Campos e Aécio fecham pacto eleitoral.
A foto que Aécio Neves publicou ontem em seu Instagram, cumprimentando Eduardo Campos durante jantar na casa do governador, lembrou-me uma outra, antiga. Carlos Lacerda cumprimentando Jânio Quadros. Até hoje, há enigmas não explicados naqueles fatídicos anos que antecederam o golpe de Estado. A renúncia “maluca” de Jânio em agosto de 1961 é um desses buracos negros da história onde todos os esclarecimentos desaparecem. Mas entre aquele aperto de mão e a renúncia de Quadros talvez haja um elo importante. Lacerda representava a direita organizada, empresarial, como Aécio Neves. Jânio Quadros era o novo, como Campos…
É sempre saudável, numa democracia, ver as lideranças políticas, mesmo adversárias, se cumprimentando e conversando amistosamente.
Entretanto, não é o caso.
Campos e Aécio parecem ter concluído, de fato, um pacto pré-eleitoral. Segundo aFolha, foram cinco pactos, que resumo aqui, comentando rapidamente cada um deles.
1 – PSDB e PSB votarão contra a minirreforma eleitoral em tramitação no Senado, que visa encurtar a campanha de 2014 e reduzir a propaganda política.
Comentário: Ótimo. É prejudicial à democracia reduzir o tempo de campanha legal na TV, pois isso apenas beneficiaria a mídia, que ganharia mais poder, visto que ela faz propaganda o ano inteiro de suas ideias políticas.
2 – Os dois candidatos vão procurar explicitar sintonia nas teses de defesa do Estado e da democracia. Ambos deram aval à decisão do diplomata Eduardo Saboia de trazer ao Brasil o senador boliviano Roger Molina. Não foi combinado, garantem, mas a ideia é repetir esse tipo de posicionamento.
Comentário: Abraço de afogados. Saboia fez uma loucura indesculpável. Botou em risco a vida de Molina e a de si mesmo. Desrespeitou a hierarquia. Campos comete um erro grosseiro ao apoiar esta insanidade. Apoiar isso é coisa de oposição irresponsável.
3 – Ambos farão publicamente a defesa do equilíbrio fiscal por parte da União.
Comentário: Campos está, lamentavelmente, se alinhando ao conservadorismo neoliberal de Aécio. O que o Brasil precisa é justamente de pressão contrária: forçar o governo a reduzir os juros, reduzir superávit, e apostar tudo no crescimento, aproveitando o nível estupendo, quase exagerado, de nossas reservas internacionais. Por parte de Aécio, o posicionamento é previsível. Mas é bola fora para Campos. Perde votos na esquerda.
4 – Compromisso com o contraditório e o amplo debate de ideias. Trata-se de um recado direto a Dilma, a quem o governador de Pernambuco tem criticado por, segundo ele, ser pouco afeita ao diálogo.
Comentário: Alguém avisa à Campos que um “compromisso com o contraditório e amplo debate de ideias” apenas será possível com mudanças do nosso sistema de mídia, fortemente concentrado. Não lembrar disso é se render ao conservadorismo. Bola fora de novo para Campos.
5 – Campos e Aécio fizeram um balanço das sucessões nos Estados e enumeraram aqueles em que será possível unir PSDB e PSB e formar palanque duplo em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Paraíba e Piauí.
É sempre saudável, numa democracia, ver as lideranças políticas, mesmo adversárias, se cumprimentando e conversando amistosamente.
Entretanto, não é o caso.
Campos e Aécio parecem ter concluído, de fato, um pacto pré-eleitoral. Segundo aFolha, foram cinco pactos, que resumo aqui, comentando rapidamente cada um deles.
1 – PSDB e PSB votarão contra a minirreforma eleitoral em tramitação no Senado, que visa encurtar a campanha de 2014 e reduzir a propaganda política.
Comentário: Ótimo. É prejudicial à democracia reduzir o tempo de campanha legal na TV, pois isso apenas beneficiaria a mídia, que ganharia mais poder, visto que ela faz propaganda o ano inteiro de suas ideias políticas.
2 – Os dois candidatos vão procurar explicitar sintonia nas teses de defesa do Estado e da democracia. Ambos deram aval à decisão do diplomata Eduardo Saboia de trazer ao Brasil o senador boliviano Roger Molina. Não foi combinado, garantem, mas a ideia é repetir esse tipo de posicionamento.
Comentário: Abraço de afogados. Saboia fez uma loucura indesculpável. Botou em risco a vida de Molina e a de si mesmo. Desrespeitou a hierarquia. Campos comete um erro grosseiro ao apoiar esta insanidade. Apoiar isso é coisa de oposição irresponsável.
3 – Ambos farão publicamente a defesa do equilíbrio fiscal por parte da União.
Comentário: Campos está, lamentavelmente, se alinhando ao conservadorismo neoliberal de Aécio. O que o Brasil precisa é justamente de pressão contrária: forçar o governo a reduzir os juros, reduzir superávit, e apostar tudo no crescimento, aproveitando o nível estupendo, quase exagerado, de nossas reservas internacionais. Por parte de Aécio, o posicionamento é previsível. Mas é bola fora para Campos. Perde votos na esquerda.
4 – Compromisso com o contraditório e o amplo debate de ideias. Trata-se de um recado direto a Dilma, a quem o governador de Pernambuco tem criticado por, segundo ele, ser pouco afeita ao diálogo.
Comentário: Alguém avisa à Campos que um “compromisso com o contraditório e amplo debate de ideias” apenas será possível com mudanças do nosso sistema de mídia, fortemente concentrado. Não lembrar disso é se render ao conservadorismo. Bola fora de novo para Campos.
5 – Campos e Aécio fizeram um balanço das sucessões nos Estados e enumeraram aqueles em que será possível unir PSDB e PSB e formar palanque duplo em São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Paraíba e Piauí.
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