segunda-feira, 31 de agosto de 2015

CPMF: POR QUE PARLAMENTARES E EMPRESÁRIOS REJEITAM UM IMPOSTO QUE NÃO PODE SER SONEGADO?


Senadores comemoram fim da CPMF em 2007. Por que têm medo de um imposto direto, que 
recai sobre quem gasta mais? Por que rejeitam um imposto que não pode ser sonegado?

Quem tem medo da CPMF?

por Emir Sader 

Bastou o governo anunciar a intenção de retomar a proposta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CMPF) para que chovesse uma quantidade de afirmações da disposição de rejeitar a retomada do imposto sobre o cheque. Desde dirigentes do parlamento, que geram novos e exorbitantes gastos do governo, mas querem aparecer demagogicamente, como os que defendem a população contra novos impostos. Passando por grandes empresários, conhecidos pela sonegação de impostos, que querem fazer passar a ideia de que iniciativas como essa dificultariam a retomada dos investimentos. Chegando ao useiros ventríloquos na mídia, com seu discurso pronto contra qualquer iniciativa de democratização tributária.
Por que eles têm medo de um imposto direto, que recai sobre quem gasta mais? Por que rejeitam um imposto que não pode ser sonegado? Por que não aceitam um imposto que retira recursos de quem ganha mais para financiar o mais democrático sistema de saúde pública do mundo?
Porque eles se atendem nos planos privados de saúde. Porque eles sonegam impostos. Porque eles preferem impostos indiretos, em que os pobres e os ricos pagam a mesma quantia.
Se sabia que a reação desses setores seria dura. Sempre foi. O anúncio não foi o mais hábil, porque foi invertida a lógica: primeiro se deveria fazer o que faz o ministro da Saúde: mostrar as necessidades de financiamento do sistema público de saúde. E aí apontar como a CPMF é a forma mais democrática de financiá-lo.
A direita e seus porta-vozes economicistas sempre se valem do isolamento das cifras econômicas do seu sentido social. Mais imposto? Não? Sem mencionar a que necessidade responderia o novo tributo.
Temos que inverter o procedimento: enunciar as necessidades que precisam ser cobertas, explicar como é falso o raciocínio de que se paga excessiva quantidade de impostos no Brasil, explicar o caráter democrático e redistributivo de um imposto como a CPMF, pelo qual quem tem mais transfere recursos para financiar o sistema publico de saúde, o SUS, que atende a toda a população.
Não será possível restaurar a CPMF – que foi eliminada pela aliança espúria da direita, do centro e da ultra-esquerda (recordar a cena imoral de Heloísa Helena, então presidente do Psol, comemorando com a direita, a derrota a tentativa do governo de dar continuidade ao imposto que financia o sistema publico de saúde) – sem um grande trabalho de convencimento prévio de amplos setores da população e do próprio parlamento.
Mas, ao mesmo tempo, o Sistema Único de Saúde (SUS) será duramente afetado se não conseguirmos essa ou outra via de conseguir os financiamentos que o sistema necessita. Democratizar é desmercantilizar, é colocar na esfera pública o que hoje está na esfera mercantil. Transformar em direito o que hoje é mercadoria.
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MAIS UM FRACASSO DA GLOBO, TOMARA QUE CAIA SAI DO AR


Do uol:

Duramente criticado desde a estreia, o “Tomara Que Caia” já tem data para deixar de ser exibido. A
atração de improviso criada por Boninho sairá do ar em 4 de outubro, após 12 edições.
Nos bastidores, é sabido que a Globo jogou a toalha. Apesar de reconhecer que o formato tentou 
inovar, a emissora dificilmente produzirá novos episódios. Internamente, avalia-se que houve erros 
de escalação de elenco e na mecânica de votação. No lugar do humorístico, devem ser exibidos 
filmes e, em dois domingos, a nova versão da “Escolinha do Professor Raimundo”.
(…)
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Lula: “Eu voltei a voar”


 “Só matam um pássaro se ele fica parado”

FERNANDO BRITO 

Em meio a esta polêmica imbecil sobre o boneco inflável do ex-presidente Lula com roupa de presidiário (um processinho “básico” sobre seus donos e exibidores resolveria o problema) o fato político relevante é a admissão clara que Lula fez, ontem, de que será candidato a presidente em 2018.
Claro que todo mundo sabe, e faz tempo, de que esse é o provável rumo do ex-presidente, embora fosse, em condições normais, muito cedo para assumi-lo.
Faltam três anos para a eleição, afinal.
Mas não há outra alternativa para Lula senão esta, porque ele já foi “lançado” candidato há muito tempo, e justamente pelas forças que se opõem ao projeto político que ele representa.
Lula, faz meses, é objeto da mais impiedosa campanha de destruição política e moral que um líder deste país já sofreu desde Getúlio Vargas.
Lula não tem um apartamento no Leblon, como Aécio Neves, muito menos falam dele as más línguas que possua um “cafofo” na Avenue Foch, crème de la crème de Paris. Mas o apartamento que nem comprou no Guarujá – este “paraíso do Caribe” – é o prato predileto das notícias de O Globo.
Seu filho não tem emissoras, nem sociedade com o grupo Disney, mas é “sócio” da Friboi, mesmo sem ter uma ação sequer do frigorífico. Quando muito, com aqueles hábitos de “ralé” – seu pai vai pra a praia carregando isopor – pode ser que compre uma picanha ou um cupim daquela marca para assar num churrasco.
A “exploração de prestígio” que Lula faz, mundo afora, defendendo produtos e empresas brasileiras é um indigno “lobby”. E o dinheiro que empresas – inclusive a Globo, sua detratora-mor – lhe pagou para explorar o tal prestígio por palestras e eventos “deve ser” remuneração disfarçada de “negócios escusos”.
Lula é o alvo.
Por isso, sua frase, ontem, ao participar de um seminário com o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica:
– Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no galho. Se ele voar, fica difícil.
Acertou em cheio.
Lula precisa mover-se e entrar no centro da polêmica.
Ele tem sangue frio, experiência e “tempo de janela” para enfrentar toda esta turma com verdades.
E tem, sobretudo, uma trajetória que o faz surgir como esperança em tempos de confusa perplexidade que vive o povo brasileiro, que viu a presidenta que elegeu se calar e agir de forma errática e contraditória logo que se fecharam as urnas.
Mas tem que se comportar como pássaro, não deve e não pode ficar preso ao terreiro governista, onde parte da turma esqueceu o que foi e outra parte jamais chegou a ser em tempo algum.
Ao contrário do Governo, que não sabe e já não pode buscar o enfrentamento, Lula precisa dele, até porque contra ele se move uma guerra de extermínio político.
Lembro do que dizia, sobre isso, o velho Brizola, em 1982: “eu sou como pão-de-ló, quanto mais me batem, mais eu cresço”.
Quem, no Brasil, pode se oferecer como esperança, pode sinalizar um tempo de bonança tão desejado em meio à crise?
Fernando Henrique e seus tucanos?
Cunha e seus processos?
Sérgio Moro, o Datena do Direito?
Ninguém, ninguém mais que Luís Inácio Lula da Silva, que tanto pode vestir a toga de Doutor Honoris Causa da Universidade de Salamanca como entrar num botequim no Capão Redondo, em São Paulo, ou em Olaria, subúrbio carioca.
Talvez, no Brasil, só não lhe convenha andar na Avenida Paulista, convertida em “coxódromo” por algumas dúzias de fanáticos.
A população, na sua tantas vezes inconsciente sabedoria, percebe Lula como saudade, tanto quanto a elite, parte dela, também o percebe como medo, embora racionalmente não tenha porque se queixar de seus governos.
Por isso mesmo, Lula só pode ser enfrentado pelo ódio e o ódio – perguntem aos marqueteiros – é o pior dos combustível na política e, sobretudo, em eleições.
Lula disse ontem que “voltou a voar”.
Só quem pode fazer isso é quem estiver leve e puder mirar o céu.
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Petróleo repõe perdas de agosto em dois dias e deixa “sabidos” pendurados no pincel



POR FERNANDO BRITO 

O preço internacional do petróleo, que havia subido 10% na sexta-feira, subiu outros 10% hoje, em relação á cotação em que fechou a semana passada.
As perdas, imensas, do mês de agosto foram “zeradas” em 48 horas.
Uma semana atrás, Celso Ming, colunista de economia do Estadão, reproduzia a opinião de mais um “sabido” do mundo dos negócios, o especialista norte-­americano em Petróleo David Kotok, presidente da Cumberland Advisers, dizendo que o petróleo ia baixar até 15 dólares o barril, quando estava a 40 dólares ( e chegou a US$ 38).
Em dois dias, as previsões do sabichão viraram pó, com o petróleo tipo Brent passando de US$ 52 dólares e o WTI (de forma simplificada, o americano) a US$48.
A história da energia – e, com ela a do poder mundial – está há mais de 50 anos fundada no petróleo.
A energia nuclear, única aposta energética que tendeu a se estabelecer como ameaça energética à hegemonia do petróleo, mostrou-se apenas capaz de suprir parcela pequena das necessidades de energia, seja pelas complicações técnicas, segurança, problemas acidentais e oposição política, seja porque os EUA e seus aliados nunca permitiram que se estabelecesse, de forma global, o conhecimento e o uso de uma tecnologia que tem como um de seus produtos o poder militar representado pelo “subproduto bomba atômica”.
Não é possível tratar a política do petróleo, portanto, com base em movimentos de “espasmo” de um mercado em que suas torneiras são controladas pela política e, ainda mais, sujeito a todo tipo de turbulência: guerras, acidentes, tensões….
Este é o erro dos “sabichões” – muito mais apropriado seria chamá-los de espertalhões – que vivem apregoando que o petróleo “não valerá nada” e que usam aqui este argumento, tão ingênuos, para tentar desvalorizar nosso pré-sal e viabilizar politicamente sua entrega às multinacionais.
É o “quem desdenha quer comprar”, que vale desde os tempos dos avós de nossos avós.
Ou, por acaso, você viu a Shell, a Chevron, a Total e outras saírem por aí dizendo: olhem, eu não estou valendo nada, vocês não querem me comprar?
Petróleo continua sendo o maior negócio do mundo e só um tolo abre mão dele.
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PORQUE JOSÉ DIRCEU NÃO FALOU NA CPI DA PETROBRAS


Mas, o Dr Moro não tinha pressa, Dr Barroso?

PORQUE JOSÉ DIRCEU NÃO FALOU NA CPI DA PETROBRAS

Os jornais de hoje noticiam que José Dirceu, seguindo a orientação de seu advogado, permaneceu em 
silêncio, como é direito seu, na reunião da CPI da Petrobras em Curitiba (PR). O motivo da decisão é 
o fato de que Dirceu ainda não foi ouvido pela Justiça Federal. E um depoimento político não pode 
anteceder um depoimento jurídico.
“Não posso permitir que ele fale à Comissão Parlamentar de Inquérito antes de falar ao juízo”, 
declarou na última quinta-feira o advogado de Dirceu, Roberto Podval, ao Estado de S. Paulo. O juiz 
Sérgio Moro, magistrado da Operação Lava Jato, ainda não colheu o depoimento de José Dirceu, 
preso desde o dia 3 de agosto. “Ele é obrigado a comparecer à CPI, não tem opção”, declarou 
Roberto Podval. “Mas acho prematura essa convocação porque o ex-ministro sequer foi denunciado 
pela Procuradoria da República. Dirceu é investigado, está preso, mas não é réu. Até por respeito ao
próprio Judiciário não pode falar à CPI antes de falar com o juiz. Esta é a minha orientação.”
Hoje, Podval reiterou este argumento. De acordo com o Estado de S. Paulo, o criminalista explicou 
que Dirceu é alvo de investigação e está prestes a ser denunciado criminalmente pela Procuradoria. 
Assim, qualquer coisa que ele fale pode prejudicar o cliente, já que não se conhece a acusação. 
Ainda de acordo com o jornal, Podval disse que a CPI ‘faz parte do jogo político’. “Na maioria, na 
medida do possível, as pessoas (parlamentares) foram educadas, corretas, tirando uma ou outra 
pergunta desnecessária, me parece. O jogo político não é a minha praia, trabalho no meio jurídico. 
Era o que deveria ser feito (Dirceu em silêncio). Talvez a CPI tenha sido desnecessária na medida 
em que está atrasada em relação a investigação. A CPI está vindo depois da investigação. É difícil 
colher dados em uma CPI quando a investigação está aí, as pessoas já estão presas. Fica difícil a CPi 
trabalhar.”
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Por que a Rede Bobo está atacando Lula com tanta fúria


Vale tudo contra Lula

por : Paulo Nogueira

Valentemente, assim que os donos determinaram, os jornalistas da Globo pararam de falar no impeachment de Dilma.
Um deles, Erick Bretas, tratou até de trocar a foto de perfil de seu Facebook. Ele tinha colocado a inscrição “gave over” (fim de jogo), por ocasião de uma manifestação anti-Dilma, para a qual conclamara seus seguidores.
Trocou-a, com a nova orientação patronal, por uma bandeira do Brasil.
Agora, com a mesma valentia com que recuaram instantaneamente, os editores, colunistas e comentaristas da Globo avançam, novamente sob ordens patronais, contra Lula.
Todas as mídias da Globo vêm sendo usadas para investir contra Lula, por conta, naturalmente, de 2018.
Tevê, jornal, rádio, internet – são os Marinhos e seus porta-vozes contra Lula.
A novidade aí parece ser a substituição da Veja pela Época na repercussão dos sábados à noite do Jornal Nacional.
Nem para isso mais a Veja serve. Nem para servir de alavanca para o Jornal Nacional. É uma agonia miserável e solitária a da revista dos Civitas.
Lula, em seus anos no Planalto, nada fe para enfrentar a concentração de mídia da Globo, algo que é um câncer para a sociedade pelo potencial de manipulação da opinião pública.
E agora paga o preço por isso.
Verdade que, acertadamente, ele decidiu não ficar “parado”. Pássaro parado, disse Lula, é mais fácil de ser abatido.
E então Lula decidiu reagir.
Pelo site do Instituto Lula, ele tem rebatido as agressões dos Marinhos, minuciosamente.
E tem anunciado processos quando se sente injustiçado – um passo fundamental para colocar alguma pressão nos caluniadores e, também, nos juízes complacentes.
Há um tributo involuntário no movimento anti-Lula da Globo. É um reconhecimento, oblíquo que seja, de sua força.
É assim que o quadro deve ser entendido.
Quem pode ser o anti-Lula em 2018? Aécio, Alckmin e Serra, os nomes do PSDB, seriam provavelmente destruídos ainda no primeiro turno.
Imagine Lula debatendo com cada um deles.
Fora do PSDB, é um deserto ainda maior. De Marina a Bolsonaro, os potenciais adversários de Lula equivalem ao Vasco da Gama no Brasileirão.
Neste sentido, o boneco de Lula, o Lulão, surge mais como desespero da oposição do que como uma gesto criativo dos analfabetos políticos de movimentos como o Brasil Livre de Kim Kataguiri.
A Globo vem dando um destaque de superstar ao Lulão, como parte de sua operação de guerra.
E Lula tem respondido como jamais fez. No desmentido da capa da edição do final de semana da Época, ele citou um aporte milionário de 361 milhões de reais do BNDES na Globo, em 2001, no governo FHC.
Ali se revelou outra face dos sistemáticos assaltos da Globo ao dinheiro público: o caminho do BNDES. Não são apenas os 500 milhões de reais em média, ao ano, de propaganda federal. São também outros canais, como o BNDES.
Não é exagero dizer que a Globo, como a conhecemos (não como o jornaleco de província a que se resumiu por décadas) é fruto do dinheiro público. 
Como Lula, caso volte à presidência em 2018, tratará a Globo?
É essa pergunta que atormenta os Marinhos, já suficientemente atordoados com o florescimento da internet em oposição à decadência da tevê.
E é isso que explica a heroica valentia patronal dos jornalistas da Globo.
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BOMBA !!! PRESIDENTE DA VENEZUELA, NICOLAS MADURO FAZ HOMENAGEM PÚBLICA AO DEPUTADO CHAPADINHA

Instituto Lula acusa revista de ignorância e má fé e lembra que Globo levou R$ 361 mi do BNDES


A Globo quer dar o pré-sal para a Chevron como queria dar Mariel para os chineses

Documentos secretos revelam ignorância e má-fé da revista Época

do site do Instituto Lula

Mais uma vez a revista Época divulga reportagem ofensiva ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com afirmações falsas e manipulação criminosa de documentos oficiais.
Avançando em ilações maliciosas e irresponsáveis, pelas quais seus jornalistas já foram citados em ação judicial por danos morais movida pelo ex-presidente Lula, a revista insiste em atribuir ao ex-presidente condutas supostamente ilícitas que ele jamais adotou ou adotaria.
A matéria deste final de semana (29/08) é uma combinação de má-fé jornalística com ignorância técnica (ou ambas) e o único crime que fica patente, após a leitura do texto, é o vazamento ilegal de documentos do Ministério das Relações Exteriores que, de acordo com a versão da revista, tiveram o sigilo funcional transferido ao Ministério Público.
Ao contrário do que sustenta a matéria, a leitura isenta e correta dos telegramas diplomáticos reproduzidos (apenas parcialmente, como tem sido hábito de Época) atesta a conduta rigorosamente correta do ex-presidente Lula em seus contatos com as autoridades cubanas e com dirigentes empresariais brasileiros.
A presença de um representante diplomático do Brasil numa reunião do ex-presidente com dirigentes de empresa brasileira demonstra que nada de ilícito foi ou poderia ter sido tratado naquele encontro. O mesmo se aplica ao relato, para o citado diplomata, da conversa de Lula com Raul Castro sobre o financiamento de exportações brasileiras para Cuba. Só a imaginação doentia que preenche os vácuos de apuração dos jornalistas de Época pode conceber um suposto exercício de lobby clandestino com registro em telegramas do Itamaraty.
Os procedimentos comerciais e financeiros citados nos telegramas diplomáticos são absolutamente corriqueiros na exportação de serviços, como os jornalistas de Época deveriam saber, se não por dever de ofício, pelo simples fato de que trabalham nas Organizações Globo. A TV Globo exporta novelas para Cuba desde 1982, exporta para a China e exportou para os países de economia fechada do antigo bloco soviético.
Deveriam saber que, em consequência do odioso bloqueio comercial imposto pelos Estados Unidos, empresas que fazem transações com Cuba estão sujeitas a penalidades e restrições pela legislação dos EUA. Por isso, evitam instituições financeiras sujeitas ao Office of Foreign Assets Control, que é uma agência do governo dos EUA e não um “organismo internacional de fiscalização”, como erra a revista.
Ao contrário do que o texto insinua, maliciosamente, não há, nos trechos reproduzidos, qualquer menção a interferência do ex-presidente em decisões do BNDES, pelo simples fato de que tal interferência jamais existiu nem seria possível, devido aos procedimentos internos de decisão e aos mecanismos prudenciais adotados pela instituição.
Os jornalistas da revista Época deveriam conhecer o rigor de tais procedimentos e mecanismos, pois as Organizações Globo tiveram um relacionamento societário com o BNDESPar, subsidiária do BNDES. Em 2002, no governo anterior ao do ex-presidente Lula, ou seja, no governo do PSDB, este relacionamento se estreitou por meio de um aporte de capital e outras operações do BNDESPar na empresa Net Serviços, totalizando R$ 361 milhões (valores de 2001).
Deveriam saber que em maio de 2011, por ocasião da mencionada visita do ex-presidente a Havana, o financiamento do BNDES às obras do Porto de Mariel estava aprovado, havia dois anos, e os desembolsos seguiam o cronograma definido nos contratos, como é a regra da instituição, que nenhum suposto lobista poderia alterar.
Em nota emitida neste sábado (29) para desmentir a revista, o BNDES esclarece, mais uma vez, que “os financiamentos a exportações de bens e serviços brasileiros para as obras do Porto de Mariel foram feitos com taxas de juros e garantias adequadas”, e que os demais contratos mencionados não se realizaram. Acrescenta que “o relacionamento do BNDES com Cuba foi iniciado ainda no final da década de 1990, sem qualquer episódio de inadimplemento ou atraso nos pagamentos.”
Os jornalistas da Época deveriam saber também que não há nenhum ilícito relacionado às palestras do ex-presidente Lula contratadas por dezenas de empresas brasileiras e estrangeiras, entre elas a Infoglobo, que edita o jornal O Globo. Deveriam, portanto, se abster de insinuar suspeição sobre esta atividade legal e legítima do ex-presidente.
Tanto em Cuba quanto em todos os países que visitou desde que deixou a presidência da República, Lula trabalhou sim, com muito orgulho, no sentido de ampliar mercados para o Brasil e para as empresas brasileiras, sem receber por isso qualquer espécie de remuneração ou favor. Lula considera que é obrigação de qualquer liderança política contribuir para o desenvolvimento de seu País.
Os jornalistas da Época deveriam saber que todos os grandes países disputam mercados internacionais para suas exportações. E que não fosse o firme empenho do governo brasileiro, para o qual o ex-presidente Lula contribuiu, talvez o estratégico porto de Mariel fosse construído por uma empresa chinesa, ou os cubanos estivessem assistindo novelas mexicanas. Neste momento histórico, em que EUA e Cuba reatam relações e o embargo econômico americano está prestes a acabar, a revista Época volta no tempo a evocar velhos fantasmas da Guerra Fria e títulos de livros de espionagem.
Ao falsear a verdade sobre a atuação do ex-presidente Lula no exterior, os jornalistas da revista Época tentam criminalizar um serviço prestado por ele ao Brasil. O facciosismo desse tipo noticiário é patente e desmerece o jornalismo e a inteligência dos brasileiros.
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Picareta Tucano com bens bloqueado pela justiça quer convocar Lula na CPI

O deputado federal Alexandre Baldy (PSDB-GO) informou a imprensa que irá protocolar nesta segunda-feira (31) requerimento na CPI do BNDES para convocar o ex-presidente Lula e o ex-presidente da Odebrecht Alexandrino Alencar, para explicar  a  reportagem da Revista Época deste fim de semana que acusa Lula de empréstimos do banco público brasileiro para investir no Porto de Mariel, em Cuba.

Mas, você queridos leitores, sabem quem é o tucano que quer se passar de paladino da moral? O jornal Diário da Manhã de Goiás, dá uma pequena ideia de quem é ele

No dia 16 de junho desse ano, a  Justiça bloqueou  R$622,9 milhões do deputado tucano Baldy, e até uma Usina de açúcar e álcool e  o deputado federal teve bens indisponíveis

A juíza Suelenita Soares Correia, da 2ª Vara da Fazenda Pública Estadual, decretou a indisponibilidade dos bens do deputado federal Alexandre Baldy (PSDB-GO), da Usina Panorama S/A e de outros citados em ação civil pública por ato de improbidade administrativa. A ação foi proposta pela promotora de Justiça Vilis Marra, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público.

3 DOS DEZ MAIS RICOS DO BRASIL PERTENCEM Á FAMÍLIA MARINHO



A sucursal da Forbes no Brasil publicou ontem a edição de 2015 da sua lista de bilionários
brasileiros.
A lista 2015 revela que, mesmo em tempos de crise, de 2014 para 2015 o Brasil ganhou 24
bilionários, mas na conta do grande total é preciso diminuir 11 que eram bilionários em 2014 e não
são mais em 2015, portanto, o Brasil tem hoje, segundo a Forbes, 163 bilionários.
A lista mostra ainda que 80 dos 150 bilionários brasileiros do ranking de 2014 tiveram seu
patrimônio aumentado, mesmo com os solavancos no mercado. Mas, em compensação, 56
bilionários sofreram corrosão nas respectivas fortunas, mantendo-se na lista, inobstante.
A soma do patrimônio dos 163 bilionários brasileiros da lista 2015 alcança cerca de R$ 806,66
bilhões, o que equivale a 14,66% do PIB brasileiro em 2014.
O detalhe é que os vinte primeiros colocados na lista de 2015 detém, juntos, 45% do total da fortuna
dos 163, ou seja, há concentração de renda até para os bilionários.

Abaixo a lista dos primeiros 20 bilionários brasileiros:



1º Jorge Paulo Lemann

Fortuna: R$ 83,70 bilhões. Local de nascimento: Rio de Janeiro.
Idade: 75 anos. Origem do patrimônio: cervejaria/investimentos







2º Joseph Safra

Fortuna: R$ 52,90 bilhões. Idade: 76 anos. Local de nascimento:
Líbano (naturalizado). Origem do patrimônio: banco






3º Marcel Herrmann Telles

Fortuna: R$ 42,26 bilhões. Idade: 65 anos. Local de nascimento: Rio
de Janeiro. Origem do patrimônio: cervejaria/investimentos







4º Carlos Alberto da Veiga Sicupira

Fortuna: R$ 36,93 bilhões. Idade: 65 anos. Local de nascimento: Rio
de Janeiro. Origem do patrimônio: cervejaria/investimentos






5º João Roberto Marinho

Fortuna: R$ 23,80 bilhões (empatado). Idade: 61 anos. Local de
nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: mídia









6º José Roberto Marinho

Fortuna: R$ 23,80 bilhões (empatado). Idade: 59 anos. Local de
nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: mídia






7º Roberto Irineu Marinho

Fortuna: R$ 23,80 bilhões (empatado). Idade: 67 anos. Local de
nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: mídia








8º Eduardo Saverin

Fortuna: R$ 17,53 bilhões. Idade: 33 anos. Local de nascimento: São
Paulo. Origem do patrimônio: internet






9º Marcelo Odebrecht e família

Fortuna: R$ 13,10 bilhões. Idade: 46 anos. Local de nascimento:
Bahia. Origem do patrimônio: construção/petroquímica









10º Abilio dos Santos Diniz

Fortuna: R$ 12,83 bilhões. Idade: 78 anos. Local de nascimento: São Paulo. Origem do patrimônio: varejo






11º Walter Faria

Fortuna: R$ 10,40 bilhões. Idade: 59 anos. Local de nascimento: São
Paulo. Origem do patrimônio: cervejaria







12º Francisco Ivens de Sá Dias Branco

Fortuna: R$ 10,36 bilhões. Idade: 81 anos. Local de nascimento:
Ceará. Origem do patrimônio: indústria alimentícia






13º André Santos Esteves

Fortuna: R$ 9,07 bilhões. Idade: 46 anos. Local de nascimento: Rio de
Janeiro. Origem do patrimônio: banco/investimentos







14º Aloysio de Andrade Faria

Fortuna: R$ 8,45 bilhões. Idade: 94 anos. Local de nascimento: Minas
Gerais. Origem do patrimônio: banco






15º José Luís Cutrale e família

Fortuna: R$ 7,82 bilhões. Idade: 69 anos. Local de nascimento: São
Paulo. Origem do patrimônio: frutas







16º Alexandre Grendene Bartelle e família

Fortuna: R$ 7,51 bilhões. Idade: 65 anos. Local de nascimento: Rio
Grande do Sul. Origem do patrimônio: calçados/móveis






17º Fernando Roberto Moreira Salles

Fortuna: R$ 7,45 bilhões (empatado). Idade: 69 anos. Local de
nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: banco/mineração







18º João Moreira Salles 

Fortuna: R$ 7,45 bilhões (empatado). Idade: 53 anos. Local de nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: banco/mineração





19º Pedro Moreira Salles

Fortuna: R$ 7,45 bilhões (empatado). Idade: 55 anos. Local de nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: banco/mineração







20º Walter Moreira Salles Júnior

Fortuna: R$ 7,45 bilhões (empatado). Idade: 59 anos. Local de nascimento: Rio de Janeiro. Origem do patrimônio: banco/mineração

STF aos ladrões: roubem mas delatem ao Moro​


Youssef recebe a Bola de Ouro do Supremo ! 

Por Janio de Freitas,


Indagado sobre prisões para obter concordâncias com delação premiada, o procurador-geral Rodrigo 
Janot disse no Senado que 79% das delações foram obtidas com réus soltos. São portanto, em suas 
contas, quatro em cada cinco delatores premiados.
Só se a proporção se vale dos réus insignificantes, que pouco estiveram presos porque pouco ou nada 
tinham a dizer. Os réus graúdos, que justificam a Lava Jato, afinal cederam à delação ainda presos. 
E, desses graúdos, os que não cederam continuam presos e cercados da expectativa de que cedam. 
Fernando Soares, Pedro Corrêa e José Dirceu são alguns dos vários exemplos possíveis.
A propósito, o Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade que não tem importância, para 
recebimento do novo prêmio de liberdade por delatar, o fato de Alberto Yousseff haver feito há cerca 
de dez anos outra delação premiada e descumprido o compromisso de não voltar ao crime. Muito ao 
contrário, é o criminoso central, o craque do meio-campo, na bandalheira que utilizou a Petrobras.
A decisão de dez ministros do STF vale por uma recomendação aos empreiteiros agora premiados: 
de volta à ativa, não precisam contrariar nada, nem a alma dos seus negócios, nem a sua natureza.
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E o ministro Barroso, que levou o drible da tesoura do Moro: mandou prender o preso, com a pressa 
do Moro e o Moro não ouviu o Dirceu até hoje?
Ministro Barroso, não vai fazer nenhuma perguntinha ao Ministro Moro?
(Ministro Moro no jornal nacional, o que vale muito mais do que ser ministro do Supremo … Não é 
isso, Ataulpho Merval – ver no ABC do C Af).
Sobre ministros e ministros (sic) veja a entubada que o ministro (sic) Gilmar levou do Janot.

Paulo Henrique Amorim
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OS RETARDADOS ON LINE E A MORTE DO LULA INFLADO


Marcello Reis, dos Retardados On Line, chora a morte do Lula Inflado

por : Pedro Zambarda de Araujo

Batizado pelos antipetistas de “Pixuleco”, o boneco inflável que critica o ex-presidente Lula 
apareceu pela primeira vez nos protestos do dia 16 de agosto, em Brasília, e ressurgiu na manhã 
desta sexta-feira na Ponte Estaiada em São Paulo.
Seus criadores, membros do MBL e dos Retardados Online, pretendiam fazer uma turnê nacional do 
bonecão no país.
Tudo terminou com alguns furos feitos por militantes petistas na frente da prefeitura paulistana, ao 
lado do Viaduto do Chá, por volta das 16h.
A investida da militância ocorreu na presença de Marcello Reis, rei dos Revoltados On-line. Um 
princípio de confusão aconteceu e a Polícia Militar interveio, sem uso de violência.
“Eles nos deram um golpe. Isso aqui é um golpe”, gritou um dos manifestantes pró-impeachment 
para os petistas e reclamando do Lulão furado, que começou a ser recolhido para uma sacola plástica 
quando o DCM chegou ao local.
“Foi uma manifestante esquerdista que veio e rasgou o nosso boneco. Ela fez dois rasgos na 
altura do peito dela, sendo que ela tem mais ou menos 1m70. Nós erguemos o boneco diante da 
prefeitura de São Paulo e eles cometeram esse ato criminoso”, disse Henrique, do Movimento nas 
Ruas Contra a Corrupção, que tem 24 anos.
Ele define sua manifestação como democrática e acha que o PT tem direito de se manifestar contra. 
Mas não achou justo o sacrifício do bonecão Pixuleco. O DCM conversou com Carmen Ferreira, da 
Frente da Luta pela Moradia (FLM) e uma mulher de esquerda.
“Nós não viemos apenas defender o Lula, mas sim fazer um protesto pelos nossos direitos. Em 12 
anos de PT, o que nós trabalhadores tivemos foram avanços e não podemos ser a favor de uma 
manifestação contra este governo porque isso é contra o que nós conquistamos. Se há problemas, 
temos que nos unir e não impedir a presidente de governar”, disse ela.
A militante definiu o bonecão como uma “afronta”. “Por que não fazem então um boneco inflado 
do Aécio 45 171?”.
Henrique não deu uma explicação muito clara sobre os R$ 12 mil investidos no Pixuleco, número 
fornecido pela revista Época. “Não é esse valor, não. Nós gastamos na verdade R$ 3 mil e os 
movimentos fizeram uma espécie de vaquinha via Whatsapp com os integrantes. Este boneco ficou 
famoso em Brasília e nós resolvemos trazer ele para São Paulo”, me explicou, baixando os olhos, 
hesitando.
Na internet, as pessoas fizeram piada com o Lula Inflado. “Que crime isso! Boneco do Lula é a 
figura mais carismática deste país desde o Cebolinha”, disse um dos meus amigos. Outro reclamou 
que a agora o PT não pode criar seu próprio bonecão do Aécio. Uma pessoa também disse que a 
derrotada do Lulão é o “fim de um meme” digital.
A melhor definição do incidente veio de uma amiga minha de faculdade no Facebook: “Ele morreu 
como nasceu, numa baita furada”.
A mulher suspeita de ter dado os dois furos foi levada para a delegacia e não foi identificada. Ela foi 
encaminhada ao 3º DP. Outro homem conseguiu fugir.
O delegado pediu a nota fiscal do Lula Inflado ao líder dos Retardados On-line e aos outros presentes.
Um jornalista confiável, com fontes próximas ao MBL e ao Retardados On-Line já me avisou: 
existem outros bonecos do Lula Inflado por ai. Isso talvez explique a informação dos R$ 12 mil 
divulgada anteriormente.
Apesar da furada, o Lula Inflado pode aparecer novamente nos protestos da oposição antipetista. 
Surgirá num futuro próximo, um Godzilla levando terror aos homens de bem.






Lula reage contra a Globo e seu assassinato de reputações.




Reproduzo a nota que o Instituto Lula divulgou publicamente, depois de ter sido ignorada no Jornal Nacional, que repercutiu uma matéria absolutamente imbecil da Revista Época que “prova” o jamais negado: que Lula, já como ex-presidente, promoveu os interesses do Brasil e das empresas brasileiras em outros países, entre eles Cuba.
Antes dos comentários que farei ao final, chamo a atenção para o fato de que, finalmente, Lula parece ter entendido que não é possível fazer política no Brasil quando se está submetido ao “Tribunal da Globo”.
Não há “paz e amor”E possível com este cogumelo.
O único remédio possível contra ele é advertir, todo o tempo, como é venenoso e o mal que faz ingeri-lo.

A resposta do Instituto Lula não lida no Jornal Nacional


Jornalistas da revista ​Época e do Jornal O Globo já foram acionados judicialmente por danos morais praticados contra o ex-presidente Lula, em reportagens que divulgam mentiras e manipulam documentos oficiais. O ex-presidente Lula, a exemplo de outros dirigentes mundiais de expressão, atua com muito orgulho para abrir mercados internacionais para o nosso país e nossas empresas, sem receber por isso nenhuma remuneração. Não há ilícito nessa atividade em favor do Brasil e da geração de empregos em nosso país por meio da exportaçào de serviços e de produtos, como faz por exemplo, a Rede Globo, que desde 1982 exporta novelas para Cuba. O ex-presidente Lula jamais interferiu em decisões do BNDES, nem isso seria possível, dado ao rigor dos procedimentos da instituição, e como devem saber os profissionais das Organizações Globo, que têm um antigo e importante relacionamento societário com a subsdiária BNDESPar. Também não há ilícito na contratação de palestras do ex-presidente, como fizeram desde 2011 dezenas de empresas, inclusive a Infoglobo O único crime que ressalta na matéria da revista Época é o vazamento ilegal do sigilo de documentos transferidos ao Ministério Público.

Antes, Lula havia divulgado um outro texto, mais detalhado, sob o título “Documentos secretos revelam ignorância e má-fé da revista Época“, que está disponível aqui.

Ainda que Lula estivesse fazendo “lobby” por alguma empresa – e quem é que vai fazer negócios no exterior pelo Brasil? Eu? Dona Candinha? Meu amigo Tião, camelô na Central do Brasil? – não haveria nada de ilícito.
Como não há, também, no fato de o BNDES financiar operações casadas com países no exterior – crédito, em troca da contratação de produtos e serviços no Brasil – porque o Banco, como o nome indica, é feito para emprestar dinheiro e emprestou como emprestam os bancos europeus.
Aliás. emprestou a taxas mais altas, até, como mostra a tabela abaixo, compilada pela instituição, num estudo que mostra que, também, a rentabilidade das operações externas é maior que a da já monstruosa “taxa Selic”.



Nada disso, porém, tem importância, porque não é de notícias e muito menos da verdade que se alimenta o grupo Globo.
Alimenta-se do poder que possui e do medo que os governantes brasileiros dele têm.
Quase todos, praticamente sem exceções, nem mesmo do PT e do próprio Lula, durante muito tempo.
Que parece, afinal, ter se disposto a enfrentá-lo.
Até porque, apesar do alegado espanto de seus dirigentes – “puxa, eu não sabia que a Globo estava sendo parcial”, como teria dito João Roberto Marinho, ao encontrar-se com senadores do PT -, a Globo está para a liberdade dos brasileiros como está o arsenal atômico para os povos: só a sua existência já é uma ameaça contra a qual poucos podem se insurgir.
E quase ninguém pode sobreviver se a enfrenta, embora seja a única forma de, um dia, vencê-la.
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Globo tenta detonar Netflix. E se dá mal !


Tráfico de droga é novela da Globo. Perdeu, playboy !
A crítica à série Narcos no site G1

Como alguns sabem, a NETFLIX lançou a série Narcos no último dia 28. Trata-se de uma biografia do traficante Pablo Escobar, interpretado por Wagner Moura, com toda a violência a que se tem direito em se tratando de uma série abordando o tema do tráfico de drogas.
Acontece que o Cesar Soto, do G1, publicou uma crítica um pouco maldosa sobre a série. O mais interessante de tudo é ler as críticas dos leitores que o G1 (da Globo) recebeu no próprio site, a ponto deles terem que interromper a publicação de mais comentários.
Eu selecionei alguns dos comentários mais ilustrativos do clima de indignação com a crítica recebida por Narcos pelo articulista da Globo. Pra mim, esses comentários revelam a queda irreversível da Globo junto ao público que consome streaming e outros públicos.
Na grande maioria, os comentários têm o mesmo teor, ou seja, indignação ou ironia em relação à crítica da Globo. A seguir, os comentários selecionados:

“O que deve viciar mesmo é assistir Babilônia, seguindo a lógico do G1, mas enfim, assisti o primeiro episódio e até que gostei, mas estou ansioso pela pela série 100% brasileira “3%”, que deve estrear no Brasil no ano que vem, finalmente vamos ver conteúdo nacional de qualidade.”

“pra poderosa falar tao mal, vou assinar agora netflix kkkkkkk (brincadeira,,, ja sou assinante)”

“Tsc, tsc mais uma vez a globo querendo depreciar a netflix, para que tá feio. A propósito, a série é ótima, narrativa viajante.”

“Melhor que as novelas da Globo!!!! Viva a NetFlix !!!”

“G1 e Sr. Cesar Soto. Esta crítica é uma afronta à inteligência de seus leitores. Realmente, tem gente que faz tudo que a diretoria manda…. Que triste.”

“Pessoal podem assistir tranquilamente, série excelente. Melhor que a maioria dos filmes da Globo Filmes. Mancada isso hein G1.”

“Desculpa G1 mas essa tentativa de queimar a série e o netflix falhou, série sensacional e extremamente viciante, tanto que já assistir a toda primeira temporada.”

“G1 critica Narcos pq não aceita que Netflix tá roubando os telespectadores e mudando o jeito de assistir a dramaturgia”

“Fato! Netflix e outros serviços de streaming estão destruído as emissoras de TV. Se ver algo assim saindo justamente do G1 é porque já sentiram o impacto.”

“Ainda me pergunto por que eu fui perder meu tempo assistindo a review vindo da maior empresa ameaçada pela Netflix no Brasil.”

“Ainda não li a matérias, mas acho difícil uma empresa de televisão dar uma boa nota para uma série que ameaça a audiência. Sem maldade gente…Rsrsrrs…”

“Claramente é para desviar atenção da série justamente por causa da emissora G. O G1 tem grande influência justamente sobre os telespectadores da tal emissora.”


Clique aqui para ver que o bernardizado ministro Berzoini tenta defender a Globo e as telefônicas, contra a Netflix
E aqui para acompanhar o progresso da Netflix no Brasil.

Paulo Henrique Amorim
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O fracasso de Babilônia é um marco na decadência da Globo e da TV


Últimas cenas: o tempo das novelas passou

por : Paulo Nogueira

Num de seus mais admirados discursos da guerra contra o nazismo, Churchill disse: “Não é o fim. 
Não é nem o começo do fim. Mas é, talvez, o fim do começo.”
Depois de apanhar duramente dos alemães de Hitler, a Inglaterra enfim reagira sob Churchill.
Como Churchill magistralmente colocou, o nazismo não fora ainda liquidado. Mas alguma coisa 
mudara na guerra, e definitivamente, contra a Alemanha.
A sentença churchilliana pode-se aplicar, agora, à Globo, com o monumental fracasso de Babilônia.
Não é o fim da Globo, e nem o começo do fim. Mas é, provavelmente, o fim do começo do processo 
de dissolução da casa dos Marinhos.
Babilônia, com sua miserável média de 25 pontos, a pior da história das novelas do horário nobre, é 
um marco. É um registro da obsolescência da televisão como mídia, devastada pela internet.
Muitos teimam em atribuir o desprezo do público à má qualidade da novela, mas é um erro.
É como imaginar que uma carruagem, quando os automóveis começaram a dominar as ruas, vendeu 
pouco porque seu design era feio.
O problema é o produto.
Houve um tempo para novelas no Brasil, mas este tempo passou.
O interesse do público migrou para as enormes possibilidades oferecidas pela internet.
A falácia da explicação do Ibope tísico pela má qualidade se desfaz quando você observa os índices 
de audiência igualmente cadentes do Jornal Nacional, para ficar num caso.
Se fosse um problema meramente de qualidade, o comando do JN teria sido inteiramente trocado já 
faz tempo, mas a dupla Kamel-Bonner está firme.
Quanto tempo até o colapso?
É difícil precisar. Imaginava-se, no caso das revistas, que elas durariam mais tempo, como indústria 
respeitável financeiramente, do que efetivamente aconteceu.
Quatro anos atrás, quem haveria de imaginar que a Abril estaria hoje se desfazendo, como um doente 
que sofre ao mesmo tempo de câncer e de Alzheimer?
O público já tinha abandonado a Abril e suas revistas quando, com algum atraso, os anunciantes 
fizeram o mesmo.
Aí acabou.
Provavelmente é o que acontecerá, em breve, com a Globo. A audiência se foi, e em algum momento 
os anunciantes não terão escolha senão partir também.
Babilônia é um símbolo de que a Era da Tevê terminou.
Não é o fim da Globo, para repetir Churchill. Nem o começo do fim.
Mas tem tudo para ser o fim do começo do desmoronamento.
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sexta-feira, 28 de agosto de 2015

MAS SE A POLÍTICA ECONÔMICA NÃO MUDA…


O PSDB é o clube recreativo da Casa Grande.  

Mesmo sem Angela por perto, Dilma não quer que imitemos a Grécia. Podemos, porém, ficar 
pior.

 Por Mino Carta, na Carta Capital

Dilma Rousseff perguntou aos entrevistadores dos jornalões nativos na segunda 24: “Nós não queremos a Grécia, queremos?” Acabava de anunciar que uma reforma da Previdência Social se faz necessária, para o bem do povo brasileiro, excluídos, suponho, os possuidores de caríssimos planos de saúde, integrantes de uma categoria especial, embora também façam parte da nação. Ao menos teoricamente.
Na terça 25, tivemos ciência de que ninguém se surpreendeu entre os entrevistadores com a pergunta da entrevistada, a qual implica, obviamente, um não peremptório, ao admitir a incumbência de um risco grego a ameaçar o Brasil. Por que, dona Dilma? O País não figura na União Europeia, não tem Angela Merkel e seu ministro das Finanças nos calcanhares e, bem ao contrário da Grécia, é potencialmente um dos mais ricos do mundo, graças, antes de mais nada, a extraordinários favores da natureza.
O risco é outro. A prosseguir a política econômica em curso, caminhamos para o suicídio de uma nação, evento de dimensões históricas nunca dantes navegadas. Emerge da memória um episódio a que já me referi tempos atrás. Faz 37 anos um místico americano do fanatismo do Apocalipse doutrinou 917 crentes até levá-los ao suicídio para lhe seguirem o exemplo, fiéis na vida e na morte.
Dilma não é Jim Jones, mas quem quiser reparar no gráfico que ilustra estas páginas, perceberá que o caminho está traçado. Que um país de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e apenas 200 milhões de habitantes, pouquíssimos para tanto espaço, dono de terras férteis e riquezas imensas nas suas entranhas, sofra a crise atual, avassaladora, é desplante inominável.
Imaginar que a culpa é de Dilma Rousseff e dela somente, como milhões acreditam, é prova de uma insensatez sem limites, nascida da ignorância e da parvoíce, e também da credulidade e da despolitização, quando não do ódio de classe no caso de quantos não sofrerão com a reforma da Previdência Social.
A história conta, em proveito de quem ainda sabe ler, que a culpa abarca uma porção maior da sociedade brasileira, muito maior do que governantes contingentes. Refiro-me às chamadas elites, moradoras da casa-grande, e dos aspirantes a inquilinos, uns e outros empenhados até hoje em manter de pé a vivenda senhorial a par da senzala.
A origem do mal está na permanência de um sistema inalcançado pelo Iluminismo e seus efeitos, embora convivamos com computadores e celulares (que no Brasil funcionam pessimamente). Em primeiro lugar, a insensatez reinante resulta do desconhecimento da Razão, com R grande mesmo, imposta para a modernidade pelo século das luzes.
Aquele século XVIII concentra os ideais de três revoluções, a francesa, a inglesa e a americana, é o século de Montesquieu e de Adam Smith, dos Founding Fathers e da Tomada da Bastilha. O pensamento então revolucionário moldou o mundo, mas não aportou no Brasil até hoje. Parece que, por obra e desgraça do neoliberalismo, há décadas o mundo se distancia do pensamento iluminista, mas esta é outra conversa.
Fiquemos no Brasil. Houve alguns, raros, momentos a justificar esperança. A eleição de Getúlio em 50. No final dos anos 50 e começo dos 60. A eleição de Lula. Sempre damos para trás, de sorte a recompor a situação que parecia superada. É por isso que somente a conciliação das elites, vetusto instrumento dos autênticos donos do poder, manterá Dilma na Presidência, sem detrimento das pressões destinadas a cercá-la e a acuá-la até o fim do segundo mandato.
Não é descartável, em todo caso, a probabilidade de turbulências de intensidade variável em meio à monumental crise de duração prevista (talvez pelos otimistas) em dois anos. A incógnita diz respeito à situação social precipitada pelo aperto econômico que devolve à miséria aqueles que haviam saído dela durante o governo Lula.
ROIC-das-companhias
Justa apreensão suscita a disseminação das favelas, a começar por São Paulo. Prever que os índices de criminalidade irão in crescendo é de praxe em um país cada vez mais desigual, onde no ano passado mais de 60 mil cidadãos morreram assassinados. Temos a chance de dilatar o número dos tombados. Haverá excelentes ocasiões para uma contribuição à chacina por parte dos fuzileiros da polícia.
Se a senzala se espalha, há inquilinos da casa-grande entregues a outro gênero de vicissitude. Volto a chamar a atenção para o gráfico: explica também os tormentos de inúmeros empresários. A desvalorização das indústrias abandonadas ao seu destino fermenta inexoravelmente. A do aço, para citar um exemplo, já perdeu 70% a 80% do seu valor. Ao comparar as trajetórias do gráfico, anotem o tamanho do desastre. 
Dilma convoca os jornalões e faz seu mea-culpa, muito sui generis, bom que se diga. Erramos, sim, admite. No entanto, a política econômica não muda, donde as linhas do gráfico prosseguirão no rumo já definido, estacionária a azul, para baixo a vermelha. Jamais seremos iguais à Grécia de Tsipras, nem por isso viveremos melhor. Não resisto, porém, à tentação de perguntar aos meus intrigados botões: até onde vai a sinceridade do mea-culpa? Na zona situada entre o fígado e a alma, Dilma acredita mesmo ter errado? Não respondem, mas percebo neles uma expressão de dúvida aguda.
Na moldura dos eventos, a Operação Lava Jato é, de certa forma, muito menor do que a corrupção. Não esta de que se cogita, a de sempre. Nascida há cinco séculos da impunidade, reforçada pela construção da casa-grande e da senzala, ou, se quiserem, de sobrados e mocambos, a corrupção à brasileira é mal endêmico.
Própria do jogo do poder, já vimos navegar neste mar icebergs mais imponentes que o petrolão, e nem se fale do chamado “mensalão” petista. Neste domínio, os tucanos são imbatíveis, mas a impunidade os bafeja automaticamente, digamos assim. De fato, o PSDB é o clube recreativo da casa-grande.
A indignação, estimulada em todas as camadas da população pela campanha midiática e por seus ecos difusos, transcende a percepção de que o mau costume viceja largamente também entre os indignados. O cartaz da foto ao lado, a prometer a solução para quem sofreu a suspensão da habilitação a dirigir, anuncia descaradamente a tramoia, garantida obviamente pela compra da complacência da repartição competente.
A 100 metros da Avenida Paulista, em uma esquina paulistana frequentadíssima, altamente credenciada à sedução. É um estandarte da amoralidade coletiva. Quem entende como e por que o sistema está podre e se vale dele, ou é hipócrita ou covarde, salvo a minoria que reage contra o alvo certo. Quem não se dá conta, é porque vive no limbo e aceita qualquer vexame, como as chibatadas de antanho.
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O TSE me deve um direito de resposta




O que vou propor aqui não tem precedentes. Ou, como dizem os juristas, não tem jurisprudência formada. Mas acredito que seria oportuno os juristas se debruçarem sobre o tema, porque os ingredientes nele existentes poderão se repetir em outros episódios.
O que sugiro é uma ação de direito de resposta junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), tribuna da qual Gilmar se valeu para me difamar (Por que decidi processar Gilmar Mendes).
Vamos por partes.

Ponto 1 - O direito de resposta existe para assegurar ao ofendido o mesmo espaço dedicado às ofensas.
Parte do pressuposto que o ofendido dispõe de menos espaço que o ofensor para se defender. É por isso que se aplica, até agora, para a imprensa - que tem mais capacidade de disseminação de fatos do que suas vítimas. Ultimamente tem se aplicado também a blogs.
A Rede Globo jamais exigiria direito de resposta, porque tem um canhão imensamente superior ao de qualquer crítico. Contra os críticos, seus profissionais têm recorrido a ações cíveis de indenização.
Ponto 2 - um Tribunal - especialmente os superiores, em algumas sessões que atraiam interesse geral - dispõe de um poder de disseminação de fatos imensamente superior ao de um cidadão comum e, muitas vezes, superior ao de um único veículo .
É o caso do do julgamento final das contas de Dilma Rousseff, ocasião utilizada por Gilmar para me difamar -, com transmissão ao vivo por inúmeros veículos de mídia, incluindo a TV Justiça, portais e o conteúdo da sessão disponibilizado no canal Youtube do TSE, sendo assistido e posteriormente acompanhado por um público especializado.
Ponto 3 - Gilmar valeu-se do poder de disseminação de informação de uma sessão relevante do TSE para me imputar acusações difamatórias.
Há uma questão jurídica aí, na classificação do crime ou falta que Gilmar cometeu apropriando-se de um espaço público para ataques difamatórios. Mas aí é entre o Ministério Público Federal e ele - provavelmente nenhum procurador ou Procurador Geral da República ousará entrar com uma representação.
As circunstâncias em que o provável crime foi cometido remete ao ponto seguinte.
Ponto 4 - O crime não foi cometido por nenhuma veículo em especial, mas por um membro do TSE valendo-se de um conjunto de circunstâncias criadas pelo próprio TSE - obviamente, sem a intenção de propalar difamações.
Ora, independente de quem cometa o crime, um veículo é obrigado a publicar o direito de resposta do atingido no mesmo espaço. Por equivalência. caberia ao TSE providenciar o direito de resposta no mesmo espaço.
Aí se entra em outro problema: o TSE não teria como obrigar os veículos que transmitiram as injúrias de Gilmar a veicular minha resposta. Teria que ser, então, em uma sessão com o mesmo peso da anterior. Ou então caberia um levantamento dos veículos que veicularam a difamação de Gilmar e a compra de espaço, por parte do TSE, para assegurar o direito de resposta.
Desafio - Meu desafio aos juristas de boa vontade é ajudar a desenvolver - em linguagem e raciocínio jurídicos - esta tese. Não adianta argumentar que essa questão é inédita. É inédita porque comportamento como o de Gilmar Mendes também é inédito.
No mínimo, essa discussão ajudará a abrir algumas picadas para se começar a pensar em antídotos contra autoridades que não respeitam o próprio poder que representam.
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OS EQUIVOCOS DO PT



Jornal GGN - Foram quatro vitórias presidenciais consecutivas, sendo a última, contra Aécio Neves (PSDB), a mais apertada para o PT. Desde então, na visão do governo Dilma Rousseff e do próprio partido, o País mergulhou num clima de terceiro turno desenfreado, temperado com boas pitadas de crise econômica e política. Uma receita para sacudir as instituições. Hoje, com resquícios de Mensalão, novidades diárias da Lava Jato, ameaças de impeachment, desafios na economia, entraves à governabilidade e até boneco de Lula vestido de presidiário passeando pelo País, a dúvida é saber se o PT sobreviverá à opinião pública até 2018. E mais: será que o partido já discute o que deve ser mudado até lá? 
Na visão do deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, Paulo Teixeira, o diagnóstico não pode ser "precipitado". Em entrevista exclusiva ao GGN, concedida na última segunda (24), ele apontou os erros que o partido cometeu desde que chegou ao poder, e admitiu que ou o PT é "passado a limpo" para continuar desempenhando um papel importante junto aos grupos de esquerda, ou será reduzido a nada.Paralelamente a isso, Teixeira defendeu uma reforma ministerial que faça o governo Dilma dar respostas mais rápidas e adequadas à conjuntura política atual.
Abaixo, os principais pontos da entrevista.
*** 
Jornal GGN - O que é o PT hoje?
Paulo Teixeira - Uma leitura do PT tem que ser feita com calma. Por que? Porque o PT está sob ataque. Agora, qualquer precipitação pode piorar a saída que o PT precisa nesse momento de crise.
Acho que o PT tem algumas variáveis, vou começar pelas melhores. O PT no governo Lula e Dilma, não sozinho, conseguiu mudar muito profundamente o Brasil. E nessas mudanças, mexeu com interesses. Alguns foram centralmente contrariados. O tema do marco regulatório do petróleo, esse contrariou interesses econômicos pesados. O segundo interesse econômico que nós ajudamos a contrariar foi essa articulação dos BRICs, de criar um banco, isso mexe com a moeda no mundo, a hegemonia americana. O terceiro aspecto que nós contrariamos foi do empresariado brasileiro na medida em que implementamos uma economia de maior valorização dos salários. E, por último, acho que a gente também contrariou interesses no sentido do lugar simbólico da elite. Esse lugar mudou muito. Universidade, aeroporto, carros, os centros de consumo.
Nesse processo, cometemos equívocos. Quais equívocos que eu acho que nós cometemos? Nós não tratamos a reforma política como um tema fundamental e imprescindível na nossa trajetória. Nós tínhamos que ter feito uma reforma porque o sistema político degrada os partidos na medida em que submete a todos ao poder econômico e ao voto personalista. Nós tínhamos que melhorar o sistema politico, e não conseguimos.
Em segundo lugar, acho que tivemos um problema no desenho das nossas alianças. Era mais correta ter tido uma prática de frente de esquerda, com alianças ao centro. E nós deixamos essa prática de relação mais orgânica com os partidos de esquerda de lado, e fomos, num certo voluntarismo, em direção ao centro.
E também cometemos erros sérios, principalmente relacionados a não ter mexido no tema da necessidade de uma mídia mais democrática, uma opinião pública mais extensa. A opinião pública hoje é muito parecida com a que era em 2003. Nós conseguimos mexer no monopólio.
E há a questão dos erros que foram cometidos no tema do financiamento eleitoral, em 2005 e agora em 2013, essas duas crises.
Outro tema que vejo que está em questão é a própria representação. Os sindicatos, os partidos, eles não jogam o mesmo papel que jogavam a 30 anos atrás. Quer dizer, hoje com essa nova economia digital, você tem um novo cidadão e ele tem uma ação mais direta. Consegue, pelo meio digital, dar suas opiniões, desejos, fazer mobilizações. E isso requer uma mudança nesse sujeito-partido.

GGN - Aquele modelo de partido que era o PT dos anos 80 se perdeu com a chegada ao poder?

Teixeira - Engraçado, semana passada tivemos lá no Instituto Lula a Jornada Pela Democracia. Uma das participantes foi a Maria Rita Kehl. E a Maria foi muito resumida na fala dela. Disse: ‘Olha, eu estou gostando desse evento na rua, dos petistas irem para a rua, que é uma maneira deles desaburguezarem-se’. Quer dizer, o exercício do poder também gerou um vício, um distanciamento nosso, e aumentou o déficit democrático.
O PT perdeu essa intensidade que tinha na sua fundação, que era da intensa democracia. Acho que nós precisamos retomar isso. Acho que não é agora [que o PT deve iniciar o processo de mudança], pois trazer essa discussão para dentro, sob ataque, nos impede de ter dedicação às duas tarefas [governar e sair da crise]. Tem que passar esse processo que nós estamos vivendo de forte ataque e abrir um debate de oxigenação do PT. Se o PT souber fazer isso, sai fortalecido. Se não souber, diminui e vai se tornando um partido menor e mais regionalizado, eleitoral apenas.

GGN - A Fundação Perseu Abramo parece ser a única interessada em discutir as saídas da crise para o PT. Os demais setores parecem que não ter essa gana, não?
Teixeira - É, acho que do ponto de vista da esquerda brasileira, o PT joga um papel muito importante. Por isso é importante que consiga botar a mão nos temas mais importantes e sair revigorado. A Fundação Perseu Abramo joga um papel fundamental, decisivo, nos debates que promove. Tanto de conjuntura como debates de mais profundidade. Também nas publicações que faz, nos cursos que organiza. O Márcio Porchmann fez uma revolução na Fundação. E o PT joga um papel importante na defensiva.
O PT joga um papel, e agora precisa ser passado a limpo para continuar jogando. Por exemplo, essa relação com os partidos de esquerda, na minha opinião tinha que ser orgânica, não pontual. Tem que ser muito parecido com que o Uruguai fez, a Frente Ampla. A Frente Ampla tem uma existência formal, uma maneira de atuação mais permanente. Nós não podemos ter uma relação com os partidos de esquerda pontual, só quando tem crise, ou quando tem eleição. Temos que fazer de maneira mais permanente.

GGN - O senhor fala em esperar abaixar um pouco a poeira para conseguir discutir internamente a crise do PT. Mas e se esses ataques não cessarem? Quando o PT irá discutir a saída da própria crise?
Teixeira - O fato é que, claro, nós precisamos estabelecer uma governança, eu diria assim, mais colegiada. Isso são providências que podem ser adotadas já. Agora, um debate mais profundo sobre organização requer um momento em que se possa olhar mais para dentro. Não é o momento que estamos vivendo agora, nós estamos sob ataque, tivemos sedes invadidas, bomba [no Instituto Lula]. Veja isso que fizeram com o presidente Lula, de quebrar o sigilo bancário...

GGN - Aliás, o fato de o governo levar quatro dias para tomar uma atitude em relação a esse crime de vazamento de informação das contas de Lula não mostra também uma certa apatia?

Teixeira - Nassif, eu tenho a impressão de que nós montamos um governo numa conjuntura, e nós estamos em outra. Eu sou da opinião de que se tinha que se ter uma reforma ministerial para reorganizar o governo, para ter essa agilidade que precisa ter. Esse caso, por exemplo, é um caso gravíssimo. Quer dizer, é um Estado de Direito que começou a ser violado.

GGN - O regulamento diz que o Ministério Público Federal atua quando provocado. Mas o que vemos é para cada notícia que sai contra o PT, há uma representação no MPF. Quando se tem denuncias contra políticos de outros partidos, a atuação do PT em relação ao MPF é totalmente apática. Será que não falta uma estratégia jurídica para o partido como um todo?

Teixeira - Eu acho que sim. Nós estamos vivendo um ataque que requereria um contra-ataque, da mesma forma. Quer dizer, nós temos que cobrar rapidez em todas essas investigações relacionadas a quebra de sigilo.

GGN - Talvez se esse vazamento tivesse ocorrido contra o FHC, no mesmo dia o governo atuaria para mostrar o seu republicanismo. Porque parece que quando é contra a oposição, o governo quer mostrar que é republicano. Contra um dos seus, quer mostrar que não está protegendo. Não é um paradoxo complicado, não?

Teixeira - É um governo que precisa dar respostas mais imediatas, por isso eu defendo a ideia de uma reforma ministerial que possa dar nova agilidade ao governo e, digamos assim, responder a conjuntura.
Leia a primeira parte da entrevista com Paulo Teixeira aqui.
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