sábado, 31 de agosto de 2019

ANÁLISE LATINO AMERICA: AS FARC REARMADAS


A guerrilha mais antiga do mundo, as Farc, voltam a pegar em armas na Colômbia
POR : *Anamaría Vargas Turriago é colombiana, antropóloga pela Universidade Nacional da 
Colômbia, especialista em Epistemologias do Sul da CLACSO. Mestranda em Ciências Sociais da 
PUCSP.
**Vinicius Sartorato (@vinisartorato) é jornalista e sociólogo. Mestre em Políticas de Trabalho e 
Globalização pela Universidade de Kassel (Alemanha)
Nesta quinta-feira (29) a Colômbia acordou com notícias desconcertantes: após três anos de assinatura do Acordo de Paz com os guerrilheiros das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), vários dos ex-membros declaram publicamente que retomarão a luta armada.
O porta-voz conhecido como Iván Márquez, que foi o negociador dos acordos de paz em Havana, e também Jesús Santrich, entre outros líderes históricos da guerrilha que em 2018 e 2019 estiveram envolvidos em uma disputa legal que terminou com seu desaparecimento em junho de 2019, são alguns dos que anunciaram que pegarão em armas novamente.
No vídeo que circula na internet e que foi publicado pela mídia mais importante do país, Iván Márquez fala sobre os motivos que levaram ele e seus companheiros a tomar essa decisão: segundo eles, desde a assinatura do acordo com o então presidente Juan Manuel Santos, o governo que o sucedeu não cumpriu sua parte com as FARC e as vítimas do conflito.
Segundo os mesmos, durante a seção final do documento, o governo modificou unilateralmente o tratado e durante sua implementação, muitos dos compromissos não vem sendo respeitados, entre os quais a distribuição de terras aos camponeses e a participação das vítimas nos governos regionais. As milícias recém-agrupadas das FARC pedem um novo governo para construir um novo acordo, com o intuito de chegar a uma paz estável.
Com base nessas declarações, é possível afirmar que o retorno às armas pelos guerrilheiros responde à falta de compromisso do governo?
Desde a assinatura do Tratado de Paz em setembro de 2016, houve mais de 620 assassinatos de líderes sociais no país, com semanas macabras que passaram a ter um líder morto por dia.
Entre os ex-guerrilheiros assassinados somam-se mais de 150, o que indica que, embora tentem estudar, empreender economicamente ou praticar esportes, o governo não priorizou sua proteção, faltando, desta forma, com sua responsabilidade no acordo.
O atual governo de Ivan Duque, de extrema direita, e seu partido, que em uma piada populista cruel se autodenomina “Centro Democrático”, cumpriram sua promessa de campanha de não respeitar o acordo que foi elaborado. O mandatário se opôs a vários artigos do acordo e dificultou a implementação de vários elementos do tratado, como a jurisdição especial, necessária para qualquer cessar-fogo.
Por outro lado, a participação política das FARC foi estigmatizada e limitada pelo partido do governo, apresentando como exemplo uma ocasião em que o ex-presidente e senador Álvaro Uribe Vélez declarou em uma discussão acalorada com um senador opositor que preferia ver um guerrilheiro com um rifle do que “difamando” no congresso.
Então, o anúncio de retomar a luta armada não significa romper a paz, pois ela já estava quebrada. A paz não é o abandono de armas, mas é o trabalho pela justiça social e igualdade de oportunidades, respeito pela diversidade humana e ambiental. Nesse sentido, o compromisso e a vontade do governo foram quase nulos, tornando esta notícia uma “morte anunciada”, como é intitulado um dos livros mais famosos de Gabriel García Márquez.
Frequentemente, espera-se que os grupos “minoritários”, aqueles “outros” em relação à hegemonia do poder, se comportem de maneira totalmente impecável, porque, ao menor erro, são condenados. Enquanto isso, os erros, as más intenções e a corrupção dos detentores do poder são ignorados porque possuem o monopólio do uso legítimo da violência. É ingênuo, e até cínico, esperar que ex-guerrilheiros esperem sentados enquanto suas garantias não forem cumpridas, especialmente se entre elas estiver a própria vida.
As notícias de hoje são lamentáveis ​​e a decisão desses setores guerrilheiros é equivocada. O partido do governo aproveitará esse infortúnio para criar uma oportunidade e retornar a tempos de conflito que são tão lucrativos do ponto de vista ideológico, já que nada contribui tanto para a “unidade nacional” como um inimigo comum. Por sua vez, Rodrigo Londoño, líder do partido das FARC no Congresso, diz que a maioria dos ex-guerrilheiros reafirma sua disposição de buscar participação política longe de armas. Iván Cepeda, congressista de esquerda desde 2010, pede aos cidadãos que não considerem isso um fracasso do processo de paz, mas um retrocesso e um convite ainda maior para a construção de uma paz final.
É assim que a Colômbia acordou ontem, vendo sua ferida aberta e que segue sangrando há mais de 55 anos.

Equipe do Ibama é atacada a Tiros por Terroristas em operação perto de área indígena no Pará

Uma equipe de fiscalização do Ibama foi alvo de tiros por parte de garimpeiros durante operação de 
fiscalização na sexta-feira, perto da Terra Indígena Ituna/Itatá, em Altamira, no Pará, e homens da 
Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança Pública, que davam apoio à operação, revidaram.
Ninguém ficou ferido na troca de tiros, e os garimpeiros, que se esconderam na mata com a chegada 
dos fiscais, não foram presos. Os agentes do Ibama destruíram duas retroescavadeiras e três motores 
usados no garimpo, de acordo com Hugo Loss, coordenador do Ibama responsável pela operação, 
acompanhada por uma equipe da Reuters.
"Eles (garimpeiros) se esconderam no mato e dispararam contra a equipe", disse Loss à Reuters por 
telefone, acrescentando que o desmatamento tem aumentado significativamente na região, 
especialmente nessa reserva indígena que, de acordo com o coordenador, teve 10% de sua área 
desmatada somente neste ano.
Loss afirmou que um aumento expressivo da grilagem de terras na área indígena impulsionou a alta 
de desmatamento na reserva Ituna/Itatá que, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), é 
destinada a índios isolados, engloba os municípios de Altamira, Anapu e Senador José Porfírio e 
ocupa uma área de 142.402 hectares.
De acordo com Loss, a demarcação dessa área foi uma das condicionantes para permitir a construção 
da usina hidrelétrica de Belo Monte. A reserva é de restrição de uso, o que significa que nenhuma 
atividade pode ser desenvolvida na região, e a demarcação visa proteger índios isolados, cujos sinais 
de presença foram detectados durante a construção da usina.
O garimpo, alvo da operação com troca de tiros nesta sexta, fica a cerca de 50 quilômetros da área 
indígena, disse o coordenador do Ibama.
"Essa demarcação da terra (Ituna/Itatá) é feita com base em um decreto presidencial. Com a alteração 
toda que houve na orientação da política ambiental, criou-se uma expectativa de regularização, de 
desregulamentação dessa terra, de desfazimento desse decreto", disse Loss.
"Então a grilagem aumentou muito forte lá dentro dessa expectativa. Isso causou o aumento drástico 
do desmatamento naquela área."
O presidente Jair Bolsonaro, que vem sofrendo pressão internacional por causa do aumento do 
desmatamento e das queimadas na Amazônia, é crítico ferrenho da demarcação de terras indígenas. 
Segundo ele, as demarcações visam "inviabilizar" o Brasil.
Bolsonaro, que já disse várias vezes que não assinará a demarcação de nenhuma nova área indígena 
em seu governo, defendeu na manhã de sexta-feira a revisão das demarcações já feitas, apontando 
suspeitas de fraudes, sem dar detalhes.
APOIO POLICIAL
Com a pressão internacional sobre o governo brasileiro por causa da Amazônia, Bolsonaro editou 
um decreto de garantia da lei e da ordem para que militares das Forças Armadas ajudem no combate 
às queimadas na floresta. O governo também enviou a Força Nacional de Segurança Pública para 
auxiliar no combate ao desmatamento.
Loss disse que, com essas duas medidas, as equipes de fiscalização do Ibama voltaram a ter 
condições de realizar operações no Pará. De acordo com o coordenador do Ibama, a Polícia Militar 
do Estado não vinha oferecendo apoio às equipes.
"Desde maio, a gente não tem apoio da Polícia Militar do Estado do Pará", disse Loss.
"Somente agora que o desmatamento e o fogo foram realmente reconhecidos como alarmantes, é que 
houve o decreto da GLO, e com isso a gente conseguiu condições para poder operar aqui nesta área", 
afirmou. "Nesta área a gente tinha operações programadas em junho e julho, mas a gente não 
conseguiu executar as operações nesta área em que a gente está hoje por falta de apoio."
Segundo o coordenador do Ibama, as autoridades paraenses alegavam que era necessário um acordo 
de cooperação técnica com o Ibama, que não foi assinado, para fornecer apoio às equipes.
"Mas esse acordo nunca foi necessário anteriormente. Os termos do acordo não evoluíram na 
negociação e assim a coisa foi ficando travada", disse Loss.
Procurada, a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) negou, por 
meio da assessoria de imprensa, que a PM paraense tenha deixado de dar apoio às equipes de 
fiscalização do Ibama.
O órgão disse que, desde o início do ano, tem buscado fechar um termo de cooperação com o Ibama 
para dar respaldo jurídico aos policiais que dão apoio às operações, e que acordos deste tipo foram 
fechados com outros órgãos federais, como a Funai e o ICMBio. A secretaria ressalvou, no entanto, 
que a falta do termo não impediu a PM de dar apoio ao Ibama.
De acordo com nota da secretaria, nos dias 21 e 25 deste mês, as polícias civil e militar do Pará 
participaram, junto a outros órgãos como o Ibama, de operações que resultaram na apreensão de 
madeira, equipamentos usados no desmatamento, armas de fogo e na destruição de acampamentos 
clandestinos.
Documentos obtidos pela Reuters nesta semana mostraram que o Ibama alegou ao Ministério 
Público Federal (MPF) que não teve o respaldo necessário da Polícia Militar do Pará para evitar a 
realização no dia 10 de agosto do chamado "dia do fogo", quando foi registrado, segundo dados 
oficiais, um aumento no número de focos de incêndio no sudoeste paraense.
Na ocasião, a Segup disse em nota que mantinha o apoio às equipes de fiscalização e que "somente 
nos sete primeiros meses de 2019, mais de 70 fiscalizações foram deflagradas com a integração entre 
as instituições, o que será massificado durante o segundo semestre deste ano".
Em entrevista à Reuters nesta semana, o procurador da República, Ricardo Negrini, disse que os 
danos ambientais gerados pelo "dia do fogo" poderiam ter sido parcialmente evitados com um 
suporte policial para a ação que o Ibama pretendia fazer antes do ato.
O procurador disse ainda que, a despeito do suporte ou não da polícia nesse tipo de ação, os efetivos 
para operações de fiscalização de meio ambiente tanto no âmbito estadual como federal são 
insuficientes.

VIDEOS SHOWS: SERENATA PARA DELTAN

Vídeo: TromPTista e vigília Lula Livre fazem ato em frente ao 
condomínio de Dallagnol

VÍDEO – Mano Brown enquadra plateia em Curitiba: 
“Ninguém votou no cara aqui? O juiz é de onde, mesmo?”
VÍDEO – Glenn revela que Jornal Nacional, da Globo, atuava 
como parceiro da Lava Jato

Humorista Gustavo Mendes Expulsa Bolsominions de Show em Minas Gerais


Em Teófilo Otoni/MG, alguns fascistas tentaram censurar o show do Gustavo Mendes. Sabe o 
que ele fez? Tocou todos para fora e devolveu o $$ do ingresso. É isso: não há diálogo com 
imbecis. Parabéns!
Por Redação
O humorista Gustavo Mendes, famoso por interpretar a ex-presidenta Dilma Rousseff em seu canal 
no YouTube, não se intimidou com gritos e provocações e colocou para fora um grupo bolsonaristas 
que o atacava durante show em Teofilo Otoni (MG). O trio, que gritava para Mendes “fazer show na 
África”, teve seu dinheiro ressarcido.
Enquanto fazia piadas sobre a tensa relação de Emmanuel Macron e a União Europeia com o 
governo brasileiro, o comediante foi alvo de xingamentos por parte do trio. “Eu não tô entendendo, o 
que está aconteceu?”, questionou.
Os incomodados diziam que “pagaram para ouvir piada” e não política e tentaram censurar o humor 
politizado de Gustavo Mendes, uma marca do comediante.
Ele ainda tentou continuar o show, mas as manifestações não cessaram. “Ué, você pode ir embora. 
Que é? É você mesmo. Pode levantar, pode ir embora. Poder ir embora, devolvo seu dinheiro”, disse.
“Eu não tenho problema nenhum em expor opinião política quando expõem opinião política contra 
mim, entendeu? Só que eu…”, dizia Mendes quando foi interrompido mais uma vez. “Levanta 
aquele meiozinho ali, levanta vocês três. Eu devolvo o dinheiro de vocês, eu quero vocês fora: 
tchau”, finalizou.
Em Teófilo Otoni/MG, alguns fascistas tentaram censurar o show do Gustavo Mendes.
“Vai fazer show na África!”
“Paguei para você contar piada!”
Sabe o que ele fez? Tocou todos para fora e devolveu o $$ do ingresso.
É isso: não há diálogo com imbecis. Parabéns!

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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

REJEIÇÃO A BOLSONARO DISPARA E ATINGE 40%!


Entre abril e agosto deste ano, a avaliação negativa de Jair Bolsonaro como presidente saltou de 26% para 40% dos eleitores consultados em pesquisa nacional Vox Populi, enquanto a aprovação caiu de 26% para 23%, junto a uma queda de 39% para 35% dos que consideram seu desempenho “regular”. Apenas 2% não responderam à questão. A reprovação representa a soma dos que consideram o desempenho “ruim” (13%) e “péssimo” (27%, ou mais de um quarto dos pesquisados), enquanto a aprovação soma apenas 18% de “bom” e 5% de “ótimo”.
A reprovação à maneira como o presidente faz política, às ideias que defende e ao modo como se relaciona com as pessoas e os opositores, o chamado “bolsonarismo”, aumentou de 30% para 47%, ou quase metade dos pesquisados. A aprovação ao “bolsonarismo” despencou de 30 para 23% no mesmo período, enquanto os que se consideram “neutros” nessa questão passaram de 30% para 27%. Só 4% não responderam à questão. Lulacontinua sendo o melhor presidente para 50% das pessoas.
Clique aqui e acesse a íntegra da pesquisa
A queda expressiva da avaliação do desempenho de Bolsonaro verifica-se em todas as regiões e segmentos de sexo, idade, renda, escolaridade e religião, segundo o levantamento que ouviu 1.987 pessoas em 119 municípios entre 23 e 26 de agosto. A pesquisa, contratada pelo PT, tem margem de erro de 2,2% e capta os impactos da aprovação da reforma da Previdência na Câmara, a crise das queimadas na Amazônia e os ataques do presidente aos governadores do Nordeste.
O pior desempenho do presidente se verifica no Nordeste (47% de negativo, 18% positivo e 32% regular), seguido do Sudeste (37%, 27% e 34%, respectivamente) e Norte/Centro-Oeste (35%, 22% e 41%). No Sul há praticamente um empate (29%, 32%, 34%). A reprovação a Bolsonaro entre homens cresceu de 29% para 35% e, entre mulheres, de 31% para 44%. Entre jovens, saltou de 29% para 40%; entre adultos, de 26% para 41%, e cresceu de 29% para 33% entre pessoas de idade madura.

A reprovação cresceu de 34% para 40% entre pessoas com ensino fundamental, de 26% para 39% entre as com ensino médio, e de 28% para 39% no ensino superior, tornando-se praticamente igual em todos os níveis de escolaridade. Entre pessoas de baixa renda saltou de 32% para 43%; na faixa de renda média, de 27% para 37%, e de 23% para 36% na renda alta. Entre os que se declaram católicos, a reprovação saltou de 33% para 42%. Entre os que se declaram evangélicos, a reprovação aumentou de 21% para 31%, empatando com a aprovação, que variou de 29% para 31%, com queda de 42% para 36% no “regular”.
Entre abril e junho, foi de 57% para 59% a percepção de que “o Brasil está no caminho errado”, enquanto passou de 33% para 31% a opinião de que o país está “no caminho certo”, com 10% que não responderam ou não sabem. 52% se declaram insatisfeitos em relação ao Brasil e 15% estão “muito insatisfeitos”, somando 67% de insatisfação, número semelhante aos 70% de abril. Os que se dizem satisfeitos são 29% e os “muito satisfeitos” são 2%, somando 31% (29% em abril).
Bolsonaro x Lula
Comparando o governo atual e os anteriores, para 62% das pessoas o governo do ex-presidente Lula foi aquele em que tiveram “melhores condições de vida: emprego, maior renda, menor inflação, etc.” Apenas 5% consideram que Bolsonaro proporciona melhores condições de vida. Lula é considerado o melhor, por esse critério, até entre eleitores de Bolsonaro (32% contra 16% que dizem que o melhor governo é o atual). Para 50%, Lula é o melhor presidente que o país já teve. Seu governo foi positivo para 62%, regular para 23% e negativo para apenas 13%.
A Vox perguntou qual o sentimento “como pessoa” em relação a Lula, Bolsonaro e FHC. 30% disseram “gostar muito” de Lula, 11% de Bolsonaro e 5% de FHC. 23% disseram gostar “um pouco” de Lula, 20% de Bolsonaro e 18% de FHC. 22% “não gostam nem desgostam”de Lula, 24% de Bolsonaro e 38% de FHC. Os que “não gostam mas não chegam a detestar” Lula são 16%; de Bolsonaro, 23%, e de FHC, 17%. E os que dizem que “detestam, não gostam de jeito nenhum” de Lula são 8%; de Bolsonaro, 21%, e de FHC, 16%.
Em relação à pesquisa de abril, o percentual dos que gostam (muito + um pouco) de Lula como pessoa cresceu de 48% para 53%, o dos que não gostam nem desgostam passou de 26% para 23%, e o dos que não gostam (não chegam a detestar + detestam) permaneceu em 23%. Os que detestam ou não gostam de Bolsonaro como pessoa saltaram de 28% para 44%, os neutros caíram de 33% para 24% e os que gostam muito ou um pouco passaram de 18% para 30%.
Novo julgamento para Lula
A pesquisa também captou o sentimento da população sobre os diálogos entre Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato, revelados pelo site The Intercept Brasil e outros veículos desde 9 de julho. Apesar da censura da Rede Globo, 53% disseram ter tomado conhecimento dos diálogos em que Moro orienta a ação dos procuradores e revelam outras irregularidades proibidas por lei. Para 47% das pessoas pesquisadas, “Moro agiu de forma incorreta”, enquanto para 26% ele “agiu corretamente”, e 27% não sabem ou responderam à questão.

Com base no que a imprensa divulgou, a Vox perguntou se Lula “deveria ter direito a um novo processo sem irregularidades, para que seja averiguado se ele cometeu ou não algum crime; ou a sentença deve ser mantida e ele continuar preso?”. 53% responderam que Lula “tem direito a um novo processo e um julgamento sem irregularidades”, enquanto 35% disseram que “deve ser mantida a sentença atual e ele deve continuar preso”. 12% não souberam ou não responderam.
“E, na sua opinião, o que o Supremo Tribunal Federal deveria fazer: anular a condenação e mandar soltar o Lula, abrindo um novo processo; ou manter a condenação e a prisão dele”, perguntou a Vox Populi. 47% responderam que o STF deve “anular a condenação e mandar soltar o Lula, enquanto 37% disseram que o STF deve “manter a condenação e a prisão de Lula”. 15% não responderam ou não souberam.
A Vox voltou a perguntar se a condenação e a prisão de Lula ocorreram por motivos políticos ou se foi um processo normal. O número de pessoas que dizem que a condenação foi política cresceu de 55% para 58% em relação à pesquisa feita em abril. Os que consideram a condenação normal caiu de 37% para 34% no mesmo período, permanecendo iguais os 8% que não responderam ou não souberam.
A avaliação de que Lula “cometeu erros, mas fez muito mais coisas certas pelo povo e pelo Brasil” passou de 65% em abril para 68% em agosto, enquanto passou de 30% para 28% o percentual dos que dizem que o ex-presidente “errou muito mais do acertou”.

GRANDE BANCO NÓRDICO SUSPENDE COMPRA DE TÍTULOS BRASILEIROS


A divisão de gestão de ativos do Nordea, um dos maiores bancos nórdicos, anunciou nesta sexta-
feira 30 a suspensão da compra de títulos do governo brasileiro.
É mais uma resposta internacional à devastação da Amazônia sob o governo Bolsonaro.
Segundo a Exame, a Nordea Asset Management contabiliza em aproximadamente 100 milhões de 
euros a sua exposição atual a títulos soberanos brasileiros.
Thede Ruest, chefe de dívida dos mercados emergentes da Nordea, disse à agência Reuters:
“Estamos adotando uma quarentena temporária para títulos do governo brasileiro denominados em 
dólar e real, o que significa que não há compras adicionais e apenas ações potenciais de venda".
A Nordea Asset Management, com sede em Helsinque, tinha 205 bilhões de euros em ativos totais 
sob gestão no final de 2018.
E não para por aí.
O KLP, fundo de pensão norueguês que tem mais de 80 bilhões de dólares em ativos sob gestão, 
também tomou medidas contra a destruição da Amazônia: nesta semana, anunciou que estava 
entrando em contato com empresas dos Estados Unidos que fizeram negócios significativos com 
produtores agrícolas brasileiros, como Bunge, Cargill e Archer Daniels Midland, para solicitar 
"ações concretas". O KLP investiu em ações e títulos dessas empresas o equivalente a 51 milhões de 
dólares.
Vale lembrar que, em agosto, a Noruega suspendeu doações para o Fundo Amazônia, do qual era o 
maior doador, tendo aportado cerca de 1,2 bilhão de dólares ao longo de mais de uma década.

INTEGRA DA ENTREVISTA DE LULA Á BBC


Em entrevista concedida à BBC, o ex-presidente Lula falou sobre a Lava Jato, a conjuntura política 
nacional, a crise na Amazônia e também sobre temas como a "facada" em Jair Bolsonaro na disputa 
presidencial de 2018. O que está acontecendo agora, uma parte das queimadas, é proposital. Já saiu 
na imprensa que o Ministério Público do Pará avisou ao Ibama com três dias de antecedência que por 
zap (WhatsApp) os fazendeiros estavam preparando o Dia do Fogo. E não foi tomada nenhuma 
atitude. Eu queria te lembrar uma coisa, pega os discursos do Bolsonaro e do governo dele, eles 
acham que têm que acabar com terra indígena, acabar com terra de quilombo, que tem que acabar 
com reserva (florestal). É um absurdo", disse ele, sobre a Amazônia.

Bolsonaristas ameaçam de morte jornalista que denunciou o “Dia do Fogo”, no Pará


Adécio Piran
Da Redação
Adécio Piran é jornalista e proprietário do jornalFolha do Progresso, que circula no município de 
Novo Progresso, sudeste do Pará.
Em 5 de agosto, ele publicou reportagem denunciando o Dia do Fogo: Produtores planejam data para 
Adécio já alertava (os negritos são do jornalista):
Até o fim de 2019, número de focos de queimadas deve ser recorde no país, a maior parte deles na 
Amazônia. Ocorrências já alertam para o maior numero da história.
Amparados pelas palavras do Presidente Bolsonaro, produtores e/ou criadores da região da BR 163, 
eles planejam a data de 10 de agosto para acender fogos em limpeza de pastos e derrubadas.
Naquele final de semana, o Folha do Progresso havia conversado com uma das lideranças de 
produtores rurais da região e descobriu que planejavam uma ação para o dia 10 de agosto para 
chamar atenção das autoridades.
Essa liderança rural argumentou:
precisamos mostrar para o presidente que queremos trabalhar e o único jeito é derrubando [as árvores 
da floresta]; e para formar e limpar nossas pastagens é com fogo.
Com base nessa conversa, o Jornal Folha do Progresso publicou:
Os produtores e entidades ligadas ao setor articulam o dia 10 de agosto para incendiar as áreas 
desmatadas e fazer a limpeza de pastos. Alegam que os computadores que fazem as previsões 
(tempo) ainda não são precisos. 
Juntando essa informação mais os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Aeroespaciais (Inpe), 
Adécio concluiu:
O ano de 2019 deve entrar para a história como o período com maior número de queimadas já 
registradas no Brasil.
Na quarta-feira, 28/08, Adécio foi alvo de ameaças de morte.
Além disso, um folheto distribuído em Novo Progresso e postado nas redes sociais acusa-o de 
estelionato e de ser o responsável pelo incêndio criminoso contra a floresta Amazônica.
Nesta quinta-feira, 29/08, o Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor/PA) e a Federação 
Nacional dos Jornalistas (Fenaj) divulgaram nota.
Em nota, repudiam ” mais um atentado contra o exercício do jornalismo, da liberdade de imprensa e 
de expressão”.
Também pedem ao governo do Pará que adote “providências para garantir a integridade física e os 
direitos do jornalista Adécio Piran e que sejam identificados e punidos os autores das ameaças”.
Abaixo, a íntegra da nota.
NOTA: Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA) e a Federação Nacional dos 
Jornalistas (FENAJ)
O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA) e a Federação Nacional dos Jornalistas 
(FENAJ) manifestam repúdio, indignação e denunciam as ameaças feitas contra o jornalista 
ADÉCIO PIRAN, proprietário do jornal Folha do Progresso, que circula no município de Novo 
Progresso, no sudeste do Pará.
O jornalista publicou reportagem, denunciando o “Dia do Fogo”, ação criminosa contra a floresta 
amazônica praticada por produtores rurais da região. A notícia teve repercussão nacional e 
internacional.
Na quarta-feira (28), Adécio Piran foi alvo de ameaças nas redes sociais, com a postagem de um 
folheto que foi distribuído na cidade de Novo Progresso, onde é exibida a sua foto com um texto que 
o acusa de ser estelionatário e responsável por incêndio criminoso.
O jornalista também denuncia que os anunciantes do jornal Folha do Progresso estão sendo 
ameaçados e coagidos a retirar o apoio ao periódico, que está em circulação há 20 anos.
Por conta dessas ameaças, o jornalista registrou Boletim de Ocorrência (BO) na Unidade da Polícia 
Civil da cidade.
O Sinjor-PA e a FENAJ repudiam mais um atentado contra o exercício do jornalismo, da liberdade 
de imprensa e de expressão.
As entidades também pedem providências ao Governo do Estado do Pará e seus órgãos de Segurança 
Pública para garantir a integridade física e os direitos do jornalista ADÉCIO PIRAN e que sejam 
identificados e punidos os autores das ameaças.
Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará – Sinjor/PA
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ)

SEM GRANA, EXÉRCITO VAI CORTAR EXPEDIENTE


Contingenciamento do Guedes tirou dinheiro da Defesa!
O comandante do Exército Brasileiro, general Edson Pujol, autorizou que o expediente da força às 
segundas-feiras de setembro seja cortado.
O motivo? A falta de recursos...
Em maio, o Ministério da Defesa aderiu ao contingenciamento do Paulo Guedes e anunciou o corte 
Em consequência, no dia 17/VIII, o Exército adiantou a dispensa de um terço de seus recrutas(25 mil 
dos quase 80 mil jovens atualmente em serviço), enquanto a Marinha poderá abandonar sua 
participação na força de paz no Líbano.
Em mensagem enviada ao Alto Comando do Exército nesta quarta-feira (28/VIII), segundo a Fel-lha
o gal. Pujol autoriza a "supressão" dos trabalhos nos dias 2, 9, 16, 23 e 30 de setembro.
"O contingenciamento ora imposto impacta, de forma significativa, a capacidade de custeio do 
Exército, exigindo medidas severas para que seja possível honrar os contratos com concessionários e 
outras despesas inerentes à vida vegetativa da Força", diz o general.
No mesmo documento, também citando a necessidade de cortar custos, o comandante do Exército 
determina que seja mantido o meio-expediente nas sextas-feiras.
Desse jeito não vai ter grana para invadir a Guiana Francesa...
Em tempo: o orçamento do Exército para 2019 equivale a 54% do valor de 2015.
Em tempo2: sobre a foto do Bolsonaro em frente ao tanque...

ACHARAM O QUEIROZ !!! E NÃO FOI A PF DO BOLSOMORO


A descoberta do paradeiro de Fabrício Queiroz mobilizou as redes sociais, que lançam uma 
nova pergunta: Quem paga as contas do Queiroz? A notícia também gerou uma série de 
memes.
O sumiço dele não é por acaso. Está envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro que ocorria 
na Assembleia Legislativa do Rio quando o filho de Jair Bolsonaro era deputado estadua. Queiroz 
movimentou R$ 7 mihões em de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Coaf (Conselho de 
Controle de Atividades Financeiras).
Queiroz está tratando-se de uma neoplasia com transição retossigmoide, o mais comum entre os 
tumores de intestino. A revista informa: "O ex-assessor de Flávio Bolsonaro continua tendo acesso 
ao que há de melhor em termos de medicina para esse tipo de tratamento no Brasil. Tome-se como 
exemplo a unidade visitada por ele na segunda-feira 26. Inaugurado em 2013, o Centro de Oncologia 
e Hematologia do Einstein consumiu investimento de 32 milhões de reais em equipamentos. São 
quatro andares distribuídos por 6 500 metros quadrados. Oferece consultas e serviços na área 
oncológica, como quimioterapia e radioterapia. De acordo com uma pessoa próxima, Queiroz tem 
sofrido com novos sangramentos. Na hipótese mais benigna, pode ser culpa de alguma lesão no 
local, causada por tratamentos anteriores. Outra possibilidade, bem mais preocupante, é a de que seja 
um sinal da volta do câncer". A reportagem de Veja procurou o ex-caixa, mas ele recusou-se a falar. 
De acordo com a reportagem, "o entorno de Bolsonaro se refere à cúpula dos poderes no Rio com 
termos como 'organização criminosa' e 'quadrilha'. Desde que o caso eclodiu, bolsonaristas estão em 
campo para reunir informações desabonadoras sobre promotores e juízes envolvidos na investigação. 
Em conversas reservadas, Flávio costuma lembrar que, mesmo contra a vontade do pai, carregou 
Witzel nas costas durante a campanha eleitoral. Graças a sua ajuda, Witzel foi eleito e, uma vez 
empossado, retribuiu com traição. Tranquilo em relação a seu sigilo bancário, o senador diz que a 
investigação frustrou seus planos de trabalhar como um articulador do governo no Senado, deixando-
o numa posição defensiva. Apesar disso, ele não se coloca como o alvo preferencial da suposta 
conspirata. 'Querem atingir meu pai' é um dos mantras prediletos do primogênito. Flávio jura 
inocência e diz que não sabia da movimentação financeira milionária de Queiroz. Ele acrescenta que 
ignorava que o então assessor segurava parte dos salários dos colegas e que não tinha ciência nem 
mesmo dos nomes de alguns dos funcionários de seu gabinete. A organização dos trabalhos seria 
tarefa de Queiroz."
Por Plinio Teodoro
A divulgação do paradeiro de Fabrício Queiroz, principal elo do clã Bolsonaro com as milícias do 
Rio de Janeiro, incendiou as redes sociais. No Twitter, o termo “acharam o Queiroz” já se destaca 
entre os assuntos mais comentados no Brasil.
Guilherme Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto e candidato derrotado do PSol à 
Presidência em 2018, lançou uma nova questão que merece ser respondida: Quem paga a estadia de 
Queiroz no Morumbi, uma das áreas mais nobres da capital paulista, e as consultas dele no Hospital 
Albert Einstein?
“Acharam o Queiroz. E não foi a PF do Moro. A questão agora é quem paga sua estadia no Morumbi 
e suas consultas no Albert Einstein. Com a palavra, a família Bolsonaro”, tuitou Boulos.

Acharam o Queiroz. E não foi a PF do Moro. A questão agora é quem paga sua estadia no Morumbi e suas consultas no Albert Einstein. Com a palavra, a família Bolsonaro.

919 pessoas estão falando sobre isso

O líder do MTST continuou. “Queiroz pagou 133 mil reais em internação no Einstein com dinheiro 
vivo. Segue morando no Morumbi, onde o valor do metro quadrado é de pelo menos 8 mil reais. De 
dois em dois mil reais, haja envelope para depositar tanto dinheiro…”
O jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept, comentou o assunto em resposta a Boulos e 
falou da proteção de Sergio Moro a Flávio Bolsonaro, que empregou Queiroz e está envolvido no 
chamado caso Coaf.
“Os investigadores não acharam Queiroz porque eles não queriam encontrá-lo. Mais uma vez: 
“Deltan Dallagnol, em chats secretos, sugeriu que Sergio Moro protegeria Flávio Bolsonaro para não 
desagradar ao presidente e não perder indicação ao STF”

A divulgação da informação também gerou uma série de memes nas redes sociais. Veja alguns deles:

PRESENÇA DO BARCO HOSPITAL PAPA FRANCISCO INCOMODA GOVERNO BOLSONARO

O barco hospital Papa Francisco: assistência médica aos ribeirinhos na Amazônia
Às vésperas do Sínodo da Amazônia, o Planalto demonstra desconfiança em relação ao encontro que 
ocorrerá, em Roma, entre 6 e 27 de outubro. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. Na 
semana passada, o governo enviou um novo embaixador para o Vaticano, o diplomata Henrique da 
Silveira Pinto, que já foi instruído a conversar com representantes da Santa Sé sobre as preocupações 
com possíveis críticas ao Brasil. 
Em entrevista ao O Estado de S. Paulo, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional 
(GSI), general Augusto Heleno, ressaltou que foram realizadas várias reuniões com representantes da 
Igreja, mas não esconde que o Palácio do Planalto espera que o Sínodo se limite a questões 
religiosas. 
O incômodo do governo aumentou em razão de um périplo pelo rio Amazonas, iniciado em julho, de 
um barco-hospital da Diocese de Óbidos, iniciativa financiada por entidades religiosas de São Paulo. 
Propaganda
Batizada de Papa Francisco, a embarcação tem feito atendimentos da saúde a populações carentes do 
Baixo Amazonas, no Pará. O governo afirma que faz rotineiramente esse atendimento humanitário às 
populações ribeirinhas, com pelo menos cinco embarcações, em diversos braços fluviais na região.
A presença desse barco, neste momento, é encarada como uma forma de fazer propaganda da Igreja 
em atendimento a populações desassistidas. Embora reconheça dificuldades e carências da região, o 
governo pretende reagir caso o périplo do barco sirva para que a Igreja dê a entender que não há 
assistência do Estado na Amazônia.
Ao levar a assistência aos ribeirinhos, d. Bernardo Bahlmann, presidente do Regional Norte 2 da 
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), disse que a iniciativa partiu de um chamado do 
papa Francisco para uma maior atenção sobre a região. 
A ideia do barco-hospital surgiu diante “da necessidade do nosso povo, o abandono do nosso povo 
no oeste do Estado do Pará e, sobretudo, a fragilidade da saúde na nossa região da Amazônia”, 
afirmou o bispo. Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro disseram que aumentou a preocupação 
com o tom do documento a ser produzido pelo Sínodo, em meio às críticas sobre o aumento das 
queimadas, a demora em ação no combate ao fogo e o crescimento do desmatamento.
Limites de Roma
Quando indicado ao cargo, o embaixador Silveira Pinto apontou problemas em documentos 
preparatórios do Sínodo. Segundo ele, os textos continham “ideias e conceitos” que causaram 
preocupação. O governo espera que o documento final, por tradição do Vaticano, não cite 
nominalmente governos e políticas públicas.
O incômodo do governo é com a possibilidade de que haja tentativa de interferência em políticas 
públicas e ameaças à soberania. O ministro Augusto Heleno, mesmo usando um discurso conciliador, 
demonstra sua preocupação. “A nossa expectativa é de que não haja problema para o governo e nem 
nenhum desentendimento com a Igreja”, declarou. 
“Nós temos promovido ótimas reuniões com o Sínodo, não só aqui, mas em Roma, e está se 
encaminhando para se ter uma atividade dentro do que foi previsto, que não vai exceder os limites do 
que a Igreja se propôs a fazer. É o que nós esperamos.” 
Reunião internacional
Da mesma forma, haverá uma atenção especial de como este tema será levado para a Assembleia 
Geral da ONU, em Nova York, em setembro. O governo imagina que o presidente Bolsonaro deverá 
ser alvo preferencial de ataques na reunião internacional.
O primeiro sinal do tamanho que essa polêmica envolvendo a Amazônia e o meio ambiente pode 
alcançar veio com a queda de braço com a França, que levou o tema para o G-7, grupo dos sete 
países mais ricos do mundo. Isso ampliou as queixas no governo brasileiro sobre a tentativa de 
interferência em questões internas. As declarações do papa Francisco sobre o assunto, no domingo, 
endossaram as desconfianças. 
“Estamos todos preocupados com os grandes incêndios que ocorrem na Amazônia. Vamos orar para 
que, com o empenho de todos, possam ser controlados o mais breve possível. Esse pulmão florestal é 
vital para o nosso planeta”, afirmou o papa a fiéis na Praça São Pedro. Essa não é a primeira vez que 
o papa manifesta preocupação com o meio ambiente e a floresta amazônica.
Há um ano, quando foi agendada a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-
Amazônica, ele já havia comentado que “o objetivo principal desta convocação é identificar novos 
caminhos para a evangelização daquela porção do povo de Deus, especialmente dos indígenas, 
frequentemente sem perspectivas de um futuro sereno”

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Hacker de Araraquara nega que quisesse vender informações ao PT e dispara contra Moro

"O senhor Sérgio Moro tudo pode? Ser juiz é ser dono do Brasil?", pergunta Walter Delgatti 
Neto, o Vermelho, que também negou que quisesse vender informações ao PT

Por Redação
Em entrevista por escrito ao repórter Reynaldo Turollo Jr., no site da Folha de S.Paulo desta quarta-
feira (18), Walter Delgatti Neto, um dos supostos hackers preso em Araraquara, no interior de São 
Paulo, negou ter falado que venderia as mensagens ao PT.
Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar 
numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém
“Vale ressaltar, mais uma vez, que nunca procurei nenhum integrante do PT e tampouco tive a 
intenção de vender o material. Alguém pretende provar o contrário?”, relata Delgatti, que é 
conhecido como “Vermelho”, ressaltando que entende “ter cumprido as minhas obrigações como 
cidadão”.
“Utilizei da minha formação técnica para acessar informações públicas, online. Espantei-me com o 
seu conteúdo e tornei, pequena parte do acervo, domínio público, via jornalista competente.
O hacker disse ainda que tomou a decisão de repassar apenas o conteúdo da Lava Jato – entre todos 
os que teve acesso – por ser uma “operação pública, sobre matéria pública de grande interesse” e 
criticou a postura do procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio 
Moro.
“Nunca imaginei que ficaria tão surpreso pela conduta do dr. D. [Deltan] Dallagnol e de seus 
liderados. Lá na ponta, a quais grupos de interesses ele serve? Como funcionário público, parte do 
Ministério Público, quais deveres e limites deve respeitar? Quem é o seu senhor? Comprou o Brasil e 
tudo pode? A qual nação dr. D. Dallagnol e equipe servem? Por qual razão têm tanta dificuldade em 
explicar-se?”, indaga sobre o procurador.
Sobre Moro, Delgatti indaga se ele “pode tudo” e afirma que “ninguém deve estar acima da lei”, 
parodiando o próprio ex-juiz, que em diversas vezes disse o mesmo sobre o ex-presidente Lula.
“O sr. Sergio Moro também, tudo pode? Ser juiz é ser dono do Brasil? Quem controla e limita as 
suas ações e as consequências que impõem a indivíduos e à sociedade brasileira? O Brasil precisa 
conhecer sobre os métodos e condutas que praticam. A meu ver, ninguém deve estar acima da lei. 
Todos devem respeitar a lei e explicar-se.”
Vermelho diz ainda que procurou Glenn Greenwald após perceber irregularidades nas condutas dos 
lavajatistas.
“À medida que acessei o conteúdo das mensagens, encontrei irregularidades… Após reflexões, 
considerei meu dever proteger tais informações, resguardá-las e torná-las públicas… Para tanto, 
procurei jornalista de reputação internacional para trocar ideias sobre como proceder”, afirmou. 
“Adiante serei liberado. Em algum momento, a sociedade reconhecerá que a minha contribuição foi 
legal e defendeu valores importantes para a nossa democracia”, completa.

Em nova entrevista à BBC, Lula diz que considera a revista Veja “um lixo”


Ex-presidente também afirmou que o pacto entre a Rede Globo e a Lava Jato foi a "pior coisa 
do planeta Terra" e disse que aguardará, mesmo morto, as desculpas de Moro e Dallagnol
Por Redação
Em entrevista à rede britância BBC, divulgada nesta quinta-feira (29), o ex-presidente Lula criticou a
revista Veja ao ser indagado a respeito de uma nota especulando sobre uma suposta aliança entre 
partidos proposta por ele para as eleições municipais de 2020. “Eu nunca dei entrevista para a Veja, e 
nunca acredito na revista Veja. A Veja eu considero um lixo”, disse Lula.
Ainda sobre a atuação da mídia corporativista, Lula disse que o pacto entre a Rede Globo e a Lava 
Jato foi a “pior coisa do planeta Terra”.
“Eu acho que esse pessoal da Lava Jato, essa força-tarefa, eles foram mordidos pela mosca azul. A 
pior coisa do planeta Terra que foi feito foi o pacto feito pela (Rede) Globo com a Lava Jato. Passem 
qualquer mentira, não importa, que a gente vai transformar tudo em verdade. E a Globo é um dos 
meios de comunicação que disseminou o ódio nesse país desde 2013”, disse Lula, ao ser indagado se 
aceitaria o pedido de desculpas da procuradora Jerusa Viecili, que ironizou a morte da ex-primeira-
dama, Marisa Letícia, e do neto, Arthur.
Sobre o pedido de desculpas, o ex-presidente disse que quando as pessoas começam a se arrepender 
das bobagens que fizeram é um bom sinal. “Significa que a humanidade ainda tem chance de se 
recuperar”.
“Então, o que eu fico pensando: se essa pessoa pediu desculpas, espero que outras pessoas peçam 
desculpas. Eu espero que um dia o Moro fale assim, “Ô presidente Lula…”, mesmo que eu já tiver 
morrido, não tem problema, ele vai dizer “… eu quero pedir desculpas porque eu fui um canalha no 
voto que eu dei no processo dele. Eu não fui juiz. O Dallagnol poderia dizer a mesma coisa: 
“Presidente Lula, aquele PowerPoint que eu fiz, aquela melancia, que eu apresentei na televisão, eu 
quero pedir desculpas, eu menti'”, afirmou.
Eduardo Bolsonaro
Na entrevista, Lula falou por uma hora ao repórter britânico da BBC News Will Grant, em entrevista 
para o público internacional, e por uma hora à repórter da BBC News Brasil Mariana Schreiber com 
foco na audiência brasileira.
Indagado sobre os incêndios que estão devastando a Amazônia e da suposta intervenção de países 
europeus na região em razão da política inócua de Jair Bolsonaro, Lula disse que a questão que o 
risco à soberania pode vir de outro lado.
“Eu vejo um risco da soberania da Amazônia com o discurso do Bolsonaro tentando colocar o filho 
dele (Eduardo Bolsonaro) de embaixador nos Estados Unidos, quem sabe para permitir que 
indústrias americanas venham pesquisar a Amazônia. Veja, todos nós brasileiros temos que defender 
a Amazônia como patrimônio brasileiro. A Amazônia faz parte do orgulho brasileiro”, disse.