terça-feira, 31 de julho de 2012

Haddad dobra a Globo


EMISSORA HAVIA PROPOSTO COBRIR DIARIAMENTE APENAS OS DOIS PRIMEIROS COLOCADOS NAS PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTO EM SEUS TELEJORNAIS, O QUE DEIXARIA DE FORA O PETISTA FERNANDO HADDAD E O PEEMEDEBISTA GABRIEL CHALITA, ENTRE OUTROS; O PT TINHA AMEAÇADO ENTRAR NA JUSTIÇA CASO A DECISÃO NÃO FOSSE REVISTA.

247 - O petista Fernando Haddad tem menos um problema para se preocupar em sua até agora inexpressiva campanha à Prefeitura de São Paulo. Sob pressão do PT e do PMDB, a TV Globo recuou do plano de cobrir diariamente em seus telejornais apenas os dois primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto na capital paulista, o que garantiria maior exposição a José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB), enquanto os candidatos do bloco intermediário em São Paulo -- Fernando Haddad (PT), Soninha Francine (PPS), Gabriel Chalita (PMDB) e Paulinho da Força (PDT) -- se revezariam em no máximo duas aparições por semana.
O PT havia ameaçado ir à Justiça Eleitoral para garantir a presença diária de seu candidato nos telejornais. Pela nova proposta, apresentada aos partidos nesta terça-feira, os jornais "SP TV" e "Bom Dia SP" vão acompanhar Serra, Russomanno, Haddad, Soninha, Chalita e Paulinho. A emissora da família Marinho também se comprometeu a realizar debate com os seis principais candidatos, mas depende de acordo com Carlos Gianazzi (PSOL) e Levy Fidelix (PRTB) para confirmar o encontro, pois ambos ficariam de fora.
A lei eleitoral prevê que todos os candidatos de partidos com representação na Câmara têm direito a participar de debates na TV. Para viabilizar os debates, as emissoras costumam propor aos candidatos dos partidos menos expressivos a alternativa de conceder entrevistas em telejornais.
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Caio Blat diz que se arrependeu



A reação foi inesperada. Depois de "bombar" as redes sociais e os blogs sujos http://analisedeconjuntura.blogspot.com.br/2012/07/o-esquema-de-distribuicao-da-globo-me.html)
veio uma avalanche de telefonemas da Globo.
Autores, diretores, atores e técnicos, muitos indignados pelo que chamaram de: "estar armando o bandido". Caio então foi convencido de que "estava sendo usado" e preferiu se retratar. 
Errou de novo. 
O incêndio já tinha tomado "a pradaria".
Agora, além da humilhação, vai amargar a geladeira implacavel da TV Globo.
Mas como diz um slogan criado por eles próprios: "Nada substitui o talento" e, estou certo, assim como Mário Gomes, Caio Blat dará a volta por cima.
Veja a nota do ator AQUI »
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Presidente do Equador suspende publicidade oficial em meios de comunicação privados


Correa disse que "o dinheiro do povo equatoriano não será utilizado em benefício de poucas famílias que controlam a mídia"

O presidente do Equador, Rafael Correa, durante programa televisivo estatal Enlace Ciudadano
Os meios de comunicação privados do Equador não irão mais receber publicidade oficial do governo. A decisão do presidente do país, Rafael Correa, acontece após veículos da oposição acusarem sua administração de "inundar" os jornais com propaganda governamental. Para eles, se tratava de "um atentado à liberdade de expressão".
"De agora em diante, não enviaremos publicidade para a mídia mercantilista", ordenou Correa ao secretário-nacional de Comunicação, Fernando Alvarado, na edição 282 do Enlace Ciudadano, um programa de televisão estatal transmitido aos finais de semana. “Porque não precisamos gastar o dinheiro dos equatorianos para beneficiar o negócio de seis famílias equatorianas”, explicou o presidente para a rede televisiva no último sábado (28/07).
A medida foi imediatamente criticada pelos meios de comunicação locais, como o El Comercio, Diario Hoy, La Hora, Ecuavisa eTeleamazonas, que apontaram "violação dos direitos de informação e de liberdade de expressão", informou o jornal El Tiempo.
Em 16 de junho, Correa pediu aos meios de comunicação para rejeitar a publicidade do governo que fosse indesejada por meio de um comunicado aos órgãos públicos competentes. Em uma entrevista a uma emissora de rádio local, Diego Cornejo, presidente da Associação Equatoriana de Editores de Jornais, respondeu que os veículos não enviariam nenhuma carta renunciando a propaganda porque “isso vai contra a lógica do negócio”. Cornejo ainda acrescentou que o governo poderia retirar seus anúncios caso desejasse.
Como os meios de comunicação admitiram publicamente sua finalidade mercantil, o presidente equatoriano decidiu aceitar a opção de retirar toda publicidade oficial dos veículos privados. “Para que continuar enchendo os bolsos de meia dúzia de famílias, quando nos dizem claramente que colocam seus negócios à frente do direito de comunicação”, disse Correa. “Então, por que com o dinheiro do povo equatoriano vamos beneficiar estes negócios”, acrescentou ele.
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O sucesso da China e a inveja do resto nas Olimpíadas

Ye Shiwen

Por: Paulo Nogueira

Que diferença faz um professor na nossa vida?
O professor primário de uma chinesinha de sete anos, filha de uma família humilde, notou que ela tinha pés e mãos maiores do que os dos demais alunos. Recomendou que ela fizesse natação.
Este é o começo da história de Shiwen Ye, a nadadora chinesa de 16 anos que aparentemente está se tornando o grande nome de Londres 2012.
Ye – Shiwen é o sobrenome – chocou o mundo da natação ao ganhar espetacularmente a prova de 400 metros medley – em diferentes estilos. O choque veio primeiro porque ela quebrou o recorde mundial com folga. Depois, porque nos últimos cinquenta metros, no meio da etapa livre, ela foi mais rápida que o nadador que venceu a prova masculina.
E finalmente porque uma onda de maledicência se ergueu em torno do feito de Ye, partida – claro – dos americanos. “Impossível”, disse ao jornal Guardian o técnico da equipe de natação dos Estados Unidos. A imprensa internacional imediatamente repercutiu. Ele disse que o resultado de Ye remetia aos feitos sensacionais das alemãs orientais – dopadas – nos anos 1970 e 1980.
Mas logo ficou claro que as insinuações eram uma mistura de leviandade, inveja e dor de cotovelo. Ye, anunciou o chefe do Comitê Olímpico Britânico, está “limpa”. Foi submetida, como todos os demais nadadores, a múltiplos testes. “Ela merece reconhecimento pelo seu talento”, disse ele.
Na mídia social, os internautas também se ergueram em defesa de Ye. Escreveu alguém para o dirigente americano: “Se você tem provas, fale. Se não tem, fique calado.”
Clap, clap, clap.
Se a recordista fosse americana ou britânica, alguém estaria falando alguma coisa?
Um dirigente chinês lembrou que em 2008, em Beijing, o americano Michael Phelps ganhou oito medalhas de ouro sem que ninguém levantasse dúvidas quanto à lisura de seu feito.
Desde o conselho do professor, Ye, 1m74 e 64 kg, vive quase todo o tempo na piscina. Nos últimos meses, ela não treinou apenas um dia. Fora da rotina impiedosa de nadadora, seus passatempos são livros policiais e televisão.
Ye é o rosto da China moderna: vitoriosa, auto-confiante – e alvo de intensa dor de cotovelo do Ocidente.
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Chantagem com Veja faz Bastos deixar Cachoeira


EX-MINISTRO ANUNCIA QUE NÃO VAI MAIS ADVOGAR PARA CONTRAVENTOR; DECISÃO FOI MOTIVADA POR TENTATIVA DE COAÇÃO FEITA POR ANDRESSA MENDONÇA SOBRE JUIZ FEDERAL; DE R$ 15 MILHÕES COMBINADOS PARA A DEFESA, MARCIO THOMAZ BASTOS REBECEU R$ 5 MILHÕES; ESCRITÓRIO ADIANTA QUE DINHEIRO NÃO VAI SER DEVOLVIDO; É CAIXA!

247 – A toalha está no tablado. O advogado e ex-ministro da Justiça Marcio Thomaz Bastos anunciou nesta terça-feira 31 que abandonou a defesa de seu até então cliente Carlinhos Cachoeira. A decisão foi motivada pela detenção, ontem, em Goiânia, da mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, acusada de tentar chantagear o juiz federal Alderico Rocha Santos. Na versão do juiz, Andressa afirmou que o jornalista Policarpo Jr., diretor de redação da revista Veja em Brasília, havia produzido um dossiê com notícias negativas sobre ele, a pedido de Cachoeira. As informações poderiam não ser publicadas, também pode decisão de Cachoeira, se ele concedesse um álvara de soltura ao marido dela. O assédio foi denunciado à Polícia Federal, que realizou busca e apreensão na casa de Andressa e a deteve para esclarecimentos. Libertada, ela terá de pagar R$ 100 mil como fiança e foi proibida de visitar o marido no presídio da Papuda.
Sob a defesa de Thomaz Bastos, Cachoeira foi orientado a não se pronunciar diante da CPI montada para esclarecer o caso. O contraventor também foi instruído a ser evasivo na audiência diante da Justiça de Goiás, na semana passada. O ex-ministro impetrou diferentes pedidos de habeas corpus para Cachoeira, mas não teve sucesso em nenhum. Informação não desmentida deu conta da cobrança de R$ 15 milhões em honorários advocatícios, a serem pagos em três parcelas. A primeira, de entrada, no valor de R$ 15 milhões, foi paga, caso contrário o advogado não teria comparecido com o cliente na CPI do Cachoeira.
"A saída do caso foi amigável. Nosso acordo era defender o empresário Carlinhos Cachoeira apenas até a audiência da semana passada. Fui uma saída natural", disse a advogada Dora Cavalanti, da equipe de Thomaz Bastos, ao jornal Folha de S. Paulo, negando relação direta com o caso Andressa. "Durante o processo surgem atritos naturais entre o cliente e seus defensores", completou. Segundo advogados da equipe de Thomaz Bastos, não há previsão de pagamento por ressarcimento ao réu.
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Mercosul ratifica adesão da Venezuela como membro-pleno

SORRIDENTE, PRESIDENTE VENEZUELANO OFICIALIZA EM BRASÍLIA A ENTRADA DO PAÍS AO MERCOSUL; BLOCO CONTA AGORA COM 270 MILHÕES DE HABITANTES E UM PIB A PREÇOS CORRENTES DE US$ 3,3 TRILHÕES; PRIMEIRO NEGÓCIO COM O BRASIL SERÁ A VENDA DE 20 AERONAVES DA EMBRAER.

Agência Brasil - Com quase uma hora de atraso, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, subiu por volta das 10h desta terça-feira a rampa do Palácio do Planalto. Ele foi recebido pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Sorridente, o venezuelano brincou com Dilma na chegada ao salão principal do Planalto. Chávez está em Brasília para oficializar a incorporação da Venezuela ao Mercosul.
Os dois líderes assinaram atos para a venda de aeronaves da Embraer para os venezuelanos. Seis documentos se referem às aeronaves 190AR e há mais 14 opções de compra, no valor estimado de aproximadamente US$ 270 milhões. Porém, a venda pode chegar a US$ 900 milhões.
A primeira aeronave vai ser entregue em setembro, mais duas até dezembro deste ano. Em 2013, serão enviadas à Venezuela três aeronaves. As negociações foram feitas pelo Brasil com a empresa estatal de aviação venezuelana, a Conviasa. As aeronaves 190AR detém de 98 a 114 assentos.
Durante a cerimônia, o presidente da Embraer, Frederico Curado, presenteou Chávez com uma miniatura da aeronave Embraer 190AR com as cores da Venezuela. O presidente agradeceu e sorriu.
No final da manhã ocorrerá a cerimônia que oficializa o ingresso da Venezuela no Mercosul. Participarão da solenidade os presidentes Dilma, Chávez, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Muijca (Uruguai), no Palácio do Planalto. Depois, haverá um almoço no Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty.Suspenso do Mercosul desde o final de junho, o Paraguai não participa da solenidade nem aprovou o ingresso da Venezuela no bloco. Porém, a ausência do voto dos paraguaios, segundo diplomatas, não afeta a incorporação dos venezuelanos ao grupo.
Venezuela será integrada juridicamente no dia 13
A incorporação da Venezuela ao Mercosul só ocorrerá, juridicamente, a partir do dia 13 de agosto, pois é necessário cumprir os prazos para análise dos documentos até a sua conclusão, conforme as regras do bloco. A ideia é que um grupo de trabalho se debruce sobre as questões mais específicas por até 180 dias.
O objetivo é que todos os países que integram o Mercosul se empenhem para que a Venezuela consiga adotar a nomenclatura do bloco até dezembro de 2012. A nomenclatura é a adequação dos produtos comercializados com os códigos adotados no bloco.
Pela planejamento inicial, a prioridade é incluir na lista de produtos comercializados entre a Venezuela e os demais integrantes do bloco as mercadorias cujas taxas estão próximas às cobradas pelo Mercosul – que variam de 10% a 12,5%. Na Venezuela, a média cobrada é 12%. A ideia é incorporar os produtos venezuelanos, mas com tolerância de variação de 2%.
O livre comércio na região, denominado liberalização, deve ser adotado após a conclusão do processo de regularização da nomenclatura. A previsão é que ocorra a partir de janeiro de 2013. Mas, pelo Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul, o prazo final é quatro anos. O esforço será para antecipar esse prazo.
Depois da Venezuela, Bolívia e Equador negociam integração
Depois da Venezuela, o Equador e a Bolívia negociam a incorporação ao Mercosul. As articulações ganharam mais força nos últimos dias após a decisão de a Venezuela integrar o bloco. A ideia é dar mais agilidade às conversas para que em breve equatorianos e bolivianos também façam parte do grupo. Não há definições de datas nem prazos, mas há determinação e empenho políticos, segundo os negociadores.
Atualmente os dois países são membros associados, assim como o Chile, a Colômbia e o Peru. São observadores o México e a Nova Zelândia. Os membros plenos são o Brasil, a Argentina, o Uruguai, o Paraguai (que está suspenso até abril de 2013) e, a partir de hoje, a Venezuela.
Por seis anos, a Venezuela negociou a entrada no bloco. A decisão foi tomada em junho quando os presidentes Dilma Rousseff, Cristina Kirchner (Argentina) e José Pepe Mujica (Uruguai) anunciaram a incorporação dos venezuelanos e a suspensão do Paraguai do Mercosul de forma temporária.
Em 29 de junho, o Paraguai foi suspenso porque os presidentes concluíram que o processo de destituição do poder do então chefe de Estado do país Fernando Lugo não seguiu os preceitos democráticos. Lugo foi submetido a um processo de impeachment e em menos de 24 horas perdeu o poder.
Fundado em 1991, o Mercosul gerou aumento nas trocas comerciais na região. Em 1990, o intercâmbio entre os membros do bloco somava US$ 4,1 bilhões. Já em 2011, o fluxo cambial atingiu US$ 104,9 bilhões.
Com o ingresso da Venezuela, o Mercosul contará com uma população de 270 milhões de habitantes (70% da população da América do Sul), registrando um Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes de US$ 3,3 trilhões (o equivalente a 83,2% do PIB sul-americano) e um território de 12,7 milhões de quilômetros quadrados (72% da área da América do Sul).
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CPMI DO CACHOEIRA CONVOCARÁ JORNALISTA DA VEJA PARA DEPOR


CPI DA VEJA CONVOCARÁ POLICARPO PARA DEPOR: “Está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa”, disse o deputado Paulo Teixeira.

Na Carta Maior: CPMI DO CACHOEIRA CONVOCARÁ JORNALISTA DA VEJA PARA DEPOR

Nesta segunda, juiz que investiga o caso Cachoeira acusou a mulher do contraventor de tentar chantageá-lo com base em dossiê produzido pelo diretor da sucursal da Veja em Brasília, Policarpo Junior. “Com os acontecimentos de hoje, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa. Discutiremos a convocação na primeira reunião da CPMI”, disse à Carta Maior o vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Najla PassosBrasília – O diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, o jornalista Policarpo Junior, será convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os crimes cometidos pela organização criminosa chefiada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Com os acontecimentos de hoje, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa. Já iremos discutir a convocação na primeira reunião da CPMI”, afirmou à Carta Maior o vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).
Nesta segunda (30), a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, foi detida sob a acusação de tentar chantagear o juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha Santos, com base em dossiê produzido por Policarpo Junior, no qual o magistrado apareceria ao lado de políticos e empresários. O juiz relatou a chantagem ao Ministério Público Federal (MPF), que pediu a prisão da mulher do contraventor. Andressa foi detida pela Polícia Federal (PF) e liberada após firmar compromisso de pagar fiança.
“Isso demonstra que esta organização criminosa está ativa, buscando corromper e constranger autoridades públicas. E que Andressa não é apenas esposa de Cachoeira, mas um membro atuante desta quadrilha, que precisa ser desarticulada”, disse o vice-presidente da CPMI. Segundo ele, a acusada está convocada para depor na CPMI no dia 7. Já Policarpo, ainda terá data agendada.
Indústria de dossiês
Desde o início dos trabalhos da CPMI do Cachoeira, são muitas as denúncias que indicam relações entre a revista Veja e a organização criminosa, que seriam intermediadas por Policarpo. Confira algumas:
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PARÁ NÃO TERÁ VERBA PARA A SAÚDE

Sem esforço de congressistas, estado fica fora do investimento de R$ 20 milhões na saúde

O Pará não será contemplado pelo investimento de R$ 20 milhões anunciado ontem pelo governo federal para a melhoria das estruturas de saúde nos municípios. Segundo o Ministério da Saúde, o Estado não receberá nenhuma fatia desses recursos federais porque nenhum representante do Estado no Congresso Nacional direcionou emenda para esse projeto. A região está fora da divisão dos R$ 13,9 milhões para a construção de novas Unidades Básicas de Saúde e dos R$ 6,1 milhões para os novos pólos de Academia de Saúde. Em todo o Brasil, 23 Estados receberão a verba.
Na região Norte, Acre e Rondônia também não receberão nenhuma fatia do recurso. O dinheiro será repassado às secretarias municipais de saúde em três parcelas. A primeira corresponde a 10% do valor total; a segunda, a 65%; e a última, a 25%. As duas últimas parcelas são liberadas mediante comprovação do andamento da obra pelos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS). Os recursos financeiros são transferidos diretamente do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos municipais de saúde.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do SUS. O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para hospitais. Nas UBS, os usuários do SUS podem realizar consultas médicas, curativos, tratamento odontológico, tomar vacinas e coletar exames laboratoriais. Além disso, há fornecimento de medicação básica e também encaminhamentos para especialidades, dependendo do que o paciente apresentar.Já o Programa Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividade física, orientação nutricional, oficinas de artes cênicas, dança, palestras e demais atividades que promovam modos de vida saudáveis. O objetivo é estimular a promoção da saúde, bem como a prevenção e a redução de mortes prematuras por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Previstas no Plano de Ações Estratégicas para Enfretamento das DCNT, as medidas têm como meta melhorar indicadores relacionados ao tabagismo, álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade até 2022.
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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Chávez comemora aniversário com comício em Estado governado por partido rival

Chávez durante ato de campanha em Miranda, Estado até junho governado por seu rival, Henrique Capriles

O aniversário de 58 anos do presidente venezuelano Hugo Chávez Frias, completados neste sábado (28/07), foi comemorado com um dos seus maiores comícios de campanha presidencial. A localidade foi escolhida especialmente: trata-se da paróquia de Petare, no município Sucre, Estado de Miranda, que até o início de junho era governado por seu principal rival nesta eleição, Henrique Capriles Radonski. Os diversos bairros que compõe a paróquia somam cerca de 500 mil habitantes e foi de lá que se iniciaram importantes manifestações populares que reagiram à tentativa de golpe de Estado sofrida por Chávez em 2002, que chegou a retirá-lo do poder por cerca de 48 horas.
O comício foi aberto pelos cantores populares Hany Kauam, Omar Enrique, Luis Romero e Emílio José Vizcaíno, que cantaram o jingle "Chávez coração do povo". O presidente, por sua vez, cantou desafinando trechos da música e dançou com suas filhas e neta no palco. "Agora eu sou roqueiro", disse.
O vice-presidente Elias Jaua, que tem participado da campanha de forma discreta até agora, fez um discurso criticando o governo de Miranda. Jaua é pré-candidato a governador do Estado em dezembro de 2012. Já o jornalista e ex-vice-presidente José Vicente Rangel, mesmo com 83 anos, também defendeu a reeleição de Chávez em discurso. “Não vamos dormir, vamos reforçar o trabalho, convencer os indecisos, levar mais gente para o voto bolivariano”, disse. Os discursos continuaram a anunciar uma “vitória acachapante” e um “nocaute” na oposição. “São dez milhões, são dez”, repetia a multidão, referindo-se a quantidade de votos que o presidente vem pedindo aos seus seguidores para ter em 7 de outubro próximo.
Depois de agradecer as diversas felicitações, Chavéz atacou diretamente Capriles, chamando-o de “filho de papai e mamãe”, e lembrando que, em Sucre, a “delinquência disparou nos últimos três, quatro anos, como nunca. Isso eles ocultam. A última medição foi de 79 homicídios por cada 100 mil habitantes”, afirmou.
Chávez também listou as obras que vem fazendo na região como ampliação do metrô e dos metrocables (um tipo de teleférico para transporte público), além da construção de uma nova cidade através do programa habitacional Missão Vivendas, onde estão previstas a construção é de 20 mil casas.
No comício, Chávez continua tentando se aproximar da classe média. Para isso, lembrou da inflação e dos altos juros em programas de moradias em governos passados, comparando com os subsídios oferecidos pelo seu governo. Também reafirmou que seu compromisso é “acabar com a divisão de classes”. “Temos que ir buscar as classes médias para se somarem a esse processo democrático. Espero que, na Venezuela, não precisemos mais falar de classes, porque todos seremos uma só classe, cidadãos e cidadãs com os mesmos direitos e obrigações, respeitando a diversidade dos setores nacionais”, explicou.
Petare
Com áreas históricas que datam da colonização espanhola, favelas e uma população de mais de 500 mil habitantes, a Paróquia de Petare tem um enorme adensamento populacional. A região foi palco de resistência popular na época do golpe de Estado de 2002, de onde saiu uma marcha de mais de 20 mil pessoas até o Palácio Miraflores e ficaram lá até o retorno de Chávez. Também foi a área onde o chavismo sofreu amargas derrotas em eleições municipais e parlamentares depois de 2002.
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Lula de volta ao palanque



Não estava prevista a presença do presidente Lula na inauguração do comitê de seu filho Marcos Lula, candidato a vereador de São Bernardo do Campo pelo PT. Eram esperados apenas D. Marisa e o prefeito Luiz Marinho (PT), também candidato, à reeleição.
Mas Lula apareceu para contar o "causo" dos tempos em que conheceu D. Marisa, e para sacudir a militância, chamando a vestir a camisa dos candidatos aliados e ajudarem a eleger bancadas de vereadores que ajudem o prefeito a governar em vez sabotarem, o que vale para todas as candidaturas aliadas, em todo o Brasil.
O vídeo foi registrado pelo repórter cinematográfico Benício Brasil, ex-cinegrafista do Sindicato dos Rodoviários do ABC.
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Madeireiros dominam terra onde Dorothy Stang foi assassinada


Marcio Ribeiro, 25, com a esposa Natalha Almeida, 18, e o filho Jeremias, assentados no Lote 55

POR LUNAÉ PARRACHO

Sete anos após o assassinato da freira norte-americana Dorothy Stang, no município de Anapu (PA), à margem da BR-230, a Rodovia Transamazônica, o Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, mesmo com todo o simbolismo e possibilidades que carrega, está praticamente abandonado pelo governo, à mercê de exploradores ilegais de madeira, grileiros de terras e sofre até impactos por conta da hidrelétrica de Belo Monte.
A criação do PDS Esperança foi oficializada em 2004. Das cerca de 200 famílias assentadas, apenas 48 receberam as casas a que têm direito através do crédito habitação, liberado pelo Incra. A energia elétrica prometida há três anos ainda não chegou, e não há ambulância no local.
Para chamar socorro alguns moradores estão há mais de 20 km de um ponto onde há sinal de celular. Não existe transporte público e para ir até Anapu os assentados pagam R$ 15 para viajarem na carroceria de uma camionete particular que passa apenas três vezes por semana – e alguns deles têm que caminhar até 7 km até o ponto onde a camionete passa.
As estradas são ruins, e o escoamento da produção dos assentados é outro entrave. Neste ano foi estabelecido um Grupo de Trabalho especial do Incra em Anapu, mas seus funcionários chegam a ficar mais de um mês sem tirar folga nos finais de semana e invariavelmente trabalham com sobrecarga de horário.
Responsável por regularizar a situação de conflitos fundiários e fomentar o desenvolvimento dentro dos assentamentos, o Incra tem equipe reduzida na região e sofreu um corte de 70% em seu orçamento nacional este ano.
Para complicar ainda mais, o preço dos tijolos na região está inflacionado por causa da demanda das obras de Belo Monte.
- O milheiro do tijolo custava cerca de R$ 350,00 há um ano atrás. Agora custa mais de R$ 700,00, mas o valor para compra de materiais para construção das casas dos assentados continua o mesmo, de R$ 15 mil reais. Os caminhões de Belo Monte vem até às lojas com funcionários para carregar os tijolos e pagam em dinheiro. Já nós precisamos que seja entregue dentro do assentamento – relata um servidor do Incra. Com as estradas ruins, os donos das lojas preferem não correr o risco de arcar com o transporte do material para os assentados.
No dia 6 de junho, Marcio Ribeiro, 25, com a esposa Natalha Almeida, 18, e o filho Jeremias, foram assentados no seu pedaço de terra na área do Lote 55.
Com o capim tendo crescido mais de dois metros de altura, famílias como a de Márcio são assentadas sem ainda ter recebido o crédito de apoio inicial do governo (R$ 3.200 para compra de ferramentas e bens de primeira necessidade) e sem ter uma casa, a que assentados de reforma agrária têm direito. Isoladas, as famílias de assentados o lote têm que desbravar sozinhas o matagal e iniciar sua plantação. Enquanto fazem isso, muitos têm ainda que intercalar seus dias "tirando diárias" para fazendeiros da região, ganhando R$ 25,00 por dia de trabalho para sobreviver.
A imagem de Márcio e Natalha, segurando no colo o pequeno Jeremias, diante de um barraco de madeira coberto com palha, e de suas coisas empilhadas e uma panela de feijão cozinhando no gás que compraram "fiado", se contrapõe àquela dos grandes fazendeiros e madeireiros desfilando pela cidade em suas caminhonetes Hylux 4×4. Contraste visível do modelo de desenvolvimento escolhido, por planejamento ou omissão, para a fronteira de expansão econômica do país.
Assentados resistem
Contrariando todas as expectativas pessimistas, o Esperança tem tudo para dar certo. Ivonildes Santos Sousa, 45, a única mulher a ter participado do bloqueio aos madeireiros no ano passado, vive no PDS Esperança desde que foi criado, em 2004, e já plantou mais de 7 mil pés de cacau em seu terreno. O cacau é uma das principais alternativas para agricultura aliada à conservação ambiental na região, pela maneira como a espécie convive com a floresta. E a terra é boa. Com a compra das sementes subsidiadas pela CEPLAC, órgão ligado ao Ministério da Agricultura, os assentados têm conseguido produzir. Ate hoje Ivonildes não recebeu a casa a que todo assentado de reforma agrária tem direito.
Antônio Silva, 42, ocupa há dois anos sua terra no Lote 55. Com a ajuda da esposa e dos cinco filhos, já plantou 3 mil pés de cacau, mandioca, banana, batata, arroz, feijão e milho. O único recurso que recebeu do governo foi o crédito como apoio inicial, no valor de R$ 3,2 mil. Ele também não teve construída sua casa e vive em um barraco que ergueu aproveitando as estacas da cerca da fazenda que existia ali.
Conhecido pelo apelido de "Índio", Antônio tido como exemplo pelos outros assentados do que um homem pode fazer em sua terra com as próprias mãos. Depois de passar muita dificuldade, já consegue tirar da roça o alimento básico e, para comprar o que não pode plantar (óleo, café, açucar, gás etc) ainda é obrigado a trabalhar em regime de diária para fazendeiros da região.
No ano que vem sua plantação de cacau começa a produzir. Morando na área mais distante do assentamento, ele terá o desafio de transportar a produção para vender em Anapu, ao preço hoje de R$ 4,30 o quilo. Sem as condições mais básicas de infra-estrutura, os assentados também não têm uma organização coletiva para transportar e beneficiar o cacau, o que agregaria maior valor ao produto.
Antônio conta que não gosta de televisão, mas diz que seria bom de tivesse energia elétrica pra ter uma geladeira.
- Aí a comida não estragava. No inverno (meses de chuva) é difícil a gente conservar carne salgando.
E Índio sorri de contentamento por estar trabalhando na própria terra:
- Esse apelido de índio me caiu bem, porque eu sou como índio mesmo. Quando estou fora, o que mais quero é voltar pra cá.

Irmã Dorothy


Local onde Dorothy Stang foi assassinada, em 2005, a mando de grileiros e madeireiros

Num contexto em que imensas áreas públicas, com a anuência das autoridades, foram apropriadas por um ciclo econômico cruel, que desviou o recurso público, expulsou e dizimou índios e ribeirinhos, devastou a biodiversidade e transformou a floresta em pasto para a criação de gado, surgiu a semente do PDS (Projeto de Desenvolvimento Sustentável) Esperança, no município de Anapu (PA), à margem da BR-230, a Rodovia Transamazônica. Pressionados por fazendeiros, madeireiros e grileiros, um grupo de pequenos agricultores passaram também a disputar a ocupação da terra na floresta.
O PDS foi um modelo de reforma agrária idealizado pela freira norte-americana Dorothy Stang, que pretendia conciliar a conservação da Amazônia com o desenvolvimento sócio-econômico dos trabalhadores rurais – a maioria deles migrantes nordestinos transformados pela contingência em "povo da floresta". A irmã Dorothy, como era conhecida, apoiava e estimulava a ocupação da floresta por estes trabalhadores e articulava apoio político e visibilidade para a causa deles em Brasília.
Mas a atuação da freira foi encarada como um obstáculo para alguns fazendeiros e madeireiros da região, por dar aos trabalhadores rurais a consciência de organização e de poder decidir o próprio destino. Na manhã do dia 12 de fevereiro de 2005, Dorothy Stang foi assassinada com seis tiros enquanto percorria à pé, segurando a Bíblia com a mão direita, uma estrada de terra dentro do Esperança.
Em seus momentos finais, Stang teria recitado um trecho do sermão da montanha para os seus assassinos, dois pistoleiros contratados por Vitalmiro Moura, o Bida, que se dizia dono do Lote 55 (3 mil hectares de terra numa área anexa ao PDS Esperança, que estava sendo disputada pelos assentados apoiados pela freira), como provado no processo judicial que culminou com a condenação dos criminosos.
Bida foi condenado, junto com outro fazendeiro, a 30 anos de prisão. No local onde caiu o corpo inerte de Dorothy, está afixada uma cruz em sua homenagem e uma placa, que posteriormente foi alvejada por tiros de espingarda.
Na época, a comoção nacional e internacional causada pela sua morte forçaram os institutos de meio ambiente e de reforma agrária do governo federal à uma atuação forte. O Lote 55 enfim foi retomado pelo Incra e incorporado ao PDS e o Ibama manteve uma certa rotina de fiscalizações nos anos seguintes, incluindo a autuação, em 2009, no valor de R$ 169 milhões, da Agropecuária Vitória Régia S.A., empresa de Délio Fernandes, então vice-prefeito de Anapu, eleito com Chiquinho do PT, o atual governante municipal. Atualmente, Délio Fernandes disputa o cargo de prefeito na vizinha Altamira.

Luta sem fim


Guarita de vigilância no PDS Esperança, em Anapu

Com o passar do tempo, a indústria da madeira ilegal voltou à carga. No início de 2011, diante da invasão desenfreada de madeireiros ao Esperança -relatos indicam que mais de dez caminhões carregados de toras valiosas saíam ilegalmente todos os dias do assentamento-, um grupo de assentados decidiu formar um bloqueio humano na principal estrada de acesso.
O bloqueio foi mantido por sete meses -num conflito em que os assentados sofreram ameaças e intimidações constantes, um deles tendo sua casa incendiada pelos madeireiros- e foi retirado apenas quando o governo federal inaugurou, em agosto último, uma guarita com vigilância armada durante 24 horas para coibir a ação dos madeireiros, tornando o Esperança o primeiro assentamento do país a ter este tipo de guarnição em seu acesso. Uma segunda guarita precisou de reforço de militares da Força Nacional de Segurança durante sua construção.
Mesmo com as guaritas, em maio deste ano, funcionários do Incra verificaram o reinício das atividades de extração ilegal de madeira dentro da reserva de floresta amazônica do PDS Esperança. Em incursão à mata, encontraram trilhas abertas que ligam o PDS à Terra Indígena Trincheira-Bacajá, que faz limite ao sul do assentamento e estaria sendo utilizada como alternativa para driblar as guaritas.
Foram encontradas também árvores de grande valor comercial marcadas para futuro corte (primeiros passos da ação madeireira, etapa chamada de "inventário"). Os seguranças contratados pelo Incra são de uma empresa particular e não tem poder legal para autuar madeireiros.
- O Ibama só vem quando a gente faz pressão e protesto grande. Era para virem mais, ou terem pelo menos um agente aqui – diz um agricultor.
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A falha de Diego Hypólito e a falácia do perdedor


Diego Hypólito momentos antes de cair de cabeça no ginásio de Londres. Chamá-lo de perdedor é desqualificar injustamente o atleta que desbravou a ginástica olímpica masculina no Brasil. Foto: AFP.


Carta Capital

Diego Hypólito caiu de novo. Dessa vez, de cara. Repetiu em Londres 2012 a falha que o desconsagrou quatro anos antes em Pequim e foi desclassificado antes da final nos Jogos Olímpicos.
Na saída do ginásio londrino, os olhos marejados e a fala embargada mostraram um atordoamento impressionante do ginasta brasileiro: “Caí de novo, decepcionei de novo.
Quero pedir desculpa de novo por esse fracasso e essa competição horrorosa. Não sei o que aconteceu comigo. Tantas pessoas me deram apoio e me incentivaram. Cheguei aqui e caí, caí de cara. Estou decepcionado e bravo comigo.”
A entrevista dá dimensão de quanto Hypólito se cobra na carreira, que agora já entra na reta final (dificilmente chegará até o Rio 2016). Mas ele acaba sendo injusto consigo mesmo ao se vender como um perdedor. Não é.
Diego Hypólito desbravou a ginástica artística masculina no Brasil, onde tínhamos zero tradição na modalidade. Levou o ouro 17 vezes no Mundial da categoria. Em Pequim 2008, mesmo com o erro, ficou na sexta colocação. Os futuros ginastas olímpicos brasileiros já saberão melhor o que fazer e que erros não cometer ao preparerem-se para uma olimpíada. Basta perguntarem a Hypólito, basta estudar seus erros, que foram decisivos, e seus acertos, que foram muitos.
A má fama de Diego Hypólito hoje em dia faz parte de uma certa cultura brasileira que exige ídolos fenomenais e atira pedras em quem rasteiramente julga perdedor, mesmo que não seja. É preto ou branco, embora o mundo seja quase sempre cinza.
Talvez o primeiro grande nome dessa leva de atletas tenha sido o goleiro Moacir Barbosa, um dos ícones do Vasco chamado de Expresso da Vitória no fim dos anos 1940. Acusado de “frangar” no gol uruguaio que derrotou o Brasil na final da Copa de 1950, só deixou de ser vilão quando idoso. Repetia nas entrevistas antes de morrer: “No Brasil, a maior pena é de trinta anos, por homicídio. Eu já cumpri mais de quarenta por um erro que não cometi.”
Rubens Barrichello é um outro exemplo. Revelação do automobilismo brasileiro quando Ayrton Senna morreu, foi alçado pela tevê e grande parte da mídia ao novo Senna, coisa que ele não era — sobretudo porque foi contemporâneo e parceiro de equipe do alemão Michael Schumacher, o maior campeão da história da Fórmula 1. Barrichello foi melhor talvez que 80% dos pilotos da história. Competiu por 19 anos, recorde na modalidade, e chegou a ser vice-campeão.
Não é pouca coisa. Mas a expectativa que a mídia colocou sobre ele, a de ser o novo Senna, transformou-se em frustração — em parte, por culpa dele, que vestia essa carapuça mesmo quando todo mundo sabia que não superaria Michael Schumacher. Virou sinônimo de perdedor, o que não reflete o que foi sua carreira na maior categoria do automobilismo.
Hypólito entra nessa lista. Inflado pela mídia esportiva, sobretudo no rádio e na televisão, por muito tempo exigiram dele nada menos que o ouro olímpico. Queriam fazer dele o novo Gustavo Küerten. Ele teve músculos para isso, teve elasticidade, teve a técnica, só não teve os nervos, que o derrubaram duas vezes em olimpíadas. É seu ponto fraco como atleta. Acontece. Seguirá como um dos bons nomes do esporte brasileiro, um desbravador de uma categoria olímpica que no futuro tem tudo para nos render medalhas. Chamar Hipólito de perdedor é não entender absolutamente nada de esporte e, mais que isso, descontar no atleta as próprias frustrações na vida.
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Juiz diz que Veja fez dossiê para soltar Cachoeira


CHANTAGEM QUE MOTIVOU A PRISÃO DE ANDRESSA MENDONÇA SERIA DOSSIÊ PRODUZIDO PELO CHEFE DE VEJA EM BRASÍLIA, POLICARPO JÚNIOR, A PEDIDO DO BICHEIRO CARLOS CACHOEIRA; VEJA NEGA E ANUNCIA QUE TOMARÁ PROVIDÊNCIAS JUDICIAIS CONTRA O MAGISTRADO ALDERICO ROCHA SANTOS.

247 – Esposa de Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça está presa em Goiânia e só sairá se conseguir pagar uma fiança de R$ 100 mil. Caso contrário, terá sua prisão preventiva decretada. O motivo é uma suposta tentativa de chantagem contra o juiz Alderico Rocha Santos, responsável pelo caso.
O objeto da chantagem, segundo relata o juiz, é surpreendente. Santos relatou ao portal G1 que o jornalista Policarpo Júnior, chefe da revista Veja em Brasília, produziu um dossiê a seu respeito, a pedido do bicheiro. E que este relatório seria publicado em Veja, caso Cachoeira não fosse libertado. Eis o que Andressa teria dito:
- “Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê”.
Em nota, a revista Veja se posicionou contra a acusação “absurda” contra seu editor e disse tomará providências judiciais contra seus caluniadores.
De todo modo, a parceria editorial entre Cachoeira e Policarpo vem de longa data e produziu várias reportagens. Há um grampo, por exemplo, em que ambos tratam da demissão do ministro Alfredo Nascimento, dos Transportes.
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LEVANTE FAZ ESCULACHO EM MONUMENTOS DA DITADURA


Estudantes do Levante Popular da Juventude realizaram ato de escracho na estátua de Castelo Branco.


Marcha de protesto realizada no Rio de Janeiro neste domingo (29) pediu a retirada do nome de torturadores ou representantes da ditadura de qualquer monumento público e defendeu a necessidade de se criar um programa de proteção às testemunhas que deponham na Comissão da Verdade instalada pelo governo federal. Estudantes do Levante Popular da Juventude realizaram um ato de escracho na estátua do ex-ditador Castelo Branco (1964-67). 

A Articulação Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro realizou no domingo (29) uma marcha de protesto pela orla de Copacabana contra militares e ex-militares acusados de tortura e violação aos direitos humanos durante a ditadura militar de 1964 a 1985. Os manifestantes pediram a retirada do nome de torturadores ou representantes da ditadura de qualquer monumento público e lembraram a necessidade de se criar um programa de proteção às testemunhas que deponham na Comissão da Verdade instalada pelo governo federal, além de reafirmarem que a comissão não deve só investigar, mas também divulgar e punir os responsáveis pelos crimes cometidos pelo estado brasileiro durante o período.
Cerca de 300 pessoas participaram da marcha que começou em frente ao hotel Copacabana Palace e terminou nas imediações do forte Duque de Caxias, no Leme. Lá, os estudantes do Levante Popular da Juventude realizaram um ato de escracho na estátua do ex-ditador Castelo Branco (1964-67).
“Estamos aqui para denunciar todo e qualquer monumento público que tenha o nome de ditador, porque não podemos aceitar que na nossa história continuemos a fazer reverências a ditadores. Isso aqui é um símbolo da ditadura. Por isso estamos aqui ‘empossando’ o Castelo Branco e dizendo: este não é presidente, este é ditador do Brasil!”, afirmou Larissa Cabral, estudante de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e integrante do Levante Popular, após os estudantes colocarem uma faixa simbólica na estátua.
A estudante explicou que a escolha da estátua como palco do escracho, e não o endereço residencial de um acusado de tortura, foi uma decisão do Levante para dar ao ato “mais um caráter pedagógico do que de enfrentamento, e mobilizar mais pessoas que têm essa visão em torno do que foi a ditadura militar no Brasil; afinal de contas, não faz sentido passar em uma rua ou ir a uma praça lembrando esses caras como se eles tivessem contribuído positivamente para a história do país”.
O caráter pedagógico também foi ressaltado pela integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Carmem Diniz, durante o protesto. “Uma coisa importante é combater essa história de revanchismo. Revanchismo é querer torturar o torturador. Não é isso que a gente quer. Todos os países da América Latina estão fazendo julgamentos, menos o Brasil. Precisamos fazer esse julgamento, fortalecermos a Comissão da Verdade, para que essa impunidade não continue. Temos que apurar as responsabilidades para não continuarem acontecendo as torturas que nós sofremos nas delegacias, nos presídios e no campo. Por que os responsáveis pelos crimes do campo não são condenados? Por causa da impunidade!”, disse ela.
Proteção
Na passeata os manifestantes distribuíram uma nota de repúdio à invasão do Grupo Tortura Nunca Mais ocorrida no dia 19, menos de dez dias após o grupo receber ameaças telefônicas. Na ocasião foram furtadas notas fiscais de um programa de proteção às vítimas de violação aos direitos humanos subsidiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e cerca de R$ 1.500,00.
A partir do ocorrido com o Grupo Tortura Nunca Mais, integrantes de diversas organizações que compõem a Articulação Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio de Janeiro ponturam a necessidade de se pensar na proteção das testemunhas que prestarão depoimentos na Comissão da Verdade. “Isso (ameaças) é uma coisa que aconteceu e acontece na Argentina e a gente começa a ver acontecer por aqui também”, disse Mario Augusto Jakobskind, integrante da comissão de direitos humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Carta Maior.
Para o jornalista deve se haver por parte do governo uma preocupação geral com relação às testemunhas, tanto pela integridade física como também com um atendimento psicológico para os traumas que renascem das lembranças de cárcere, torturas e desaparecimentos de conhecidos.
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Danny Boyle reinventou a roda na abertura das Olimpíadas


Como será no Brasil em 2016?


Poucas coisas são mais chatas que aberturas de Olimpíadas.
É como sermão de padre ou discurso de político do interior: quanto mais curtas, melhor.
Que venham logo os jogos, você torce, entre bocejos, colocando bovinamente pipocas na boca diante da televisão.
Mas ontem foi diferente.
O responsável pela cerimônia de abertura dos Jogos de Londres, Danny Boyle, o cineasta de Trainspotting e Slumdog Millionaire, criou um espetáculo simplesmente soberbo. A vontade era que as disputas esperassem um pouco mais para que a festa montada por Boyle não terminasse.
A força da obra espetacular de Boyle – diante da qual Beijing 2008 ficou parecendo o Reveillon da avenida Paulista – residiu na celebração das pessoas que fizeram a Inglaterra ser o que é.
Foi, essencialmente,uma homenagem aos 99%. Doyle homenageou os trabalhadores esfolados na Revolução Industrial e as mulheres que lutaram epicamente no começo do século passado pelo voto que lhes era negado – as suffragettes. Louvou os jamaicanos miseráveis que vieram para a Inglaterra porque os colonizadores britânicos fizeram da Jamaica uma terra semiarrasada. Festejou as enfermeiras do NHS, o mitológico serviço público de saúde da Inglaterra – alvo de constantes tentativas de cortes da parte do governo conservador de David Cameron. Sublinhou o gênio artístico e criativo inglês, expresso em nomes tão diversos como Shakespeare, Milton, James Bond, Mr Bean, Beatles, Stones, Clash, Sex Pistols e Amy Winehouse.


Boyle

Boyle mostrou ao mundo – 1 bilhão de pessoas viram a abertura – o que os britânicos têm de melhor. Ele ignorou Margaret Thatcher, símbolo da iniquidade social, e fez de Churchill um coadjuvante cômico num dos melhores momentos da festa, a chegada – fictícia, claro — de James Bond e da rainha ao Estádio Olímpico num helicóptero do qual ambos se projetaram em páraquedas.
Um parlamentar conservador tuitou críticas ácidas a Boyle. Disse que nem na China comunista viu uma cerimônia tão “esquerdista”. Foi desautorizado dentro do próprio partido. O prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, disse que, de tão emocionado, “chorou como Murray”. (Ele se referia ao tenista Andy Murray, que caiu num choro copioso depois de perder a final de Wimbledon.)
Boyle estabeleceu um novo paradigma em aberturas de Olimpíadas. Me pergunto aqui o que os brasileiros vão aprender com isso para 2016.
Quem poderia ser o Boyle nacional, alguém capaz de identificar os brasileiros que fizeram ser o país o que é? Rio comigo mesmo ao pensar em Jabor. Se ele recebesse a encomenda dada a Boyle, veríamos, ao contrário, a louvação do 1% — a começar, provavelmente, pelo nosso companheiro, o jornalista Roberto Marinho.
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A fundação do Partido Pirata Brasileiro

Evento na capital pernambucana contou com a presença do idealizador do Partido Pirata no mundo, o sueco Rick Falkvinge

Um ato realizado na noite de sábado no Recife formalizou a criação do Partido Pirata do Brasil. De acordo com o movimento, mais de 100 pessoas de 15 Estados do País estiveram presentes. Os militantes assinaram o programa, o estatuto e elegeram a primeira direção nacional da nova sigla, o PPBr, que já existia no papel desde 2007.
O movimento político surgiu a partir da rede Internacional de Partidos Piratas, uma organização ligada a ativistas da tecnologia, e tem como bandeira, por exemplo, a inclusão digital, o uso de softwares livres e a construção de políticas públicas colaborativas. A reunião na capital pernambucana contou com a presença do idealizador do Partido Pirata no mundo, o sueco Rick Falkvinge. Ele veio ao Brasil para ajudar na criação da legenda e também participou de eventos como o Fórum Internacional do Software Livre, em Porto Alegre, e a Campus Party, no Recife.
"Eu passei os últimos dias viajando pelo Brasil, ministrando palestras e conhecendo os ativistas e fiquei com uma impressão muito positiva do movimento e da cultura", afirmou o líder dos piratas em seu site. Ele deixa o País neste domingo. "Minha impressão de que o Brasil tem a habilidade e a capacidade para dar um golpe nas economias dominantes atuais", diz o europeu.
Segundo o PPBr, o movimento já possui todos os documentos necessários para informar legalmente a sua criação ao TSE. O próximo passo é iniciar a coleta de 500 mil assinaturas. A primeira direção nacional eleita do Partido Pirata tem como secretário geral, Alexssandro Albuquerque "Bauer".
O estatuto aprovado no sábado já está no ar e define que o partido é uma "associação voluntária de cidadãos que se propõem a lutar pela proteção dos direitos humanos, por liberdade de expressão, pelo direito civil à privacidade das informações em todos os suportes e meios de transmissão e armazenamento, pela liberdade de aquisição e de compartilhamento de conhecimento e tecnologias, incluindo transformações políticas e sociais, institucionais, econômicas, jurídicas e culturais destinadas a garantir a propagação da informação de forma livre e sem impedimentos, com o objetivo de colaborar na construção e desenvolvimento de um Estado Democrático de Direito mais transparente e justo".
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sábado, 28 de julho de 2012

O último tiro de Veja em Dirceu


Quem deveria estar na capa da Veja.


NA ÚLTIMA EDIÇÃO ANTES DO JULGAMENTO, PUBLICAÇÃO FALA DE SUPOSTA TENTATIVA DE FUGA DO EX-MINISTRO; AO CONTRÁRIO DO QUE A REVISTA INFORMA, DIRCEU ASSISTIRÁ AO JULGAMENTO DE UM SÍTIO EM VINHEDO (SP).


247 – A revista Veja queimou seu último cartucho dirigido ao ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, neste fim de semana. Na derradeira reportagem antes do julgamento, que se inicia na próxima quinta-feira, Dirceu estampa a capa intitulada “réu”, mas cuja foto dá a entender “culpado”.
O texto, assinado por Otávio Cabral, traça um perfil psicológico do ex-ministro e fala do “lado escuro” da sua alma.
Insinua, por exemplo, que o principal líder do PT, afora o ex-presidente Lula, talvez tenha sido agente infiltrado da ditadura. Ou eventual traidor de seus companheiros de guerrilha em Cuba.
Sobre o julgamento em si, mais uma grande mentira. Diz o texto que Dirceu estaria cogitando fugir do Brasil, em caso de condenação. Isso mesmo, dar o fora.
Veja aborda todas as possibilidades imaginadas pelo ex-ministro. Em caso de absolvição, ele cogitaria concorrer ao governo do Distrito Federal, em 2014, impedindo a reeleição de Agnelo Queiroz.
Em caso de prisão, ele denunciaria o Brasil à OEA – caso, é claro, não fuja. Mas o cenário mais provável, segundo a revista de esgoto, seria uma condenação branda, por crimes já prescritos, sem pena de prisão.
Em tempo: Dirceu não pretende fugir do País. Acompanhará o julgamento de seu sítio, em Vinhedo (SP), ao lado de advogados.
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Olimpíades, Marina Silva chora e conta ter pensado no pai e no Brasil


Marina Silva com Ban ki moon, secretário geral da ONU (Foto: Treici Schwengber)

POR BOB FERNANDES, DIRETO DE LONDRES.

Marina Silva dispensa maiores apresentações. Isso ficou claro no convite para desfilar com a bandeira olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos de Londres 2012. Convite feito pelo diretor do espetáculo, Danny Boyle.
Com a bandeira olímpica a ex-ministra do Meio Ambiente caminhou ao lado de seletíssima companhia: Daniel Barenboim,Sally Becker, Shami Chakrabati, Leymah Gbowee, Haile Gebrselassie, Doreen Lawrence, Ban Ki-moon, e de Muhammad Ali.
Todos eles, de uma ou outra maneira, engajados e representantes de uma causa importante para o mundo.
No meio da tarde deste sábado de verão londrino, Marina Silva conversou com este blogueiro.
Na conversa abaixo, os detalhes do convite-surpresa feito no ultimo domingo, 22.
Conversa entremeada por momentos de emoção de Marina ao contar sobre o que pensou enquanto caminhava pelo estádio olímpico.
-Quando você recebeu o convite?
-Eu estava em Cajamar, no interior de São Paulo no domingo passado, quando a produção do Danny Boyle, o diretor do espetáculo de abertura das Olimpiadas, ligou para minha assessoria. A princípio, me perguntaram se eu cederia minha imagem para a festa de abertura…começou assim.
-E como evoluiu?
Na terça-feira eles ligaram e disseram que não era só aquilo e perguntaram se eu poderia vir para Londres, que se eu pudesse talvez eu tivesse que vir para cá. Mais não me disseram porque a festa seria uma surpresa para o mundo todo, mas ficou claro que seria alguma coisa importante, não apenas o uso da imagem…Como eu disse que poderia vir, então eles foram mais claros, disseram que, nesse caso, eu teria que estar em Londres na quarta-feira…
-Qual sua sensação ao receber o convite definitivo, ao entender do que se tratava?
-Sensação de gratidão, alegria e responsabilidade. Gratidão a Deus, a minha família e ao meu país, por essas razões todas. De alegria porque representa o Brasil, a causa da defesa da floresta, da sustentabilidade, a causa ambiental. O Brasil é o país que tem as melhores condições para quebrar os paradigmas e fazer o que é preciso fazer pelo planeta. Esse convite é um reconhecimento disso…E sensação de responsabilidade porque isso é a representação de uma causa que não é só minha, nem é só do Brasil, é uma causa do mundo todo…
-Não foi um convite apenas para sua pessoa…
-Não, foi antes de tudo o reconhecimento do Brasil como potência ambiental do mundo.
-E na hora em que você entrou no estádio olímpico para o desfile com a bandeira, qual a sensação?
-Foi uma emoção muita intensa…muitas coisas. Me lembrei de um texto do Frei Beto em que ele fala do Pai Nosso. Do Pai Nosso que nos recorda que somos todos irmãos, assim como o pão nosso significa o ato de estarmos juntos, de compartilharamos juntos o alimento, o planeta…. não importando se judeus, cristãos, muçulmanos… somos todos irmãos, aquele era o simbolismo daquelas nove pessoas que desfilaram com a bandeira olímpica…
-E como foi ali na hora, vocês sabiam antes o que aconteceria?
-Foi tudo uma supresa. Só duas horas antes soubemos da presença do Muhammad Ali…
-E quando começou…
-Foi uma sensação de paz e de alegria, também de orgulho quando passamos em frente ao palanque das autoridades…


Marina Silva com Leymah Gbowee, a Prêmio Nobel da Paz (Foto: Treici Schwengber)

-Onde estava a rainha…
-Estavam a rainha e as autoridades do mundo todo…ali pensei em Deus e nos brasileiros, pensei no simbolísmo de ali estarem duas mulheres, eu a e presidente Dilma, representando todo o povo brasileiro, e isso sem importar se é da oposição, se é da situação. Era a representação do Brasil em duas mulheres…
-Qual a sensação do tempo ali? Às vezes parece que é tudo muito rápido, às vezes parece que não acaba nunca…
-Foi uma fusão de tempos e de imagens….(voz embargada)…
-Por que, no que você pensou?
-Pensei…pensei no seringal, onde tudo começou, pensei no Chico Mendes, no Acre, no povo brasileiro….pensei no meu pai, que tem 85 anos….(interrupção, Marina se emociona e chora…) meu pai que sempre, além de ouvir a Hora do Brasil, sempre sintonizou o rádio para ouvir a BBC de Londres….a vida inteira fez isso…pensei nele lá na nossa terra vendo tudo isso…
-Sim…
-Pensei na responsabilidade e de um legado, que não era a Marina, era uma causa, e uma causa que não é só do Brasil…
-E quando acabou?
-Quando acabou nós ficamos confraternizando…e me disseram que eu ficasse com a roupa que usei… (risos).
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A primeira medalha de ouro é de Mr Bean


Nós nos enxergamos nele e por isso o amamos


A abertura dos Jogos de Londres, obra do cineasta Danny Boyle, entrou instantaneamente para a história por causa sobretudo de um nome: Mr Bean.
Mr Bean é o comediante que mais se aproximou de Charles Chaplin. É feio, atrapalhado, pequeno. O antigalã. Com tudo isso, comove, faz pensar e sobretudo diverte — sem dizer uma só palavra. Não faz o humor sofisticado do Monty Phyton, mas é mais engraçado que todo o grupo junto.
Mr Bean é cada um de nós. Por isso o amamos. Admiramos James Bond, outra grande produção inglesa, mas sabemos que não somos ele. Por isso não o amamos, apenas lhe dedicamos admiração– misturada, é verdade, a uma certa dose de inveja.
Numa festa extraordinária, em que as pessoas que fizeram a Inglaterra ser o que é foram exaltadas sem um patriotismo estridente e tolo, em que o espetáculo foi movido muito mais pelo conteúdo do que pela embalagem, Mr Bean foi o instante supremo.
Ia dizer que a pataquada ficou por conta da bandeira brasileira nas mãos de Rodrigo Pessoa, cujo esporte, a equitação, não poderia ser mais distante do povo nacional. Por que não Marta? Ou mesmo Neymar? Pessoa com a bandeira foi uma piada — involuntária — do Comitê Olímpico Brasileiro.
Bem, que venham os Jogos.  

 
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O maior lutador da história das Olimpíadas


Devastador como um peso pesado e rápido como um peso leve


Jesse Owens? Mark Spitz? Nadia Comaneci?
Na BBC corre uma competição paralela: qual foi o maior atleta olímpico?
Procuro um nome entre os candidatos e não encontro. Teofilo Stevenson, o peso pesado cubano que ganhou o ouro em três Olimpíadas distintas: Munique 72, Montreal 76 e Moscou 80.
Tinha tudo para ganhar a quarta, em Los Angeles 84, mas Cuba decidiu seguir o boicote russo aos Jogos. Mas veja. O vencedor em Los Angeles foi o americano Tyrrel Biggs, posteriormente um profissional de sucesso. Antes, em outras disputas, Stevenson bateu Biggs duas vezes. (No final deste artigo, o vídeo de uma das vitórias.)
Stevenson lembrava Muhammad Ali não apenas no físico, mas também no estilo. Ele combinava a potência de um peso pesado – sua direita era devastadora – com a agilidade de um peso leve.
Até Stevenson, as Olimpíadas costumavam ser um trampolim para pugilistas americanos. Ali, então Cassius Clay, ganhou o ouro em Roma 60 (na categoria meio pesado). Joe Frazier despontou em Tóquio 64. George Foreman na Cidade do México 68. Stevenson acabou com a fábrica americana de campeões mundiais de pesos pesados.
Jamais se profissionalizou. Teria que deixar Cuba para isso, e jamais quis. No seu ápice, os dirigentes do boxe tentaram atraí-lo para o que seria uma luta dos sonhos: um duelo entre ele e Muhammad Ali.
Rechaçou uma oferta de 5 milhões de dólares em dinheiro da época, o que seria algumas dezenas hoje. Aos que não conseguiram entender seu gesto, entre os quais me incluo, respondeu: “O que é um milhão de dólares comparado com o amor de 8 milhões de cubanos?”
Stevenson não se deixou iludir pela montanha de dinheiro. Conhecia bem o fim miserável de muitos lutadores americanos que ganharam bolsas milionárias, como Sonny Liston. (O próprio Joe Frazier, o maior dos adversários de Ali, morreu na pobreza, esquecido por todos os que o adularam no fausto e amargurado em triste isolamento numa academia modesta para boxeadores.)
Stevenson se beneficiou da ligação de Cuba com os russos. Ele treinou sob um dos técnicos de pugilismo mandados por Moscou a Cuba depois da Revolução de Fidel.
Onde ele teria ido como profissional? Numa das Olimpíadas em que Stevenson levou o ouro, George Foreman trabalhou como comentarista para uma tevê americana. “Ele teria sido campeão, com certeza”, disse Foreman quando o locutor especulou com ele sobre Stevenson. “Nunca vi ninguém como ele, no amadorismo ou no profissionalismo.”
Stevenson morreu de enfarte, há poucos meses, aos 60 anos, em sua Cuba, na qual levou uma vida de confortável simplicidade, longe do universo que alça aos céus o campeão do dia e depois o joga no lixo para celebrar o novo campeão.
Foi enterrado com honra de herói, as medalhas de ouro rutilantes em seu peito no esquife modesto – o homem que pôs fim à hegemonia olímpica americana na categoria mais nobre do pugilismo, um dos maiores nomes das Olimpíadas em todos os tempos, se não o maior.


Judoca piauiense ganha primeira medalha de ouro brasileira em Londres


Campeã olímpica é beneficiária do Bolsa-Atleta.

A judoca Sarah Menezes, beneficiada pelo programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, entrou para a história do judô nacional, neste sábado (28.07), ao conquistar a primeira medalha de ouro feminina do Brasil na modalidade. A brasileira venceu a atual campeã olímpica, a romena Alina Dumitru, campeã nos Jogos de Pequim, em 2008.
A busca pelo pódio na categoria ligeiro, até 48kg, começou contra a vietnamita Ngoc Tu Van, por 2 yuko a 0. Nas oitavas de final, Sarah derrotou a francesa Laetitia Payet, por 1 yuko a 0. As duas medalhas de bronze em jogo na categoria ficaram com a belga Charline Van Snick e a húngara Eva Csernoviczki.
Com a conquista, Sarah Menezes se tornou a segunda mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro individual nos Jogos Olímpicos (a primeira foi Maurren Maggi, no salto em distância dos Jogos de Pequim). Até o momento, o Brasil lidera o quadro geral de medalhas no judô, com dois pódios: um ouro e um bronze pelo judoca Felipe Kitadai.
O judô passa à frente como a modalidade nacional que mais conquistou pódios, com 16 medalhas. A vela vem em segundo, com 15 conquistas. 
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CALA A BOCA GALVÃO !

Do F5

“O locutor Galvão Bueno não parece muito empolgado para narrar a Olimpíada de Londres.
Cedido pela Globo para trabalhar durante os jogos no Sportv, ele narrou a abertura do evento nesta sexta-feira.
Contudo, passou boa parte do tempo reclamando da "falta de emoção" da festa comandada pelo cineasta Danny Boyle, que teve direito a show de Paul McCartney.
"Essa já é passado, agora é Rio de Janeiro! É 2016!", comemorou ao final da cerimônia.
Vale lembrar que os direitos de transmissão da Olimpíada são da Record, que vendeu os direitos para os canais pagos como o Sportv.
A arquirrival, Globo, teve de se contentar com seis minutos de imagens por dia e a obrigação de citar o nome da Record.”
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O esquema de distribuição da Globo me deixou enojado, disse o ator Caio Blat

Por Victor Zacharias, No Democracia na Mídia


O ator Caio Blat esteve em Suzano em um evento promovido pela prefeitura durante o qual participou de uma roda de conversa com a juventude e contou um pouco da sua trajetória de vida, a experiência no teatro, cinema e televisão.
Sua premiada carreira começou precocemente, primeiro fez comerciais de publicidade aos 8 anos, depois atuou em novelas, só então chegou ao teatro. Quanto aos estudos, preferiu fazer faculdade de direito ao invés de artes cênicas, pois a intenção era a de ampliar sua cultura e conhecimento. Entrou na USP, mas não concluiu o curso.
Cinema não chega aos pobres
Quando foi fazer o filme Bróder morou por um tempo no bairro de Capão Redondo em São Paulo, foi lá que percebeu que o cinema não chega até as pessoas da periferia, o público que atinge é restrito, o motivo a seu ver é porque não existem salas disponíveis nestes lugares, o ingresso é caro e o filme brasileiro fica uma semana em cartaz e sai para dar lugar aos filmes da indústria americana.
Esquema para fazer sucesso
Ele foi produtor de seus últimos filmes, por isso descobriu qual era o esquema da distribuição, e Caio indignado disse "é uma coisa que me deixou enojado, me deixou horrorizado".
"No cinema a distribuição é predatória, ainda é um monopólio", disse Caio, "são pouquíssimas empresas distribuidoras e o que elas fazem é absolutamente cruel, elas sugam os filmes, não fazem crescer, sugam para elas, são grandes corporações".
Ele disse, "ia ao Vídeo Show, no programa do Serginho Groisman e outros. Achava que era um processo natural de divulgação, foi quando descobri que estas coisas são pagas. Quando vou ao programa do Jô fazer uma entrevista isso é considerado merchandising, não é jornalismo".
A Globo faz estas ações de merchandising, inclusive em novelas, e fatura para a Globo Filmes. Comenta Caio, "Ela cobra dela mesma". Ele notou que este é uma espécie de "kit" para que o filme aconteça e seja exibido em dezenas de salas em todo o Brasil. Se por acaso os produtores não aceitarem esta imposição, a Globo não levará ao ar nada do filme em nenhum de seus veículos, nem no eletrônico, nem no impresso, Caio completa, "Se não fechar com a Globo Filmes, seu filme morreu"
No contrato de distribuição, Caio detalha, fica estabelecido que o primeiro dinheiro a entrar da bilheteria do filme é para pagar a Globo Filmes, "É um adiantamento que estamos fazendo. Olha o que eles estão dizendo! Adiantamento fez quem realizou o filme, investiu muito antes". Ele pergunta, "O que a Globo faz? Quanto ela gastou para fazer este "investimento"? Nada. O programa deles tem que acontecer todos os dias, eles precisam de gente para ser entrevistada, finaliza sobre este tema.
Jornalismo que é propaganda disfarçada
Sem contar o lado ético, que no capitalismo é apenas retórica, chega-se a primeira conclusão que tudo que é exibido na televisão, uma concessão pública, é propaganda, ora em formato de comercial, ora como merchandising, isto é, dentro do programa e até em estilo jornalístico. Outra conclusão é que a TV gera lucro em outros negócios para seus concessionários que nada tem a ver com a atividade fim da concessão.
Lei limita propaganda
Nas leis, que completam 50 anos, de números 52.795/63, art.67 e 88.067/63, art.1, art 28, 12, D, está escrito o seguinte: Limitar ao máximo de 25% (vinte e cinco por cento) do horário da sua programação diária o tempo destinado à publicidade comercial. Pelo visto, ela claramente não é cumprida na programação que vai ao ar.
Existem também canais que passam promoção de vendas o tempo, neste caso, além da lei citada, também deixam de cumprir o princípio constitucional : Art. 221 - A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.
Tudo leva a crer que estas questões são graves o suficiente para suspensão das outorgas das emissoras infratoras.
Por isso, e por muitas outras coisas, é preciso que este tema da democracia da mídia seja discutido no país e o Marco Regulatório da Comunicação, após ampla consulta pública, encaminhado o mais rapidamente ao Congresso, sem o qual a Liberdade de Expressão com diversidade e pluralidade continuará seriamente prejudicada. 
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BOMBA ! O MENSALÃO TUCANO E A MODELO ASSASSINADA

O infatigável Stanley Burburinho acha esse vídeo da TV Record – Minas que se refere a denúncia da Carta Capital, “Gilmar juiz ? Não ! Ele é reu !”. Na véspera do julgamento do mensalão que está por provar-se, aparecem os vestígios (de sangue) do mensalão tucano. Viva o Brasil !






VÍDEO BOMBA ! GILMAR INOCENTOU AZEREDO !

VÍDEO: em 2009, Gilmar Mendes, então presidente do STF, defendeu Eduardo Azeredo e votou pela rejeição da denúncia sobre o “mensalão” do PSDB-MG.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

MINO CARTA DESCASCANDO O ABACAXI

Ayres Britto. Confiamos na batuta do maestro.  

Por Mino Carta

Wálter Fanganiello Maierovitch critica a ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça, por ter dito que com o processo do chamado “mensalão” a Nação julgará o próprio Supremo. Segundo o nosso colunista, quem será julgado é o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que denunciou os acusados de participar do esquema criminoso. Procedente ou não a denúncia? Eis a questão.
O fato de que Gurgel mereça a precedência no julgamento da opinião pública não invalida a ideia da senhora Calmon, na qual sinto a constatação em lugar da pressão. Não é que o STF faça jus à confiança coral do povo brasileiro. Nem sempre foi impecável na atuação, pelo contrário. Sem contar os passos em falso dados por este ou aquele ministro. Primeiro entre eles, dentro das composições mais recentes, Gilmar Mendes.
Autoritário até a truculência, Mendes é aquele que chamou às falas o presidente Lula. E denunciou ser vítima do grampo, executado pelos agentes da Abin, de suas conversas com o amigão Demóstenes Torres, escuta que nunca houve e, mesmo assim, resultou no desterro para Portugal do chefe da agência, o honrado delegado Paulo Lacerda, melhor diretor da Polícia Federal das últimas décadas.
Mendes é sócio de um instituto de ensino, a contrariar a Lei Orgânica da Magistratura, que exige dedicação exclusiva, e não hesitou em convocar, na qualidade de professores, colegas do Supremo. Por exemplo, Eros Grau quando ministro. 


Tertúlias de felizes e pontuais consumidores de pizza, convictos de sua impunidade. Mendes é também acusador de Lula ex-presidente, apontado, um mês depois dos eventos alegados, como autor de pressões para influenciar seu voto no processo do “mensalão”. Foi desmentido inexoravelmente pelo próprio ex-ministro Nelson Jobim, anfitrião do encontro com Lula.
Na reportagem de capa desta edição, Mendes volta à ribalta, e por causa de circunstâncias destinadas a esclarecer de forma decisiva as razões do seu voto contrário ao envolvimento do ex-governador Eduardo Azeredo no “mensalão” das Alterosas. A suspeição de Mendes no processo que se inicia é muito mais que evidente. Talvez não seja o único ministro que a justifica. Veremos o que veremos. De saída, CartaCapital declara confiar na batuta do presidente do STF, Ayres Britto, figura de todo respeito.
Que o nó seja desatado, e não pela espada de Alexandre, o macedônio, é da conveniência da Nação em peso, inescapável juiz dos comportamentos do Supremo diante de uma questão tão crucial na perspectiva do futuro do País, emergente superdotado e até hoje cerceado pelos herdeiros da casa-grande, elite (elite?) prepotente e hipócrita, feroz e covarde. Não é por acaso que o Brasil contou com torturadores eméritos, capatazes e jagunços imbatíveis nos seus misteres. E até hoje é incapaz de negar, pela força da Justiça, a validade de uma lei da anistia imposta pela ditadura civil-militar.
CartaCapital sempre entendeu que o “mensalão”, com o significado de mesada do suborno, nunca foi provado, embora houvesse evidências de outros crimes, igualmente graves. Espera agora por um julgamento digno da Suprema Corte de um país democrático e civilizado, sem excluir de pronto possibilidade alguma.
De sorte a cumprirmos dignamente o compromisso com o jornalismo honesto, ancorado na verdade dos fatos, a partir desta edição passamos a publicar a contribuição de um grupo de professores de Direito da PUC de São Paulo, análise estritamente técnica das condições iniciais e dos desenvolvimentos do processo. Trata-se de um trabalho que alia profundidade à isenção, e que prosseguirá ao longo de toda a demanda. CartaCapital faz questão de diferenciar-se de quem se antecipa à sentença final na impafiosa certeza de ter já identificado executores e mandantes. Esperamos, apenas, que se faça justiça, a bem do Brasil.
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SANTARÉM, INICIADA 3ª ETAPA DE DUPLICAÇÃO DA FERNANDO GUILHON

A Prefeitura de Santarém começou nesta sexta-feira (27/07), a terceira etapa de duplicação da Avenida Fernando Guilhon.
A obra é executada pela ETEC, empresa vencedora de licitação pública.
A Fernando Guilhon é uma das principais vias de Santarém e cruza diversos bairros da grande área do Santarenzinho.
A terceira etapa da duplicação benefiará 510 metros de via, entre a Rua Caiçara e a Travessa Resistência.
O Projeto Fernando Guilhon é executado através da parceria entre a Prefeitura de Santarém e o Governo Federal, por meio do Ministério do Turismo.
Além da duplicação das pistas, a obra contemplará ainda, a construção de canteiro central e ciclovia.
Oferecer melhores condições de trafegabilidade naquela via se tornou imprescindível principalmente depois que a Prefeitura inaugurou o Viaduto sobre a BR 163, e sua alça viária, em 2007. A primeira etapa da duplicação foi executada entre a Santarém-Cuiabá e a Travessa Angelim e a segunda beneficiou o perímetro entre a Travessa Angelim e a Rua Caiçara.
A continuidade da obra entre a Caiçara e a Resistência (que está recebendo serviços de terraplenagem) irá melhorar o acesso ao Aeroporto de Santarém. Além disso, a duplicação garantirá mais segurança ao transito da área. A Avenida Fernando Guilhon apresenta grande movimentação de veículos, uma vez que é o principal acesso direto de dez bairros e de comunidades localizadas às margens da Rodovia Estadual Everaldo Martins.
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Dinheiro em paraísos fiscais supera PIB de EUA e Japão

A maioria dos paraísos fiscais fica localizada em ilhas no Caribe.

A elite milionária global explorou brechas nas regras financeiras transnacionais para esconder ao menos 21 trilhões de dólares em paraísos fiscais até o final de 2010, concluiu uma pesquisa do grupo britânico TJN (Tax Justice Network). A quantia de dinheiro calculada é equivalente à soma do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos e Japão.
No entanto, esse montante não representa o valor total que esses indivíduos desviaram durante todo o período. Isso porque o estudo apenas utilizou dados de contas e investimentos bancários proveniente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Banco Mundial e bancos centrais, deixando de tratar de outros ativos, como propriedades e iates.
Além disso, como o relatório informa, outra pesquisa do TJN que utilizou fontes de dados diferentes estimou que o valor de dinheiro depositado ou aplicado de forma ilegal é de cerca de 32 trilhões de dólares. De acordo com as informações divulgadas pelo relatório, este dinheiro pertence a menos de 10 milhões de pessoas e, do total, 9,8 trilhões de dólares estão nas mãos de apenas 100 mil indivíduos ou 0,001% da população mundial.
Os 21 trilhões de dólares estimados vazaram de dezenas de países em jurisdições secretas para paraísos fiscais, como a Suíça e as Ilhas Cayman, com a ajuda de instituições financeiras privadas que procuram atrair os fundos da elite mundial. No entanto, não são bancos obscuros e desconhecidos que operam os fundos ilegais até os paraísos fiscais, mas sim grandes e famosas instituições.
A pesquisa descobriu que, no fim de 2010, os 50 maiores bancos privados do mundo administravam mais de 12,1 trilhões de dólares dessa quantia para seus clientes, sendo que metade deste valor era comandada apenas pelos 10 principais bancos do mundo. As instituições que controlavam a maior parte dos fundos eram UBS, Credit Suisse e Goldman Sachs.
A riqueza da elite está “protegida por uma quadrilha muito bem remunerada e preparada de profissionais de bancos privados, de indústrias de contabilidade e de investimento que tiram proveito da falta de regulação da econômica global”, explica James Henry, coordenador da pesquisa, no relatório.
A China, a Rússia e a Coreia foram os países mais afetados pelo desvio de dinheiro. Segundo estimativas do relatório, cerca de 1,18 mil trilhão foram desviados da China e 798 trilhões da Rússia a partir da década de 1990. O Brasil aparece em quarto lugar na lista com 520 trilhões em fundos em paraísos fiscais.
Desigualdade
Para muitos países em desenvolvimento, o valor total do capital desviado para os paraísos fiscais desde a década de 1970 seria mais que suficiente para pagar suas dívidas com o resto do mundo, informa o documento. “O problema é que o dinheiro destes países está nas mãos de um pequeno número de indivíduos, enquanto as dívidas são compartilhadas pelas populações pobres por meio de seus governos”, diz o relatório.
Quando computada a quantia de dinheiro desviada para paraísos fiscais que não foi contada nas estatísticas oficiais, a desigualdade social nos diferentes países torna-se ainda mais gritante, sugere o Tax Justice Network. Por isso, para os pesquisadores do centro, é necessário repensar as pesquisas na área.
“Essas estimativas revelam uma falha incrível: a desigualdade é muito, muito pior do que mostram as estatísticas oficiais", disse John Christensen da Tax Justice Network citado pelo jornal britânico The Guardian. "As pessoas na rua não tem ilusões sobre quão injusta a situação se tornou", acrescentou ele.
A pesquisa “O preço dos fluxos dos paraísos fiscais revisitado”, divulgada neste domingo (22/07) pelo diário britânico The Observer, foi encomendada pelo centro de pesquisa britânico TJN e coordenada pelo economista e consultor James Henry. Suas conclusões surgem em um momento importante, no qual sociedades ao redor do mundo questionam a relação entre seus governos e as instituições financeiras.
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Após golpe, Paraguai autoriza controversos projetos com multinacionais

Para analistas, Franco encontrou a casa em ordem em termos econômicos e agora foram destravados in[umeros projetos

A abertura a empresas multinacionais que estão sob suspeita por questões ambientais pauta o primeiro mês de governo de Federico Franco no Paraguai, isolado por parte da comunidade internacional. Entre as medidas questionadas está a habilitação do plantio de algodão transgênico e a construção de uma fábrica de alumínio.
"É preocupante que um governo não eleito pelo voto popular tenha se aberto a esses investimentos (de capitais estrangeiros) sem nenhum controle", disse à IPS o economista Luis Rojas, da organização não governamental Base Pesquisas Sociais. Como exemplo, Rojas citou a permissão dada para utilizar sementes de algodão geneticamente modificado da variedade Bollgard, da multinacional Monsanto, deixando sem efeito os estudos preliminares exigidos para a concessão desse tipo de licença.
Franco designou para chefiar o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Vegetal e de Sementes (Senave) o empresário de agroquímicos Jaime Ayala, que não demorou em inscrever no Registro Nacional de Cultivos Comerciais (RNCC) a semente Bollgard, rejeitada pela mesma entidade semanas antes porque a empresa não apresentava os requisitos exigidos.
Segundo Rojas, a aprovação é ilegalmente porque ainda não havia o parecer técnico da Secretaria do Meio Ambiente nem do Ministério da Saúde, como exige a lei. A sociedade civil também questiona a possível instalação da multinacional canadense Rio Tinto Alcan (RTA) para construção de uma fábrica de alumínio com investimento de 3,5 bilhões de dólares. "A negociação começou praticamente no dia seguinte à mudança de governo", destacou à IPS o analista José Carlos Rodríguez.
O presidente Fernando Lugo, destituído em um julgamento político sumário no dia 22 de junho e horas depois substituído por Franco, havia formado uma equipe para o estudo do projeto. Porém, Franco autorizou o começo das negociações de imediato, sem esperar os resultados dessa análise. Rodríguez questionou que as novas autoridades não estão fazendo nenhum cálculo custo-benefício no que se refere às implicações econômicas e ambientais da instalação neste país de uma empresa com a potencialidade contaminante como a da produção de alumínio.
O atual governo se defende alegando que a fábrica geraria cerca de quatro mil postos de trabalho de forma direta, mas em dezembro passado o então ministro de Obras Públicas, Cecilio Pérez Bordón, assegurou que seriam necessários apenas 1.250 trabalhadores para levar adiante essa produção. Bordón explicou, em seu informe apresentado em uma audiência pública, que todas as matérias-primas e todos os insumos serão importados, exceto a energia elétrica. Também disse que a RTA utilizaria de forma constante 1.100 megawatts (MW), equivalente a nove mil gigawatts/hora (GWh) por ano, e pretende um contrato de consumo entre 2016 e 2045, e renovável.
O Paraguai demanda atualmente 11 mil GWh anuais de energia e produz cerca de 56 mil, com potência próxima de 7.500 MW, somando a central de Acaray e os 50% que lhe cabem dos complexos binacionais de Itaipu, compartilhado com Brasil, e Yacyreta, que divide com a Argentina. A instalação da RTA exigiria mais que o dobro da energia que o país consome hoje. Bordón insistiu na época para não se subsidiar o custo da energia, recomendando que a empresa pagasse o custo real do serviço elétrico que era de US$ 59,7 por MW/h em 200 quilowatts.
"Se a energia for vendida à RTA por US$ 38 o MW/h por 30 anos ou mais, o Paraguai perderá entre US$ 195 milhões e US$ 1,008 bilhão anuais, precisando aumentar a tarifa para os demais usuários, incluído o uso doméstico, aumentar os impostos ou reduzir o investimento público", explicou Bordón. Diante deste cenário, as organizações sociais aumentam seu repúdio ao governo de Franco e afirmam que a destituição de Lugo teve como pano de fundo o objetivo de facilitar a entrada das multinacionais. "O governo não é um interlocutor válido porque não lhe interessa conversar com a sociedade civil. Só o faz com o empresariado", denunciou Rojas.
Isolamento
Por sua vez, o ex-deputado do Partido Colorado do Paraguai Bernardino Cano Radil afirmou que sua agremiação não discutiu este caso em profundidade para adotar uma postura. "Em geral" - disse - "o investimento estrangeiro é positivo, mas se deve estudar em detalhe os benefícios para as empresas locais e os trabalhadores". O Partido Colorado foi o principal motor do julgamento político de Lugo pouco depois de começar seu mandato em 2008, quando o ex-bispo católico acabou com 60 anos de governo hegemônico dessa agremiação política.

Paraguaios comemoram o "Dia da Democracia", em memória pela destituição do presidente eleito Fernando Lugo

No entanto, a falta de reconhecimento de Franco não acaba nas fronteiras, já que continua tendo em seu favor apenas a aprovação de Taiwan e do Vaticano. Tampouco pode prosperar o recurso apresentado ao Tribunal Permanente de Revisão do Mercosul para que seja levantada a suspensão como membro do bloco, decidida por seus três sócios, Brasil, Argentina e Uruguai, na cúpula do final de junho na cidade argentina de Mendoza. Agora, as expectativas estão depositadas apenas na OEA (Organização dos Estados Americanos), cuja missão de observação recomendou a esse órgão não suspender o Paraguai. Mas essa decisão também se faz esperar.
Para os analistas, Franco encontrou a casa em ordem em termos econômicos e agora foram destravados projetos de investimento, doações e outros, não inferiores a US$ 500 milhões, não permitidos enquanto Lugo esteve no governo. A isto acrescenta-se a entrada em vigor, após anos de adiamento, do Imposto de Renda Pessoal (IRP), com uma taxa fixa de 10% para quem recebe mais de 120 salários mínimos por ano, equivalente a cerca de US$ 45 mil. Um projeto para impor este tributo foi travado no parlamento na última etapa do governo de Lugo, com a agravante de que não seria tratado até 2015. Porém, no dia 5 deste mês foi aprovado e Franco o promulgou esta semana.
O IRP será cobrado do exercício profissional ou de prestação de serviços pessoais, desempenho de cargos públicos e renda pela venda ocasional de imóveis, entre outras atividades. Também será cobrado dos sócios ou acionistas que obtiverem dividendos das empresas, mas apenas sobre 50% de sua renda. "Trata-se de apenas 10% do excedente para quem ganha muito dinheiro", um universo muito pequeno neste país, explicou Rodríguez. Em uma primeira etapa, atingirá 12 mil contribuintes, neste país de 6,4 milhões de habitantes.
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Lucineide Pinheiro tira fotos com Lula na segunda-feira

Na próxima segunda-feira (30), o presidente Lula receberá cerca de 80 candidatos do PT e aliados que disputam prefeituras em cidades com mais de 150 mil eleitores, para uma sessão de fotos.
Será a primeira ação de grande alcance de Lula nas eleições deste ano.
Há a expectativa da presença física de Lula nas campanhas de Fernando Haddad, em São Paulo; Humberto Costa, no Recife, e Patrus Ananias, em Belo Horizonte, mas depende de uma bateria de exames marcada para os dias 6 e 7 de agosto no hospital Sírio-Libanês.
Lula ainda sente os efeitos colaterais do tratamento pesado de radioterapia a que se submeteu com sucesso, e ainda tem recomendações para não abusar no uso da voz, pois há muita requisição para ele gravar mensagens de apoio nos programas de rádio e TV.
Apesar do grande volume de candidatos atendidos (o número pode chegar a 85), as sessões da próxima segunda-feira estão longe de atender a todos que querem uma foto personalizada com o presidente mais querido pelo povo na história recente do Brasil.
Para contornar a demanda, a direção nacional do PT já disponibilizou para todos os candidatos petistas ou que o PT apoia, a foto oficial da presidenta Dilma Rousseff e do presidente Lula para utilização em material de campanha em todo o País.

Tem até candidatos filiados a partidos de oposição que querem sair bem na foto, mas pela legislação eleitoral, só os candidatos do PT ou em coligação com o PT podem usar a imagem.
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