domingo, 30 de setembro de 2018

Debate da Record com candidatos

O DIA EM QUE O BRASIL SE LEVANTOU CONTRA O FASCISMO


Numa tentativa patética de negar a realidade, bolsonaristas estão acusando a fotografia acima, 
que mostra o Largo do Batata lotado, de ser do carnaval, outros dizem ser da Copa. A imagem, 
de Rovena Rosa, da Agência Brasil, está disponível neste link.POR AQUILES LINS
Este sábado 29 de setembro de 2018 será registrado na história como o dia em que o povo foi às ruas 
do País para dizer não ao fascismo e para reafirmar a democracia. Liderado por mulheres, reunidas 
nas redes sociais, o movimento #EleNão registrou protestos contra o candidato Jair Bolsonaro em 62 
cidades do País e outras 66 no exterior.
Foram manifestações pacíficas, suprapartidárias, que reuniram todos os segmentos da sociedade para 
dizer que o Brasil não quer um presidente que defende a ditadura militar, que faz apologia à tortura, 
que não respeita mulheres, negros, gays, índios, defende a continuação da agenda de Michel Temer 
e, principalmente, que demonstra desprezo pelas regras da democracia.
Esta demonstração gigantesca de repúdio encontra um Bolsonaro convalescente, estagnado nas 
pesquisas e com rejeição de 46% dos eleitores, dos quais as mulheres são 52%, segundo o Datafolha. 
No segundo turno, Bolsonaro perde para o candidato Fernando Haddad por 45% a 39%. Confirmada, 
será a quinta eleição presidencial consecutiva vencida pela PT.
Majoritariamente a eleição de Luiz Lula Inácio da Silva, que está preso e aos olhos do mundo é 
denunciado como vítima de uma perseguição política jamais vista desde a ditadura. Cassaram-lhe os 
direitos políticos, numa afronta à ONU, e da cela da Polícia Federal em Curitiba ele será eleito na 
pessoa de Fernando Haddad.
O surgimento e a ascensão de Jair Bolsonaro de certa maneira foram importantes para mostrar ao 
País que as ideia que ele representa estão amalgamadas numa parcela considerável da população. 
Mais importante, entretanto, é que o Brasil indicou nesse sábado que fará sua opção pela manutenção 
da democracia, pelo reconhecimento do protagonismo das mulheres, pelo repúdio à opressão de 
minorias, ao armamento desenfreado antes de se resolver o problema da fome, da desigualdade. O 
próximo dia 28 de outubro será o nosso marco civilizatório.
A maior manifestação popular de 2018 foi contra o fascismo e a favor da democracia. Foi um dia 
para sentir orgulho do Brasil.
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sábado, 29 de setembro de 2018

APÓS SAIR DE HOSPITAL, BOLSONARO É CHAMADO DE LIXO FASCISTA EM AVIÃO


Após deixar o hospital Albert Einstein (SP) e entrar num avião para embarcar ao Rio de 
Janeiro, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) enfrentou protestos e foi chamado de "lixo 
fascista". Os passageiros continuaram gritando "fascista" contra o candidato, conhecido por 
suas posições extremistas, como defesa de pena de morte, posse de arma para a população; 
assista ao vídeo.

#ELENÃO EM SANTARÉM SURPREENDE!! E DISPENSA UM MONUMENTAL TCHAU QUERIDO AO BOZO







É HOJE: MULHERIO DO #ELENÃO VAI PARA AS RUAS CONTRA O BOÇALNARISMO


EM SANTARÉM NA PRAÇA DA 
MATRIZ ÁS 17:00 HORAS
Em pelo menos 30 cidades do país, incluindo Santarém, o movimento #EleNão das mulheres contra 
Jair Bolsonaro, o candidato homofóbico e misógeno do nanico PSL, marcou manifestações para este 
sábado que podem ser decisivas para as eleições de 2018.
Basta ver a composição do eleitorado brasileiro: 52,5% dos eleitores são mulheres e, neste 
contingente, 52% delas declararam ao último Datafolha que não votarão de jeito nenhum no capitão 
reformado do Exército que já casou três vezes (ele se diz o candidato da família).
No total do eleitorado, a rejeição de Bolsonaro subiu de 43% para 46%, o que praticamente 
inviabiliza sua vitória no segundo turno, em que perde para todos os demais candidatos, segundo a 
pesquisa divulgada na sexta-feira.
Na rede social, o movimento já tinha 80 mil internautas confirmados e 233 mil interessados, só em 
São Paulo, onde o ato de protesto está marcado para as 15 horas, no Largo da Batata, em Pinheiros.
No mesmo horário, haverá concentração na Cinelândia, no centro do Rio. Em Belo Horizonte, uma 
passeata sairá da praça Sete de Setembro ao meio dia.
Estão programadas também manifestações contra Bolsonaro em Berlim, Buenos Aires, Paris, 
Londres, Lisboa, Nova York e Washington.
Até Madonna já aderiu ao movimento de artistas liderado por Sonia Braga, Letícia Sabatella, 
Fernanda Lima, Anitta e Daniela Mercury, entre dezenas de outras atrizes e cantoras. .
Em resposta ao protesto das mulheres, apoiadores de Bolsonaro criaram a hashtag #EleSim formado 
em sua maioria por homens brancos marombados, de cabelos curtos e óculos escuros, no estilo 
Alexandre Frota, o garoto propaganda da extrema direita.
Em São Paulo, eles estão convocando seus seguidores para uma manifestação de apoio a Bolsonaro 
no domingo, em frente ao Masp, na avenida Paulista, a partir das 14 horas.
Será mais uma sessão nostalgia, marcando o reencontro dos paneleiros com camisas amarelas da 
CBF, que ocuparam a avenida em 2016, levando babás e cachorrinhos, nas manifestações pelo 
impeachment de Dilma.
Bom final de semana a todos.

PARA ATENDER O RETARDOEDO FUX CASSA LEWANDOWSKI

Eu não disse que o Juiz dos Juízes, Sérgio Moro,tem poder?
Luiz Fux, o ministro do auxílio-moradia, acaba de conceder uma liminar suspendendo a divulgação 
de entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite desta sexta-feira (28). O pedido, 
feito pela Folha de S.Paulo, tinha sido deferido por Ricardo Lewandowski, do mesmo STF, hoje pela 
manhã.
A liminar pedindo a suspensão da entrevista foi protocolada pelo Partido Novo. Fux determinou que 
Lula “se abstenha de realizar entrevista ou declaração a qualquer meio de comunicação, seja a 
imprensa ou outro veículo destinado à transmissão de informação para o público em geral”.
Será interessante ver a argumentação de Fux para proibir tanto a liberdade de imprensa quanto a livre 
manifestação do pensamento de um cidadão que, segundo a Constituição, está em pleno exercício 
dos seus direitos civis, pois não tem sentença transitada em julgado.
Como aqueles árbitros suspeitos do futebol, devidamente justiçados pelos gritos da platéia, Fux 
marcou “perigo de gol”
Atendeu ao interesse de um partido político – o dos magnatas do Novo – para impedir que a opinião 
política de um cidadão em pleno gozo dos direitos seja ouvida.
Um cidadão que é ex-Presidente da República.
Palavra com o advogado da Folha, tão censurada quanto o ex-presidente: ““A decisão do ministro 
Fux é o mais grave ato de censura desde o regime militar. É uma bofetada na democracia brasileira. 
Revela uma visão mesquinha da liberdade de expressão”, disse Luís Francisco Carvalho Filho, 
advogado da Folha.
Abstenho-me de falar sobre o caráter de Luiz Fux, porque ele tem poder e eu não tenho dinheiro 
sequer para comprar perucas vistosas e topetudas no exterior.
Lula, calado compulsoriamente, diz mais verdades que o lamentável ministro.
Que, para voltar às metáforas futebolísticas, esqueceu da velha regra das torcidas diante de um juiz 
deste tipo.
“Quem rouba, perde”.
Aquele clima de paz no Supremo que seu novo presidente, Dias Toffoli, queria alcançar, morreu no 
berço.
Ricardo Lewandowski não vai aceitar a desautorização sumária por parte do “colega”.
É Sérgio Moro dentro do STF.
E eu quero ver a mídia defendendo a censura…

NO DATA FALHA A UNICA NOVIDADE É HADDAD ABRINDO 6 PONTOS SOBRE O BOZO NO SEGUNDO TURNO


Pesquisa Datafolha para presidente: Bolsonaro, 28%; Haddad, 22%; Ciro, 11%; Alckmin, 
10%; Marina, 5%
O Datafolha divulgou nesta sexta-feira (28) o 
resultado da mais recente pesquisa de intenção 
de voto na eleição presidencial.
A pesquisa ouviu 9 mil eleitores entre quarta-feira (26) e sexta-feira (28).
O nível de confiança da pesquisa é de 95%. Isso quer dizer que há uma probabilidade de 95% de os 
resultados retratarem a realidade, considerando a margem de erro, que é de 2 pontos, para mais ou 
para menos.
Os resultados foram os seguintes:
*Jair Bolsonaro (PSL): 28%
*Fernando Haddad (PT): 22%
*Ciro Gomes (PDT): 11%
*Geraldo Alckmin (PSDB): 10%
*Marina Silva (Rede): 5%
*João Amoêdo (Novo): 3%
*Henrique Meirelles (MDB): 2%
Álvaro Dias (Podemos): 2%
Cabo Daciolo (Patriota): 1%
Vera Lúcia (PSTU): 1%
Guilherme Boulos (PSOL): 1%
João Goulart Filho (PPL): 0%
Eymael (DC): 0%
Branco/nulos: 10%
Não sabe/não respondeu: 5%


Pesquisa Datafolha – Evolução da intenção de voto para presidente. — Foto: Arte/G1

Em relação ao levantamento anterior do instituto, divulgado na quinta-feira (20):
*Bolsonaro ficou estável com 28%;
*Haddad subiu de 16% para 22%;
*Ciro passou de 13% para 11%;
*Alckmin oscilou de 9% para 10%;
Ciro Gomes e Alckmin estão tecnicamente empatados.
*Marina passou de 7% para 5%;
Os indecisos se mantiveram em 5% e os brancos ou nulos, de 12% para 10%.
Rejeição
O Instituto também perguntou: “Em quais desses nomes ___________ você não votaria de jeito 
nenhum no primeiro turno da eleição para presidente deste ano? E qual mais? “.
Neste levantamento, portanto, os entrevistados podem citar mais de um candidato. Por isso, os 
resultados somam mais de 100%.
Os resultados foram
*Bolsonaro: 46%
*Haddad: 32%
*Marina: 28%
*Alckmin: 24%
*Ciro: 21%
Rejeita todos: 4%
Votaria em qualquer um: 2%
Não sabe/não respondeu: 4%

Pesquisa Datafolha – Evolução da taxa de rejeição na intenção de voto para presidente. 

Haddad 45% x 39% Bolsonaro (branco/nulo: 13%; não sabe: 2%)
Pesquisa Datafolha – Simulação de segundo turno entre Haddad x Bolsonaro — Foto: Arte/G1

Sobre a pesquisa
Margem de erro: 2 pontos percentuais para mais ou para menos
Entrevistados: 9 mil eleitores em 343 municípios
Quando a pesquisa foi feita: 26, 27 e 28 de setembro
Registro no TSE: BR-08687/2018
Nível de confiança: 95%
Contratantes da pesquisa: TV Globo e “Folha de S.Paulo”

MARCELO ADNET SHOW!! BLABLARINA, CIRO, BOZO, HADDAD, CHU CHU









ES-CÂN-DA-LO! LUIZ AUXILIO MORADIA FUX PISA EM LEWANDOWSK E CENSURA A FOLHA!


E chamam de Supremo Tribunal...
Deu na Fel-lha: Fux proíbe Folha de entrevistar Lula e 
determina censura prévia 

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu na noite desta sexta (28) uma 
liminar concedida mais cedo por seu colega Ricardo Lewandowski e proibiu o ex-presidente Luiz 
Inácio Lula da Silva de dar entrevista à Folha na prisão. Conforme a decisão de Fux, se a entrevista 
já tiver sido realizada, sua divulgação está censurada.
Lula está preso desde abril depois de ter sido condenado em segundo grau por corrupção e lavagem 
de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP). A decisão de Fux vai ao plenário para ser ou não 
referendada.
“Determino que o requerido Luiz Inácio Lula da Silva se abstenha de realizar entrevista ou 
declaração a qualquer meio de comunicação, seja a imprensa ou outro veículo destinado à 
transmissão de informação para o público em geral”, escreveu Fux. 
“Determino, ainda, caso qualquer entrevista ou declaração já tenha sido realizada por parte do 
aludido requerido, a proibição da divulgação do seu conteúdo por qualquer forma, sob pena da 
configuração de crime de desobediência”, completou.
“A decisão do ministro Fux é o mais grave ato de censura desde o regime militar. É uma bofetada na 
democracia brasileira. Revela uma visão mesquinha da liberdade de expressão", disse Luís Francisco 
Carvalho Filho, advogado da Folha.
​Fux atendeu a um pedido de suspensão de liminar formulado nesta sexta pelo partido Novo, 
adversário do PT nas eleições. O processo foi registrado para apreciação do presidente da corte, Dias 
Toffoli, por volta das 19h. Em seguida, segundo os deslocamentos registrados no site do STF, a 
presidência o enviou para a Seção de Processos Diversos, que, por sua vez, o remeteu a Fux, que é o 
vice-presidente.
Pela manhã, Lewandowski havia autorizado que Lula concedesse entrevista na prisão à colunista da 
Folha Mônica Bergamo. Ele havia atendido a uma reclamação do jornal que argumentou que decisão 
da 12ª Vara Federal em Curitiba, que proibira a entrevista, impedia o livre exercício do jornalismo.
“Não raro, diversos meios de comunicação entrevistam presos por todo o país, sem que isso acarrete 
problemas maiores ao sistema carcerário [...] Portanto, permitir o acesso de determinada publicação 
e impedir o de outros veículos de imprensa configura nítida quebra no tratamento isonômico entre 
eles, de modo a merecer a devida correção de rumos por esta Suprema Corte”, afirmou 
Lewandowski na sua decisão, agora suspensa.
O partido Novo afirmou, ao pedir a suspensão da entrevista, que o PT tem apresentado Lula 
reiteradas vezes como integrante da chapa que disputa a Presidência, o que desinforma os eleitores. 
Lula foi barrado pela Justiça com base na Lei da Ficha Limpa e o PT lançou Fernando Haddad em 
seu lugar.
Fux escreveu em sua decisão que a regulação da livre expressão de ideias, sobretudo no período 
eleitoral, protege o bom funcionamento da democracia. “A desinformação do eleitor compromete a 
capacidade de um sistema democrático para escolher mandatários políticos de qualidade”, 
considerou.
“No caso em apreço, há elevado risco de que a divulgação de entrevista com o requerido Luiz Inácio 
Lula da Silva, que teve seu registro de candidatura indeferido, cause desinformação na véspera do 
sufrágio, considerando a proximidade do primeiro turno das eleições presidenciais”, afirmou Fux.
A Procuradoria-Geral da República divulgou nota na sexta afirmando que não iria recorrer da 
decisão de Lewandowski. 
"Em respeito à liberdade de imprensa, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, não 
recorrerá de decisão judicial que autorizou a entrevista do ex-presidente Lula a um veículo de 
comunicação", diz o texto da Secretaria de Comunicação do Ministério Público Federal.
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O Ministro Luiz Moradia Fux é aquele que sentou em cima do auxílio-moradia.
Ele é suspeito de tentar beneficiar a filhoca, desembargadora precoce, que recebe o auxílio, ainda 
que tenha dois imóveis no bairro miserável do Leblon, no Rio.
Fux é aquele que prometeu "matar no peito" a acusação contra José Dirceu no mensalão (o do PT, 
porque o do PSDB o presidente Joaquim Barbosa escondeu nas grutas de Maquiné).
O ansioso blogueiro ouviu de quatro pessoas que Fux tinha prometido "matar no peito".
Na entrevista que concedeu à TV Afiada, o ministro José Dirceu prometeu para o Volume II de suas 
Memórias descrever as atividades pré-eleitorais do então candidato ao Supremo.
Fux faz parte do núcleo duro da Direita Suprema: senta-se ao lado do operário-padrão da Globo e 
diante do Ministrário Gilmar Mendes.
E ainda chamam isso de Supremo Tribunal!
Viva a República Federativa da Cloaca!

PHA

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

LULA: ESSE DOUTOR HONORIS CAUSA – MAIS UM TÍTULO PARA O PRESIDENTE MAIS PREMIADO QUE O BRASIL JÁ TEVE

 
O ex-presidente Lula foi homenageado pela Universidade Nacional Del Comahue, da 
Argentina, que lhe concedeu nesta quinta-feira (27), mais um título de Doutor Honoris Causa.
Já são quase 40 títulos semelhantes em sua trajetória

Do Blog do Esmael – Universidades de diversos países já concederam a honraria a Lula. Portugal, 
França, Espanha, Equador, Peru, Bolívia e naturalmente o Brasil, são os países que homenagearam 
Lula com o título.
Mesmo muito admirado mundo afora, Lula segue feito preso político em Curitiba desde abril. Ele foi 
impedido de disputar a eleição presidencial no próximo dia 7 de outubro.
Não é por acaso que o candidato apoiado por Lula, Fernando Haddad, é favorito na disputa

O #ELENÃO DE MADONNA


Esse é o tipo de imagem que não necessita de grandes explicações. Uma das artistas e personalidades 
mais influentes do mundo desde os anos de 1980.
A manifestação veio em mensagem pelo Instagram da artista feito nesta sexta (28). #EleNão.
A fita adesiva sobre os lábios pede liberdade. Abaixo, outra hashtag: #endfacism, pede o fim do 
fascismo.

STF AUTORIZA ENTREVISTAS DE LULA À FOLHA E A FLORESTAN FERNANDES JÚNIOR


O ministro do STF Ricardo Lewandowski autorizou o ex-presidente Lula a conceder entrevista 
para a Folha de S.Paulo; TSE negou um recurso impetrado pela Coligação "O Povo Feliz de 
Novo (PT/PCdoB/PROS)" e manteve o ex-presidente proibido de gravar áudios e vídeos, para 
propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão da campanha de Fernando Haddad; 
Lewandowski também permitiu que Lula conceda entrevista ao jornalista Florestan Fernandes 
Júnior, que apresenta o programa Voz Ativa, da Rede Minas

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski autorizou o ex-presidente Luiz 
Inácio Lula da Silva a conceder entrevista para a Folha de S.Paulo. Ele está preso desde 7 de abril, 
após ter ordem de prisão emitida sem o esgotamento de todos os recursos judiciais. O Tribunal 
Superior Eleitoral (TSE), por seu turno, negou, na quarta-feira (26), um recurso impetrado pela 
Coligação "O Povo Feliz de Novo (PT/PCdoB/PROS)" e manteve o ex-presidente proibido de gravar 
áudios e vídeos, para a propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão do presidenciável 
Fernando Haddad (PT). Lewandowski também que Lula conceda entrevista ao jornalista Florestan 
Fernandes Júnior. Lula pode gravar entrevistas para o programa Voz Ativa, da Rede Minas, 
apresentado por Florestan. A principal liderança popular do Brasil também poderá conceder 
entrevistas para o El País e para a Rádio Inconfidência (MG).
Em despacho, Lewandowski libera o jornalista acompanhado dos equipamentos necessários à 
captação de áudio, vídeo e fotojornalismo, caso seja do interesse do ex-presidente. "Julgo procedente 
a reclamação para cassar a decisão reclamada, nos termos do art. 992 do CPC, restabelecendo-se a 
autoridade do STF exarada da decisão no acórdão da ADPF 130/DF, determinando que seja 
franqueado ao reclamante e à equipe técnica, acompanhados dos equipamentos necessários à 
captação de áudio, vídeo e fotojornalismo, o acesso ao ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva a fim 
de que possa entrevistá-lo, caso seja de seu interesse", diz o ministro na decisão.
Neste mês de setembro, o ministro do TSE Sérgio Banhos havia rejeitado um pedido de Lula para 
gravar áudios e vídeos destinadas à propaganda eleitoral. A mesma decisão havia sido tomada em 
julho pela juíza Carolina Lebbos, responsável pela execução da pena dele na Operação Lava Jato.
A impossibilidade de o ex-presidente gravar vídeos de dentro da prisão em Curitiba (PR) já haviam 
chamado a atenção da Organização das Nações Unidas (ONU), que, em agosto, pediu ao Estado 
brasileiro que garantisse os direitos políticos de Lula até a análise de todos os recursos judiciais, o 
que não foi acatado pelo Judiciário. 
Mesmo preso, Lula já recebeu diversas manifestações de solidariedade no Brasil e no mundo, em 
países como Portugal, Espanha, Argentina, Estados Unidos e México. Sem poder gravar vídeo e 
conceder entrevistas, o ex-presidente agora vê a sua transferência de votos dar cada vez mais 
resultado. Haddad aparece na segunda posição nas pesquisas eleitorais e já ganha do líder Jair 
Bolsonaro (PSL) no segundo turno

ZÉ DIRCEU: ELEGER BOLSONARO LEVARIA PAÍS A RETROCESSO DE 50 ANOS

Ex-ministro da Casa Civil no governo Lula José Dirceu disse que uma eventual eleição de Jair 
Bolsonaro (PSL) para presidente levaria o Brasil a um retrocesso "gravíssimo que fará o Brasil 
andar 50 anos para trás nos direitos da mulher, na questão do combate ao racismo, na questão 
da igualdade, na questão de aceitar a diferença, [na questão] de terminar os preconceitos no 

(...) El PaísDurante essa caravana de lançamento do livro, o senhor sofreu algum episódio de hostilidade? 
José DirceuNenhum. Nem em restaurante, nem em estrada, nem em posto de gasolina. 
El País: E qual leitura o senhor faz desse momento de tanto ódio? O PT tem algum papel nisso? 
José Dirceu: O apoio que Lula tem e o crescimento do PT interligam a memória do legado do Lula com as consequências do golpe. O cidadão lembra do Lula. A família dele, onde antes trabalhavam quatro pessoas, o filho estava na faculdade, a mulher havia comprado uma moto, a filha abriu um micronegócio e agora só tem um trabalhando. E o golpe, a Lava Jato e antes disso, eles não terem reconhecido o resultado da eleição, terem participado do Governo Temer, isso custou muito caro para eles. 
El País: Eles quem? 
José Dirceu: O PSDB principalmente, que é o partido mais rejeitado hoje, vai ser um desastre eleitoral, o Temer, o DEM, que também está caminhando para ter um péssimo resultado eleitoral. De certa maneira, há um sentimento de que houve uma injustiça com Lula, que o Lula é perseguido. E quando se diz que alguém é perseguido, você não entra mais no mérito de por que a pessoa está respondendo por um suposto crime, você parte do princípio que ele é perseguido. Como não há provas concretas contra o Lula, o senso comum diz que não tem provas. Então acho que eles perderam. Historicamente acho que é a maior derrota que a direita já teve no Brasil. 
El País: Dentro desse contexto, o senhor acha que existe a possibilidade de o PT ganhar essas eleições e não levar? 
José Dirceu: Acho improvável que o Brasil caminhará para um desastre total. Na comunidade internacional isso não vai ser aceito. E dentro do país é uma questão de tempo pra gente tomar o podeJosé Dirceu: Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição. 
El País: O senhor consegue imaginar o Brasil governado por Bolsonaro? 
José Dirceu: Já passamos pelo Jânio Quadros, sabemos o que é. Passamos pelo TemeJosé Dirceu: Tem governo mais irresponsável do que o dele? 
El País: O senhor acha que um Governo de Bolsonaro seria igual ao de Temer? 
José Dirceu: Não. Bolsonaro é o Temer mais a regressão de comportamento cultural e o autoritarismo não democrático. O Governo do Bolsonaro com Paulo Guedes vai ser um arrasa quarteirão. Mas isso não dá certo em lugar nenhum. A Argentina tá aí e olha o resultado: privatizar tudo, tirar o Estado, cortar gasto, dá no que deu. A Argentina era mostrada como um modelo para nós há um ano atrás. O Brasil tem uma equação a ser resolvida: O Estado de bem-estar social e a distribuição de renda não cabem na estrutura tributária, bancária e financeira que existe no país. Porque ela se apropria da renda e não se paga o imposto quem tem que pagar. E como se gasta 400 milhões com os juros da dívida interna. Nós cobramos juros reais maior que qualquer país da América Latina... 
El País: Mas a gente sempre cobrou esses juros, inclusive durante o Governo do PT. 
José Dirceu: Mas isso tem que mudar. 
El País: Lula teve, ao longo dos oito anos de Governo, alta aprovação, maioria no Congresso. Por que não foi feita uma reforma tributária naquele momento?
José Dirceu: Porque nós não temos força para fazer isso, nem hoje e nem amanhã. 
El País: Então isso não vai mudar. 
José Dirceu: Não, tem que acumular força. Eles priorizaram a mobilização popular, deles, da classe média, durante o nosso governo. 
El País: E por que as reformas não foram feitas pelo Governo do PT? 
José Dirceu: Porque tentamos. Tentamos a reforma tributária, tentamos a reforma política, o Lula tentou, a Dilma também. Não fomos nós que não queríamos. Nós não tínhamos força. E Lula tinha que tomar uma decisão: o que é prioritário? Fazer reforma política, resolver o problema das Forças Armadas, resolver o problema da riqueza e da renda ou atacar a pobreza e a miséria, fazer o Brasil crescer, ocupar um espaço na América Latina, ocupar o espaço que o Brasil tem no mundo? Ele fez a segunda opção. Era justo, era a opção dele. Muitos podiam ter a opinião de que era preciso fazer as reformas mesmo que isso custasse para nós cair do Governo. 
El País: O que deu errado no segundo Governo Dilma? 
José Dirceu: Não deu errado. Eles derrubaram a Dilma independentemente se ela estava certa ou errada, eles iam derrubar. E a recessão, 70% dela é a crise política. Não aprovaram o ajuste dela e fizeram a pauta bomba. Criaram uma crise política no país que ninguém comprava, ninguém vendia e ninguém emprestava. 
El País: O senhor acha que existe a possibilidade de um novo golpe militar? 
José Dirceu: Acho muito remoto. Não acredito. 
El País: Nem via um eventual governo de Bolsonaro? 
José Dirceu: Bolsonaro não ganha essa eleição. 
El País: Por quê? 
José Dirceu: Porque não tem maioria no país para as ideias dele. 
El País: Em alguns cenários ele passa de 40% dos votos no segundo turno. 
José Dirceu: Segundo turno sempre é assim. Não tem para onde correr no Brasil. O eleitorado tem posição política. É mentira que o eleitorado brasileiro não tem consciência política, que o povo é conservador. Senão Lula não teria 45% dos votos. 
El País: O senhor participaria de um eventual governo de Haddad? 
José Dirceu: Não. 
El País: Nem como “conselheiro”, que é como o PT vem dizendo que é o papel de Lula frente à campanha? 
José Dirceu: Nada. Eu sou cidadão. Não posso ser votado e não posso votar pelos próximos 82 anos [a suspensão dos direitos políticos faz parte de sua pena por corrupção]. Só se a medicina me fizer viver por 200 anos. Eu vou continuar fazer o que estou fazendo: escrevendo, estudando, fazendo palestra, viajando pelo país. 
El País: O senhor dorme bem? 
José Dirceu: Durmo muito bem. Na cadeia, no começo, você sempre tem dificuldade, né? A primeira coisa que você precisa fazer é endurecer a lombar e fortalecer os músculos das costas, porque as camas são de ferro e não pode ser de material que possa ser transformado em arma, né? Os colchões são [aproxima o indicador do dedão, para dizer que são finos]. Preso sempre tem um pouco de insônia, ansiedade, né? Mas aí ou você toma medicação ou você se disciplina. Não [pode] dormir de dia... 
El País: O senhor não tomou nenhum remédio? 
José Dirceu: Nos primeiros dois meses, eu tomei um indutor de sono. Depois nunca mais tomei nada. 
El País: E fazia exercício para fortalecer a lombar... 
José Dirceu: Todo preso faz exercício. 
El País: Eduardo Cunha [ex-deputado do MDB, que liderou o impeachment e foi preso em 2016 no mesmo complexo que Zé Dirceu, também no âmbito da Lava Jato] faz exercício? Como era a convivência com ele? 
José Dirceu: Faz. Ele é muito disciplinado. Caminha muito, faz serviços gerais, coletivos, sem nenhum problema, se precisar lavar, ele lava, se tem que limpar as portas... porque como era um hospital [eles ficaram presos no Complexo Médico Pinhais, no Paraná], nós fazíamos muita limpeza, né? Por causa de risco de contaminação. Todos os presos têm muito cuidado com a higiene. Ele passa metade do tempo cuidando dos processos dele, e metade do tempo lendo a Bíblia, porque ele é evangélico, um estudioso da Bíblia. A minha convivência com ele era muito simples, muito boa. 
El País: Algum preso tinha algum problema? 
José Dirceu: Não, porque na cadeia todo mundo sabe o limite de discussão sobre religião, futebol, política, todo mundo conversa até um certo ponto. Quando começa a discussão, os mais experientes já vão pra cela deles e falam “isso aí vai acabar mal...”. Mas não houve nenhum incidente grave. 
El País: O senhor pensa que pode voltar à prisão? 
José Dirceu: Legalmente não. Pelo que o Supremo determinou, eu não posso ser preso por fundamento, por uma decisão de segunda instância. Até porque é plausível, pela prescrição e pela dosimetria, que a minha pena de 30 anos e nove meses não se mantenha. Portanto eu já cumpri o regime fechado. E o segundo processo [na Lava Jato, foi sentenciado em duas ações penais por corrupção e lavagem de dinheiro: em uma, é acusado de receber propina da Engevix, e na outra, por ter favorecido a contratação da empresa Apolo Tubulars pela Petrobras], eu tenho que ser absolvido. Se você se der ao trabalho de ler o processo, vai ver que eles me condenaram, mas ainda está em votação. O placar estava em dois a um, foi pedido vista e se tiver o voto divergente fica para o ano que vem. E isso é segundo instância, então em tese eu não posso ser preso. Em tese. Terceira instância tem que julgar. Se cair a pena por prescrição e dosimetria, eu já estou no outro regime, então já é uma outra situação. 
El País: Então o senhor não trabalha com essa possibilidade? 
José Dirceu: Sempre trabalho, né? Estou sempre preparado para o pior. 
El País: E o que significaria o senhor e Lula estarem presos? 
José Dirceu: Já estivemos presos juntos. Não muda nada no Brasil. 
El País: E para o PT? Não significa nada? As duas principais cabeças do PT estarem presas não significa nada? 
José Dirceu: Estão presas mas não param de dirigir, de comandar, de participar. 
El País: Não é simbólico?
José Dirceu: O eleitor não diz isso. 
El País: Estou dizendo para o partido. 
José Dirceu: Se a condenação fosse justa... Eu quero que alguém prove. Eu fui cassado antes de qualquer investigação. É um absurdo, é uma decisão política, para me tirar do Governo, da vida política do país. Eu fui condenado na Lava Jato, é um absurdo a condenação, me ligam a cinco processos. Não tem uma prova que eu esteja ligado às licitações. Dos 45 milhões de propina que a empresa pagou eu sou responsável por devolver 15? Eu não tenho nenhuma ligação com aquilo. Ninguém prova que eu fiz qualquer intermediação, tráfico de influência, participei de qualquer licitação. Cometi erros? Cometi. Falei para o [juiz Sergio] Moro no depoimento. 
El País: Quais erros? 
José Dirceu: Que eu tinha que ter declarado empréstimo que foi feito no Imposto de Renda. O Milton Pascowitch [empresário, considerado pela Lava Jato um operador de propinas] fez duas reformas para mim e eu não paguei. Aí tudo virou propina. 
El País: Quais outros erros o senhor cometeu? 
José Dirceu: No caso é esse. Não tive relação com a Petrobras, não me meti em licitação, não peguei dinheiro... 
El País: O único erro que o senhor cometeu foi não ter declarado o empréstimo no Imposto de Renda? 
José Dirceu: Eu falei pra ele [Moro]: se tivesse que ser condenado, era pela Receita Federal e não criminal. E mais: Eles não acham um diretor da Petrobras, um empresário que fale de mim. Os que falaram da Engevix falaram na quarta vez porque a delação é totalmente fajuta. Porque no começo eles falaram que nunca trataram da Petrobras comigo, que eu os levei para o Peru para disputar licitações. Disseram que me pagaram 900.000 reais. Eu não trabalhava para ganhar dinheiro, eu trabalhava para fazer política. 
El País: A estratégia de priorizar a defesa de Lula até o último segundo, invés de anunciar um substituto foi acertada? 
José Dirceu: Certíssima. Tá aí o acerto: Nós temos 20% de votos. E vamos pra 30%. O Lula tem 40% do eleitorado, Haddad pode ter 30%. Nós não podemos abrir mão de algo que é legítimo, legal que é o direito do Lula ser candidato. O PT quer e a maioria da população quer. O ônus tem que ser com a Justiça que fez essa infâmia de impedir Lula de ser candidato. Segundo, o PT quer Lula como candidato, Lula quer ser candidato, por que nós vamos tirar? Terceiro, do ponto de vista de estratégia eleitoral era o melhor caminho: manter o eleitorado com Lula até o limite. Quem determinou o limite foi a Justiça que deu dez dias de prazo pra nós. Nós cumprimos e o Haddad assumiu. Não vejo que o Haddad vá perder ou ganhar por causa disso. 
El País: O senhor não pretende participar de nenhuma agenda de campanha de Haddad? 
José Dirceu: Não participo de campanha eleitoral. 
El País: Por quê? 
José Dirceu: Não é meu papel. Não preciso participar. Eu ajudo o PT fazendo o que eu estou fazendo. 
El País: Não é o seu papel, mas o senhor está trazendo bastante militante para os lançamentos, não? 
José Dirceu: Os militantes vêm me ver porque são 40 anos juntos. Os jovens, pela minha postura na prisão, pela minha história no PT, eles vêm porque querem me conhecer, querem falar comigo. Eu tenho 53 anos de direção política. Fui o principal dirigente do PT por quase duas décadas depois do Lula, então é natural que onde eu chego, pode ser que eu até tenha voto para me eleger ao que eu quiser em São Paulo, mas não é meu objetivo. 
El País: Até porque, o senhor não pode se candidatar.
José Dirceu: Mesmo que eu pudesse, não seria de novo deputado. Eu quero fazer o que eu estou fazendo, estou muito bem assim. Tenho 72 anos, vamos supor que eu viva mais 15 anos, meu pai viveu até os 88 anos, minha mãe morreu com 87. Vamos tomar a idade do meu pai. Eu tenho mais 15 anos de vida. Tenho que organizar esses 15 anos da melhor maneira possível. Daqui a cinco anos vai diminuindo a capacidade de trabalho, daqui a dez anos mais.... Eu quero aproveitar. Gostaria de viajar para o exterior. Tenho amigos em todos os países. Mas eu estou impedido. Não legalmente, mas estou impedido pelo bom senso. 
El País: Seu passaporte não está com o senhor? 
José Dirceu: Não. Foi recolhido, mas agora eu não tenho mais essa cautelar porque o Supremo não me deu nenhuma medida cautelar. Mas o bom senso indica que eu não devo fazer isso. 
El País: Por quê? 
José Dirceu: Porque eu não devo fazer. Por que eu quero ir para o exterior? 
El País: O senhor acabou de falar que queria... 
José Dirceu: Mas isso é uma vontade minha. Não é uma necessidade. Necessidade que eu tenho é fazer o que eu estou fazendo, que eu me defenda aqui dentro. Eu estou me defendendo também, né? 
El País: Quando foi o momento em que o senhor percebeu que seria preso? 
José Dirceu: Quando o Supremo aprovou o trânsito em julgado parcial [em outubro de 2013], que é uma aberração, eu falei: vão nos prender. Um mês depois eu estava preso [pelo caso do mensalão]. Saí para passear, fui pra praia, porque sabia que era a última vez.
El País: Pra onde o senhor foi?
José Dirceu: Para Itacaré (BA). Eu voltei de Itacaré para Vinhedo (SP) e depois entrei no outro dia [na prisão]. Agora em março [deste ano] anunciaram três vezes que iam me prender. Então eu já estava esperando. Quando chegou aquele 4 de agosto [de 2015, quando foi preso novamente, desta vez pela Lava Jato], eu já estava esperando. Eu fiquei mais abatido porque a minha filha foi denunciada e meu irmão foi preso. O processo da minha filha foi arquivado depois. Mas aquilo era pressão psicológica para eu fazer delação. Nem meu irmão delatou e nem eu. Meu irmão está cumprindo pena em Taubaté, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
El País: O senhor se acha um perseguido político? Por que queriam tanto te prender? 
José Dirceu: Em 2013, todo mundo sabe, porque eu era, de certa forma, o sucessor natural do Lula. Eu não seria, na minha avaliação, mas eu era [considerado]. Eu era a peça principal do PT e da esquerda, sem falsa modéstia. Depois de 15 anos eu ainda sou uma das principais pessoas do PT e da esquerda brasileira. Estou falando porque as pessoas dizem. Eu não estava preocupado com isso, mas as pessoas falam.
El País: O Mensalão nunca existiu?
José Dirceu: O Mensalão, que é comprar deputado, não. Marcos Valério falou para a Folha que ele está fazendo delação e vai provar que não houve mensalão.
El País: E de onde surgiu essa teoria então?
José Dirceu: De dois empréstimos feitos pela empresa de Marcos Valério Publicidade repassados pelo PT pelo Banco Rural para pagar dívidas de campanha e financiar campanha. Esses 53,4 milhões. Está provado que o negócio da Visanet não existiu [o Fundo Visanet foi criado em 2001 para promover a marca Visa e pertencia à Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, da qual o Banco do Brasil detinha 31,99%. No processo do mensalão, Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, foi acusado de liberar irregularmente mais de 70 milhões de reais do Fundo para a DNA, a agência de Marcos Valério. Pizzolato fora condenado a 12 anos de prisão pelo mensalão, mas fugiu do Brasil em 2013. Foi capturado em 2015 para cumprir sua pena]. Todos os serviços que foram prestados, foi feito uma auditoria, e foram recebidos. Isso foi uma invenção.
El País: Isso tudo faz parte de um plano?
José Dirceu: Da política. Não é só no Brasil que tem isso. Como Jânio se elegeu presidente? Contra a corrupção. Como Collor se elegeu presidente? Contra a corrupção. Como o golpe de 64 foi dado? Contra a corrupção e a subversão, mas era a corrupção primeiro.
El País: Bolsonaro pode ser eleger contra a corrupção, então?
José Dirceu: Não. Isso não pesa nada no voto dele. Nada. 45% dos eleitores estão conosco. Ele tem outros 45%, que é voto conservador, de direita, que não acredita mais no PSDB, que não vê opção nos outros. Ou que acredita nas ideias do Bolsonaro. Nas quatro ideias dele: Mulher é pra ficar em casa lavando roupa, filha mulher é uma tragédia, tem que matar bandido... O problema do Bolsonaro é do PSDB e do DEM. Eles que não têm alternativa. Nós, sem o Lula, temos Ciro e Haddad. Eles não têm. Não têm credibilidade mais no país. Nós temos. Nós não temos a elite do país e nem queremos ter.
El País: Mas vai precisar dela para se eleger.
José Dirceu: Se depender de mim... Eles que rezem para que eu fique bem longe. Não vamos precisar dela não. Ela vai ter que entregar os aneis. Não dá para tirar o Brasil da crise sem afetar a renda, a propriedade e a riqueza da elite. E acabar com a concentração de renda via juros do capital do sistema bancário e dos rentistas.
El País: Por que agora vai ser possível fazer isso?
José Dirceu: Porque antes tinha margem de manobra no orçamento do país para você fazer políticas sociais. Agora não há nenhuma.
El País: Ou vai ser isso, ou será um governo paralisado, como foi o segundo mandato de Dilma?
José Dirceu: Dilma fez um ótimo primeiro governo. Não fez mais porque não deixaram ela governar. Ela tentou fazer um ajuste e não deixaram.
El País: E por que deixarão Haddad fazer?
El País: Ele pode fazer muita coisa. Mas isso é ele quem tem que responder, não sou eu. Não sou candidato. Onde você estava? [pergunta para a filha de sete anos que entra correndo dentro do ônibus atrás de um leão de pelúcia].

COMEÇOU O LEVANTE NO CNMP CONTRA A GESTÃO DODGE 61, O CARRO DE ESTIMAÇÃO DE TEMER NA PGR


A procuradora-geral da República e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público 
(CNMP), Raquel Dodge, enfrenta a maior crise em seu primeiro ano à frente do órgão ao 
encaminhar a proposta orçamentária do Ministério Público da União ao Congresso Nacional 
sem consultar o plenário do CNMP; ela é vista pelos conselheiros como pessoa de pouco 
diálogo e que age de maneira arbitrária.
Brasília 247 – Ao decidir encaminhar a proposta 
orçamentária do Ministério Público da União ao 
Congresso Nacional sem antes consultar o 
plenário do órgão, o Conselho Nacional do 
Ministério Público (CNMP), a procuradora-
geral da República, Raquel Dodge, provocou a 
maior crise em seu primeiro ano à frente do 
CNMP.
O Conselho, presidido por ela, é responsável pela orientação e fiscalização de todos os ramos do 
Ministério Público brasileiro. É por ele também onde todas as propostas de orçamento devem passar 
de órgãos do Judiciário e do MPU para serem analisadas pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo 
CNMP, de acordo com o que prevê a Lei de Diretrizes Orçamentárias, revela reportagem publicada 
no Blog de Fausto Macedo, no Estado de São Paulo.
Membros do CNMP consideraram a decisão atípica e a decisão de não ouvir os integrantes do 
colegiado, “gravíssima”, além de representar uma derrota para a gestão Raquel Dodge, que, na 
avaliação de conselheiros, pouco dialoga, age de maneira arbitrária e intensifica crises em vez de 
solucioná-las.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

CAOS NO BOLSONARISMO SE AGRAVA E MOURÃO É PROIBIDO DE FALAR


Depois de dizer pelas redes sociais que Mourão "ofende os trabalhadores" ao dizer que o 
décimo-terceiro é uma "jabuticaba", o candidato Jair Bolsonaro agora censurou o general 
Hamilton Mourão, seu candidato a vice, proibindo-o de manter agenda pública até o primeiro 
turno, no domingo, 7; "Por orientação de Jair Bolsonaro, seu candidato a vice, general 
reformado Antonio Hamilton Mourão, não terá mais agenda pública de campanha a partir 
desta sexta-feira, 28, até a data do primeiro turno, dia 7 de outubro", diz um comunicado 
publicado pela revista Crusoé.

247 - Os ataques aos direitos dos trabalhadores como o décimo-terceiro salário, proferidos nesta quarta-feira, 27, pelo general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), agravaram a crise na chapa da extrema-direita.
Depois de dizer pelas redes sociais que Mourão "ofende os trabalhadores" ao dizer que o décimo-terceiro é uma "jabuticaba", Bolsonaro agora censurou o general, proibindo-o de manter agenda pública até o primeiro turno, no domingo, 7.
"Por orientação de Jair Bolsonaro, seu candidato a vice, general reformado Antonio Hamilton Mourão, não terá mais agenda pública de campanha a partir desta sexta-feira, 28, até a data do primeiro turno, dia 7 de outubro", diz um comunicado publicado pela revista Crusoé.
Leia também reportagem da Reuters sobre o assunto:
Bolsonaro rebate vice, diz que 13º é cláusula pétrea e que quem fala diferente desconhece Constituição
(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, usou no início da tarde desta quinta-feira uma rede social para garantir que é impossível acabar com o décimo terceiro salário e que quem sugere isso desconhece a Constituição, em um duro recado indireto a seu colega de chapa, o general da reserva do Exército Hamilton Mourão (PRTB).
Na véspera, Mourão se referiu a esse pagamento aos trabalhadores como “jabuticaba brasileira” e defendido a realização de uma reforma trabalhista “séria”.
“O 13° salário do trabalhador está previsto no art. 7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa à quem trabalha, confessa desconhecer a Constituição”, disse Bolsonaro, em sua conta no Twitter.
O candidato a presidente, que se recupera em um hospital do atentado à faca que foi alvo no dia 6, não fez qualquer menção direta a seu colega de chapa no tuíte.
Em palestra no Clube dos Diretores Logistas de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, na quarta-feira, Mourão criticou o pagamento dessa verba remuneratória.
“Jabuticabas brasileiras, décimo terceiro salário. Se a gente arrecada 12, como é que nós pagamos 13? É complicado. É o único lugar onde a pessoa entra em férias e ganha mais, é aqui no Brasil. São coisas nossas, a legislação que está aí. É sempre a visão dita social com o chapéu dos outros, não com o chapéu do governo”, disse.
O candidato a vice sugeriu também a realização de uma nova reforma trabalhista a fim de reduzir encargos para o empregador.
“Nós sabemos perfeitamente o custo que tem o trabalhador, essa questão do imposto sindical e tal em cima da atividade produtiva, é o maior custo que existe”, disse, ao considerar que há “algumas jabuticabas” que comparou serem “mochilas nas costas” de todo o empresariado.
Na reta final da campanha do primeiro turno, os adversários de Bolsonaro na corrida presidencial não perderam tempo.
“Eu não posso ser a favor, como disse aí o general Mourão, que o décimo terceiro é uma jabuticaba brasileira”, disse o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira, após participar de uma feira com entidades religiosas na capital paulista.
“Não é possível achar que o trabalhador que a trabalhadora, que sua a camisa, que trabalha, que muitas vezes é até explorado, não tenha direito nem a ter um décimo terceiro salário, isso não é razoável”, acrescentou o tucano.
A campanha de Bolsonaro já tinha se envolvido em outra séria polêmica econômica, quando a mídia noticiou que o coordenador econômico, Paulo Guedes, estaria estudando a possibilidade de recriar um tributo nos moldes da CPMF.
Na ocasião, o presidenciável também teve que intervir para tentar evitar um estrago maior na sua candidatura.
“Ignorem essas notícias mal intencionadas dizendo que pretendemos recriar a CPMF. Não procede. Querem criar pânico pois estão em pânico com nossa chance de vitória. Ninguém aguenta mais impostos, temos consciência disso”, escreveu o presidenciável em sua conta no Twitter.

ENTENDA O CASO: CASSAÇÃO DE 3 MILHÕES DE TÍTULOS PODE FERRAR HADDAD E AFETAR BOLSONARO


Cruzamento feito pelo GGN do número de eleitores que não podem votar em 2018, pelas 
respectivas regiões, e as intenções de voto em cada localidade revela que ambos os candidatos 
saem prejudicados. E saiba se seu título foi cancelado
Patricia Faermann
Jornal GGN - Os dois candidatos à Presidência da República que lideram as intenções de votos nas últimas pesquisas eleitorais, Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), serão afetados pela determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que impediu, nesta quarta-feira (26), cerca de 3,3 milhões de pessoas votarem por não terem atualizado o cadastro da biometria.
Ainda que prejudicial para a disputa deste ano, o resultado é equilibrado: 1 milhão 269 mil e 973 é a somatória de eleitores que não poderão votar nas eleições 2018 nos estados onde Fernando Haddad lidera. Já nos locais aonde o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro (PSL), recebe a maior votação somam 1 milhão 516 mil e 345 eleitores.
Com a decisão do STF, o GGN mediu o impacto direto que a determinação terá nos votos dos presidenciáveis. 
Para isso, cruzamos os dados fornecidos pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) sobre quantos títulos estão cancelados com a decisão do Supremo e a pesquisa por intenções de voto em cada região do Brasil, divulgada pelo Ibope nos respectivos estados.
Por outro lado, a somatória total dos eleitores em cada região que foram proibidos de votar este ano não é o resultado direto de votos a menos que cada presidenciável receberá. Isso porque é preciso considerar que as intenções de voto de Bolsonaro, por exemplo, variam de 26% a 53% nos estados que ele lidera. 
Já Haddad tem uma variação de 26% a 36% das intenções de votos nas regiões que o candidato do PT é o líder. 
E há casos em que Fernando Haddad fica em segundo melhor votado, mas chega a atingir 21% e 27% das intenções, por exemplo, no Ceará e Tocantins, respecticamente, o que também é representativo para a sua somatória de votos. Da mesma forma, Bolsonaro, em segundo lugar, conquista 22% das intenções registradas nas pesquisas do Rio Grande do Norte e Alagoas, aonde Haddad é quem lidera. 
Outros dados precisariam ser considerados para se chegar a uma conclusão mais real, como qual o segmento de eleitores, além da categoria "Estado/Região", que foram afetados, incluindo escolaridade, renda e idade, por exemplo. Isso porque há a possibilidade de que em cada região foram impedidas de votar pessoas que sejam diferentes segmentos, influindo no eleitorado de cada candidato.
SAIBA SE SEU TÍTULO FOI CANCELADO
 
   Eleitores de 1.244 cidades e de 22 estados do Brasil tiveram que fazer a revisão biométrica, ou seja, a atualização do cadastro da biometria entre 2017 e 2018. O objetivo era de previnir fraudes, e os Tribunais Eleitorais de cada estado precisavam divulgar à população a necessidade desse novo cadastro, sob a pena de ter seu título de eleitor cancelado.
   O prazo concedido era até o dia 9 de maio para regularizar a situação do título eleitoral, registrando as impressões digitais. Mas um total de 3,6 milhões de brasileiros de 862 cidades e 17 estados do país não fizeram essa atualização e, como consequência, estão impedidos de votar nas eleições 2018.
   Se você não sabe se seu título foi cancelado e não poderá votar este ano, basta acessar a página do TSE e fazer a consulta da sua situação eleitoral, informando o seu nome a data de nascimento.
 
Por outro lado, se considerarmos o número de eleitores nos estados em si que serão afetados pela medida, é Haddad quem sai prejudicado. Porque nos estados que Bolsonaro tem a liderança das pesquisas regionais Ibope, o número de eleitores afetados atinge, no máximo, 375.169 de pessoas, que é o caso de São Paulo.
Já nos estados que Haddad lidera, os números chegam a 586.333 eleitores, ou seja, quase 40% a mais do que o estado que lidera Bolsonaro.Ainda, é a região nordeste, aonde Haddad lidera em todos os estados, que afetará o maior número de eleitores do Brasil. 
São um total de 1.504.464 pessoas que tiveram seus títulos cancelados na região. Em segundo lugar está a região Sudeste, com 708.746 eleitores impedidos de votar, aonde Bolsonaro é quem tem as maiores intenções de voto. 
Abaixo, o GGN preparou uma lista das regiões e respectivos candidatos que lideram na última pesquisa, em ordem decrescente para os eleitores que permaneceram com seus títulos cancelados, após a decisão do STF:
ESTADO - TÍTULOS CANCELADOS (INTENÇÕES DE VOTO)
Bahia - 586.333 (Haddad 33% e Bolsonaro 14%)
São Paulo - 375.169 (Bolsonaro 33% e Haddad 12%)
Paraná - 257.941*
Ceará - 234.487 (Ciro Gomes 39%, Haddad 21% e Bolsonaro 15%)
Goiás - 219.426 (Bolsonaro 35% e Haddad 15%)
Maranhão - 216.576 (Haddad 36% e Bolsonaro 18%)
Minas Gerais - 213.172 (Bolsonaro 29% e Haddad 16%)
Pará - 204.914 (Bolsonaro 26% e Haddad 14%)
Rio Grande do Sul - 167.116 (Bolsonaro 35% e Haddad 18%)
Pernambuco - 150.260 (Haddad 26% e Bolsonaro 17%)
Santa Catarina - 125.585 (Bolsonaro 40% e Haddad 12%)
Paraíba - 123.885 (Haddad 26% e Bolsonaro 19%)
Piauí - 100.260 (Haddad 38% e Bolsonaro 14%)
Rio Grande do Norte - 92.663 (Haddad 29% e Bolsonaro 22%)
Rio de Janeiro - 71.598 (Bolsonaro 35% e Haddad 14%)
Mato Grosso do Sul - 61.502 (Bolsonaro 35% e Haddad 15%)
Espírito Santo - 48.807*
Tocantins - 40.890 (Bolsonaro 32% e Haddad 27%)
Rondônia - 33.611 (Bolsonaro 35% e Haddad 15%)
Mato Grosso - 18.074 (Bolsonaro 39% e Haddad 14%)
Acre - 13.564 (Bolsonaro 53% e Haddad 7%)
Roraima - 12.614 (Bolsonaro 52% e Haddad 8%)
* A pesquisa IBOPE/Regiões não foi divulgada nestes estados até esta quarta-feira (26)
REGIÕES
Nordeste: 1.504.464 impedidos de votar
Sudeste: 708.746 impedidos de votar
Sul: 550.642 impedidos de votar
Centro-oeste: 299.002 impedidos de votar
Norte: 264.703 impedidos de votar