONU, ou seja, será a liderança decisiva do Reino Unido quanto à posição do Reino Unido. Na 
Rússia, o presidente durante todo o processo será Vladimir Putin, que muito dificilmente vetaria o 
nome de Lula, não só pela questão dos BRICS, mas por questões geopolíticas até mais amplas. 
Quanto à China, o nome de Lula atenderia a requisitos importantes do país, como o aumento da 
inserção da China na economia mundial através das parcerias globais que o país está estabelecendo 
com países de todos os continentes, incluindo fortemente América Latina e África. 
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CAIADO SEGUNDO DEMÓSTENES



Demóstenes Torres despeja todo o seu ódio ao ex-colega de 
DEM que, segundo ele, é “O Judas Ronaldo”, que viu em sua 
desgraça a oportunidade de “afundar-me no buraco”.

“(…) Caiado se passava como uma espécie de irmão mais velho pra mim, falava da afinidade de 
nossas teses, que era um conservador não beligerante, pra isso não poupando sequer seus 
antepassados, e que desejava um futuro liberal para o Brasil. Ronaldo fazia sim, parte da rede de 
amigos de Carlos Cachoeira, era, inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que 
se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, 
notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais 
do anjo caído. Siga o dinheiro”. (…)

“Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás, o delegado de polícia civil 
aposentado, Eurípedes Barsanulfo, que era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado 
de polícia federal que fez um “relato”, segundo “Carta Capital”, onde me acusava de ser 
beneficiário do jogo do bicho. Esse relato jamais apareceu oficialmente, mas serviu para que o 
PSOL dele se utilizasse para representar-me perante o conselho de ética do Senado. No final do 
ano passado, o jornal Diário da Manhã de Goiânia, publicou uma matéria assinada em que acusa 
o dito delegado de ter forjado o documento a mando de um seu chefe político. Quem era ele? 
Ronaldo Caiado, todos sabem. Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas 
caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos 
Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito”.(…)

“Ano passado sua degradação se expandiu. Ronaldo Caiado, no afã de ser candidato a Senador 
ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de Aécio Neves e Agripino Maia (este dependente financeiro 
de Perillo) para que eles compusessem a chapa com coerência nacional, apesar de todo histórico 
de desavenças com o carcamano. Um pouco mais vexatório, mandou a própria esposa num evento 
na cidade de Americano do Brasil, onde a apedeuta, além de usar a palavra, pregou o voto em 
Perillo, alegando que ele era um grande estadista e que esperava sua reeleição para o bem de 
Goiás. Relembre-se: quem teve negócios com Cachoeira foi Perillo, eu não.”

“Na fusão do DEM com o PTB irá para o PMDB, possibilidade constitucionalmente aceita de 
adesão partidária. Irá, oficialmente, se opor. Parecerá até o fim um coerente, um habanero puro. 
Seguirá as ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha em Goiás 
e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável posto de secretário de saúde em 
Salvador, em cuja região Caiado costuma passar suas férias às expensas da empresa OAS.”

“Pois agora, Ronaldo Caiado, quero ver se você é homem mesmo. Nos mesmos termos que você 
mandou oferecer ao frouxo Marconi Perillo, eu me exponho.(…) Você diz em seus discursos que 
Caiado não rouba, não mente e não trai. Você rouba, mente e trai.”

PS.
Achou pouco? Caaalma ! Tem mais no catatau de Demóstenes. Aquele clássico “Duelo em OK Corral” é fichinha. Mas como Caiado é peça importante na aliança oposicionista, silêncio quase total na mídia.
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O PT BROCHOU E AINDA ESTÁ VIVO !


O PT foi capturado pelo paulistismo udenista da USP !

O PT lançou o manifesto dos diretórios regionais, no âmbito do seu 5º Congresso.
Pede uma reforma política com democratização da mídia.
O imposto sobre grandes fortunas (do Flavio Dino e da Jandira Feghali, do PCdo B) e o “direito de 
resposta” do Requião.
(Originalidade, zero !)
E defende um “mundo multipolar” (sic).
É um documento defensivo:
“Nunca como antes (essa expressão costumava ser usada em contextos mais edificantes … – 
PHA), porém, a ofensiva de agora é uma campanha de cerco e aniquilamento. Como já 
propuseram no passado, é preciso acabar com a nossa raça. Para isso, vale tudo. Inclusive, 
criminalizar o PT …”  (…) somos a favor de investigar os fatos com o maior rigor e de punir 
corruptos e corruptores, nos marcos do Estado Democrático de Direito. 
O PT está com medo do Moro …
E do udenismo do PiG …

O PT brochou.
O PT não acabou, não está em fase terminal, não se aproxima da irrelevância.
O PT é maior partido de massas do Brasil, e de esquerda.
E assim será.
Quem acabou foi o PFL, foi a Arena, foi o PSDB, esse arco de alianças de oligarcas.
O PT é um partido trabalhista de massa.
Como o Democrata americano, o Trabalhista inglês, a social-democracia alemã.
E, como todos esses, é uma geleia geral.
Cabe tudo lá dentro.
O PT não é um partido como os outros brasileiros.
O Lula não saiu do Governo dono de uma fazenda no interior de Minas.
O PT não comprou a reeleição.
O Serjão não era do PT, nem ninguém do PT levava dinheiro vivo, em sacola de supermercado com R$ 200 mil dentro para deputado do Acre.
O PT não se deixou atropelar no trensalão.
Não vendeu a Vale a preço de banana.
Nem rifou a telefonia, “isso vai dar m…”, nem entregou a Embratel aos americanos, com os satélites 
de comunicação das Forças Armadas brasileiras dentro.
O PT não assinou o Tratado de Nao-Proliferação das Armas Nucleares sem pedir aos americanos um 
cheese-burger em troca.
O PT não ia vender a Petrobrax à Chevron.
O PT também não vai voltar às catacumbas onde os primitivos cristão se escondiam de Nero.
Esquece.
O PT não vai voltar aos virginais salões do Colégio Sion, em Higienópolis, para reencontrar o Sergio 
Buarque de Hollanda e o Antonio Candido, heróis da USP, que jamais defenderam Jango e acabaram 
na mesma sopa Cebrapiana do Fernando Henrique:
- “regime autoritário” em lugar de “ditadura militar”;
- “dependência” em lugar de “imperialismo”;
- “avanço” vs “atraso” em lugar de “luta de classes”, burguesia vs proletariado.
(Leia “em tempo”.)
O PT acabou contaminado pela ideologia udenista, pauliscêntrica, neolibelês.
E se debate com ela ate hoje.
Corrupção ?
Ora, faça-me um favor !
Quer dizer que o Barusco só começou a roubar no Governo Lula ?
Nem o Moro acredita nisso !
Corrupção de bom tamanho é na Democracia americana, onde os irmãos Koch têm tantos votos 
quanto a lavadeira do Bronx !
Ora, faça-me um favor !
Por que o PT não faz um seminário sobre o Governo Collor ?
Ele foi eleito com a bandeira do combate à corrupção – contra os marajás do Sarney – e caiu com o 
Fiat Elba …
Quer dizer que os Ermírio de Moares, os Andrade, a banqueirada da rua Boavista que encheu a burra 
do PC Farias, de repente, ficou indignada com a roubalheira do Fiat Elba?
Ou o combate à corrupção, como agora, foi a gazua da Casa Grande ?
O Collor era um irremediável entreguista ?
É mesmo ?
Então chama o embaixador Jorio Dauster para conversar.
Ele foi o responsável pela negociação da dívida externa no tempo do Collor.
(E o ansioso blogueiro acompanhou, em Nova York, seu patriótico trabalho.)
E vamos ver quem foi mais altivo e corajoso – se o Jorio Dauster ou o Malan e o NauFraga …
Já no caminho da descida é que o Collor chamou o embaixador Marcilio Marque Moreira, dos 
Moreira Salles, para entregar a rapadura ao FMI.
Mas, já era tarde demais.
E os CIEP, os Brizolões, que o Collor prometeu que instalar no Brasil inteiro ?
Pergunta a ele, Rui Falcão …
Pergunta ao Collor por que ele caiu …
O PT precisa se abraçar ao ajuste da Dilma com mais fervor, mais entusiasmo.
O ajuste tinha que ser feito.
Como o Lula fez em 2003, e o FHC na reeleição – não esquecer que o FHC se reelegeu com o 
câmbio fixo, amparado no Bill Clinton e o FMI, e na semana depois da posse deu uma cacetada no 
câmbio, cortou a cabeça de dois ilustres presidentes do Banco Central, o Gustavo Franco (hoje, 
economista de banco do PiG) e o Chico Lopes.
Só depois é que vieram o NauFraga e seus imaculados 40% anuais de juros.
E como diz o amigo navegante, o PT no meio da batalha não pode se perguntar se esta na guerra 
certa.
Tem que vestir a camisa do ajuste.
O problema não é o ajuste.
O problema é a assimetria.
Até agora o ajuste está no lombo do pobre.
O rico morre de rir do ajuste.
Porque a Dilma deixou o Levy sozinho sob os holofotes.
Escondeu o Nelson Barbosa, e deixou o Levy e suas trapalhadas – ele deveria ser proibido falar de 
improviso – frente a frente com o PiG.
Já imaginou se a Dilma põe, também debaixo dos holofotes, no centro do palco, o Levy e o Nelsinho 
Sirotsky, que subornava o pessoal da Receita Federal, como demonstra a Operação Zelotes.
O Nelsinho algemado !
Diante das câmeras, com o logo da Globo no peito !
Ou mandava chamar a Jandira e apresentava ao distinto público a proposta de taxar as fortunas, à 
moda do Piketty.
Dilma, chama o Piketty para dar uma palestra ao Ministério !
(Como tradução simultânea do André Haras Rezende … Quá, quá, quá !)
E a Ley de Medios ?
O PT é a favor.
O Bernardo plim-plim também.
O Berzoini também.
A Ley de Medios não vai sair nunca !
O PT não tem peito de enfrentar a Globo.
A Marta deu o nome de “jornalista” Roberto Marinho à avenida Aguas Espraiadas e em São Paulo 
não tem uma pracinha de bairro com o nome de Presidente Vargas …
Desista, amigo navegante, do PT não vem Ley de Medios.
Mas, tem uma solução.
O Ministro Edinho deveria relacionar todos os blogs sujos.
Aqueles que participaram da entrevista com o Lula e com a Dilma, na condição de irremediáveis 
sujos.
E anunciar que eles não receberão um tusta da SECOM.
Seria a alegria do Messias, aquele que, de fato, manda na SECOM !
Aí, em contra-partida, a SECOM não botaria mais um tusta no PiG.
Na Globo: não ia mais um tusta da Caixa, do BB, da Petrobras.
Pra que a Petrobras precisa anunciar na Globo ?
Para competir com quem ?
Pra que a Caixa e o Banco do Brasil precisam da Globo ?
Para pedir proteção ?
Sem a Globo, não perderiam um milímetro de market-share !
Tira o dinheiro dos blogueiros sujos e do PiG.
(O Fernando Oculto Rodrigues não ia produzir mais aquelas “investigações” sobre publicidade 
governamental que deixavam a Helena Chagas morrendo de medo.)
E dá o dinheiro ao Juca Ferreira.
Todo.
Para o Juca fazer uma Política Cultural.
Porque, como se sabe, depois de doze anos de poder, o PT não montou uma Política de Cultura.
Não fez um Glauber Rocha, um Cinema Novo – sem Cacá e Jabor, irremediavelmente capturados 
pela GloboFilmes – não fez um teatro de Arena, não lembrou do Vianninha nem do Boal …
Já imaginaram se, no dia 24 de Agosto, dia do suicídio de Vargas, o Juca pegava o Neojibá, da 
Bahia, e botava no horário nobre para interpretar o “Choros” número 10 do Villa-Lobos ?
Em seguida, em off, o Pereio lia a Carta Testamento de Vargas, sobre imagens do Walter Firmo, do 
Evandro Teixeira, Barretão, José Medeiros, Gautherot, Jean Manzon ?
Já pensou ?
Chama o João Falcão, do magnífico “Gonzagão, a Lenda !” – e encomenda um musical sobre Jango 
e as Reformas de Base !
Sobre o Darcy Ribeiro !
O PSDB passou oito anos no Poder e não produziu uma única metáfora.
O PT vai pelo mesmo caminho !
Assim como não vai ter Ley de Medios, também não vai ter “reforma política”.
Doce ilusão.
Como disse o Wanderley Guilherme, no Valor: vai fazer reforma política, plebiscito, constituinte 
com os eleitores da Dinamarca, da Islândia – ou com o PP, o Bolsonaro e o Kassab ?
Esquece !
Em lugar de pregar a impossível “reforma política”, um senador do PT deveria encaminhar à mesa 
do Senado o impeachment do Gilmar Mendes !
Que sentou em cima da única reforma possível, hoje: proibir a grana das empreiteiras de abastecer o 
PSDB.
Constranger, imprensar, denunciar, vaiar o Gilmar – com vais democraticamente sonoras ! – é muito 
mais eficaz do que mil “constituintes” com plebiscito!
Mas, como se sabe, o PT não tem Senador.
O PT tem que se reencontrar com o Pai, Vargas.
O partido tem um sério problema de Édipo.
O PT cultiva a D Lindu, mãe do Lula.
Mas, não o pai do Lula.
Não o pai de verdade, porque desse nem o Lula gosta.
Mas, o verdadeiro, o político, Vargas.
Lula veio a admitir a paternidade já no Governo, quando o Haroldo Lima e o Estrela chegaram pra 
ele e avisaram que tinha descoberto o pré-sal e perguntaram: vai entregar ao genro do Fernando 
Henrique ou ao povo brasileiro.
E Lula não hesitou !
Depois, o Lula se impressionou com a biografia udenista do Getúlio, do Lira Netto (ficou udenista a 
partir do segundo volume …).
O PT tem que vestir o pijama ensanguentado do Vargas e sair pelo Brasil afora.
Com a bandeira do Nacionalismo na mão, uma bandeira que ninguém empunha.
A defesa do Interesse Nacional.
Do Submarino Nuclear.
Da Amazônia Azul.
Esse documento do PT não traz uma mísera palavra sobre a Petrobras !!!
O PT vai defender os acordos de leniência, para salvar as empresas e os empregos ?
Isso é mais importante do que mil delações do Juiz Moro – que a gente já sabe o que são …!
Tem que parar de discutir Economia que, como disse o Néstor Kirchner, quem gosta de discutir 
Economia é o Menem, são os neolibelês – ele, Kirchner, preferia a Política.
O PT entende muito de Economia, como o Mercadante…
O PT parou de discutir Política desde que o Dirceu, o Genoino e o João Paulo foram capturados pelo 
Moro de então.
O PT tem que tratar de Geografia.
Fecha a sede do Partido no centro de São Paulo e instala em Anápolis, no cruzamento da Ferrovia 
Norte-Sul.
Em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sinop, Rondonópolis – ou em Imperatriz, Luis Eduardo, 
Palmas …
Onde o Brasil pulsa.
Cria uma sede do PT em Sulanca, no interior de Pernambuco.
E deixa os suplicys em São Paulo !
O documento do PT não tem uma mísera palavra sobre a política externa do Lula e doCelso Amorim.
A Dilma desidratou a política externa do Lula e o PT não diz nada !
Esse foi um dos maiores legados do Lula, e o PT nem se lembra disso.
Permitiu que o Governo Dilma levasse o Itamaraty no compartimento de bagagem.
E tem mais.
Qualquer projeto de reforma, renovação, atualização, inserção ou lá o que seja que não trate da 
Globo é trololó.
A Globo está sentada no meio da Questão Nacional !
O PT vai mobilizar como ?
Vai discursar onde ?
Na TV-T, na TV Afiada ?
No site do Vermelho ?
O PT está há doze anos no Poder e não conseguiu comprar um mimeógrafo !
Com medo da Globo.
O PT não vai acabar.
Nem está perto do fim.
Mais do que a semelhança com os democratas americanos, os trabalhistas ingleses ou a social-
democracia alemã – onde pululam escândalos – o PT é o nosso peronismo.
Há vários peronismos.
Como há vários Peron.
O Peron da Evita, da mãe dos descamisados, que denunciava os “oligarcas de mierda”.
E o Peron da Isabelita, do Lopez-Rega, o gangster de extrema-direita.
Teve o peronismo do Menem, entreguista como o FHC, mas tem o peronismo da Cristina K.
A Direita argentina tem vários partidos.
Oscila de lá pra cá.
Vive do PiG, como aqui.
E o peronismo continua a ser maior força partidária do país, sempre do lado esquerdo.
Ainda mais agora com o movimento “La Campora”, do filho da Cristina.
Quando vai, de fato, para as ruas, defender a Cristina das garras da Casa Grande.
O PT é parente do peronismo.
Está vivo.
É um peronismo sem testículos.

(Em tempo: por sugestão de um ministro da Dilma, o ansioso blogueiro acabou de ler o excelente “O Príncipe da Moeda”, de Gilberto Felisberto Vasconcellos, editora Espaço e Tempo, Rio, 1997, a quem deve muitas das reflexões aqui contidas.)

Paulo Henrique Amorim
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O LÍDER DOS OTÁRIOS



Essa é a casinha de Rogério Chequer, o novo ídolo da direita brasileira. Ele está sendo projetado por 
uma empolgada revista Veja como o “novo líder das ruas”. Isso porque é cada vez mais difícil 
emplacar o radicalismo de Marcello Reis, o líder do Retardados on Line, cada vez mais 
desmoralizado e enrolado.
Só que o Chequer não fica atrás, apesar da aparência de sempre ter tomado banho. A humilde 
residência da foto é nos EUA, que ele teve que deixar as pressas, já que está sendo processado por lá. 
Não é à toa que o ultramegapensador que aglutina os direitistas, Olavo de Carvalho, o apelidou de 
Rogério Cheque Sem Fundo.
O Chequer conquistou o coração dos redatores da Veja quando declarou que no Brasil “rico é quem 
paga imposto e pobre é quem usa”. Mas observe nos links abaixo como o dito cujo é enrolado e 
comprometido. Será que este “novo líder” projetado pela Veja dura tanto quanto o dublê da Globo 
que apareceu nas páginas amarelas em 2013? 

Fonte que organiza todas as informações:

http://goo.gl/VFe7Jk

Endereço do líder popular nos EUA:
(imagens da mansão) http://goo.gl/SOKYgU

Processado nos EUA:
http://goo.gl/W4hLfc

Olavo e o Chequer sem Fundo:
http://goo.gl/XLJTs4

Chequer sócio de bilionário da Forbes:
http://goo.gl/5Z5x8U

DEMÓSTENES AFIRMA QUE CACHOEIRA FINANCIOU CAIADO


Ex-senador Demóstens Torres diz que campanhas do líder do DEM de 2002, 2006 e 2010 foram 
bancadas pelo pivô da Operação Monte Carlo; "Ronaldo fazia sim parte da rede de amigos de 
Carlos Cachoeira", escreve ele no artigo "Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um 
cérebro", publicado nesta terça no Diário da Manhã; "Siga o dinheiro", completa, sugerindo 
investigação das contas das campanhas do democrata; Demóstenes acusa ainda o senador 
Agripino Maia e outros integrantes de sua chapa em 2010 no Rio Grande do Norte de terem se 
beneficiado de um "esquema goiano", com intermediação de Caiado; por fim, disparou: "Você 
rouba, mente e trai"

Goiás247 - O procurador de Justiça e ex-senador cassado Demóstenes Torres acusa o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, de ter sido financiado pelo contraventor Carlos Cachoeira nas campanhas que disputou à Camara Federal nos anos de 2002, 2006 e 2010. Segundo Demóstenes, as digitais da contravenção seriam facilmente identificadas com uma investigação nas contas de material gráfico, transporte aéreo e gastos com pessoal. As afirmações estão contidas em artigo publicado na edição desta terça-feira (31) do jornal Diário da Manhã, de Goiânia.
Demóstenes diz que Caiado era amigo de Cachoeira e médico do filho do contraventor, que recorre em liberdade de uma condenação de primeira instância a mais de 39 anos de prisão pela Operação Monte Carlo, deflagrada em 2012 e que resultou na cassação de Demóstenes e na CPI do Cachoeira, que não teve resultados concretos. "Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira, era , inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro.
Demóstenes cita ainda um suposto "esquema goiano" que teria financiado a campanha do presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), e outros integrantes da chapa, que elegeu ao governo potiguar a então senadora Rosalba Ciarlini. "Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo "esquema goiano", com intermediação de Ronaldo Caiado.
O senador cassado diz ainda que Caiado intercedeu em favor do delegado aposentado da Polícia Civil de Goiás, suposto operador de jogos ilegais, para que Cachoeira abrisse espaço para a ampliação de suas operações ilegais: "Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de Goiás, o delegado de polícia civil aposentado Eurípedes Barsanulfo, que era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado de polícia federal que fez um 'relato', segundo Carta Capital, onde me acusava de ser beneficiário do jogo do bicho. Esse relato jamais apareceu oficialmente, mas serviu para que o PSOL dele se utilizasse para representar-me perante o Conselho de Ética do Senado. No final do ano passado, o jornal Diário da Manhã, de Goiânia , publicou uma matéria assinada em que acusa o dito delegado de ter forjado o documento a mando de um seu chefe político. Quem era ele? Ronaldo Caiado, todos sabem. Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de Eurípedes no jogo ilícito."
Demóstenes faz críticas severas ao comportamento do ex-aliado, que qualificou-o como "grande decepção" à Coluna Radar, de Veja, o que terias motivado a reação: Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes tíbio, às vezes dissimulado. Na tribuna oscila. É sintomático o caso Garotinho. Ronaldo o acusa de formação de quadrilha, é o que está unicamente nas redes sociais; Garotinho o acusa de ser traíra por ter me abandonado; Caiado volta à tribuna e pede arreglo à Garotinho. Os dois últimos vídeos desapareceram das redes sociais."
E ainda mandou uma advertência: "Me deixe em paz, senador. Continue despontando para o anonimato. É o seu destino. Não me move mais interesses políticos. Considero vermes iguais a você Marconi Perillo e Iris Rezende. Toque sua vida, se fizer troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator"
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SBT vence e Globope terá que revelar dados de audiência



Jornal GGN – A Justiça obriga o Ibope a abrir os dados de audiência para o SBT. Esta decisão é fruto de 14 anos de disputa judicial quando, finalmente, o SBT conseguiu vencer o Ibope, que deverá abrir sua ‘caixa-preta’ de audiência. A notícia saiu no Notícias da TV, do UOL.
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) recusou o recurso do Ibope e manteve a sentença de 2003, que obriga o instituto a revelar dados confidenciais de sua metodologia de aferição de audiência, principalmente aquela em tempo real, a ‘real time’. O processo foi declarado ‘transitado em julgado’, não cabendo mais recursos. O SBT aguarda agora o cumprimento da sentença.
Tudo começou em 2001. O SBT questionava a medição de audiência minuto a minuto e, naquele ano em 12 de agosto, foi punido pelo Ibope com a suspensão de 24 horas do serviço. O Ibope usou como argumento que a emissora havia violado as regras de divulgação dos números. O SBT sentiu-se lesado e processou o Ibope. Além do questionamento da punição, a emissora de Silvio Santos pediu acesso aos dados confidenciais da medição.
Em 2003 a primeira vitória do SBT. O Ibope foi condenado pela Justiça paulista a pagar R$ 30 mil por dia para a emissora, caso não mostrasse a ‘forma, a metodologia e os elementos utilizados em todos os mecanismos para pesquisa de audiência e apuração de resultados’.
O Ibope, é claro, exerceu seu direito e recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo. O TJ manteve a sentença. O Ibope então apelou ao STJ, em Brasília. Em dezembro, a Terceira Turma, formada por cinco ministros, rejeitou o recurso do Instituto. No dia 19 de fevereiro, o STJ declarou o processo ‘transitado em julgado’, ou seja, não existem mais recursos possíveis.
No decorrer da briga judicial com o Ibope, o SBT chegou a oferecer dinheiro a quem se dispusesse a revelar que tinha um peoplemeter, o aparelho que mede a audiência em tempo real. Na cidade de São Paulo há cerca de 930 aparelhos em locais escolhidos pelo Ibope e mantidos em sigilo. No Brasil inteiro são cerca de 6 mil. Com a sentença, o SBT espera ter acesso à localização desses aparelhos para verificar se a amostra do Ibope realmente é representativa das classes sociais e a distribuição geográfica.
Em 2004, como parte da guerra contra o Ibope, o SBT financiou a criação de um instituto, o Datanexus, que foi cancelado seis meses depois pois os resultados eram idênticos. Ao lado da Record, Band e RedeTV!, o SBT está bancando a instalação no Brasil do instituto alemão Gfk, que passará a medir oficialmente a audiência no Brasil em abril.
De acordo com o Ibope, a medição de audiência é auditada e segue padrões e normas internacionais. O instituto não permite a divulgação de números em tempo real pelas emissoras para não influenciar o público.
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Lógica Moro: Como o PSDB aplicou as doações

Porque nunca entrei no PT e porque não chuto o PT na hora das dificuldades



Por: Fernando Brito

Na véspera da eleição de 1989, quando a juventude ainda me permitia entrar num bar após um dia inteiro de trabalho, encontrei uma mesa de amigos jornalistas, petistas, e tivemos todas as provocações que se possa imaginar sobre quem passaria ao segundo turno para enfrentar Collor.
A certa altura, peguei a mão de um dos mais fortemente petistas, meu amigo Fernando Paulino, e lhe disse: “sabe qual é a diferença entre nós? É que metade do PT não irá com Brizola, se ele passar ao segundo turno e a metade que virá, virá rebolando, de salto alto.” E apertei-lhe a mão, prossegui: agora se o Lula passar, nós vamos segurar na mão dele nem que seja para irmos juntos para o inferno”.
Os fatos mostraram que foi assim e Brizola nunca faltou a Lula no momentos dos embates eleitorais decisivos. E, 2002, inclusive, isto foi causa de uma incompreensão amarga com Ciro Gomes, ao final do primeiro turno.
O PT, quase todo, não compreendeu o trabalhismo para além do discurso de turma do pré-vestibular, com aquela história de “Carta del Lavoro”.
A História, a porretadas práticas, abriu a cabeça de alguns, melhor assim. Aprenderam que a política se faz tanto com intenções quanto com concessões. Com muitos erros no varejo e um grande acerto no atacado do processo histórico.
E tudo o que criticavam no velho Getúlio se desfez na imensa vontade que têm agora, de cantar para Lula a marchinha do Francisco Alves: “Bota o retrato do velho outra vez/ Bota no mesmo lugar/ O sorriso do velhinho faz a gente se animar” (Aliás, a patrulha era tanta que só transcreviam uma das estrofes, que dizia “trabalhar”, em lugar de “se animar”.)
Podemos e devemos discutir erros do PT, a sua natureza essencialmente udenista – que como todo udenismo se acaba como Greta Garbo no Irajá – mas não podemos deixar de ver que foi com Lula que, pela primeira vez em décadas – talvez com um pequeno momento de intervalo, na campanha das Diretas-já, que convenientemente se abortou por uma solução pessedista, com Tancredo – o povo brasileiro se viu como coletividade e ao país como uma esperança.
Igualmente, também não fecho os olhos à natureza do PT – não a de Lula – de expressão da classe média à qual o movimento social, mais pela figura de seu líder operário, aderiu. Isso não é, em si, nem mau nem desinteressante, porque a esquerda no Brasil sempre teve – ainda bem! – uma adesão da classe média e dos intelectuais à imensa massa popular, expressa em seus escritores, seus músicos, seus poetas, que maravilha!
Virou moda, agora, descer a lenha no PT, inclusive por parte de gente que, com ele, viveu sua experiência de ser governo.
O PT merece, claro, boas pauladas ideológicas, a começar por sua “vocação civilizatória” neobandeirante, que crê (ou cria) que iria “civilizar” o Brasil com sua “modernidade inclusiva”.
Mas não vou fazer coro com a direita, no momento de dificuldades do partido, que não sabe para onde se volta e nem sabe o que vai fazer.
Se eu tivesse de dizer algo ao PT, diria: “beba história”.
É amargo, dói na garganta, nos deixa, paradoxalmente, sóbrios para agir com lucidez e loucos para sonhar .
E, como há 26 anos, há gente que vai segurar firme a mão de quem fizer isso e ficar firme.
Para desespero dos petistas “neoliberais”, dizer que é preciso recolocar uma referência aos olhos do povo brasileiro.
O que está em jogo é ele mesmo: o retrato do velho, outra vez.
É o que querem destruir.
É o que temos de defender.
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EDUARDO PAES UM ACHACADOR PIRRACENTO DO LEBLON



Por: Fernando Brito


Paulo Henrique Amorim envia-me o post que está publicando sobre o espasmo midiático de Eduardo Paes, que substitui Rogério Chequer como “revoltado da semana” nas páginas amarelas da Veja e na Época.
Francamente, não posso imaginar que Eduardo Paes, em condições normais, imagine-se um candidato a Presidente viável.
Não foi assim que construiu sua carreira eleitoral, como líder. Foi como afilhado.
Recém-formado, aproximou-se do grupo de yuppies recrutado por Cesar Maia para administração municipal.
Aliás, como o vice de Serra, Índio da Costa.
Anos depois, tornou-se o enfant gaté de Sérgio Cabral.
Elegeu-se prefeito, em 2008, por pequena margem sobre Fernando Gabeira, por conta do apoio da esquerda (Jandira Feghalli e Alessandro Molon) e de Marcello Crivella quem juntos, somaram 34% dos votos no primeiro turno, no qual ele fez 31%.
E de Lula, que pediu votos para ele, depois que Paes lhe enviou uma carta “na qual pediu desculpas pelas críticas que fez no período em que estava na CPI dos Correios”, segundo a Folha.
Paes sabe que seu desempenho como prefeito (e sua reeleição, em 2012) devem-se aos investimentos que Lula – e depois, Dilma – dirigiram ao Rio de Janeiro.
O canteiro de obras em que está transformada a cidade não funciona por uma semana sem a liberação de recursos federais, a fundo perdido ou via BNDES. Há linhas do BRT em que o financiamento chega a 90% do valor e ocorre o mesmo em obras estaduais que impactam apenas o município, como a Linha 4 do Metrô.
Paes, como atribui às outras pessoas a mesma miudeza de seu pensamento político teme que as dificuldades econômicas possam implicar numa retenção destes créditos. E sai gritando com Joaquim Levy e contra Dilma e o PT para que o chamem para uma conversinha e se comprometam em que, na hora da farinha pouca, o pirão de Paes virá primeiro.
Paes não tem estofo para ser o candidato da direita nas eleições presidenciais. Aliás, ela já lhe manda este recado diretamente, pela dupla Diego Mainardi e Mário Sabino, os ex-Veja, em seu blog.
A direita vem de candidato paulista, desta vez e talvez com um Le Pen tropical tipo Jair Bolsonaro, para esconder seu dentes.
Paes quer mesmo é ser o vice de Lula – se a maré melhorar – e, para isso, manda tantas cartas de desculpas quantas necessário.
Mas algo me diz que, desta vez, Lula pode até fingir que lê, jamais acreditar.
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Para entender o fenômeno do Achacador



Luis Nassif

No primeiro governo Lula, o núcleo real de comando do PMDB era composto por Michel Temer, Geddel Vieira Lima e Welington Moreira Franco. Sentavam, decidiam e, depois, vinha junto outros caciques, especialmente Eliseu Padilha, do Rio Grande do Sul, Renan Calheiros e José Sarney com seu grupo. Por fora corriam Orestes Quércia (SP), Luiz Henrique (SC), Jáder Barbalho (PA) e André Pucinelli (MS)
O primeiro time era mais chegado a Fernando Henrique Cardoso; o segundo, a Lula. Razão, em 2002, do PMDB ter apoiado a candidatura de Rita Camata para vice-presidente na chapa de José Serra.
Após 2002, o PMDB começa a se aproximar de Lula. Em 2006 consolida-se a grande aliança, com Geddel virando Ministro. A resistência ficou apenas com Padilha.
O grande operador do PMDB era o deputado mineiro Fernando Diniz, que faleceu em julho de 2009 após problemas pós-operatórios. Ele era o contato do PMDB com a Petrobras, através do ex-diretor internacional Jorge Luiz Zelada. E esse cargo é importante para se enteder a futura ascensão de Eduardo Cunha no partido.
Foi o período de maior estabilidade política do Brasil pós-ditadura. No Senado, os grupos de Renan e Sarney sentavam com Temer e encaminhavam as principais votações de interesse do governo. Na Câmara, o controle era garantido por Henrique Eduardo Alves, muito ligado a Temer.
A estrela de Eduardo Cunha começa a brilhar quando, morto Diniz, ele assume a operação do PMDB com a Petrobras, através do contato com Zelada. Na condição de operador do partido, a partir daí Cunha começa a se firmar como a nova grande liderança, que sustentava financeiramente candidaturas do partido, com um caixa fornido que, em determinada altura, ía além da parceria com Zelada. Comenta-se na Câmara que ele garantiu pelo menos R$ 500 mil para as principais candidaturas do PMDB.
Não era apenas o recurso da Petrobras, mas de uma enorme constelação de grandes grupos que passaram a se valer de sua influência na Câmara.
A ascensão de Cunha
Para chegar onde chegou, não se trata de um deputado meramente esperto. Quem conviveu com ele atesta uma formação sólida, com leitura, acompanhamento de conjuntura, sendo ele próprio autor de muitas peças que se tornaram projetos de lei, assim como das respectivas argumentações.
Não é farrista, como meio mundo do parlamento em Bras[ilia. É centrado, mas tornou-se evangélico por interesse. Seu foco primeiro é o interesse comercial e de poder.
Começou na política no governo Collor, aliado de PC Farias. Antes disso, na juventude já era um empreendedor nato, que chegou a fazer escambo em países africanos. Levava produtos para lá, trocava por ouro e diamante e depositava depois em bancos ingleses.
O primeiro contato com a política foi justamente com o PP (Partido Popular), na eleição do Collor. Ali aproximou-se de PC Farias, tornou-se presidente da Telerj e mudou o padrão de vida.
Na campanha de 2010 teve papel central para levar o PSC a apoiar Dilma. O pastor Everaldo Dias já tinha fechado com Serra na Bahia e voltou atrás, graças ao trabalho de Cunha.
Essa influência ele conquistou tornando-se amigo querido do Bispo Manuel Ferreira e de Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, a mais influente do país. Quando o Igreja constatou a necessidade de eleger seus próprios parlamentares, apareceram alguns lobistas e Cunha se ofereceu. Foi eleito, tornou-se evangélico, é influente da Assembleia de Deus Madureira e tem uma rádio religiosa. Com o apoio dos dois pastores, hoje ele manda no PSC.
Queixava-se na Câmara que Dilma não só não agradeceu o apoio como não cumpriu nada do que havia sido combinado. A animosidade entre ambos nasceu no primeiro dia de governo Dilma. E outra faceta de Cunha é ser vingativo.
Mesmo sendo operador do PMDB, custou para entrar na cúpula do partido. Henrique Alves e Temer não o queriam nem para vice-líder. O candidato de Alves era Marcelo Castro, do Piauí.
Cunha conseguiu espaço a fórceps. Conquistando a liderança começou a criar problemas para Dilma que, de seu lado, passou a trata-lo como inimigo.
No governo Lula, já havia uma marcação cerrada sobre ele. Quando perdeu a influência sobre o Fundo Real Grandeza, de Furnas, ameaçou retaliar com uma CPI. Lideranças do PT acompanhavam cada passo dele pressionando cada deputado que poderia assinar o pedido.
Mas foi a estratégia política do governo que ajudou a consolidar a posição de Cunha.
Dilma assumiu com a maior base parlamentar que um presidente teve pós-abertura. Mas a aliança acabou se desfazendo paulatinamente.
De um lado, o PT perdeu sucessivamente os parlamentares mais atuantes, João Paulo, José Genoíno e Cândido Vaccarezza. As novas lideranças do PT passaram a ser Marcos Maia, Arlindo Chinaglia, Vicentinho e Henrique Fontana.
Na Secretaria de Relações Institucionais, no lugar do habilidoso Luiz Sérgio entrou Ideli Salvatti. No Senado, Dilma trocou Romero Jucá pelo senador amazonense Eduardo Braga.
A virada final foi com a saída de Antônio Pallocci. Ali cessa de vez a influência de Lula no governo, há um enfraquecimento do PT e o time de Dilma assume as articulações políticas.
Gradativamente, a grande aliança foi virando fumaça e, dela, nasceu o novo pajé Eduardo Cunha.
Características de Cunha
Apesar da ficha polêmica, Cunha é considerado um político com discernimento, que sabe até onde pode ir.
Segundo conhecedores do seu estilo, nunca se compromete com o que não pode entregar. Daí nunca ter se comprometido com o impeachment e, na crise política, ter adotado uma posição até mais moderada que seu colega de Senado, Renan Calheiros.
Nada absolve sua enorme ficha suspeita. Mas pode conduzir uma gestão eficiente. Montou a Câmara Itinerante. Em cada lugar que vai fortalece a relação com os evangélicos sem se dizer evangélico e sem defender suas – como presidente da Câmara.
Quando um jornalista indagou-lhe o que faria com o Projeto de Lei que permitia casamento entre homossexuais, sua resposta foi a de um verdadeiro presidente da Câmara. “Se quiser saber minha opinião pessoal vá até o meu gabinete de deputado. Como presidente da Câmara não faço diferença entre projetos”. E promete uma gestão dinâmica.
No primeiro dia como presidente da Câmara falou em reforma política. Vai colocar em votação o PL da terceirização e pretende abrir o debate da reforma tributária. E concatena para fora um discurso capaz de legitimar o PMDB perante setores empresariais e formadores de opinião.
As relações instáveis de poder
Hoje Cunha é uma das figuras referenciais do PMDB. Há uma relação instável com os demais caciques, mas Temer jamais o descartará. Do mesmo modo, há uma aliança tênue com Renan, onde o conflito se dá na disputa de espaço e de recursos.
Renan passou a alimentar uma bronca eterna de Dilma no dia em que ela e Aloizio Mercadante o procuraram com a sugestão de que se candidatasse a governador de Alagoas, porque era importante sua vitória.
Dilma queria Edison Lobão na presidência do Senado. Renan respondeu que iria avaliar, que era uma boa alternativa e tal mas saiu soltando fumaça pelos olhos pelo que considerou uma humilhação.
Foi o primeiro stress.
O segundo foi na operação Transpetro.
Renan indicou Sérgio Machado e durante anos reinou absoluto no pedaço. Gradativamente foi perdendo a influência e a Transpetro tornou-se uma porteira fechada, mas sem Renan.
Um a um, Renan foi perdendo seus espaços no governo. Na Agricultura, Kátia Abreu é Dilma, não Renan. No Turismo, Henrique Eduardo Alves, que não é Renan. Nas Minas e Energia, Eduardo Braga, que é do grupo contrário a Renan no Senado.
Para entornar o caldo, enfiou na cabeça que Dilma e o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo manobraram para que seu nome fosse incluído na Operação Lava Jato – embora não haja o menor indício da capacidade de Cardozo saber operar Polícia Federal ou Ministério Público.
Nesses dois personagens reside um naco da governabilidade do país, em um quadra particularmente tensa da vida política nacional.
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Fernanda Montenegro envia um beijinho no ombro a Ali Kamel


"Numa das cenas mais inesperadas da teledramaturgia da Globo, a emissora dos Marinho fez 
um elogio rasgado à política de cotas raciais, no episódio de ontem danovela Babilônia; ao 
conceder um bônus a sua melhor advogada, a jovem negra Paula (Sheron Menezzes), Teresa 
(Fernanda Montenegro) ouviu: "Sabe o que eu queria fazer com esse cheque? Esfregar na cara 
de todas as pessoas que riram de mim por eu ter entrado na faculdade pelo sistema de cotas". 
Em seguida, respondeu: "beijinho no ombro pras invejosas"; alguns anos atrás, o 
superpoderoso Ali Kamel, diretor da Globo, publicou o livro "Não somos racistas", um libelo 
contra a política de cotas; a Globo agora é progressista ou aí tem coisa?

Brasil 247 - Deu a louca na Rede Globo. Ou há algo que ainda não se poder enxergar com clareza. Em 2006, um dos mais próximos executivos da família Marinho, o jornalista Ali Kamel, publicou o livro "Não somos racistas", um libelo contra a política de cotas raciais – desde então, esta foi a posição editorial de todos os veículos de comunicação da Globo.
Ontem, no entanto, na novela Babilônia, o grupo dos Marinho deu um giro de 180 graus na novela Babilônia, que vem sofrendo críticas de setores conservadores desde o primeiro capítulo, quando a novela estreou com o beijo gay de Fernanda Montenegro e Natália Thimberg.
Desta vez, a polêmica envolveu a política de cotas raciais, numa cena exibida no capítulo desta segunda-feira. Ao conceder um bônus polpudo à sua melhor advogada, a jovem negra Paula (Sheron Menezzes), Teresa (Fernanda Montenegro) ouviu: "Sabe o que eu queria fazer com esse cheque? Esfregar na cara de todas as pessoas que riram de mim por eu ter entrado na faculdade pelo sistema de cotas".
Em seguida, respondeu: "beijinho no ombro pras invejosas".
Evidentemente, uma cena com esse teor político, no momento em que o Brasil é sacudido por uma onda neoconservadora, não entraria numa novela da Globo sem que tivesse sido discutida internamente. Mais do que simplesmente criar polêmica, ao discutir o tema das cotas raciais, a Globo parece disposta a assumir pautas mais progressistas.
Será que os Marinho decidiram mandar um "beijinho no ombro" para Ali Kamel? Confira, abaixo, a sinopse do livro "Não somos racistas", que fala do medo do autor em relação à política de cotas:
SINOPSE: 
'Não somos racistas' é um livro nascido do espanto. Movido pelo instinto de repórter, Ali Kamel, diretor de jornalismo da Rede Globo, começou a perceber que a política de cotas proposta pelo Governo Lula - e que pode ser aprovada em breve pelo Senado - divide o Brasil em duas cores, eliminando todas as nuances características da nossa miscigenação. Ali constata, estarrecido, que, nesta divisão entre brancos e não-brancos, os 'não-brancos' são considerados todos negros. O primeiro capítulo de 'Não somos racistas' mostra como a política de cotas começou a ser construída no governo Fernando Henrique Cardoso. Mostra, ainda, como o jovem sociólogo Fernando Henrique foi uma das cabeças de um movimento que dominou parte da intelectualidade nacional nos anos 1950. Um movimento que se afastava do conceito de multiplicidade e democracia racial proposto por Gilberto Freyre em obras como 'Casa grande e senzala' e dividia o Brasil entre duas cores; negros e brancos. O livro de Ali Kamel começou a se desenhar em 2003, quando ele passou a publicar, quinzenalmente, uma série de artigos sobre as cotas no jornal 'O Globo'.
Neles, constatava o sumiço dos pardos e dos miscigenados nas estatísticas raciais brasileiras. Apontava, também, para o fato de que o branco pobre tem a mesma dificuldade de acesso à educação que um negro pobre, levantando a hipótese de que o maior problema do país talvez não seja a segregação pela cor da pele - e sim pela quantidade de dinheiro que se carrega no bolso. 'Não somos racistas' aprofunda e sistematiza as idéias apresentadas pelo jornalista naqueles artigos; a negação da miscigenação; o 'olho torto' das estatísticas, que escamoteiam problemas sociais na divisão da população por cores; a situação de negros e brancos no mercado de trabalho; o medo de que uma política de cotas, posta em prática, construa uma separação entre cores que nunca existiu, de fato, no Brasil, promovendo o ódio racial; os estudos científicos que provam que raças não existem e, portanto, não pode haver tratamento desigual para seres humanos iguais."
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segunda-feira, 30 de março de 2015

PARÁ: PROFESSORES EXPULSAM FILIADA DA GLOBO



Professores estaduais expulsaram a equipe de reportagem da TV Liberal, afiliada da Rede Globo no Pará, durante a manifestação grevista em frente à Secretaria de Administração do Estado.
A reação da categoria se dá em um momento de tensão entre os trabalhadores da educação e o governo do Estado, que tem utilizado os veículos de comunicação da família "Maiotrama"para desqualificar o movimento grevista, iniciado no dia 25 deste mês.
O sindicato da categoria afirmou na sexta-feira (27) que 89 municípios paraenses já haviam confirmado a adesão à greve na rede estadual de ensino, deixando sem aula cerca de 700 mil estudantes paraenses.
Representantes da Secretaria de Educação (Seduc) e da Secretaria de Administração (Sead) reuniram-se com representantes do SINTEPP para tratar das reivindicações da categoria, mas segundo os sindicalistas, o governo não acenou para o fim da greve, mantendo-se intransigente em relação às inúmeras reivindicações dos trabalhadores, entre eles o reajuste salarial com o mínimo do piso salaria nacional, a melhoria das condições calamitosas das escolas e a implantação definitiva do PPCR.

O SINTEPP denuncia: 

"Desde o Estatuto do Magistério na década de 1980 os professores da Rede Estadual de ensino extrapolam carga horária, por existir carência no estado de professor para assumir turmas nas escolas.
Porém a Seduc segue orientando as direções de escola a limitar a jornada docente do professor em 150h de efetiva regência, desrespeitando a recém legislação que permite 220h de efetiva regência, bem como ao fato de que deveria haver uma redução de carga horária do professor gradativa em 1/3 ao longo de três anos, contando a partir da lotação de 2015.
Queremos afirmar que não existe nenhuma proposta concreta do governo do estado para o pagamento do novo piso e seu retroativo à janeiro, fevereiro e março do corrente ano. Neste sentido, reafirmamos no que depender dos professores que estão na regência de classe, assumindo turmas nas escolas, não fazem parte de nenhuma máfia de horas extras, apenas estão servindo ao estado que não realizou ao longo dos últimos seis anos um concurso público sequer para suprir essa demanda.
É leviano por parte do governo utilizar-se de seu veiculo formal de comunicação, o grupo Maiorana através de seu Jornal O Liberal, para atacar, ofender e caluniar nossa categoria. Caso ocorra alguma máfia desta natureza cabe ao secretário de educação, Helenilson Pontes, apurar e tomar as providências cabíveis dentro do órgão.
Mais lamentável ainda é saber que anualmente milhões de reais são injetados no grupo Liberal para sustentar mentiras e defesas a este governo que afunda uma série de projetos sociais e não respeita setores fundamentais como a educação e a segurança. Recursos estes que deveriam ser aplicados para o bem estar da sociedade.
Mafioso é o governo que não cumpre sua obrigação. Mafioso é este grupo de comunicação, que por anos utilizou as antenas da TV Cultura, emissora estatal. Isso tudo com a anuência do governo".
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Bolívia: partido de Evo Morales conquista maioria das regiões


Boliviana escolhe candidatos nas eleições municipais bolivianas: resultado oficial sairá na 
próxima semana. 

O MAS (Movimento ao Socialismo), partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, perdeu influência em importantes cidades do país nas eleições de domingo (29/03). Contudo, a legenda conseguiu obter predomínio em quatro de nove regiões, tendo a possibilidade de expandir para seis, já que seus candidatos apresentam vantagem no segundo turno em Chuquisaca e Beni. A oposição conseguiu três estados.
Uma das principais perdas para o MAS (Movimento ao Socialismo) foi em cidades-chave como El Alto, de maioria aimará, povo de mesma origem de Morales e considerada um bastião do governo. Outro município perdido é Cochabamba, local onde o chefe de Estado boliviano que despontou sua carreira política nos anos 1990 como líder sindical e cocaleiro.
Em entrevista coletiva à imprensa, o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, atribuiu os resultados à "fraqueza" da formação de lideranças locais de seu partido, em comparação com os resultados da eleição presidencial de meados de outubro de 2014, quando Morales conquistou terceiro mandato com mais de 60% dos votos.
Com os resultados, a perda da influência do MAS dá vantagem para o crescimento de outros partidos, como o de centro-esquerda opositor Sol (Soberania e Liberdade), que também obteve regiões importantes como La Paz. Já em Santa Cruz, o partido de direita Unidade Democrata Social tem 59,9% dos votos.
Os dados divulgados nesta manhã fazem parte de pesquisas elaboradas pela Ipsos e Equipes Mori para os canais de televisão ATB e Unitel. De acordo com a ABI (Agência Boliviana de Informação), o Tribunal Supremo Eleitoral emitirá os resultados oficiais a partir da próxima semana.
Ontem, os bolivianos foram às urnas eleger nove governadores, oito sub-governadores, um vice-governador e 339 prefeitos, entre outros cargos públicos.
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Por que esconder as contas na Suíça?



Publicado no Observatório da Imprensa

Apenas Fernando Rodrigues sabe quem são os brasileiros que abriram contas bancárias na filial suíça do HSBC. Mas ele não divulga esses nomes. Até agora, só identificou dados restritos a 2006 e 2007, envolvendo trinta pessoas citadas na já seletiva Operação Lava Jato. O resto, mais de oito mil e quinhentas contas, fica em segredo. E, pelo jeito, assim continuará.
O jornalista assumiu a tarefa de estabelecer o “interesse público” das informações que obteve. Isso equivale a adivinhar o que o distinto leitorado quer saber acerca do caso. Em outras palavras, o sacrossanto direito da sociedade à informação depende da ética profissional e do espírito investigativo de Rodrigues.
Os indícios de enriquecimento de familiares e amigos de José Serra na época das privatizações de FHC foram considerados irrelevantes pela mídia corporativa. Rodrigues, que fez carreira no meio, jamais usou a verve detetivesca para esclarecer aquelas estranhas coincidências. E segue achando que o período não tem “interesse público”, tanto que ignora que o número de contas abertas por brasileiros no HSBC da Suíça cresceu de maneira substancial entre 1997 e 2002.
Ora, basta juntar os documentos apresentados no livro “A Privataria Tucana” com o histórico das contas suíças. Os nomes se repetem? Possuem elos com os personagens da máfia dos cartéis metroviários, criada na mesma época? E com as famílias donas das redes Globo e Bandeirantes e do Grupo Folha, que apareceram na lista? Afinal, por que diabos Rodrigues não elucida um mistério tão simples e verificável?
A alegação de resguardar inocentes é capciosa. A citação num inquérito em andamento não previne injustiças, pois, mesmo condenados, os réus da Lava Jato podem ter contas legítimas no exterior. Ademais, se os depoimentos dos delatores da Petrobrás têm “interesse público”, ainda que não comprovados, o mínimo que a cartilha jornalística exige diante da abertura de contas estrangeiras nos contextos das privatizações ou dos cartéis é lhes conferir tratamento similar.
Rodrigues diz que a Receita Federal não responde às suas ralas consultas. Mas a imprensa precisa de governos para nortear apurações? Então por que não esperar a fase de provas para espalhar apenas as delações verdadeiras da Lava Jato? Aliás, quando as suspeitas envolvendo petistas ou agregados mereceram cautelas desse nível?
O falso zelo de Rodrigues funciona como garantia de que o Suissleaks não sairá do controle da direita brasileira. É um subterfúgio partidarizado e hipócrita para manter a lama do escândalo distante da mídia empresarial e do grande tucanato. O Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos dá guarida institucional a esse logro.
Diante dos riscos que Rodrigues assume contra sua própria reputação, podemos imaginar o teor das informações que ele oculta.
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Por que a Folha criticou a maneira amiga como a Justiça trata o PSDB?


Otarino Frias dono da Falha: O marketing em primeiro lugar.

Ora, e então vemos um alvoroço na internet com um editorial em que a Folha admite que a Justiça favorece o PSDB.
A razão do editorial foi o completo abandono do chamado Mensalão Tucano.
Bonito isso.
Agora, para ficar completo, só falta a Folha fazer um segundo editorial em que denuncie a proteção, pela mídia, do PSDB.
Ambas as proteções, a jurídica e a jornalística, caminham alegremente de mãos dadas, e servem para que milhões de analfabetos políticos sejam manipulados e acreditem que a corrupção é monopólio do PT.
Servem, também, para desviar o foco da sociedade. Nosso maior problema, uma real tragédia, é a desigualdade social, e a mídia e a Justiça se combinam para que ingênuos sejam levados a crer que o mal maior é a corrupção.
A mídia favorece o PSDB de diferentes formas.
A Veja é descarada, escandalosa, despudorada. É aquela marafona que anda pelas ruas com um cartaz no qual anuncia seu preço e condições.
Não pretende enganar ninguém.
A Globo é a marafona que faz algum esforço para disfarçar a sua atividade, e às vezes chega mesmo a vestir roupa de colegial, mas que mesmo assim deixa claro seu ofício e suas intenções.
Quer enganar, mas não engana ninguém.
A Folha é a marafona que se faz de virtuosa. Chega a dar lições de moral.
É, talvez, o pior tipo. Pois acrescenta hipocrisia ao vício.
Leva na bolsinha nomes como Josias de Sousa, Reinaldo Azevedo, Pondé, Ferreira Gullar, Demétrio Magnolli e editores capazes de dar uma manchete errada com Dirceu e repará-la, aspas, com uma nota de rodapé num espaço que ninguém lê.
De vez em quando, a Folha faz um editorial como este em que critica um antigo descalabro brasileiro – o caráter partidário da Justiça, algo que mina a crença da sociedade nos bons propósitos dos senhores magistrados.
Virou uma coisa tão indecente que já nem causa surpresa descobrir nas redes sociais juízes fazendo, ostensivamente, agressivas campanhas políticas antipetistas.
A Folha, eu dizia, de tempos em tempos, faz um editorial daqueles.
Mas apenas para que possa continuar a usar o marketing que diz que o jornal “não tem rabo preso com ninguém”, e por nenhuma outra razão que mereça algum tipo de elogio.
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Janine, Edinho e Henrique Alves podem mudar a cor das nuvens


Por Renato Rovai

Atribui-se ao ex-governador de Minas Gerais, Magalhães Pinto, a frase: “política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Você olha de novo e ela já mudou”. No caso atual, poderia-se dizer que não basta que as nuvens mudem de lugar, mas precisariam também mudar de cor. Elas andavam pretas demais nas últimas semanas e foram anunciando tempestades que pareciam nunca acabar.
Há alguns dias o clima bélico parece ter dado lugar a uma tentativa de reposicionamento de forças. Como se muitos percebessem que já estava na hora de contar as perdas ou os avanços e esperar um pouco para ver o que pode acontecer lá na frente.
Entre mortos e feridos, o PT talvez tenha sido o ator político que mais perdeu neste processo. Mas o PMDB que estava se achando muito forte já podia passar de algoz para vítima. Ontem, por exemplo, o presidente da Câmara passou por enorme constrangimento ao visitar São Paulo. Seus compromissos contra a maioridade penal e os direitos LGBT podem levá-lo a ser tratado como alvo de muitos movimentos.
Ao mesmo tempo, o PSDB está para as ruas assim como o blogueiro está para uma pista de skate. Adoro ver o pessoal fazendo manobras, mas prefiro não me arriscar. Até agora o partido não sabe se vai e o que vai capitalizar com o movimento. E há quem, como Beto Richa, que acha que o melhor é que essa história de manifestações acabe logo.
Mas o que tudo isso tem a ver com a nomeação de Janine Ribeiro, Edinho Silva e Henrique Alves?
Comecemos pois por Henrique Alves que deve ser anunciado em breve. Ele foi presidente da Câmara até dia desses e disputou a eleição para governador do Rio Grande do Norte. E perdeu. Entre outros motivos responsabiliza Dilma e Lula pela derrota, pois o PT local lhe negou apoio.
Alves é um dos políticos mais experientes do Congresso e sabe como ninguém operar acordos e maioria. Além disso, tem ótimo relação com Eduardo Cunha.
Ao ser nomeado ele abre a ponte mais concreta entre o PMDB da Câmara e o Palácio do Planalto. Se vier a fazer parte da coordenação política do governo, terá mais capacidade para entregar vitórias na Câmara do que o vice Michel Temer.
A pasta do Turismo, para a qual Alves foi indicado, permiti-lhe ação no Nordeste, em especial no seu Rio Grande do Norte, e visibilidade por conta das Olimpíadas. Pode parecer algo menor, mas tem potencial para tirar alguém que era um pote até aqui de mágoas das articulações anti-governo.
Vou deixar Janine Ribeiro por último para falar antes de Edinho Silva, que vem sendo apresentado pela mídia como o ex-tesoureiro de campanha da presidenta Dilma. O ex-prefeito de Araraquara por dois mandatos, ex-deputado estadual e ex-presidente do PT paulista é um dos políticos mais habilidosos da sua geração. Ele tem um estilo à la Palocci. Fala sempre com serenidade, não costuma discordar dos seus interlocutores e foge de bola dividida. Até por isso tem boa relação com Lula e Dilma.
Sua formação política foi na militância católica e pode ter herdado daquele ambiente esse jeitão meio padreco de construir acordos e maiorias.
Edinho é extremamente hábil para lidar com os adversários. Ao mesmo tempo é extremamente leal ao seu grupo político. Sua nomeação para a Secom indica que Dilma buscará conversar mais com a mídia tradicional e tentará aparar arestas que porventura tenham a levado a se tornar o judas da vez, mas também sinalizam para uma maior audição às propostas do PT para essa área. Sim, Edinho é do PT. Ele não vai deixar de sê-lo, mas não será só isso na Secom. Ao assumir o risco de colocar um dirigente do partido no cargo, mas um dirigente que preza pelo bom trânsito com todos os setores, Dilma emite dois sinais. Que quer conversar, mas que não vai ser refém dos grupos tradicionais. São ótimos sinais.
Por fim, meu xará Renato Janine Ribeiro. Dilma resgata com a sua indicação algo que o governo estava perdendo, o simbolismo. Janine é a melhor notícia dos três novos convidados exatamente por isso e menos pela sua capacidade de exercer o cargo, já que será a primeira vez que o filósofo e excelente professor de Ética na USP assumirá um cargo executivo desta magnitude.
O governo Dilma está precisando de nomes da sociedade civil que tenham compromisso mais à esquerda e que sejam considerados inatacáveis em suas áreas de atuação. Janine tem esse perfil.
Sua nomeação caiu como uma bomba de oxigênio em grupos de intelectuais e nas universidades públicas. Muitos que já batiam no governo Dilma há algum tempo ontem saudaram sua nomeação pelo Twitter e pelo Facebook. Com Janine Ribeiro na Educação e Juca Ferreira na Cultura, o governo terá em duas áreas fundamentais para aqueles que atuam na disputa social simbólica referências que podem dar novas perspectivas no médio prazo ao governo.
Se o governo conseguir depois desses anúncios ir tocando o barco devagar e recuar em alguns pontos polêmicos do ajuste fiscal, como o do seguro desemprego, as nuvens devem ao menos se estabilizar por um período. Para depois com o tempo ir mudando aos poucos de lugar. Ainda não é hora de movimentos bruscos, mas já não se pode dizer que esse governo não cansa de errar.
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DILMA EM CAPANEMA RESGATANDO A MISÉRIA DO PARAZINHO



Presidente Dilma entrega moradias do Minha Casa, Minha Vida no PA. Programa beneficia 
mais de 4 mil pessoas com renda de até R$ 1.600. Apartamentos têm sala, banheiro, quartos e 
cozinha.


Presidente Dilma visitou Capanema, nordeste do Pará, para entrega de moradias do Minha 
Casa, Minha Vida 

A presidente Dilma Rousseff participou da cerimônia de entrega de 1.032 moradias do programa 
Minha Casa, Minha Vida nesta segunda-feira (30) em Capanema, nordeste do Pará. O 
empreendimento custou cerca de R$ 53 milhões, e deve beneficiar mais de 4 mil pesssoas com renda 
de até R$ 1.600 por mês.
De acordo com o governo, cada imóvel tem 39,22 metros quadrados divididos em dois quartos, sala, 
banheiro, cozinha e área de serviço. Além dos domicílios, o condomínio possui ainda áreas de lazer e 
um centro comunitário. Uma parcela das habitações foi adaptada para pessoas com dificuldade de 
locomoção.
A presidente foi recebida por simpatizantes do governo, que aguardaram sua chegada da desde 11h. 
Durante a cerimônia, Dilma dividiu o palanque com o senador Paulo Rocha, os ministros Gilberto 
Kassab, das Cidades, e Helder Barbalho, da Pesca, além do vice-governador Zequinha Marinho. A 
previsão é que a presidente fique no Pará até as 14h, quando segue para Brasília


Presidente inaugura mais de mil moradias populares no Pará  

O ministro Kassab disse que seis milhões de pessoas já foram beneficiadas pelo programa em todo o 
país. Ele ressaltou a importância de investimentos que trazem benefícios diretos para a população, 
como programas de moradias populares, para a melhoria da qualidade de vida. "É importante 
reconhecer, fortalecer o governo que dá prioridade para o povo. Esse conjunto não saiu de graça", 
ponderou o ministro Kassab. "R$ 53 milhões de reais significa que a sua prioridade é dar casa para 
essas pessoas", avalia.
"O dinheiro do governo federal tem de beneficiar as famílias. Ele tem que ser muito bem 
empregado", disse a presidente que, para evitgar o uso político da entrega dos imóveis, afirmou que 
os beneficiados pelo programa serão escolhidos por sorteio. "Quem não teve, poderá ter acesso ao 
Minha Casa, Minha Vida. Quando a gentge chegar ao final de 2018, teremos 3 milhões de moradias. 
Com isso vamos diminuindo o grau de exclusão social da moradia, que talvez seja o mais grave 
porque, quando você tem uma casa, tem condições de construir e dar conta da sua família", concluiu.
Riqueza e infraestrutura
A presidente comentou sobre as riquezas do Pará, e enalteceu a construção de hidrelétricas no 
estado. "Eu compartilho com aqueles que acham que o Pará é um dos estados mais ricos do Brasil. 
Mais rico pela população, pelos recursos naturais", disse a presidente.
"Eu tenho orgulho de estar aqui em construção, algumas no final já, três hidrelétricas: Belo monte,
Teles Pires e Santo Antonio" , exaltou a presidente, se referindo a empreendimentos no Pará, Mato
Grosso e Rondônia.
Dilma também anunciou investimentos em aeroportos regionais e hidrovias para melhorar a logística 
da região. "A hidrovia Araguaia-Tocantins é um desafio. Eu disse ano passado que o Pedroal do 
Lourenço a gente iria resolver. Nós vamos investir, porque é uma riqueza inigualável aqui do norte 
do país. O sul e sudeste já têm infraestrutura por demais. Agora cabe a nós garantir que a parte de 
cima do Brasil tenha as mesmas oportunidades", anunciou.


Dezenas de pessoas aguardaram a chegada da presidente Dilma em Capanema 

COOMFLONA REALIZA ASSEMBLEIA GERAL E CELEBRA EXONERAÇÃO DO GERENTE DO ICMBio



O Projeto Saúde e Alegria teve a honra de participar na última sexta-feira (25), na comunidade de
Pini, Floresta Nacional do Tapajós, a Assembleia Geral da Cooperativa Mista da Flona Tapajós-
COOMFLONA.  Além do PSA o evento contou com a presença de centenas de comunitários e
cooperados e parceiros entre eles a ICMBio,  AITA, ASMIPRUT, FEDERAÇÃO DA FLONA
TAPAJÓS, SFB, IEB, ORGANIZAÇÃO INDIGINA DA FLONA e o representante da Câmara
Municipal de Belterra, Vereador João Pedro.
A exoneração do cargo do gerente do ICMBio na Flona Tapajós FÁBIO MENEZES DE
CARVALHO já amplamente comentada durante a realização da Assembléia, foi saudada como uma
vitoria dos moradores e das entidades da Floresta Nacional.


Com mais de 200 participantes na Assembleia foram discutidos vários assuntos entre eles a Prestação de contas da entidade no ano
2014 e o Planejamento 2015, sendo ambos aprovados por unanimidade. Com un orçamento acima de
5 milhões de reais o Presidente da Cooperativa destacou os repasses de cerca de 2 milhões de
reais  para os cooperados e de mais de 100 mil reais para as comunidades da Flona.  
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O marketismo vulgar (e fracassado) do Governo Dilma



 Por Miguel do Rosário 

A entrevista do professor Wanderley para o Valor está, como sempre, instigante. E talvez ainda
mais do que padrão de suas entrevistas em vista do forte tensionamento político vivido hoje no país.
Como se trata de uma entrevista longa, acho melhor eu não acrescentar muitos comentários agora, 
para o post não ficar inviavelmente extenso.
Peço aos leitores que dêem sua opinião na caixa de comentários, discordando, concordando ou 
complementando a opinião do professor, que é um grande teórico e um grande apaixonado pela 
democracia e, portanto, sabe que o valor de uma análise e de uma opinião reside em sua capacidade 
de produzir um debate inteligente e produtivo.
Ao falar sobre marketing político, Wanderley diz:
“Esses marqueteiros não sabem nada. É um absurdo que tenham assento no conselho político da 
Presidência. João Santana fez uma campanha cara e ruim que quase derrotou Dilma. Coisa de 
mau gosto, mórbida, com aquelas pessoas no caminhão se vendo no passado. Dilma ganhou por 
uma diferença muito pequena em grande parte por causa da militância que foi às ruas nos 
últimos dias assustada com a chance de derrota.”
A política foi desprezada, em nome de um marketismo vulgar e covarde, submisso à lógica de uma 
mídia que não tem mais prestígio a não ser junto aos setores mais autoritários e mais reacionários do 
Estado e da sociedade.
A esquerda jamais recuperará a sua “capacidade de liderar” se não souber restabelecer essa conexão 
política entre o poder público e a mobilização popular. Aliás, vale lembrar que a covardia e apatia 
política do governo afeta não apenas a relação com a sociedade, mas também com o próprio 
parlamento, encarecendo o apoio de deputados e senadores a um executivo cuja aprovação social se 
esboroa rapidamente. Isso foi admitido pelo próprio Eduardo Cunha, O achacador da Câmara 
Federal, em entrevista dada ao Globo neste final de semana:
Globo: O sehor diria que o governo está hoje em colapso político e gerencial? [perguntinha 
golpista até a raíz do cabelo, mas tudo bem].
Achacador Cunha: Não diria que ele está em colapso gerencial. Eu diria que ele está em inércia 
de comunicação Ele pode até estar gerenciando, mas não comunica o que está fazendo. Eu acho 
que o governo passa a sensação de estar parado. 

Vamos à entrevista:

A esquerda tem criticado o caráter elitista das manifestações. Esta crítica não ignora a capacidade de a classe média que sai às ruas galvanizar uma insatisfação que a extrapola?
Wanderley Guilherme dos Santos: As manifestações do dia 15 são resultado de circunstâncias contemporâneas e desaguadoro de alguns condicionantes que vêm se acumulando. Divirjo profundamente da opinião majoritária da esquerda. Está equivocada no diagnóstico, na interpretação do passado recente e nas suas propostas de curto prazo. A começar pelo fato anedótico de reclamar da direita por estar ela se comportando como direita sem procurar entender o que aconteceu no passado recente que levou a direita a ser capaz de uma mobilização como em décadas não havia. Supondo que essas manifestações tenham sido apenas de direita – e não o foram – o que me importa é que a direita está liderando o centro. Esse é o fenômeno importante.
Isso não acontece desde quando?
Wanderley Guilherme: Com sucesso, isso não acontece desde 1964. Depois da ditadura a direita ficou isolada do centro e, por isso, não conseguia colocar ninguém na rua. O movimento ‘Cansei’, por exemplo, foi patético. Agora não. É preciso reconhecer que as convocatórias da direita têm tido muito mais sucesso do que as da esquerda.
Por que a esquerda perdeu essa capacidade mobilizar?
Wanderley Guillherme: A partir da eleição de Lula a esquerda vem cometendo dois sérios erros, de diagnóstico e perspectiva. Um deles foi a bandeira da reforma política, o outro é a visão sobre o PMDB. Assim que foi aprovada a Constituição de 1988, os conservadores começaram a combatê-la. Por acidente de percurso, vários pontos supunham que o resultado da Constituição seria o parlamentarismo e o voto distrital. Esta foi bandeira dos conservadores na constituinte. Por trás do trabalho de desmoraliação visando a revisão de 1993, havia não apenas a concepção de regresso dos conservadores, como também a manifestação do preconceito contra a política e a má qualidade da representação. Veio daí o discurso da reforma como se os códigos eleitorais filtrassem caráter. Esse sentimento antipolítico que desde sempre é da classe média conservadora foi absorvido pelo PT no seu nascedouro. O PT nasce com uma visão muito antipolítica, contra as instituições representativas.
E no que a adesão do PT à bandeira da reforma política levou esse povo todo para a rua?
Wanderley Guilherme: Essa concepção de que há alguma coisa errada na política que tem que ser resolvida por uma reforma foi alardeada pelo PT sobretudo depois da ação penal 470. Como escapismo. Incorreu no erro ao cubo de defender uma assembleia constituinte exclusiva. De onde é que eles imaginam que viriam os eleitores e os candidatos dessa constituinte? Vão buscar eleitores na Suécia e constituintes na Islândia? Essa bandeira acabou entrando na cultura política do país. De tal modo que tanto nas passeatas do dia 13 quanto naquelas do dia 15 todos se diziam favoráveis a uma reforma política sem fazer ideia do que significa isso. Isso intoxicou a opinião do público educado com a ideia falaciosa e ilusionista de que os problemas existentes no país são consequência automática das instituições políticas. Isso é falso e fraudulento. Leva as pessoas a não terem mais respeito nem se sentirem mais responsáveis pelas estruturas existentes.
O PT foi engolido pelo seu próprio discurso de reforma das instituições?
Wanderley Guilherme:Sim, foi engolido pelo discurso conservador, dada sua origem comprometida com a ideologia da classe média ascendente. Não quero ser reducionista, mas o fato de ter surgido dentro de uma ditadura, quando a política era um mal, contribuiu para o PT ter uma concepção absolutamente virgem, angelical e juvenil de quem nunca fez política na vida.
É nesse sentido que o PT e o PSDB viraram as duas metades de uma mesma laranja?
Wanderley Guilherme: Talvez. para o PSDB, como para a UDN, a política é um mal, você faz porque não tem outro jeito. O que não quer dizer que as lideranças sejam autoritárias, mas a base de sustentação eleitoral do conservadorismo topa o autoritarismo numa boa. Pode enjoar, sobretudo se sofrer, mas topa. Isto contribuiu para um ruptura de crença e de respeitabilidade entre a opinião pública de todos os matizes e as instituições. O PT colaborou para isso insistentemente para isso durante a campanha e agora. Chegamos ao ponto em que, depois de todo esse desgaste, o poder causal das instituições está erodindo. O grau de indeterminação está muito elevado. Não se sabe mais se as instituições vão produzir o que se espera delas.
E o sr. acredita que foi a expectativa gerada em torno da reforma política que gerou isso?
Wanderley Guilherme: São expectativas que fazem com que qualquer coisa que aconteça seja insuficiente. Não se sabe como o Congresso vai se comportar daqui para frente. O poder causal da medida provisória, por exemplo, não está funcionando. Não acredito que quem organiza essa esterilização do Executivo a partir do Legislativo tem condições de fazer com que a instituição funcione com poder causal.
Mas no Judiciário esse poder causal não está funcionando?
Wanderley Guilherme: No Judiciário também não se sabe muito bem o que vai acontecer daqui para frente. Não dá para julgar o comportamento que os ministros terão a partir de como se comportaram no passado. Eles mudam de opinião. As instituições são preditivas. Mas nem isso está acontecendo.
Por que todos os partidos aderem de maneira tão inequívoca ao discurso da reforma política?
Wanderley Guilherme: Por que assim eles se safam. Podem dizer ‘o problema não sou eu é a legislação eleitoral’. É um discurso ótimo para a elite política. É inominável do ponto de vista do amadurecimento político de um povo quando uma liderança promove esse tipo de propaganda sistemática. Eles, no fundo, sabem que não é isso. Não é por causa do sistema eleitoral que os deputados do PT até agora indiciados receberam propina por conta da atitude benevolente das empreiteiras que os queriam premiar com facilidades para a campanha eleitoral. As empreiteiras e os quadros da Petrobras não roubaram para fazer benesses. Corromperam a classe política para roubar. O que é muito diferente.
O sr. disse que o PT também se equivocou em relação ao PMDB, mas o partido não tem sido um entrave?
Wanderley Guilherme:O PMDB foi, mais uma vez, na esteira desse preconceito antipolítico, apontado como o mal do parlamento, por fisiológico e clientelista. Isso nunca foi exclusivo do maior partido de centro do país. Essa antipatia foi absorvida pelo PT ao ponto de convidar o PMDB na vice e montar uma estratégia para sua liquidação. O Executivo está recebendo o que plantou tanto na reforma política, que está sendo liderada pelo PMDB quanto no resto. Que seja bonito ou feio é o que temos. E o que você tem que fazer é liderar o PMDB e domesticá-lo para que o partido se comporte de acordo com sua pauta de valores e não aliená-lo e colocá-lo no campo oposto. O PT não aguenta o rojão nem é tão puro assim. Como também não o são seus aliados PP e PR que continuam na base o governo. Aliás, o governo continua cheio de bandidos como todo mundo sabe.
Essa fixação no PMDB oculta a falência do PT em lidar com a corrupção?
Wanderley Guilherme: Do PT e da sociedade. Os problemas burocráticos que há no país se resolvem com despachantes. O despachante é o Fernando Baiano da classe média. É ele quem é o intermediário dos ilícitos e dos bodes colocados pela burocracia para serem resolvidos. A população não vê isso como corrupção. A passeata de 15 de março era de profissionais liberais, médicos, advogados, dentistas, desenhistas, eletricistas. Todos sonegadores. Não é uma corrupção diferente daquela da empreiteira. É parte de uma cultura política atrasada, mas ninguém está livre dela.
Mas não há uma diferença de escala?
Wanderley Guilherme: Essas relações espúrias foram ficando mais complexas. Na Primeira República o ilícito era interferir para nomear o juiz de paz, a professora e o delegado. Depois veio o empreguismo e a política da caixa d’água. Com o Plano de Metas de JK abriu-se possibilidade para um tipo de ilícito de muito maior porte nas obras públicas. Não tenho a menor dúvida de que muitas obras custaram mais do que deviam . As oportunidades aumentaram consideravelmente. E isso continuou acontecendo durante a ditadura com suas obras faraônicas. Chegamos aos últimos 12 anos com taxas de desenvolvimento bastante evidentes, com grandes obras de todo tipo, hidrelétricas, pré-sal.
Dito assim, a corrupção não parece inevitável?
Wanderley Guilherme: Não estou dizendo que esse é um problema do capitalismo, mas da escassez. Há tribos que roubam mulheres. Na União Soviética as estudantes universitárias se prostituíam por uma calça jeans. Onde há um bem escasso há problemas de comportamento fora das normas vigentes. Não estou dizendo que seja inevitável, tem que prevenir e punir.
Mas não é isso que o Judiciário está demonstrando?
Wanderley Guilherme: Sem o Ministério Público o que aconteceu na Petrobras não teria como ser descoberto. O que eu reclamo dos procuradores é que eles existem desde a Constituição de 1988 com plenos poderes, mas foram negligentes antes de o PT chegar ao poder.
O procurador-geral que não era escolhido entre os mais votados influenciou nisso?
Wanderley Guilherme: Era o período do [Geraldo] Brindeiro, que engavetava tudo, mas eles têm autonomia. Não foi o [Rodrigo] Janot quem fez isso, foram os procuradores com um juiz. Janot só soube depois. Deixaram se avolumar um problema que vem de longe. É o procurador que é o vigia desse negócio, não é o sistema eleitoral.
Não foi uma sociedade mais vigilante que produziu esse MP mais ativo?
Wanderley Guillherme: Acho que temos sido, na verdade, lenientes. Se você ficar um mês numa repartição você sabe onde tem problema. Qualquer chefe de seção da Petrobras sabia da corrupção. É impossível não saber, mas é preciso não transformar isso na epistemologia do crime. Saber não implica cumplicidade. O problema não é saber ou não saber. O problema é o fato. A cultura política brasileira é muito a favor da delação e despreza o delator. Ninguém faz nada pela absoluta inconsequência da denúncia.
É aí que tem uma insuficiência institucional, na proteção de quem delata?
Wanderley Guilherme: Veja que isso não tem nada a ver com o sistema eleitoral. As ouvidorias ainda são muito fajutas. Nos Estados Unidos o governo chega até a pagar a quem denuncia certos crimes. Não protegemos os bons funcionários dos ladrões. Todo o sistema produtivo, do privado ao estatal, tem problemas. Agora não tenho dúvidas de que, quando começou o problema da Petrobras o Executivo tinha que ter ampliado a investigação para todo o governo.
Mas isso não comprometeria o projeto de poder do PT?
Wanderley Guilherme: Não sei, mas o partido não seria o sócio disso que está acontecendo. Não tem obra pública no Brasil que não esteja contaminada. Não sei quem são os Pedro Barusco e Paulo Roberto Costa de outras instituições mas não tenho dúvida de que existem. Ficaria felicíssimo se descobrissem. O banquete de escândalos servidos diariamente à direita não justifica nenhuma solidariedade ou hesitação da esquerda em relação a bandidos.
Sem mudar a cultura das corporações uma reforma do financiamento de campanha, por exemplo, vira letra morta?
Wanderley Guilherme: As pessoas esquecem que toda legislação positiva indica, subliminarmente, os meios de transgredi-la. a questão maior está em mecanismos de prevenção e de punição, os quais, por sua vez, também indicarão subliminarmente os meios. Ou seja, independente do valor abstrato das leis, a vigilância e repressão de ilícitos devem recair sobre seus operadores. Agora tem um problema aí que é o do marketing eleitoral. Não dá mais para aceitar uma campanha sem teto de gastos.
Um teto implica também em mudança de formato…
Wanderley Guilherme: Não precisa fazer show. Esses marqueteiros não sabem nada. É um absurdo que tenham assento no conselho político da Presidência. João Santana fez uma campanha cara e ruim que quase derrotou Dilma. Coisa de mau gosto, mórbida, com aquelas pessoas no caminhão se vendo no passado. Dilma ganhou por uma diferença muito pequena em grande parte por causa da militância que foi às ruas nos últimos dias assustada com a chance de derrota.
O sr. aponta uma falta de liderança na esquerda para reverter esse rumo tomado pelo governo. Lula não é mais uma liderança?
Wanderley Guilherme: Não. Ele entrou nesse desgaste geral. Em parte por culpa dele que fica falando o tempo todo que a política não vale nada. O que não quer dizer que tudo esteja perdido, mas ele perdeu sua capacidade de liderança. Isso tem que ficar claro. Suas convocatórias já não estão sendo atendidas como eram. Permitiu que o centro passasse a ser liderado pela direita. A esquerda está sem liderança. Não se pode deixar de reconhecer a surpresa que foi o início de governo. Uma completa reformulação do que foi dito até o último comício. Foi um choque.
Foi esse choque que liquidou a capacidade de a esquerda liderar?
Wanderley Guilherme: Sem dúvida. Acho que a presidente não tem mais liderança. Houve uma ruptura muito grande entre a base social da esquerda e sua liderança. Ruptura essa que tenho dúvidas de que consiga recuperar. Não adianta o que a presidente faça que a direita não vai ficar quieta. Gostou do jogo, como se diz no futebol.
O jogo não é derrubá-la?
Wanderley Guilherme:Só se algo de extraordinário acontecer. Sem o PMDB não se derruba ninguém. O partido é a fiança do não-impeachment.
 Com uma esquerda acéfala seu ciclo caminha para o fim?
Wanderley Guilherme: Não sei. Essas lideranças atuais acredito que sim. O que não significa que não haja perspectiva para a esquerda. O PT pode cansar de sangrar e exigir mudanças na política econômica e na correlação de forças do governo. Pode ser movido pelo instinto de sobrevivência mas vai depender da luta interna. Se o partido se consumir nela, que é irrelevante, não terá condições de reagir.
O sr. classificou o mensalão de julgamento de exceção, depois dele não haveria outro igual. O petrolão não é um desdobramento?
Wanderley Guilherme: O mensalão, de fato, foi um processo de caixa 2 com muito desvios. Agora é roubo com formação de cartel, aditivo e licitação manipulada. Para fazer isso, eles têm que comprar político. O caixa 2 não é compra de político. Lá houve condenações em prova e teses absurdas como a do domínio do fato ou a do [Carlos] Ayres Brito que o réu tem que provar que não sabia. Agora não precisa mais violentar a lei.
O que pode vir de um país em que o único poder com causalidade é o Judiciário?
Wanderley Guilherme: Espero que o sistema se recomponha a partir do Executivo, colocando criminoso para fora do governo. Isso não compromete as instituições. Por outro lado, não vejo a oposição ir além da batucada. Não tem projeto porque o governo está executando o programa deles. O que é o PSDB hoje? Um túnel no fim da luz.
Se o PSDB não tem capacidade de canalizar insatisfações como a do dia 15 quem o fará?
Wanderley Guilherme: É hora de aparecer um oportunista.
Joaquim Barbosa?
Wanderley Guilherme: Pode ser. Um oportunista capaz de galvanizar direita e esquerda. Acho que não é jogo para Marina. Esse negócio todo colocou todo mundo sub judice. É uma situação favorável ao aparecimento de oportunistas competitivos. Se serão capazes de levar essa insatisfação a algum lugar é outra questão mas eles vão aparecer e confundir o quadro da sucessão. Não tenho dúvidas de que a sucessão não vai ser só PT e PSDB.
A conjuntura é comparável àquela que se sucedeu à operação ‘Mãos Limpas’ na Itália que deu lugar a Silvio Berlusconi?
Wanderley Guiherme: Não conheço nem gosto de comparar. São as forças telúricas de nossa política que definem. Ninguém faz nada porque a Itália fez. Nosso problema é complicado porque a liderança da oposição é fraca. Os conservadores atuais são medíocres e agressivos no vocabulário. A esquerda também é, mas para quem precisa competir e mostrar a diferença tem que ter mais. As pessoas podem ter um papel causal que as instituições perderam. É o momento da virtu.
E o sr. distingue lideranças virtuosas nesse processo?
Wanderley Guilherme: Não. Todo mundo está perdendo capital aceleradamente.
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