sábado, 29 de novembro de 2014

Globo ataca o Google. Dilma, uma Ley de Médios, por favor !


A audiência do jn não desabou. Vinha desabando e o Ibope segurando …​

Um número cada vez menor de leitores perde tempo com a edição impressa de o Globo Overseas.
Entre eles o ansioso blogueiro, para contar as páginas publicitárias e acompanhar a inelutável trajetória 
à falência.
(Clique aqui para ler sobre o fim da imprensa escrita).
Nessa sexta-feira (28/11), o Globo dedica três “reportagens” a atacar o Google.
Na pág 35, invoca o testemunho do Prêmio Nobel de Economia, Jean Tirole, que combate “os 
monopólios em tecnologia” e ”diz que pode ser necessário intervir, se houver abuso”.
A “reportagem” se refere ao Google.
Porém, omite que essa mesma tese do Tirole serve para condenar o monopólio da Globo e seus 
malefícios à sociedade brasileira.
(Escolher o Ministro da Fazenda é fácil. Quero ver o das Comunicações …)
Isso, o Globo ignora …
Na mesma página, o Globo informa que o “parlamento europeu pede a divisão do Google”, para 
separar a função de busca da de outros serviços.
E, na página 39, “deixe-me em paz globalmente”; “Europa agora manda buscador apagar de servidores 
mundiais links ‘inadequados’ sobre seus cidadãos”.
De novo, o buscador Google é o alvo.
Como se sabe, o Google vai googlar a Globo.
O Google já é hoje o segundo maior destino de publicidade no Brasil, depois da Globo.
Não são a Record nem o Silvio.
O amigo navegante já deve ter visto pelo Brasil afora os outdoors de programas de televisão no 
Youtube (que pertence ao Google).
O “Porta dos Fundos”, por exemplo, é um “programa” no Youtube.
O “Porta dos Fundos” agora foi para o cabo também, mas sempre se sustentou com a receita no 
Youtube.
O Google está googlando a Globo no terreno dela.
Na programação de tevê.
Breve, as agências de publicidade e seus mídias serão compelidos pelos anunciantes a gastar na Globo 
com BV e tudo – o que a Globo entrega, de fato, de audiência.
(Menos a publicidade oficial, o Bolsa PiG, que parece mais sólido que o Pão de Açúcar – o morro …)
E vão dirigir à internet uma parcela crescente de suas verbas.
Assim caminha a humanidade, Urubóloga.
Sorry, periferia …
É claro que é preciso vigiar o Google.
A Europa está preocupada, e com razão.
Mas, o Brasil aprovou um Marco Civil da Internet que dá muito poder ao Google.
E aos blogueiros sujos !
E isso não é mau.
O problema é que o Google ganha dinheiro no Brasil e não paga imposto no Brasil.
E para mudar isso tem que passar por cima do Congresso.
E aí a vaca vai pro brejo.
A quem o Eduardo Cunha será fiel: à Globo ou ao Google ?
Quem pode contribuir mais – no futuro – com sua esquálida campanha ?
Mas, Eduardo Cunha – nem ele ! – conseguirá interromper a marcha da tecnologia.
A tecnologia que vai dar uma surra no Globope !
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrada/197521-grupo-wpp-e-o-novo-dono-das-pesquisas-de-
audiencia-no-pais.shtml
O grupo multinacional WPP, da agência de publicidade Ogilvy, comprou o IBOPE.
O IBOPE não poderá mais ser generoso com a audiência da Globo.
Primeiro, porque o IBOPE vai ser cotejado – pelos anunciantes – com o alemão GfK, contratado pela 
Record e o SBT.
Na verdade, não é que a audiência do jn e do Fintástico tenha desabado de uma hora para outra.
É possível que o IBOPE tenha feito, aos poucos, uma espécie de rede de proteção para receber o GfK: 
um hedge.
Foi “derrubando” aos poucos o que estava derrubado, diante de uma possível desmoralização 
retumbante.
Além disso, o Globope não vai poder trabalhar tanto na “margem de acerto” com que opera de mano 
com o jn, nas eleições.
Os atuais donos do IBOPE ainda mantêm uma participação no Globope eleitoral, muito lucrativo, por 
certo.
Sobretudo no início das campanhas …
Mas, os ingleses da WPP não vão querer que sua marca, IBOPE, de sua respeitada marca 
internacional, WPP, com ações na Bolsa de Nova York, se meta nas lambanças do Globo.
Por exemplo, os estrondoso fracasso na Bahia e no Rio Grande do Sul.
E essa lorota de “empate técnico”.
Já imaginou, amigo navegante, se a Bolsa de NY descobre o que o Globope faz no jornal nacional” 
em ano de eleição ?
A WPP vai ter que rebolar !
(Embora seja possível que o Congresso brasileiro venha a tomar a saudável providência de limitar a 
divulgação dessas gazuas eleitorais, as chamadas pesquisas de intenção de voto.)
Pois é, amigo navegante, sabe o que os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – vão 
fazer, agora que estão cercados pela GfK, o Google e a WPP ?
Vão pedir uma Ley de Medios !
Quá, quá, quá !
E agora ela sai !
Quá, quá, quá !

Paulo Henrique Amorim
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DILMA PEDE UNIÃO AO PT E ALERTA CONTRA 'GOLPISTAS'


"Nós temos que tomar as medidas necessárias, sem rupturas, sem choques, de maneira gradual 
eficiente como vem sendo feito. Temos que estar unidos. Eu preciso do protagonismo de todos 
vocês e neste protagonismo destaco o PT. O PT tem maturidade e hoje, depois de todo esse 
período sabe que precisamos ter legitimidade e governabilidade", disse a presidente Dilma 
Rousseff, ao participar do Congresso do PT, em Fortaleza; no mesmo discurso, ela também 
falou sobre 'golpistas' na oposição; "Esses golpistas que hoje têm essa característica, eles não nos 
perdoam por estar tanto tempo fora do poder. Temos que tratar isso com tranquilidade e 
serenidade, não podemos cair em nenhuma provocação e não faremos radicalismo gratuito, pois 
temos a responsabilidade de governar".

Ao discursar na reunião do Diretório Nacional do PT, ontem (28) à noite, em Fortaleza, Dilma
Rousseff afirmou que seu governo não é dela, mas dos partidos que a apoiaram e de todos os 
brasileiros, que votaram ou não nela. Mas a presidente não foi condescendente com a oposição, a quem 
acusou de golpista:

— Esses golpistas que hoje têm essa característica, eles não nos perdoam por estar tanto tempo fora 
do poder. Temos que tratar isso com tranquilidade e serenidade, não podemos cair em nenhuma 
provocação e não faremos radicalismo gratuito, pois temos a responsabilidade de governar.

“Nós temos que tomar as medidas necessárias, sem rupturas, sem choques, de maneira gradual e 
eficiente como vem sendo feito. Temos que estar unidos. Eu preciso do protagonismo de todos vocês 
neste protagonismo destaco o PT. O PT tem maturidade e hoje sabe que precisamos ter 
legitimidade e governabilidade”, disse a presidente.

Segundo Dilma, a missão do PT é compreender que a conjuntura, a situação do País e as condições da 
economia do país mudam.

“Nós nos adaptamos às novas demandas e damos respostas a cada uma delas. Acho que esta é a 
grande missão do PT”, disse, ao demonstrar que, embora dentro da meta, a inflação em 6,5% tem 
incomodado.

Dilma desafiou o partido a renovar suas perspectivas diante das demandas econômicas.
A presidente garantiu, porém, que a condução da economia não vai afetar a essência do programa do 
partido:

“Uma coisa deve ficar clara e ninguém deve se enganar sobre isso. Fui eleita por forças 
progressistas, não para qualquer processo equivocado, mas para continuar mudando o Brasil”, 
garantiu.

Dilma disse que “a verdade venceu a mentira” na eleicao, porque os dados divulgados agora estão 
mostrando que seu governo estava certo.

— Sobre o desmatamento, diziam que tinha perdido o controle e teríamos uma elevação 
significativa da taxa. Foi uma falsidade, porque esta semana se divulgou que caiu 18% em relação 
2013. Falavam que a inflação estava fora do controle, acontece que agora os últimos dados 
mostram que vai acabar abaixo da meta.

A presidente falou do PT e aliados:

— O governo não é um governo meu, não guardo o governo abraçadinha nele. O governo é dos 
partidos, do PT, dos partidos da nossa aliança. Temos uma coalizão, temos uma coligação de 
partidos e o governo é dos movimentos sociais e dos que votaram em mim e não votaram.

Afirmou que ao Congresso Nacional caberá o protagonismo das discussões da reforma política. Ela 
defendeu ainda a aproximação com os movimentos sociais.

— Temos que olhar os movimentos sociais; sobretudo nós, temos que ouvi-los. Numa sociedade 
democrática, o Congresso é fundamental, mas é na nossa relação com os movimentos sociais que 
recebemos as sugestões da parte organizada da população — afirmou Dilma.
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O procurador exibicionista que expôs o MPF ao ridículo


Os boimates bolivarianos do Ministério Público

Luis Nassif

Não há nada que comprometa o esforço geral de uma corporação, do que o exibicionismo de um de 
seus membros – especialmente quando dispõe de prerrogativas de poder de Estado.
É o caso do Procurador da República em Goiás Ailton Benedito de Souza.
Ontem expôs o MPF ao ridículo, ao agir contra decisão do governo venezuelano de convocar 26 
jovens do Brasil para compor uma tal Brigadas Populares de Comunicação.
Imediatamente o procurador Ailton intimou o Itamaraty, em um prazo de dez dias, a levantar a 
identidade dos jovens sequestrados e investigar uma possível rede de tráfico humano.
Era uma mera notícia de Internet, mencionando a comunidade Brasil, um bairro popular da cidade 
venezuelana de Cumaná que, com exceção do nome, não tem a menor relação com o país Brasil.
A barriga repercutiu no mundo todo, sendo ironizada em vários idiomas.
Uma barriga desse tamanho basta. Mas a atitude do Procurador em se basear em qualquer factoide para 
propor ações já virou compulsão.
Tornou-se membro do Instituto Millenium, valendo-se das prerrogativas do cargo para desmoralizar o 
Ministério Público.
Em maio passado tentou suspender toda a publicidade da Copa do Mundo (http://migre.me/nabDB
por estar “absurdamente divorciada da realidade”.
Montou um catatau de 50 páginas argumentando que "de fato, os brasileiros ficaram bastante 
esperançosos e que as obras da Copa, que consumiram bilhões de recursos públicos, proporcionassem 
um legado auspicioso, a ser usufruído nos anos vindouros pela sociedade, que, afinal paga a conta".. 
No entanto, "vários empreendimentos projetados para o transporte público e o trânsito foram 
cancelados ou substituídos por outros de menor impacto, que, primeiro, não serão concluídos a tempo; 
e, segundo, visam, exclusivamente, mitigar os efeitos da desorganização, da falta de planejamento, da 
incompetência em executar o que se planejou, relativamente à infraestrutura e aos serviços voltados à 
realização da Copa, a fim de evitar que o pior".
Consultasse o próprio MPF, esse despreparado saberia do enorme trabalho que juntou praticamente 
todos os poderes – do Executivo aos estados, da Polícia ao Ministério Público – na organização do 
evento. Baseou-se em meras notícias não confiáveis da mídia para sair atirando.
Em novembro de 2011, processou professores por desacato, depois de terem ido ao MPF-GO 
denunciar supostos desvios de verba do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) pela 
prefeitura de Goiânia.
Quando foi lançado o programa Mais Médicos, viu mais uma oportunidade de aparecer. Com base em 
notas de jornal, instaurou um inquérito civil-público para apurar “possíveis ações e omissões das 
administrações públicas – em todas as esferas – a respeito do programa Mais Médicos” 
(http://migre.me/nabUf).
Baseava-se exclusivamente em reportagens mal apuradas, sem a preocupação em aprofundar as 
investigações. Indagado sobre a razão do inquérito, alegou que:
“Primeiro: a notícia de que municípios estariam substituindo profissionais próprios por médicos do 
“Mais Médicos”. Segundo: a notícia de que profissionais originários de Cuba estariam sofrendo algum 
tipo de violação aos seus direitos, principalmente o direito de se locomover no território nacional. 
Terceiro: a situação de abandono do programa por médicos que se inscreveram no programa e 
ingressaram na atividade”( http://migre.me/nac3x).
Se amanhã um jornal noticiar que há indícios de propina no escavamento das crateras da Lua, não se 
tenha dúvida e que o bravo procurador atuará firmemente em defesa da moralidade intimando os 
lunáticos.
O procurador tem um blog, o “Bendito Argumento”, onde elabora textos assim:
“Portanto, todos nós, queiramos ou não, participamos ou omitamos, ajamos ou quedamos, ativos ou 
passivos, independentemente de nossos sonhos e pesadelos, virtudes e vícios, desejos e repulsas, 
crenças e incredulidades, saberes e ignorâncias, bravura e covardia, riquezas e misérias etc., somos 
seres políticos. E, como tais, responsáveis perante nós mesmos, as famílias, a sociedade, o mundo no 
qual vivemos”.
(...) Se eu fosse cruel, torceria pela vitória daqueles que almejam transformar a democracia do Brasil 
numa cópia dos regimes ditatoriais bolivarianos, para que eles fossem devorados pelo Saturno dos seus 
sonhos”.
Em seus textos, Ailton denuncia a “propaganda eleitoral subliminar”, “sobretudo a que se utiliza da 
máquina pública”.
Define a tal propaganda eleitoral subliminar como aquela que “consubstancia mensagem que não 
ultrapassa o limiar da consciência, que não é suficientemente intenso para penetrar na consciência, mas 
que, pela repetição ou por outras técnicas, pode atingir o subconsciente, afetando as emoções, desejos, 
opiniões; subconsciente. Nessa perspectiva, a propaganda política também se serve das técnicas 
subliminares para chegar à inconsciência dos cidadãos, sobretudo os eleitores, especialmente durante 
os processos eleitorais. Todavia, não é incomum que tais processos perdurem todo o período que 
medeia entre a posse dos eleitos num pleito e o próximo. Noutras palavras, políticos estão sempre em 
campanha, muitas das vezes sem que o cidadão-eleitor tenha consciência”.
Em um dos artigos, deblaterou contra a afirmação de Dilma Rousseff, de que poderia utilizar as Forças 
Armadas nas manifestações contra a Copa:
“Por que, em lugar usar que “o Exército pode agir contra manifestações anti-Copa”, não se determinar 
aos órgãos competentes, responsáveis pela segurança pública, que façam uso da apropriado da Lei de 
Segurança Nacional para punir os que atentam contra a democracia, o Estado de Direito, os direitos 
fundamentais dos brasileiros, seja antes, durante ou depois da Copa? Pois que, sendo necessário, que 
se invoquem as Forças Armadas para defender a sociedade, a democracia, o Estado de Direito, não a 
#CopaDasCopas”(http://migre.me/nacLy)”.
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MORRE ROBERTO BOLAÑOS, O CHAVEZ


Criador dos seriados mexicanos de grande sucesso no Brasil Chavez e Chapolin, o ator Roberto 
Gomes Bolaños morreu aos 85 anos, informou nesta sexta-feira a rede de TV Televisiva, do 
México; assista ao tão memorável episódio de Acapulco e relembre o querido personagem.

247 – Morreu, aos 85 anos, o ator mexicano Roberto Gomes Bolaños, que interpretava os personagens 
Chavez e Chapolin. Ele também era o criador dos dois seriados do México e de grande sucesso no 
Brasil.
A informação foi veiculada pela TV mexicana Televisiva. Foi ela a responsável pela produção dos 
programas do humorista. O ator morava em Cancún, no México, com a esposa, Florinda Meza, que 
interpretava a Dona Florinda na série.
Em fevereiro, quando ele completou 85 anos, um parente divulgou a informação de que a saúde do 
ator era "frágil" e que ele precisava de acompanhamento 24 horas. Ele sofria de problemas 
respiratórios e tinha dificuldades para se locomover.
Chavez deixará muita saudade aos brasileiros. Abaixo, relembre o tão memorável episódio de 
Acapulco:

Gilmar Mendes suspende investigação contra procurador do caso Alstom


Jornal GGN - E o ministro Gilmar Mendes mandou suspender investigação contra Rodrigo De 
Grandis, dizendo que ele já foi inocentado da suspeita de não ter atendido pedido da Suíça em 
2011. De Grandis engavetou o pedido na pasta errada e o trensalão tucano ficou sem 
continuidade. Gilmar acatou pedido de De Grandis e suspendeu o processo disciplinar da 
Corregedoria até a decisão final do STF. E mandou um "entenda" para a AGU e PGR. O 
advogado de De Grandis afirmou ao repórter que o STF "mostrou mais uma vez que é o 
guardião do devido processo legal". 

Leia a matéria de Fausto Macedo, no Estadão.  


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do processo administrativo disciplinar aberto no final de outubro pela Corregedoria Nacional do Ministério Público para investigar o procurador da República Rodrigo de Grandis por suspeita de não ter atendido solicitação de cooperação da Suíça no caso Alstom, em 2011.

Mendes concedeu liminar em mandado de segurança impetrado por De Grandis, bloqueando o processo disciplinar da Corregedoria, braço do Conselho Nacional do Ministério Público.
O ministro amparou sua decisão na sindicância da Corregedoria do Ministério Público Federal, instituição à qual o procurador pertence, que concluiu por unanimidade pela inocência de De Grandis, diante da “não constatação de conduta culposa ou dolosa caracterizadora de infringência ao dever funcional”.
A defesa do procurador, sob responsabilidade dos advogados Pierpaolo Bottini e Igor Tamasauskas, sustentou perante o Supremo que “após exaustivo trabalho, a comissão de sindicância (da Corregedoria do MPF) concluiu pela inexistência de qualquer falta funcional, tese acolhida pela Corregedoria do impetrante (Rodrigo De Grandis), com o arquivamento do expediente”.
O processo disciplinar foi instaurado pelo corregedor nacional do Ministério Público, Alessandro Tramujas, para apurar supostos desvios de conduta do procurador durante as investigações do caso Alstom – pagamento de suborno a autoridades do governo de São Paulo nos anos 1998 em contrato da área de energia.
De Grandis alegou ao STF que a medida da Corregedoria Nacional “violou ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal”. Também afrontou o artigo 77 do Regimento Interno do Conselho Nacional do Ministério Público, “pois a instauração do processo administrativo disciplinar se deu sem sua oitiva”.
Em sua decisão, o ministro Gilmar Mendes adverte que o corregedor nacional do Ministério Público abriu o processo disciplinar “monocraticamente, sem que fosse conferida ao impetrante (De Grandis) a oportunidade de apresentação de quaLquer manifestação no Conselho Nacional do Ministério Público”.
“Este fato agrava-se ainda mais quando certo que a referida sindicância (da Corregedoria do MPF) foi arquivada por não ter sido constatada, após exaustiva apuração qualquer ‘conduta culposa ou dolosa caracterizadora de infringência ao dever funcional que possa ser atribuída (a De Grandis)”, destaca o ministro do STF.
Gilmar Mendes suspendeu o processo disciplinar da Corregedoria Nacional do MP até decisão final do Supremo.
Ele mandou dar ciência de sua decisão à Advocacia-Geral da União e à Procuradoria-Geral da República.
Para o advogado Igor Tamasauskas, o Supremo Tribunal Federal “mostrou mais uma vez que é o guardião do devido processo legal”.
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

KATIA ABREU, NÃO !!



Se Dilma Rousseff pode provar que estava certa na indicação de Levy, Barbosa e Trombini, o mesmo
não se pode dizer da anunciada nomeação de Kátia Abreu para o Ministério da Agricultura.
Tem coisa que pode e tem coisa que não pode. Kátia Abreu não pode, pelo conjunto da obra
pregressa.
Seria o mesmo, por exemplo, que nomear Paulo Maluf para o Ministério das Cidades ou lhe entregar
as chaves do Banco do Brasil.

Parceira de Ronaldo Caiado e seus coronéis na famigerada União Democrática Ruralista (UDR) dos 
tempos da ditadura militar, que de democrática nada tinha, Kátia Abreu sempre esteve lutando do lado 
exatamente oposto aos que, no PT e fora dele, defendem como razão de viver a reforma agrária, a 
proteção do meio ambiente, a agricultura familiar, a demarcação das terras indígenas e dos quilombolas.

A política também é feita de símbolos _ e Kátia Abreu, hoje presidente da Confederação Nacional da 
Agricultura, simboliza o que há de mais reacionário, intolerante e autoritário neste importante setor da 
vida nacional.
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Uma sombra no bastidor


Sinto a presença de Antonio Palocci por trás do esforço de recompor o esquema inicial do 
primeiro governo Lula

Por Mino Carta

Pergunto de abrupto aos meus botões: seria Antonio Palocci um saudosista? Se os botões pudessem 
piscar maliciosamente, assim o fariam. Trafega uma sombra pelos meus pensamentos, a deslizar 
sorrateira no bastidor da cautelosa gestação do futuro governo da República. Algumas nomeações 
certamente gozam da aprovação paloccica. Mas não seria a sombra dele mesmo, ministro da Fazenda 
de Lula no primeiro mandato e chefe da Casa Civil de Dilma por alguns meses? Não se teria abalado, 
o indomável Palocci, a distribuir um ou outro palpite, um ou outro conselho?
É aí que se revela a saudade alimentada pela personagem, como se o projeto fosse reconstituir os 
começos do primeiro governo Lula, dirigidas as devidas mesuras à casa-grande, aquietados os terrores 
de quem gostaria de viver em Dubai, tranquilizados os fiéis do deus mercado. Obra capital da operação 
sorriso, a “Carta aos Brasileiros”. De autoria de quem mais se não Antonio Palocci? Sinto que o 
homem está em plena atividade, ainda que se esgueire pelos cantos.
Se valem estas minhas arriscadíssimas... procuro a palavra... sensações? Intuições? Suposições? 
Fantasias? Pois é, caso tenham alguma relação com a verdade factual, a quais conclusões nos levam? 
Que o entendimento entre Lula e Dilma é muito mais profundo neste exato instante do que se imagina. 
O filtro entre Palocci e Dilma só pode ser o ex-presidente, sabidamente intérprete magnífico da 
Realpolitik.
Inquietos, os botões me puxam pelo paletó. Calma lá, suspiram, mas valeria hoje o mesmo esquema 
que funcionou há 12 anos? Medito antes de responder, e penso em Severina e Maria das Dores, e em 
todos os brasileiros que nestes 12 anos melhoraram de vida. São eles que, na reta final do pleito 
recentíssimo, contra o golpismo do mercado, da mídia nativa, dos brasileiros que gostariam de viver em 
Dubai, da reação tucana, garantiram a sofrida vitória de Dilma.
Houve avanços nestes 12 anos, sociais e na independência brasileira assentada na política exterior que 
nos convém. O Brasil atual não é mais aquele. A política do poder, destinada a garantir a chamada 
governabilidade e a enriquecer ilicitamente várias categorias de graúdos, ainda causa, contudo, estragos 
e atrasos monumentais em um sistema patrimonialista capaz de bater recordes mundiais em termos de 
cifras envolvidas.
Mudaram, eles sim, os saídos da miséria mais funda, cidadãos como todos os demais. Os graúdos 
sabem que não se trata do proletariado de décadas atrás nos países mais progredidos, e, antes ainda, 
dos sans-culottes da Revolução Francesa, o que, de certa forma, os tranquiliza, até sem se darem conta 
da situação, aceita como fato natural. Nem por isso as circunstâncias atuais deixam de ser bem 
diferentes em relação ao momento em que Lula chegou à Presidência. Mesmo porque, a crise 
econômica mundial só eclodiria em 2008 e seus efeitos alcançariam o País ainda mais tarde.
O que está em jogo, de todo modo, são as esperanças realizadas e aquelas estimuladas. Creio que mais 
poderia ter sido feito em proveito da inclusão social, mas animadores passos adiante foram dados, e os 
beneficiados, ou aspirantes aos benefícios, no momento, e por incrível que soe, não pesam na balança.
Que acontecerá com movimentos sociais importantes como o MST? Que acontecerá com o próprio 
Partido dos Trabalhadores, aviltado por seus pecados, a exibir sua incapacidade de formar quadros à 
altura das circunstâncias? Nem me atiro a formular este gênero de perguntas aos meus botões, 
poupo-os nesta hora de grande perplexidade. De saída, sei que citarão um sábio: quem perde a 
ideologia, ou, se quiserem, a fé, destina-se inexoravelmente à contemplação. O que, sublinho, o 
qualifica à condição de súcubo.
Tenho uma última pergunta, a subir ao céu para se dissolver nas alturas nevoentas, como o fogo dos 
peles-vermelhas ao ameaçar a diligência ousada que singra o território hostil no fundo do vale. Se a 
opção é crescer ou crescer, qual seria o nexo entre o propósito e sua realização se nos rendermos ao 
deus mercado? Ou é admissível que os empresários brasileiros, abandonados irresponsavelmente, e de 
várias maneiras ao seu destino, tornaram-se todos, sem distinção, rentistas?
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Os ensinamentos da campanha a Dilma



Luis Nassif

Ao terminar a campanha eleitoral, vários assessores de Dilma Rousseff garantiram que ela havia 
aprendido bastante com a campanha. Entendeu melhor a complexidade do país e, mais do que isso, o 
papel da Presidência - de articuladora política, de regente da orquestra, e não de gerente.
De fato, aprendeu bastante. Mas, em termos práticos, o que muda?
Dilma entendeu a importância de se escolher um Ministério de peso.
Depois, a importância de sair da gestão do dia a dia e atuar mais politicamente - isto é, relacionando-se 
com os meios político, econômico e social.
***
Esses assessores apenas não garantiam se a Presidente mudaria tanto seu estilo, a ponto de abrir a 
discussão das políticas públicas à sociedade civil e deixar de lado as decisões autocráticas.
Mas - lembravam - tendo uma equipe de peso dando forma, conteúdo e cronograma às suas propostas, 
haveria sensível diminuição da ansiedade de Dilma e, por conseqüência, do seu voluntarismo.
***
Os primeiros movimentos do segundo governo são encorajadores.
Foi precisa a forma como indicou os Ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson 
Barbosa. Ambos assumem com o compromisso de um ajuste fiscal gradativo. Ou seja, Dilma 
reconheceu a necessidade de um ajuste mas, fiel ao que defendeu na campanha, fugiu das soluções 
extremadas. Colocar um ortodoxo para gerenciar um ajuste fiscal não-radical é a melhor combinação 
custo-benefício.
Os demais movimentos seguem uma lógica político-administrativa. Deverá indicar a polêmica líder 
ruralista Katia Abreu para a Agricultura e Armando Monteiro para o Desenvolvimento. 
E terá que dar a contrapartida aos movimentos sociais.
Ontem, recebeu no Palácio frei Betto e Leonardo Boff, a quem garantiu que trabalhará pessoalmente 
na recomposição de laços com os movimentos sociais. Mais tarde, em uma solenidade com 
movimentos sociais, reforçou o compromisso com a inclusão, a melhoria de renda e o não sacrifício 
dos trabalhadores.
***
Indo nessa direção, o futuro Ministério refletirá a diversidade de forças sociais e econômicas do país, 
trazendo uma enorme lufada de ar fresco ao seu governo.
Resta saber como tratará as seguintes questões:
Os modelos de participação social.
Há uma enorme variedade de fóruns de participação que perderam expressão nos últimos anos: o 
CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social), os fóruns de produtividade da ABDI 
(Agência Brasileira para o Desenvolvimento Industrial), os conselhos e conferências sociais.
Não se sabe como pretenderá agir já que, por incompatibilidade de gênios, perdeu o melhor condutor 
dessas políticas, Gilberto Carvalho.
2. As políticas integradas de infraestrutura.
Os investimentos em infraestrutura tem potencial para relançar a próxima etapa de crescimento do país. 
Mas demandam uma preparação cuidadosa, para identificar os principais obstáculos, resolvê-los, 
montar estratégias para atração de capital privado nacional e internacional, para fortalecer as médias 
empreiteiras e até para montar um +Engenheiros, aproveitando a enorme capacidade ociosa na Europa.
Esse trabalho estava sendo conduzido por Bernardo Figueiredo, na EPL (Empresa de Planejamento e 
Logística). Saiu por incompatibilidade de gênios. É importante dar continuidade.
3. As estrategias jurídicas-políticas
É evidente a fragilidade institucional no governo junto ao Judiciário, Polícia Federal e Ministério. Em 
um ambiente de turbulência institucional, Ministro da Justiça é figura mais relevante que o próprio 
Ministro da Fazenda.
A Presidente terá dois desafios: nomear um Ministro da Justiça com peso, como foi Márcio Thomas 
Bastos, capaz de recuperar o profissionalismo da Polícia Federal, dialogar com os tribunais. 
E, também, indicar Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) com luz própria e suficiente 
respeitabilidade e caráter para resistir às pressões dos grupos de mídia.
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Dilma e a síndrome do Pajé



No Blog do Rovai


O telhado onde o nome de Joaquim Levy subiu parece ser firme o suficiente para não cair nas 
primeiras ventanias e seu nome vem se consolidando como quase certo para a Fazenda. 
Dilma vai neste final de semana para Fortaleza participar de um encontro do PT. Se porventura 
anunciar seu nome antes, o recado é um. Se vier a conversar com dirigentes do partido para anunciar a 
equipe econômica depois, o recado é outro.
No PT, a preocupação atual começa a ser a de que Joaquim Levy não assuma com carta branca para 
fazer o que achar conveniente. Há preocupação, por exemplo, com as nomeações das direções dos 
bancos públicos. O BB e a CEF têm tido papeis importantes na ampliação do crédito e em programas 
como o Minha Casa Minha Vida. Outra preocupação é que ele não se torne um pajé do governo.
Em 2003, Palocci virou o pajé de Lula. O ex-presidente queria aumentar o salário mínimo, tinha quase 
todo o governo querendo o mesmo, mas Palocci conseguiu impedir que isso acontecesse. 
Na época, um ministro em conversa reservada denominou o caso de síndrome de pajé. O cacique 
(Lula) mesmo querendo fazer algo ia conversar com o homem da tribo que tinha acesso aos deuses. No 
caso do governo, os deuses do mercado. E o pajé dizia que se o cacique fizesse isso, choveria fogo. O 
pajé acabava mandando no governo.
É verdade que atualmente as condições do país são muito mais conhecidas do que naquele momento, 
que há gente na economia com posições menos ortodoxas e que Dilma é alguém que interfere mais 
diretamente na economia do que Lula, mas mesmo assim o risco sempre existe.
O PT parece até ter assimilado que o remédio Levy pode ser ruim, mas já é um fato. A questão agora 
parece administrar a dose. Uma super dose de ortodoxia pode até não ser fatal para a macroeconomia, 
mas seria desastrosa do ponto de vista da política para quem ganhou as eleições fazendo um discurso 
mais à esquerda. E é isso o que mais preocupa quem sabe que a tecnocracia é pra lá de uma ação 
política.

PS: Quem quiser comprar o disco da dupla Cacique e Pajé, que ilustra o post, pode ir lá no Mercado 
Livre, tá só 12 reais.
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Confissões de uma garota de programa



por : Lasciva

Sempre morri de curiosidade sobre como é a rotina das garotas de programas – e, principalmente, sobre
o que elas fazem de tão especial que tanto atrai os homens. Acabei encontrando uma acompanhante
experiente disposta a sanar todas as minhas dúvidas. Bianca tem 27 anos e se diz satisfeita com a vida
que leva. Descobri-a em um perfil do site VIP Class Acompanhantes, e fiquei impressionada em como
ela foi receptiva a se abrir comigo. Aliás, não foi só isso que me impressionou: além de voluptuosa,
Bianca é articulada e super inteligente.
Ela revela que a maioria dos seus clientes são homens casados, dispostos a pagar por um bom
boquete, pois não têm isso em casa. Essa conversa me fez pensar que talvez falte mais prazer na casa
das pessoas. Não que isso seja culpa das mulheres – provavelmente, não é. Muitas dessas esposas só
devem estar cumprindo os tais requisitos de “mulher para casar”. E eles, bem, talvez só precisem variar
um pouco. Porém só conseguem fazer isso, se for escondidos. Nesse sentido, procurar uma
acompanhante é a opção mais segura e tranquila para sair da rotina.

As palavras de Bianca parecem bem sinceras. E ajudam a quebrar certos preconceitos sobre a 
vida de uma garota de programa:

Há quanto tempo você começou a fazer programa? Que idade tinha?
Estou há 10 anos nessa atividade. Comecei aos 17 anos, quando saí de casa. Como a maioria de nós,
saí de casa cedo e fui amparada por uma colega (agora minha melhor amiga) que também era garota de
programa. Como todo começo, foi bastante difícil, com pouco dinheiro. Tinha que me virar na rua
mesmo em boates e casas noturnas. Depois, com o aumento da clientela, comecei a juntar dinheiro e
comecei investir em outras formas de divulgação, como jornais e sites de acompanhantes.

Como você entrou na profissão?
Tornei-me acompanhante por necessidade mesmo. Precisava do dinheiro para completar meus estudos
e me manter com um mínimo de dignidade em uma cidade grande, de custo de vida alto. Como disse,
saí de casa cedo. Meus pais são agricultores, então não tinham condições de pagar minha faculdade,
hospedagem e outros custos mínimos para eu tentar uma vida diferente.

Quantos homens você costuma atender por dia?
Varia muito. Há épocas em que é possível realizar entre quatro ou cinco atendimentos no mesmo dia.
Mas a média mesmo é de dois atendimentos diários. Quando há eventos importantes, como feiras
grandes, congressos e eventos internacionais, a média de atendimento aumenta muito.

Conte mais sobre esses homens.
São homens mais velhos, na maioria. Caras bem sucedidos: executivos, diretores de empresas,
políticos… A maioria esmagadora dos homens que me procuram são casados, ricos, divertidos e
safados.

Você também atende mulheres? Se sim, com que frequência?
Não atendo mulheres, nem casais. Apenas homens. Também não atendo grupo de homens. Já atendi
mulheres e já tive muita dor de cabeça por causa disso. Os homens são mais simples.

Quais são os pedidos que você mais recebe?
Querem o diferente. Ou seja, aquilo que não têm em casa com suas esposas, namoradas e noivas.
Querem se divertir, mudar a rotina… Os pedidos são os mais variados possíveis, principalmente sexo
anal e sexo oral, pois é o tipo de prazer que muitas de suas companheiras não costumam lhes
proporcionar em casa.

E o que, de mais inusitado, pedem que você faça?
Os pedidos geralmente envolvem coisas simples, como um cliente que me pediu para eu atendesse de
shortinho. Já vesti também fantasia de colegial para agradar um cliente. Pode parecer banal, mas eles
não têm isso em casa. O pedido mais inusitado mesmo foi um homem todo másculo, bem musculoso
que me pediu para penetrá-lo com um consolo. Na hora, fiquei um pouco nervosa, mas levei numa boa
e realizei meu atendimento.

Por que você acha que homens casados contratam acompanhantes?
Querem sair da rotina. Estão cansados de trabalhar tanto, são homens que enfrentam muita
responsabilidade no dia a dia e querem se divertir de verdade, mas sem ter compromisso ou sem serem
reprimidos de qualquer forma. São homens que têm fetiches e fantasias reprimidas, mas que não têm a
coragem de expô-las para suas esposas, namoradas pois certamente serão julgados ou reprimidos. Eles
buscam na gente aquilo que não encontram em suas companheiras. Homens do perfil que atendo
gostam de aventuras.

O que os homens procuram nas acompanhantes?
Aquilo que não têm casa! Quase sempre são coisas simples, como eu pôr uma calcinha mais ousada,
realizar uma fantasia. O que eles querem é um pouco mais de ousadia, mesmo. Querem uma mulher
diferente, desinibida e que faça aquilo que eles gostam – sem neuras, preconceitos ou vergonha.

Você é também confidente dos clientes? Que tipo de segredos costuma ouvir?
Tento não ser. Mas não há motivos para negar uma boa conversa, quando um cliente precisa desabafar.
Não diria que sou uma confidente dos meus clientes, mas quando percebo que o cara está precisando
conversar e que a conversa não é aquela lamentação tediosa da vida, tento ajudá-lo no que posso.
Os segredos que mais ouço são relativos aos seus desejos, fantasias, fetiches. Mas há sempre a
confissão de outros tipos de “segredos”, como um cliente que precisava conversar sobre problemas que
estava enfrentando com sua filha mais velha. E, como mulher, acho que pude tirar algumas dúvidas
dele, mas que tinha vergonha ou receio de perguntar à esposa.

Quais as principais fantasias deles?
Além das fantasias normais que já falei, muitos clientes gostam também de sadomasoquismo. Querem
que eu me vista como dominadora e seja má com eles. Muitos dos homens que atendo são líderes em
suas atividades e querem ser dominados de vez quando. Mas as principais fantasias são essas mesmo.
Quando aparece alguma coisa muito estranha e fora da normalidade, tento evitar e abandono o
atendimento. Tudo tem limite.

Alguma vez você já sentiu medo de um cliente?
No começo, quando era mais nova, sim. Era inexperiente, não sabia como selecionar minha clientela e
precisava lidar com homens que não tinham muita educação e bons modos. O medo era sempre o
mesmo. Medo de sofrer qualquer tipo de violência, medo que descobrissem quem sou… Mas hoje
consigo selecionar melhor os clientes que atendo, pela própria forma que divulgo meu trabalho. A
seleção já começa aí. Divulgar em sites de acompanhantes bem frequentados, com público qualificado
já é um diferencial importante para não se envolver com clientes indesejados.

O que você faz que deixa os homens loucos?
Sexo oral, sexo anal. Bem feito, deixa qualquer homem louco. Sou bem liberal, obviamente que dentro
dos limites do bom senso. Não faço nada que irá me prejudicar fisicamente e psicologicamente, mas se
for do meu agrado e que também satisfaça as fantasias e desejos do homem, eu faço. Sou bastante
liberal com meus clientes. Tem que ser uma puta de verdade, sem frescuras. Quanto mais safada,
melhor. Isso é que deixa os homens loucos.

Que tipo de elogio você costuma ouvir?
São muitos. Obviamente que a maioria é sobre os meus atributos físicos. Do tipo: gostosa, delícia.
Também gosto de ouvir quando eles me chamam de safada e “puta gostosa”.

Você também sente prazer durante os programas?
Claro. Trabalhar em algo sem ter prazer é o pior fardo que alguém pode carregar. Sinto tanto prazer
que me entrego de verdade. Tenho muitos orgasmos, principalmente com homens inteligentes,
divertidos e que sabem o que querem. Prazer é fundamental.

O que você mais gosta que eles façam?
Que me paguem bem (risos). Também gosto quando são cavalheiros, educados e me respeitam. Na
cama, gosto de pegada forte. Homem com atitude e vontade. Odeio quando ficam com frescuras ou
cheio de pudores. Se tem vontade, vai lá e faz – claro que dentro do limite da normalidade.

Que situação foi a mais marcante da sua profissão?
Quando recebi uma proposta de casamento de um cliente. O cara ficou apaixonado por mim, levou-me
para jantar, levou presentes, fizemos o programa e depois se declarou estar perdidamente apaixonado
por mim. Era um cliente que eu atendia praticamente toda a semana. Achava que ele gostava de mim
pelo meu desempenho na cama, mas não que tinha sentimentos mais fortes por mim. Fiquei muda,
completamente sem palavras. Não sabia o que fazer e dizer para ele. Não sentia o mesmo por ele,
gostava de ficar com ele, pois era uma pessoa extremamente agradável, mas não o via como marido,
namorado… Mas consegui contornar a situação e conversando resolvemos o caso. Mas confesso que
foi um momento marcante, delicado e extremamente difícil para mim. No final, resolvemos parar por
ali mesmo, não havia mais clima pois suas pretensões eram muito diferentes das minhas.

Conte um pouco sobre a sua rotina.
Minha rotina é absolutamente normal, nada de especial. Realizo minhas atividades pré agendadas com
meus clientes. Claro que há ocasiões e momentos que sou chamada para acompanhamentos mesmo, no
sentido literal da palavra. Acompanhar o cliente em eventos, jantares, festas. Mas são raras essas
ocasiões. Minha rotina de acompanhante se baseia mesmo em sexo, todos os dias. Há momentos em
que também preciso parar um pouco, mais sei bem quando chega o momento. Agora, no dia a dia,
nada de diferente.

O que você faz no seu tempo livre?
Gosto de ler, ir ao cinema, ao teatro. Não gosto muito de agitação, bagunça, barulho e confusão.
Atualmente, no meu tempo livre aproveito o máximo para estudar. Sei que essa vida de acompanhante
de luxo é por pouco tempo e não quero ficar em uma situação delicada quando tudo acabar. Procuro
sempre fazer boas amizades, também. São fundamentais. Mas nada de especial, gosto de coisas
simples, como ir à praia aos finais de semana. Nem sempre é possível, mas quando vou, acho o
máximo. Adoro quando sou convidada por um cliente para passar o final de semana na praia.
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Leonardo Boff: Carta à Presidenta Dilma Rousseff



Estimada Presidenta Dilma Rousseff,

do site de Leonardo Boff

Nós, participantes do Grupo Emaús abaixo relacionados, queremos parabenizá-la por seu esforço e 
desempenho durante a árdua campanha eleitoral, bem como pelas conquistas de seu primeiro mandato. 
Somos um grupo de teólogos/as de várias Igrejas cristãs, sociólogos/as, educadores/as e militantes que 
nos encontramos regularmente há quatro décadas. Estamos todos comprometidos na construção de um 
Brasil, social e economicamente mais justo, solidário e sustentável.
A maioria batalhou, desde o início, em favor do PT e de seu projeto de sociedade. Nessas eleições de 
2014, muitos de nós expressamos publicamente nosso apoio à sua candidatura. Discutimos e 
polemizamos, pois, percebíamos o risco de que o projeto popular do PT, representado pela Senhora, 
não pudesse se reafirmar e consolidar. Para nós cristãos, especialmente nas milhares de comunidades 
de base, tínhamos e temos a convicção de que a participação política, de cunho democrático, popular e 
libertador, se apresenta como um instrumento para realizar os bens do Reino de Deus.
Esses valores são a centralidade dos pobres, a conquista da justiça social, a mútua ajuda, a busca 
incansável da dignidade e dos direitos dos oprimidos, a valorização do trabalhador e da trabalhadora, a 
justa partilha e o respeito pela Mãe Terra. Por isso, na linha do diálogo que a Senhora propôs à 
sociedade, queremos apresentar algumas sugestões para que seu governo continue implementando o 
projeto que tanto beneficia a sociedade brasileira, especialmente os mais vulneráveis.

O BRASIL QUE QUEREMOS
Estas são as grandes opções que, acreditamos, devem estar presentes na construção do Brasil que
queremos:

PROMOVER UMA REFORMA DO SISTEMA POLÍTICO. 
Uma reforma que acabe com o financiamento de campanhas eleitorais e partidos políticos por empresas 
privadas, e estabeleça o financiamento público. Uma reforma que possibilite a participação dos 
cidadãos e cidadãs no processo de tomada de decisões:
– sobre a política econômica;
– sobre todo e qualquer projeto que tenha forte impacto social e ambiental;
– sobre a privatização de empresas estatais e de serviços públicos.
Uma reforma que contemple também a democratização do Poder Judiciário, pois ele é, hoje, o menos 
controlado dos três poderes.
Só assim poderemos dizer que caminhamos para uma democracia política, econômica, social e cultural, 
num diálogo efetivo entre membros da sociedade política e da sociedade civil, que signifique governo 
do povo, pelo povo, para o povo.

REFORÇAR UM MODELO ECONÔMICO MAIS SOCIAL E POPULAR. 
Repensar criteriosamente a privatização de serviços públicos e de nossas riquezas naturais (entre as 
quais o petróleo). Orientar um modelo econômico centrado nas pessoas, na realização de seus direitos e 
numa relação harmoniosa com a natureza, no “bem viver” – como condição para enfrentar a grave 
crise ecológica na qual estamos imersos. Deve ficar claro para todos, assim o desejamos, que o 
governo Dilma governa todo o País, mas privilegiando os pobres e aqueles que não são capazes se 
manter por sua própria conta.

REALIZAR UMA AUDITORIA DA DÍVIDA PÚBLICA, externa e interna, conforme 
exigência de nossa Constituição (Constituição Federal, Ato das Disposições Constitucionais 
Transitórias, art. 26, 1988).
Precisamos saber a quem deve e quanto deve realmente o Brasil, e de que forma foi feita esta dívida. A 
única auditoria que o Brasil fez, em 1931, constatou que 60% da dívida eram irregular, legalmente 
inexistentes. Em 2000, tivemos um Plebiscito Popular sobre a Dívida Externa, do qual participaram 6 
milhões de pessoas, e 95% votaram pela realização da auditoria da dívida. O Equador realizou uma 
auditoria da dívida pública em 2009, e descobriu que 70% da dívida eram irregulares. 
A partir de então, passou a pagar apenas 30%, o restante foi investido em saúde e educação.

REAVALIAR OS MEGAPROJETOS À LUZ DE CRITÉRIOS ECOLÓGICOS, 
AMBIENTAIS E SOCIAIS para que não ameacem o meio ambiente e o habitat de povos indígenas,
quilombolas e populações ribeirinhas. Investir nas energias renováveis, especialmente na energia solar
visto que somos um dos países mais ensolarados do mundo. Estabelecer uma estratégia para o gradual 
fim da utilização de fontes de energia prejudiciais ao meio ambiente e perigosas à vida, como a energia 
nuclear e as termelétricas.

PROTEGER O MEIO AMBIENTE
Há anos, cientistas, movimentos sociais, entidades ambientalistas e muitas ONGs vêm advertindo para 
os sérios problemas climáticos que o Brasil teria se mantiver o tipo de desenvolvimento predatório 
implementado até agora. O que era uma previsão está ocorrendo diante de nós: a crise mais séria de 
falta de água de que já ouvimos falar, com riscos evidentes para a população, e a ocorrência de chuvas 
torrenciais, verdadeiras tempestades, em diferentes lugares do País, que causam destruição e mortes.
A desconsideração para com a Amazônia e o Cerrado, com a continuidade do desmatamento – mesmo 
que o ritmo do desmatamento tenha diminuído -, é o principal fator para as chuvas desmedidas no 
Norte e a seca no Sudeste. O Brasil precisa assumir a meta do “desmatamento zero”.
A falta d’água é fruto de vários fatores, entre os quais a desatenção para com as condições de 
vitalidade dos nossos rios, a realização de megaprojetos, a destruição das matas ciliares, a poluição das 
águas e a ausência de infraestrutura sanitária e tratamento de esgotos. O Brasil tem uma situação 
privilegiada no mundo: 13,8% da água doce estão aqui. O maior aquífero, o Alter do Chão, se 
encontra em nosso País. E, no entanto, vários de nossos rios estão secando, e começa a faltar água em 
muitos lugares. A segunda maior reserva subterrânea de água doce do mundo, o aquífero Guarani, vem 
sendo contaminado pela infiltração de agrotóxicos. Vemos como urgente uma política que privilegie 
uma mudança da nossa matriz energética em direção a energias mais limpas (solar e eólica), com 
menor impacto ambiental (grandes hidrelétricas) ou agravamento da contaminação ambiental e do 
aquecimento global (térmicas a carvão, petróleo e gás).

DEFENDER OS DIREITOS DE POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS: 
Os primeiros habitantes desta terra foram os povos indígenas. Quando os portugueses aqui chegaram, 
calcula-se que havia cerca de cinco milhões, repartidos em mais de 600 povos, com suas diferentes 
culturas e línguas. A colonização provocou um verdadeiro genocídio: povos inteiros desapareceram, 
restando, hoje, menos de um milhão e pessoas. Muitos deles não têm mais terra onde morar – eles que 
eram os donos milenares destas terras – e estão sendo dizimados, como é o caso dos Guarani-Kaiowá. 
Outros estão perdendo suas terras e, sobretudo, seus rios, para megaprojetos, para o agronegócio, para 
mineradoras. O mesmo acontece com comunidades quilombolas.
É urgente garantir os direitos constitucionais desses povos, restabelecer suas condições de vida, 
fazendo florescer toda a riqueza de sermos um País pluriétnico, pluricultural e plurilinguístico, se é que 
queremos chamar a nossa sociedade de civilização: uma civilização que não faz respeitar os direitos 
humanos não tem direito a este nome.

REALIZAR A REFORMA AGRÁRIA. Esta é uma reivindicação dos trabalhadores rurais que data 
da primeira metade do século XX, e que foi um dos motivos para o golpe militar de 1964. A ditadura 
impediu a reforma agrária, mas os governos posteriores também não a realizaram.
É uma reforma estrutural necessária para acabar com a concentração da propriedade da terra – onde 
1% dos proprietários detém quase metade da terra -, para democratizar o seu acesso, fazendo com que 
a terra se destine a quem nela queira trabalhar e produzir alimentos para a população. E garantir 
condições favoráveis para as pessoas poderem se manter no campo.

PROMOVER A REFORMA URBANA, para democratizar o direito à cidade. Que as cidades 
sejam feitas para as pessoas e não para os automóveis; investir no transporte público de qualidade, 
priorizar o uso dos trilhos (metrô, trens), reduzir o tempo de deslocamento entre casa e trabalho. 
No que diz respeito à habitação, conter a especulação imobiliária e garantir que todos tenham 
condições de morar dignamente, com pleno acesso aos serviços públicos.

RESTRINGIR TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
Até há alguns anos, havia dúvidas sobre se os transgênicos faziam mal à saúde. Este ano, um manifesto 
de 815 cientistas de todo o mundo alertou os governos de que os transgênicos representam um perigo e 
que se deveriam estabelecer uma moratória de cinco anos sem transgênicos, até que pesquisas 
independentes comprovem que fazem bem ao ser humano. É urgente uma política para reduzir, 
controlar e acabar com este tipo de plantio que está prejudicando a geração atual, mas prejudicará, 
ainda mais, as gerações futuras. E pior que isso, permite o controle de nossa agricultura por grandes 
multinacionais desta área, cujo único interesse são os lucros cada vez maiores, pondo em risco nossa 
soberania alimentar.
O mesmo se pode dizer sobre o uso de agrotóxicos: nós somos o maior consumidor de agrotóxicos em 
nível mundial. Nos países desenvolvidos, vários dos agrotóxicos que aqui ainda são usados foram 
proibidos há mais de 20 anos. Como chamou nossa atenção o cineasta Sílvio Tendler, “o veneno está 
na mesa”. É absolutamente fundamental estabelecer uma política de estrito controle sobre as 
substâncias que entram nos nossos alimentos, e reduzir sistematicamente o seu uso.

REFORMA TRIBUTÁRIA. 
Reformar o nosso sistema tributário para que ele seja progressivo, isto é, para que pague mais quem 
ganha mais, e pague menos (ou nada) quem ganha menos, o que implica que o imposto sobre a renda 
tenha mais peso que o imposto sobre o consumo.
Introduzir o imposto sobre as grandes fortunas, de modo a reduzir a enorme desigualdade social que 
caracteriza nosso País. Aumentar o imposto sobre a propriedade territorial rural, para acabar com o 
privilégio dos latifundiários. Introduzir a taxação sobre o capital financeiro (bancos e investimentos): 
“taxa sobre transações financeiras” (a famosa Taxa Tobin). Esta reforma é fundamental para reverter o 
atual sistema tributário, gerador de desigualdade.

POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA. 
Precisamos, urgentemente, de uma nova política de segurança pública e de reforma de nosso sistema 
prisional, para que se torne regenerativo e não apenas punitivo. Estão encarcerados/as, hoje, no Brasil, 
cerca de 550 mil presos/as. A maior parte destes/as se encontram ali por crimes contra o patrimônio ou 
por tráfico de drogas, não por crimes letais. No Brasil, ocorrem cerca de 50 mil homicídios dolosos por 
ano. A maioria das vítimas é jovem, pobre, negra, e do sexo masculino. Este genocídio precisa acabar, 
e temos meios para isso. Que a segurança pública seja exercida para proteger a vida e os direitos dos 
cidadãos, e não apenas a propriedade.

DEMOCRATIZAR OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. 
É necessária uma legislação que torne a liberdade de informação e de expressão uma realidade para 
todos os brasileiros (e não apenas para a elite que controla a grande mídia), e que abra o espectro da 
comunicação, quebrando o atual oligopólio – que favorece unicamente a um pequeno grupo de 
grandes proprietários, em detrimento dos direitos da maioria.

UNIVERSALIZAR OS DIREITOS HUMANOS, políticos, civis, econômicos, sociais, culturais e 
ambientais, com respeito à diversidade. Garantir um sistema de saúde pública de qualidade, assim 
como de educação, transporte, saneamento básico. Que se combata, com todo o rigor, a violência 
policial, o emprego da tortura contra presos comuns e a situação degradante dos presídios superlotados.

VALORIZAR O TRABALHADOR E A TRABALHADORA: 
Garantir trabalho para todos/as. Trabalho digno e não precarizado. Redução da jornada de trabalho 
para 40 horas semanais, sem redução dos salários, como repartição dos abusivos ganhos de 
produtividade do capital. Reaparelhamento do aparato fiscalizador do Ministério do Trabalho. 
Combate à terceirização.

O CONTROLE SOCIAL DA GESTÃO PÚBLICA
, para garantir um serviço público voltado para 
os interesses dos cidadãos. É fundamental que estes possam exercer o controle da atividade 
parlamentar, assim como o controle dos governos (municipais, estaduais, federal). Reapresentar o 
projeto de Participação Social. Criar Observatórios de Controle Social (OCS) em todos os municípios 
brasileiros, formados por representantes da sociedade civil.

A ÉTICA NA POLÍTICA E DA POLÍTICA. 
O comportamento ético é essencial para a vida do cidadão e, especialmente, para aquele/a que pretende 
se dedicar ao serviço da sociedade, do bem comum, ao serviço público. Nenhuma política baseada na 
corrupção levará a uma sociedade justa, democrática, solidária e equitativa. Uma outra política é 
possível, com punições exemplares e reforma de nossas instituições, de modo a coibir a impunidade.
Aproveitamos para afirmar que nos empenharemos em colaborar, através dos meios de que dispomos, 
para que essas sugestões se tornem possíveis e façam avançar o projeto de sociedade que todos 
almejamos.
Desejamos sucesso em sua nova gestão, invocamos sobre a Senhora a lucidez e coragem do Espírito 
Criador e, sobre seu governo, todas as bênçãos divinas de luz, paz e amor solidário.
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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

PT MANTÉM ATIVO PROCESSO CONTRA GOLPE ELEITORAL DA REVISTA VEJA


PT não desistiu da Veja.  Essa Vara do Dr Moro… Só vaza o que quer …

O golpe midiático aplicado pela revista semanal de ultradireita Veja, às vésperas da eleição, segue ativo
e terá seu curso definido na Procuradoria Geral da República (PGR). 
O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) esclareceu, em nota distribuída nesta quinta-
feira, que o processo está ativo. A legenda requereu, perante a PGR e ao Supremo Tribunal Federal
(STF), a instauração de inquérito para investigar o vazamento de supostos elementos da delação
premiada de Alberto Youssef à publicação da Editora Abril, que deu origem à capa da publicação, três
dias antes do segundo turno das eleições presidenciais, na qual afirmava que “Dilma e Lula sabiam de
tudo”. 
Após a manifestação da PGR, o ministro Teori Zavascki, do STF, arquivou o pedido no Supremo por
entender que não há envolvimento de autoridades com prerrogativa de foro no vazamento.
“No entanto, estão em andamento perante a Procuradoria Geral da República três procedimentos para
apuração dos mesmos fatos (Manifestação n. 84489/2014; Sistema único n.00243054/2014 e Notícia-
Fato n. 1.00.000.015966/2014-08)”, esclareceu o PT.
Na semana que antecedeu as eleições, a revista adiantou a divulgação da capa, que normalmente é feita
aos sábados, para a noite de quinta-feira. A publicação dizia ter posse de uma gravação em que o
doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, teria dito a um ainda que
Lula e Dilma sabiam da corrupção dentro da Petrobras. As declarações provaram-se falsas nas semanas
seguintes, após a negativa do advogado de Yousseff, Antonio Figueiredo Basto, de que ele teria feito
as insinuações quanto a Lula e Dilma.
De acordo com a revista, o doleiro que assinou um acordo de delação premiada para conseguir redução de pena, foi questionado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema que ele fazia. “O Planalto sabia de tudo”, teria dito. O misterioso delegado pergunta a quem ele se referia. “Lula e Dilma”, teria respondido Youssef. O repórter Robson Bonin, que assina a matéria, no entanto, confessa que todas as afirmativas carecem de provas mínimas para se transformarem em algo minimamente crível.
“O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas – provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o depoente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades”, disse Bonin.
Advogado de Youssef, Figueiredo Basto voltou a desmentir a revista, nos dias que se seguiram, ao esclaecer que o doleiro prestou depoimento à Polícia Federal de Curitiba no dia 14 de outubro, mas não disse o que a revista publicou.
– Eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso – afirmou Basto a um jornal carioca.
Youssef prestou vários depoimentos no mesmo dia, sempre acompanhado de advogados da equipe de Basto, mas ninguém ouviu uma só palavra do que foi publicado pela Veja.
– Conversei com todos da minha equipe e nenhum fala isso. Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita especulação – pontuou o advogado, à época.
A maior preocupação do advogado no incidente, que passou ao largo da matéria de Veja, deve-se ao fato de que tal afirmação demandaria provas, caso contrário, além de violar o benefício da delação, que exige a apresentação de comprovação, o seu cliente estaria infringindo lei por calúnia, injúria e difamação, acarretando em outro processo. De forma criminosa e embalada pelo velho estilo golpista da grande mídia, a Veja publicou “reportagem” às vésperas da eleição sem apresentar provas que possam embasar tal afirmação, condição fundamental para uma reportagem. Aliás, esta é a conduta da revista ao longo da sua história marcada pela infração de todo e qualquer código de ética do jornalismo existente no mundo e do direito à informação, previsto na Constituição Federal de 1988.
A revista não escondeu, em nenhum momento, que sua intenção era o golpe. O colunista Reinaldo Azevedo, desde então, repete que o objetivo da publicação e da corrente política de extrema direita à qual representa é o de derrubar Dilma no segundo mandato. “(…) Se Dilma for reeleita e se for verdade o que diz o doleiro, devemos recorrer às leis da democracia – não a revoluções e a golpes – para impedir que governe”, disse Azevedo, acentuando o caráter golpista da publicação. Azevedo, em sua coluna, passa a receita aos tucanos e seus aliados sugerindo o pedido de impeachment de Dilma com base em suposta declaração do doleiro.
“SORDIDEZ TERRORISTA”
Presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo definiu a publicação como “sórdida”. “A tentativa de golpe na democracia perpetrada pela revista Veja na sua capa nos momentos finais da campanha presidencial chegou ao cume da sordidez e da afronta”, afirmou Rabelo a jornalistas, logo após a veiculação da matéria.
– Isso demonstra que essa revista se tornou um panfleto provocador e terrorista da elite conservadora e obscurantista, contra as forças democráticas progressistas e populares do Brasil. A revista chega ao limite do desespero e isso é um obstáculo ao avanço da democracia em nosso país – completou o dirigente comunista.
O presidente do PT de São Paulo, Emidio de Souza, também repeliu a revista Veja e afirmou que a publicação não passava de uma estratégia para tentar salvar a campanha tucana que, naquela altura dos fatos, estava irremediavelmente perdida.
– É um desserviço ao bom jornalismo e à democracia, uma revista querer, a 48 horas de uma eleição, trazer uma matéria deste naipe. É um desserviço, uma falta de imparcialidade, ou melhor, é uma parcialidade total na disputa eleitoral. Eu acho que a Veja perde um pouco mais do pouco que lhe resta de credibilidade – disse o dirigente.
Profissionais do Jornalismo também avaliaram a ação do semanário. O jornalista blogueiro Altamiro Borges, do Centro de Mídia Barão de Itararé, afirma que Veja mente para tentar influir no voto dos brasileiros.
– Este novo golpe também deveria fazer com que o governo repensasse sua política de publicidade. Não tem cabimento bancar anúncios milionários numa publicação asquerosa e irresponsável, que atenta semanalmente contra a democracia e o livre voto dos brasileiros – asseverou.
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Dilma começa a jogar os dados do segundo mandato



Luis Nassif

É possível que a presidente Dilma Rousseff esteja acertando em seus primeiros movimentos para a 
composição do segundo governo.
Ela tem dois desafios. Um deles, o da recomposição da segurança fiscal. O outro, o da composição de 
um Ministério plural, que contemple as diversas forças sociais e econômicas.
Trata-se não apenas de medida de eficiência, mas de governabilidade. Não se governa o país apoiado 
em um espectro político restrito.
***
O modelo ideal é aquele em que em cada Ministério haja representantes autênticos da respectiva área 
de atuação, que tenham o pulso do setor e possam propor as melhores políticas setoriais.
Quando for temas interministeriais, monta-se um grupo de trabalho, discutem-se as questões e a 
presidente arbitra.
Houve muitas críticas à possível indicação da presidente da CNA (Confederação Nacional da 
Indústria) para o Ministério da Agricultura, por acusações de complacência com trabalho escravo e 
desmatamento. Para o bem geral, ela não foi indicada nem para a Secretaria de Direitos Humanos nem 
para o IBAMA.
***
Na frente econômica, o desafio de um plano fiscal factível, sem gestos heroicos.
Cotado para a Fazenda, o ortodoxo Joaquim Levy pode ser um risco, mas uma oportunidade.
O risco é se aplicar um ajuste fiscal radical. Nesse caso, sai de baixo. Como já escrevi, se Joaquim 
tocar, Dilma dança 
A oportunidade, se implementar um ajuste fiscal gradual, nos moldes defendidos por seu provável 
futuro colega de Planejamento, Nelson Barbosa.
Nessa segunda hipótese, a presença de Levy poderá ser positiva em três frentes.
A primeira, por permitir – por sua simples indicação – maior rapidez na recuperação da confiança do 
mercado.
A segunda, por garantir – por seu perfil – que, definido com a presidente o ritmo do ajuste, não haverá 
interferências no trabalho.
A economia contará com dois interlocutores pesos-pesados – ele e Barbosa.
***
A terceira é a contrapartida que Dilma poderá oferecer aos grupos que protestaram contra sua 
indicação.
Dilma sempre foi resistente a formas de participação social. Assinou quase a contragosto o decreto de 
regulamentação (de figuras previstas na Constituição de 88) – o tal decreto “bolivariano”, conforme 
batizado pela ignorância radical.
A marca do primeiro governo Dilma foi de um profundo descaso com questões indígenas, fundiárias e 
de outras minorias – paradoxalmente ao lado de um profundo comprometimento em combater a miséria 
desorganizada.
As indicações de Levy e Kátia Abreu provocaram enorme alarido na banda esquerda do seu bloco de 
apoio, aquele que Dilma sempre contou nos momentos mais cruciais da sua curta carreira política – 
inclusive nas eleições passadas.
Se, como compensação, Dilma radicalizar no novo estilo e abrir espaço para a construção de políticas 
públicas por parte de atores da sociedade civil – de movimentos populares a ONGs empresariais –, 
especialmente nos Ministérios sociais, aprofundando a democracia social, poderá iniciar o segundo 
mandato sob ventos bastante auspiciosos.
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Se completar os preparativos com sinais claros de uma agenda de reformas macro ou micro, poderá 
inaugurar um período com perspectivas mais otimistas.
Obviamente, é do conjunto de decisões e do exercício do segundo mandato que se saberá melhor o que 
esperar de Dilma 2. Por enquanto, é apenas torcida.
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IPTU: A VITORIA DE HADDAD E A DERROTA DE BABOSA


Reajuste estava suspenso desde o ano passado após a FIE P e o PSDB entrarem na Justiça e 
o então ministro Joaquim Babosa emitir liminar em favor da elite são paulina.

No G1TJ CASSA LIMINAR E MANTÉM AUMENTO DO IPTU EM SÃO PAULO

Reajuste será de até 20% para residências e de até 35% para comércios.
Cabe recurso e tanto a Fiesp quanto o PSDB afirmam que vão recorrer.

O Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo decidiu nesta quarta-feira (26) manter o reajuste do Imposto 
Predial Territorial Urbano (IPTU) na cidade de São Paulo.
O reajuste tinha sido suspenso em dezembro do ano passado por uma liminar (decisão provisória). 
No novo julgamento, dos 25 desembargadores, a maioria decidiu derrubar o veto: foram 17 votos pela 
cassação da liminar e seis contra.
Com a decisão, fica liberado o aumento da taxa em até 20% para imóveis residenciais e de até 35% 
para imóveis comerciais. A Prefeitura prevê imposto mais alto em áreas nobres e escalonado para a 
periferia. 
Ficarão isentos 3,1 milhões de imóveis de baixo padrão com valor venal até R$ 160 mil e também 
imóveis de aposentados que ganham até três salários mínimos.
O reajuste estava suspenso desde o ano passado após a Federação das Indústrias do Estado de São 
Paulo (Fiesp) e o PSDB entrarem na Justiça com ações que questionavam a constitucionalidade da lei.
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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Janot dá uma caneta no Moro


Procurador deve pedir nos próximos dias abertura de inquérito contra políticos envolvidos na 
Lava-Jato
INQUÉRITO CONTRA POLÍTICOS ENVOLVIDOS NA LAVA-JATO

Procurador enviará as investigações contra pessoas com foro especial ao Supremo


BRASÍLIA – O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve pedir a abertura de inquérito 
contra pessoas acusadas nos depoimentos do doleiro Alberto Youssef assim que receber o conteúdo da 
delação premiada. Ele enviará as investigações contra pessoas com direito ao foro especial, como  
parlamentares e ministros, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Os outros suspeitos serão alvo da Justiça Federal no Paraná. Isso deve acontecer nos próximos dias, já 
que Youssef encerrou os depoimentos na terça-feira.
Na avaliação de Janot, os conteúdos das delações de Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo 
Roberto Costa já são suficientes para embasar as investigações de corrupção na estatal. Outras delações 
premiadas devem ser acordadas entre o Ministério Público e outros suspeitos, especialmente dirigentes 
de empreiteiras que participaram do esquema de desvio de dinheiro público. Se os próximos 
depoimentos apresentarem novos indícios, outros inquéritos serão abertos no futuro.
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DESMATAMENTO DA AMAZÔNIA LEGAL CAI 18% EM UM ANO, SEGUNDO GOVERNO


Desmatamento da Amazônia Legal caiu 18% entre agosto de 2013 e julho de 2014 em relação 
ao período anterior

No G1

Total desmatado entre agosto de 2013 e julho de 2014 foi de 4.848 km².
Dados do Inpe foram divulgados pelo Ministério Meio Ambiente.
O desmatamento da Amazônia Legal caiu 18% entre agosto de 2013 e julho de 2014 em relação ao 
período anterior, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, que divulgou os dados nesta quarta-
feira (26).
As informações são do sistema Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia 
Legal), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, e representam o índice oficial de 
desmatamento do governo federal. Ele avalia os meses que integram o chamado “calendário do 
desmatamento”, relacionado com as chuvas e atividades agrícolas.
Em números absolutos, o bioma perdeu 4.848 km² de vegetação. Em 2013, o desmatamento da 
Amazônia Legal foi de 5.891 km², um acréscimo de 28,8% em relação a 2012, quando o Ministério 
registrou 4.571 km² desmatados.
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Como o processo de sonegação da Globo sumiu da Receita e sobreviveu no submundo do crime


Os originais do processo

por : Joaquim de Carvalho

Esta é a segunda reportagem especial da série sobre o processo da sonegação da Globo, fruto de nosso
projeto de crowdfunding no Catarse. Na primeira, detalhamos a operação para aquisição dos direitos
de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
No dia 2 de julho do ano passado, um grupo de blogueiros, com o Centro de Estudos de Mídia
Alternativa Barão de Itararé e o Mega Cidadania à frente, foi ao Ministério Público Federal no Rio de
Janeiro e entregou uma representação com 25 páginas do processo da Receita Federal em que os donos
da TV Globo são responsabilizados pela prática de crime contra a ordem tributária.
O procurador recebeu os documentos e encaminhou para a Polícia Federal, que abriu inquérito. “Tinha
grande esperança de que o crime fosse, finalmente, apurado, em razão da independência do Ministério
Público”, diz Alexandre César Costa Teixeira, autor do blog Mega Cidadania.
No último 7 de outubro, dois dias depois do primeiro turno das eleições, o inquérito foi arquivado, por
decisão do delegado Luiz Menezes, da Delegacia Fazendária da Superintendência da Polícia Federal
no Rio de Janeiro. A decisão teve endosso do Ministério Público e foi acatada pela 8ª Vara Federal
Criminal do Estado.
“A frustração é muito grande. Eu me empenhei muito para que esse caso não ficasse impune”, disse
Alexandre, ao saber que a representação dele e de seus amigos acabou no arquivo da Justiça Federal.
“Eles não chamaram nenhum de nós para depor, mesmo sabendo que fomos nós que conseguimos as
páginas do processo que havia desaparecido da Receita. É um absurdo”, afirma. “O sentimento é de
indignação”, diz ele, que já foi funcionário do Banco do Brasil e do Ministério Público do Estado do
Rio de Janeiro.
Alexandre faz parte de uma rede que atuou na internet, em junho do ano passado, para fortalecer as
manifestações de rua. Foi ele quem entregou a Miguel do Rosário, do site O Cafezinho, os documentos
que incriminavam a Globo, o que provocou, em julho de 2013, uma manifestação em frente à porta da
Globo, na rua Von Martius, Jardim Botânico, em que foram distribuídos adesivos com a frase
“Sonegação é a maior corrupção”.
O processo desapareceu da Receita Federal no dia 2 de janeiro de 2007, quando já estava separado
para que uma cópia fosse encaminhada ao Ministério Público Federal, com uma representação para
fins penais, em que Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho são
apontados como responsáveis por crimes contra a ordem tributária.
Uma investigação da Receita Federal apontou a agente administrativa Cristina Maris Meinick Ribeiro
como responsável pelo sumiço. A prova mais forte contra ela é um vídeo que registra a entrada e a
saída da Delegacia da Receita Federal.
Na entrada, Cristina Maris aparece com uma bolsa. Na saída, além da bolsa, ela tem uma sacola, onde,
segundo testemunhas, estavam as três pastas do processo.
Seis meses depois do crime, a agente administrativa acabou presa, a pedido do Ministério Público
Federal, mas ficou apenas dois meses e meio atrás das grades.
Sua defesa, formada por cinco advogados, conseguiu no Supremo Tribunal Federal um habeas corpus,
numa decisão em que o relator foi o ministro Gilmar Mendes.
Em janeiro de 2013, Cristina Maris foi condenada a 4 anos e onze meses de prisão. O juiz que assina a
sentença escreveu que Cristina agiu “com o evidente propósito de obstar o desdobramento da ação
fiscal que nele se desenvolvia, cujo montante ultrapassava 600 milhões de reais.”
No mesmo processo em que foi condenada por ajudar a Globo, Cristina Maris respondeu à acusação
de interferir no sistema de informática da Receita Federal para dificultar a cobrança de impostos de
outras três empresas.
Cristina Maris vive hoje num apartamento da avenida Atlântica, esquina com a rua Hilário de Gouveia,
em Copacabana, mas não dá entrevista. Informado de que eu gostaria de conversar com ela, o porteiro
acionou o interfone e, depois de falar com alguém, disse que ela não estava.
O processo da Receita Federal permaneceu desaparecido até que Alexandre conseguiu com um amigo
cópia de 25 páginas do processo e as entregou para Miguel do Rosário, que publicou em O Cafezinho.
Eu fui apresentado ao amigo de Alexandre em um apartamento no centro da cidade. Sob condição de
não ter seu nome revelado, ele me levou, no dia seguinte, a uma casa no subúrbio carioca, e ali
telefonou para outra pessoa, a quem pediu para trazer “a bomba”.
Não eram apenas 25 páginas, mas o processo inteiro, original.
Meia hora depois, chegaram dois homens, um deles com uma mochila preta nas cotas.
Abrigaram a mochila e tiraram de dentro os dois volumes do processo, mais o apenso.


Os documentos são originais, inclusive os ofícios da TV Globo, em papel timbrado, em que a empresa,
questionada, entrega os documentos exigidos pela Receita Federal.
Alguns desses documentos são os contratos em que a Globo, segundo o auditor fiscal Alberto Sodré
Zile, simula operações de crédito e débito com empresas abertas no Uruguai, Ilha da Madeira, Antilhas
Holandesas, Holanda e Ilhas Virgens Britânica, a maior parte delas paraísos fiscais.
Esses contratos, que o auditor Zile classifica como fraude, têm a assinatura de Roberto Irineu Marinho
e de João Roberto Marinho. TV Globo, Power, Porto Esperança, Globinter, Globo Overseas são
algumas das empresas que fazem negócios entre si para, ao final, adquirir uma empresa nas Ilhas
Virgens Britânicas, a Empire, que tinha como sede uma caixa postal compartilhada com Ernst &
Young Trust Corporation e detinha os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
Você pode contribuir com o novo projeto de crowdfunding do DCM que está em processo de 
arrecadação clicando aqui.
Analisada superficialmente, a papelada indica que a Globo tem uma intensa atividade internacional, e
está em busca de novos espaços no exterior. Vistos com lupa, como fez o auditor da Receita Federal,
esses documentos mostram que tudo não passou de simulação.
As empresas são todas controladas pela família Marinho e os contratos são de mentirinha. No fundo, o
que a Globo busca é se livrar do imposto de renda que deveria ser pago na fonte, ao comprar os
direitos de transmissão da Copa do Mundo.
O amigo de Alexandre esclarece que os dois homens que guardam a bomba não pertencem à quadrilha
que faz desaparecer processos das repartições públicas do Rio de Janeiro, a qual a ex-funcionária da
Receita Federal Cristina Maris prestou serviço.
Os processos estiveram em poder da quadrilha até que o amigo de Alexandre conseguiu resgatá-lo da
única maneira que se negocia com bandidos: pagando o preço do resgate. Ele não diz o valor.
Alexandre recebeu os originais e quis entregá-los à Polícia Federal num fim de semana. Mas, ao saber
que se tratava do inquérito da Globo, o delegado de plantão teria se recusado a ficar com os
documentos.
Alexandre decidiu então esperar ser chamado para depor, oportunidade em que entregaria uma cópia
do processo ou mesmo o original, caso o delegado quisesse. Mas a intimação que ele esperava receber
nunca chegou.
“Dizem que o processo da Receita Federal foi remontado, com cópias fornecidas pela Globo. Seria
interessante comparar o original com esse processo remontado, se é que foi remontado”, afirma.
Na sexta-feira da semana passada, eu procurei o delegado encarregado do inquérito, Luiz Menezes.
Quando perguntei do inquérito, ele disse: “Esse inquérito já foi relatado e foi para a justiça federal.”
Quando perguntei sobre a conclusão dele, respondeu: “Arquivo”. Por quê? “A Globo apresentou o
DARF de recolhimento do imposto.” O senhor se lembra de quanto era o DARF? “Não”.
Na 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a informação que obtive é que, no dia 7 de outubro, o
processo deixou existir, tomando o caminho do arquivo, como sugerido pelo delegado, com a anuência
do Ministério Público Federal.
Sobre a hipótese de ter havido crime de lavagem de dinheiro, cuja punibilidade não é extinta mesmo
com o pagamento de imposto atrasado, o delegado Luiz Menezes não quis falar.
Por que um processo que desapareceu dos escaninhos da Receita Federal em janeiro de 2007,
beneficiando a TV Globo, sobreviveu no submundo do crime?
Segundo o amigo de Alexandre, a situação saiu do controle da Globo quando o processo caiu nas
mãos de um homem que tentou extorquir dinheiro da empresa.
“A Globo pagou para fazer desaparecer o processo da Receita e teria que pagar de novo”, diz.
Aqui entra uma versão em que é difícil separar a lenda da verdade.
Com a ajuda de um aparato policial amigo, a Globo teria tentado retomar os documentos à força, mas a
operação falhou, e o processo continuou no submundo até que foi trazido à luz pela militância na
internet.
Hoje, mesmo contendo informações de teor explosivo, as autoridades querem distância do processo.
“A Globo é blindada. Nós tentamos chamar a atenção para o problema, mas ninguém se dispõe a
ouvir”, diz Alexandre.
Na época da Copa, Alexandre procurou as empresas de outdoor do Rio de Janeiro, para divulgar um
anúncio em que informa da existência do processo e pede a apuração.
A campanha era assinada pelos blogueiros, mas nenhuma empresa de outdoor aceitou abrigar a
mensagem.
Enquanto órgãos oficiais não investigam o caso, o processo da Receita Federal que envolve a Globo
continuará sendo transportado em mochilas no subúrbio do Rio de Janeiro.


Alexandre “Terremoto”

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