sábado, 29 de junho de 2013

Prisão de padre aumenta pressão por transparência no Vaticano


A prisão de um padre italiano esta semana, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude e corrupção no Banco do Vaticano, está colocando ainda mais pressão sobre a Igreja Católica por mais transparência e cooperação com as investigações da polícia.
O padre Nunzio Scarano, de 61 anos, que tem o título de Monsenhor – um reconhecimento de honra dado pelo papa a sacerdotes com mais tempo de carreira -, foi preso juntamente com um agente do serviço secreto italiano e um investidor financeiro.
De acordo com investigações da polícia italiana, o grupo é suspeito de tentar levar cerca de 20 milhões de euros (ou quase R$ 58 milhões) ilegalmente para a Itália.
Scarano ocupava o cargo de contador sênior num importante departamento financeiro do Vaticano.
Mas, segundo o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi, foi suspenso de suas atividades “há cerca de um mês, quando seus superiores tomaram conhecimento da investigação”.
Nesta semana, o papa anunciou a criação de uma comissão de clérigos para analisar o trabalho administrativo do Banco do Vaticano, que vinha sendo alvo de denúncias de envolvimento em lavagem de dinheiro.
Mas não se sabe até onde o Vaticano estaria disposto a ir para ajudar a polícia.
Segundo o correspondente da BBC em Roma, David Willey, “tradicionalmente, o Banco do Vaticano sempre impôs grande segredo sobre as atividades de seus funcionários”.
Com o anúncio da criação da comissão, o papa está tentando “impor mais transparência e clareza na atuação financeira do Vaticano, o que não poderia ter chegado em melhor hora”, diz Willey.
O Banco do Vaticano – cujo nome oficial é Instituto para os Trabalhos da Religião (IOR) – é considerado uma das instituições financeiras mais secretas do mundo.
A instituição tem 114 empregados e um total de 5,4 bilhões de euros (ou mais de 14 bilhões de reais) em fundos.
A imprensa italiana tem chamado o padre Nunzio Scarano de “Monsenhor 500″, numa alusão ao valor constante dos cheques que ele movimentaria na conta do Vaticano – sempre depositados em montantes de apenas 500 euros.
________________________________________________

BOMBA ! FELICIANO ESTÁ CURADO !


Alexandre Frota diz que já namorou deputado Feliciano

Terra

Alexandre Frota participou do programa Morning Show desta quinta-feira (27), na RedeTV!, e falou sobre o pastor e deputado Marco Feliciano, que preside atualmente a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara e muito criticado pela aprovação do projeto da "cura gay".
"Eu o conheço bem, ele foi meu namorado. Teve um relacionamento de dois anos comigo e eu fico surpreso com as coisas que ele fala, porque não era isso que ele falava quando estava comigo na cama", brincou o ator.
Frota ainda mandou um recado para o deputado: "Amor, estou estranhando essa sua posição. Eu te chamava de 'Dundun'.
Por tudo que nós vivemos, por tudo que você me falou ao pé do meu ouvido, eu esperava mais de você. Quando puder me liga, tá bom?".
Alexandre Frota também falou sobre sua orientação sexual. "Eu sou pentassexual. Eu era bi, depois fui tri e agora sou penta. Eu vou tentar o hexa", afirmou. "Trabalhei durante muito tempo com o corpo, com a sedução, voltado para um público consumidor gay.
Sempre acreditei e acredito que não pudesse fazer qualquer tipo de trabalho em que não colocasse a alma. Eu fiz cinco capas da revista G Magazine e eu não quis fazer a revista sentado numa piscina, como a maioria das revistas saem. Eu roteirizei aquilo de uma maneira que eu sabia que chocaria o público, que seria discutido e que público consumidor final, o público gay, iria comprar", disse.
____________________________________________

O que significa a queda de 27 pontos de Dilma


Dependendo das circunstâncias, Lula pode entrar em cena. Aguardemos os próximos capítulos

Por Paulo Nogueira

Primeiro: seria inimaginável que os protestos não tivessem impacto profundo sobre o prestígio da presidenta Dilma Rousseff.
O que o Datafolha trouxe – uma queda de 27 pontos na aprovação presidencial – era previsível, neste momento.
O que importa verdadeiramente é o que vem daqui pela frente, depois que for restabelecida a rotina.
Aí sim será possível averiguar o tamanho dos danos impostos a Dilma e sua candidatura.
Se o desconforto com Dilma perseverar, isso vai significar que as eleições de 2014 estarão sob uma enorme incógnita – elas que pareciam absolutamente definidas até algumas semanas atrás.
Trabalhemos com essa possibilidade, a mais provável neste momento.
A maior dúvida vai se instalar não na oposição – mas no próprio PT.
Continuar com Dilma ou recorrer a Lula?
Vai ser um processo sofrido, complexo, doloroso. Mas se Dilma aparecer cambaleante nas futuras pesquisas de intenções de voto – um conjunto delas, naturalmente, e num prazo razoável de tempo — a substituição fatalmente será feita.
Ainda que o próprio Lula relute, as circunstâncias o empurrarão para as eleições.
Mas ainda é uma incógnita se a perda de prestígio terá desdobramentos nas pesquisas de intenção de voto.
Por uma razão poderosa: nenhum candidato da oposição se beneficiou dos protestos.
Não se viu e nem se verá um único cartaz que clame por Aécio ou que evoque, de alguma forma, o PSDB.
Marina pode ser a exceção entre os candidatos declarados?
Pode. Mas não muito.
Ninguém nas ruas parecia remotamente interessado em Marina, mas ela não está tão associada ao tradicional universo político que é objeto de tamanha rejeição.
Marina parecia morta depois do episódio Feliciano, no qual ela atribuiu as críticas ao pastor principalmente ao fato de ele ser evangélico e não a suas posições homofóbicas.
Eu próprio escrevi que ela morrera abraçada a Feliciano, mas agora vale a pena observar as próximas pesquisas de intenção de voto.
Fora da política convencional, há o nome de Joaquim Barbosa.
Quando as manifestações foram usurpadas por conservadores, JB apareceu forte numa pesquisa do Datafolha.
Mas era previsível: se você vai a um restaurante caro e faz uma pesquisa, JB vai ficar em primeiro lugar e Aécio terá menções expressivas.
Mas o Brasil não é um restaurante caro.
JB é um heroi – ou uma esperança — da mesma tribo conservadora que votou em Serra em 2006 e em 2010.
A imagem consolidada de representante dos interesses do chamado 1% é mortal para as pretensões de JB ou de quem deseje vê-lo no Planalto.
Como a mídia é a voz do 1%, vai-se falar muito de JB nos próximos meses na tentativa de inflá-lo.
Mas a questão essencial, para 2014, residirá dentro da própria situação: Dilma ou Lula?
A resposta virá da voz rouca das ruas, nas pesquisas de intenção de voto pós-protestos.
____________________________________________

O PRESENTE DE ALEXANDRE VON PARA O AMIGO DO PARAZINHO. ELE PODE, TEM MAIORIA


SEGUNDA 1° VAI PARA A VOTAÇÃO NA CÂMARA A NOVA SECRETARIA DO VON


Nesta segunda-feira 1°de Julho deve ser votado na Câmara Municipal de Santarém o projeto da nova Secretaria do Governo Von que se chama Núcleo de Gerenciamento de Obras (NGO). 
Esse cabide de emprego deve custar ao bolso do cidadão santareno R$54 milhões de reais, coisa absurda, pois já existe a SEMINFRA, Secretaria Municipal de Infra-estrutura, o que o Prefeito está querendo fazer é empregar um amigo dele de Belém chamado de Geraldo Bitar que deve trazer a turma do Parazinho para farrearem em Alter do chão – por isso convocamos os caras pintadas do Facebook, os indignados da Copa das Confederações e os revoltados com essa pouca vergonha, para comparecerem em peso na Câmara Municipal de Santarém para um grande protesto contra a aprovação dessa lambança.
____________________________________________________

Marina concorda com plebiscito


Ex-senadora e provável candidata a presidente, Marina Silva diz que a presidente deve 
conversar com todos, mesmo aqueles que não estão dentro de setores organizados; Marina 
concorda com plebiscito. 

Brasil 247 – A ex-senadora Marina Silva (sem partido), provável candidata a presidente em 2014, em entrevista ao Estadão, neste sábado (29), criticou o posicionamento da presidente Dilma Rousseff (PT) diante das manifestações que se alastraram pelo país. 
Para a ex-senadora, o discurso de Dilma não funcionou porque “foi orientado pelo marketing” e suas proposições falharam porque foram “ancoradas pela orientação partidária”. “A força que está aí, em estado de presença e latência, porque vai continuar, não é para ser tratada dessa maneira”, afirmou.
Marina avalia ainda que Dilma “falou mais do que ouviu e está fechando tudo na relação Palácio e Congresso”. 
Ainda assim, Marina disse ser favorável ao plebiscito, proposto por Dilma, “desde que a gente saiba quem é que vai fazer as perguntas”. “Elas não podem ser formuladas apenas pelo Palácio e pelo Congresso”, frisou. A ex-senadora propõe que a presidente converse com os diferentes segmentos. “É preciso criar os meios para o estabelecimento dessa conversa, porque ela não envolve os setores já organizados”.
______________________________________

Cardozo agiu no caso TelexFree para aparecer no Fantástico

Abaixo a explicação do por quê, depois de seis meses do maior golpe ao consumidor no país, o Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo esboçou um gesto: vai sair reportagem no Fantástico. da TV Globo - Edição do dia 28/06/2013.
Nesta sexta-feira (28), o Ministério da Justiça anunciou a abertura de processo contra a empresa Telexfree, por suspeita de formação de pirâmide financeira.
A Telexfree, que também está sendo investigada por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, vende pacotes de serviços de telefonia com a ajuda de uma rede de colaboradores.
Domingo (30), no Fantástico, você vai entender como funciona essa rede e por que ela pode estar lesando os consumidores.
para assistir clique aqui
Maurício Vargas, presidente do Reclame Aqui, diz nesta matéria do SBT que a TelexFree é o maior golpe contra o consumidor brasileiro dos últimos tempos.
http://nocache.sbt.com.br/sbtvideos/media/d94da981c52a9c14648db81f9ec860f7/Empresa-Telexfree-esta-na-mira-do-Ministerio-da-Justica.html
______________________________________________________

sexta-feira, 28 de junho de 2013

PLEBISCITO GANHA LEGITIMIDADE POPULAR

Depois de obter apoio político, proposta da presidente Dilma Rousseff, de que a consulta popular 
sobre reforma política seja feita por meio de plebiscito, passa a receber apoio dos movimentos 
sociais. Dilma se encontrou com representantes do Movimento LGBT, Movimentos de 
Juventude, centrais sindicais, movimentos urbanos e o Movimento Passe Livre.

Reuters - Movimentos sociais que reuniram-se com a presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira defenderam que a consulta popular sobre os parâmetros para uma reforma política seja feita por meio de plebiscito, e não por referendo, afirmaram representantes das organizações.
O secretário nacional da Juventude da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Alfredo Santos, presente no encontro, afirmou que o plebiscito é "consenso" entre os mais de 20 representantes de movimentos sociais reunidos nesta sexta com Dilma.
"Para nós é essencial a participação popular. É essencial que se dê anterior à elaboração do projeto, então por isso pelo plebiscito e nunca por referendo", disse Santos a jornalistas.
"Os movimentos sociais organizados, nenhum deles defende uma proposta de participação que seja posterior, como alguns estão colocando."
Na segunda-feira, a presidente anunciou, como resposta às manifestações que tomaram as ruas do país nas últimas semanas, sua intenção de "propor o debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política".
Na terça-feira, o governo abandonou a ideia de uma assembleia constituinte, mas manteve a sugestão de realização de um plebiscito sobre a reforma política.

: Na opinião da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Virgínia Barros, as medidas anunciada por Dilma e pelo Congresso --que se apressa para votar propostas em resposta às reivindicações populares-- "dialogam" com as manifestações.
"São medidas que dialogam e que tentam responder a essas demandas que vêm sendo colocadas na rua", afirmou Virgínia.
Segundo os representantes dos movimentos, Dilma não deu detalhes sobre a mensagem que deve enviar na próxima semana ao Congresso sugerindo os tópicos a serem abordados numa reforma política.
Na quinta-feira, a maioria dos partidos políticos da base e de lideranças aliadas da Câmara e do Senado manifestaram à presidente apoio à realização do plebiscito.
Já a oposição, que deve reunir-se com Dilma na próxima semana, defendeu por meio de nota assinada por três partidos --PSDB, DEM e PPS-- a realização de um referendo. Nesse caso, o Congresso aprovaria uma reforma que seria depois submetida à consulta popular.
Também em resposta às manifestações, a presidente reuniu-se ainda com representantes de movimentos que atuam pelos direitos de gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais. Segundo representantes desses movimentos, Dilma teria se posicionado "contra toda forma de discriminação, contra toda forma de intolerância e a favor das diferenças".
________________________________________

O MPL é a única novidade da política brasileira


Eles trouxeram frescor, mudança e atitude a um ambiente engessado e anacrônico.

Por: Kiko Nogueira

O Movimento Passe Livre, que detonou a maior onda de protestos do Brasil, foi visto por muita gente com desconfiança quando surgiu, em meados de junho. Colunistas, se pudessem, os teriam assassinado. Ninguém entendeu as reuniões para decidir cada passo, da marca do café a quem seria o porta-voz; a estrutura “horizontal”; a juventude.
Tudo foi visto com cinismo e arrogância, tanto pela direita como pela esquerda. O MPL tirou o pé do acelerador quando viu que corria risco de ser usado por reacionários e conservadores. Continuou com suas marchas, só que na periferia e em cidades menores. Não parou e não cedeu à tentação de se transformar em mais um grupo desmiolado de pessoas “contra o governo e tudo o que está aí”.
Na passeata que serviu para comemorar a redução da tarifa em São Paulo, seus integrantes foram celebrados pelos moradores dos prédios da Avenida Paulista. Do alto dos edifícios, as pessoas jogavam papel picado e acendiam e apagavam as luzes em homenagem ao grupo.
Foi a noite em que radicais forçaram o PT e outros partidos a abaixar as bandeiras. Só ficou o MPL, com suas palavras de ordem meio fanfarronas e seus integrantes de camiseta preta. Uma enorme demonstração de força, prestígio – e poder.
O MPL é a melhor novidade da política brasileira dos últimos anos exatamente por não obedecer às regras da política tradicional. Seu membro mais visível é a estudante Mayara Vivian, que faz bicos de garçonete e tem uma foto com um copo de cachaça em seu perfil no Facebook. Mayara abriu um discurso na Câmara Municipal de São Paulo assim: “Primeiro, gostaria de dizer que não gosto de políticos. Eu gosto de Ramones”.
O MPL gosta de política e faz política. Não é um bando de ingênuos. Têm sensibilidade social, estão do lado certo. Mas trazem um jeito novo de lidar e exercer o poder, ao qual não estávamos acostumados. Se virarem um partido comum, provavelmente estarão liquidados. Eles abem disso. Está tudo nos discos dos Ramones.
_____________________________________________

PLEBISCITO OU REFERENDO ENTENDA O CASO

GILMAR MENDES É O CÃO DE GUARDA DO CONSERVADORISMO

O jurista de Diamantino, quando ecorre maliciosamente à comparação com o processo venezuelano, deixa claro que, em sua concepção de república, o mando do Estado é privativo das oligarquia

Por Breno Altman - jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

A crítica assanhada à ideia de poder constituinte para reformar o ordenamento político, verbalizada pelo ministro do STF, não oculta seu desgosto com qualquer solução à crise baseada na soberania popular. A atitude midiática de Gilmar Mendes, de constantes refregas com o parlamento, não passa de espetáculo para a arquibancada. Na hora agá, ocupa a linha de frente entre os que querem tudo decidido sem a voz das ruas.
Quando afirma que “o Brasil dormiu como se fosse Alemanha, Itália, Espanha, Portugal em termos de estabilidade institucional e amanheceu parecido com a Bolívia ou a Venezuela”, além de revelar sua profunda ignorância sobre os países vizinhos, coloca seu preconceito a serviço do sistema oligárquico. Gilmar Mendes, afinal, sabe perfeitamente que as forças conservadoras impedirão, se a decisão sobre reforma política ficar restrita ao parlamento, qualquer mudança democrática.
A proibição do financiamento privado e o voto em lista, aparte serem fatores de redução da corrupção eleitoral, podem elevar a disputa política-ideológica a um patamar que desloque a hegemonia dos grande grupos econômicos sobre o Estado e a sociedade. Tudo o que os partidos e porta-vozes das elites não querem é um cenário no qual eleições se transformem em confronto de projetos e interesses de classe.
A direita perdeu o governo nacional, mas o campo do atraso e do conservadorismo detém folgada maioria parlamentar. A bancada de esquerda, na melhor das hipóteses, agrega uns 150 deputados e 20 senadores – menos de um terço do poder legislativo. A administração liderada pelo PT, para sobreviver, teve que fazer alianças esdrúxulas e rebaixar seu programa em diversos setores. Não é à toa a paralisia na reforma agrária e o bloqueio ao imposto sobre grandes fortunas, para citarmos apenas dois exemplos.
Apesar das três eleições de presidentes progressistas, as correntes reacionárias ainda são capazes de controlar o parlamento graças, em boa medida, ao sistema atual. Fartos recursos empresariais, associados ao voto unipessoal, potencializam as relações clientelistas, que despolitizam a sociedade e individualizam a política. O choque entre blocos, propiciado pelo voto em lista, tende a equalizar a natureza do voto parlamentar com o presidencial. Os riscos para os conservadores são evidentes.
Tudo teria ficado na modorrenta situação de sempre não fosse a rebelião das ruas. As manifestações populares e juvenis, com seus acertos e desacertos, escancaram a podridão do ordenamento atual, seus mecanismos de obstrução à participação popular e suas negociatas. Reabriram chances para uma profunda transformação.
A presidente Dilma Rousseff atentou ao momento histórico e convocou o país para esta reforma imprescindível, devolvendo às ruas, ao povo soberano, a decisão sobre o rumo a tomar. Respondeu à crise com um chamado democrático, para que as urnas decidam sobre a fundação de nova ordem política.
O jurista de Diamantino, quando ataca a Constituinte, mira o plebiscito proposto por Dilma. Quando recorre maliciosamente à comparação com o processo venezuelano, deixa claro que, em sua concepção de república, o mando do Estado é privativo das oligarquias. Ao povo, para o ministro do STF, cabe lugar apenas na plateia, submisso aos truques e malabarismos dos senhores proprietários da riqueza e do poder.
Mas cabe um elogio à conduta do magistrado. Por não ter papas na língua, ajuda a desnudar o caráter autoritário das elites acostumadas a fazer e desfazer dos interesses nacionais desde Cabral. Gilmar Mendes nunca escondeu que é o cão de guarda do conservadorismo.
_________________________________________

LULA SAI DA TOCA



A Eliane Cantanhêde, da Folha, está com saudade dele. Andou “cobrando”, na coluna do jornal, que Lula fale sobre as manifestações nas ruas. Fez até um contraponto com FHC – este sim, diz a colunista, participa do debate público. Cantanhêde ainda acha que só participa do debate quem dá entrevista para “Folha” e outros jornais. Os caminhos de Lula são outros.
O ex-presidente já atua firmemente nos bastidores, consulta lideranças, articula movimentos e põe o bloco na rua.
Um dos participantes desses encontros – que acontecem no bairro do Ipiranga, em São Paulo – revela o que Lula anda dizendo sobre as manifestações pelo Brasil: “é hora de trabalhador e juventude irem para a rua para aprofundar as mudanças, enfrentar a direita e empurrar o governo para a esquerda.”
Lula também teria dito algo como: “se a direita quer luta de massas, vamos fazer lutas de massas”.

do Correio do Brasil

Ex-presidente da República e um dos principais atores políticos da esquerda brasileira, Luiz InácioLula da Silva assume, definitivamente, o seu papel de liderança nos movimentos sociais que tomaram as ruas do país, em uma série de manifestações que chega à sua segunda semana. 
De sua base, na sede do Instituto Lula, nesta capital, o principal aliado da presidenta Dilma Rousseff na elaboração de uma agenda política para a realização de um plebiscito, provavelmente em agosto, intensifica os encontros com os movimentos sociais mais próximos do Partido dos Trabalhadores (PT).
No mais recente encontro, na véspera, com jovens de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União da Juventude Socialista (UJS), o Levante Popular da Juventude e o Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), 
Lula ofereceu o diapasão para afinar o discurso dos movimentos sociais. Em lugar da esperada mensagem de conciliação e o pedido de calma aos manifestantes, o momento é de “ir para a rua”, afirmou o ex-presidente. A reunião, no bairro do Ipiranga, em São Paulo não contou com a presença do Movimento Passe Livre (MPL), nem do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
_______________________________________________

O GOVERNO PERDEU A GUERRA DA COMUNICAÇÃO


É o que avaliam lideranças do PT, segundo reportagem de Maria Inês Nassif; de acordo com o 
texto, "o governo acabou consolidando uma situação de poder monopolista da mídia tradicional 
e fortaleceu o setor que exerceu a influência definitiva na cabeça dos jovens mais despolitizados 
que foram às ruas" 

Maria Inês Nassif - Jornal GGN

A contraofensiva da presidente Dilma Rousseff às manifestações de rua, traduzida em propostas, algumas delas já referendadas por votações ocorridas no Congresso desde ontem (25), e em uma maratona de reuniões com movimentos sociais, tem um potencial bastante limitado de quebrar o isolamento político do governo.
Antes das manifestações, o governo Dilma não tinha relação com os movimentos sociais, aprofundou compromissos com inimigos figadais dessas organizações – como as bancadas ruralista e evangélica – e manteve o Congresso distante das decisões de governo. A bancada aliada, liderada pelo PT, embora insatisfeita, mantinha-se leal porque a reeleição da presidente era considerada como uma fatalidade. Após as manifestações, Dilma imprimiu uma velocidade de maratona às consultas a movimentos sociais, mas pode ter aprofundado ainda mais a distância que sempre manteve com o PT e com a base aliada. E não tem mais como elemento neutralizador das insatisfações dos partidos aliados uma vitória inexorável na disputa pela reeleição, no ano que vem.
Ontem (25), em reunião da bancada do PT com o presidente do partido, Rui Falcão, parlamentares desfilaram uma lista interminável de rancores com o governo – a mais recente, pelo fato de a presidente ter assumido uma posição quase definitiva em favor de uma Constituinte exclusiva para a reforma política sem ter segurança jurídica ou política de que a alternativa era viável, recuar e obrigar a bancada, que não foi consultada em nenhum momento, a um silêncio obsequioso. Os parlamentares identificam também no perfil do atual governo a origem de insatisfações.
Segundo avaliações ouvidas pelo Jornal GGN de parlamentares petistas, existe um entendimento de que a pouca disposição de Dilma para a disputa política manteve um clima de passividade facilmente manipulável pela grande mídia, que encontrou terreno para desconstruir feitos do governo e uma popularidade da presidente que era considerada imbatível.
A primeira guerra que Dilma perdeu foi a comunicação, na opinião de petistas, não apenas pela omissão, mas pela ação de governo, que privilegiou a mídia tradicional e evitou o debate sobre a regulamentação dos meios de comunicação. O governo acabou consolidando uma situação de poder monopolista da mídia tradicional e fortaleceu o setor que exerceu a influência definitiva na cabeça dos jovens mais despolitizados que foram às ruas. 
O terreno fértil para uma agenda política mais conservadora – como as bandeiras contra as políticas sociais ou mesmo o apelo da luta contra a aprovação da PEC 37 – foi adubado pela velha mídia que não deu tréguas ao governo e não encontrou nenhum tipo de resistência por parte dos ministérios responsáveis pela publicidade do governo e pela proposta de regulamentação dos meios de comunicação.
O outro erro apontado foi a adoção de um “pragmatismo” que acabou fortalecendo setores mais conservadores aliados ao governo, como a bancada ruralista e a evangélica. Parlamentares do PT ouvidos entendem que Dilma enfraqueceu Gilberto Carvalho – o ministro, embora tenha acesso aos movimentos sociais, não conseguiu dar protagonismo a eles, que se consideram prejudicados pelas concessões feitas aos ruralistas (que mudaram as políticas de reforma agrária e indigenista) e aos evangélicos (que impuseram, durante todo o governo e sem resistências, uma pauta conservadora de direitos sociais).
Na avaliação dos dois anos e meio de governo Dilma, petistas avaliam que ela perdeu sistematicamente apoio de aliados históricos do PT, não conseguiu enquadrar aliados conservadores e não conseguiu seduzir a mídia tradicional. Perdeu de um lado e não ganhou de outro.
_______________________________________________

A direita e o PT fisiológico


Por Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político

A direita radical obteve vitórias importantes com as turbulências. Ficam para os seminários acadêmicos os debates sobre a transformação do extraordinário movimento de solidariedade contra a brutalidade policial em palavras de ordem hostis à democracia.
Cabe reconhecer que a direita se preparou e seqüestrou os cordéis íntimos das manifestações. Pequenos grupos treinados surgiram do nada, profissionais e disciplinados, com nomes benignos e endereços desconhecidos.
Dispersos em contingentes reduzidos, sempre contando com jovens que se declaravam bem intencionados, pedindo paz e não violência, agrupavam-se em segmentos dispersos das passeatas, protegidos no anonimato pelos simpatizantes de boa fé.
Homens maduros, todos de camisa branca e gravatas sociais, incorporavam-se à marcha a distâncias regulares. Eram eles que ditavam a velocidade dos caminhantes, coordenando a ação dos grupos de direita, e que, a seus comandos, elevavam a gritaria e exibiam cartazes com bem boladas palavras de ordem. O destino era o local do confronto, primeiro, e, depois, destacamentos encaminhavam os incautos, os saqueadores e sociopatas de todas as inclinações, para vizinhanças propícias às devastações. Nenhum foi, até agora, apanhado.
Preliminares de 2014.
Com sucesso, a direita radical vem trazendo a reboque todas as oposições institucionalizadas, o PSDB, o DEM e a unanimidade dos comentaristas das mídias tradicionais, obrigados, quiçá com prazer interior, a aplaudir palavras de ordem absolutamente descabeladas, declarações tatibitates, bem como a achar profundíssima a alegre ignorância dos que testemunhavam não saber exatamente o significado do refrão que cantavam: “o povo, unido, não precisa de partido”. Esta, a primeira vitória da direita radical neste pugilato. A oposição institucional vai cortar um dobrado para convencê-la de que não está obsoleta.
Tendo colaborado com seus tuites e emails para mais esta rodada de desmoralização da política, petistas fisiológicos em busca de empregos e bocas (suas mensagens têm sido identificadas a granel nas redes sociais) continuam colaborando para a segunda vitória da direita radical: a difusão da divergência entre os participantes da coalizão política e social que vem conduzindo com elevada taxa de acerto a acelerada inclusão social dos grupos vulneráveis, a reforma institucional das práticas econômicas e o aumento dos graus de liberdade no cenário internacional.
Foi a conquista mais espetacular da ousadia direitista. Na atual conjuntura, as lideranças progressistas se enfraqueceram e não há consenso operacional sobre nenhuma das propostas com que o Executivo presume atender às vozes das ruas. Nem há como haver.
Quem garante que as alegadas vozes das ruas são representativas dos quase duzentos milhões de habitantes? Pesquisas sobre o que as pessoas consideram problemas nacionais são sempre variantes da seguinte lista: saúde, educação, segurança, lisura administrativa, eficiência do governo, emprego, salário, compromissos dos políticos. Independentemente do nível de qualidade ou atendimento real dos itens acima, excepcional ou lastimável, os resultados revelarão coquetéis variados dos mesmos ingredientes.
No Brasil, no mundo e em qualquer tempo. Por isso, medidas imediatas ficarão eternamente aquém do que as pessoas desejam. E quando as medidas são despropositadas, a emenda se sai pior do que o soneto. Por exemplo: que emergência nacional justifica a convocatória de pactos?
Se não resultam de fadigas beligerantes, a idéia intimida mais do que alivia.
A probabilidade de que falhem é bastante elevada, sobretudo porque, às escondidas das luzes da ribalta, bom número dos esperados executores dos pactos vai sabotá-los. A direita radical, com a ajuda dos petistas fisiológicos, encaçapou mais esta.
Só falta as centrais sindicais convocarem uma greve geral. Quer dizer, não falta, não, já estão anunciando. A direita radical, profissionalizada e para-militarizada, promete trazer sua colaboração se as centrais toparem uma marcha “pacífica até aqui”.
______________________________________________________

Com sumiço de Gleisi, Mercadante vira porta-voz e se cacifa para assumir a Casa Civil

Por onde anda a ministra-chefe da Casa Civil? Na semana em que a presidenta Dilma Rousseff faz um de seus discursos mais importantes desde que foi eleita, a principal interlocutora do governo federal e queridinha do agronegócio, saiu dos holofotes. 

Em seu lugar, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, assumiu o papel de porta-voz do governo que acabava de anunciar uma proposta de plebiscito sobre a reforma política. Coube a Mercadante anunciar a decisão do governo em recuar sobre a Constituinte para lançar um plebiscito sobre o tema.
Nesta quinta-feira 27, em reunião com a base aliada para discutir a proposta de plebiscito para a reforma política, Gleisi Hoffmann, estranhamente, ficou ausente. Diferentemente de Mercadante, que estava à direita da presidenta, lado a lado do vice Michel Temer.
Depois da reunião, novamente estava lá o ministro da Educação para falar sobre dois temas considerados “essenciais” para o plebiscito: o financiamento de campanha e o sistema de votação eleitoral.
Apesar de a assessoria de imprensa da Casa Civil garantir que tudo segue dentro da “normalidade”, nos corredores do Ministério da Educação (MEC) já há rumores sobre a suposta substituição de Gleisi por Mercadante. Coincidentemente, não houve agenda pública do MEC com a presença do ministro nos últimos dias.
A troca deve acontecer em questão de dias, de acordo com um funcionário do MEC. Enquanto isso, o secretário-executivo da pasta, José Henrique Paim Fernandes, já é chamado de ministro interino nos bastidores.
Desde setembro do ano passado, petistas estariam tentando emplacar o nome de Mercadante na Casa Civil. A mudança teria apoio do PT do Paraná, base de Gleisi Hoffman. Para alguns correligionários, para se candidatar ao governo do estado, Gleisi deveria voltar para o Senado e se cacifar para enfrentar o tucano Beto Richa, o atual governador.
A ideia voltou a ganhar fôlego em meio aos protestos que tomaram as ruas do País. Mal vista após reconhecer que havia falhas da Funai no processo de demarcação de terras indígenas, a ministra ficou em maus lençóis depois que foi obrigada a retificar as informações sobre as tarifas de ônibus em São Paulo no dia 18.
Depois de informar que, com as desonerações feitas pelo governo federal, os municípios poderiam fazer reajustes menores ou até mesmo reduzir o preço das passagens (em até 0,23 centavos na cidade de São Paulo), o prefeito Fernando Haddad desmentiu a ministra, dizendo que “o reajuste da tarifa de ônibus no município já foi feito com base nas desonerações do governo federal". "A tarifa em São Paulo já foi reajustada com a desoneração que seria possível. Se levássemos em conta a inflação, o valor ficaria em R$ 3,47", frisou.
_________________________________________

O mensalão da Globo!

por Miguel do Rosário

O Cafezinho acaba de ter acesso a uma investigação da Receita Federal sobre uma sonegação milionária da Rede Globo.
Trata-se de um processo concluído em 2006, que resultou num auto de infração assinado pela Delegacia da Receita Federal referente à sonegação de R$ 183,14 milhões, em valores não atualizados.
Somando juros e multa, já definidos pelo fisco, o valor que a Globo devia ao contribuinte brasileiro em 2006 sobe a R$ 615 milhões. Alguém calcule o quanto isso dá hoje.
A fraude da Globo se deu durante o governo Fernando Henrique Cardoso, numa operação tipicamente tucana, com uso de paraíso fiscal.
A emissora disfarçou a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Copa do Mundo de 2002 como investimentos em participação societária no exterior. O réu do processo é o cidadão José Roberto Marinho, CPF número 374.224.487-68, proprietário da empresa acusada de sonegação.
Esconder dólares na cueca é coisa de petista aloprado. Se não há provas para o mensalão petista, ou antes, se há provas que o dinheiro da Visanet foi licitamente usado em publicidade, o mensalão da Globo é generoso em documentos que provam sua existência. Mais especificamente, 12 documentos, todos mostrados ao fim do post.
Uso o termo mensalão porque a Globo também cultiva seu lobby no congresso. Também usa dinheiro e influência para aprovar ou bloquear leis. O processo correu até o momento em segredo de justiça, já que, no Brasil, apenas documentos relativos a petistas são alvo de vazamento.
Tudo que se relaciona à Globo, à Dantas, ao PSDB, permanece quase sempre sob sete chaves. Mesmo quando vem à tôna, a operação para abafar as investigações sempre é bem sucedida. Vide a inércia da Procuradoria em investigar a privataria tucana, e do STF em levar adiante o julgamento do mensalão “mineiro”.
Pedimos encarecidamente ao Ministério Publico, mais que nunca empoderado pelas manifestações de rua, que investigue a sonegação da Globo, exija o ressarcimento dos cofres públicos e peça a condenação dos responsáveis.
O sindicato nacional dos auditores fiscais estima que a sonegação no Brasil totaliza mais de R$ 400 bilhões. Deste total, as organizações Globo respondem por um percentual significativo.
A informação reforça a ideia de que o plebiscito que governo e congresso enviarão ao povo deve incluir a democratização da mídia. O Brasil não pode continuar refém de um monopólio que não contente em lesar o povo sonegando e manipulando informações, também o rouba na forma de crimes contra o fisco.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Fim da imunidade tributária das igrejas, que movimentam milhões de reais. Você apoia?


Trabalhadores rurais ocupam o INCRA em Santarém


O 1º Movimento pela Agilidade das Ações de Governo no Oeste do Pará acampou hoje (dia 27-06) pela manhã as dependências do INCRA localizado na Avenida Presidente Vargas, município de Santarém. Cerca de 300 trabalhadores rurais de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos decidiram ocupar o órgão federal para exigir políticas públicas para o campo, como por exemplo, a regularização fundiária, a construção e casas, liberação de verbas de apoio, melhorias nas estradas, financiamento, georeferenciamento dos lotes entre outras melhorias. 

O movimento começou na terça-feira dia 25 nas cidades de Santarém, Trairão, Anapu e Altamira.
Neste momento, os manifestantes estão alojados no auditório da instituição aguardando a negociação que está ocorrendo em Altamira. 
Está prevista a vinda do presidente nacional do INCRA Carlos Guedes para esta sexta-feira enviando pela presidente Dilma Roussef, além de secretários do Governo do Estado que já chegaram em Altamira.
A vice-presidente do STTR de Santarém Marilene Santos declarou há pouco que o movimento é pacífico e que o objetivo é o povo do campo seja ouvido e tenha suas reivindicações atendidas. Ela ressaltou que pretendem continuar no local até que sejam negociadas as pautas do movimento. Não há previsão de desocupação do prédio.
_____________________________

Vereadora Ivete Bastos impediu nesta quarta, a aprovação as escondidas, da nova NGO de Alexandre Von


Com um "pedido de vistas" providencial a vereadora Ivete Bastos (PT), bloqueou a aprovação do projeto de lei, de autoria do Poder Executivo municipal, que estabelece a criação do Núcleo de Gerenciamento de Obras Especiais (NGO).
A base governista que pretendia aprová-lo as escondidas nessa quarta (26) na última sessão do primeiro semestre da câmara, ficou vendo os navios.
A bancada oposicionista da casa é contra a criação do órgão e pediu mais tempo para analisar o projeto para então discuti-lo novamente em plenário.
Com isso, o presidente da Câmara de Santarém (PA), vereador Henderson Pinto (DEM), convocou para a segunda-feira (1/7), uma sessão para nova apresentação do projeto.
O órgão terá a responsabilidade pelo gerenciamento das obras e serviços de engenharia cujos recursos são oriundos dos governos estadual e federal. Ela terá custará aos cofres públicos, segundo o projeto de lei, R$ 54 milhões por ano.
Preocupado, O prefeito de Santarém, Alexandre Von, participa hoje de uma reunião com vereadores, na Sala das Comissões da Câmara, à avenida Anysio Chaves.
Von explica aos parlamentares a importância de se criar a 14ª secretaria de suas gestão – o NGO (Núcleo de Gerenciamento de Obras Especiais).
Todos os 21 vereadores estão presentes.
Também presente Geraldo Bitar, cotado para assumir a nova pasta.
Como a base governista é maioria, a matéria deve ser aprovada sem problemas.
_____________________________________________

Presidente da Câmara promete “enterrar” cura gay semana que vem


cura-gay-2O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), prometeu na tarde desta quarta-feira “enterrar” o projeto que libera psicólogos para atenderem homossexuais que desejam reverter sua orientação sexual, a chamada “cura gay”.
A proposta foi aprovada na Comissão de Direitos Humanos (CDH) na semana passada e ainda precisa ser analisada por outros dois colegiados antes de chegar a plenário.
“Ele disse que vai enterrar a cura gay na semana que vem”, afirmou Rodolfo Mohr, do movimento Juntos por Outro Futuro, que participou de uma reunião com o presidente da Câmara.
A informação foi confirmada pela assessoria de Henrique Alves.
A intenção do presidente da Câmara seria aproveitar uma brecha no regimento da Câmara e levar o texto direto a plenário. Para isso acontecer, é necessário aprovar um requerimento de urgência.
O Projeto de Decreto Legislativo 234/11, do deputado João Campos (PSDB-GO), permite a psicólogos tratarem a homossexualidade como uma doença.
A proposta revoga resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbe os profissionais da área a aconselharem gays em um processo para virar heterossexuais.
Este foi o primeiro projeto aprovado na CDH desde que o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito presidente.
Antes a comissão só tinha aprovado requerimentos de audiência pública e moções de apoio e repúdio.
_____________________________________________________

CAMPANHAS SANTARENAS


Aqui em Santarém o “movimento popular” anda restrito nos muros da UFOPA
Fora de lá, quando a luta é pra valer, sem foco, protesta contra tudo… e consequentemente contra nada.
O PT, como se sabe, faz tempo que largou ruas e movimentos. Só volta neles em época de eleição.
Depois ter descoberto que pode ganhar eleição, só se mobiliza de dois em dois ano para a disputa em cima de nomes e cargos. O resto, principalmente ideias, não interessa mais.
O maior (pior) exemplo disso, foi a “visita” do Governador do Parazinho.
Com Santarém em pleno “ritmo de manifestações”. Jatene foi, deitou e rolou junto aos prefeitos da região sem ser “incomodado” por ninguém.
Enquanto TODOS os Prefeitos e o GOVERNADOR estavam reunidos em Santarém. O Povo protestava contra aquilo e aquilo outro.
Era uma ocasião “UNICA”…. Mas ninguém deu um PIO.
Todo mundo parecia muito ocupado a gritar ACORDA SANTARÉM !
Agora vem aí essa historia de mais ou menos “secretarias”
O grosso do dinheiro” é verba federal
A base local politica e empresarial de apoio a atual administração é enorme ….
…. e a fome acumulada “atávica”.
As tetas distribuídas até hoje não tem como dar para todo mundo.
Portanto, não ha como o Prefeito segurar o assalto.
Temos que ter PROPOSTAS para mudar o SISTEMA
REFORMA POLITICA JÁ !
___________________________________________

Exclusivo: plebiscito será em agosto; Lula vai comandar a luta


“Lutar como um leão” para a aprovação da reforma política.

Por: Fernando Brito

É certo que na semana que vem – provavelmente já na segunda-feira, a Presidenta Dilma Rousseff - mandará ao Congresso proposta convocando, ainda para o mês de agosto, o plebiscito que vai permitir que, diretamente, o povo decida sobre:
1-financiamento público de campanhas eleitorais, com a vedação de contribuições de empresas e limite (baixo) de doação para pessoa física;
2- voto por lista partidária possivelmente em dois turnos, o primeiro na legenda e o segundo em lista partidária
3-redução do número de parlamentares (proposta ainda em exame);
4- fim das coligações proporcionais;
Ainda não está fechado que serão apenas estes pontos – nestas horas, ninguém conta tudo – mas a tendência é que o número de perguntas não seja extensa.
A decisão de fazer a reforma por plebiscito foi tomada não pelo recuo em se fazer uma constituinte restrita, mas para evitar que o processo se protelasse além de 4 de outubro, um ano antes das eleições de 2014, quando a nova lei eleitoral deverá estar promulgada.
Para que isso não acontecesse, teria de ser revogado também o artigo 16 da Constituição, que define a anterioridade de leis eleitorais, detonando uma questão jurídica em torno da eficácia temporal de revogação de dispositivo constitucional,
O grande temor foi que se repetisse o ocorrido em março de 2006, quando a verticalização das eleições majoritárias – estabelecida por resolução do TSE – foi revogada por uma Emenda Constitucional aprovada pouco antes. O Supremo anulou a vigência da Emenda, com fundamento naquele artigo. Foram 9 votos a 2 pela derrubada e estavam lá muitos que ainda são atuais ministros do STF.
Vai ser extremamente difícil que o Congresso não retalhe em postas a proposta da Presidenta.
Essa luta tem de ser travada já, enquanto os parlamentares estão sofrendo a pressão das ruas e se tornaram, subitamente “eficientes”, como provaram a votação dos royalties, da PEC 37 e, hoje, do agravamento das penas para o crime de corrupção.
Há um grande movimento para que Lula assuma o comando da campanha plebiscitária. Ele está totalmente disposto a isso, cumprindo a promessa que fez, ao deixar o Governo, de que iria “lutar como um leão” para a aprovação da reforma política.
________________________________________

CHAPA DA GLOBO ESTÁ QUENTE. NÃO É, FAUSTÃO ?



Como disse o Faustão, o filósofo do Faustão: A chapa está quente para quem está mandando. 
Protesto deve ser realizado na próxima quarta-feira (3); ideia é aproveitar efervescência política 
para pautar democratização da mídia.

Saiu no Viomundo: PELA DEMOCRACIA NA MÍDIA, MOVIMENTO FAZ PROTESTO NA GLOBO

Movimentos que defendem a democratização dos meios de comunicação realizaram na noite de ontem (25) uma plenária no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, em São Paulo, para traçar uma estratégia de atuação. A ideia é aproveitar o ambiente de efervescência política para pautar o assunto. Concretamente, cerca de 100 participantes, decidiram realizar uma manifestação diante da sede da Rede Globo na cidade, na próxima quarta-feira (3).
A insatisfação popular em relação à mídia foi marcante nas recentes manifestações populares em São Paulo. Jornalistas de vários veículos de comunicação, em especial da Globo, foram hostilizados durante os protestos. No caso mais grave, um carro da rede Record, adaptado para ser usado como estúdio, foi incendiado.
Na plenária de ontem, o professor de gestão de políticas públicas da Universidade de São Paulo, Pablo Ortellado, avaliou que os jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, a revista Veja e a própria Globo, por meio de editoriais, incentivaram o uso da violência para reprimir os manifestantes. Mas em seguida passaram a colaborar para dispersar a pauta de reivindicações que originaram a onda de protestos, ao incentivar a adoção de bandeiras exteriores à proposta do MPL – até então restrita à revogação do aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô de R$ 3 para R$ 3,20.
Os movimentos sociais, no entanto, ainda buscam uma agenda de pautas concretas para atender a diversas demandas, que incluem a democratização das concessões públicas de rádio e TV, liberdade de expressão e acesso irrestrito à internet.
“Devíamos beber da experiência do MPL (Movimento Passe Livre) aqui em São Paulo, que além de ter uma meta geral, o passe livre, conseguiu mover a conjuntura claramente R$ 0,20 para a esquerda”, exemplificou Pedro Ekman, coordenador do Coletivo Intervozes. “A gente tem que achar os 20 centavos da comunicação. Achar uma pauta concreta que obrigue o governo federal a tomar uma decisão à esquerda e não mais uma decisão de conciliação com o poder midiático que sempre moveu o poder nesse país”, defendeu.
“A questão é urgente. Todos os avanços democráticos estão sendo brecadas pelo poder da mídia, que tem feito todos os esforços para impedir as reformas progressistas e para impor uma agenda conservadora, de retrocesso e perda de direitos”, afirmou Igor Felipe, da coordenação de comunicação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
A avaliação é que apesar de outras conquistas sociais, não houve avanços na questão da democratização da mídia. “Nós temos dez anos de um processo que resolveu não enfrentar essa pauta. Nós temos um ministro que é advogado das empresas de comunicação do ponto de vista do enfrentamento do debate público”, disse Ekman, referindo-se a Paulo Bernardo, da Comunicação.
Bernardo é criticado por ter, entre outras coisas, se posicionado contra mecanismos de controle social da mídia. “Eu não tenho dúvida que tudo isso passa pela saída dele. Fora, Paulo Bernardo!”, enfatizou Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e coordenador do programa Praças Digitais da prefeitura de São Paulo.
Amadeu acusa o ministro de estar “fazendo o jogo das operadoras que querem controlar a Internet” e trabalhar para impedir a aprovação do atual texto do Marco Civil do setor. “Temos uma tarefa. Lutar sim, para junto dessa linha da reforma política colocar a democratização”, afirmou.
Rosane Bertotti, secretária nacional de comunicação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e coordenadora geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, enfatizou a importância da campanha de coleta de assinaturas para a proposta de iniciativa popular de uma nova lei geral de comunicação.
O projeto trata da regulamentação da radiodifusão e pretende garantir mais pluralidade nos conteúdos, transparência nos processos de concessão e evitar os monopólios. “Vamos levá-lo para as ruas e recolher 1,6 milhão de assinaturas. Esse projeto não vem de quem tem de fazer – o governo brasileiro e o Congresso –, mas virá da mão do povo”, disse.
__________________________________________________

O contragolpe de Dilma


O risco de impeachment ainda existe.

Por Rui Maartins, jornalista, escritor, correspondente em Genebra.”Correio do Brasil

“Estava tudo preparado – mais alguns dias de agitação e, no 1 de julho, com a greve nacional, um pilantra acionaria o Supremo Tribunal Federal argumentando que diante da confusão reinante, das perdas do Brasil com a depreciação do real diante das outras moedas e da impossibilidade de se governar só havia uma solução – o impeachment da presidenta.
Joaquim Barbosa faria um sorriso de envaidecido, já sonhando com a faixa presidencial, e daria provimento imediato à demanda. E o STF que, no caso Battisti, queria mas não pôde enquadrar o ex-presidente Lula, assumiria o controle político do país, retirando Dilma do poder.
Para garantir o golpe, legal como foi o do Paraguai, haveria a rede da grande mídia, com a Globo caprichando nos closes dos ministros togados favoráveis ao impeachment.
E a Veja lançaria a capa sacralizando o golpe – o “STJ cassa (ou caça ?) Dilma”. Em letras grandes, as primeiras medidas a serem tomadas por quem assumisse o poder – acabar com as bolsas escola e família, abrogar a lei em defesa das domésticas, privatizar a Petrobrás, acabar com as cotas universitárias em favor de negros e índios, privatizar o ensino e a saúde, acabar com a maioria dos ministérios e secretarias de governo dentro de um plano neoliberal de reduzir o Estado ao mínimo e abrindo nossas fronteiras a todo e qualquer capital estrangeiro, numa espécie de suk ou mercado livre de nossas riquezas.
Só que Dilma foi rápida na reação, impedindo que as manifestações iniciadas com justos protestos contra o aumento de passagens de transportes públicos, acabassem sendo recuperadas por setores menos interessados pelo povo e mais por assumir o poder, a fim de reverter todas as conquistas sociais dos últimos anos.
Muitos dos reclamos dos manifestantes correspondiam às necessidades da população e constituíam falhas cometidas pelo governo, no afã de construir uma base governável. Feita a autocrítica, tomada a palmada na bunda, era preciso, e logo, garantir terem sido ouvidos os protestos.
O plebiscito por uma assembléia constituinte evita que fique com o STF a decisão sobre quem governa, e restitui ao povo sua soberania. É um sabor de democracia participativa ou de democracia direta, que os suíços utilizam com frequência.
O povo nas ruas fez uma série de reivindicações que serão catalogadas para se transformarem em lei por uma assembléia constituinte.
É verdade que, depois do encontro da presidenta Dilma com a direção da OAB, surgiram dúvidas no Planalto, se o caminho a seguir é realmente o de se convocar uma Constituinte, capaz de mudar a Constituição, dentro do projeto de Reformas políticas.
O ideal seria a presidenta Dilma não ceder à OAB, que embora tenha ações louváveis e de vanguarda em diversos setores, não deixa de ser o lobby do atual establishment jurídico brasileiro, cujo emaranhado dificulta o combate à corrupção no Brasil. Principalmente quando Dilma diz querer tornar a corrupção num crime hediondo.
Como aplicar uma Reforma política sem uma Constituinte ? Tão logo seja submetido o plebiscito ao povo e aceito, o governo Dilma deveria convocar a assembléia. Como nosso regime presidencialista não permite a dissolução do parlamento, a Constituinte se faria com os atuais parlamentares. Haveria o risco de entraves e mesmo de algumas leis serem desvirtuadas, mas esse é o risco da democracia direta.
Mas não se pode esquecer que feitas as Reformas na atual Constituição, teriam de ser aprovadas num referendo submetido ao povo. Se as reformas aprovadas não corresponderem aos anseios populares, elas poderão ser rejeitadas.
Em todo caso, seja qual for a decisão tomada, o Brasil, que evita reprimir as manifestações e que aceita discutir soluções com os manifestantes, dá uma grande prova de democracia para o mundo. Mesmo a Europa não tem esse jogo de cintura com os manifestantes. 
____________________________________________________

Ato público unificado de operários, estudantes e professores hoje, 27, em Belém

quarta-feira, 26 de junho de 2013

HADDAD ENFRENTA A “MÁFIA DOS TRANSPORTES”


Haddad cancela a maior licitação de ônibus da história da SP. Conselho popular será formado. 
MPL, movimento que iniciou as discussões, condiciona participação caso organismo não seja 
mera formalidade. 

Rede Brasil Atual

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou hoje (26) durante entrevista para o programa SPTV, da Rede Globo, que irá suspender o processo licitatório para as novas concessões de ônibus na cidade até que seja instalado o Conselho Municipal de Transportes. O edital dessa licitação estava em fase de consulta pública desde 13 de junho. O valor total era de cerca de R$ 46 bilhões, sendo R$ 35,2 bilhões para empresas de ônibus pelo período de 15 anos e R$ 11 bilhões para as cooperativas permissionárias por sete anos. Os atuais contratos, estabelecidos ainda na gestão Marta Suplicy (PT), serão prorrogados.
A medida visa a atender à demanda da população, que quer mais transparência nos processos públicos. Devem participar do conselho usuário do sistema, movimentos sociais e o Ministério Público. “Para ficar tudo em pratos limpos”, afirmou Haddad, acrescentando que vai abrir a planilha dos transportes, uma das reivindicações do Movimento Passe Livre, responsável por convocar os atos que resultaram na revogação do aumento das tarifas de ônibus, metrô e trem.
Rafael Siqueira, do MPL, afirmou que oficialmente o movimento não foi convidado ainda para participar do conselho, mas desde que ele atenda certas premissas, o coletivo poderá participar. "Se for um conselho deliberativo, com participação popular clara, abertura da caixa-preta do transporte em que a gente possa investigar isso por meio do Ministério Público e não por meio de CPI - porque a gente sabe que a máfias dos transportes patrocina grande parte das campanhas políticas - acho que a gente pode participar", condicionou. "Se for pró-forma, para a gente, não adianta também."
O prefeito também afirmou que todas as principais avenidas da cidade devem ter até o final do ano 220 quilômetros de corredores exclusivos para os ônibus. Dessa forma, ele pretende contornar o problema da velocidade do modal, considerado o responsável pela piora da avaliação do transporte público na cidade. Desde que assumiu, a prefeitura já implantou faixas preferenciais na Marginal do Tietê e Radial Leste. Na próxima semana, ele deve assinar a contratação de outros 66 km e um corredor deve ser implantado na Marginal do rio Pinheiros. A 23 de Maio, no sentido Praça da Árvore Grajaú, também terá uma faixa para os ônibus.
Também começam na próxima semana as obras de reforma completa dos semáforos de 4.800 cruzamentos. A licitação, no valor de cerca de R$ 246 milhões, inclui a recuperação da parte elétrica, a instalação de no-breaks e controladores de semáforos e o aterramento de cabos.
A análise preliminar de Siqueira é que o anúncio é uma "vitória da pressão popular" e acredita que outras ainda podem vir na esfera federal. "A aprovação da PEC 90 da Deputada Luiza Erundina que garante o transporte como direito social é um bom caminho para a discussão da tarifa zero. Porque se é direito social, assim,como educação e saúde, tem que ser gratuito."
____________________________________________

SOS bebês da Santa Casa!

No Blog da Franssi

A cada dia o caso fica mais grave. 
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) sustenta que 44 recém-nascidos morreram este mês na UTI neonatal da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, até anteontem (24), pelo menos oito por infecção. 
E que não são apenas bebês as vítimas infectadas, mas também parturientes. 
O MPE-PA e o MPF-PA precisam agir urgentemente para dar um basta a essa tragédia.
A morte de Cleonice Vieira de Moraes, de 51 anos, a gari da Prefeitura de Belém que inalou gás lacrimogêneo durante o protesto da última quinta-feira, 20, foi destacada por Edmilson, na tribuna da Alepa. Ela estava trabalhando e tentava se esconder das bombas e no dia seguinte não resistiu a duas paradas cardíacas. A família precisa ser apoiada pela Prefeitura. 
Outra história que está fedendo é a do assessor do prefeito que prega morte aos seus desafetos políticos, através das redes sociais. O prefeito Zenaldo Coutinho precisa exonerá-lo imediatamente, é a única resposta aceitável para tamanha selvageria. Além das providências legais que o caso requer, óbvio, na esfera processual penal.
_____________________________________

PEC 37: GLOBO E GURGEL GANHAM MAS NÃO LEVAM


Se o monopólio da Polícia é um monstro, o que dizer das investigações secretas, opacas do MP ?

Faltam 26 dias para Gurgel descer à planície e encontrar o senador Collor.
A Globo lhe ofereceu um “golden parachute” – aquelas despedidas douradas que as empresas americanas dão aos leais servidores na hora de partir para o anonimato eterno.
O paraquedas de ouro foi a derrota retumbante da PEC-37 no Congresso.
A vitória só foi possível porque a Globo empurrou a questão na cobertura das passeatas e, inexplicavelmente, passaram a aparecer no meio dos telejornais (?) da Globo comerciais de 30” que custam, por inserção, R$ 400 mil, R$ 500 mil.
Quem pagou essa ninharia ?
O Demóstenes ?
(Quando o Demóstenes vai revelar o conteúdo das gravações que tem ?)
O Cachoeira ?
A vitória da Globo na campanha publicitária da PEC-37 foi provisória.
Agora, vem a regulamentação.
E se muitos congressistas não queriam ficar nas mão de um monstro – o monopólio de investigação da Polícia, muitos não querem ficar na mão de outro monstro – o Ministério Público descontrolado, de poderes ilimitados.
Clique aqui para ler “MP é o DOI-CODI da democracia”.
Assim é que na hora de a onça beber água e quando for feita a regulamentação, o Ministério Público será obrigado a investigar sob o regime do mesmo estatuto da Polícia.
Sob o controle da Magistratura, portanto.
Não pode sair por aí a investigar em silêncio, grampear quem bem entender, com a ajuda de um inexplicável Guardião, um verdadeiro gramping center.
Sob o controle a Magistratura, a investigação terá que estar aberta ao contraditório, sem agendas ocultas, pessoais.
O que interessa à sociedade é a produção das provas.
E o respeito às regras da Democracia no trabalho de produzir provas.
Se as provas vierem do MP ou da Polícia, é indiferente.
Desde que policiais e promotores se submetam às mesmas leis.
Tenham que prestar contas de seus métodos.
Vamos supor que essas regras estivessem para ser aprovadas ontem.
Mas, em respeito à “voz das ruas” (com a legenda da Globo) muitos parlamentares preferiram se fingir de mortos.
Vamos supor, amigo navegante, que um tresloucado Procurador de nome João Francisco de Oliveira e Souza resolva investigar um dos filhos de um filho do Roberto Marinho – eles não tem nome próprio.
Por uma vendeta pessoal, inconfessável.
O Procurador Souza não avisa a ninguém, grampeia o indigitado jovem, investiga sua vida pessoal e empresarial, compõe um dossiê completo sobre ele – no plano da pessoa e da vida dos negócios.
E resolva extrair dele um beneficio – em dinheiro, em prestígio, em poder.
Um comercialzinho de 30” no jn.
Ou apenas vingar-se.
Mostra o dossiê.
E o que faz o filho do filho do Roberto Marinho ?
Vai reclamar ao Gurgel ?
Quantos brasileiros já foram vítimas de investigações de promotores inescrupulosos absolutamente impunes ?
Na região de Campinas, por exemplo.
Terá sido possível ?
É uma hipótese remota, mas sempre uma hipótese.
E você, amigo navegante ?
Tem algum desafeto ?
E se o desafeto for amigo de um promotor ?
É isso o que a Globo quer para ela ?
Ela sabe melhor do que ninguém: o mundo gira e a Lusitana roda.
O mundo gira e o Procurador roda.

Paulo Henrique Amorim
______________________________________________-

Delfim Netto diz que não sabia de tortura



Delfim Netto depõe na Comissão Municipal da Verdade de São Paulo e diz que não sabia de tortura

Agência Brasil

O ex-ministro Antônio Delfim Netto depôs hoje (25) na Comissão Municipal da Verdade Vladimir Herzog e negou praticamente todos os questionamentos. O economista, que foi ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, disse desconhecer que houvesse uma ditadura no país e que pessoas eram presas e torturadas, além de negar que soubesse da existência de empresários que faziam doações para financiar a Operação Bandeirante (Oban).
A Oban, financiada por empresários paulistas, foi uma organização acusada de tortura e ações ilegais, que depois daria lugar ao Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), órgão de repressão ligado ao 2º Exército, sediado em São Paulo.
O ex-ministro ressaltou ainda que não se arrepende de ter assinado o Ato Institucional 5 (AI-5), que extinguiu direitos civis e levou ao período de maior repressão no país, em 1968. "Se as condições fossem as mesmas e o futuro não fosse opaco, eu repetiria. Eu não só assinei o Ato Institucional 5 como assinei a Constituição de 1988". O AI-5 deu plenos poderes ao presidente, marechal Artur da Costa e Silva, além de suspender o habeas corpus em casos de crimes políticos, entre outras medidas.
Quando questionado sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog, disse que estava em Paris na ocasião e que nem soube de detalhes. Também negou saber de uma festa feita nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo, para comemorar a morte de um preso político, relatada pelo publicitário Emílio Ivo Ulrich, que estava preso e assistiu a tudo, e a quem foi determinada a limpeza do local após a comemoração. “Eu não soube dessa festa. É uma coisa bárbara, um absurdo que nem acredito que tenha acontecido”, disse.
Ao ser criticado e questionado pelos vereadores da Comissão da Verdade, Delfim Netto disse que deu seu depoimento e que todos poderiam julgar da forma como bem quisessem. “É aquilo que aconteceu. Vossa excelência quer criar uma verdade. Havia a mais absoluta separação. No meu gabinete nunca entrou um oficial fardado. Não existia nenhum vínculo entre as administrações. E tem as atas do conselho. Hoje, com a lei de transparência [Lei de Acesso à Informação], é só requisitar as atas do conselho, e tudo estará lá".
O presidente da comissão, o ex-preso político e vereador Gilberto Natalini (PV), avaliou que Delfim Netto perdeu uma grande chance de falar a verdade e se redimir com relação à história do Brasil. Para Natalini, o ex-ministro da Fazenda omitiu dados e fatos que já foram comprovados pelas investigações da comissão. “Eu não acredito no depoimento dele. Não é possível, diante de tantos fatos e nomes, ele dizer que não conhecia, não sabia. Não saber que tinha repressão no Brasil, um ministro da Fazenda do governo Médici. Nem uma criança de cinco anos consegue acreditar”.
A Comissão da Verdade Vladimir Herzog, da Câmara Municipal de São Paulo, foi criada em abril de 2012 para apurar as violações de direitos humanos envolvendo casos de tortura, mortes, desaparecimentos e ocultação de cadáveres entre 1946 e 1988 na cidade.
____________________________________________

O joio, o trigo e a razão


Mauro Santayana em seu Blog

‘A situação criada com as numerosas manifestações, no Brasil, nas últimas semanas, não se resolverá com a reunião realizada ontem em Brasília, da Presidente Dilma Roussef, com governadores e prefeitos de todo o país - embora o encontro seja um importante passo para atender às reivindicações dos que foram às ruas.
Seria fácil enfrentar a questão, se as pessoas que vêm bloqueando avenidas e rodovias - levantando cartazes com todo o tipo de queixas - fossem apenas multidão bem intencionada de brasileiros, lutando por um país melhor.
A Polícia Civil de Minas Gerais já descobriu que bandidos mascarados, provavelmente pagos, recrutados em outros estados, têm percorrido o país no rastro dos jogos da Copa das Confederações, provocando as forças de segurança, a fim de estabelecer o caos.
Mensagens oriundas de outros países, em inglês, já foram identificadas na internet, como parte da estratégia que deu origem às manifestações.
É preciso separar o joio do trigo. Além do Movimento Passe Livre, com sua postulação clara e legítima, há cidadãos que ocupam as ruas, com suas famílias, para manifestar repúdio à PEC-37, que limita o poder do Ministério Público, ou para exigir melhoria na saúde e na educação.
E há outros que pedem a cabeça dos “políticos”, como se eles não tivessem sido legitimamente eleitos pelo voto dos brasileiros. Esses pregam a queda das instituições, atacam a polícia e depredam prédios públicos, provavelmente com o intuito de gerar material para os correspondentes e agências internacionais, e ajudar a desconstruir aimagem do país no exterior.
O aumento brusco do dólar, a queda nos investimentos internacionais, a diminuição do fluxo de turistas em eventos que estamos sediando, como a visita do Papa, a Copa e as Olimpíadas, não prejudicará só o Governo Federal, mas também as oposições, que governam alguns dos maiores estados e cidades do país, e dependem da economia para bem concluir os seus mandatos.
Os radicais antidemocráticos se infiltram, às centenas, no meio das manifestações e nas redes sociais, para pregar o ódio irrestrito à atividade política, aos partidos e aos homens públicos, e a queda das instituições republicanas. Eles não fazem distinção, posto que movidos pela estupidez, pelo ódio e pela ignorância, entre situação e oposição, entre esse ou aquele líder ou partido.
Eles apostam no caos que desejam. Querem ver o circo pegar fogo para, depois, se refestelarem com as cinzas. Não têm a menor preocupação com o futuro da Nação ou com o destino das pessoas a que incitam à violência agora. Agem como os grupos de assalto nazistas, ou os fascistas italianos, que atacavam a polícia e os partidos democráticos nas manifestações, para depois impor a ordem dos massacres, da tortura, dos campos de extermínio, dos assassinatos políticos, como o de Matteotti.
Acreditar que o que está ocorrendo hoje pode beneficiar a um ou ao outro lado do espectro político é ingenuidade. No meio do caminho, como mostra a História, pode surgir um aventureiro qualquer. Conhecemos outros “salvadores da pátria” que atacavam os “políticos”, e trouxeram a corrupção, o sangue, o luto, a miséria e o retrocesso ao mundo.
O encontro de ontem entre a Chefe de Estado, membros de seu governo e os governadores dos Estados é o primeiro passo em busca de um pacto de união nacional em defesa do regime democrático, republicano e federativo. A presidente propôs consultar a população e a convocação de nova assembléia constituinte a fim de discutir, a fundo, a reforma política, que poderá, conforme as circunstâncias, alterar as estruturas do Estado, sem prejudicar a sua natureza democrática.
É, assim, um entendimento que extrapola a mera questão administrativa - de resposta às reivindicações dos cidadãos honestos que marcham pelas ruas - para atingir o cerne da questão, que é política. Há outras formas de ação da cidadania a fim de manifestar suas idéias e obter as mudanças. A proposta popular de emenda constitucional, como no caso da Ficha Limpa. Cem mil pessoas que participam de uma manifestação, podem levantar 500 mil assinaturas em uma semana, a fim de levar ao Congresso uma proposta legislativa.
______________________________________

Porque Aecio é Never: Passagem de ônibus em BH aumentou 368% acima da inflação

“Em 1994, o preço da passagem de ônibus em BH era de R$0,35, hoje é R$ 2,80. No mesmo período houve uma inflação de 332% e das passagens de 700%.

Novojornal

Diante do clamor popular, simulando estar tomando uma decisão na busca da redução da tarifa de ônibus de Belo Horizonte, a prefeitura distribuiu a seguinte nota:
“O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, anunciou nesta quarta-feira (ontem), dia 19 de junho, que vai enviar para a Câmara Municipal projeto de lei que propõe a isenção do Imposto Sobre Serviços (ISS) na incidência dos custos do transporte coletivo. A medida tem como objetivo tentar viabilizar a redução dos preços da tarifa do transporte coletivo em Belo Horizonte. A Prefeitura está finalizando a elaboração do projeto e nesta quinta-feira, dia 20, vai apresentar os detalhes da proposta”.
Como a alíquota de ISS, segundo a administração, é de 2% para empresas do setor, se a redução fosse aplicada diretamente no valor da tarifa, o preço da passagem passaria de R$ 2,80 para R$ 2,75. No entanto, como o impacto da redução é nos custos do transporte, só o detalhamento prometido para hoje será capaz de apontar qual seria a diminuição no preço de roleta.”
Matéria Completa, ::AQUI::
__________________________________

CAPITAL DO PARAZINHO EXPERIMENTOU A POLICIA JATENICA

A descontrolada PM de Jatene hostiliza manifestantes e moradores da Cidade Velha. Tá vendo o 
que dá um governador que só quer pescar?

Abaixo o vídeo com mais uma amostra da impressionante ação da PM, na repressão à manifestantes do Movimento Belém Livre, anteontem

PT DEFENDE TAXAÇÃO DE GRANDES FORTUNAS

"O Ricos também tem que ajudar com alguma coisa. Por que só os cofres públicos?".

A bancada do PT na Câmara definiu em reunião realizada nesta terça-feira (25) que temas como a reforma política e a taxação das grandes fortunas terão o empenho dos parlamentares para aprovação pelo Congresso Nacional. O líder da bancada, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que o debate da reforma política, recolocado na pauta pela presidenta Dilma Rousseff, convida o Congresso a se debruçar sobre o assunto.
Grandes Fortunas – Previsto no artigo 153 da Constituição, o Imposto sobre Grandes Fortunas, também foi um dos itens estabelecidos pela bancada petista como prioridade. Para José Guimarães, o financiamento do pacto da mobilidade urbana requer a retomada do debate sobre a taxação das grandes fortunas. “Como financiar a melhoria desses serviços se não fizermos isso? Não tem como. 
O empresariado também tem que ajudar. Por que só os cofres públicos?", questionou o líder.
Guimarães lembrou que tramitam na Casa mais de dez projetos que versam sobre a matéria. Entre eles, propostas de parlamentares do PT. O líder se referiu aos projetos de lei (PL 3154/12) (PL 3155/12) e o (PLP 130/12) apresentado por um conjunto de parlamentares liderados pelo deputadoRicardo Berzoini (PT-SP) e que dizem respeito à Reforma Tributária. A ideia central das propostas é fazer com que o sistema tributário brasileiro abandone a característica regressiva - quem ganha menos paga mais e adote um caráter progressivo, ou seja, quem ganha mais paga mais.
As três propostas foram resultado de debates do Núcleo de Finanças e Tributação do PT na Câmara.
______________________________________

Constituinte é decisão política, não questão jurídica


Para Pedro Serrano, Constituinte é decisão política, não questão jurídica. Jurista afirma que uma Constituinte originária pode tudo, inclusive se autolimitar, e que numa situação de tensão entre o Estado de direito constitucional e a soberania popular, a sociedade deve assumir o seu destino. 

Por Maria Inês Nassif 

No debate sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte com poderes limitados à mudança do sistema político, o que menos conta é a avaliação jurídica da proposta feita pela presidente Dilma Rousseff como base para um acordo nacional, porque a discussão é essencialmente política. É a conveniência política que deve pautar essas discussões, segundo o constitucionalistas Pedro Serrano, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O Brasil vive uma situação em que o Estado de direito constitucional está tensionado pela questão da soberania popular. E, nesse caso, “a sociedade deve ser dona de seu destino.”
Do ponto de vista jurídico, existem apenas dois poderes constituintes: um é originário, destinado a mudar o sistema jurídico, e nesse caso ele tem que ter poderes ilimitados; e outro derivado, com o poder de reformar a Constituição atribuído ao parlamento. Uma Constituinte limitada à reforma política incorreria, teoricamente, no vício jurídico de sofrer restrições (o que tiraria sua característica de originária), ou de concorrer com quórum menor ao poder de reforma do Congresso (que obriga quórum qualificado, enquanto a Constituinte pode decidir por maioria simples).
Para Serrano, contudo, esses são apenas modelos. “Se houver conveniência política de realização da Constituinte com poderes limitados, nosso papel é descrever essa nova categoria, que será um fato novo e decorrerá da politica, não do direito. Não é tudo preto ou branco. Existem muitos tons de cinza pelo caminho.”
“A Assembleia originária é um fenômeno politico e pode tudo,inclusive abrir mão de ser absolutamente ilimitada. Se isso acontecer, poderá alterar na Constituição de 1988 todas as normas políticas e vinculadas, mas não poderá alterar as cláusulas pétreas”, disse.
Embora pessoalmente não tenha posição política, contra ou a favor, da proposta da presidente, Serrano diagnostica uma situação política de tensão que justificaria, do ponto de vista doutrinário, uma solução que não está nos manuais jurídicos. Ele constata que existe hoje, no Brasil, “um Estado de direito constitucional tensionado pela questão da soberania popular”.
Há uma multidão nas ruas exigindo uma reforma política, “independente, autônoma“ e que ocorra protegida dos interesses imediatos dos participantes do atual sistema político. E, de outro lado, uma impossibilidade do sistema político de gerar respostas dentro do atual sistema jurídico, já que os reformadores da Constituição são os que têm interesse direto nessa questão.xUma Assembleia exclusiva para fazer a reforma política, nesse caso, seria uma exceção à ordem jurídica, mas não no sentido de desconstituir direitos, mas de constituir novos direitos.
Serrano cita o jurista argentino Genaro Carrió, para quem o direito apenas consegue debater na esfera das linguagens de competência e situações reguladas. “Quando as situação foge à norma, o direito não consegue mais debater”, afirma. No caso de uma constituinte originária, ela remete a uma primeira causa, algo que não está na órbita do limite semântico do direito. Por isso, a Constituinte é uma questão política, e não jurídica.
Se essa fórmula política for adotada, Serrano considera que o Supremo Tribunal Federal (STF) terá um papel fundamental no controle das atribuições da Constituinte Exclusiva e na defesa das cláusulas pétreas da Constituição de 1988.
_________________________________________

MOVIMENTOS SOCIAIS NAS RUAS DE SANTARÉM ONTEM






Fuzil: no centro da cidade, não. Mas na favela, sim


O Bope na favela da Maré. A ação policial criminosa no Complexo da Maré é resultado de uma lógica perversa.

Publicado originalmente no site Observatório de Favelas.
ELIANA SOUSA SILVA, diretora da Redes da Maré e da Divisão de Integração Universidade Comunidade PR-5 – UFRJ

“Fuzil deve ser utilizado em guerra, em operações policiais em comunidades e favelas. Não é uma arma para se utilizar em área urbana”. Rodrigo Pimentel
O comentário acima destacado é do consultor de segurança pública Rodrigo Pimentel no telejornal RJ TV 1ª edição de 18/06. Ele foi feito de forma natural, racional e equilibrada e é feito ao analisar a imagem de um policial militar com uma metralhadora atirando para o alto, mas na direção de manifestantes que praticavam ações violentas em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. 
Ele ressalta o despreparo do profissional da segurança pública, chamando a atenção para o fato de que “o tiro, do mesmo jeito que vai para o alto, desce e pode atingir de maneira letal qualquer pessoa.”
A observação do atual comentarista da área da segurança pública da Rede Globo é extremamente pedagógico pois demonstra de forma cabal o pensamento de parte significativa da nossa sociedade, com ênfase para os governantes, sobre como as políticas públicas são idealizadas e efetivadas a partir de uma visão hierarquizada da cidade e dos cidadãos. 
No caso da reportagem, a afirmação de que a metralhadora não poderia ser utilizada numa cena urbana de protestos, mas na favela ou em situação de guerra, ilustra como o valor a vida na nossa cidade vai depender do território ou das pessoas das quais estamos falando. Afinal, o que define a diferença fundamental para o uso do Fuzil, quando estamos falando de cidadãos da mesma cidade – e, ressalte-se, no caso das favelas, temos cidadãos que não têm garantido o direito elementar no campo de segurança pública.
É triste precisar afirmar algo tão óbvio: que não se justifica em passeatas ou nas favelas a utilização de armas pesadas, tampouco as violências policiais características das últimas manifestações pelo país a fora, e historicamente nas favelas. Porém, indago, quando foi diferente disso? Qual foi o momento da nossa história política em que tivemos atitudes dos poderes estatais de respeito e reconhecimento do direito da população se manifestar? Quando os mecanismos e meios democráticos foram legitimados por quem governa em nosso país? Quando e como somos estimulados no cotidiano a exercer o nosso direito de participação?
Rodrigo Pimentel entrou aos 18 anos para a polícia militar do Rio de Janeiro. Trabalhou como capitão do Batalhão de Operações Especiais, BOPE, durante 5 anos e ganhou notoriedade pela participação no documentário “Notícias de uma Guerra Particular” e outros filmes vinculados à favela e aos grupos criminosos. Deixou a polícia para se dedicar ao trabalho profissional de analista da segurança pública, o que se tornou possível pela trajetória que teve como profissional desse campo. E, em particular, pela crítica profunda, no citado documentário de João Moreira Salles, à estratégia policial utilizada nas favelas contra o tráfico de drogas.
O que estarrece e não pode deixar de ser pontuado quando ouvimos o discurso do comentarista é o fato de serem as opiniões/análises desse profissional consideradas um bom parâmetro para se entender o que acontece na segurança pública do Rio de Janeiro. É a partir de visões como a apresentada por Rodrigo Pimentel que se sedimentam juízos perversos e estereotipados sobre as favelas e quem ali reside.
Quando realizei pesquisa de doutorado em 2009 no campo da segurança pública, tive como motivação entender as práticas dos policiais militares nas favelas, especificamente na Maré. As questões ali propostas, e várias ainda me acompanham, se relacionam de maneira direta com a fala do citado comentarista. O meu intuito e desejo como alguém que cresceu e se socializou na favela era o de construir um quadro interpretativo das práticas cotidianas presentes na Maré, em especial as violentas, que permitisse ir além das representações hegemônicas no mundo social carioca e brasileiro sobre a violência estabelecida nas favelas do Rio de Janeiro.
Dessas, duas estão diretamente relacionadas com a fala de Pimentel: “quais seriam as representações, valores, princípios e regras que têm orientado as práticas dos profissionais da segurança pública, quando se trata do trabalho junto às populações mais pobres da cidade do Rio de Janeiro?” e “as experiências e representações dominantes nas organizações do Estado, na mídia, na população em geral, estão centradas na idéia de que a única possibilidade de enfrentamento dos grupos criminosos passa, necessariamente, por uma opção sustentada em práticas também violentas?”
A fala aparentemente equilibrada daquele comentarista é simplesmente a expressão de uma lógica perversa, violenta e irracional disseminada na sociedade e nas forças do Estado, que enxergam a sociedade civil e as populações das favelas como “problemas” a serem eliminados e não como sujeitos de direitos que devem ser reconhecidos e respeitados.
_______________________________________________