terça-feira, 30 de abril de 2013

Venezuela: ex-general opositor tem prisão preventiva decretada por onda de violência

O general reformado Antonio Rivero, dirigente do partido opositor Vontade Popular, teve a prisão preventiva decretada nesta segunda-feira (29/04), por um tribunal de controle da área metropolitana de Caracas. Ele é acusado de instigação ao crime e associação para delinquir durante a onda de violência pós-eleitoral na Venezuela. Por meio de uma carta lida à imprensa por seu irmão, Rivero se declarou em greve de fome por sua prisão.
Detido no sábado pelo Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional), por ordem do Ministério Público do país, Rivero apareceu em um vídeo - exibido pelo ministro venezuelano do Interior, Miguel Rodríguez Torres, durante uma coletiva de imprensa - dando instruções para manifestantes, durante um panelaço convocado por Henrique Capriles contra a proclamação de Nicolás Maduro como presidente do país, no dia 15 de abril.



“Podem se livrar das pedras, podem se livrar das garrafas, podem se livrar de paus, etc, etc. [Façam] uma espécie de escudo, como no uso antigo. Mas mantenham-se coesos, integrados, unidos, não procurem se dispersar, integrados, ok? Unidos, força de bloco. Se se dispersam, se arruína”, diz o ex-general na gravação. “É importante manter tudo o que façam sob a direção”, diz, ao que é interrompido, e completa: “que tem Capriles”.
No dia em que o vídeo foi gravado, atos de violência se alastraram por diversos Estados do país, deixando quase 80 feridos e pelo menos nove mortos – a maioria identificada com o chavismo.  
Movimentos sociais
Em uma marcha convocada por movimentos sociais venezuelanos na última semana, a organização Esquerda Unida montou um stand para promover um abaixo-assinado no qual pediam que Capriles e diversos líderes opositores fossem levados a julgamento pelos atos violentos cometidos no dia do protesto. O documento também incluía o nome de Nelson Bocaranda, jornalista que escreveu em seu perfil de Twitter, no dia do panelaço, que médicos cubanos estariam urnas eleitorais dentro de um CDI.


Venezuelanos assinam abaixo-assinado pela prisão de Capriles. Evento foi organizado por movimentos sociais em Caracas

De acordo com Osvaldo González, que cuidava do stand, o movimento já coletou 12 mil assinaturas em apoio à solicitação. “Solicitamos que Capriles seja julgado com todo seu entorno, com todos os que se manifestaram publicamente com ele, de modo agressivo e causando tanta violência e até mortos no país”, afirmou a Opera Mundi, enquanto pendurava cartazes com a mensagem “Capriles preso já!”.
“Com o apoio do povo vamos conseguir rotundamente que esse tipo de eventos não voltem acontecer. Estes sem vergonha não foram presos, condenados, pelo que já fizeram no passado e agora estão fazendo todo o possível pra provocar uma guerra civil no país”, expressou, complementando: 
“Nós, que viemos da base do povo, não podemos permitir que isso continue. Aqui tem que haver justiça, não queremos mais violência no país como a que causaram esses traidores da pátria”.
Já Henry Alberto Torres, funcionário da Ouvidoria do Povo, afirmou que a melhor forma do país evoluir é ter “mão dura” com eventos como os registrados durante a onda de violência. 
“Assino essa petição porque é preciso que esse homem pague pelo que fez, por essas mortes de gente inocente”, explicou. “Espero que a justiça também seja aplicada para todos que atuaram junto com ele. No meu trabalho, eu evito injustiças contra muitas pessoas. Neste caso há provas, então é preciso que eles paguem pelos danos que cometeram”, concluiu.
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Por que jogadores de futebol gays não saem do armário?


No mundo do futebol, a fantasia é que eles não existem. Jason Collins, da NBA, assumiu.

Por: Mauro Donato

“Tenho 34 anos. Sou pivô na N.B.A. Sou negro e sou gay”. Assim Jason Collins definiu-se para a revista Sports Illustrated. Tornou-se o primeiro jogador de uma grande liga a assumir-se gay ainda em atividade (embora atualmente sem contrato). Outros atletas assumiram sua homossexualidade somente depois da aposentadoria.
São, portanto, raros os casos como o de Collins. Por quê?
Em 2011, o jogador Michael dos Santos, do Vôlei Futuro, saiu do armário. Imediatamente passou a ser hostilizado pelas torcidas adversárias. Graças à TV, durante uma partida pelas semifinais da Superliga masculina, a homofobia foi transmitida nacionalmente (o time do Cruzeiro teve que pagar uma multa de R$ 50 mil por conta dos insultos contra Michael e isso provavelmente pode ter encorajado a líbero do mesmo Vôlei Futuro – e americana – Stacy Sykora a também assumir).
Chegamos a uma primeira conclusão.
O receio dessas reações em turba. Sabe-se que os humanos quando em massa ficam descerebrados.
E no futebol?
Ali as coisas pioram ainda mais, pois o receio não se restringe à reação da torcida. Os próprios “companheiros” não aceitam e o ambiente é tão machista que em times femininos a situação se inverte. Todas as jogadoras passam a ser vistas como “sapatas”.
Esse temor de “contaminação” associado a uma carapaça construída com a mesma quantidade de concreto utilizado nas reformas do Maracanã ocasiona dramas pessoais.
No início deste ano, o jogador Robbie Rogers, um americano que atuava na Inglaterra, fez duas declarações: assumia ser gay e abandonava o futebol naquele momento. Aos 25 anos. Parou porque sabia que sua vida se transformaria num inferno. “No futebol é obviamente impossível se assumir homossexual”, disse o jogador, que afirmou ter certeza de que era gay aos 14 mas que nunca revelara para ninguém. Nem família nem amigos. Sua declaração, se feita nos moldes de Jason Collins, seria mais contundente que a do compatriota: “Eu sou um católico, conservador, jogador de futebol e gay”.
Isso nunca irá mudar?
Quantos jogadores gays jogam profissionalmente?
Segundo o ex-técnico da seleção brasileira, Carlos Alberto Parreira, a resposta é nenhum! Ele garante que nunca conheceu um homossexual nas equipes que treinou em mais de 35 anos de carreira.
Segunda conclusão:
É grande o respeito à regra que diz que “o que acontece no vestiário, fica no vestiário”.
No meio desse campo preconceituoso, atitudes como a de Mario Gómez, atacante do Bayern e da seleção alemã que aconselhou os jogadores gays a assumirem, são da probabilidade de encontrar um pontepretano na arquibancada bugrina. O alemão disse em entrevista que “a homossexualidade já não é nenhum tema tabu” e que os jogadores poderiam ter um melhor desempenho se jogassem “libertos desse fardo”. Ele se declara hetero.
Por que ainda há tanta dificuldade? Por que no esporte a resistência parece ser maior que em outros setores?
A reação da torcida no vôlei dá a dimensão do quão corajosa é a atitude. Se uma pessoa “civil” precisa admitir apenas para a família e mais meia dúzia de amigos e ainda assim muitos levam a vida sem conseguir o feito, imagine o atleta que precisará enfrentar 20 mil, 30 mil vozes gritando “bicha, bicha!”. Haja autoestima.
A decisão de Robbie Rogers de abandonar o futebol mostra que para muitos, assumir a homossexualidade pode não significar libertar-se. Livre ele seria se pudesse continuar jogando futebol.
Mas o futebol vive de aparências e jogador, sabidamente, joga para a torcida. E torcedor não gosta de jogador que leva bola nas costas, certo, companheiro?
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GAROTINHO DENUNCIA FILHO DE ROBERTO MARINHO E ALI KAMEL


O deputado e ex-governador Anthony Garotinho fez veemente discurso da tribuna da Câmara para responder a reportagem da Globo.
Garotinho reafirma denúncia de que Roberto Marinho comprou a TV Globo de São Paulo com uma ata falsa e a Justiça tem medo de decidir sobre a fraude.
Garotinho exige que a Comissão da ½ Verdade chame os filhos do Roberto Marinho para depor, como também sugere Mauricio Dias.
E acusa João Roberto Marinho e o Gilberto Freire com “i” de envolvimento com paraísos fiscais e sonegação de impostos.
Garotinho quer aprovar logo o “direito de resposta sumário”, proposta do senador Requião.
E diz que não é Sergio Cabral, Eduardo Paes ou os “frouxos” do PMDB do Rio, que morrem de medo de uma notinha do Ancelmo Gois no Globo.
Garotinho conclui: a Globo pode vir quente que ele está fervendo !
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BENDITA CRISE: STF VS SOBERANIA POPULAR


De um lado, a soberania popular. De outro, a monarquia.

Artigo 52 da Constituição Federal aprovada pelos representantes do povo, em 1988:

Do Senado Federal: Compete privativamente ao Senado Federal:

X. suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.


Como se sabe, num truque hermenêutico, Gilmar Dantas, queFernando Ferro chama de “capitão do mato”, e que Nazareno mandava prender, promoveu uma “mutação constitucional” e considerou que o artigo 52 da Constituição Federal caiu em desuso.
Por que ?
Porque Gilmar quer sequestrar a soberania popular, que se manifesta através do Senado, como desejaram os constituintes de 1988.
A “mutação” é essa: tirar do povo e entregar aos monarcas.
No grito !
Com o silêncio da ditadura do PiG
Simples, não ?
Gilmar tem uma Constituição própria e transformou o Supremo num anexo de seu doméstico paço – clique aqui para ler “Gilmar é quem manda no Supremo ?”.
Gilmar é o centro da “crise”.
Como disse o Janio, ele e o Eduardo Campriles são o gérmen a instabilidade.
Gilmar é o general Mourão do Golpe de 2014.
Por que ?
Porque, herdeiro dos neolibelês que fizeram a Privataria, ele comanda a Vila Militar de 2014.
É o Estado-Maior da conjuração.
Segundo o excelente texto de Mauricio Dias para o documentário “Jango”, de Silvio Tendler, Lacerda e Ademar de Barros transferiram a sede da conspiração de 1963 para a Casa Branca de John Kennedy.
Hoje, a sede é o paço de Gilmar.
Informa O Globo, o 12º voto no Supremo, na página 3:
Cinco senadores (Aloysio 300 mil Ferreira – PSDB/SP; Pedro Taques – PDT (???)-MT; Ana Amélia – PP-RS; Randolfe Rodrigues – PSOL–AP; Jarbas Vasconcelos – PMDB-PE) vão à Vila Militar nesta terça-feira: dirigem-se ao Supremo “desagravar” Gilmar Dantas !
Desagravar !
O copo derramou no julgamento do Mentirão.
Clique aqui para ler “É o mensalão, estúpido” e aqui para ver como Lewandowski desmontou o domínio do fato.
No Mentirão, ficou claro que o papel do Supremo é o que Nazareno Fonteles chama, com precisão, de Supremo Tapetão dos derrotados.
Quem são os derrotados ?
Os que deram o Golpe em 1964.
Os que, desde sempre, querem impedir a manifestação da soberania popular: a origem e a legitimidade da Democracia Representativa de natureza Ocidental.
Os que mataram Vargas e derrubaram Jango com a mão de gato da operação “Brother Sam” americana.
São os mesmos de sempre.
Os mesmos que diziam que Jango queria dar o Golpe.
E agora dizem que o Dirceu quer censurar a liberdade de imprensa e o Nazareno, fechar o Supremo.
Eles dizem qualquer coisa.
A “crise” entre o Legislativo e o Judiciário é uma crise “by proxy”.
Ela é a ponta do iceberg.
Revela quem quer entregar a Democracia brasileira aos não-eleitos do Supremo, aos que gozam de privilégios monárquicos.
Bloqueada a soberania popular, prevalecem os especialistas multi-uso que nada sabem de tudo; os colonistas do PiG; os economistas dos bancos que se manifestam nas intervenções da Urubóloga.
Prevalece a “Democracia” de poucos.
Dos “intérpretes”, dos “tradutores” que trazem a luz da Metrópole para conduzir a Colônia.
O Golpe do Mentirão, seguido da prisão de Lula em setembro de 2914, tem a função de decepar a liderança dos que defendem o respeito à soberania popular.
Como o Ato Institucional # I de 1964, que dizimou os líderes do trabalhismo de Jango.
Mandou a soberania popular para o exílio.
Depois, o AI-5 mandou os remanescentes para covas rasas.
E seus agentes foram graciosamente anistiados por esse mesmo Supremo que agora vai algemar o Dirceu.
O Conversa Afiada considera bem-vinda essa crise aberta entre os defensores da soberania popular e os defensores da Monarquia.
Gilmar não tem o biotipo de Luís XVI ?, amigo navegante ?
A arrogância !
A presunção !
Não parece dizer ao Lula: “coma brioche !”
Gilmar diz o que o Fernando Henrique não tem coragem de dizer.
Mas gostaria.
Quem vai com mais frequência à rua Lopes Quintas, à Vênus Platinada ?
O Fernando Henrique, o Cerra, o Aécio ou o Gilmar ?
Na hierarquia brasileira funciona assim: o Renan e o Henriquinho vão à casa do Gilmar.
Outros, num degrau acima, vão à casa dos filhos do Roberto Marinho.
Manda quem pode …
O Conversa Afiada torce pela crise aberta.
Quer ver o circo da crise política pegar fogo.
Expor as vísceras, conhecer as tripas de todo lado.
As do lado de cá e as do lado de lá – clique aqui para ler “Fernando Lyra, o importante e o rumo”.
O gênio saiu da garrafa.
Saiu no julgamento do Mentirão, um tiro no pé.
Os 18′ do jornal nacional abriram senha: “tal dia é o batizado” para destruir o PT.
E, com o troco, fecha-se o Congresso !
O sangue derramado para construir a Democracia brasileira foi inútil: será sanitariamente lavado pela Comissão da ½ Verdade, que não ousa enfrentar Tio Sam.
Está na hora de Nazareno Fonteles, Marco Maia e Fernando Ferro assumirem o controle político dos que não aceitam o sequestro da soberania popular.
À Bastilha, senhores !
Que venha a crise !

Paulo Henrique Amorim
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Como Lewandowski desmontou o “domínio do fato”



O segundo turno do julgamento do mensalão (o do PT) está para começar.(Quando o presidente Barbosa vai legitimar a Satiagraha ?)
Como se sabe, Dirceu foi condenado sem provas.
Além do mais, o dinheiro da Visanet é tão público quanto o da Globo, que se abastece de GNV na SECOM; e a “compra de votos” resta ser provada.
Para condenar Dirceu, enfiaram um turbante de Carmen Miranda numa teoria alemã, a do “domínio do fato”.
Que a Dirceu não se aplica, como demonstra Lewandowski nesse voto histórico.
A dificuldade, agora, é saber se o domínio do fato está nos votos escritos.
Ou se foi, apenas, para aparecer na Globo, especialmente naqueles 18′, que entraram para a História da Televisão Comercial das Democracias (quá, quá quá !).
Será que o fato foi dominado na tevê, mas não nos votos escritos ?
Será que mataram o domínio do fato no peito ?
Ou ninguém guardou as fitas da TV Justiça ?
Isso pode ser útil na OEA.

Paulo Henrique Amorim
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Discursos de Marin mostram que ele dedou jornalista morto pela ditadura


Proferidos entre 1975 e 1976, dois discursos do então deputado estadual pela Arena José Maria Marin, hoje presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), acirram a polêmica em torno da postura dele durante o regime militar.
Os áudios foram descobertos nos arquivos da Assembleia Legislativa de São Paulo em pesquisa da Comissão da Verdade de São Paulo.
Em 9 de outubro de 1975, em um aparte ao discurso do deputado Wadih Helu, hoje falecido, Marin cobra providências para a apuração de denúncias de que a TV Cultura sofria um processo de “comunização”. O diretor de Jornalismo da emissora pública, na época, era Vladimir Herzog, torturado e morto 16 dias depois no prédio do DOI-Codi.
Nessa época, o delegado Sergio Paranhos Fleury trabalhava no DOI-Codi. O delegado é o tema de outro discurso de Marin, em 1976, desta vez para elogiar sua atuação.
Naquele mesmo mês, Marin faz um aparte ao discurso de Helu sobre “a denúncia da comunização do Canal 2, da infiltração dos elementos subversivos, dos elementos de esquerda no canal 2”. Segundo Helu, a emissora, que não mandara equipe de reportagem para cobrir um evento da Sabesp com cinco prefeitos da Arena, ficava “solapando a democracia, não só com sua ausência deliberada, mas muito mais do que isso. Com sua presença comunizante no vídeo diariamente”.
Marin se “congratula” com Helu e cobra providências do então governador, Paulo Egydio Martins.
Um ano depois, o então deputado Marin retorna à tribuna, desta vez para defender o delegado Fleury. Para o deputado, nem sempre vinha sendo feita “a devida justiça a seu trabalho”. Marin diz ainda que Fleury não recebeu “a devida compreensão”. O discurso elogioso tem duração de seis minutos.
O filho de Vladimir Herzog, Ivo Herzog, já obteve cópia dos arquivos de áudio. Ivo encabeça uma campanha contra a participação do ex-deputado no comando da Copa do Mundo de 2014._______________________________________________

Marina terá encontro com Joaquim Barbosa na próxima semana


Em mais uma movimentação para criar o seu novo partido, a ex-senadora Marina Silva conseguiu agendar uma audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, para a próxima semana, na terça-feira, 7. 
O tema da conversa será o projeto de lei que dificulta as regras para a criação de novas legendas.
Desde fevereiro, Marina vem articulando a criação da Rede Sustentabilidade, sigla pela qual pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2014.
Na semana passada, o ministro do STF Gilmar Mendes concedeu uma liminar que suspendeu a tramitação no Senado do projeto de lei de autoria do deputado federal Edinho Araújo (PMDB-SP). 
A proposta, que já foi aprovada da Câmara, tem o apoio do governo federal e restringe o repasse de recursos do Fundo Partidário e tempo na TV a novos partidos.
O argumento usado pela ex-ministra do Meio Ambiente é o de que é preciso ter isonomia, pois, no ano passado, o Supremo concedeu esses benefícios ao PSD, partido criado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab.
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O pai espiritual de Malafaia, Feliciano e Edir


Walter Robert McAlister

Ptor: Kiko Nogueira

Quem é o missionário canadense que trouxe a Teologia da Prosperidade ao Brasil.
Edir Macedo, Marco Feliciano e Silas Malafaia não se inventaram sozinhos. Eles pertencem a uma linhagem. Se você tiver de culpar alguém, pense num missionário canadense chamado Walter Robert McAlister, que trouxe a Teologia da Prosperidade ao Brasil e pode ser definido como o pai espiritual desses meninos.
De uma família evangélica, McAlister foi pregar nas Filipinas, Hong Kong e Índia. Em 1959, veio parar aqui. Morou em São Paulo e, em seguida, no Rio, onde se estabeleceu. Seguidor da Teologia da Prosperidade americana, especialmente do pioneiro televangelista Oral Roberts, logo viu uma oportunidade de se fazer notado no rádio. Em 1960, ganhou um programa chamado Voz da Nova Vida na Copacabana. Pouco depois comprou a Rádio Relógio, uma das primeiras emissoras evangélicas do Brasil.
Em 1961, deu forma ao culto que até hoje é praticado pelas agremiações evangélicas desse gênero: louvor, oferta, mensagem, oração e testemunho. Uma vez por ano, reunia seus fieis no Maracanãzinho. Como era inevitável, acabou na televisão, apresentando o show “Coisas da Vida”, na Tupi. Virou o “Bispo Roberto”. A Igreja de Nova Vida era um fenômeno.
Em busca de almas, McAlister atacava pesadamente a umbanda, o candomblé e demais religiões afro-brasileiras (a célebre maldição do Feliciano sobre a África não apareceu do nada). Espíritos do mal causavam doença, vício, pobreza, homossexualismo e adultério. Lançou um livro sobre uma suposta história de conversão de uma mãe de santo, libertada pelo “espírito santo”. Um de seus funcionários mais talentosos era um rapaz de 19 anos, Edir Macedo. Nos anos 70, Edir cresceu na foto, rompeu com o mentor e fundou a Cruzada do Caminho Eterno, embrião da Universal.
O canadense ainda veria a ascensão da IURD, batendo na mesma tecla da possessão demoníaca, do exorcismo e do dízimo. No início dos anos 80, talvez incomodado com a ascensão do ex-pupilo Edir, McAlister parou de pregar na TV, dizendo que ela “criava monstros”. Já era tarde demais.
McAlister morreu em 1993, do coração. Não deu tempo de testemunhar o surgimento de gigantes como a Internacional da Graça de Deus, Comunidade Evangélica Sara Nossa Terra, Renascer em Cristo, entre outras – e nem a chegada de um legítimo representante da Teologia da Prosperidade à presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, o nosso querido Feliciano.
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segunda-feira, 29 de abril de 2013

O mundo de Paulo Vanzolini era outro


O zoólogo, autor de Ronda, sempre considerou a música um hobby — e está aí boa parte de sua grandeza.

Por: Kiko Nogueira


Paulo Vanzolini é um símbolo de um mundo que acabou. O compositor paulistano, morto aos 89 anos, era a antiestrela, um zoólogo que considerava a música um hobby. Um amador, no melhor sentido. Nunca levou muito a sério sua vocação artística, o que fez dele uma figura sui generis num universo repleto de cantores filósofos ou cabeças ocas.
Trabalhou até o fim da vida, de segunda a sábado. “É a única coisa de que gosto, a única coisa que sei fazer. Um dia eu nasci e já era zoólogo”, disse. No ano passado, ganhou uma bolsa de 300 mil reais. Ajudou a criar a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e aumentou a coleção de répteis do Museu de Zoologia da USP de 1 200 para 230 mil exemplares. Fez expedições na Amazônia. Assim como na música, você nunca o veria se gabando de suas conquistas científicas. Mais low profile, impossível.
Desafinado, precisava da ajuda dos amigos profissionais para compor. Era um boêmio tradicional. Fez Levanta a Poeira e a melancólica, linda Ronda, o hino paulistano por excelência para uma cidade que Vinicius de Moraes definiu como túmulo do samba. Vanzolini não gostava de Ronda, a considerava piegas. “É história de uma prostituta que vai matar o amante”, afirmava. É muito mais do que isso, naturalmente.
Ronda é fruto das noites de Vanzolini, um retrato do wild side de Sampa quando ninguém ousava usar esse apelido. Jamais abandonou a cerveja. Gastou seus últimos sábados no Bar do Alemão, na Água Branca, vendo a mulher, Ana Bernardo, cantar até de madrugada. Sempre que lhe cobravam novas composições, dizia que perdera a vontade por causa da falta dos amigos que morreram. “Não seria a mesma coisa. Estariam faltando os antigos e insubstituíveis companheiros”.
“Não sei qual foi o filósofo, se Sólon ou Thales, que disse só ser possível julgar se uma pessoa foi feliz ou não depois de sua morte, porque é imprescindível ter uma morte feliz também”, disse.
Com Paulo Vanzolini, vai-se uma cidade menor, mais generosa, misteriosa e poética.

As crianças torturadas em nome de Jesus


Falsos profetas acusam crianças de bruxas para ganhar dinheiro. Pastores pentecostais 
promovem violentos exorcismos em pequenos africanos para ganhar dinheiro. Uma tragédia — 
uma a mais, melhor — está ocorrendo na África em nome de Jesus: a exploração religiosa de 
inocentes por falsos profetas de igrejas pentecostais.

O texto abaixo é de Clóvis Pacheco Filho, antropólogo, professor e jornalista.

Vídeos postados no Youtube mostram como a expansão do pentecostalismo na Nigéria, no Congo, em Angola, em sua vertente dita Teologia da Prosperidade, vem causando seríssimos problemas, ao se sincretizarem com a crença dos povos locais nos ramos africanos da feitiçaria.
Os pastores das instituições religiosas citadas, após acusarem crianças e jovens da prática de bruxaria, exigem dinheiro de seus pais, para procederem ao exorcismo.
Como a quantia exigida em geral supera a capacidade de pagamento dos pais dos acusados, o exorcismo prescrito – que em si mesmo é bastante violento – acaba sendo realizado pelos familiares, que assim acreditam que irão sair da miséria econômica, curar doenças, resolver problemas que, no seu entender, são causados por seus filhos. E esses filhos, muitas vezes, são menores de dois anos.
Os resultados dos exorcismos sempre são os piores possíveis, como morte, ferimentos, mutilações e os traumas psíquicos, o abandono social e a exclusão total da vítima, que fica atirada à própria sorte.
Quero ressaltar que tanto os pais quanto os pastores acreditam na existência da feitiçaria, em si mesma, traço comum em várias culturas africanas. Esse fato corrobora minha tese de que raramente ocorre conversão completa em massa de todo um povo a uma nova religião, mas somente conversões completas em casos individuais, que são, quase sempre, muito raros.
O que se dá, em geral, é o surgimento de um sincretismo, na maior parte dos casos históricos conhecidos. E os próprios pastores africanos citados, que alegam sua condição de cristãos seguidores da Bíblia, acreditam no poder da feitiçaria, como qualquer outro africano de suas comunidades de origem.
Daí a facilidade que encontram para a prática da manipulação das consciências, para os ganhos pecuniários pessoais e para a consolidação de seu poder.
Observe o vídeo abaixo:


A respeito da atitude dos tais pastores nigerianos e congoleses que maltratam crianças depois de, publicamente, acusarem-nas de bruxaria, é bom que se tenha em mente, repito, é a demonstração de que não há nada mais enganoso do que a crença na hipotética conversão em massa de um povo, de uma religião tradicional a outra, a uma religião nova.
Conversão bem sucedida pode acontecer individualmente, mas quanto a um povo, em sua grande massa, a história demonstra que isso jamais aconteceu.
Isso porque o homem jamais faz uma faxina mental completa, eliminando tudo o que antes estava em sua mente, para aceitar outro conteúdo, mormente se trazido de outra cultura.
Há, sobre isso, uma frase famosa, dita por um ilustre bispo católico do início da Idade Média, da cidade francesa de Reims, canonizado como São Remígio, que disse ao rei Clovis, do povo franco sicambro, estabelecido na região onde hoje está Paris, quando ele se converteu, depois de ter sido perseguidor do cristianismo: “Curva a cabeça, altivo sicambro. Adora o que queimaste e queima o que adoraste”.
Atualmente, na Nigéria, o cristianismo tem mais espaço social, em especial pelo pentecostalismo, em sua variante mais conhecida, a que deu origem à Teologia da Prosperidade, corrente que, no meu entender, é uma das maiores vigarices dos tempos modernos.
Os pastores citados, antes de qualquer coisa, manipulam abertamente o sincretismo, uma vez que seus rebanhos são compostos por pessoas que acreditam tanto nos conteúdos do cristianismo pentecostal, quanto nos valores tradicionais da crença em bruxaria. Daí a eficácia do que o pastor fala, diante de seu público, com relação aos que lhes dão o dinheiro como pagamento dos tais atos de exorcismos.
A ideologia subjacente à fala dos tais pastores é a que garante que se o fiel der dinheiro para os pastores, que se apresentam como representantes de Deus, homens e mulheres de Jesus, portadores da Palavra, Deus devolverá em dobro.
Para que é que Deus precisa de dinheiro é a pergunta correta, mas se torna facilmente explicável se forem observados os carros, jóias, casas de luxo, roupas de griffe ou pelo menos, de boa qualidade, possuídos pelos santos homens e santas mulheres de Jesus.
Em alguns dos casos mostrados pelos vídeos, o cinismo dos tais pastores é evidentíssimo. Podemos perguntar como é que pais e mães aceitam tal vigarice sem se revoltar, uma vez que as vítimas são seus próprios filhos, e quase sempre, crianças inocentes e apavoradas.
Acontece que em tais culturas tribais, quase sempre a criança tem uma personalidade diminuída, e que somente é realizada de modo integral com a maioridade, e que na maioria dos casos é quando se torna elemento ativo, pode se casar, exercer todos os atos da vida normal. E, geral, esse momento é demarcado por um rito de iniciação, um rito de passagem, como dizemos nós, antropólogos.


Crianças na Nigéria tentam se defender de acusações de bruxaria

Enquanto não passaram pela iniciação, eles são indivíduos muitíssimo pouco diferenciados, e contam bem pouco, socialmente, tanto que quando morrem, pelo motivo que for, recebem ritos fúnebres bem menos elaborados. E sua morte é compensada sentimental e afetivamente por um novo filho.
Daí a facilidade com que famílias miseráveis aceitam a acusação de bruxaria, por envolverem crianças, que contam muito pouco na vida social.
Não estamos nós, no Brasil, isentos de tais acusações de bruxaria e similares. Houve vários casos atuais, publicados na imprensa, nos quais membros de igrejas do gênero, e seus membros fanatizados exorcismaram por meio de pancadaria várias pessoas que praticam (entre os sobreviventes) ou praticavam a umbanda, candomblé, e outros cultos do gênero.
Tais casos foram numerosos na Baixada Fluminense, por parte de obreiros, “bispos” que tais. Por isso, é bom que tais fatos sejam conhecidos.
Já escrevi sobre os efeitos nocivos do pentecostalismo na África. Um pentecostal e se doeu. Parece que no modo de pensar dele, nenhum pentecostal seria capaz de fazer atrocidades, assim como “não fazem achaques de dinheiro dos fiéis”, porque no modo dele entender isso é mais que correto, pois é adepto da tal de Teologia da Prosperidade. Todos os seus pastores são santos homens de Deus, em sua visão maniqueísta.
Dada a simploriedade dele, se vê que não é pastor, é ovelha, das que gostam de ser tosquiadas. Fosse pastor, do gênero em questão, os tais da prosperidade, seria, pelo menos, um pouco mais esperto.
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Padre Beto entrega a batina, mas preserva a honra

Roberto Francisco Daniel, 48, conhecido como padre Beto, havia recebido um prazo do bispo diocesano, 
Dom Caetano Ferrari, 70, para se retratar e “confessar o erro” por admitir, em vídeo publicado no Youtube, a possibilidade de existir amor entre pessoas do mesmo sexo, inclusive entre bissexuais que mantêm casamentos heterossexuais. Ele também questionou dogmas da Igreja.
Ontem, dois dias antes do prazo estabelecido pelo bispo para a retratação, padre Beto anunciou que iria se afastar de suas funções religiosas e convocou uma missa de despedida.
Na missa, o padre falou sobre amor e coerência e afirmou que para “Jesus Cristo não existia preconceito”. A missa de despedida lotou a Igreja Santo Antônio, no Jardim Bela Vista, bairro tradicional de Bauru. Aproximadamente mil pessoas participaram dessa sua última celebração, onde entregou a batina.
O brasileiro não é tão idiota como a cúpula da Igreja imagina. Padre Beto foi aplaudido de pé ao final da missa. Muitos fiéis choraram e formaram fila para cumprimentá-lo na porta.
Padre Beto vai entregar seu pedido de desligamento para o bispo amanhã.
Padre Beto honra seus fiéis ao tomar essa decisão. E preserva sua honra. Tomara outras padres e pastores evangélicos comecem a fazer o mesmo.
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Carta Capital fala da apuração sobre esquema de espionagem


Portal Comunique-se 

A denúncia feita com exclusividade pela Carta Capital revela a situação de Goiás e mostra que o estado precisa da atenção do Governo Federal, é o que diz ao Comunique-se o repórter Leandro Fortes, que assinou a matéria da revista. 
“É uma situação muito semelhante à vivida pelo Acre na década de 1980 [época em que houve o embate entre fazendeiros e trabalhadores e que o seringueiro e sindicalista Chico Mendes foi assassinado]. 
É preciso que o governo federal, lance seus olhos para o que está acontecendo em Goiás”.
Segundo o jornalista, a imprensa faz a sua parte, mas “não tem capacidade de fazer isso sozinha”. Nas 450 mensagens a que Fortes teve acesso, “é explicitamente dito que o contrato foi feito em nome do governador Marconi Perillo [PSDB]”.
A reportagem divulga suposto esquema de espionagem de políticos e jornalistas, orquestrado pelo governo de Goiás.
Durante duas semanas, Fortes teve acesso a e-mails e DMs (direct messages enviadas pelo Twitter) entre o cracker, conhecido como Mr. Magoo, e o publicitário Gercycley Batista. “Separei essas mensagens por dia, hora e tema, para criar o mínimo de linearidade. Tive acesso digital à informação, que desde quinta [25] é pública, porque foi entregue ao Ministério Público Federal. Recebi a informação por uma fonte de Goiás, apurei, cruzei os dados e verifiquei que eram idôneos”.
Em contato com o Comunique-se, a chefia do gabinete de imprensa do governo de Goiás informa que não teve acesso à reportagem, porque a Carta Capital ainda não chegou ao estado. A equipe diz que “a revista não é muito conhecida por aqui” e indicou que a reportagem deveria entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública e Justiça. 
O órgão, por sua vez, diz ter tido conhecimento do caso "por meio de um jornalista que procurou a pasta em nome de um veículo de circulação nacional". Por ordem do secretário Joaquim Mesquita, a Polícia Civil abriu inquérito em 8 de abril e os resultados "serão divulgados tão logo a apuração seja concluída".
Sumiço de revistas
A Carta Capital enviou um lote maior de revistas para Goiás do que o usual. Além disso, segundo Fortes, as bancas do estado estão recebendo encomendas antecipadas de cidadãos que querem comprar o impresso. Os jornaleiros também estão tomando o cuidado de anotar os nomes dos leitores que adquirem a publicação dirigida por Mino Carta.
O esquema se deve à experiência vivida em abril do ano passado, quando a revista foi retirada das bancas. Reportagem de capa mostrava o eventual envolvimento do então senador Demóstenes Torres (ex-DEM) e de Perillo com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. “A última vez que fiz uma matéria sobre a presença física da quadrilha do Carlinhos Cachoeira, as revistas sumiram das bancas”.
Na época, denúncias feitas à Carta Capital indicavam que as compras eram feitas por homens que chegavam em carros com placas frias, “possivelmente ligados ao P2, que é o código para o serviço militar secreto brasileiro”, lembra Fortes.
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Pede para sair, Mercadante!



Uma prova da desumana ignorância de Mercadante: como a Folha da Tarde, o jornal do Frias, divulgou o assassinato de Eduardo Collen Leite, o Bacuri, pela repressão. 

Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

Mais que bajulação, o que ficou estampado foi a ignorância do ministro da Educação.
Uma das frases de Sêneca que mais me agradam fala o seguinte: “Quando penso em certas coisas que disse, tenho inveja dos mudos.”
Ela me ocorreu ao ter ciência da carta que o ministro Aloízio Mercadante escreveu para a Folha de S. Paulo.
Mercadante fez um desagravo da memória de Octavio Frias de Oliveira, falecido dono do jornal, depois que um delegado dos tempos da ditadura militar disse, na Comissão da Verdade, o que todos sabem, exceto talvez ele mesmo, Mercadante: que Frias colaborou ativamente com a repressão a “terroristas”, “subversivos” e “assassinos”.
Frias foi o chamado colaborador total. De um lado forneceu carros do jornal para a perseguição de “subversivos” pela Oban, Operação Bandeirante, um grupo particularmente selvagem dedicado a exterminar a resistência à ditadura.
De outro, usou sua empresa jornalística para publicar conteúdos pró-ditadura.
Meu pai [Emir Nogueira], editorialista e com carreira na Folha estabelecida antes que Frias comprasse o jornal em 1961, se recusou a escrever um editorial no qual Frias mandou que fosse dito que não existiam presos políticos – todos eram criminosos comuns.
Frias, nos piores anos da ditadura, manteve um jornal, a Folha da Tarde, que era uma espécie de porta-voz da repressão. (Mercadante poderia conversar sobre isso com Frei Betto, que foi jornalista da FT antes de Frias transformá-la numa extensão da Oban.)
Num certo momento, com a abertura política, Frias, como empresário, enxergou uma boa oportunidade de negócio ao engajar a Folha na campanha das diretas e deixá-la mais arejada.
Era um movimento óbvio. O concorrente Estadão já estava morto editorialmente, então. E a Globo era, como a FT, porta-voz da ditadura na tevê.
O distanciamento oportunista da Folha em relação ao regime não impediria Frias de acatar servilmente uma ordem de um general para que afastasse o diretor Claudio Abramo depois que o grande cronista Lourenço Diaféria escreveu, com toda razão, que os paulistanos mijavam na estátua do Duque de Caxias, no centro da cidade, perto da Folha.
Bastava passar por lá e sentir o cheiro.
Para Claudio Abramo foi um desdobramento irônico e amargo do editorial que meu pai recusou e ele, Claudio, escreveu, sabe-se lá a que custo emocional e mesmo físico, uma vez que era um homem de esquerda.
Frias pôs imediatamente no lugar de Claudio um jornalista que ele mantinha por causa das relações deste com o regime: Boris Casoy, egresso do Comando de Caça ao Comunista e antigo locutor de rádio. (Anos depois, na televisão, ao falar dos lixeiros, Boris mostrou quão pouco mudou nestes anos todos.)
Assustado, medroso, Frias tratou também de tirar seu nome da primeira página do jornal, como responsável. Boris passou a figurar como o responsável.
Apenas para situar, Boris marcou uma ruptura na Folha. Até ali, os chefes de redação eram jornalistas completos: tinham feito grandes reportagens a partir das quais subiram até serem testados também como editores.
Boris simplesmente não sabia escrever. Ele estava no jornal, e num cargo elevado, por razões políticas, e não jornalísticas.
Isso gerou situações bizarras. Na morte de Samuel Wainer, cabia a Boris escrever um pequeno tributo na coluna “São Paulo”. Boris chamou meu pai para escrever por ele por não ter capacidade para realizar a tarefa.
Mercadante mostrou uma ignorância desumana ao desconhecer tudo isso na carta que mandou à Folha.
A demonstração espetacular de desconhecimento é tanto mais grave por vir do ministro da Educação. Se ele não conhece com alguma profundidade um assunto tão próximo dele, o que ele conhecerá?
Terá lido livros? Quais?
Pela ignorância, mais ainda do que pela bajulação despropositada, Mercadante deveria ser afastado sumariamente do cargo que ocupa. Daqui por diante, ele será sempre lembrado como aquele sujeito que disse que o “seu Frias” foi um quase mártir na “luta pelas liberdades democráticas”.
A carta de Mercadante cumpre o papel inevitável das mensagens estapafúrdias, o de ser alvo de desprezo dos chamados dois lados. É altamente provável que Otávio Frias Filho não tenha enxergado na carta o que todo mundo enxergou.
Se existe um atenuante para Mercadante, é que parece haver no DNA do PT uma espécie de submissão mental aos donos da mídia.
Essa patologia ajuda a entender por que o Brasil não avançou nada, em dez anos de PT, na questão crucial para a sociedade de discutir os limites da mídia, a exemplo do que a Inglaterra acaba de fazer.
O momento simbólico dessa submissão – que o grande Etienne de La Boétie chamava de “servidão voluntária” – é assinado por Lula, ao escrever na morte de Roberto Marinho que ali se ia um, pausa antecipada para rir, um grande brasileiro, merecedor de três dias de luto oficial.
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Uma turma da pesada: sobrinho do governador Simão Jatene é sócio do empresário que seria mandante de assassinatos em Tomé-Açu


 No Blog da Perereca

O empresário castanhalense Eduardo Salles, sobrinho do governador Simão Jatene, é sócio do também empresário Carlos Antonio Vieira, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, sob a acusação de encomendar um duplo assassinato em Tomé-Açu, município do Nordeste do Pará.
As vítimas, o madeireiro Luciano Capaccio e o advogado Jorge Guilherme de Araújo Pimentel, foram mortas a tiros por pistoleiros, no último dia 2 de março, quando jantavam em um restaurante, no centro daquela cidade.
Além de Carlos Antonio Vieira, também é acusado como mandante dos crimes o filho dele, Carlos Vinícius de Melo Vieira, prefeito de Tomé-Açu.
Até a tarde de hoje, ambos continuavam foragidos, apesar de rumores acerca da obtenção de habeas corpus.
Segundo a Junta Comercial do Pará (Jucepa), Carlos Antonio Vieira é sócio majoritário e administrador da Valle Empreendimentos Imobiliários Ltda (CNPJ: 12.429.651/0001-80).

A Valle Empreendimentos e a E Salles Construções (CNPJ: 14.057.335/0001-50), que pertence ao sobrinho do governador, são sócias na empresa Salles e Valle Empreendimentos Imobiliários, que executa o loteamento Salles Jardins, no município de Castanhal.
Informações divulgadas pela polícia, no mês passado, dão conta que os assassinatos de Capaccio e Pimentel foram motivados por disputas políticas e por denúncias sobre irregularidades em um empreendimento imobiliário de Carlos Antonio Vieira.
Porém, o blog ainda não sabe qual é o empreendimento – e a Valle executa vários loteamentos no Nordeste do Pará, por meio de parcerias com outras empresas, como essa que estabeleceu com o sobrinho de Jatene.
Na Valle também figura como sócio um cidadão chamado Moisés Carvalho Pereira, de Redenção.
Um empresário com esse mesmíssimo nome (Moisés Carvalho Pereira, também de Redenção) chegou a ter a prisão preventiva decretada, no ano passado, a pedido do Grupo de Combate a Organizações Criminosas do Ministério Público de Alagoas.
A acusação foi a de participar de uma fraude imobiliária naquele estado, através da compra, por R$ 700 mil, de um terreno que valeria mais de R$ 21 milhões.
Detalhe: o sobrinho de Jatene e Carlos Antonio Vieira também estão envolvidos em disputas judiciais pela posse de grandes áreas de terras, aparentemente destinadas a empreendimentos imobiliários, e que teriam sido adquiridas de forma irregular.
Eduardo Salles, o sobrinho do governador, pagou R$ 1 milhão, em abril do ano passado, por um amplo terreno em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.
A venda é contestada pela Asder, a associação dos funcionários do extinto Departamento de Estradas de Rodagens (DER), que afirma ser a verdadeira proprietária do imóvel e tenta anular a transação.
(Leia a reportagem da Perereca “Sobrinho de Jatene enriquece a olhos vistos e comanda o Nordeste do Pará”: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/02/sobrinho-de-jatene-enriquece-olhos.html)
Já Carlos Antonio Vieira comprou por R$ 600 mil, em Rondon do Pará, um terreno que valeria R$ 50 milhões, quando loteado, segundo afirmam integrantes da Associação Agropecuária Rondonense, que ingressaram na Justiça contra a venda do imóvel.
(Veja a ação aqui: https://docs.google.com/file/d/0B8xdLmqNOJ12U2VYZndmeDRMbUk/edit?usp=sharing).
Ambos os processos se encontram em grau de recurso, a desembargadores do TJE. 

Em três anos, capital da Valle subiu de R$ 250 mil para quase R$ 20 milhões.
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A controversa carreira de Gilmar

Um problema nacional

Para ajudar os leitores, preparamos perguntas e respostas sobre o complicado ministro do Supremo.
E eis que o ministro Gilmar Mendes está metido em mais uma controvérsia. Para ajudar os leitores do Diário a se situarem, montamos um grupo de perguntas e respostas sobre Gilmar.
Quem indicou Gilmar Mendes para o STF?
Fernando Henrique Cardoso.
Como a indicação de Gilmar Mendes para o STF foi recebida por juristas ilibados?
No dia 8 de maio de 2002, a Folha de S. Paulo publicou um artigo do professor Dalmo Dallari, a propósito da indicação de Gilmar Mendes para o Supremo Tribunal Federal, sob o título de Degradação do Judiciário.
Qual era o ponto de Dallari?
“Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado”, afirmou Dallari, “não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional.”
Por quê?
Gilmar, segundo Dallari, especializou-se em “inventar” soluções jurídicas no interesse do governo. “Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito”, escreveu Dallari. ”No governo Fernando Henrique, o mesmo Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, “inventaram” uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.”.
Como Gilmar, no cargo de advogado- geral da União, definiu o judiciário brasileiro depois de suas derrotas judiciais?
Ele fez uma afirmação textual segundo a qual o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio judiciário”.
Como os juízes responderam a isso?
Em artigo publicado no “Informe”, veículo de divulgação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, um juiz observou que “não são decisões injustas que causam a irritação, a iracúndia, a irritabilidade do advogado-geral da União, mas as decisões contrárias às medidas do Poder Executivo”.
Havia alguma questão ética contra Gilmar quando FHC o indicou?
Sim. Em abril de 2002, a revista “Época” informou que a chefia da Advocacia Geral da União, isto é, Gilmar, pagara R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público – do qual o mesmo Gilmar é um dos proprietários – para que seus subordinados lá fizessem cursos.


Criador e criatura

O que Dallari disse desse caso?
“Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na “reputação ilibada”, exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo”, afirmou Dallari.
Em outros países a indicação de juízes para o STF é mais rigorosa?
Sim. Nos Estados Unidos, por exemplo, um grande jurista conservador, Robert Bork, indicado por Reagan, em 1987, foi rejeitado (58 votos a 42), depois de ampla discussão pública.
Como o Senado americano tratou Bork?
Defensor declarado dos trustes, Bork foi arrasado pelo senador Edward Kennedy A América de Bork – disse Kennedy – será aquela em que a polícia arrombará as portas dos cidadãos à meia-noite, os escritores e artistas serão censurados, os negros atendidos em balcões separados e a teoria da evolução proscrita das escolas.
O caso foi tão emblemático que to bork passou a ser verbo. Mais tarde, em outubro de 1991, o juiz Clarence Thomas por pouco não foi rejeitado, por sua conduta pessoal. Aos 43 anos, ele foi acusado de assédio sexual – mas os senadores, embora com pequena margem a favor (52 votos a 48), o aprovaram, sob o argumento de que seu comportamento não o impedia de julgar com equidade.
Na forte campanha contra sua indicação as associações femininas se destacaram. E o verbo “borquear” foi usado por Florynce Kennedy, com a sua palavra de ordem “we’re going to bork him”.
Já no Supremo, Gilmar continuou a agir contra os interesses dos índios, como fizera antes?
Sim. Em 2009, o governo cedeu aos guaranis-caiovás a terra que eles ocupavam então. Em 2010, o STF, então presidido por Gilmar Mendes, suspendeu o ato do governo, em favor de quatro fazendas que reivindicam a terra.
A mídia tem cumprido seu papel de investigar Gilmar?
Não, com exceção da Carta Capital. Na edição de 8 de outubro de 2008, a revista revelou a ligação societária entre o então presidente do Supremo Tribunal Federal e o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP).
O que é o IDP?
É uma escola de cursinhos de direito cujo prédio foi construído com dinheiro do Banco do Brasil sobre um terreno, localizado em área nobre de Brasília, praticamente doado (80% de desconto) a Mendes pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz.


Ayres Brito deu aula magna no IDP

O que a Carta Capital revelou sobre o IDP?
O autor da reportagem, Leandro Fortes, revelou que o IDP, à época da matéria, fechara 2,4 milhões em contratos sem licitação com órgãos federais, tribunais e entidades da magistratura, “ volume de dinheiro que havia sido sensivelmente turbinado depois da ida de Mendes para o STF, por indicação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”.
Quem dava aulas no IDP, segundo a Carta Capital?
O corpo docente do IDP era formado, basicamente, por ministros de Estado e de tribunais superiores, desembargadores e advogados com interesses diretos em processos no Supremo. “Isso, por si só, já era passível de uma investigação jornalística decente”, escreveu em seu blog o autor da reportagem. “O que, aliás, foi feito pela Carta Capital quando toda a imprensa restante, ou se calava, ou fazia as vontades do ministro em questão.”
O jornalista deu algum exemplo?
Sim. Na época da Operação Satiagraha, dois habeas corpus foram concedidos por Mendes ao banqueiro Daniel Dantas, em menos de 48 horas. Em seguida, conforme Leandro Fortes, “a mídia encampou a farsa do grampo sem áudio, publicado pela revista Veja, que serviu para afastar da Agência Brasileira de Inteligência o delegado Paulo Lacerda, com o auxílio do ministro da Defesa, Nelson Jobim, autor de uma falsa denúncia sobre existência de equipamentos secretos de escuta telefônica que teriam sido adquiridos pela Abin”.
Como Gilmar reagiu às denúncias?
A Carta Capital e o repórter, por revelarem as atividades comerciais paralelas de Gilmar Mendes, acabaram processados pelo ministro.
Mendes acusou a reportagem de lhe “denegrir a imagem” e “macular sua credibilidade”. Alegou, ainda, que a leitura da reportagem atacava não somente a ele, mas serviria, ainda, para “desestimular alunos e entidades que buscam seu ensino”.
Como a justiça se manifestou sobre o processo?
Em 26 de novembro de 2010, a juíza Adriana Sachsida Garcia, do Tribunal de Justiça de São Paulo, julgou improcedente a ação de Gilmar Mendes e extinguiu o processo.
O que ela disse?
“As informações divulgadas são verídicas, de notório interesse público e escritas com estrito animus narrandi. A matéria publicada apenas suscita o debate sob o enfoque da ética, em relação à situação narrada pelo jornalista. (…) A população tem o direito de ser informada de forma completa e correta. (…) A documentação trazida com a defesa revela que a situação exposta é verídica; o que, aliás, não foi negado pelo autor.”
É verdade que Ayres Brito, que prefaciou o livro de Merval Pereira sobre o Mensalão, proferiu aula magna no IDP?
Sim.
Procede a informação de que, em pleno Mensalão, Gilmar foi ao lançamento de um livro de Reinaldo Azevedo em que os réus eram tratados como “petralhas”?
Sim.


Bons amigos: Merval e Ayres Brito

E agora, como entender a crise entre o Supremo Tribunal Federal e o Congresso?
Nas palavras do colunista Janio de Freitas, esta crise “não está longe de um espetáculo de circo, daqueles movidos pelos tombos patéticos e tapas barulhentos encenados por Piolim e Carequinha. É nesse reino que está a “crise”, na qual quase nada é verdadeiro, embora tudo produza um efeito enorme na grande arquibancada chamada país”.
É verdade que o Congresso aprovou um projeto que submete decisões do Supremo ao Legislativo?
Não. A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, como explicou Janio de Freitas, nem sequer discutiu o teor do projeto que propõe a apreciação de determinadas decisões do STF pelo Congresso. “A CCJ apenas examinou, como é de sua função, a chamada admissibilidade do projeto, ou seja, se é admissível que seja discutido em comissões e eventualmente levado a plenário”, explicou Jânio. “A CCJ considerou que sim. E nenhum outro passo o projeto deu.”
E qual foi a atitude de Gilmar neste caso?
Ele afirmou que os parlamentares “rasgaram a Constituição”. Isso só é equiparável, segundo Jânio, à afirmação de Gilmar de que “o Brasil estava sob “estado policial”, quando, no governo Lula, o mesmo ministro denunciou a existência de gravação do seu telefone, jamais exibida ou comprovada pelo próprio ou pela investigação policial”.
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sexta-feira, 26 de abril de 2013

AMAURY JÁ É CANDIDATO ! A PRIVATARIA É IMORTAL !


O livro do Amaury todo mundo leu. Os do FHC , só o Ataulfo Merval.

FHC viajou o mundo para chamar aposentado de vagabundo !!!
O livro do Amaury todo mundo leu. Os do FHC , só o Ataulfo Merval
Quem é ele, quem é ele, diz aí você.
É o maldito FHC.
Chega de Privataria,
de demagogia intelectual.
Na nossa literatura, FHC é do mal.
Na nossa academia, a voz do povo é imortal.
Ele é tucano do bico de pau.
Foi chicote da ditadura e filho de general.
Viajou o mundo para chamar aposentado de vagabundo !
Com essa letra do samba de Edilson do Nascimento e uma trepidante banda, uma delegação especial do Barão de Itararé protocolou, nesta sexta-feira, no centro do Rio, na diretoria administrativa da Academia Brasileira de Letras, a candidatura de Amaury Ribeiro Junior à cadeira numero 36, a que também concorre Fernando Henrique Cardoso.
(No caso de FHC, trata-se da Plataforma-36, ou a P-36.)
Clique aqui para ler “Barão lança candidatura de Amaury”.
Do Sindicato dos Jornalistas, a barulhenta e divertida comitiva foi à ABL, de lá segue para a Cinelândia, presta homenagem a Getulio Vargas, em frente a seu busto, e ali mesmo deixa as águas rolarem, no inesquecivel Bar Amarelinho !
A Privataria é Imortal !!!
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O que Pinochet disse a Alexandre Garcia?

Revelação

Luiz Antonio Cintra, CartaCapital

Prezado jornalista Alexandre Garcia, eu já sabia da sua proximidade com o regime militar brasileiro.
Você foi porta-voz do general João Batista Figueiredo, não se pode esquecer este detalhe do seu extenso currículo profissional.
Lembro-me também da sua participação na cobertura da Guerra das Malvinas, parecia então uma coisa heróica. 
Soube inclusive que rendeu uma homenagem da rainha da Inglaterra, a sua cobertura pró-ingleses, um feito memorável, sem dúvida.
E soube ainda que o governo inglês também gostou demais das suas reportagens.
Foi o que li em um bilhete (clique AQUI) enviado por um diplomata britânico para o governo britânico. O documento é público e pode ser encontrato nos arquivos online da Fundação Margareth Thatcher, recentemente falecida.



Você foi longe, hein Alexandre?
Neste bilhetinho, além da empolgação dos ingleses com o seu perfil profissional, chamou-me a atenção pra valer o ali mencionado encontro seu com o ditador chileno Augusto Pinochet. Uau! Fiquei curioso pra saber sobre o que vocês conversaram.
Alexandre, você e seu faro jornalístico certamente perguntaram ao ditador sobre os milhares de desaparecidos, os assassinatos, as torturas, o estádio do terror, certo? Não perguntaram?
Claro que perguntou, um súdito postiço da rainha da Inglaterra não perderia essa oportunidade.
Ou perderia?
Conta pra gente, Alexandre, conta, vai.
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Ligações Perigosas: Sobrinho do governador do Pará é sócio do empresário acusado de mandar matar o advogado Jorge Pimentel.


Empresário, que é pai do prefeito de Tomé-Açu, está foragido.

No Blog da Perereca

O empresário Carlos Antonio Vieira e o filho dele, o prefeito de Tomé-Açu, Carlos Vinícius: procurados pela polícia.
O empresário castanhalense Eduardo Salles, sobrinho do governador Simão Jatene, é sócio do também empresário Carlos Antonio Vieira, acusado de ser um dos mandantes do duplo homicídio ocorrido no último dia 2 de março, no município de Tomé-Açu, no Nordeste do Pará.
O caso, que ganhou repercussão nacional, teve como vítimas o madeireiro Luciano Capaccio e o advogado Jorge Guilherme de Araújo Pimentel, assassinados por pistoleiros quando jantavam em um restaurante no centro daquela cidade.
Segundo a polícia, Carlos Antonio Vieira e o filho dele, Carlos Vinicius de Melo Vieira, prefeito de Tomé-Açu, seriam os mandantes do crime. Ambos tiveram decretada a prisão preventiva, mas se encontram foragidos.
A Perereca obteve informações da Junta Comercial do Pará (Jucepa) de que Carlos Antonio Vieira é sócio majoritário e administrador da empresa Valle Empreendimentos Imobiliários Ltda (CNPJ: 12.429.651/0001-80).
A Valle Empreendimentos e a E Salles Construções, que pertence ao sobrinho do governador, são sócias na empresa Salles e Valle Empreendimentos Imobiliários, que executa o loteamento Salles Jardins, no município de Castanhal.
Informações divulgadas pela polícia no mês passado dão conta de que os assassinatos de Luciano Capaccio e Jorge Pimentel teriam sido motivados por disputas políticas e por denúncias sobre supostas irregularidades em um empreendimento imobiliário de Carlos Antonio Vieira.
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A autodesmoralização do Supremo


Uma das surpresas das eleições de 2014 poderá ser mesmo a candidatura do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa para o Governo de Minas. O convite feito a ele através do senador Aécio Neves e pelo governador Antonio Anastasia, ambos tucanos.

Por: Paulo Nogueira

Uma das teses mais idiotas que circulam nos círculos de sempre no Brasil afirma haver uma “tentativa de desmoralização” do STF.
Vocês me dão uma pausa para risada?
Ora, não existe propósito em desperdiçar tempo e energia para desmoralizar nada que se autodesmoralize.
Ou alguém afirma que Fux, para ficar num caso, é vítima de uma campanha?
É mentira que ele:
1)Procurou Dirceu?
2)Admitiu que se encontrou com ele em sua campanha patética por uma vaga no Supremo, mas afirmou não saber que Dirceu era réu do Mensalão?
3)Julgou casos em que estava envolvido o escritório de um velho amigo que, não bastasse este vínculo de camaradagem, é patrão de sua filha, num monstruoso conflito de interesses?
Isto se chama “autodesmoralização” em grande escala.
Saiamos de Fux e examinemos seu chefe, Joaquim Barbosa.


Roll Over Fux. Os reais culpados pelo descrédito do STF são os próprios juízes.

Qual a atitude de Barbosa sobre o comportamento de Fux?
Seria muito esperar uma admoestação sobre a busca frenética de apoio político. Afinal, o próprio JB tem uma história não muito edificante neste capítulo. Pobre Frei Betto.
Mas sobre a conexão entre Fux e um grande escritório: nada a dizer? Nenhuma mensagem aos brasileiros?
O silêncio de JB neste assunto – e ele tem conversado com jornalistas como Merval e Mônica Bérgamo para defender a si próprio – é, também ele, desmoralizador.
Desmoraliza a ele mesmo e ao Supremo. (Acrescento aqui que desmoraliza também os jornalistas que o entrevistaram, por deixarem de fazer uma pergunta essencial.)
Gastar 90 mil reais na reforma de banheiros também não contribui para elevar a imagem de JB, e muito menos ele ter chamado de “palhaço” o repórter do Estadão que, ele sim, perguntara o que tinha que ser perguntado.
É importante lembrar, quando se reflete sobre o mensalão e os recursos que vão aparecendo, que os brasileiros não conheciam as monumentais fragilidades dos integrantes do Supremo à época do julgamento.
Vigorava a crença, alimentada pela mídia, de que eram Catões.
A mídia “a serviço do Brasil” não dera a seus leitores as informações mínimas essenciais sobre a natureza real da principal corte brasileira.
Ora, estava escrito num livro de Frei Betto muito anterior ao julgamento como JB chegou ao Supremo – mas nenhuma linha foi dedicada a isso entre as milhares sobre o caso.
Ou não é importante saber que JB foi escolhido não pela excelência e sim porque Lula quis colocar um negro no Supremo?
Diante de tantas informações novas que mostram a face real dos juízes que foram absurdamente incensados, é natural que cresça a pressão para que todos os recursos cabíveis sejam analisados do jeito que devem ser, no Brasil ou no direito internacional.
Havia, antes do julgamento, pistas sobre a debilidade dos juízes, é verdade. Mas eram apenas pistas.
Uma que julgo particularmente forte foi dada por Marco Aurélio Mello.
O discurso que ele fez em maio de 2006, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral, é revelador.
Vou selecionar duas frases que valem por mil:
1) “Não passa dia sem depararmos com manchete de escândalos.”
2)“Perplexos, percebemos, na simples comparação entre o discurso oficial e as notícias jornalísticas, que o Brasil se tornou um país do faz-de-conta.”
O que está dito aí é que Mello tomou como absolutamente verdadeiras as notícias que leu num momento de acachapante vale tudo jornalístico em que todas as fronteiras éticas foram cruzadas.
O símbolo dessa era foi uma capa da Veja em que se publicou um dossiê com a informaçãode que Lula tinha milhões no exterior . Ah, sim, os leitores entre vírgulas foram avisados de que a revista não conseguira confirmar nem desmentir uma informação de tamanha gravidade.
Foi o boimate na versão política.
Crer cegamente na imprensa – nas manchetes – como Mello pode levar a erros brutais.
E não só no Brasil.
Nos dez anos da Guerra do Iraque, há algumas semanas, a mídia americana foi obrigada a enfrentar os erros colossais que cometeu na época.
O maior deles – que representou o apoio a um ataque que acabaria por destruir virtualmente um país inteiro – foi afirmar que o Iraque tinha, como dissera Bush, “armas de alto poder de destruição”.
Não tinha.
Olhando para trás, as marcas da precariedade do Supremo já estavam impressas naquele bestialógico de 2006 – aliás saudado como “discurso histórico” por alguns colunistas.
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Boston: Tamerlan era informante do FBI? E por que estava nu? 10 teorias conspiratórias sobre os atentados


Ruslan, tio dos suspeitos: homem da CIA

Por: Kiko Nogueira

A montanha de teorias conspiratórias sobre os atentados em Boston foi alimentada pelas imagens geradas desde o dia fatídico. Nunca antes na história daquele país uma explosão foi tão documentada de tantos ângulos e por tanta gente. Ao invés de isso ajudar a esclarecer os fatos, o efeito é contrário. Cada sujeito de boné, cada gota de sangue, cada policial é alvo de alguma tese maluca. De acordo com alguns psicólogos, é parte da necessidade humana de ter uma explicação para tudo o que acontece. Isso nos daria um certo conforto diante de tragédias. Existem, também, as pessoas que vivem disso para disseminar o medo, sabe-se lá com que intenção. Sem contar os que não têm nada para fazer.
O Tsarnaev mais velho, Tamerlan, era, segundo a CNN, seguidor de Alex Jones, o fanático que tem um império de comunicação especializado em versões estapafúrdias para alimentar sua crença: a de que o governo americano é tirânico e quer acabar com os direitos individuais da população. Jones é dono do site Infowars, que está nesse momento chafurdado em delírios.
Jones, porém, é um a mais na barafunda de visões alternativas dos atentados. Eu mesmo recebi duas delas por email (uma dava conta de que eram todos atores). O Guardian fez uma lista das dez teorias conspiratórias mais difundidas.
O ataque de “bandeira falsa”
Em uma declaração televisionada nacionalmente, Dan Bidondi, do site Infowars, perguntou: “É este mais um ataque de bandeira falsa, encenado para tirar nossas liberdades civis e promover a segurança interna, enquanto revistam nossas calças nas ruas?”
O termo “bandeira falsa” descreve um ataque forjado para justificar a expansão do poderio do governo. Tem origem nas batalhas navais. Bidondi claramente pensa que o governo os organiza para retirar as liberdades civis dos norte-americanos.
A deputada estadual de New Hampshire Stella Tremblay também acredita nisso. Tremblay uma vez divulgou um vídeo adulterado que “provava” que Barack Obama não nasceu nos EUA. Além disso, um dos conselheiros de Tremblay disse que os EUA ainda estavam sob o controle da rainha Elizabeth II. Os organizadores sabiam que o ataque ia ocorrer
Uma das teorias mais populares foi espalhada pelo corredor de Boston Alastair Stevenson. “Na linha de partida, havia cães farejadores e o esquadrão antibomba lá fora”, disse Stevenson. “Eles ficavam dizendo aos corredores que não se assustassem, que estavam executando um exercício de treinamento.”
Esta teoria se baseia no testemunho de uma pessoa que sofreu um evento muito traumático, mas muitos teóricos a estão usando como uma peça-chave, preferindo ignorar a frequência de cães farejadores de bombas e equipes policiais em grandes eventos nos EUA.
O homem nu
A polícia prendeu um homem nu, que algumas agências de notícias disseram apressadamente ser um dos suspeitos. Acabou não sendo o caso, mas alguns teóricos optaram por acreditar que o homem que aparece num vídeo granulado é Tamerlan Tsarnaev, que foi morto durante a perseguição. Tudo porque ele tem cabelo preto e uma cor de pele similar.



O suspeito na capa do New York Post é o culpado
O New York Post irresponsavelmente identificou dois jovens como suspeitos na primeira página. Logo após os ataques, o Post relatou erroneamente que um deles era um “saudita”. Ele foi a isca para os teóricos da conspiração que optaram por acreditar que se trata do responsável. Esta teoria é destaque em blogs que dizem coisas como: “É bom ficar aflito com a islamofobia?” Uma pergunta retórica com a resposta positiva embutida.
Esses teóricos também acreditam que ele é responsável porque Michelle Obama, aparentemente, o visitou no hospital, o secretário de estado John Kerry supostamente teve um encontro privado com o ministro das Relações Exteriores saudita depois do artigo do New York Post e Barack Obama, supostamente, tinha uma reunião programada com o embaixador dos EUA na Arábia Saudita.
Tio Ruslan e a CIA
O site Madcowprod.com, de Daniel Hopsicker, afirma ter “reportagens investigativas sobre o comércio de drogas, o 11 de Setembro e o crime patrocinado pelo estado”. Sua “investigação” sobre a Maratona de Boston sugere que o tio dos suspeitos, Ruslan Tsarni, trabalhou com a CIA, os chefes do crime chechenos e outros grupos, num thriller de segunda categoria. É claro que essas supostas ligações têm a ver com as motivações dos suspeitos para as explosões.
Os tuítes do Boston Globe
O Boston Globe publicou tweets dizendo que uma explosão controlada estaria acontecendo na Boylston Street, a cena dos ataques. Esses tweets foram aparentemente publicados antes das explosões. O gerente de produto sênior do Boston Globe Damon Kiesow explicou tudo. Basicamente, a hora em que o tweet é publicado coincide com o fuso horário da conta de quem lê.
Os memoriais do Facebook
Mais do mundo da mídia social, sempre confiável. Duas páginas do Facebook em memória às vítimas foram supostamente criadas antes das explosões. Lição do Facebook: os usuários podem escolher a data em que sua página foi criada, fundada etc É isso. O que vale a pena questionar é: por que alguém iria criar uma página de memorial no FB para uma tragédia que eles sabiam que ia acontecer?
Tamerlan Tsarnaev: informante do FBI?
Serviços de segurança russos se aproximaram do FBI para obter informações sobre Tsarnaev no início de 2011 por causa de suas opiniões radicais. No entanto, quando Tsarnaev voltou para os EUA em 2012, ele não foi rastreado por autoridades americanas. Os teóricos da conspiração vêem nisso uma evidência de que Tsarnaev era um informante do FBI porque ele já era aparentemente suspeito, mas não o suficiente para ser amplamente investigado. Alguns teóricos da conspiração, aparentemente, têm fé considerável no sistema burocrático dos Estados Unidos.
Militares causaram as explosões
Dois homens usando chapéus e mochilas, e que não são os irmãos Tsarnaev, podem ser vistos nas fotos antes e depois da explosão. A suposição que prevalece é a de que eles são militares que orquestraram o ataque – e não autoridades presentes no evento para sua segurança. Alex Jones e sua tripulação do Infowars gostam desta “prova”.
A defesa de Dzhokhar Tsarnaev
Os teóricos têm levantado uma série de questões sobre o envolvimento de Dzhokhar nas explosões. Há alegações de que fotos dele na cena do crime foram adulteradas e eles questionam a veracidade dos relatos de sua captura num barco em Watertown, Massachusetts. Uma das teses dominantes é que Dzhokhar afastou-se da cena com a mochila na mão, como mostra a foto abaixo.

Por que os EUA são o único país a contestar a eleição de Maduro


Kerry ao resgate

Segundo o secretário John Kerry, a América Latina é o “quintal” americano.

Publicado no Guardian.

Enquanto a maioria das notícias sobre a Venezuela, desde a eleição presidencial de 14 de abril, foi sobre os esforços do candidato perdedor Henrique Capriles de contestar os resultados, uma outra campanha, com sede em Washington, era bastante reveladora – e as duas eram definitivamente ligadas. Sem um apoio forte de Washington – a primeira vez que os EUA se recusaram a reconhecer o resultado de eleições da Venezuela -, é improvável que Capriles tivesse se juntado aos elementos mais barra pesada de seu time para fingir que a eleição foi roubada.
Os esforços de Washington para deslegitimar a eleição marcam uma escalada significativa dos esforços dos EUA na mudança de regime na Venezuela. Desde seu envolvimento no golpe militar de 2002 que o governo dos EUA não fazia tanta força para promover o conflito aberto na Venezuela. Quando a Casa Branca anunciou pela primeira vez, na segunda-feira, que uma auditoria de 100% dos votos era “um importante passo, prudente e necessário”, não se tratava de um esforço verdadeiro para promover uma recontagem.
Chegou-se ao ponto de dizer ao governo da Venezuela o que era necessário para fazer suas eleições legítimas. Esta foi também a resposta rápida aos esforços de Nicolás Maduro, de acordo com o New York Times de 15 de Abril, quando ele se aproximou da administração Obama para melhorar as relações, através do ex-secretário de energia de Clinton, Bill Richardson.
Mas o esforço da equipe de Obama falhou miseravelmente. Na quarta-feira, o governo da Espanha, o único aliado importante dos EUA a apoiar uma “auditoria de 100%”, reverteu sua posição e reconheceu a eleição de Maduro. Em seguida, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, recuou de seu alinhamento prévio com a administração Obama e reconheceu o resultado.
Não foram apenas os governos de esquerda da Argentina, Brasil, Equador, Bolívia e Uruguai que rapidamente felicitaram Maduro por sua vitória, mas os do México, Colômbia, República Dominicana, Guatemala, Haiti e outros. A administração Obama foi completamente isolada do mundo.
Os esforços desajeitados de Washington também ajudaram a destacar a eleição como uma questão de soberania nacional, algo que é profundamente apreciado na região. “Os americanos deveriam cuidar de seu próprio negócio um pouco e deixar a gente decidir o nosso próprio destino”, disse Lula em um comício no Brasil. Claro, havia gritos de ironia: George W Bush, “derrotado” por Al Gore em 2000, perdeu no voto popular e “ganhou” na Florida, oficialmente, por talvez 900 votos, sem nenhuma recontagem.
Mas a exigência de uma recontagem dos votos na Venezuela foi uma farsa desde o início. Os eleitores marcam sua escolha pressionando a tela sensível ao toque em um computador, o que imprime um recibo do voto. O eleitor verifica o recibo e o deposita em uma urna. Quando do fechamento das urnas, 53% das máquinas são selecionadas aleatoriamente e seus resultados comparados com os de papel, na frente de testemunhas de todos os lados. Não houve relatos de incompatibilidades até agora, nem mesmo o campo da oposição.
O representante da oposição no Conselho Nacional Eleitoral, Vicente Díaz, reconheceu “sem dúvida” que a contagem dos votos foi precisa. “Sem dúvida” é um eufemismo. O meu colega David Rosnick calculou a probabilidade de que estender uma auditoria para os restantes 47% das máquinas pudesse mudar o resultado da eleição: cerca de um em 25 trilhões.
Na quinta-feira à noite, o CNE da Venezuela concordou em fazer uma auditoria completa dos votos restantes e Capriles cancelou seus protestos. Mas não está claro o que a auditoria implica. A votação legal na Venezuela é o voto da máquina (como em partes dos Estados Unidos, onde há votação eletrônica), o recibo de papel não é um voto, e não é claro que seria possível auditar os votos remanescentes da maneira que os primeiros 53% foram auditados no local.
Na quarta-feira, o secretário de Estado John Kerry, dizendo perante o Congresso que os EUA se recusavam a reconhecer as eleições na Venezuela, referiu à América Latina como o “quintal” dos Estados Unidos. Opa. Bem, o desprezo era óbvio de qualquer maneira, não?
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Boston: Mãe dos acusados pelos atentados fala em armação

Zubeidat e o marido, Anzor Tsarnaev, devem embarcar ainda nesta semana para os EUA para depor ao FBI

Denise Chrispim Marin

WASHINGTON - Em entrevista à rede de televisão CNN nesta quinta-feira, 25,, na república russa do Daguestão, Zubeidat Tsarnaeva insistiu na inocência de seus filhos Tamerlan e Dzhokhar e negou ter havido explosões em Boston. Para ela, foi tudo uma "armação".
"É o que eu quero saber (o que ocorreu). Porque todo mundo está falando que isso é um show", afirmou. Ela disse que as imagens de sangue seriam, na verdade, tinta. Durante a entrevista, reconheceu a existência de vítimas. "Lamento por todas elas", afirmou.
Zubeidat e o pai dos suspeitos, Anzor Tsarnaev, devem embarcar ainda nesta semana aos Estados Unidos para depor ao FBI. Autoridades do FSB, a agência russa de inteligência, e diplomatas americanos tomaram o primeiro depoimento de Zubeidat na quarta-feira.
Autor confesso do atentado, Dzhokhar Tsarnaev, de 19 anos, recupera-se em um hospital de Boston de ferimentos na garganta - há indícios de que são resultado de uma tentativa de suicídio durante o cerco policial -, nos braços e nas pernas. Ele foi indiciado por conspiração e ação terrorista pela Justiça Federal americana.
Ele insistiu em seus primeiros depoimentos, por escrito, que não houve cúmplices ou outros envolvidos na ação. O plano, segundo ele, foi motivado por razões religiosas - os irmãos são muçulmanos - e como reação às guerras dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Ele deverá se apresentar a um tribunal em 30 de maio. Por seus crimes, poderá ser condenado a prisão perpétua ou pena de morte.

Veja trechos da entrevista de Zubeidat e Anzor:


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RENAN RECOLOCA O STF NO SEU DEVIDO LUGAR



Considerando uma "invasão" sobre o Poder Legislativo a liminar concedida na quarta-feira pelo ministro Gilmar Mendes, que determinou a suspensão da tramitação do projeto de lei que estabelece novas regras para a criação de partidos políticos, presidente do Senado foi taxativo: "Não aceitamos que o Judiciário influa nas decisões legislativas, de modo que consideramos isso uma invasão"; agravo regimental será impetrado; "Vamos dar ao STF a oportunidade de rever a decisão", disse Renan Calheiros; ênfase e protocolo.
No recurso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirma que a liminar concedida por Gilmar Mendes ao mandado de segurança levado ao STF por Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) "ofende a Constituição", transforma o STF num "suprapoder", acima dos demais, e enfraquece a democracia; embate é crucial para os rumos do País

Artigo 52 da Constituição Federal aprovada pelos representantes do povo, em 1988:

Do Senado Federal:

Compete privativamente ao Senado Federal:

X. suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.

Artigo 49 da Constituição Federal, aprovada pelos representantes do povo, em 1988:

É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

XI. zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos outros poderes
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É O MENSALÃO, ESTÚPIDO !


No julgamento do mensalão, o Gilmar e o Gurgel disseram ao PT: comam brioches!

O PiG se estrebucha com a “crise” do Legislativo vs Judiciário.
Ou melhor, do Nazareno com o Gilmar.
A “crise” está na manchete de todos os piguentos periódicos, a serviço, como sempre da Big House.
Ataulfo Merval de Paiva recebeu outra mensagem psicografada de Gilmar Dantas, aquele que promoveu uma “mutação constitucional”, com o que o Imperador Justiniano chamou de “truque hermenêutico”.
Gilmar é o símbolo e o responsável pela “crise”: um irresponsável, na verdade, segundo Nassif, uma pessoa bem educada.
Gilmar é o gérmen da ilegitimidade de um Supremo que se transforma em Supremo tapetão da minoria, como disse ao ansioso blogueiro o destemido Nazareno Fonteles.
Começou nos dois HCs Canguru ao imaculado banqueiro, uma tentativa provisoriamente bem sucedida de cobrir a retaguarda da Privataria Tucana de que participou, assim como seu patrono, o FHC.
Clique aqui para ver como jornal nacional descreveu a tentativa de suborno de um agente federal pelo imaculado banqueiro e que o Gilmar ignorou para conceder o segundo dos HC Canguru.
Começou ali: o imaculado banqueiro foi a agulha e a linha do tapetão.
A consumação foi o julgamento de exceção do mensalão (do PT), o mentirão da Hildegard.
A arbitrariedade, a condenação sem provas, a fraude da teoria do “domínio do fato” e o papel partidário, parcial do Ministério Público, transformado em facção política em Goiás (do Demóstenes), no Maranhão (da Roseana) e em Minas (do Aécio).
E tudo ao vivo na GloboNews, exaustivamente exposto no jornal nacional, com os os históricos 18′.
O gênio saiu da garrafa.
A galera entrou no Palácio de Versailles.
E faz xixi no banheiro.
É a reação agora incontrolável de quem se sente subjugado por uma força acima da Lei.
Que simula julgar para legislar.
Que pretende ser o Legislativo e o Executivo e controlar a imprensa.
Seja através de mensagens psicografadas, seja com processos judiciais que não passam de censura pela manipulação da Justiça e do Ministerio Público.
Gilmar e Roberto Gurgel, que Collor chama de “prevaricador” são o simbolo dessa organização que, no mensalão (o do PT), ultrapassou os limites da prudencia.
Eles ganharam demais.
Eles sobre-ganharam.
E se encheram de jactância.
Disseram ao PT: comam brioche !
E os colonistas multi-uso do PiG, que nada sabem de tudo – para citar o Requião –, obedientes, davam ao Golpe a legitimidade dos holofotes.
Os “juristas” da FGV eram outra fonte de “legitimidade” do arbítrio: montaram Supreminhos no PIG, que funcionam como barracas de quermesse para vender matrículas envoltas em algodão doce.
É o negócio à parte dos “juristas” da Big House: o negocio da educação privada.
Agora, não tem mais volta.
O Supremo está na boca do povo.
Foi o mensalão, estúpido.
Clique aqui para ler “Cristina K peita o Supremo. Ah !, que inveja !”.

Paulo Henrique Amorim
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quinta-feira, 25 de abril de 2013

O BEIJO DO GORDO



Não é à toa que Collor o chama de “prevaricador”.

FaloPorqueTenhoBoca

Não bastasse ter votado a favor do direito de Demóstenes Torres à polpuda vitaliciedade no Ministério Público, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pediu abertura de inquérito para apurar um suposto repasse de 100 mil reais de Marcos Valério para uma empresa de Freud Godoy, ex-segurança do Lula. Segundo Valério o dinheiro era do Mensalão e serviu pra pagar despesas pessoais de Lula.
O Josias de Souza (é da Folha/UOL, hein!) mostra o seguinte: a mesma denúncia já foi investigada pela Polícia Federal em 2006, no inquérito do Mensalão. AQ Polícia Federal chegou a pedir diligência complementar pra apurar o fato, que foi negada pelo ministro Joaquim Barbosa, relator do processo. Ou seja, Roberto Gurgel pediu abertura de novo inquérito pra apurar algo que já foi apurado. A finalidade foi apenas constranger Lula e fazer o Mensalão render mais mídia negativa pro Governo e pro PT.
Se eu ainda tinha dúvida, a partir de agora sou franco apoiador da PEC 37. Uma instituição que investiga com o fígado, a serviço de interesses que não confessa (ou não pode confessar) não pode ter poder de investigação. Tem que acabar com essa excrecência. Cada instituição deve ter seu papel bem definido. Polícia investiga e Ministério Público fiscaliza a investigação. Que passe a PEC 37. Isso não tem absolutamente nada a ver com conivência com a corrupção.
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Folha financiava operações na ditadura e Frias era amigo de Fleury


O ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra (23) fez uma série de revelações nesta terça-feira (23), em depoimento à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, sobre episódios da ditadura militar. Detalhou o caso conhecido como 'chacina da Lapa' e tratou da participação do dono da Folha de S. Paulo e de outros empresários no apoio financeiro à repressão.

Portal Terra

O ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra afirmou nesta terça-feira (23), à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, que foi o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S. Paulo, na década de 1980, e afirmou que a ditadura, a partir de 1980, decidiu desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda no País.
“Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse o ex-delegado em entrevista ao vereador Natalini (PV), que foi ao Espírito Santo conversar com Guerra.
No depoimento, Guerra afirmou que “ficava clandestinamente à disposição do escritório do Sistema Nacional de Informações (SNI)” e realizava execuções a pedido do órgão.
Entre suas atividades na cidade de São Paulo, Guerra afirmou ter feito pelo menos três execuções a pedido do SNI. “Só vim saber o nome de pessoas que morreram quando fomos ver datas e locais que fiz a execução”, afirmou o ex-delegado, dizendo que, mesmo para ele, as ações eram secretas.
Guerra falou também do Coronel Brilhante Ustra e do delegado Sérgio Paranhos Fleury, a quem acusou de tortura e assassinatos. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade (grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele)”, acusou.
O ex-delegado disse também que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em 1976.
“Eu estava na cobertura, fiz os primeiros disparos para intimidar. Entrou o Fleury com sua equipe. Não teve resistência, o Fleury metralhou. As armas que disseram que estavam lá foram ‘plantadas’, afirmo com toda a segurança”, contou.
Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.
Segundo ele, a irmandade teria garantido que antigos membros até hoje tivessem uma boa situação financeira.
‘Enterrar estava dando problema’
Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.  
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