sábado, 31 de agosto de 2013

O PLEBISCITO BATE À PORTA. O MAIS DIFÍCIL ESTÁ FEITO


O Eduardo é da base e opera com os tucanos.

O Projeto de Decreto Legislativo, PDC, número 1258 foi subscrito na Câmara por 188 deputados.
Eram necessários 171.
É o projeto que convoca o plebiscito que a Dilma enfiou pela goela abaixo do Congresso e da Oposição.
A liderança do PT entregou o pepino ao presidente da Casa, Henrique Alves, que dizia que o plebiscito não ia pra frente.
Basta que duas Comissões – Finanças e de Constituição – aprovem para que a questão vá ao plenário.
Aí, desde que estejam presentes pelo menos 257 deputados, a maioria simples aprova.
Ou seja, o mais difícil foi conseguido: as 188 assinaturas.
O plebiscito saiu empurrado na marra, contra o PiG e seus tentáculos.
O Superior Tribunal Eleitoral diz que não pode fazer plebiscito em 2013, por causa do principio da anualidade.
Muito simples.
Por que não fazer o plebiscito no começo de 2014 ?
O TSE pode definir a data, assim que o plenário da Câmara aprovar.
A presidenta Dilma recebeu os líderes do PT que foram levar a boa notícia.
Ela ficou radiante.
Até porque, segundo um dos presentes, o plebiscito vai tratar de um tema que não constava da proposta inicial dela: a participação popular via internet.
Permitir que, pela internet, o povo submeta ao Congresso projetos de Lei.
Hoje, o Projeto de Lei de Iniciativa Popular, o PLIP – e já existe um, o PLIP contra o PLIM, que que pretende escrever a Ley de Medios – exige um milhão de assinaturas.
Além do projeto via internet, o plebiscito vai tratar de:
– formas de financiamento da campanha;
– e coincidência de todas as eleições numa mesma data – de vereador a Presidente da República.
Essa última proposta foi uma concessão do PT ao PSB de Eduardo Campriles, que, irremediavelmente, se tornou o Viagra dos tucanos.
Para respeitar a “base aliada”, o PT concordou em submeter essa proposta ao plebiscito.
Mas, não gosta da ideia.
O problema é que, embora, cada vez mais, o PSB se alie aos tucanos, formalmente, ainda é da “base”.
(Quando é que o Eduardo vai devolver os cargos no Governo Federal ?)
Durante a negociação, o PT pretende reforçar a proposta – difícil – de financiamento público exclusivo das campanhas.
Com certeza, porém, deve ser proibido – ou limitado de forma severa – o financiamento de empresas.
O líder do PT na Câmara, José Guimarães, deve se encontrar nos próximos dias com a liderança da CNBB, Confederação Nacional dos Bispos, e com a Ministra Carmen Lucia, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para pedir apoio à ideia do plebiscito no inicio de 2014.
O amigo navegante se lembra de a Presidenta Dilma Rousseff ter proposto, no auge das manifestações de junho, uma Constituinte exclusiva, convocada e ratificada por plebiscito e referendo.
A Constituinte Exclusiva foi torpedeada pelo PMDB.
Então, ela insistiu no plebiscito.
Era uma forma de responder às manifestações – clique aqui para ler sobre como o Caixa Dois faz e acontece no Brasil, “Quem é o Senhor X que gravou a compra da reeleição do FHC” – e, rapidamente, aperfeiçoar o sistema eleitoral.
O plebiscito foi tratado com desdém e descrença pelos colonistas (*) merválicos do PiG (**).
Deram-se mal.
O plebiscito bate à porta.

Paulo Henrique Amorim
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BLACK BLOCS JOGAM ESTERCO NA SEDE DA GLOBO


Em protesto contra o monopólio dos meios de comunicação e a manipulação da informação, 
manifestantes atiraram fezes de animais contra a sede da emissora em São Paulo; antes, já 
haviam atacado também a Editora Abril; mídia é um dos alvos preferenciais dos protestos

247 - Os meios de comunicação se tornaram um dos alvos preferenciais dos protestos. Na noite de ontem, integrantes do grupo Black Blocs jogaram esterco na sede da TV Globo, em São Paulo. Os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o monopólio dos meios de comunicação e a manipulação da informação.
Curiosamente, ontem a Globo foi condenada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica por práticas anticompetitivas. Segundo o Cade, a política comercial da Globo ajudou a esmagar a concorrência no mercado de jornais do Rio de Janeiro (leia mais aqui). Cada um dos irmãos da família Marinho possui uma fortuna de US$ 7 bilhões, segundo a revista Forbes.
Antes do ato contra a Globo, os Black Blocs já haviam feito uma manifestação contra a Editora Abril, que publica a revista Veja, que os colocou na capa como "o bando dos caras-tapadas".
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Obama anuncia que espera decisão do Congresso para atacar Síria


Presidente norte-americano diz que invasão pode ser ordenada mesmo antes do resultado do 
relatório da ONU sobre uso de armas químicas contra população civil.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou neste sábado (31/08) que autorizou uma intervenção militar à Síria, sem especificar a data do primeiro ataque. Obama afirmou que o início das operações norte-americanas não depende de apoio ou do relatório das Nações Unidas, mas sim da deliberação do Congresso Nacional.
“Estamos preparados para acertar o que quisermos na Síria. Pode começar amanhã, semana que vem ou em até um mês. Estou tranquilo de avançar mesmo sem o apoio e o fim da missão da ONU”, afirmou Obama, que classificou o ataque químico supostamente realizado pelo governo de Bashar al-Assad como o “pior deste século”.
De acordo com o presidente, que esteve reunido com líderes do Congresso neste sábado, os parlamentares norte-americanos se comprometeram a discutir o assunto assim que voltarem ao trabalho, no dia 9 de setembro. “Passaremos todas as informações que eles quiserem nos próximos dias”, afirmou.
A decisão de Obama foi baseada em relatório da inteligência dos Estados Unidos, que atribui ao governo sírio a morte de 1429 pessoas no dia 21 agosto, como consequência de uso de substâncias químicas. Ouvido por Opera Mundi, o especialista Roque Monteleone Neto, que atuou pela ONU no Iraque, disse que não é possível ter certeza de que Assad é o responsável por tal ataque.
Segundo Obama, o uso de armas químicas na Síria é um risco "à segurança nacional" dos Estados Unidos e de seus aliados na região, como Israel e Turquia. O presidente ainda afirmou que as forças norte-americanas já estão preparadas para o ataque, que não incluirá envio de militares para o território sírio.
Por fim, o líder do Partido Democrata disse que não espera apoio de nenhum país à sua decisão, mas que conversou com diversos líderes internacionais que dão suporte à intervenção militar. Nesta semana, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi derrotado no Parlamento de seu país ao propor um ataque à Síria. O russo Vladimir Putin, por sua vez, pediu que os Estados Unidos divulguem as provas que argumentam ter.
Pouco antes de Obama iniciar seu discurso, dezenas de pessoas se dirigiram à Casa Branca para repudiar a possibilidade de ataque à Síria. Entre os cartazes levados à manifestação, destacavam-se aqueles que diziam que “mentiras davam suporte à guerra contra a Síria”.
ONU
No dia que a missão das Nações Unidas deixou a Síria e foi para o Líbano, um dos seus porta-vozes, Martin Nesirky, anunciou que a equipe pretende retornar ao país de Assad para buscar novas provas.
Além disso, a ONU também garantiu que não interromperá os trabalhos humanitários em território sírio, apesar da sua realização “estar sendo feita em condições difíceis”.
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Amor é lindo!


Campos e Aécio fecham pacto eleitoral. 

A foto que Aécio Neves publicou ontem em seu Instagram, cumprimentando Eduardo Campos durante jantar na casa do governador, lembrou-me uma outra, antiga. Carlos Lacerda cumprimentando Jânio Quadros. Até hoje, há enigmas não explicados naqueles fatídicos anos que antecederam o golpe de Estado. A renúncia “maluca” de Jânio em agosto de 1961 é um desses buracos negros da história onde todos os esclarecimentos desaparecem. Mas entre aquele aperto de mão e a renúncia de Quadros talvez haja um elo importante. Lacerda representava a direita organizada, empresarial, como Aécio Neves. Jânio Quadros era o novo, como Campos…
É sempre saudável, numa democracia, ver as lideranças políticas, mesmo adversárias, se cumprimentando e conversando amistosamente.
Entretanto, não é o caso.
Campos e Aécio parecem ter concluído, de fato, um pacto pré-eleitoral. Segundo aFolha, foram cinco pactos, que resumo aqui, comentando rapidamente cada um deles.
1 – PSDB e PSB votarão contra a minirreforma eleitoral em tramitação no Senado, que visa encurtar a campanha de 2014 e reduzir a propaganda política.
Comentário: Ótimo. É prejudicial à democracia reduzir o tempo de campanha legal na TV, pois isso apenas beneficiaria a mídia, que ganharia mais poder, visto que ela faz propaganda o ano inteiro de suas ideias políticas.
2 – Os dois candidatos vão procurar explicitar sintonia nas teses de defesa do Estado e da democracia. Ambos deram aval à decisão do diplomata Eduardo Saboia de trazer ao Brasil o senador boliviano Roger Molina. Não foi combinado, garantem, mas a ideia é repetir esse tipo de posicionamento.
Comentário: Abraço de afogados. Saboia fez uma loucura indesculpável. Botou em risco a vida de Molina e a de si mesmo. Desrespeitou a hierarquia. Campos comete um erro grosseiro ao apoiar esta insanidade. Apoiar isso é coisa de oposição irresponsável.
3 – Ambos farão publicamente a defesa do equilíbrio fiscal por parte da União.
Comentário: Campos está, lamentavelmente, se alinhando ao conservadorismo neoliberal de Aécio. O que o Brasil precisa é justamente de pressão contrária: forçar o governo a reduzir os juros, reduzir superávit, e apostar tudo no crescimento, aproveitando o nível estupendo, quase exagerado, de nossas reservas internacionais. Por parte de Aécio, o posicionamento é previsível. Mas é bola fora para Campos. Perde votos na esquerda.
4 – Compromisso com o contraditório e o amplo debate de ideias. Trata-se de um recado direto a Dilma, a quem o governador de Pernambuco tem criticado por, segundo ele, ser pouco afeita ao diálogo.
Comentário: Alguém avisa à Campos que um “compromisso com o contraditório e amplo debate de ideias” apenas será possível com mudanças do nosso sistema de mídia, fortemente concentrado. Não lembrar disso é se render ao conservadorismo. Bola fora de novo para Campos.
5 – Campos e Aécio fizeram um balanço das sucessões nos Estados e enumeraram aqueles em que será possível unir PSDB e PSB e formar palanque duplo em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Paraíba e Piauí.
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Dilma está de volta

Não havia razões para relacionar a queda da presidenta nas pesquisas com as manifestações de 
rua. De verdade, o tombo foi coletivo.

por Mauricio Dias (Carta Capital)

Mesmo munido de lupa o leitor terá dificuldades de encontrar nas fotos das manifestações de rua, entre junho e julho, e dos pequenos protestos de agora faixas ou cartazes diretamente dirigidos contra a presidenta Dilma Rousseff. Naquele momento ela surfava uma popularidade inédita na história do País.
As referências indiretas, no entanto, estavam lá, no mal-estar geral que a sociedade expunha: saúde, educação, violência e o surpreendente ataque às obras monumentais dos estádios de futebol, que contaram com apoio maciço dos governos estaduais onde foram e estão sendo construídos.
Não haveria palanque melhor na eleição de 2014. Ninguém duvidava disso. Prepararam uma festa, uma Copa do Mundo, para fazer orgulho ao país do futebol. Os torcedores saíram às ruas País afora. Não distribuíam os aplausos esperados, e, sim, inesperados apupos.
Dilma não era o alvo dos protestos e não houve, naquele momento, quem tenha afirmado que a violenta e rápida queda na popularidade dela e do governo era resultado das manifestações. Não se encontrava uma explicação consistente para sustentar a perda de apoio na sociedade, em torno de 35 pontos, em pouco mais de 30 dias. Uma anomalia.
Em pouco tempo, porém, Dilma virou alvo dos analistas conservadores ou “da imprensa de direita”, como pondera com razão e ousadia o ministro Joaquim Barbosa. Eles tentaram dar o empurrão para ela cair no precipício.
Mas o tombo foi coletivo. Poucos governantes escaparam do fenômeno. Há provas consistentes da queda geral na popularidade. De alto a baixo. Números da pesquisa Ibope de meados de julho, nunca publicados pela imprensa, mostram isso.
A popularidade da presidenta, no conceito “ótimo e bom” (31%), após a queda vertiginosa (caiu de 57%), manteve-se maior, embora na margem de erro, do que a média dos governadores e dos prefeitos: 28%.
Todos eram alvo daquela surpreendente irrupção social com pouca participação popular. Dilma surpreende quando cai e quando sobe. Nas duas últimas pesquisas (Datafolha e Ibope), ela iniciou um processo de recuperação da popularidade. Voltou, segundo o Ibope, a alcançar 38% de “ótimo e bom”. Ao contrário do que se falou, a reação positiva nada tem a ver com o fim ou a diminuição das manifestações.
As melhores referências são as feiras livres e as gôndolas dos supermercados.
Na ótica do Ibope há uma correlação entre a avaliação da presidenta e a dos governadores: “De um modo geral, nos estados em que os governadores são mais bem avaliados, a presidenta também é mais bem avaliada, independentemente do partido político do governador”. Ou seja, em geral, o negativo e o positivo são creditados tanto ao governador quanto ao governo federal.
Não havia certeza sobre o que a fez perder bruscamente a popularidade que tinha, assim como agora ainda não se pode avaliar a razão pela qual está se reabilitando. E há notícias de que continua em viés de alta.
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“Há motivos para temores dos aliados de FHC”


 “Há razão para os temores dos aliados de FHC. Na obra, Dória reconstituiu um assunto que os 
tucanos prefeririam ver enterrado: a compra de votos no Congresso para a emenda da reeleição 
que favorecia o ex-presidente. E detalha o “golpe da barriga” que o deixou refém das 
Organizações Globo, em especial, e do resto da mídia durante seus dois mandatos.”

As Desventuras do Príncipe (Lançamento: Livro sobre a compra de votos para a emenda da reeleição e o caso extraconjugal de FHC alvoroçam os tucanos)

Por Leandro Fortes, na Carta Capital

A obra chega às livrarias no sábado 31, mas antes mesmo de sua publicação tem causado desconforto no ninho tucano. Luiz Fernando Emediato, publisher da Geração Editorial, responsável pela edição, tem recebido recados. O último, poucos dias atrás, foi direto: um cacique do PSDB telefonou ao editor para pedir o cancelamento do livro e avisou que a legenda havia contratado um advogado para impedir a publicação, caso o apelo não fosse atendido.
Tanto alvoroço deve-se ao lançamento de O Príncipe da Privataria – A história secreta de como o Brasil perdeu seu patrimônio e Fernando Henrique Cardoso granhou sua reeleição, do jornalista Palmério Dória. O título da obra faz alusão à alcunha de “príncipe dos sociólogos”, sugestão de amigos do ex-presidente, e ao termo privataria, menção ao processo de privatização comandado pelo PSDB nos anos 1990 e eternizado por outra obra da Geração Editorial, A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Jr.
Há razão para os temores dos aliados de FHC. Na obra, Dória reconstituiu um assunto que os tucanos prefeririam ver enterrado: a compra de votos no Congresso para a emenda da reeleição que favorecia o ex-presidente. E detalha o “golpe da barriga” que o deixou refém das Organizações Globo, em especial, e do resto da mídia durante seus dois mandatos.
A maior novidade é a confirmação da identidade do Senhor X, a fonte anônima responsável pela denúncia do esquema de compra de votos para a emenda da reeleição. O ex-deputado federal Narciso Mendes, do PP do Acre, precisou passar por uma experiência pessoal dolorosa (esteve entre a vida e a morte depois de uma cirurgia) para aceitar expor-se e contar novos detalhes do esquema.
A operação, explica Mendes no livro, foi montada para garantir a permanência de FHC na Presidência e fazer valer o projeto de 20 anos de poder dos tucanos. Para tanto, segundo o ex-parlamentar, foram subornados centenas de parlamentares, e não apenas a meia dúzia de gatos-pingados identificados pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha de São Paulo, autor das reportagens que apresentaram em 1997 as gravações realizadas pelo Senhor X, apelido criado pelo repórter para preservar a identidade do colaborador, então deputado do antigo PPB.
Os mentores da operação que pagou 200 mil reais a cada deputado comprado para aprovar a reeleição, diz o Senhor X, foram os falecidos Sergio Motta, ex-ministro das Comunicações, e Luís Eduardo Magalhães, filho de Antonio Carlos Magalhães e então presidente da Câmara dos Deputados. Em maio de 1997, a Folha publicou a primeira reportagem com a transcrição da gravação de uma conversa entre os deputados Ronivon Santiago e João Maia, ambos do PFL do Acre. No áudio, a dupla confessava ter recebido dinheiro para votar a favor da emenda. Naquele momento, o projeto tinha sido aprovado na Câmara e encaminhado para votação no Senado.
À época, a oposição liderada pelo PT tentou instalar uma CPI para apurar as denúncias. Mendes resume os acontecimentos a Dória e ao jornalista Mylton Severiano, que participou das entrevistas com o ex-deputado em Rio Branco: “Nem o Sérgio Motta queria CPI, nem o Fernando Henrique queria CPI, nem o Luís Eduardo Magalhães queria CPI, ninguém queria. Sabiam que, estabelecida a CPI, o processo de impeachment ou no mínimo de anulação da emenda da reeleição teria vingado, pois seria comprovada a compra de votos”.
E assim aconteceu. A denúncia foi analisada por uma única comissão de sindicância no Congresso, que apresentou um relatório contrário à instalação de uma CPI. O assunto foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF), então sob o comando de Geraldo Brindeiro. O procurador fez jus ao apelido de “engavetador-geral”, nascido da sua reconhecida leniência em investigar casos de corrupção do governo FHC. O MP nunca instalou um processo de investigação, a mídia nunca demonstrou o furor investigatório que a notabilizaria nestes anos de administração do PT e o Congresso aprovou a emenda, apesar da fraude.
O Príncipe da Privataria tenta reconstituir os passos da história que levou uma repórter da TV Globo em Brasília, a catarinense Miriam Dutra, a um longo exílio de oito anos na Europa. Repleta de detalhes, a obra reconstituiu o marco zero dessa trama, “nalgum dia do primeiro trimestre de 1991”, quando o jornalista Rubem Azevedo Lima, ao caminhar por um dos corredores do Senado, ouviu gritos do gabinete do então senador Fernando Henrique Cardoso. “Rameira, ponha-se daqui pra fora!”, bradava o então parlamentar, segundo relato de Lima, ex-editorialista da Folha de S.Paulo, enquanto de lá saía a colega da TV Globo, trêmula e às lágrimas. 
A notícia de um suposto filho bastardo não era apenas um problema familiar, embora não fosse pouco o que o tucano enfrentaria nessa seara. A mulher traída era a socióloga Ruth Cardoso, respeitada no mundo acadêmico e político. O caso extraconjugal poderia atrapalhar os planos futuros do senador. Apesar de se apresentar como um “presidente acidental”, em um tom de desapego, FHC sempre se imaginou fadado ao protagonismo na vida nacional.
Escreve Dória: “Entra em cena um corpo de bombeiros formado por Sérgio Motta, José Serra e Alberico de Souza Cruz – os dois primeiros, cabeças do “projeto presidencial”; o último, diretor de jornalismo da Rede Globo e futuro padrinho da criança”. Motta e Serra bolaram o plano de exílio da jornalista, mas quem tornou possível a operação foi Souza Cruz, de atuação memorável na edição fraudulenta do debate entre Collor e Lula na tevê da família Marinho às vésperas do segundo turno. A edição amiga, comandada diretamente por Roberto Marinho, dono da emissora, e exibida em todos os telejornais do canal, levaria o “caçador de marajás” ao poder. Acusado de corrupção, Collor renunciaria ao mandato para evitar o impeachment.
Miriam Dutra e o bebê foram viver na Europa e o caminho político de FHC foi novamente desinterditado. Poucos anos depois, ele se tornaria ministro da Fazenda do governo de Itamar Franco, surfaria no sucesso do Plano Real, a ponto de renegar a importância do falecido ex-presidente na implementação da estabilidade monetária no País, e venceria a eleição de 1994 no primeiro turno.
Por muito tempo, apesar de o assunto circular nas principais rodas políticas de Norte a Sul, Leste e Oeste, imperou nos principais meios de comunicação um bloqueio a respeito do relacionamento entre o presidente e a repórter. Há um pressuposto não totalmente verdadeiro de que a mídia brasileira evita menções à vida particular dos políticos, ao contrário das práticas jornalísticas nos EUA e Reino Unido. Não totalmente verdadeiro, pois a regra volta e meia é ignorada quando se trata dos adversários dessa mesma mídia.
No fim, o esforço para proteger FHC mostrou-se patético. Só depois da morte de Ruth Cardoso, em 2008, o ex-presidente decidiu assumir a paternidade do filho da jornalista. Mas um teste de DNA, feito por pressão dos herdeiros do tucano, provou que a criança não era dele.
Dória entrevistou inúmera personalidades, entre elas o ex-presidente da República Itamar Franco, o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes e o senador Pedro Simon, do PMDB. Os três, por variadas razões, fizeram revelações polêmicas sobre FHC e o quadro político brasileiro. Há outras declarações pouco abonadoras da conduta do ex-presidente. A obra trata ainda do processo de privatização, da tentativa de venda da Petrobras e do plano de entrega da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil ao setor privado. “O livro mostra que FHC é um caso de crime continuado”, resume o autor.
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Wikileaks: telegramas de Paris apontavam maracutaia com dinheiro do "Criança Esperança"



Para ver o documento inteiro: http://wikileaks.org/cable/2006/09/06PARIS6225.html
(Não fazemos igual a revista Veja que esconde parte dos documentos, descontextualizando-os)
Um telegrama da embaixada dos Estados Unidos em Paris, para Washington, de setembro de 2006, narra uma investigação pedida na sede da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) sobre o escritório em Brasília.
Segundo o telegrama havia má governança, irregularidades na prestação de contas, na documentação e nos arquivos da unidade no Brasil.
Em um trecho do telegrama fala que uma das principais questões sendo investigada era a "manipulação" do dinheiro arrecadado pelo "Criança Esperançca" da TV Globo (40 milhões de dólares desde 1986) pelo qual a UNESCO recebia 10% de taxa de serviço. Também dizia que um terço dos recursos extra-orçamentários da UNESCO mundial fluíam através do escritório brasileiro.
A notícia saiu no portal R7, que ouviu a TV Globo. A emissora disse desconhecer o telegrama e a investigação.
De 2006 para cá não sabemos no que resultou. Mas também ainda não sabemos no que deu a autuação de R$ 615 milhões pela Receita Federal por sonegação do imposto de renda da TV Globo na compra de direitos de transmissão da Copa de 2002 da FIFA através de operações em paraísos fiscais.
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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Reação da Urubóloga ao crescimento do PIB

A economia brasileira acelerou no segundo trimestre de 2013 e cresceu 1,5% em comparação com o trimestre anterior. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa foi a maior alta de trimestre contra trimestre desde os três primeiros meses de 2010, quando o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,0% ante o período anterior.
No conjunto do primeiro semestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 2,6%. Já em relação ao segundo trimestre do ano passado, o PIB cresceu 3,3%. No acumulado de 12 meses, a economia expandiu 1,9%. Na comparação com o segundo trimestre de 2012, o PIB cresceu 3,3%.
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Barbosa fica na defensiva após revelações sobre seu patrimônio

Pela primeira vez o presidente do STF descartou taxativamente a possibilidade de ser candidato em 2014. Coincidência ou não, uma semana depois da entrevista, o TSE mandou retirar do ar uma página na internet que fazia sua propaganda eleitoral à Presidência.

Em entrevista ao jornal ‘The New York Times’ em 23/8/2013, Barbosa afirmou: “não sou candidato a nada”. 
A frase categórica contrasta com as anteriores, evasivas, de que se sentia lisonjeado em ser lembrado em pesquisas como uma opção para 2014, ou de que "não se via" como candidato a presidente, e mesmo com a afirmação de que o Brasil não estaria preparado para eleger um presidente negro. 
A entrevista trouxe pela primeira vez a frase "não sou candidato".
A declaração clara e cristalina é seguida da explicação do jornal: Barbosa foi posto na defensiva por conta de algumas revelações complicadoras sobre seu patrimônio.
Acostumado a, nos últimos tempos, fazer uma cruzada moralizadora, Barbosa acabou acusado de ter recebido salários da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) mesmo sem trabalhar.
O ‘New York Times’ também registra a denúncia da aquisição de um apartamento em Miami de forma irregular. A criação da empresa para comprar o apartamento, lembra o jornal norte-americano, foi vista como uma tentativa de pagar menos impostos na transação. Sobre este último assunto, o ‘Times' economizou os detalhes. Segundo reportagens de jornais brasileiros, o ministro teria criado uma empresa fantasma, cuja sede tinha como endereço o do apartamento funcional de Barbosa, o que é expressamente proibido.
Barbosa estaria agora amargando uma defensiva e uma piora em seu humor na corte, que nunca foi dos melhores, apenas mudou de foco. Na entrevista, é lembrado o episódio no qual Joaquim Barbosa acusou Gilmar Mendes de ter "capangas" em Mato Grosso. A bola da vez é o ministro Ricardo Lewandowski, em embates no julgamento da Ação Penal (AP) 470. O "mensalão" é traduzido pelo jornal como "big monthly allowance" ("grande subsídio mensal"), o que mostra o quanto o apelido criado por Roberto Jefferson e que caiu no gosto da velha mídia é um eufemismo pobre para traduzir o cerne do problema, que é o financiamento empresarial às pretensões eleitorais de políticos.
Em sua defensiva, Barbosa justifica ao jornal que seu temperamento não se adapta à política. A desculpa é contraditória, pois o presidente do STF é hoje o magistrado cuja retórica é a mais parecida com a que se vê sair da boca de políticos em suas denúncias contra rivais. Nas tribunas do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores, as acusações de caráter pessoal e contra a reputação de adversários são comuns. Por esse parâmetro, Barbosa seria na verdade o mais afiado de todos os ministros para seguir carreira política. Não necessariamente um candidato de uma nova política.
O destempero com seus pares no STF e a ênfase no julgamento do mensalão foram fórmula de sucesso, mas abriram flancos em relação a fatos que dizem respeito à sua própria reputação.
De todo modo, coincidência ou não, uma semana depois da entrevista, o TSE mandou retirar do ar uma página na internet que fazia propaganda eleitoral antecipada de Joaquim Barbosa. Disponível desde outubro de 2012, trazia a biografia e fotos do ministro Joaquim Barbosa, além de charges, depoimentos favoráveis à candidatura e até link para a impressão de adesivos. A página foi criada pela Trato Comunicação e Editora Ltda., cujo sócio majoritário é o vereador Átila Alexandre Nunes Pereira, do PSL-RJ, um partido que talvez seja considerado por Barbosa como um daqueles "de mentirinha".
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Médico brasileiro pego na mentira perde chance de ficar calado


“Desmontando uma farsa apelativa de jaleco. Médico brasileiro que espalhou nas redes sociais 
ter sido demitido “para dar lugar a um médico cubano” é desmascarado

Fernando Brito, Tijolaço / Pragmatismo Político

Está rodando na internet uma farsa apelativa.
O Dr. Rogério Augusto Perillo postou uma foto segurando um cartaz dizendo que “não faltam médicos” e denunciando ter sido demitido pelo prefeito da cidade de Trindade, próxima a Goiânia, “para dar lugar a um médico cubano”.
Com a repercussão nas redes, o prefeito teria “reconsiderado” a decisão e mandado readmitir Rogério.
Conversa.
Rogério é amigo e correligionário do prefeito da cidade, Jânio Darrot, do PSDB, com quem aparece sorridente na foto (abaixo) postada há 15 dias.



E, pelo sobrenome Perillo, você deve imaginar de quem ele é parente.
Claro, do governador Marconi Perillo, também do PSDB, aquele que escapou, sabe-se lá como, dos escândalo Demóstenes-Cachoeira.
A página de Rogério Perillo no Facebook é um misto de carolice, anticomunismo e baixarias que me poupo de reproduzir.
Ele, aliás, tentou fazer uma inscrição no “Mais Médicos” para ajudar a “melar” o programa, dizendo que o sistema não aceitava o CPF.
Ele tem o direito de ser um idiota, ninguém lhe negará.
Como tem o direito de ser integrante do PSDB e apoiador da candidatura Aécio Neves.


Tem também o direito de ser um mau caráter.
Mas ele não tem o direito de construir uma mentira na rede, para ser reproduzida por incautos, de boa fé, ou mesmo imbecis, de má-fé.
Não tem o direito de manipular para combater o direito de outros brasileiros, não tão “bem-nascidos” quanto ele.
Infeliz do povo que vai ser tratado com critérios éticos como o do Dr. Rogério.
Se Goiás é o curral dos Perillo, não é difícil saber como tratam o seu povo"
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DIRCEU: OS EMBARGOS DEFENDEM A JUSTIÇA


“Mesmo os réus que não se encaixavam nos requisitos do foro especial foram submetidos a 
julgamento de uma única instância”.

Saiu no Blog do Zé: EM DEFESA DA JUSTIÇA

“A análise de embargos infringentes não corresponde a um novo julgamento, mas à segunda etapa do mesmo”, na qual juízes – no caso em pauta, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) – superam dúvidas. O trecho é de artigo publicado hoje na Folha de S.Paulo sob o título “Em defesa da justiça”, de autoria de meus advogados José Luís de Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua, sobre a nova fase, em andamento, do julgamento da ação penal 470, o chamado mensalão.
No texto os dois advogados assinalam que estes embargos “estão previstos no regimento do STF para os pontos em que, na primeira etapa do julgamento, houve divergência entre os juízes. São aquelas decisões em que ao menos 4 dos 11 ministros votaram contra a tese que acabou prevalecendo”.
Oliveira Lima e Dall’Acqua observam que o regime do STF prevê embargos infringentes porque uma decisão tomada em meio a tão grande de divergência está marcada pela dúvida. “A regra que permite os embargos infringentes serve para que os juízes rediscutam suas decisões mais difíceis e superem suas dúvidas, na busca da sentença mais justa”.
“No caso da ação penal 470 a análise das divergências registradas na primeira fase do julgamento torna-se ainda mais necessária” porque, prosseguem os autores do artigo, “mesmo os réus que não se encaixavam nos requisitos do foro especial foram submetidos a julgamento de uma única instância, vendo suas causas levadas diretamente ao STF, sem passagem pelo juízo de primeiro grau, como ocorre usualmente em ações dessa natureza”.
Oliveira Lima e Dall’Acqua encerram seu artigo com uma ponderação: “Pode-se não gostar dos réus da ação penal 470 e até torcer por sua condenação. O que não se admite é a desatenção com os princípios jurídicos esatabelecidos – isso representa uma ameaça não só á busca pela justiça, mas também à democracia”.
Leiam e analisem comigo “Em defesa da justiça” na seção Tendências e Debates da Folha de S.Paulo. Eu gostaria de convidar vocês, também, a lerem esta reportagem “Dupla punição por um mesmo crime” publicada no jornal diário da Manhã, de Goiânia.
Clique aqui para ler “Dirceu ainda não perdeu: tem os embargos infringentes”.
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GLOBO FOI PEDIR A LULA PARA VOLTAR !


A Dilma é isso, a Dilma é aquilo, mas você, Lula, você é um estadista ! Esse Google …

O passarinho pousou na janela daqui de casa e contou os detalhes daquele encontro em que um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – foi ao Presidente Lula pedir ajuda contra o Google.
O passarinho contou que o filho do Roberto Marinho reclamou muito da queda da publicidade governamental.
(Na verdade, a SECOM da Helena Chagas engorda a Globo e não revela à Conceição Lemes, do Viomundo, quanto investe na Globo; além de desejar ver a caveira do Pizzolatto.)
Reclamou porque, desde a gestão de Franklin Martins, a publicidade governamental na Globo caiu de 80% no Governo (sic) Fernando Henrique para 50%, no de Lula.
O filho do Roberto Marinho disse que a publicidade está numa situação tal que pode provocar uma crise em todo o PiG.
(O passarinho não revelou, mas, imagina-se que o Lula deva ter achado ótimo …)
É o Google, amigo navegante.
O Google vai googlar a Globo e ela não vai mais poder gastar US$ 280 mil por capítulo de novela…
Aí, o filho do Roberto Marinho – segundo esse passarinho inconfidente – passou a espinafrar a Dilma.
Que a Dilma isso, que a Dilma aquilo, e, além do mais, a Dilma não o recebe – não recebe o filho do Roberto Marinho.
Onde já se viu, não me receber um filho do Roberto Marinho !
Isso não acontece no Brasil desde Getúlio Vargas …
E, aí, amigo navegante, a bomba !
O filho do Roberto Marinho pediu ao Lula para voltar.
Volta, Lula, volta, pelo amor de Deus !
Mas, como ? indagou o Lula – segundo esse boquirroto desse passarinho.
Vocês me espinafraram todo dia e você vem aqui me pedir para voltar ?
Mas, você é diferente, Lula, respondeu o filho do Roberto Marinho.
Você é um estadista, disse o filho do Roberto Marinho.
Um estadista …
O filho do Roberto Marinho foi embora sem uma gota de esperança.
Aí, o Lula disse ao passarinho (que além da falar ouve muito bem):
- Esses caras me esculhambam o tempo todo e agora querem que eu volte. Ora, vai …
Pano rápido.

Paulo Henrique Amorim, que, como Manoel de Barros e São Francisco de Assis, conversa com passarinhos.
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QUEM É O SR X QUE GRAVOU A COMPRA DA REELEIÇÃO DE FHC


O Senhor X era um segredo de polichinelo. O PiG protege tudo do FHC. Até filho que não é 
dele…

Chega hoje, sexta-feira, 30 de agosto, às livrarias o ”Príncipe da Privataria”, do jornalista Palmério Dória – autor do best seller ”Honoráveis Bandidos”, que já vendeu 130 mil cópias.
“O Príncipe da Privataria” é Fernando Henrique Cardoso, muitas vezes chamado de “Príncipe da Sociologia”.
“Privataria” está no título de outro best seller da editora Geração, “Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Junior.
Dos 25 mil exemplares do “Príncipe” já impressos, 17 mil chegam hoje, às livrarias de todo o país.
Para isso, foi necessária uma operação de guerra da Geração.
Ela teve que manter em segredo as gráficas que imprimiam, variou as rotas de distribuição e, com isso, evitar vazamentos que antecipassem o lançamento do livro – e processos judiciais de censura.
O editor da Geração, Luiz Fernando Emediato, conta na “Nota do Editor” que um amigo tucano lhe telefonou para pedir que não publicasse o livro e contar que já constituía advogado.
Na verdade, a editora suspeita que o vazamento da notícia do lançamento do livro tenha partido de uma rede de livrarias paulistas, notoriamente tucana, ao saber da chegada dos exemplares.
O “Privataria Tucana” foi boicotado por algumas livrarias de São Paulo, apesar de se tornar um best seller em poucos dias.
Ser um best seller é o destino que espera “O Príncipe da Privataria”.
Entre as revelações está a identidade do “Senhor X”, personagem de uma série de reportagens assinadas pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha.
O ”Senhor X” gravava as conversas dos deputados comprados para aprovar a reeleição do Fernando Henrique, em 1997, e entregava a Rodrigues.
Numa série de reportagens, depois de denuncia da compra de votos feita pela CNBB, Conferência Nacional dos Bispos, Rodrigues reproduzia as gravações que recebia do “Senhor X”.
E jamais o identificou.
Nem o PiG jamais se interessou em saber quem era o “Senhor X”.
Foi o que fez Palmério.
Ainda na Nota do Editor, Emediato conta que, um dia, num encontro em San Francisco, nos Estados Unidos, Fernando Henrique, em conversa com o sociólogo Bolivar Lamounier e ele, Emediato, teria se referido ao escândalo de Caixa Dois de PC Farias:
Nenhum partido e nenhum candidato pode prescindir de recursos ilegais.
“Mas, a diferença entre ‘nós’ e ‘eles’ – disse FHC – é que ‘nós’ gastamos nas campanhas enquanto ‘eles’ enfiam boa parte em seus próprios bolsos.
O livro descreve pormenorizadamente a Privataria desenfreada – e especial atenção merece a venda da Vale do Rio Doce por um terço do que valia.
E, nela, o papel decisivo de Ricardo Sergio de Oliveira.
E a pressão “irresistível” do Padim Pade Cerra, como o próprio FHC reconhece neste vídeo.
Ricardo Sergio de Oliveira – um nome que não se deve, por cortesia, pronunciar na frente de um tucano – , depois, reaparece, com raro brilho, na privatização das teles: “só um bobo dá a telefonia para estrangeiros”, disse Bresser-Pereira, antes mesmo de deixar o PSDB.
Ricardo Sérgio é o “Mr Big”, o cérebro articulador das operações do clã Cerra na Privataria Tucana do Amaury.
Palmério descreve, também, a tentativa de vender a Petrobrax.
Trata da relação monetária entre Fernando Henrique e um de seus principais financiadores, José Eduardo de Andrade Vieira, então dono do Bamerindus.
Palmério desmistifica o “Príncipe dos Sociólogos”: FHC levou bomba duas vezes na admissão ao Colégio Militar e uma, ao tentar entrar para Faculdade de Direito da USP.
Um jenio … 
No PiG…
Sobre o jenio, leia, ali, o que Millor Fernandes e João Ubaldo Ribeiro diziam do jenio…
Palmerio traz uma tabela com tudo o que o FHC vendeu.
E outra que compara o desempenho do Presidente FHC com o Presidente Lula: é uma surra, como demonstrou João Sicsú.
E mostra, com detalhes, a cumplicidade da Globo, do Padim Cerra – e do PiG – na operação de abafa do que poderia ser um obstáculo à carreira de Fernando Henrique: o filho de uma repórter da Globo, em Brasília, e sua rápida remoção para Lisboa e Barcelona.
O ansioso blogueiro entrevistou nessa quinta-feira (29), por telefone, o autor do livro, o jornalista Palmério Dória. 

Paulo Henrique Amorim

Acompanhe a conversa, com modificações para facilitar a leitura. Clique aqui para ouvir a íntegra da entrevista

PHA: Esse livro tem uma revelação – entre muitas – que é a identidade do ”Senhor X”, o homem que conta tudo sobre a reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Palmério, quem é o “Senhor X”?
Palmério: O “Senhor X” é uma eminência parda do Acre, isso a gente percebeu logo que o encontrou. Uma figuraça, elétrica! Ele é dono de uma retransmissora do SBT; dono de acadêmias de ginástica; prédios e até de um cemitério.
Na campanha da reeleição, ele pegou pela proa a bancada acreana e tirou deles a confissão de que a reeleição estava sendo comprada pelo Serjão Motta (ex-ministro das Comunicações do Governo FHC); Orlei Cameli, então governador do Acre; e pelo Amazonino Mendes (ex-governador do Amazonas).
Isso era só a frente acreana. Na verdade essa compra, pelas contas do Senador Pedro Simon (PMDB-RS), chega a 150 deputados, pelo menos.
PHA: Ele (o ”Senhor X”) se chama Narciso Mendes, não é isso?
Palmério: Isso, chama-se Narciso Mendes. É um potiguar; passou por Belém; casou com uma moça chamada Célia; foi viver no Acre e fez a vida lá.
Foi deputado na Constituinte, depois não se reelegeu, mas a mulher dele se elegeu. Daí ele tinha acesso livre ao Congresso.
Como é um cara muito simpático, despachado, desempenado, ele foi procurado pelo repórter Fernando Rodrigues, da Folha, que através de uma intermediação feita pelo Carlos Aírton – outro deputado da época (também do estado do Acre) – Narciso começou a gravar com um gravadorzinho pequenino, que o Fernando Rodrigues tinha, japonês.
Nem precisava perguntar, as pessoas já chegavam contando tudo. Isso dessa porção acreana da compra de votos. Agora, o Narciso é também um segredo de polichinelo, né?
PHA: Por quê?
Palmério: Porque todo mundo sabe que esse homem existe, que é o Narciso Mendes, e ninguém se ocupou, ninguém quis ouvi-lo; chegar lá e dizer: “então, o senhor é o ”Senhor X”, vamos conversar”.
PHA: E o Fernando Rodrigues reproduziu as gravações na Folha…
Palmério: O Fernando Rodrigues reproduziu, essa matéria teve grande repercussão, o Fernando Rodrigues na época foi capa na revista Caros Amigos. Aliás, a capa foi o próprio gravador que ele usou nas gravações com o ”Senhor X”.
Pena que tenha chegado dez dias depois de a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) – que naquela época era a CNBB de guerra – denunciar que havia um esquema de compra de votos. Algum tempo depois, veio a matéria (da Folha).
PHA: Então, o Narciso Mendes gravou, passou a gravação ao Fernando Rodrigues, que transcrevia a gravação e sempre se referia a ele, Narciso, como ”Senhor X”?
Palmério: Sempre se referia a ele como ”Senhor X”, e assim ele apareceu na capa de Caros Amigos.
PHA: Por que o ”Senhor X”, que era um segredo de polichinelo, resolveu sair da toca e se identificar agora ?
Palmério: Ele passou por maus bocados de saúde e achou que tinha de contar essa história antes de morrer. Mas, o fato é que ele está muito longe disso, ele tem saúde para dar e vender e, seguramente, vai viver mais do que eu.
Ele tem um cemitério lá, né? Ele me levou para conhecer o cemitério e eu me candidatei a uma vaga para quando eles implementarem a cremação.
PHA: Você diz que as gravações se referem à compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique na bancada do Acre. Quanto se pagava por deputado na bancada do Acre?
Palmério: Pagava 200 mil reais. Era um esquema dos tempos dos coronéis, pagava-se em cheque.
Era uma espécie de pré-pago. Depois (de votar) eles trocariam o cheque. Mas, ai, alguém os advertiu: cheque, né? É como alguém dar um cheque para um traficante – não estou comparando os deputados com os traficantes, mas é por ai.
Ai alguém falou: “é melhor pagar em dinheiro”. Ai passaram a fazer o pagamento em dinheiro, os deputados saiam com sacolas de dinheiro.
PHA: E quem é que comprava?
Palmério: Nessa operação, no caso do Acre, o Amazonino Mendes, então governador do Amazonas; o Orlei Cameli, do Acre, e outros que eu não sei. Mas, o Acre é apenas uma ponta, como o Pedro Simon deixa claro.
PHA: O seu livro fala que, nas conversas (gravadas) aparecia claramente, como última instância do processo, o Sérgio Motta, ministro das Comunicações do Fernando Henrique.
Palmério: Isso. Aparece na época claramente nos jornais. Publicaram o envolvimento dele, as acusações contra ele. E depois, o Fernando Henrique, sem citar o nome de Narciso Mendes, fala desse episódio no livro ”Arte da Política” – um catatau de umas setecentas páginas, naquele estilo gorduroso de que você fala, né?
PHA: Isso, cheio de colesterol…
Palmério: Cheio de colesterol! O fato é que é segredo de polichinelo, Paulo, porque todo mundo sabia quem era a peça, quem era a figura, quem fez as gravações. A certa altura do livro, o Fernando Henrique, sem citá-lo, começa a falar dele, começa a desqualificá-lo.
Mas, o fato é que falaram em CPI nessa época, e não houve CPI. A Comissão de Constituição e Justiça ouviu alguns deputados – como você sabe, dois deputados acreanos renunciaram logo em seguida, sobre pressão.
Muito bem, o fato que é que quando se falava em ”Senhor X”, ninguém quis ouvi-lo, nem CPI nem a Comissão de Constituição e Justiça.
PHA: Então são 200 mil em dinheiro, para a bancada do Acre. O Pedro Simon calcula que tenham sido comprados 150 deputados. Então é 200 mil, vezes, 150, não é isso? E em dinheiro vivo!
Palmério: Em dinheiro vivo! Bufunfa; massaranduba; e em sacolas. E eu acredito que os comprados do “sul maravilha” não se venderam por 200 mil reais.
PHA: Então deve ter sido mais ? Mais de 30 milhões de reais ?
Palmério: Eu acho que sim, acho que sim. O problema do tucanato é o seguinte: eu até te perguntei de quanto deveria ter sido a roubalheira e você não consegue mensurar. Eu acho que nem um computador de última geração desses da NASA consegue mensurar a escala de roubo quando você fala de tucanato.
PHA: Agora tem esse negócio de Trensalão.
Palmério: É, não dá pra você calcular…
PHA: Palmério, o Fernando Henrique já se referiu a esse episódio dizendo que ele e o PSDB não precisavam comprar ninguém, porque a maioria absoluta era a favor da reeleição. No seu livro, o Narciso Mendes contesta esse argumento. Como é que o Narciso contesta isso?
Palmério: Ele diz que, por exemplo, o Orlei Cameli não se candidatou à reeleição. Já começa por ai. No caso acreano, o governador não se candidatou à reeleição. Ele desmonta a tese do Fernando Henrique com esse simples fato.
PHA: Outro argumento do Fernando Henrique é que ele não precisava (buscar a reeleição), mas quem precisava eram os governadores, que estavam tão interessados na reeleição quanto ele. Porque se beneficiariam. Então, pelo mesmo raciocínio do Cameli, você desmonta esse argumento.
Palmério: Claro, Claro, sem a menor dúvida. Então, você vê o esforço que foi feito para ele ( Narciso) não ser ouvido. Como se passam 13 anos e esse cara nunca foi procurado para falar ? Nunca.
PHA: Você acredita que o Luís Eduardo Magalhães – você cita ele no seu livro como presidente da Câmara – interveio nesse processo bombardeando a ideia de uma CPI, é isso?
Palmério: Sim, sim, foi criado ali um bloqueio total. Era o bate-bola permanente entre os dois, os dois que faleceram, o Luís Eduardo e o Serjão. O Serjão era o grande operador, ele e seu projeto de 20 anos (de tucanos no poder).
PHA: Você reproduz no livro uma frase muito interessante do Serjão: “95% das coisas que eu digo foi o Fernando Henrique quem falou; os os outros 5% é o que ele pensa e não diz”.
Palmério: Ou seja, é impossível, que o Fernando Henrique não soubesse do que estava rolando nos bastidores. O desconforto com o qual ele fala disso no livro é a maior bandeira.
PHA: O livro “Príncipe da Privataria” é, na verdade, um perfil muito rico, muito detalhado, uma pesquisa minuciosa feita por você e pela sua equipe, e que trata de muitos assuntos. Trata da Privataria de uma forma geral; trata de outros tipos de financiamento da campanha do Fernando Henrique, como a ligação dele com o então presidente do Banco Bamerindus (Andrade Vieira); trata do processo vil que foi a venda da Vale do Rio Doce. Tem um episódio muito importante narrado pelo delegado Protógenes Queiroz, que é uma ligação muito mal explicada pelo Fernando Henrique – a relação dele com títulos da dívida externa brasileira em posse do banco francês Paribas.
Palmério: De quando ele era ministro da Fazenda e o Armínio Fraga era o homem do Banco Central.
PHA: Tem um componente importante desse seu livro que é a cumplicidade da imprensa brasileira no episódio do filho que o Fernando Henrique Cardoso pensou por muito tempo ter tido com uma jornalista da TV Globo. Qual é a relação desse episódio com a TV Globo? Como que a Globo participa desse processo de acobertar um fato público, que é o presidente da República ter um filho, ou supor ter um filho, com uma jornalista de vídeo, da emissora de televisão mais vista do país. Onde se casam – sem trocadilhos – Fernando Henrique Cardoso e a Globo nesse caso do filho que ele reconheceu e que, na verdade, não era dele.
Palmério: É o Proer da imprensa, eis aí uma tese de doutorado, Paulo Henrique. A figura central da TV Globo nesse caso é o Alberico Souza Cruz – que tomou o lugar do Armando Nogueira depois que manipulou aquele debate Lula x Collor. Então, ele passou a circular com desenvoltura por Brasília.
Ele era amigo da Míriam Dutra (jornalista que teve o suposto filho de FHC) – ela era subordinada dele, né? – e era muito amiga da Rita Camata (ex-deputada federal), que, por coincidência, começou a aparecer em todos os espaços (da Globo), especialmente no Jornal Nacional.
Ele (Alberico) era um dos bombeiros. O outro era o José Serra, o planejador; e o Serjão, o operador.
Foram eles que operaram a transferência da Míriam para SIC, (Sociedade Independente de Comunicação), em Portugal (associada à Globo). Não à toa: o Alberico é padrinho do Tomás (suposto filho de FHC).
PHA: Então, o Alberico remove a Míriam para Lisboa e apadrinha o menino?
Palmério: Apadrinha o menino, depois ela é transferido para Barcel mesmo privado, em uma quantidade imensa, incalculável, para comprar o silêncio da mídia sobre o filho de Míriam Dultra, o “bolsa pimpolho”, como muitos denominaram. Eu acho que todos os veículos de comunicação investigaram o caso, mas não publicaram. Alegaram que era para ter e usar apenas se o concorrente furasse; matéria de gaveta, como se diz. Isso lembra um arsenal dissuasório, como se diz: ”olha, há bombas nucleares suficientes para destruir o planeta ‘N’ vezes, mas não é para usar, é para ter”. Então a chantagem campeia pela imprensa, né?
PHA: Na verdade, o que eu chamo de PIG, aqui, no nosso site, não chegou a usar essa bomba.
Palmério: Não, não usou. E depois na matéria da Caros Amigos nós ouvimos, um a um, os diretores de redação de jornais e revistas da época.
PHA: E isso está no livro também. Palmério, só para concluir: depois de muito tempo, ficou confirmado que o filho que o Fernando Henrique supunha ter não era dele, era de outra pessoa. E tem no livro – e é evidentemente que não podemos revelar aqui – uma cena de comédia italiana, que é o diálogo de Fernando Henrique e Míriam Dutra depois que ficou comprovado que o filho não era dele. 
Palmério:
É, um amigo meu disse que deu uma estrondosa gargalhada com o fim do livro.
Agora eu só queria dizer uma coisa para você, Paulo Henrique, esse é um bom livro para ler na Semana da Pátria, não é?
PHA: Aliás, o 7 de Setembro que Fernando Henrique qualificou como uma palhaçada.
Palmério: Exatamente, Exatamente…
PHA: Parabéns, Palmério, depois de desmontar o pessoal do ”Honoráveis Bandidos”, do José Sarney – quantos livros já vendeu o José Sarney?
Palmério: O Zé Sarney já vendeu cerca de 130 mil livros. Mas, a turma do Zé Sarney, perto dessa turma do Fernando Henrique, não passa de amadores. É outra escala.
PHA: Os ”Honoráveis Bandidos” são amadores…
Palmério: É, é outra escala, outra escala…
Serviço:
Príncipe da Privataria, da Geração Editorial;
Páginas: 368;
Preço: impresso, R$ 39,90 / e-Book, R$ 24,90;


À esquerda, Palmério, que deixou para o fim uma estrondosa gargalhada. À direita, Narciso na época das gravações.

Narciso, de frente para Palmério
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DE NOVO ! DR CRM BATE O PONTO E SE MANDA

Reportagem do SBT sobre a atuação do Dr CRM em Araruama, RJ, na mesma linha daquela em São Paulo.

GLOBO CENSURA REPÓRTER QUE ELOGIA MEDICINA DE CUBA


Pontual: problema do Dr CRM é com o Che Guevara ...

Navegante do Tijolaço recupera destemida intervenção de Jorge Pontual, da Globo Overseas, em Nova York.
Não vai durar muito lá …
Quem manda dizer que a medicina em Cuba, comunitária, preventiva, resulta em índices melhores que os americanos …
O Gilberto Freire com “i” jamais o perdoará !
Quem vai longe na Globo Overseas é a Tancanhêde.
Já, já assume o “Entre Caspas”.

O internauta que visitar a página do programa Em Pauta, da Globonews, só vai ouvir falando sobre a questão dos médicos de Cuba a comentarista Eliane Cantanhêde que, claro, desce a lenha no governo cubano, que vai se loucupletar co o trabalho daqueles pobres escravos.
Claro, a colunista da massa cheirosa, não podendo fazer outra coisa, entra na linha dos “pobres cubanos”, caçados a laço para estudar medicina e mandados sob chIcote, em aviões negreiros, para trabalhos forçados no Brasil.
Não puseram um segundinho do jornalista Jorge Pontual que, em lugar de ficar de chororô, prefere falar de como renasceu e com que características se desenvolveu a liderança de Cuba em atenção médica, que faz com que uma pequena ilha possa estar mandando médicos para um país enorme como o Brasil.
Pontual não vai ao ar na página da GloboNews, mas vai aqui, porque o internauta Felix Rigoli gravou e colocou no YouTube, de onde fomos pegar para colocar no Tijolaço. Vale a pena porque são três minutos de boa informação, com dados e explicações sobre o tema, em lugar de politicagem hipócrita sobre os médicos.
A gente posta aí embaixo o que a GloboNews sonegou na internet.
Diante da repercussão negativa, o canal da GloboNews, publicou no inicio da noite o vídeo do jornalista Jorge Pontual. Menos mal, que continue assim.

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Barbosa quer salário de R$ 30,6 mil mensais


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, entregou ao Congresso Nacional projeto de lei que propõe, além do reajuste salarial de 5,2% anuais, já previstos no Orçamento, um ganho a mais de 4,06%.
Ou seja, diferentemente dos trabalhadores dos outros Poderes da República, os do Judiciário pretendem ficar com 9,26% no ano que vem.
O texto (PL nº 6218), que dispõe sobre o subsídio de ministros da Suprema Corte deixa claro que, já a partir de 1º de janeiro de 2014, vão entrar mensalmente no bolso dos magistrados R$ 30.658,42.
O adicional não consta das despesas da União enviadas ontem ao Congresso. Fontes ligadas ao Ministério do Planejamento informaram que será muito difícil negociar esse aumento porque as contas do governo estão apertadas.
Barbosa apresenta como justificativa o mesmo argumento que todos os trabalhadores do país que querem ver seus ganhos elevados: a alta do custo de vida, que corrói o poder de compra. O PL enviado ao parlamento considera a diferença entre os reajuste recebido no ano passado e a inflação medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Ampliado (IPCA). Com a reposição das perdas inflacionárias, o ganho atual dos magistrados, hoje de R$ 28.059,29, que passaria para R$ 29.462,25, será engordado por R$ 1.196,17 mensais, para chegar aos R$ 30,6 mil.
Caso o pleito de Joaquim Barbosa passe, haverá efeito cascata nos salários de todo o serviço público.
O impacto do aumento é de R$ 598 mil para o STF e de R$ 149 milhões para o Poder Judiciário. “Com efeito, a recomposição pretendida encontra respaldo na Constituição Federal de 1988 que, no inciso X do art. 37, assegura periódica adequação à realidade econômica do país em determinado espaço de tempo”, cobra o presidente da Suprema Corte. Ele revela, também, que o citado artigo determina que “a remuneração e o subsídio dos servidores somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em caso, assegurada a revisão anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices”.
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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O caso de Sabóia é de polícia


Ele disse que ouviu Deus

Por: Paulo Nogueira

O caso de Eduardo Sabóia não é diplomático.
É um caso de polícia.
Ao ajudar na fuga de um homem procurado pela polícia boliviana sob graves acusações, Sabóia ultrapassou todos os limites legais.
Na melhor das hipóteses, ele fez justiça com as próprias mãos.
Suas justificativas, até aqui, são confusas. Invocou até Deus. Disse ter ouvido, no trajeto de fuga, a voz de Deus.
Ora, para ficar no terreno das crenças religiosas, alguém poderia rebater que foi o diabo se fazendo passar por Deus.
Comparou a embaixada brasileira em La Paz ao Doi Codi, o lugar em que eram presos e torturados opositores da ditadura militar brasileira.
Alguém imagina que Molina, o acusado, vivesse em condições menos confortáveis que as de Julian Assange na embaixada equatoriana em Londres?
Jornalistas brasileiros preguiçosos que tentam fazer dele um mártir foram, em algum momento, descrever como era a vida de Molina na embaixada?
Assange não tem como pegar sol, por exemplo, na acanhada embaixada equatoriana perto da Harrods. Puseram um aparelho que compensa a falta de sol.
Também não tem como se exercitar, e uma esteira foi colocada ali para que ele mantenha a forma.
Molina estava em situação pior?
Quem acredita nisso acredita em tudo, como disse Wellington.
Sabóia disse que resolveu um problema político.
Ora, ele criou um grande problema com um desrespeito histórico ao governo de Evo Morales.
Onde estaria toda essa bravura se o detido fosse um americano acusado de crimes por Washington?
Molina não estava bem, psicologicamente? Assange está? Manning estava, em sua temporada numa solitária? Os presos sem julgamento de Guantánamo estão?
A humanidade está?
Sabóia está fazendo chantagens, agora. Diz que tem mensagens capazes de incriminar outras pessoas.
Que as mostre, se tem – à polícia.
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Lei Kandir: ida de Jatene ao STF é mais um factoide


Todos os tucanos da Lei Kandir: ida de Jatene ao STF é mais um factoide, afirmam deputados. 
Jatene era secretário de Planejamento quando Lei Kandir foi aprovada. Presidente da 
República, governador do Pará e até o autor da lei também eram do PSDB. FHC foi o “carrasco 
do Pará”, diz Carmona. Lei Kandir causou prejuízos de R$ 20 bilhões ao estado. “Almir e 
Jatene afrouxaram”, acusa o deputado.

 “Ida de Jatene ao STF veio tarde, dizem deputados

“Quando eu vi o governador levando em mãos ao STF uma (Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão) ADO, pensei: que bom. Mas isso deveria ter sido feito há 17 anos”. Assim o deputado Martinho Carmona (PMDB) definiu a atitude de Simão Jatene (PSDB) de pedir ao Supremo que obrigue o Congresso Nacional a rever a aplicação da Lei Kandir, que desonera os produtos exportados, e que há mais de uma década faz com que o Tesouro do Estado deixe de arrecadar bilhões.
O parlamentar lembrou que a lei foi criada pelo ex-deputado federal Antônio Kandir, do PSDB, e sancionada em 1996 com total anuência do então Governador do Estado, Almir Gabriel, durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, a quem Carmona apelidou de Fernando “Patife” Cardoso, falando na tribuna durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa (AL) ontem.
“Jatene era secretário de Planejamento de Almir e os dois ficaram calados, foram omissos. Essa é uma providência que vem tarde, 17 anos depois de FHC ter amaldiçoado o Pará com essa lei”, relatou o deputado. “Estávamos entrando em uma fase de colheita, quando o carrasco do Pará, Fernando Henrique fez isso”, bradou.
“Foi boa a lembrança do deputado Carmona. Boa para justificarmos nosso entendimento que não há chance de sucesso nessa empreitada. A União não vai deixar de lucrar com as importações para beneficiar o Estado. Talvez desse certo se o governo tivesse agido há pelo menos 15 anos, não agora, depois de tanto tempo”, corroborou o peemedebista Parsifal Pontes, em meio ao pronunciamento do deputado.
Carmona afirmou que a Lei Kandir feriu mortalmente o Pará. “Almir e Jatene tinham plena e ampla visão do mal que essa lei ia fazer e, lamentavelmente, afrouxaram e se calaram”, apontou.
Brasília 
A deputada estadual Ana Cunha (PSDB) acompanhou a visita de Jatene ao presidente do STF, Joaquim Barbosa, e respondeu às críticas dos dois parlamentares, sem deixar de reconhecer a responsabilidade de seu partido na criação da lei. “A Lei Kandir foi necessária para o país naquele momento e estamos dispostos a lutar pelos ajustes que precisam ser feitos a ela”, justificou.
A atitude do governador foi vista pelos deputados com um ato única e exclusivamente midiático.
Criada com o objetivo de estimular os setores produtivos voltados à exportação e favorecer o saldo da balança comercial ao desonerar do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), produtos industrializados semielaborados e serviços exportados, a Lei Kandir causou perdas nas arrecadações estaduais em todo o país, e o Pará, com todo o seu potencial exportador, sentiu e sente duramente as perdas ano a ano.
O governo federal se comprometeu em compensar as perdas, mas nunca definiu claramente as regras para tal medida, o que há anos gera impasses entre União e os estados.
Um levantamento feito pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefa) aponta que as perdas no Pará ultrapassam os R$ 20 bilhões nesses 17 anos de vigência da lei, e que as compensações sequer atingiram os R$ 6 bilhões.
Só no ano passado, o Estado respondeu por nada menos que 70% do saldo comercial do país.
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O Banco Central é o que nasceu para ser


O Banco Central é o que nasceu para ser 


Por: Fernando Brito

Os bancos centrais não são exatamente instituições públicas.
Um dia a história humana os registrará assim, como enclaves do capital financeiro dentro dos estados nacionais.
Porque a direção dos estados nacionais, em tese, nas democracias, deriva do povo e em seu nome é exercida.
E a dos bancos centrais, aqui e mundo afora, é derivada não da vontade popular, mas da do “mercado”, a qual, no máximo, ela mitiga e negocia com quem tem a legitimidade popular.
Mas tendo o capital financeiro como determinante.
O Banco Central independente, que o “mercado” tanto reclama, já existe.
Independe do interesse público, porque rege-se pelo interesse do rentismo.
O que será que “as ruas” diriam se entendessem que uma decisão como a de aumentar em 0,5% a taxa de juros tira dos cofres públicos mais do que corrupto algum jamais tirou ou até de todos eles somados?
Não milhões de reais, mas dezenas de bilhões de reais.
Mas este saque é legítimo, porque é feito em nome da técnica, dos fundamentos econômicos, do combate à inflação, embora não se se explique exatamente como o tomate subiu por que as taxas de juros estavam mais baixas no início do ano, pela simples razão de ser isto inexplicável, porque ilógico.
Ficamos, em geral, presos ao falso dilema de que a moeda estável é uma espécie de deusa, à qual devemos sacrificar o crescimento econômico, os salários, o consumo popular, os investimentos e serviços públicos, a saúde, a educação, enfim, nossa vida, nossos sonhos, nossos filhos.
Não se pode desafiar o monstro, porque o monstro pode nos matar.
A inflação apresenta sinal de alta? Mais juros. Está em baixa? Mais juros, para que não suba amanhã. Chova ou faça sol, juros, juros, senão o capital se vai…
Para que ele não se vá, vai-se o nosso e segue a transferência monstruosa dos recursos públicos para mãos privadas.
Em nome deste fundamentalismo obtuso, vão-se, sem grita, nossos direitos e esperanças.
Nossos bancos, como você vê aí no quadro, são os mais rentáveis do mundo, não porque, óbvio, seus caixas e gerentes sejam os mais eficientes. Com juros que, mesmo mais baixos do que os que a nossa dantesca história financeira costuma apresentar, seguem imorais num mundo onde continuam a ser negativos, em geral.
Solução à vista?
Não, porque tanto essa é a ordem mundial, que nos afeta com seus vasos comunicantes do capital, quanto porque nossos Governos , sobretudo, nossa mídia – falo da parte que não se tornou mera serviçal do capital – perderam a capacidade de pensar fora dessa lógica e passaram a achar pueril criticar essas regras que nos empobrecem.
Tornamo-nos vítimas de algo como aquela “Síndrome de Estocolmo” na qual o sequestrado se apaixona pelo sequestrador e aceita a lógica de seu algoz, esquecendo-se de si.
Mesmo os que o percebem, ou calam ou apenas murmuram, porque o medo de ir contra o coro uníssono das vozes da dominação lhes faz tremer os joelhos.
A ditadura do capital financeiro – que escraviza povos inteiros e dizima também o capital produtivo – é uma onda que tomou conta do mundo, desde os anos 90, em lugar das ditaduras políticas com que se submetiam nações nos anos 70.
Mas cairá, como aquelas caíram, pela sua insustentabilidade, pela morte que carregam em si e porque o pensamento humano, mesmo quando o corpo se dobra à opressão, jamais desiste de procurar asas.
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TODOS À FRENTE DA GLOBO OVERSEAS. LEY DE MEDIOS, BERNARDO !


Segundo ato em São Paulo contra o monopólio da mídia é nesta sexta, na frente da Soneglobo.

É o 2º tempo do laser na cara do Tramontina.

DO EVENTO NO FACEBOOK

Nos protestos que ocupam as ruas do país desde junho uma frase sempre está presente: “O povo não é bobo, fora Rede Globo “. A poderosa emissora é o maior símbolo da concentração midiática no país. Em São Paulo, no dia 11 de julho, mais de 2 mil pessoas realizaram uma marcha diante da sede da TV Globo. Com muito criatividade e energia, a marcha pacífica criticou o monopólio e exigiu a democratização dos meios de comunicação.
Agora, em 30 de agosto, uma nova manifestação será realizada novamente em frente ao prédio da emissora. A concentração está marcada para as 17h, na Praça General Gentil Falcão, de onde sairá a marcha até a sede.
Queremos o fim do monopólio de mídia, respeito a cultura regional com garantias para a regionalização da produção, respeito aos direitos humanos, mais espaço e melhores condições para a comunicação pública e comunitária e a garantia de uma internet livre e de acesso universal.
Para isso pedimos:
1) Fim das licenças de TV e rádio dos políticos foras da lei com a aprovação da ADPF 246 pelo STFhttp://bit.ly/16Wu19x ;
2) Instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as recentes denúncias sobre sonegação fiscal da Rede Globo;
3) Aprovação da Lei da Mídia Democrática www.paraexpressaraliberdade.org.br ;
4) Votação imediata do Marco Civil da Internet http://marcocivil.com.br/.
Estas bandeiras, entre outras, são fundamentais para ampliar e radicalizar a democracia no Brasil. Elas são hoje uma exigência de todas as forças políticas e sociais comprometidas com um Brasil mais justo e democrático. Contamos com a presença de todas e todos no grande ato contra o monopólio na mídia.
Como chegar à concentração do ato
A melhor forma de ir até a Praça General Gentil Falcão é de metrô.
Vá de metrô e pegue a Linha Amarela, no sentido Butantã.
Descer na Estação Pinheiros e fazer baldeação para a linha de trem, sentido Grajaú.
Descer na Estação Berrini.
Na saída, caminhar para a Avenida Joel Carlos Borges e virar à esquerda na Rua Sansão Alves dos Santos, para chegar à praça.
Para lembrar: reportagem sobre o primeiro ato contra a globo da nauwebTV:

"Abominável", diz Lula, sobre vaia aos cubanos


“Segundo o ex-presidente, os profissionais de saúde de Cuba "fizeram um favor para nós, de 
cobrir um lugar para onde os brasileiros não querem ir". Em discurso na comemoração dos 30 
anos da Central Única dos Trabalhadores, ele aproveitou para criticar a postura dos médicos 
brasileiros, que, segundo ele, não estariam dispostos a abrir mão do conforto. "Imagine a 
grandeza da atitude humanitária dessas pessoas, que não vêm aqui para a Avenida Paulista, 
para a avenida Copacabana", afirmou.

Brasil 247 -O ex-presidente Luiz In ácio Lula da Silva, que ontem participou das comemorações dos 30 anos da Central Única dos Trabalhadores, se mostrou indignado com as agressões contra médicos cubanos, ocorridas em Fortaleza, na última segunda-feira. "Acho abominável um grupo de pessoas ir fazer protesto contra profissionais de outros países que fizeram um favor para nós, de vir aqui cobrir os lugares que os médicos brasileiros não querem ir", disse ele.
O ex-presidente afirmou ainda que os médicos cubanos "fizeram um favor para nós, de cobrir um lugar para onde os brasileiros não querem ir. Imagine a grandeza da atitude humanitária dessas pessoas, que não vêm aqui para a Avenida Paulista, para a avenida Copacabana". Segundo ele, decisão do governo de trazer os cubanos merece aplausos. "Quero de público dizer que sou totalmente solidário à companheira Dilma e ao companheiro Padilha pela coragem de trazer os médicos para o Brasil".
Sobre os problemas da saúde pública no país, ele responsabilizou o Congresso Nacional, pelo fim da CPMF. "A elite brasileira derrotou no primeiro ano do meu segundo mandato a CPMF, tirando R$ 50 bilhões por ano. Se tivessem feito um pouco de manifestação naquele momento, não teríamos perdido. Aquela cobrança era a forma mais eficiente de fiscalizar a sonegação."
Ontem, no Twitter, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado eleito pelo PT, postou uma foto de uma manifestação de médicos brasileiros, em que questionava a atitude "mercenária". Uma médica exibia uma nota de R$ 100,00 e, segundo a postagem, havia dito que queria, sim, mais dinheiro.”
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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

EUA têm mais negros na prisão hoje do que escravos no século XIX


Há mais negros do que nunca nas penitenciárias dos EUA

O presidente norte-americano, Barack Obama, participa nesta quarta-feira (28/08) em Washington de evento comemorativo pelo aniversário de 50 anos do emblemático discurso “Eu tenho um Sonho”, de Martin Luther King Jr. - considerado um marco da igualdade de direitos civis aos afro-americanos. Enquanto isso, entre becos e vielas dos EUA, os negros não vão ter muitos motivos para celebrar ou "sonhar com a esperança", como bradou Luther King em 1963.
De acordo com sociólogos e especialistas em estudos das camadas populares na América do Norte, os índices sociais - que incluem emprego, saúde e educação - entre os afrodescendentes norte-americanos são os piores em 25 anos. Por exemplo, um homem negro que não concluiu os estudos tem mais chances de ir para prisão do que conseguir uma vaga no mercado de trabalho. Uma criança negra tem hoje menos chances de ser criada pelos seus pais que um filho de escravos no século XIX. E o dado mais assombroso: há mais negros na prisão atualmente do que escravos nos EUA em 1850, de acordo com estudo da socióloga da Universidade de Ohio, Michelle Alexander.
“Negar a cidadania aos negros norte-americanos foi a marca da construção dos EUA. Centenas de anos mais tarde, ainda não temos uma democracia igualitária. Os argumentos e racionalizações que foram pregadas em apoio da exclusão racial e da discriminação em suas várias formas mudaram e evoluíram, mas o resultado se manteve praticamente o mesmo da época da escravidão”, argumenta Alexander em seu livro The New Jim Crow.
No dia em que médicos brasileiros chamaram médicos cubanos de “escravos”, a situação real, comprovada por estudos de institutos como o centro de pesquisas sociais da Universidade de Oxford e o African American Reference Sources, mostra que os EUA têm mais características que lembram uma senzala aos afrodescendentes que qualquer outro país do mundo.
Em entrevista a Opera Mundi, a professora da Universidade de Washington e autora do livro “Invisible Men: Mass Incarceration and the Myth of Black Progress”, Becky Pettit,argumenta que os progressos sociais alcançados pelos negros nas últimas décadas são muito pequenos quando comparados à sociedade norte-americana como um todo. É a “estagnação social” que acaba trazendo as comparações com a época da escravidão.
“Quando Obama assumiu a Presidência, alguns jornalistas falaram em “sociedade pós-racial” com a ascensão do primeiro presidente negro. Veja bem, eles falaram na ocasião do sucesso profissional do presidente como exemplo que existem hoje mais afrodescendentes nas universidades e em melhores condições sociais. No entanto, esqueceram de dizer que a maioria esmagadora da população carcerária dos EUA é negra. Quando se realizam pesquisas sobre o aumento do número de jovens negros em melhores condições de vida se esquece que mais que dobrou o número de presos e mortos diariamente. Esses não entram na conta dos centros de pesquisas governamentais, promovendo o “mito do progresso entre nos negros”, argumenta.
Segundo Becky Pettit, não há desde o começo da década de 1990 aumento no índice de negros que conseguem concluir o ensino médio. Além disso, o padrão de vida também despencou. Além do aumento da pobreza, serviços básicos como alimentação, saúde, gasolina (utilidade considerada fundamental para os norte-americanos) e transportes público estão em preços inacessíveis para muitos negros de baixa renda. Mais de 70% dos moradores de rua são afrodescendentes. 


Negros na administração Obama têm indíces sociais mais baixos que na época de George W. Bush

Michelle Alexander, por sua vez, critica o sistema judiciário do país e a truculência que envia em massa às prisões os negros. “Em 2013, vimos o fechamento de centenas de escolas de ensino fundamental em bairros majoritariamente negros. Onde essas crianças vão estudar? É um círculo vicioso que promove a pobreza, distribui leis que criminalizam a pobreza e levam as comunidades de cor para prisão”, critica em entrevista ao jornal LA Progresive. 
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O erotismo selvagem da garota da Disney

Os excessos de Miley Cyrus no show do VMA estão dando o que falar. 



Miley Cyrus cantou ontem no Video Music Awards da MTV americana. Foi um show polêmico e estranho da moça que um dia foi a Hanna Montana, personagem adolescente do Disney Channel.
Miley se animou com uma daquelas mãozonas de jogo de baseball americano. 
Se animou, mais especificamente, com o dedo. É um senhor dedo. Ela e Robin Thicke fizeram uma performance bem sensual e tudo mais, mas ela gostou mesmo é do dedo. Brincou com ele até o fim do show.

Por: Emir Ruivo


Miley, Robin e o dedo

A polêmica se deu das mais diversas formas. Houve quem a acusasse de racismo. Para mim, é uma acusação ridícula. 
Não há nada racista ali. Ou, ao menos, nada que não poderia perfeitamente ter sido feito numa configuração diferente de raças (poderia ser uma cantora negra com dançarinas brancas. E daí?)
Outra é que foi vulgar de mais. É claro que o que é “de mais” vai do que cada um acredita. Mas aí acho que a questão não é exatamente se ela pode ou não fazer um show daquele jeito. É que ela não precisa fazer. Poderia ter sido um pouco mais cuidadosa.
Uma cantora profissional comentou o show para mim. “Ela canta muito bem, mas ficou tão preocupada com aqueles movimentos, que cantou mal”. É uma crítica pertinente.
Michael Jackson, certa vez, optou por ligar um playback numa apresentação de Grammy. 
Ele apresentaria Billy Jean, seu grande número de dança. A questão é que ali o foco era a dança, e Michael é um dos maiores dançarinos da história.
Miley poderia ter pedido um playback, se achasse que a performance era central ali. Mas ela não é uma grande dançarina. Não valeria a pena. O mais inteligente seria diminuir um pouco o foco da performance. Só que aí, nós chegamos no ponto crucial: Kenny Ortega é o coreógrafo da cantora. Não consegui descobrir se foi ele que criou os conceitos e a coreografia desta apresentação especificamente, mas até pouco tempo ele era quem dizia para ela “dance aqui” ou “faça assim”. Quem quer que tenha criado este conceito, foi quem errou, não ela.
Miley não dança bem. Não é que dance mal. Ela é desengonçada. Alguns movimentos ficaram um pouco… patéticos. Não precisava insistir. As brincadeiras com Thicke foram legais. Depois disso, ela podia ter jogado o Grande Dedo das Neves para que alguma outra adolescente da plateia pudesse se divertir também.
Mas diante disso tudo, uma coisa é certa: a esquisitice é interessante no showbiz. Ela pode ter feito uma grande burrada, ou quem sabe deu a guinada da vida. Só o tempo vai responder. A adolescência passou e a inocência começa a ficar deslocada aos 20 anos. Miley deixou claro que quer trocar a imagem angelical pela de uma mulher erotizada para seguir a carreira.
O curioso é que sempre que alguém faz alguma esquisitice interessante, há os que ficam com aquela cara de espanto como a da Rihanna durante a apresentação da menina. Vergonha alheia, etc, etc.
De gente que sente vergonha alheia, o mundo está cheio, e nem estou falando que a Rihanna seja o caso. Mas quem chega ao topo geralmente é gente que não tem muita vergonha. E a Hanna Montana não tem. Isso ninguém pode negar.
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Novo ministro do Itamaraty é tido como negociador duro


O novo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, é conhecido por sua atuação à frente da delegação brasileira em diversas cúpulas sobre meio ambiente realizadas pela ONU.
No ano passado, essa posição ganhou ainda mais proeminência, quando o Brasil foi sede de uma das cúpulas, a Rio+20.
A atuação de Figueiredo à frente da cúpula teria impressionado a presidente Dilma Rousseff que o indicou para ser o representante do Brasil nas Nações Unidos – cargo que agora será assumido por Antonio Patriota, que pediu demissão do ministério das Relações Exteriores.
Nas cúpulas do clima em que participou, Figueiredo ganhou fama de negociador duro, mas eficiente.
‘Criativo e imaginativo’
Em Durban, na cúpula da ONU de 2011, o brasileiro liderou um movimento para salvar a reunião de um fracasso, em um debate entre os países conhecidos como BASIC (Brasil, África do Sul, Índia e China), de um lado, e os Estados Unidos e União Europeia, do outro.
Pela primeira vez na história das negociações sobre o clima, países em desenvolvimento estavam prestes a se comprometer legalmente com metas de redução de emissão de gases do efeito estufa.
Mas a negociação empacou na hora da redação do texto, com britânicos não aceitando a troca das palavras “instrumento legal” por “resultado legal” – o que poderia implicar compromisso maior no combate às emissões de gases no meio ambiente.
Depois de uma ríspida troca de críticas públicas com o então ministro britânico do Meio Ambiente, Chris Huhne, Figueiredo conseguiu fazer com que todas as partes concordassem com uma redação final: “instrumento com força legal”, e os acordos foram assinados.
Em questão de poucas horas, Figueiredo, que havia sido alvo de críticas ferozes de Huhne, foi elogiado.
“Luiz é um advogado criativo e imaginativo e um grande parceiro de negociações, e o Brasil tem um histórico de conquistas incrível que está cada vez mais sendo projetado no âmbito internacional”, disse Huhne, ao final do encontro.
A comissária europeia nas negociações, Connie Hedegaard, disse que a intervenção de Figueiredo foi o momento definitivo das longas duas semanas de negociação em Durban.
“Acho que se não tivéssemos encontrado aquela solução com a Índia naquele momento, estaríamos naquela sala até agora ou nada teria saído daqui”, disse Hedegaard na época.
Foi em uma das reuniões do clima, em Copenhague em 2009, que Figueiredo teria conhecido a presidente Dilma Rousseff, na época ministra da Casa Civil.
Carioca de 58 anos, Luiz Alberto Figueiredo Machado é formado em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro e diplomata de carreira desde 1979. No Itamaraty, foi subsecretário para o Meio Ambiente, Energia e Ciência de Tecnologia.
Também ocupou cargos como diretor-geral do departamento de Meio Ambiente e Assuntos Especiais e da divisão de Política Ambiental e Desenvolvimento Sustentável.
Ele teve passagens pelas representações diplomáticas do Brasil em Santiago, Washington e Ottawa, além de ter atuado na Unesco (em Paris) e na ONU (em Nova York).
Ele participa de discussões sobre o meio ambiente desde 1981, mas também atuou em áreas como desenvolvimento, desarmamento, segurança internacional, lei marítima, Antártida, espaço, saúde e trabalho.
Caso boliviano
Figueiredo chega ao cargo de ministro das Relações Exteriores depois que a presidente aceitou o pedido de demissão de Antonio Patriota, em meio à polêmica sobre a chegada do senador boliviano Roger Pinto Molina em território brasileiro.
Após ficar abrigado por 15 meses na embaixada brasileira em La Paz, o político boliviano entrou no país com a ajuda do encarregado de negócios da embaixada, Eduardo Saboia.
O Itamaraty diz que Saboia agiu por conta própria. Em comunicado divulgado no domingo, o Ministério das Relações Exteriores afirmou só ter tomado conhecimento da chegada de Molina ao país quando o político já estava no Brasil.
O ministério anunciou ainda que abriria um inquérito para apurar as circunstâncias da viagem do senador boliviano e tomar “medidas administrativas e disciplinares cabíveis” em relação à atuação de Saboia.
O parlamentar, de 53 anos, estava na embaixada brasileira em La Paz desde maio do ano passado, onde recebeu asilo político do governo de Dilma. Ele se diz perseguido politicamente na Bolívia por ter acusado funcionários do governo de corrupção e conivência com o narcotráfico.
O governo boliviano alega que Pinto está envolvido em pelo menos 14 crimes e se refugiou na embaixada para escapar da Justiça, por ter sido condenado a um ano de prisão por um deles.
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Little Rock é aqui: ódio social e racial

A imagem abaixo pode ser considerada o “meme” do dia de hoje, sugerida por Marcus Pessoa, em seu Facebook. Uma mostra a estudante negra Elizabeth Eckfort, em seu primeiro dia de aula num colégio de Little Rock em Arkansas, nos Estados Unidos. 


Os alunos brancos protestaram contra a presença dos nove negros, os primeiros a ingressar no colégio até então só de brancos. Foram necessárias tropas federais para escoltar os estudantes negros.
A segunda foto mostra os médicos cubanos, muitos deles negros, sendo vaiados em Fortaleza. A tentativa de humilhação contra os cubanos aconteceu 56 anos mais tarde, mas poderia ter sido feito na mesma data de Little Rock.



Seguem outras fotos históricas de Little Rock: