terça-feira, 31 de maio de 2011

O Funk do Hino Nacional e o questionamento implícito do meio militar



Por Robson Fernando
para o Acerto de Contas

Na última semana vimos um evento polêmico filmado num quartel do Rio Grande do Sul: pós-adolescentes, em seus 18 ou 19 anos, dançando o “Hino Nacional Brasileiro Funk Remix”. De um lado, o senso comum e o conservadorismo milico-nacionalista expressavam revolta pela “profanação” de um dos “símbolos nacionais”. De outro, a parcela mais liberal e cosmopolita, que não liga para a tradição do apego aos símbolos cívicos e sequer vê nestes alguma relevância prática, mostrava-se indiferente ou até gargalhava com o tocar e a dança do hino em ritmo de funk.
Não sendo um militar sob propriedade do Estado e estando amparado pela liberdade de expressão e de consciência desprovidas de apologias criminosas, garantida pela Constituição (Art. 5º, IV e VI), dou abaixo minha opinião, que evidentemente não agrada aos saudosos da época da Educação Moral e Cívica.
Eu, que sou opositor do nacionalismo e do militarismo e indiferente ao alegado valor dos símbolos nacionais, pessoalmente caí em risadas quando vi a notícia e assisti ao vídeo. Além disso, vi a cena mais que como um simples funk divertido e dançante. Encarei-a como um talvez inconsciente questionamento da sacralidade e importância prática dos “símbolos da pátria” e também dos valores militares internos mais arbitrários e autoritários – nestes incluída a conscrição. Considerei-a como um peteleco forte na orelha dos milicos conservadores, dos saudosos da Ditadura, dos simpatizantes do serviço militar obrigatório.

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Inglaterra quer adiar eleição e abrir caixa preta da FIFA

Mar de lama ameaça Blatter e eleição na Fifa

Saiu na BBC, que, originalmente, divulgou a denuncia do jornalista Andrew Jennings.
A federação inglesa e a escocesa de futebol querem adiar indefinidamente a eleição para presidente da FIFA que deve se realizar nesta quarta-feira, na Suiça.
A Inglaterra decidiu se abster na eleição.
E quer que a FIFA nomeia uma instituição independente para fazer uma auditoria completa nas contas da FIFA (e de seus dirigentes, entre eles, é claro, Ricardo Teixeira).
A BBC também noticiou que a própria FIFA nomeou a comissão de “sindicância” que absolveu Ricardo Teixeira.
Como se sabe, um dirigente da federação inglesa contou que Ricardo Teixeira chegou para ele e perguntou o que você tem aí para mim.
A Inglaterra perdeu para a Rússia o direito de sediar a Copa de 2018.
A “absolvição” de Teixeira foi amplamenmte noticiada pela Globo.
É como se a Globo dissesse: o Papa absolve o bispo de pedofilia.
A rede CNN de televisão também tratou longamente da trampa na FIFA.
Mostrou que a FIFA é uma insitutição que tem tudo para estimular trampas: um número pequeno de pessoas decide sobre um volume muito grande de dinheiro: US$ 3,6 bilhões, por ano, segundo a respeitada revista inglesa Economist.
A CNN trata de forma divertida a eleição do que chama de “Santo” Blatter, o suíço que governa a FIFA há 13 anos e quer mais quatro.
O “santo” foi escolhido por Havelange para sucedê-lo na sacra cadeira.
E deixou o genro, Teixeira, de coroinha, bem perto do altar.
A imprensa mundial caiu sobre a eleição da FIFA com apetite.
Aqui no Brasil, caberia instalar a CPI da CBF – II.
À Polícia Federal, dar uma passadinha na CBF.
E o Procurador Geral da República exigir uma auditoria completa nesta instituição que vai realizar (?) uma Copa no Mundo e há 22 anos se movimenta segundo as regras do Imperador Ricardo Teixeira.
O germen da corrupção na FIFA, segundo Andrew Jennings, foi a empresa de publicidde e marketing ISL.
Havelange deu à ISL a exclusividade para venda de direitos de exibição e exploração de publicidade na Copa do Mundo.
A ISL faliu.
Não sem antes subornar Hevalange e Teixeira, segundo Jennings, no livro “Jogo Sujo”, editado no Brasil pela Panda Books, e no documentário da BBC.
Aqui no Brasil, Teixeira cedeu à empresa Traffic de Jota Hawilla uma liberdade de ação identica à da ISL.
O mundo inteiro assiste ao exame do corpo de delito da FIFA e seus santos dirigentes, segundo a CNN.
E aqui ?
Nem com todas letras do alfabeto grego – Alfa, Beta, Gama e Delta – será possivel descrever os feitos de divindades tão poderosas quanto Havelange e Teixeira.
Viva o Brasil ! 

Paulo Henrique Amorim
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350º aniversário de Santarém: Música mocoronga

 
O 350º aniversário de Santarém será no dia 22 de junho, mas as comemorações já começam neste dia 1º, em Belém.
O repertório é de músicas de autores mocorongos, como Wilson Fonseca, Ruy Barata, Felisbelo Sussuarana, Pedro Santos, Sebastião Tapajós, Maria Lídia, Beto Paixão e outros.
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Caso Palocci: O vazamento de Suplicy foi calculado?

Por Luiz Carlos Azenha

O senador Eduardo Suplicy vazou para a imprensa que o ministro Antonio Palocci, da Casa Civil, recebeu R$ 1 milhão de reais para atuar como consultor na fusão de duas empresas. Presumo que isso tenha acontecido quando Palocci era deputado federal.
“Segundo o relato de Suplicy, o ministro afirmou que em relação a fusões os contratos tinham taxa de sucesso. Ou seja, Palocci receberia mais dinheiro se a união de empresas fosse referendada pelos órgãos de controle e se mostrasse um bom negócio”, narra hoje o Estadão, sem citar quais foram as empresas envolvidas.
No caso específico, Palocci ganhou menos que esperava por ter fechado a consultoria antes de assumir o cargo de “primeiro-ministro”.
Talvez a declaração de Suplicy tenha sido resultado de uma ação organizada do PT para se antecipar ao trabalho de repórteres. Pode ter sido um lampejo de transparência. Ou fogo amigo. Pouco importa. De tudo o que foi publicado sobre Palocci nos últimos dias, no entanto, é a revelação mais… vamos dizer, embaraçosa. Pelo fato de que liga diretamente a renda de Palocci como consultor a possível atuação junto a órgãos do governo.
E abre uma miríade de novas questões: quais eram os clientes? quais foram os órgãos de controle envolvidos? o processo de fusão se completou antes do fim do governo Lula? está em andamento? qual a influência de Palocci sobre os órgãos de governo que hoje analisam a fusão, se ela ainda não se completou? o negócio tem desdobramentos sobre os quais Palocci preside atualmente?
Para todos os efeitos, Palocci está politicamente morto, a não ser que aja com absoluta transparência. Ainda assim, a permanência dele no governo oferece à oposição uma chance de ressureição, na medida em que ela pode explorar um baú inesgotável de ilações, suposições e meias verdades, para as quais conta com a mídia que, como sempre denunciamos neste espaço, age com dois pesos e duas medidas.
É o antipetismo 2.0, nestes tempos de revolução digital uma ferramenta capaz de multiplicar votos na classe média que, aparentemente, a presidente Dilma pretendia conquistar.
Todo o caso Palocci, mais a votação do Código Florestal, expôs a fragilidade da coalizão governista. Há quem atribua isso à voracidade do PMDB, outros ao autismo do Planalto.
Na versão destes últimos, Dilma teria se isolado das pressões políticas e escalado Palocci para servir como uma espécie de anteparo. Se é fato, vai ser preciso rearranjar o governo.
O fato é que, até agora, no Congresso, nas duas votações importantes — salário mínimo e Código Florestal –, o rolo compressor de um governo que se pretendia de centro-esquerda deu tilt. Só rolou para um lado, o da centro-direita.
Os dois projetos políticos nas quais Palocci teve um papel importante — isolar Dilma Rousseff de pressões e aproximá-la da mídia que fala à classe média urbana — fracassaram espetacularmente. Mas a Projeto, esta aparentemente deu certo.
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Perú: Jornalista protesta no ar contra TV pró-Fujimori



O vídeo aí em cima é do programa “Primero a las Ocho”, do Canal N do Peru. O canal está para o grupo que o controla – o El Comercio – como a Globonews está para a Globo.
A apresentadora Josefina Townsend protestou, no ar, contra a decisão de interromper uma transmissão ao vivo de um juramento de Ollanta Humalla pela democracia. Ela disse que houve uma chuva de protestos contra a emissora e isso não ajudou a desfazer o clima de suspeita gerado pela demissão da jornalista Patricia Monteiro, do mesmo canal, que teria sido demitida, junto com outros, por não aceitar a orientação pró-Fujimori da emissora.
Segunto o “Knight Center” da Universidade do Texas, um centro de estudos de jornalismo que está acompanhando a cobertura das eleições peruanas, “vive-se no Peru um clima pré-eleitoral de agressões e censura contra jornalistas. Vários deles foram demitidos ou tiveram que renunciar por não se alinharem com o fujimorismo.”
Um deles foi o cartunista Miguel Det, do Paru 21, outro jornal do grupo, que demitiu-se por, segundo escreveu em carta à direção do jornal, dizendo que ele não relutava “em sacrificar a verdade e aposta por deixar mais uma vez o país aos pés de ladrões e criminosos conhecidos.”
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Vargas Llosa retira coluna de jornal pró-Fujimori



O  Prêmio Nobel de Literatura de 2010, Mario Vargas Llosa, enviou uma carta ao diretor de El Comercio, determinando que sua coluna  ‘Piedra de Toque’  não  seja mais publicada no jornal peruano , por considerar que a publicação se converteu “em uma máquina de propaganda de Keiko Fujimori”, fazendo tudo para prejudicar a   candidatura de Ollanta Humala, e por “violar as mais elementares noções de objetividade y da ética jornalística”.
Ele diz que não pode permitir que sua coluna siga apareciendo  no que chama de “caricatura do que deve ser um órgão de expressão livre,  pluralista e democrático”.
A carta de Llosa está aí ao lado e basta clicar para ampliar.
Llosa não é um esquerdista, diga-se logo. Foi candidato à  presidência do Peru, em 1990, por partido de centro-direita, mas perdeu  a eleição para Alberto Fujimori, pai de Keiko, hoje preso por corrupção e cumplicidade em assassinatos.
Posto aí em cima um vídeo da Telesur, colocado agora há pouco no Youtube,  sobre a parcialidade que adotou a mídia peruana. O que não é novidade para nós, exceto pelo fato de que lá, intelectuais e jornalistas parecem reagir com mais vigor diante disso.
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CHARGE

Em 25 anos, só 1 a cada 13 assassinatos no campo foi julgado

Dayanne Sousa - Terra Magazine

Apenas um em cada 13 casos de assassinatos no campo no Brasil vai a julgamento, segundo dados da Comissão Pastoral da Terra. Nos últimos 25 anos (entre 1985 e 2010), a entidade contabilizou 1.186 ocorrências em que agricultores e lideranças camponesas foram mortos. Destes, apenas 91 foram julgados e, na maioria das vezes, ninguém foi condenado.
Em alguns dos casos, há mais de uma vítima: ao todo, são 1.580 mortes nesse período. Só em 2010, foram 34 óbitos, mais da metade no Pará, o Estado mais violento.
A impunidade é apontada pela Pastoral da Terra como a principal causa da violência no campo. Mesmo que só 7% dos casos de homicídio nestes 25 anos tenham sido analisados pela Justiça, dentre esses, menos da metade teve mandantes condenados. Em apenas 21 dos 1.186 casos, os responsáveis por encomendar o crime foram condenados.
Ainda assim, a condenação não significa que os autores estejam cumprindo pena. Só no Pará, segundo a CPT, ao menos nove mandantes de homicídios no campo condenados pela Justiça estão soltos. Alguns foragidos, outros aguardando o julgamento de recurso em liberdade.
Se considerados os executores do crime, ou seja, pistoleiros contratados, o número de condenações é maior. Nestes 25 anos, foram 73 sentenciados. Outros 51 foram julgados por homicídios e absolvidos.
Pará
Apesar de falar abertamente que vivia sob ameaças, o líder extrativista José Cláudio Ribeiro da Silva foi assassinado na terça-feira (24) em Nova Ipixuna, sudeste do Pará. Foi morta também sua mulher, Maria do Espírito Santo.
Na mesma semana, no sábado (28), o assentado Herivelto Pereira dos Santos foi morto no mesmo local. Ele seria uma das testemunhas no caso dos homicídios dos extrativistas José e Maria. A polícia, entretanto, descartou elo entre os dois crimes, avaliação rechaçada pela CPT.
Pouco antes, na última sexta-feira (27), havia sido assassinado em Roraima o líder camponês Adelino Ramos, um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara ,de 1995.
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A OUTRA MÂO DE SERRA: PSD estará contra o PT na maioria das capitais

Eleições Municipais: Sigla de Kassab será oposição a petistas em 14 cidades 

Kassab e Kátia Abreu: senadora deve se lançar à Prefeitura de Palmas pelo PSD e convidou o prefeito, Raul Filho, expulso do PT, para entrar no partido.

Rota de fuga de políticos da oposição que querem se abrigar no governo federal, o PSD terá um comportamento distante do PT nas eleições de prefeituras-chave no ano que vem.
Em apenas cinco das 26 capitais, o partido criado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, figura num cenário mais claro de aliança com o PT ou com grupos políticos aos quais petistas estão alinhados.
Todas pertencem ao Nordeste: Aracaju, Fortaleza, Maceió, Salvador e São Luís. Em sete capitais, a situação está indefinida ou é de ambiguidade, entre as quais as três maiores: São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Em mais da metade, 14 capitais, o PSD deverá marchar contra o PT. É o mesmo número de cidades em que a legenda surge com pré-candidatos.
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PREFEITA MARIA DO CARMO RETIRA FAMÍLIAS DE ÁREAS DE RISCO

Sessenta famílias que estavam em área de risco nos bairros Mapiri, Uruará e Caranazal foram remanejadas pela prefeitura de Santarém para casas seguras e o aluguel dos imóveis está sendo pago com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.
Hoje pela manhã, no auditório do Centro de Atendimento ao Empreendedor Cidadão (CAEC), uma solenidade foi promovida para formalizar o pagamento dos aluguéis referentes ao mês de maio. Participaram do evento, proprietários dos imóveis; a prefeita de Santarém, Maria do Carmo; o secretário municipal de Infraestrutura e Governo, Inácio Corrêa; o técnico-social da Caixa Econômica Federal, Luís Afonso Medeiros; a coordenadora do PAC, Alba Valéria; e a equipe social do programa.
O objetivo do evento, segundo declarações da gestora municipal, Maria do Carmo, foi promover transparência ao processo de pagamento do Aluguel Social, e assumir sua continuidade, até que as famílias possam ser contempladas com as moradias que estão sendo construídas nas áreas de intervenção do programa. “Na verdade, nós estamos reestruturando todo o PAC, inclusive, o PAC Social, que é justamente o que cuida das pessoas, principalmente aquleas que estão em área de risco e que tiveram que deixar suas casas.
É nossa obrigação oferecer-lhes conforto, dignidade e segurança até que possamos entregar as casas que estão sendo construídas pelo Programa. A partir de agora, os aluguéis serão pagos todo o dia 30 de cada mês, e de forma organizada. Eu tenho certeza absoluta que, com essa reorganização e com a transparência que nós estamos dando a essas obras, evitaremos problemas e satisfação às famílias”, afirmou.
O secretário Inácio Corrêa agradeceu a paciência e a recepção dos proprietários que com credibilidade no governo municipal, alugaram suas casas para as famílias.
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Globo abafa crise da Fifa e inocenta Teixeira

Foi Triesman quem disse que Teixeira perguntou o que você tem aí para mim

Amigo navegante mineiro chama a atenção deste ansioso blog para a forma pela qual o G1, o Globoesporte.com e o Bom (?) Dia Brasil tratam do escândalo que enrola a Fifa e Ricardo Teixeira.
Na capa do G1 há suborno.
Na informação interna não há mais suborno.
O interessante, porém, é a informação que segue a reportagem do Bom (?) Dia Brasil o repórter informa que a própria Fifa considerou Ricardo Teixeira inocente de ajudar a Rússia a derrotar a Inglaterra na disputa pela Copa de 2018.
Como se sabe, um dirigente do futebol inglês disse ao Parlamento inglês que Ricardo Teixeira lhe perguntou o que você tem aí para mim.
A Fifa inocentou Teixeira.
E a Globo inocentou a Fifa e Teixeira.
É mais ou menos como se o Vaticano inocentasse o Bispo de pedofilia.

Em tempo: o jornal nacional do Ali Kamel não ousou perder tempo com o Ricardo Teixeira. Fez uma reportagem que absolve o presidente da Fifa e sequer mencionou o presidente da CBF. O que seria do Esporte da Globo sem o Ricardo Teixeira ? Ou será o contrário ? 

Paulo Henrique Amorim
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Alemanha: a primeira potência industrial a renunciar à energia atômica

PIG: Confira a lista de parlamentares donos de rádio e TV

Os dado são do Ministério das Comunicações. Cadastro, que passa a ser permanente, traz o nome de 56 deputados e senadores que são sócios ou têm parentes no comando de emissoras

Renata Camargo, Congresso em Foco

O Ministério das Comunicações divulgou nesta segunda-feira (30) o cadastro dos donos de rádios e TV no país. Considerado uma "caixa-preta", o cadastro traz o nome de 56 deputados e senadores que são sócios ou têm parentes no comando de emissoras de rádio e televisão. A lista passa a ficar permanente no site do ministério.
"Com esta divulgação ampla avançamos na transparência e acreditamos que a sociedade poderá nos ajudar na fiscalização do setor", disse o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. O cadastro de rádios e TVs, comerciais, educativas e comunitárias, com a composição acionária de cada uma, pode ser consultado por estado ou município.”

Veja a lista de entidades por localidade

Confira a lista de sócios e diretores por entidade

Matéria Completa, ::Aqui::
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segunda-feira, 30 de maio de 2011

"A Bolívia vive um novo momento da sua história"



Em entrevista ao jornal argentino Página/12, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, analisa o atual momento político, social e econômico do país. “Depois da consolidação da revolução plurinacional, o governo de Evo Morales enfrenta demandas redistributivas de setores aliados. Nesta etapa é preciso resistir à tentação do populismo e afiançar as conquistas”, defende. "No fundo a política é economia concentrada" observa Linera. "Há um momento da política. Alianças, discursos, sentido comum da história. Mas logo tem que se traduzir em fatos, em benefícios".
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CHARGE

O PMDB sentiu que pode mais. E isso é um perigo

No Blog do Rovai

O governo Dilma começou voando em céu de brigadeiro. Tanto que na ausência de pauta negativa, a mídia comercial “assustava” a classe média que ainda lê jornais com a possibilidade de um descontrole inflacionário.
De repente a pauta saiu de cena como se nunca houvesse existido. E os colunistas tão bem informados que não paravam de falar no assunto, nem explicaram pros seus leitores o que aconteceu com a danada da inflação.
Mas também de repente, não mais que de repente, o governo Dilma começou a tropeçar nas próprias pernas.

Seu primeiro grande equívoco (e que como já disse aqui ainda pode custar muito caro) foi o de tratar com desdém a crise criada pela ministra da Cultura no caso do Creative Commons.
Ao invés de tirar aquele debate do âmbito do MinC, centralizando-o como pauta do governo, o encaminhamento foi o de anunciar solidariedade à ministra e tratar o movimento social da cultura como responsável por “uma campanha sórdida”.
Ao mesmo tempo o governo deixou a discussão sobre o Código Florestal ir avançando na Câmara na lógica que interessava aos ruralistas, com o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP) dando as cartas do jogo.
Quando viu que Aldo não estava ali para mediar a situação, mas para fazer todo o jogo pender para um lado só, já era tarde. E já era tarde porque o PMDB percebeu que poderia avançar suas peças no tabuleiro.
Quando o PMDB percebeu isso?
Exatamente quando estourou o episódio Palocci e o governo reagiu com um amadorismo de dar dó.
A presidenta colocou seu ministro da Secretaria Geral da presidência, Gilberto Carvalho, para dizer que se “tratava de um caso encerrado”. Quando sequer o caso tinha começado.
Isso era tão óbvio, que até este óbvio blogueiro escreveu um texto com este teor já no dia 17 deste mês.
E como lambança boa nunca é feita de uma nota só, o ministro Palocci deixou que uma nota da sua defesa circulasse por aí, comparando-o a Malan, Pérsio Arida, Gustavo Franco e quetais.
O PMDB que não é tonto nem nada, sentiu o cheiro de queimado e decidiu que era hora de fazer uma boa queimada com aquela fogueira. Peitou o governo no Congresso, e fez Dilma engolir sua primeira derrota.
Quando tudo parecia que ia voltar ao lugar, vem à tona a história de que antes da votação da emenda, Palocci e Temer tiveram um arranca-rabo onde a mãe de um e a mãe do outro não foram poupadas.
E quem divulgou a história se ela se passou só entre Temer e Palocci?
Pois é, Temer que não é nada bobo, saiu da briga dizendo que não tem medo de cara feia e resolveu aproveitar para se distanciar do ministro milionário.
A soma dessas histórias revela que:
1) Dilma e o seu governo precisam saber quem são seus aliados históricos e lidar com eles com um pouco mais de respeito. No episódio do MinC, o governo tem deixado a balança pender para os setores que defenderam a agenda derrotada na campanha. O Ecad está adorando o governo Dilma. Boa parte da juventude comprometida com a cultura digital está desiludida. A mesma juventude que foi pra Praça Tarhir no Egito e que está invadindo praças na Europa.
2) O recado sobre aliados também vale para a questão do debate do Código Florestal. Basta dar uma olhada no mapa da votação de Serra e de Dilma, tanto no primeiro quanto no segundo turno, para perceber que os ruralistas não votaram na petista. E que essa agenda também perdeu a eleição. E basta dar uma olhada na votação de Marina Silva, para ver que a questão ambiental tem cada vez mais peso no país.
3) Aldo Rebelo está trabalhando para ou ser o próximo presidente da Câmara ou para influir decisivamente na escolha do sucessor de Marco Maia (PT-RS).
4) O PMDB já decretou que Palocci se tornou um esqueleto político e que não tem mais condições de conduzir a Casa Civil. Ao divulgar que mandou o ministro às favas, Temer deu um xeque que parece ser mate.
5) Se o governo não der um freio de arrumação agora, reorganizando sua base social e sua base no Congresso, o vôo em céu de brigadeiro, pode se tornar uma longa marcha pelo deserto.
6) O PMDB é o PMDB.
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ITÁLIA: Eleições Municipais são derrota total para Berlusconi

O segundo turno das eleições locais na Itália foram uma fragorosa derrota para o primeiro-ministro Silvio Berlusconi.
Em Milão, sua maior base política, a candidata da direita saiu derrotada.
Berlusconi tem muita força na cidade, é dono do Milan, o clube campeão italiano e andou prometendo até a contração de reforços para o time, durante a campanha.
Em Nápolis, pela primeira vez em 20 anos, ex-procurador Luigi De Magistris, centrista apoiado pela esquerda, teve uma vitória acachapante sobre o candidato de Berlusconi.
Na comemoração, chegou a dizer que “Nápolis foi libertada”.
Os candidatos da esquerda venceram  em Triestre e Cagliari.
Como já tinham vencido em Turim e Bolonha, no primeiro turno, há 15 dias.
Berlusconi vai ter de apertar seus laços com a extremista Liga Norte, partido de direita, para não ter de enfrentar eleições antecipadas. E, claro, torcer para que as investigações que correm sobre suas peripécias sexuais não trazerem novidades além das que provocaram a atenção do mundo.
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Agricultor que viu assassinos de ambientalistas é morto

Erenilton Pereira dos Santos poderia reconhecer os pistoleiros que mataram casal que denunciou madeireiros

O agricultor Erenilton Pereira dos Santos, de 25 anos, foi encontrado morto no fim da manhã des sábado, a sete quilômetros do assentamento Praialta/Piranheira, em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Sua morte estaria relacionada com o assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, ocorrido na terça-feira (24). Ele teria visto os pistoleiros circulando em uma motocicleta vermelha na estrada de acesso ao assentamento. A polícia do Pará já abriu inquérito para apurar a morte. O casal de ambientalistas sofria ameaças por denunciar a extração ilegal de madeira na região.
Amigos contaram que Pereira da Silva teria ido comprar peixe em uma localidade, às margens do lago de Tucuruí, onde houve uma discussão com desconhecidos. Um deles atirou na cabeça do lavrador, que morreu na hora. Preocupados com a demora, moradores do assentamento saíram à sua procura. O corpo foi encontrado próximo de sua motocicleta. Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e policiais federais que estavam na área chegaram com rapidez para levar o corpo até a cidade de Marabá, onde será feita a autópsia.
José Batista Afonso, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), da Igreja Católica, disse que o agricultor pode ter sido vítima dos mesmos matadores do casal. O secretário de Segurança Pública do Pará, Luiz Fernandes, declarou que a polícia já começou a investigar o novo assassinato na região. "Ainda não temos informações concretas", resumiu.
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E a CPI Teixeira, Havelange e Globo ? Quando sai ?

O genro, o sogro e Jennings. O que você tem aí para mim ?

Saiu no Blog do deputado Anthony Garotinho, que recolhe assinaturas para montar uma CPI sobre Ricardo Teixeira (e, logo, sobre o sogro, João Havelange e, por identidade genética, da Globo também) ?
Neste domingo, o programa Domingo Espetacular da Rede Record – onde trabalha este ansioso blogueiro – exibiu  reportagem que tratou de Ricardo Teixeira, João Havelange e, por elipse, da Globo (aquela organização que “matou” a Dilma neste fim de semana, e mereceu profunda análise do Cloaca e do Bessinha).
Interessante, amigo navegante, como funciona o Globope.
A reportagem sobre Ricardo Teixeira e Havelange dava, às 21h13, um Ibope de 19 contra 20 da Globo.
Ai, amigo navegante, o Ibope travou.
Pifou.
Deu pau.
Voltou na contagem minuto a minuto 29 minutos depois.
E como estava o Globope, 29 minutos depois ?
Record 18,9 contra 18,6 da Globo.
Esquisito, né, amigo navegante …
Parece a contabilidade da CBF (ou da FIFA).
Do que tratava a reportagem do Domingo Espetacular ?
De um programa da BBC inglesa – a mais respeitada televisão do mundo – sobre a roubalheira na FIFA.
É uma versão para a televisão do livro – que a FIFA tentou censurar – “Jogo Sujo” (“Foul”, em inglês), “o mundo secreto da FIFA – compra de votos e escândalo de ingressos”, do jornalista inglês Andrew Jennings, editado no Brasil pela Panda Books.
Jennings aparece várias vezes na reportagem ao tentar entrevistar Teixeira.
Ouve-se ele berrar “Mister Teixeira !” e o Mr. Teixeira escafede-se.
Jennings trata de alguns tópicos da carreira de Havelange e Teixeira, esses heróis do PiG (*) e especialmente do jornalismo esportivo da Globo.
(O que seria da Globo sem Havelange e Teixeira na FIFA ?
Na FIFA, para distribuir exclusividade de transmissão.
E na CBF para dar acesso exclusivo ao Cala a Boca Galvão e à Fatima Bernardes à seleção ?
O que seria do Brasileirinho sem o apoio do Teixeira ?)
Jennings considera que Havelange introduziu o sistema da Máfia na FIFA.
E levou o genro para compartilhar dos lucros.
Jennings começa com a descrição de como a Inglaterra deixou de ser sede da Copa de 2018 para a Rússia e como o Qatar venceu a de 2022.
O dirigente inglês David Triesman diz que a Inglaterra foi roubada.
E contou ao Parlamento da Inglaterra que o Teixeira chegou para ele e perguntou, assim, na lata: “o que você tem aí pra mim ? (“what do you have for me ?”).
Jennings também demonstra que Ricardo Teixeira recebia propina através de uma empresa de nome ISL, que tinha o monopólio de comercializar direitos de transmissão e publicidade nos jogos da Copa.
(Aqui no Brasil, Teixeira concedeu esse monopólio à Traffic do Jota Hawilla.)
Jennings acredita que João Havelange recebeu US$ 50 da ISL.
E que Ricardo Teixeira recebeu US$ 9,5 milhões da ISL, através de uma empresa de fachada num paraíso fiscal, a SANUD.
O amigo navegante pensa que acabou ?
Não, Jennings foi mais fundo.
Ele revela que Havelange e Teixeira tiveram que fazer um acordo com autoridades suíças – a FIFA fica na Suíça (êpa ! êpa !) -  e devolver cinco milhões e meio de francos suíços (cerca de dez milhões de reais) de propina recebida.
Gente finíssima.
Como se sabe, Joseph Blatter, o sucessor de Havelange (por ele escolhido) deve reeleger-se presidente da FIFA esta semana.
À ultima hora, o competidor, o representante das federações asiáticas, retirou-se da luta.
Desistiu de ser presidente da FIFA.
Imagine, amigo  navegante.
Sabe por que ?
Porque ele é o suspeito de ter “vendido” a Copa ao Qatar.
Coisa pouca.
(Sobre a Copa do Brasil, no livro, Jennings conta que, segundo Teixeira, não foi o Nunca Dantes quem trouxe a Copa para cá. Porque o Lula não decide nada. Quem trouxe foi ele, o Teixeira, que deve decidir tudo.)
Os deputados Aldo Rebelo e Silvio Torres, com a ajuda do deputado Eduardo Campos, empreenderam uma batalha feroz na CPI CBF-Nike, de 2002.
A CPI se instalou logo depois da retumbante derrota na Copa da França, quando a Nike escalou o Ronaldo Fenômeno, no vestiário, ao sair de um hospital francês que o tratou de uma convulsão poucas horas antes do jogo final.
A “bancada da bola”, com a ajuda do Supremo Tribunal Federal,  conseguiu a proeza de impedir a publicação do relatório final da CPI nos Anais da Câmara.
E quase impede a distribuição do livro “CBF-Nike, os investigações da CPI do Futebol da Câmara dos Deputados desvendam o lado oculto dos grandes negócios da cartolagem e passam o futebol brasileiro a limpo”, editado pela Casa Amarela.
A CPI incriminou Ricardo Teixeira 13 – 13 ! – vezes.
Foi Teixeira em cana ?
Claro que não !
Depois de doze anos de tramitação na Justiça – o Pimenta conseguiu “tramitar” onze anos –, as ações contra Teixeira se arquivaram por “decurso de prazo”.
Viva o Brasil !
Clique aqui para ver como o Bessinha “julga” a Justiça brasileira.
Será que o deputado Garotinho consegue emplacar a CPI Teixeira-Globo ?
Será que o Romário coloca a assinatura de volta, ele que tinha assinado e retirou depois ?
Será que a “bancada da Globo” vai deixar ?
Será que a “bancada da bola”, provisoriamente desfalcada do nobre deputado Eurico Miranda, vai consentir ?
Será que o Teixeira e o sogro serão personagens de reportagens investigativas só na Inglaterra?
O que você tem aí pra mim, amigo navegante ?
Viva o Brasil ! 

Em tempo: na pág. 22 do jornal “Brasil Econômico” desta segunda feira, Marcos Malucelli, presidente do Atlético Paranaense diz: “Os clubes jogaram R$ 400 milhões fora em acordo com a Globo”. Onde foi parar esse dinheiro, essa micharia de R$ 400 milhões ? Vamos chamar o Jennings ! 

Paulo Henrique Amorim
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VENTO NOVO NA EUROPA

“Los blogueros sucios”

Tijolada

Chega a ser ridícula a entrevista da Folha de hoje com o editor do jornal argentino Clarín.
Aliás, só não é mais ridícula porque a gente já viu como é o comportamento da imprensa brasileira diante de um governo progressista.
O senhor Ricaro Kirshbaum diz que o governo considera a imprensa “um inimigo a combater”. Talvez, mas o Clarín é uma parte da imprensa que considera governos eleitos pelo voto popular um inimigo a combater.
E diz que o governo criou um exército de jornalistas militantes, “um conglomerado(?) de mídia pública e oficial” a seu favor.
Ou algo como os “blogueiros sujos daqui”.
Relações limpas devem ser – será, sr. Khirshbaum? – as que o grupo Clarín manteve com a ditadura do general Jorge Videla, na quele país, que envolveram não só o apoio político como, até, a suspeita, fundada, de que os filhos adotivos da dona do jornal, Ernestina Herrera de Noble, sejam filhos de assassinados políticos do regime, entregues a ela, o que está sendo objeto de ação judicial e exames de DNA?
A Folha, claro, não fez pergunta alguma sobre estas “relações limpas” do Clarín com o regime “ditabrandial” que matou milhafres de argentinos.
Liberdade de imprensa, para os donos dos grandes jornais e para a camada de jornalistas que se torna incondicional às suas vontades, é só para eles.
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Alemanha anuncia fechamento de todas as usinas nucleares até 2022

O governo da Alemanha anunciou um acordo para o fechamento de todas as usinas nucleares do país até 2022. O anúncio foi feito após uma reunião que terminou apenas na madrugada desta segunda-feira (30/05) pelo ministro do Meio Ambiente, Norbert Rottgen. A chanceler Angela Merkel criou uma comissão de ética para analisar a energia nuclear após o desastre ocorrido na usina japonesa de Fukushima.
Após o grande terremoto e o tsunami que danificaram a usina japonesa e provocaram um dos maiores desastres nucleares da história, a Alemanha foi palco de grandes protestos contra a energia nuclear.
Rottgen afirmou que os sete reatores mais antigos do país, que já estavam parados por uma moratória determinada pelo governo, além da Usina Nuclear Kruemmel, não serão reativados.Mais seis reatores devem ser desligados até 2021, e os três mais novos devem ser desativados em 2022.
“É definitivo. O fim das últimas três usinas nucleares será em 2022. Não haverá cláusula para revisão”, afirmou o ministro. Antes da reunião que decidiu pelo fechamento das usinas nucleares, Merkel advertiu que muitas questões ainda têm que ser consideradas.
“Se você quer deixar algo, também tem que provar como a mudança vai funcionar e como podemos garantir o fornecimento duradouro de energia sustentável”. Antes da moratória nas usinas nucleares decretada em março, após o acidente em Fukushima, a Alemanha dependia da energia nuclear para 23% de seu suprimento.
A onda de protestos contra a energia nuclear na Alemanha fortaleceu o Partido Verde, que no fim de março venceu as eleições locais em Baden-Wuerttemberg, antes controlada pelo Partido Democrata Cristão, de Merkel. 
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Marabá: A futura capital mais violenta do país


Por André
 
A primeira grande treta que pode enfrentar o por ora hipotético estado de Carajás está na cidade que seria sua capital, se aprovado: 
Do iG Cotada para capital de novo Estado, Marabá é 4ª cidade mais violenta do Brasil

Se plebiscito aprovar criação do Estado de Carajás, Marabá ganhará 2 títulos: o de capital do Estado e o de capital mais violenta do País 

Wilson Lima, enviado a Marabá

"A cidade é tranqüila. As pessoas não podem é falar mal de madeireiro ou apontar o dedo para as outras pessoas. No mais, é uma cidade pacata”, diz morador
Se um plebiscito aprovar a criação do Estado de Carajás, Marabá ganhará dois títulos: o de capital do Estado e de capital mais violenta do Brasil. Hoje, o município é a quarta cidade onde mais se mata no País, segundo o “Mapa da Violência 2011”, do Ministério da Justiça.
Pelos dados do estudo, a taxa de homicídios em Marabá, distante 440 quilômetros de Belém, capital do Pará, é de 125 mortes para cada 100 mil habitantes. Os números são referentes ao ano de 2008.


Pela proposta, o plebiscito será realizado daqui, no máximo, a seis meses
Apenas no ano da pesquisa foram registrados 250 homicídios entre uma população de 200 mil pessoas. Uma média aproximada de um assassinato a cada 36 horas no município. Essa taxa de homicídios, por exemplo, é quase dez vezes maior que a de São Paulo e quatro vezes superior à do Rio de Janeiro. Em todo o Brasil, a cidade mais violenta fica nas proximidades de Marabá: Itupiranga. Por lá, a taxa de homicídios chega a 160,6 para cada 100 mil habitantes.
A taxa de homicídios em Marabá é ainda maior quando se fala em assassinatos envolvendo jovens de 15 a 24 anos. Pelo “Mapa da Violência”, Marabá tem uma taxa de assassinato de jovens de 221,5 vítimas para cada 100 mil habitantes. Em 2008, foram 96 homicídios registrados: uma execução a cada três dias.
O superintendente de Polícia Civil de Marabá, Alberto Teixeira, afirma que essa violência na cidade pode ser explicada a partir de alguns aspectos. Na área urbana, milhares de pessoas migram para a cidade, atraídas pelo seu crescimento econômico. Muitas delas não encontram emprego e acabam se envolvendo com crimes. Na área rural, existem os conflitos agrários que ajudam a explicar o número expressivo de assassinatos. “Aqui, a cidade recebe pelo menos 250 pessoas a mais por dia. Quando elas não conseguem emprego, partem para a marginalidade e isso desencadeia vários homicídios”, disse Teixeira.
Foi perto de Marabá que os líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foram executados, nesta semana.
Violência cotidiana
As altas taxas de homicídios em Marabá tornaram a violência algo banal na cidade. As pessoas falam de assassinatos brutais como se fossem fatos do cotidiano. “Aqui, muito se resolve na bala ou na faca mesmo. Mas a cidade é tranqüila. As pessoas não podem é falar mal de madeireiro ou apontar o dedo para as outras pessoas. No mais, é uma cidade pacata”, afirma o autônomo Pedro Santos, de 42 anos, 27 deles em Marabá.
A Polícia Civil afirmou que vem desempenhando um trabalho de desarticulação de quadrilhas de traficantes visando reduzir a violência. Em quatro meses, 60 pessoas foram presas acusadas de tráfico de drogas. A maioria traficava crack e oxi, um subproduto da cocaína, misturado a querosene e cal com efeitos mais nocivos que o crack. “Graças a esse trabalho, desde sábado (21) estamos sem homicídios”, disse Teixeira na sexta (27).
Caso o plebiscito aprove o desmembramento do Pará em três estados (além do atual, Carajás e Tapajós), Marabá seria uma capital com um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 3,5 bilhões. Hoje, a cidade tem o quatro maior produto interno bruto do Pará, na casa dos R$ 58 bilhões e sozinha responde por 6% da riqueza paraense. Muito desse desenvolvimento é puxado pela exploração de minério de Parauapebas, a maior mina do mundo, localizada a cerca de 200 quilômetros de Marabá - que é uma espécie de centro comercial e financeiro da região. Se virar realidade, o Estado de Carajás terá 39 municípios e uma enormidade de problemas a resolver.

A República Velha do tucanato



Genial o título da matéria publicada hoje no Estadão: “Tucanos defendem ‘café com leite’ para voltar ao Planalto – Três derrotas na corrida presidencial marcadas por disputas entre mineiros e paulistas mostram que é preciso buscar composição”
A causa das oligarquias, que é unicamente o poder de gerir uma colônia, a desobriga de idéias, propostas, projetos.
A reportagem conta como se deu a “paz” no tucanato:
“Das conversas que envolveram Alckmin e Aécio, na semana passada, um argumento foi destacado: infligir uma derrota estrondosa a Serra, na convenção nacional do partido, no sábado, tornaria mais tortuoso o caminho de Aécio à Presidência.
“Se Aécio quer ganhar a eleição, precisa de São Paulo. Já perdemos três eleições por causa de Minas”, disse um tucano paulista, ao comentar as últimas três derrotas do PSDB no segundo maior colégio eleitoral do País.
Para os aliados de Aécio, vinga a tese de que é melhor arcar com um eventual ônus de asfixiar Serra neste “começo” de jogo eleitoral do que dar as ferramentas para ele colocar em curso seu projeto de ser o candidato em 2014.”
Reconheça-se, porém, que os tucanos deram uma modernizada no discurso da República Velha. Já não são  adeptos do  velho lema de Washington Luiz, de que “governar é abrir estradas”. Trocaram, no caso dos tucanos, por “governar é vender o país”. Quanto às estradas, venderam também, e para cobrar pedágio.
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“Vejam, estas crianças não eram talibãs”



O site da BBC acaba de postar uma matéria sobre o “novo engano” de tropas americanas – formalmente da Otan – no Afganistão. Leia, para entender as imagens chocantes aí do vídeo:
“Um grupo de pessoas do vilarejo de Sera Cala viajou até a capital de Helmand, Lashkar Gah, levando consigo os corpos de oito crianças, a mais nova com dois anos de idade, segundo informa o correspondente da BBC em Cabul Quentin Sommerville.
“Veja, eles não são do Talebã”, bradavam as pessoas enquanto mostravam os corpos a jornalistas locais, levando-os à sede do governo.”
Quarta-feira, 20 policiais afegãos e 18 civis foram mortos em um ataque aéreo da Otan, confundidos com  talibãs.
O presidente afegão, Hamid Karzai, deu um ultimato aos EUA para evitarem as mortes de civis. E os EUA, é claro, não deram a menor bola para o ultimato.
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Bombardeio cirúrgico?



A Agência Reuters, anuncia, agora  à noite que “o Reino Unido vai acrescentar as chamadas bombas “bunker-busting” ao arsenal que os seus aviões estão usando sobre a Líbia. A arma, conforme foi dito neste domingo, enviaria uma mensagem clara a Muammar Gaddafi de que é hora de desistir”.
As “bunker-bustings” (destruidora de edificações, numa tradução literal) pesam uma tonelada cada uma e podem penetrar no interior de prédios. Segundo Reuters. elas já teriam chegado na base italiana de onde os aviões britânicos partem para a Líbia.
Não custa lembrar que o mandato da ONU que “legitima” a ação dos ingleses é para proteger civis. Assistam o vídeo aí em cima, observem a imensa cratera deixada por uma bomba destas e avaliam seu papel na “proteção de civis”.
Os ingleses dizem que não estão tentando acertar ninguém com elas, mas intimidar os apoiadores de Khadaffi.O secretário de defesa, Liam Fox, diz à BBC que estas bombas são “outra forma de proteger civis e alcançar o objetivo das resoluções 1970 e 1973 da ONU”
Bom, com bombas dessa potência, me parece, difícil é não acertar ninguém. Se isso for “bombardeio cirúrgico”, o bisturi é um facão de cortar cana.
Ao mesmo tempo, a Al-Jazeera anunciou que tropas estrangeiras, possivelmente britânicas, estariam atuando próximo á cidade líbia de Misrata.
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CHARGE

Dilma não tem câncer. Mas a Globo a quer “morta”

A revista dos Marinho não comete um ato falho: é um caixão mesmo


O amigo navegante verá a seguir que a presidenta Dilma Rousseff teve uma pneumonia.
Não houve retorno do câncer.
E está com a saúde perfeita.
Se quiser, enfrenta o PiG e a Globo com uma Ley de Medios.
É só querer.
Saúde não lhe falta.
(Embora a capa de revista dos filhos do Roberto Marinho mostre uma presidenta de olhos fechados, reta, como estivesse deitada num caixão, “morta”.)
Saiu na revista Época, das Organizações (?) Globo, aquela revista que tem o monopólio do relatório Saadi da Operação Satiagraha, mas não conta tudo o que sabe do Cerra, do Farol e do Gilmar Dantas:

Época teve acesso a exames, a relatos médicos e à lista de medicamentos usados pela presidente da República. Por que seu estado ainda exige atenção 
CRISTIANE SEGATTO. COM ISABEL CLEMENTE E LEANDRO LOYOLA 
Confira a seguir um trecho dessa reportagem que pode ser lida na íntegra na edição da revista Época de 28/maio/2011.

 

ROSTO SERENO 
A presidente Dilma neste ano, quando posou para figurar na lista das 100 pessoas mais influentes do mundo da revista Time 
No último dia 22, um domingo, a presidente Dilma Rousseff viajou para Salvador para participar da cerimônia de beatificação de Irmã Dulce. Foi seu primeiro compromisso público desde a pneumonia que a obrigou a cancelar viagens e a despachar durante três semanas do Palácio da Alvorada, sua residência oficial. Na capital baiana, a chuva obrigou a organização do evento a improvisar. Dilma foi acomodada sob um toldo que lembrava uma bolha de plástico. Não era apenas uma deferência justificada pelo cargo que ela ocupa. Era um cuidado necessário para evitar uma recaída da inflamação pulmonar que, segundo palavras que ela mesma disse, de acordo com um interlocutor de confiança, teria sido “a pior de todas as doenças que já enfrentei”.
O “foco de pneumonia” descrito no boletim médico no final de abril revelou-se mais pernicioso do que a sucinta comunicação oficial sugeria. Dilma voltou da China depois de dez dias de trabalho extenuante. Já estava gripada quando inaugurou oficialmente a campanha de vacinação contra a doença, tomando ela mesma uma dose. Na terça-feira 26 de abril, sentiu-se febril. Sua temperatura era de 36,8 graus. O médico oficial da Presidência, o coronel Cleber Ferreira, prescreveu o antibiótico Levaquin, sem avisar o chefe da equipe que a acompanha, o médico Roberto Kalil, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Dilma piorou. Na quinta-feira, o exame de raios X revelou uma pneumonia. Transferida para São Paulo, passou a receber na veia dois antibióticos: azitromicina e ceftriaxona – recursos usados em casos graves. Seguiu com esse tratamento durante 14 dias. Foi tratada também com um corticoide. 
Assessores próximos contam que a doença afetou a disposição da presidente e seu estado psicológico. Ela sentia cansaço e falta de ar. Passou a despachar do Alvorada, a residência oficial, para evitar o ar-condicionado do Palácio do Planalto, onde as janelas são lacradas. Reclamava de dores de estômago e náuseas e não conseguia se alimentar direito. O fígado dava sinais de agressão. Os níveis da enzima TGP, que serve de parâmetro para avaliar as condições hepáticas, subiram, como resultado do esforço que o órgão fazia para processar o coquetel de remédios que Dilma usava. No dia 21 de maio, ela se submeteu a uma tomografia no tórax que, de acordo com os médicos, mostrou que ela estava curada da pneumonia.
Nos últimos dias, ÉPOCA teve acesso a relatos médicos, a exames e à lista de medicamentos que ela toma. Durante o tratamento da pneumonia, eram 28 remédios diariamente – entre drogas alopáticas, suplementos vitamínicos prescritos em tratamentos ortomoleculares e cápsulas que Dilma consome por conta própria, algumas pouco ortodoxas, como cartilagem de tubarão (leia a lista completa abaixo). Procurada por ÉPOCA, Dilma pediu ao Hospital Sírio-Libanês que emitisse um boletim exclusivo sobre sua condição de saúde. “Do ponto de vista médico, neste momento a Sra. Presidenta apresenta ótimo estado de saude”, afirma o boletim. Não há, segundo os médicos oficiais, nenhum sinal de que seu câncer linfático, diagnosticado e tratado em 2009, tenha voltado, nem de que as defesas de seu organismo tenham sofrido maiores consequências por causa do tratamento. “A Presidenta Dilma continua em remissão completa do linfoma, e não há nenhuma evidência de deficiências imunológicas, associadas ou não ao tratamento do linfoma realizado em 2009”, diz o texto. 
Mas as informações obtidas por ÉPOCA revelam que a saúde da presidente ainda exige atenção. Não por causa do câncer. Mas em virtude de preocupações naturais para uma mulher de 63 anos. Dilma convive com vários problemas que consomem energia.



 

DUAS DOENÇAS 
Acima, Dilma durante o tratamento do câncer. Nas fotos maiores, Dilma tosse em duas cerimônias realizadas em Brasília. Segundo ela afirmou a interlocutores, “a pneumonia foi pior que o câncer”
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Planalto convoca reunião de emergência para conter assassinatos na Amazônia

"O governo decidiu reagir dura e imediatamente à onda de assassinatos de agricultores e lideranças ambientalistas em assentamentos da reforma agrária, na Amazônia.
Após quatro mortes na semana passada — três no Pará e uma em Rondônia —, o Palácio do Planalto convocou reunião nesta segunda-feira, com a presença de quatro ministros, para definir como enfrentará o problema. Esse gabinete de crise contra a violência no campo vai atacar especialmente a impunidade.
O governo quer saber se há relação entre as mortes e o clima tenso em que se dá a discussão do Código Florestal — que acaba de ser aprovado na Câmara e seguirá para o Senado. Ontem, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi cauteloso, mas não deixou de manifestar estranheza com o momento dos assassinatos:
— É muito estranho que, de repente, surja tudo isso de uma vez só. Precisamos saber se esse clima agudizou a questão, no sentido de eliminar quem atrapalha o desmatamento.
Carvalho disse que o primeiro passo é evitar a impunidade, garantindo que não só os assassinos sejam presos, mas também os eventuais mandantes dos crimes. Outra preocupação é proteger assentados e lideranças que estejam sob ameaça de morte por sua atuação contra o desmatamento e a extração ilegal de madeira.
— A primeira providência é contra a impunidade: tem que prender todo mundo que fez isso. Agir com muita força para deixar claro que não tem impunidade. E chegar aos mandantes — afirmou Carvalho.
Ele lembrou que a Comissão Pastoral da Terra divulgou lista com o nome de pessoas marcadas para morrer. Daí a preocupação em garantir a segurança no campo e evitar novos assassinatos. Dos quatro mortos na semana passada, três recebiam ameaças constantemente: o casal de ambientalistas José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, do projeto agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna (PA), e o agricultor Adelino Ramos, presidente do Movimento Camponeses Corumbiara, em Vista Alegre do Abunã (RO). José Claudio teve uma orelha arrancada e levada pelos assassinos.
A Polícia Federal, que investigava o homicídio do casal em Nova Ipixuna desde terça-feira, reforçará sua atuação na região. Além de Carvalho, participam da reunião hoje pelo menos os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário) e Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos).
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No mesmo assentamento onde casal de ambientalistas foi assassinado no Pará, agricultor é encontrado morto

“Um agricultor foi encontrado morto no assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna (PA), onde na última terça-feira (24) o casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foram assassinados.
De acordo com a Polícia Civil do Pará, o corpo do agricultor Eremilton Pereira dos Santos, de 25 anos, foi achado por uma equipe do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que fazia uma fiscalização na área. Santos estava desaparecido desde quinta-feira (26).
O corpo tinha marcas de ferimentos a tiros e estava às margens de um lago, na área do assentamento, a cerca de 7 quilômetros do local onde o casal foi vítima de uma emboscada no início da semana.”
Matéria Completa, ::Aqui::
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sábado, 28 de maio de 2011

CHARGE

Zelaya volta a Honduras em meio a divergências entre apoiadores e violações de direitos humanos

Depois de quase dois anos de negociações, o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, retorna ao país neste sábado (28/05), abrindo caminho para a reintegração do país a OEA (Organização dos Estados Americanos), órgão do qual foi suspenso em outubro de 2009, após o golpe de Estado que depôs o então presidente.
Exilado na República Domicana, Zelaya regressará agora para uma Honduras diferente da que deixou em janeiro do ano passado, a começar pelo cenário político. Após sua deposição, grande parte da base aliada de seu partido, o PL (Partido da Liberdade), deixou de apoiar Zelaya por considerá-lo muito radical e acusá-lo de abandonar a organização para dedicar-se apenas a FNPR (Frente Nacional de Resistência Popular), coalizão formada principalmente por simpatizantes de esquerda.
Durante seu exílio, Zelaya provocou polêmica com os aliados liberais ao dizer que se considera um "liberal pró-socialista", o que foi considerado contraditório já que o PL, junto com  o atual governante PN (Partido Nacional), é um dos dois grandes grupos conservadores que dominaram a política de Honduras.
Para o dirigente Edmundo Orellana, que foi seu ministro em três diferentes carteiras, em seu retorno Zelaya deve definir se militará pela FNPR ou pelo PL.
A FNPR, por sua vez, garante que Zelaya deixou o liberalismo e militará apenas para a frente. Para o subcoordenador da frente, John Baker, Zelaya chegou ao poder por meio de um "partido oligarca", mas agora, após o exílio, é a hora do ex-presidente atuar de uma forma mais próxima ao povo, por meio da FNPR.
Em declarações à imprensa hondurenha, Baker afirmou que para o sábado (28/05), os simpatizantes do ex-presidente prepararam carreatas e passeatas pelas principais ruas de Tegucigalpa. A FRNP, porém, proibiu bandeiras vermelhas e brancas, que representam o liberalismo, bem como as do partido esquerdista UD (Unificação Democrata).
Segundo o encarregado da FNRP para a recepção de Zelaya, Gilberto Ríos, a frente espera mobilizar um milhão de hondurenhos para a praça Isis Obed Murillo, localizada na zona sul do aeroporto internacional de Toncontín.
Nesta sexta-feira (27/05), trabalhadores, camponeses, indígenas, mulheres, políticos  progressistas, e representantes de outros setores no país foram convocados pela FNRP para participar das manifestações pró-Zelaya.
Zelaya foi deposto por um golpe de Estado militar em 28 de junho de 2009 e se exilou na República Dominicana. A efetivação de seu retorno foi fruto de um longo diálogo com o atual governo, intermediado pela Colômbia e pela Venezuela, que também lideraram as negociações para a reincorporação de Honduras à OEA.
O ex-presidente, por sua vez, impôs como condição para seu regresso a anulação dos processos de corrupção que corriam contra ele, decisão que foi tomada no início de maio.
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Berlusconi se agarra à tábua de salvação da xenofobia


Derrotado pela Refundação Comunista em seu reduto e despencando em popularidade, Berlusconi tenta salvar-se convocando italianos para xenofobia explícita.

Por Luís F. C. Nagao
O suposto cavaliere, enfim, soltou as frangas. No último domingo (22/5), mal terminara o primeiro turno das eleições para governos municipais italianos quando o primeiro-ministro Silvio Berlusconi dirigiu-se a correligionários e despejou seu ódio. Referindo-se a Milão, onde fez fama e fortuna, previu: em caso de vitória dos adversários, a elegante metrópole do Norte iria converter-se em “uma cidade islâmica, um acampamento de ciganos, cheia de romenos e assediada pelos estrangeiros, aos quais a esquerda tem dado o direito de votar”.
O orgulho do premiê fora humilhado. Sua popularidade, abalada pela crise econômica e escândalos sexuais, despencara a 31%, em abril. Nas eleições do fim de semana, seu partido, o “Poppolo della Libertà” (PDL) fora liquidado, já na primeira volta, em cidades importantes, como Bolonha e Turim. Mas o vexame mais arrasador deu-se no próprio reduto de Berlusconi. O advogado Giuliano Pisapia, quase outsider no grande jogo da política institucional – obtivera 48% dos votos, contra 41,6% dados à candidata da direita, Letizia Moratti. Tornara-se favorito para o turno decisivo (marcado para este 29/5). Giuliano, oriundo do Partido da Refundação Comunista (PRC), concorre pela coligação de centro-esquerda.
Mas o destempero que pareceu, à primeira vista, fruto de choque emocional do premiê converteu-se, nos dias seguintes, em estratégia. Ao invés de diluir o mal-estar provocado pelo discurso xenófobo, a direita italiana passou a explorá-lo. Em Milão, sua campanha degenerou para uma tentativa de fazer aflorar os recalques dos italianos conservadores contra o outro, na esperança de que uma onda de medo possa reverter a derrota.
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sexta-feira, 27 de maio de 2011

Dilma: papai tem namorado

No Blog do Rovai

A declaração da presidenta Dilma dizendo que o governo não vai permitir a homofobia, mas não vai fazer propaganda do homossexualismo é o mesmo que dizer que defende a reforma agrária, mas que não vai distribuir terras.
Não vi o Kit Anti-Homofobia e por isso não vou fazer julgamento da qualidade do material. Pode ser que ele seja ruim. Mas a questão é que o conservadorismo vai tratar todo debate a respeito do respeito ao direito dos homossexuais como propaganda “da safadeza”.
Infelizmente a esquerda ainda anda de ceroulas no Brasil nas questões de costumes e direitos individuais. É quase tão conservadora quanto à direita. Vide o silêncio de partidos como PT, PCdoB e PSB neste debate.
Recebi do leitor Sergio Viula um vídeo traduzido por ele e onde aproveita para apresentar o seu livro.
Vale à pena dar uma olhada.
Tenho amigos gays que viveram casamentos heterossexuais e só depois de ter filhos é que conseguiram se assumir como homossexuais.
Fico me perguntando, seus filhos não têm o direito de ser educados assistindo vídeos como este? Os amiguinhos dos seus filhos não devem saber que a relação afetiva e o amor não são exclusividade dos heterossexuais? Não se deve construir um discurso da relação homossexual que escape dessa estúpida construção fundamentalista religiosa que torna safadeza a homossexualidade?
Assista o vídeo. É simples, mas bonito. Será que este a presidenta permitiria nas escolas?

Assassinado em Rondônia líder camponês Adelino Ramos, sobrevivente do massacre de Corumbiara

Adelino Ramos 

O agricultor Adelino Ramos, de 56 anos, que participou da invasão da fazenda Santa Elina, palco do massacre de Corumbiara (RO), em agosto de 1995, foi assassinado na manhã desta sexta-feira (27), no distrito de Vista Alegre do Abunã (RO), enquanto vendia verduras produzidas no acampamento onde vivia.
Em junho, durante reunião em Manaus (AM), o camponês denunciou ao ouvidor agrário nacional, Gercino Silva, as ameaças de morte que sofria.
Mais conhecido como Dinho, o ex-líder líder do Movimento Camponês Corumbiara (MCC) estava acompanhado da esposa e duas filhas quando foi abordado e atingido com cinco tiros.
Adelino Ramos era perseguido por latifundiários como um dos líderes do MCC. Ele morava no Assentamento Agroflorestal Curuquetê, em Lábrea, no Amazonas, e denunciava a ação de madeireiros.
Segundo a CPT, Dinho e um grupo de trabalhadores reivindicavam uma área na região para a criação de um assentamento.
No início deste mês, o Ibama iniciou uma operação no local, onde apreendeu madeira e cabeças de gado que estavam em áreas de preservação. A CPT na região acredita que esse foi o motivo da morte do camponês.
Segundo a CPT, o agricultor foi alvejado por um motociclista. Porém, Moradores de Vista Alegre do Abunã contaram que o assassino do agricultor chegou andando em uma rua nas proximidades de uma feira livre.
O homem atirou cinco vezes e continuou andando e se escondeu na mata quando a mulher de Adelino, identificada como Eliana, começou a gritar. Ela está sob proteção policial porque viu o assassino.
O assassinato de Adelino Ramos é o terceiro na Amazônia Legal nesta semana. Na terça-feira (24), José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foram mortos a tiros numa estrada vicinal em Nova Ipixuna, sudeste do Pará.
A CPT denuncia que madeireiros estão ameaçando de morte a agricultura Nilcilene Miguel de Lima, de Lábrea, presidente da Associação “Deus Proverá”, no sul do Amazonas.
Assentada na região há sete anos, Nilcilene desenvolve atividades de cultivo familiar ligadas à conservação do meio ambiente, da floresta e ao ativismo social.
A rica e exuberante região de Lábrea, na divisa dos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, tem sido palco de muitos conflitos nas últimas décadas por causa da luta pela posse terra, principalmente para pecurária e exploração madeireira.
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Dilma vetou ‘kit gay’ errado?

Redação Carta Capital 

Após o polêmico veto da presidenta Dilma Rousseff à distribuição de um kit anti-homofobia pelas escolas públicas do país, supostamente em troca de apoio da bancada religiosa do Congresso aos temas de interesse do Planalto, ao menos três versões sobre as razões que motivaram a decisão foram anunciadas publicamente.
A própria presidenta – que veio a público dizer, na quinta-feira 26, que não concordava com o kit – admitiu que não havia assistido ao vídeo completo, e sim a “um pedaço” do material exibido em reportagens na tevê. Ao justificar o veto, Dilma afirmou que o governo não poderia fazer “propaganda de opções sexuais”.
O discurso repetiu o argumento usado pela bancada religiosa, que bombardeou durante dias o projeto que estava em gestação no Ministério da Educação.
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), integrante da Frente Parlamentar Evangélica e um dos mais exaltados opositores do kit, defendeu o veto de Dilma dizendo que ele tinha embasamento: segundo ele, o próprio Ministério da Educação se encarregou de mostrar os vídeos originais para a presidenta.
Só que o próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, disse no mesmo dia que nem a presidenta soube precisar se o vídeo que ela havia assistido fazia parte ou não do material destinado às escolas. Haddad disse saber ainda que circulavam pelo Congresso filmes que nem sequer faziam parte do kit anti-homofobia original.
Foi a deixa para que Toni Reis, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), sugerisse, em nota divulgada à imprensa, uma quarta versão da história: a de que Dilma viu e vetou o “kit gay” errado.
Segundo esta versão, o power-point divulgado pelos evangélicos no Congresso, e que teria sido visto pela presidenta, continha, na verdade, vídeos e imagens feitos pelo Ministério da Saúde – e que visavam especificamente usuários de drogas e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nas imagens, sexo e uso de drogas são mencionados e ilustrados de forma explícita.
Destinado a professores do Ensino Médio, o kit verado por Dilma era composto de caderno, pôster, carta ao gestor da escola, seis boletins (boleshs) e cinco vídeos. O material contêm referências teóricas, conceitos e sugestões de atividades e oficinas para se trabalhar o tema da diversidade sexual nas escolas.
Após o episódio, Dilma Roussef afirmou que deve ser criada uma comissão de avaliação na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República para qualquer material que seja produzido por ministérios “que dialoguem com questões relativas a costumes”.
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O PT esqueceu os trabalhadores

Mino Carta é diretor de redação de CartaCapital. Fundou as revistas Quatro Rodas, Veja e CartaCapital. Foi diretor de Redação das revistas Senhor e IstoÉ. Criou a Edição de Esportes do jornal O Estado de S. Paulo, criou e dirigiu o Jornal da Tarde. redacao@cartacapital.com.br

A posição da mídia nativa em relação ao Caso Palocci intriga os meus inquietos botões. Há quem claramente pretenda criar confusão. Outros tomam o partido do chefe da Casa Civil. Deste ponto de vista a Veja chega aos píncaros: Palocci em Brasília é o paladino da razão e se puxar seus cadarços vai levitar.
Ocorre que Antonio Palocci tornou-se um caso à parte ao ocupar um cargo determinante como a chefia da Casa Civil, mas com perfil diferente daqueles que o precederam na Presidência de Lula.
José Dirceu acabou pregado na cruz. Dilma foi criticada com extrema aspereza inúmeras vezes e sofreu insinuações e acusações descabidas sem conta. A bem da sacrossanta verdade factual, ainda no Ministério da Fazenda o ex-prefeito de Ribeirão Preto deu para ser apreciado pelo chamado establishment e seu instrumento, a mídia nativa.
As ações de Palocci despencaram quando surgiu em cena o caseiro Francenildo, e talvez nada disso ocorresse em outra circunstância, porque aquele entrecho era lenha no fogo da campanha feroz contra a reeleição de Lula. Sabe-se, e não faltam provas a respeito, de que uma contenda surda desenrolava-se dentro do governo entre Palocci e José Dirceu. Consta que o atual chefe da Casa Civil e Dilma não se bicavam durante o segundo mandato de Lula, o qual seria enfim patrocinador do seu retorno à ribalta.
E com poderes largos, como grande conselheiro, negociador junto à turma graúda, interlocutor privilegiado do mercado financeiro e do empresariado, a contar com a simpatia de amplos setores da mídia nativa. Um ex-trotskista virou figura querida do establishment, vale dizer com todas as letras. Ele trafega com a devida solenidade pelas páginas impressas e nos vídeos, mas é convenientemente escondido quando é preciso, como se envergasse um uniforme mimético a disfarçá-lo na selva da política.
Murmuram os botões, em tom sinistro e ao mesmo tempo conformado: pois é, a política… Está claro que se Lula volta à cena para orquestrar a defesa de Palocci com a colaboração de figuras imponentes como José Sarney, o propósito é interferir no jogo do poder ameaçado e garantir a estabilidade do governo de Dilma Rousseff, fragilizado nesta circunstância.
A explicação basta? Os botões negam. CartaCapital sempre se postou contra a busca do poder pelo poder por entender que a política também há de ser pautada pela moral e pela ética, igual a toda atividade humana. Fatti non foste a viver come bruti, disse Dante Alighieri.
Traduzo livremente: vocês não foram criados para praticar, embrutecidos, a lei do mais forte. Nós de CartaCapital poderemos ser tachados de ingênuos, ou iludidos nesta nossa crença, mas a consideramos inerente à prática do jornalismo.
No tempo de FHC, cumprimos a tarefa ao denunciar as mazelas daqueles que Palocci diz imitar, na aparente certeza de que, por causa disso, merece a indulgência plenária. Luiz Carlos Mendonça de Barros, André Lara Rezende, e outros fortemente enriquecidos ao deixarem o governo graças ao uso desabrido da inside information, foram alvo de CartaCapital, e condenados sem apelação. Somos de coerência solar ao mirar agora em Antonio Palocci.
Em outra época, os vilões foram tucanos.
Chegou a hora do PT, um partido que, alcançado o poder, se portou como os demais, clubes armados para o deleite dos representantes da minoria privilegiada. Devo dizer que conheço muito bem a história do Partido dos Trabalhadores.
A primeira reportagem de capa publicada por uma semanal sobre a liderança nascente de Luiz Inácio da Silva, dito o Lula, remonta a começos de fevereiro de 1978. IstoÉ foi a revista, eu a dirigia. Escrevi a reportagem e em parceria com Bernardo Lerer entrevistei o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, na vanguarda de um sindicalismo oposto ao dos pelegos.
Dizia a chamada de capa, estampada sobre o rosto volitivo do jovem líder: Lula e os Trabalhadores do Brasil. Já então sabia do seu projeto, criar um partido para defender pobres e miseráveis do País.
Acompanhei a trajetória petista passo a passo e ao fundar o Jornal da República, que nasceu e morreu comigo depois de menos de cinco meses de vida, fracasso esculpido por Michelangelo em dia de desbordante inspiração, passei a publicar diariamente uma página dedicada ao trabalho, onde escreviam os novos representantes do sindicalismo brasileiro.
Ao longo do caminho, o partido soube retocar seu ideário conforme tempos diferentes, mas permaneceu fiel aos propósitos iniciais e como agremiação distinta das demais surgidas da reforma partidária de 1979, marcado por um senso de honestidade e responsabilidade insólito no nosso cenário.
Antonio Palocci é apenas um exemplo de uma pretensa e lamentável modernidade, transformação que nega o passado digno para mergulhar em um presente que iguala o PT a todos os demais. Parece não haver no Brasil outro exemplo aplicável de partido do poder, é a conclusão inescapável. Perguntam os botões desolados: onde sobraram os trabalhadores?
Uma agremiação surgida para fazer do trabalho a sua razão de ser, passa a cuidar dos interesses do lado oposto. Não se trataria, aliás, de fomentar o conflito, pelo contrário, de achar o ponto de encontro, como o próprio Lula conseguiu como atilado negociador na presidência do sindicato.
Há muito tempo, confesso, tenho dúvidas a respeito da realidade de uma esquerda brasileira, ao longo da chamada redemocratização e esgotadas outras épocas em que certos confrontos em andamento no mundo ecoavam por aqui.
Tendo a crer, no momento, que a esquerda nativa é uma criação de fantasia, como a marca da Coca-Cola, que, aliás, o mítico Che Guevara bebia ironicamente às talagadas na Conferência da OEA, em 1961, em Punta del Este. Quanto à ideologia, contento-me com a tese de Norberto Bobbio: esquerdista hoje em dia é quem, aspirante à igualdade certo da insuficiência da simples liberdade exposta ao assalto do poderoso, luta a favor dos desvalidos. Incrível: até por razões práticas, a bem de um capitalismo necessitado de consumidores.
Nem a tanto se inclina a atual esquerda verde-amarela, na qual milita, digamos, o ultracomunista Aldo Rebelo, disposto a anistiar os vândalos da desmatação.
E como não anistiar o ex-camarada Palocci? Lula fez um bom governo, talvez o melhor da história da República, graças a uma política exterior pela primeira vez independente e ao empenho a favor dos pobres e dos miseráveis, fartamente demonstrado.
CartaCapital não regateou louvores a estes desempenhos, embora notasse as divergências que dividem o PT em nome de hipócritas interpretações de uma ideologia primária.
Na opinião de CartaCapital, e dos meus botões, não é tarefa de Lula defender o indefensável Antonio Palocci, e sim de ajudar a presidenta Dilma a repor as coisas em ordem, pelos mesmos caminhos que em 2002 o levaram à Presidência com todos os méritos.
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Polícia desaloja manifestantes à força de praça em Barcelona

O que devia ter sido uma ação de despejo para a limpeza da Praça da Catalunha, em Barcelona, resultou nesta sexta-feira em cenas de agressão da polícia e ao menos 42 manifestantes feridos. Desde o dia 15 de maio centenas de pessoas se concentraram no cartão postal catalão para exigir reformas na classe política espanhola e nenhum incidente havia sido registrado.  
De acordo com o diário El Mundo, "a força da polícia foi notória e acompanhada de balas de borracha", o que aumentou a tensão e provocou dezenas de feridos
O objetivo do governo da Catalunha era o de limpar a praça e torná-la mais segura para a celebração da final da Champions League, amanhã, entre Barcelona e Manchester United. No entanto, de acordo com o diário espanhol, cerca de três centenas de pessoas permanecem na praça, cujo perímetro está rodeado que uma cadeia de agentes da autoridade.

Papa Bento 16 fecha convento em que freiras dançavam em cerimônias

Nobili teria participado de apresentações de dança durante cerimônias religiosasNobili teria participado de apresentações de dança durante cerimônias religiosas

O papa Bento 16 mandou fechar um famoso convento em Roma, de acordo com informações de jornais italianos.
O jornal "La Stampa" informou que o monastério da Basílica di Santa Croce in Gerusalemme (Basílica da Santa Cruz de Jerusalém) estaria sendo fechada devido a "irregularidades" litúrgicas, financeiras e morais.
Segundo os jornais, alguns monges cistercianos da igreja foram transferidos para outras congregações na Itália. O abade Simone Fioraso, um extravagante ex-estilista de Milão, já tinha sido transferido do mosteiro há dois anos.
O jornal "Il Messaggero" informou que Fioraso tinha restaurado o convento, que estava muito danificada, e aberto um hotel no local, em que realizava concertos. Ele também realizou uma maratona de leitura da Bíblia que foi transmitida pela televisão e constantemente atraía celebridades para visitar o mosteiro, em que promovia uma abordagem menos convencional da religião.
Uma das freiras do mosteiro, Anna Nobili, ex-dançarina erótica, fez várias apresentações de dança com outras freiras durante cerimônias religiosas.
Investigação
O Vaticano teria expressado sua insatisfação com os boatos a respeito do mosteiro.
"Uma investigação descobriu provas de irregularidades litúrgicas e financeiras, além de (irregularidades de) estilo de vida, que provavelmente não estavam de acordo com o de um monge", teria dito ao jornal britânico "Guardian" o padre Ciro Benedettini, um porta-voz do Vaticano.
O inquérito foi feito pela Congregação dos Institutos de Vida Consagrada do Vaticano e seus resultados ainda não foram publicados, segundo o "La Stampa".
A Basílica de Santa Croce é uma das mais antigas e famosas de Roma, foi construída em volta de uma capela do século 4.
A igreja é um dos locais mais importantes de peregrinação na capital italiana e acredita-se que ela guarda relíquias sagradas.
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Toledo dá apoio a Humala e luta se acirra no Peru

O portal Terra divulgou há pouco que o ex-presidente peruano Alejandro Toledo anunciou hoje “seu apoio à candidatura do candidato nacionalista Ollanta Humala, que no dia 5 de junho disputará o segundo turno das eleições presidenciais do Peru contra a congressista Keiko Fujimori”.
“Decidimos apoiar sem ambiguidades a candidatura de Ollanta Humala”, disse Toledo, que teve 15,6% dos votos e após os resultados do primeiro turno tinha dito que seu partido não apoiaria nenhum dos candidatos.
A France-Press publica hoje também uma matéria sobre o acirramento das eleições peruanas, da qual reproduzo um trecho:
“Ovos atirados contra a direitista Keiko Fujimori, líder das pesquisas; chuva de acusações contra o esquerdista Ollanta Humala de parte de uma imprensa que lhe é hostil: a agressividade e a polarização aumentaram na campanha presidencial peruana a dez dias das eleições.
Na reta final da corrida presidencial, a última pesquisa da empresa Datum, divulgada nesta quinta-feira, dá a Fujimori uma vantagem de 5,8 pontos percentuais sobre Humala. Segundo a empresa, a candidata tem 52,9% das intenções de voto contra 47,1% de seu rival.
Há mais de uma semana, Keiko Fujimori vem aparecendo com vantagem sobre o adversário.
Os meios de comunicação destacaram nesta quinta-feira uma agressão sofrida por Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos por violação de direitos humanos e corrupção.
Na quarta-feira, em um giro pela região de Cajamarca (norte), grupos ‘antifujimoristas’ atiraram ovos e bolas de barro durante um comício no qual ela discursava, o que levou a candidata a acusar Humala de estar por trás da agressão, afirmando que ele “está enganado se acha que vai me amedrontar”.
Humala condenou a agressão e declarou que deu “diretrizes claras para que não se cometam atos de violência”.
No começo da semana, surgiu a denúncia de que militantes pró-Humala haviam sido expulsos do bairro de Jicamarca, zona leste de Lima, por grupos pró-Fujimori, que os impediram de realizar um ato de campanha.”
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Kátia Abreu é mais confiável que o MST, deputado Aldo?

Aldo Rebelo tem acusado as ONGs estrangeiras, que defendem o imperialismo americano, por tentar desmoralizar seu relatório que seria o suprassumo do nacionalismo.
Taí um texto do deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) que é ligado a uma grande ONG, o MST. 
O deputado Aldo acha que o MST faz o jogo dos Yankes? Seria o MST um movimento infiltrado no país para atacar os verdadeiros nacionalistas? Kátia Abreu é mais confiável que o MST?
Segue o texto de Valmir Assunção:

Ao assumir meu primeiro mandato como deputado federal, cheguei com um compromisso bem definido: defender a reforma agrária, tal como possibilitar mecanismos de incentivo à agricultura familiar e camponesa, fortalecendo os movimentos sociais do campo e da cidade.
Meus compromissos também incluem a luta pelo desenvolvimento social e combate à fome, a defesa do conjunto dos direitos humanos, promoção da igualdade racial e de políticas para a juventude.
Compreendo que um deputado federal, como extensão das lutas que acontecem nas ruas do nosso Brasil, deve manter a coerência e o lado pelo qual foi designado a estar num espaço, como é a Câmara dos Deputados.
Inicio este texto lembrando estas questões, por que são justamente elas que me fizeram votar não ao relatório do deputado Aldo Rebelo na noite deste dia 24 de maio.
Praticamente, o relatório aprovado livra o agronegócio do adjetivo “desmatador” da maneira mais torta possível: ao invés de discutirmos formas de coibir a ação de um modelo de agricultura que, ao visar a exportação de commodities produzidas sob o sistema de monoculturas, de desrespeito às leis trabalhistas e, muitas vezes, sem cumprir o preceito constitucional da função social da terra, o relatório do deputado Aldo Rebelo abriu as porteiras para que a expansão deste modelo predador avance sob áreas antes protegidas. Mais ainda: possibilita que os desmatadores sejam anistiados, absolvidos.
Uma vergonha!
A agricultura familiar e camponesa, a responsável por mais de 70% da produção de alimentos, no entanto, em nada se viu beneficiada neste relatório. Por exemplo: o texto votado permite que áreas de até quatro módulos rurais sejam isentos de recomposição de reserva legal desmatada. Ora, do jeito que está não há diferença de quem produz sob um modelo familiar daquele que só usa sua propriedade para lazer de fim-de-semana, ou mesmo de um latifúndio divido em várias matrículas, isentando-se de restrições da lei.
Vamos a outro exemplo: o texto permite que a compensação da reserva legal do agronegócio seja em qualquer parte do Brasil, dentro do mesmo bioma. Isso é um perigo para nós que lutamos contra a concentração fundiária, pois um mesmo latifundiário pode se aproveitar da especulação de terras, principalmente em regiões mais baratas, principalmente terras de pequenos agricultores, para comprar mais áreas para recompor reserva.
Ainda atendendo o latifúndio, o texto de Aldo Rebelo não acatou a demanda que criaria o fundo ambiental para a pequena agricultura, ou seja, o pagamento para que o camponês/a possa garantir reserva legal de florestas e vegetação nativa. A proposta, que tem o apoio da presidenta Dilma e é proveniente dos movimentos sociais do campo e sindicatos da agricultura familiar, foi simplesmente ignorada pelo relator.
A emenda 164 termina de consolidar o pacote do agronegócio. A medida dá poder aos estados para definir política ambiental e determina que poderão ser mantidas as atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas de preservação permanente (APPs) caso o desmatamento tenha ocorrido até 22 de julho de 2008, ou seja, liberação sem limites, mais devastação ambiental e descaracterização de todo o avanço que o Governo já tinha obtido nas negociações junto ao relatório.
E não para por aí: o relatório libera a criação de camarões em áreas próximas aos mangues. Permite que espécies exóticas sejam plantadas em metade das áreas das reservas legais dos grandes proprietários: isso é o mesmo que escrever às transnacionais de plantio de eucalipto, como as do sul da Bahia, que fiquem sossegadas, por que será aumentada a área em que poderão lucrar, mesmo que destrua a terra, os mananciais de água que possuímos, que não gere empregos…
Não me somo a isto. Minha luta, minha história e meu mandato não coadunam com tamanha irresponsabilidade. Infelizmente, mesmo com os seminários realizados, manifestações de rua em vários estados deste País feitos, o que foi visto na Câmara dos Deputados foi uma ação que envolve manobra política deliberada, ao confundir agricultura para exportação com produção de alimentos; chantagem, ao envolver episódios políticos que nada tem a ver com o tema em questão; oportunismo de tantos que ali votaram em causa própria, seja por que querem expandir seu latifúndio em detrimento das vegetações nativas, seja por que devem ao Estado brasileiro por já desmataram ilegalmente.
Defender a agricultura familiar e camponesa também é defender o meio ambiente, nossas matas e florestas, nossos rios, nossa terra, por que precisamos dele para sobreviver. Faz parte da nossa cultura camponesa.
Este relatório é uma afronta a tudo que construímos, enquanto camponeses e camponesas. Mas a luta ainda não acabou e seguiremos em vigília para que o retrocesso não se consolide no Senado e nem no Executivo. 
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