quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Hacker de Araraquara nega que quisesse vender informações ao PT e dispara contra Moro

"O senhor Sérgio Moro tudo pode? Ser juiz é ser dono do Brasil?", pergunta Walter Delgatti 
Neto, o Vermelho, que também negou que quisesse vender informações ao PT

Por Redação
Em entrevista por escrito ao repórter Reynaldo Turollo Jr., no site da Folha de S.Paulo desta quarta-
feira (18), Walter Delgatti Neto, um dos supostos hackers preso em Araraquara, no interior de São 
Paulo, negou ter falado que venderia as mensagens ao PT.
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“Vale ressaltar, mais uma vez, que nunca procurei nenhum integrante do PT e tampouco tive a 
intenção de vender o material. Alguém pretende provar o contrário?”, relata Delgatti, que é 
conhecido como “Vermelho”, ressaltando que entende “ter cumprido as minhas obrigações como 
cidadão”.
“Utilizei da minha formação técnica para acessar informações públicas, online. Espantei-me com o 
seu conteúdo e tornei, pequena parte do acervo, domínio público, via jornalista competente.
O hacker disse ainda que tomou a decisão de repassar apenas o conteúdo da Lava Jato – entre todos 
os que teve acesso – por ser uma “operação pública, sobre matéria pública de grande interesse” e 
criticou a postura do procurador Deltan Dallagnol e do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio 
Moro.
“Nunca imaginei que ficaria tão surpreso pela conduta do dr. D. [Deltan] Dallagnol e de seus 
liderados. Lá na ponta, a quais grupos de interesses ele serve? Como funcionário público, parte do 
Ministério Público, quais deveres e limites deve respeitar? Quem é o seu senhor? Comprou o Brasil e 
tudo pode? A qual nação dr. D. Dallagnol e equipe servem? Por qual razão têm tanta dificuldade em 
explicar-se?”, indaga sobre o procurador.
Sobre Moro, Delgatti indaga se ele “pode tudo” e afirma que “ninguém deve estar acima da lei”, 
parodiando o próprio ex-juiz, que em diversas vezes disse o mesmo sobre o ex-presidente Lula.
“O sr. Sergio Moro também, tudo pode? Ser juiz é ser dono do Brasil? Quem controla e limita as 
suas ações e as consequências que impõem a indivíduos e à sociedade brasileira? O Brasil precisa 
conhecer sobre os métodos e condutas que praticam. A meu ver, ninguém deve estar acima da lei. 
Todos devem respeitar a lei e explicar-se.”
Vermelho diz ainda que procurou Glenn Greenwald após perceber irregularidades nas condutas dos 
lavajatistas.
“À medida que acessei o conteúdo das mensagens, encontrei irregularidades… Após reflexões, 
considerei meu dever proteger tais informações, resguardá-las e torná-las públicas… Para tanto, 
procurei jornalista de reputação internacional para trocar ideias sobre como proceder”, afirmou. 
“Adiante serei liberado. Em algum momento, a sociedade reconhecerá que a minha contribuição foi 
legal e defendeu valores importantes para a nossa democracia”, completa.

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