quinta-feira, 31 de julho de 2014

O tiroteio entre Arrocho e Cerra desde a eleição de 2010



Jornal GGN 

Saul Leblon, em texto publicado na Carta Maior no último dia 29, resgatou o histórico de troca de farpas entre Aécio Neves e José Serra desde as eleições de 2010. Depois da derrota do ex-governador paulista nas urnas, contra Dilma Rousseff (PT), uma verdadeira guerra fria foi decretada no nicho tucano.
Serra perdeu as chances de ser presidente da República naquele ano com forte contribuição de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país e terra administrada por Aécio entre 2003 e 2010. De lá para cá, a medição de forças entre os corregilionários é pública e notória.
Enquanto Aécio marca território dentro do partido, Serra tem apoio do quarto poder. Saul lembra das suspeitas em torno de artigos publicados na Folha e no Estado de S. Paulo, dois deles emblemáticos: um trazendo o consumo de cocaína para a eleição de 2014 e, outro, fazendo trocadilho com "pó".
Mas em relação à primeira bordoada que Aécio recebeu da grande mídia enquanto candidato à presidente, a revelação do aeroporto de Cláudio, Saul prefere acreditar que trata-se de um "ponto fora da curva", talvez.
Ou seria mais uma evidência do racha entre serristas e o grupo do mineiro?

Abaixo, o artigo na íntegra.

Por Saul Leblon, na Carta Maior

Há exatamente quatro anos, em 29 de julho de 2010, o jornal ‘O Globo’ noticiava a evidência de um racha profundo nas fileiras tucanas, a minar a campanha do então candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra.
Aspas para o Globo de 29-07-2010:
‘O candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, terá uma estrutura independente em Minas Gerais para impulsionar sua campanha no Estado (...). A estratégia foi montada para fazer frente a algumas dificuldades. A decisão foi tomada após descontentamento com o ritmo da campanha no Estado, onde o ex-governador Aécio Neves, que recusou-se a ocupar a vaga de vice na chapa de Serra, é a principal liderança do PSDB...’
Corta para o coquetel de autógrafos de Serra, no Rio, na semana passada, dia 23 de julho de 2014, no lançamento de seu livro de memórias, "50 anos Esta Noite".
Aécio Neves não compareceu ao evento, onde Serra comentou laconicamente o episódio que há dez dias faz sangrar seu velho rival e agora o candidato do PSDB à presidência.
‘Um programa de construção de aeroportos no interior de repente bate na família. Não quer dizer que houve favorecimento..’ disse olímpico sobre a obra de R$ 14 milhões feita por Aécio na fazenda de um tio, paga com dinheiro público. ‘Eu não tenho parentes no interior. Se tivesse, poderia ter acontecido...’, observou Serra com irônica ambiguidade.
Especulações sobre a origem da denúncia veiculada em 20/07, pela ‘Folha de SP’, de notórias afinidades com o serrismo, ganharam lastro extra a partir do editorial publicado pelo diário da família Frias , no último domingo, 27-07.
O texto com sugestivo título, ‘O pouso do tucano’, desmonta as explicações de Aécio para o escândalo e lança uma comprida sombra sobre o futuro de sua candidatura:
‘Mais econômico, na verdade, teria sido não fazer obra nenhuma. A demanda por voos em Cláudio é pequena, e o aeroporto de Divinópolis fica a 50 km de distância. Ainda que todo o processo tenha sido feito de maneira legal, como sustenta Aécio Neves, restará uma pista de pouso conveniente para o tucano e seus parentes, mas de questionável eficiência administrativa. Não é pouca contradição para um candidato que diz apostar na união da ética com a qualidade na gestão pública’.
Mas o principal subtexto das suspeitas quanto à fonte da denúncia remete ao recheio mineiro da derrota sofrida por Serra nas eleições presidenciais de 2010, quando as urnas sepultaram de vez suas pretensões ao cargo máximo da política brasileira.
Numa disputa marcada logo no início pela colisão frontal com Aécio, que postulava a mesma indicação no PSDB, Serra terminaria abatido fragorosamente pelo ‘poste’, Dilma Rousseff, que teve 56,05% dos votos, contra 43,9% do ‘experimente’ ex-governador de São Paulo.
Um tônico inesperado da derrota foi a desvantagem ampla de Serra nas urnas de Minas Gerais.
No segundo maior colégio eleitoral do país – de onde Aécio conquistou uma vaga no Senado, arregimentando 7,5 milhões de votos-- Serra obteve um apoio inferior a sua média nacional ( 41,5%).
O de Dilma, ao contrário, foi sugestivamente superior (58,4%).
Seria um erro atribuir o resultado ao boicote de Aécio, abstraindo assim a tradicional força do PT em Minas Gerais e o prestígio conquistado pelos investimentos do governo Lula (que teve 65% dos votos de Minas em 2006 e 66,5% em 2002) .
A verdade, porém, é que a derrota consagrava um processo de desidratação interna do candidato do PSDB, que remontava à própria dificuldade inicial de preencher a vaga de vice em sua chapa, reservada até o último minuto como um prêmio de consolação que Aécio rechaçou.
A recusa, mineiramente dissimulada na protocolar promessa de ‘não poupar esforços pelo candidato’, era o troco à forma como o ex-governador de São Paulo impusera seu nome ao partido, sem abrir espaço para uma consulta às bases, inédita entre tucanos, reivindicada pelo rival .
A disposição bélica das fileiras serristas de atropelar o adversário mineiro com um misto de fatos consumados e jogo baixo ficaria evidente logo no início de 2009.
Um artigo famoso, publicado em fevereiro daquele ano na página 3 do jornal O Estado de S. Paulo, dava o peso e a medida do fair play que ordenaria o confronto a partir de então.
Assinado pelo editorialista do jornal, Mauro Chaves, reconhecidamente ligado aos tucanos, mas sobretudo a Serra, o texto trazia no título a octanagem do arsenal disponível, caso Aécio insistisse em desafiar a vontade ‘bandeirante’.
“Pó, pará, governador?” , diziam as garrafais, num trocadilho com o suposto uso de droga por parte do político mineiro.
Era o gongo de uma série de rounds subterrâneos.
Eles incluiriam acusações mútuas sobre dossiês mortíferos engatados de um lado e de outro em um embate fraticida que quase paralisaria o PSDB.
Sobre Serra pairavam suspeitas de ter mobilizado ex-delegados da polícia federal para municiar o paiol contra Aécio.
A ira do mineiro envolveria garras não menos afiadas.
Uma delas, Andrea Neves, cabo-de- guerra do irmão para golpes de bastidores e controle da mídia, estaria associada à contratação de repórteres, antes até, em 2008, pelo jornal Estado de Minas, para investigar a vida de Serra e de sua família.
Com resultados suculentos, diga-se.
O livro ‘A privataria Tucana’, de Amaury Ribeiro Jr, seria um subproduto desse mutirão.
O nebuloso episódio de uma reunião ocorrida em junho de 2010, da qual teriam participado Amaury, arapongas e Luiz Lanzetta --membro da pré-campanha de Dilma, atiçaria as evidência de um tiroteio cerrado nos bastidores da campanha tucana.
Denunciado por um alcagueta presente, o encontro teria tratado de informações comprometedoras envolvendo lavagem de dinheiro, paraísos fiscais, Verônica Serra (filha do tucano) e a irmã do banqueiro Daniel Dantas, Veronica Dantas.
Na Polícia Federal, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil a um despachante paulista para obter as informações sobre os tucanos, entre setembro e outubro de 2009. O jornalista não revelou quem o contratara, nem quem financiou a investigação, iniciada como pauta do Estado de Minas.
O fato é que, nesse processo, a candidatura presidencial de Serra desidratava de dentro para fora do partido. Seu caminho para as urnas lembrava um trem fora dos trilhos, com poucas chances de ser devolvido ao leito original.
Em julho de 2010, a percepção de que estaria sendo cristianizado por fileiras amplas do tucanato era muito forte.
O termo ‘cristianização’ colava em sua trajetória como o bolor nos corredores abafados dos hotéis de estação.
A expressão vem do nome do político mineiro, Cristiano Machado que, a exemplo de Serra, havia imposto sua candidatura ao partido (o PSD) nas eleições presidenciais de 1950.
Cristiano foi abandonado pelos companheiros, que acabaram apoiando Getúlio Vargas.
O termo “cristianização” passou a designar o candidato ‘escondido’ pela sigla, que teme o contágio tóxico que sua impopularidade acarreta às demais candidaturas.
Assim foi com Serra.
Em 2010, a três meses das urnas do 1º turno, a maior parte do material de campanha de Aécio Neves, candidato ao Senado por MG, e o de Anastásia, seu candidato ao governo do Estado, omitia a imagem de Serra em santinhos e adesivos.
O alto comando serrista busca desesperadamente formas de fazer com que a campanha demotucana encontrasse motor próprio em MG.
Além de um comitê exclusivo, os serristas tiveram que montar 40 subcomitês distribuídos por todo o estado, na tentativa de algo quixotesca de contornar o boicote silencioso sofrido no segundo maior colégio eleitoral do país, por parte de seu ‘aliado’ e líder local, Aécio Neves.
No melancólico reconhecimento da derrota final para Dilma, em 1º de novembro de 2010, Serra diria que o "povo" não quis que sua eleição fosse "agora" e se despediu do eleitor com um "até logo".
No breve discurso ao lado da família, o tucano agradeceu o empenho do partido, festejou a eleição de Alckmin, porém não citou uma única vez o senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves.
A queda de braço não terminaria ali.
Aécio rapidamente ocuparia o vácuo da derrota pavimentando a sua candidatura dentro de um PSDB de joelhos, com o serrismo acuado.
O mineiro aplastou o desafeto em todas as frentes de comando.
Tomou a presidência do partido em primeiro lugar. E negou a Serra até mesmo a direção do medíocre, mas rico, Instituto Teotônio Vilela, o think tank do PSDB.
Humilhado, Serra engoliu um cargo honorífico no Conselho Político do partido, um enxerto criado pela Executiva Nacional, mas no qual, ainda assim, seria minoritário.
A partir de então, experimentaria a mesma ração de fatos consumados e menosprezo que dispensara ao oponente em 2010.
Braço direito de Aécio Neves no Senado, o impoluto Cassio Cunha Lima, distribuía patadas em seu nome dirigidas diretamente ao estômago de Serra.
Em outubro do ano passado, enquanto Serra se comportava como se ainda pudesse pleitear a candidatura tucana ao Planalto –ou mudaria para o PPS, sugeriam seus ventríloquos na mídia-- Cunha lima desembarcou em São Paulo.
O emissário de Aécio conversou com FHC , Geraldo Alckmin e outros graúdos bicos curtos e longos.
Não procurou Serra. E ainda disparou um recado recebido com espanto pelas viúvas do ex-governador na mídia:
‘Não vamos mais repercutir o que Serra diz. A imprensa que faça isso. Deixa ele falar, nós vamos ignorar’ (revista Veja; 25/10/2013).
Serra ouviu e registrou em sua volumosa agenda mental encapada com o ditado: ‘a vingança é um prato que se come frio’.
Dois meses depois, 48 horas antes de Aécio lançar sua bisonha ‘cartilha’, na qual não mencionaria uma única vez o pré-sal nos 12 pontos que comporiam suas propostas de governo, Serra retirou o prato da geladeira.
E disparou um artigo na ‘Folha de SP’, em 15/12/2013.
O tema: o consumo de drogas.
O primeiro parágrafo: ‘ O debate sobre o consumo de cocaína no Brasil pode e deve ser uma pauta em 2014’.
Desde então, aconselhados por Fernando Henrique e o pelotão dos ‘interesses maiores’, os desafetos baixaram os punhais. Uma trégua acomodatícia foi costurada pelos seguidores dos dois lados com a linha grossa da conveniência.
Aécio trouxe o braço direito de Serra, Aloysio Nunes, para ocupar a vaga de vice em sua chapa. Serra recolheu-se à disputa por uma cadeira no Senado, com a promessa de um ministério, se Aécio for eleito.
As farpas refluíram; parecia que o PSDB cicatrizaria as profundas fendas internas.
Até que no 17 de julho agora, uma quinta-feira, surgiu a notícia da defecção de um serrista graúdo afastado de um cargo de confiança na campanha de Aécio.
Xico Graziano, conhecido pela mão pesada com que exerce a fidelidade aos próprios interesses, foi defenestrado do pomposo cargo de ‘chefe da estratégia de redes’ da candidatura Aécio.
Nos bastidores afirma-se que Xico Graziano perdeu o posto por uma questão prosaica: incompetência.
Seu projeto de site de campanha teria sido avaliado como um fiasco pela cúpula da candidatura.
Depois se soube que um outro site já estaria pronto e seria lançado em seguida.
Quem supervisionou o trabalho paralelo e empurrou Xico para a ladeira da campanha foi a irmã do mineiro, Andrea Neves.
Três dias depois do episódio, no domingo, a ‘Folha’ estamparia a denúncia do aeroporto construído por Aécio na fazenda do ‘tio Múcio’, com gastos de R$ 14 milhões do tesouro de Minas Gerais.
Na série de escaramuças desse histórico pode ser um ponto fora da curva.
Uma desprezível coincidência.
A ver.
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AUDIÊNCIA: GLOBO DESABA COM FUTEBOL


Imagine com o 4G

Do Notícias da TVCOPA DO BRASIL AFASTA METADE DO PÚBLICO DA GLOBO 
APÓS IMPÉRIO

RESUMO: O jogo entre São Paulo e Bragantino, pela Copa do Brasil, tirou metade dos
telespectadores da Globo após a novela Império. A trama de Aguinaldo Silva registrou 30,2 pontos na 
Grande São Paulo, mas a partida fez a audiência despencar para 15,4, a segunda pior do futebol no ano 
às quartas. No intervalo, a Globo chegou a empatar com o SBT em 10,0 pontos
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NOVO MARCO REGULATÓRIO DAS ONGS


Organizações terão que participar de processo seletivo (chamada pública), pondo fim a uma das 
principais polêmicas referentes às parcerias: a forma de seleção; entidades terão ainda que 
cumprir requisitos para prestar serviço aos governos, como existir há, no mínimo, três anos, ter 
experiência prévia e comprovar capacidade técnica; novo texto traz também a exigência da 
ficha limpa tanto para as organizações quanto para os seus dirigentes; a lei será publicada nesta 
sexta-feira.

Yara Aquino e Pedro Peduzzi - Agência Brasil

O projeto de lei que cria um novo marco regulatório para as organizações não governamentais (ONGs) foi sancionado hoje (31) pela presidenta Dilma Rousseff. A lei estabelece normas para as parcerias voluntárias da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios com as organizações e estabelece regras para evitar o favorecimento de grupos específicos e a escolha de entidades sem preparo técnico ou estrutura para o cumprimento dos projetos.
Pela proposta, as ONGs terão que participar de processo seletivo (chamada pública) inscrevendo seus projetos para serem selecionados, pondo fim a uma das principais polêmicas referentes às parcerias, a forma de seleção. Terão ainda que cumprir uma série de requisitos para fazer parcerias com os governos. Entre as exigências para firmar os contratos estão: existir há, no mínimo, três anos; ter experiência prévia na realização do objeto do convênio; e ter capacidade técnica e operacional para desenvolver as atividades propostas.
A presidenta Dilma Rousseff disse que a democracia se fortalece quando se abre para a participação social e destacou que a criação de regras claras vai permitir o reconhecimento por parte do Estado da relevância e importância dessas instituições. “A legislação cria um ambiente muito mais adequado para a atuação das organizações da sociedade civil e reconhece nelas parceiras fundamentais do Estado na implementação de políticas em favor dos nossos cidadãos”.
A presidenta destacou que as regras mais transparentes fortalecem o reconhecimento das organizações e irá evitar que os erros de poucos contaminem o trabalho de milhares.
“A aprovação dessa lei representa, sem dúvida, ganho para todos nós, garante alicerces muito mais fortes para a atuação conjunta e complementar do Estado e da sociedade civil para a superação das nossas carências e garantia de direitos a oportunidades”, completou Dilma.
O novo texto traz também a exigência da ficha limpa tanto para as organizações quanto para os seus dirigentes. Passa a ser lei nacional a determinação de que as organizações e os dirigentes que tenham praticados crimes e outros atos de violação aos princípios e diretrizes ficam impedidos de celebrar novas parcerias. A medida vinha sendo aplicada nas parcerias firmadas pelo Poder Executivo Federal desde 2011.
Além disso, a norma prevê regras mais rígidas no planejamento prévio dos órgãos públicos, no monitoramento e na avaliação, e um sistema de prestação de contas diferenciado por volume de recursos.
A diretora executiva da Associação Brasileira das Organizações Não Governamentais (Abong), Vera Masagão, disse que a sanção da lei abre as portas para a regulamentação das ações. “Este é apenas o ponto de partida de um trabalho árduo que é a regulamentação que não vai ser apenas no nível da União. Vai dar muito trabalho assessorar e criar as condições para que todos os municípios possam implementar essas ações”.
Segundo a representante da Abong, o marco ajudará na constituição de um Estado mais forte e com capacidade de implementar políticas públicas, “com diálogo permanente com a sociedade e suas organizações”.
O texto é resultado de inúmeras rodadas de consultas e debates públicos com a participação de representantes das organizações da sociedade civil, de parlamentares e da Plataforma por um Novo Marco Regulatório para as Organizações da Sociedade Civil, aliança que reúne organizações.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, citou o caráter suprapartidário das discussões no Congresso Nacional em torno do aprimoramento do projeto. Ele destacou a colaboração de diversos parlamentares como a do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) e do deputado federal licenciado para concorrer ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), ambos da oposição.
A Casa Civil não informou se houve vetos da presidenta ao texto que será publicado na edição de amanhã (1°) do Diário Oficial da União.
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Parem o avião, que Tombini sumiu



Luis Nassif

Recentemente escrevi aqui sobre "A ciência demência das metas inflacionárias" (http://jornalggn.com.br/noticia/brasil-2015-a-ciencia-demencia-das-metas-inflacionarias). Nele menciono um certo procedimento intelectual brilhantemente descrito por Olavo de Carvalho nos anos 90:
"O intelectual descobre determinada teoria. Graças a ela, torna-se conhecido, faz carreira, deve tudo a ela. Aí começa a olhar a realidade e percebe sinais incômodos, que desmentem a sua teoria. Mas, como ele é um intelectual, trata logo de desenvolver uma nova teoria para explicar que aquilo que ele está vendo não existe. Essa parece ser a relação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e de toda a cadeia de economistas de planilha, com a teoria das metas inflacionárias".
Vamos conferir na prática.
Critica-se muito Guido Mantega, Ministro da Fazenda, e Arno Agustini, Secretário do Tesouro, por insucessos da política econômica de Dilma Rousseff. No entanto, as duas batalhas centrais do governo Dilma foram perdidas pelo general Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.
A primeira, no início do governo Dilma, quando adotou uma série de medidas ditas "prudenciais" para desaquecer a economia. Exagerou. Na época, indaguei se Dilma estava preparada para conviver com um crescimento abaixo de 4%.
A segunda quando deu início à brilhante tentativa de trazer a Selic para níveis civilizados, mas piscou e entregou os pontos ao primeiro sinal de refluxo da inflação - ainda que provocado por fatores externos. Aí esqueceu as medidas "prudenciais" e rendeu-se ao que o mercado queria: Selic alta.
Depois disso, Tombini passou a desenvolver as teses mais complexas - e, muitas vezes, falsas - para justificar a não-ação, para não sair mais do manual, não se expor mais às críticas na hipótese de reduzir a taxa Selic.
-Na última rodada do Copom (Comitê de Política Monetária) o próprio mercado aguardava uma queda da Selic devido aos riscos de recessão no ar.
No entanto, o BC manteve a Selic inalterada, enfatizou a manutenção dela em patamares elevados. E, paradoxalmente, flexibilizou o crédito.
Como assim?
O "forward guidance" de Tombini
Confira a lógica do BC no artigo de Alex Ribeiro, no jornal O Valor - "O Banco Central e o 'forward guidance'"http://www.valor.com.br/brasil/3633168/o-banco-central-e-o-forward-guidance). Hoje em dia Alex é provavelmente o melhor intérprete dos estudos do BC. Tem escrito alguns artigos preciosos sobre novas metodologias de montagem de cenários.
Todo o empenho do BC é demonstrar que não houve incongruência entre a decisão de manter elevada a Selic e de flexibilizar o crédito. Ora, o supostamente o canal de crédito é o principal veículo de influência da Selic. Se a intenção é segurar o crédito, porque a flexibilização?
O primeiro passo é dar uma aparência rebuscada a princípios básicos de política monetária.
Esse termo - "forward guidance" - significa o BC abrir o jogo sobre os cenários com que trabalha e o que pretende fazer com as taxas de juros, mostrando os pontos que, no futuro, poderá fazê-lo manter ou mudar a política.
O ponto central do sistema de metas inflacionárias é a previsibilidade: os agentes econômicos saberem o que o BC pensa e faz para convergir suas atitudes e expectativas na mesma direção. Tombini veste o velho princípio com roupas da moda - "forward guidance" - e apresenta-o como um avanço teórico do sistema de metas inflacionárias.
A recessão de 1995
Para montar seus cenários, o BC trabalha fundamentalmente com indicadores.
Indicadores econômicos têm defasagem no tempo, especialmente em momentos de inflexão da economia - quando a economia explode ou afunda. Como há uma infinidade de indicadores, é relativamente fácil montar análises enviesadas. Basta juntar os negativos, para um cenário pessimista; ou os positivos, para um cenário otimista.
A montagem dos cenários corretos depende da capacidade do analista em identificar a resultante final. E esse é um campo que depende, em muito, de arte e experiência. Caso contrário, haverá a trombada fatal com a realidade.
Foi o que aconteceu em 1995 - conforme narro no meu livro "O jornalismo dos anos 90".
No segundo semestre de 1994, por conta do Real, houve uma explosão de consumo na economia, agravada pela apreciação do real. Essa explosão provocou, por sua vez, uma expansão inédita no crédito das empresas para adequar seu capital de giro à nova realidade.
Em fins de 1994 havia sinais claros de reversão nas vendas. Em todo canto do país que eu visitava, a conversa era a mesma sobre o início das dificuldades.
De fato, o câmbio destruiu a economia agrícola, afetando primeiro o interior. E essa crise, mais cedo ou mais tarde bateria na atividade industrial e nas grandes cidades.
Percebendo que as vendas despencariam, as empresas começaram o caminho de volta para o nível anterior de estoques. Acontece que o crédito tem prazos. Assim, a redução do crédito se dava à medida em que os contratos iam vencendo e elas iam renovando.
Em abril, no entanto, o BC jogou os juros para inacreditáveis 45% ao ano. Todas as empresas ficaram prisioneiras das novas taxas. A queda de vendas impedia a liquidação do contrato e as novas taxas tornavam inviável a quitação do novo financiamento.
Ao aumentar os juros para inacreditáveis 45% ao ano, o BC aprisionou-os nas dívidas existentes. Não lhes permitiu continuar a redução de forma organizada. E criou o maior endividamento circular da história.
Os radares do BC e da Secretaria de Política Econômica da Fazenda não captaram esse movimento, porque estavam ligadas exclusivamente nos indicadores de mercado e nas estatísticas fiscais e de alguns grandes setores. E fixaram-se nas estatísticas erradas.
Esse erro foi admitido publicamente por José Roberto Mendonça de Barros, Secretário de Política Econômica, em fins de maio - quando já era tarde para corrigir. E pelo próprio FHC em fins de junho, quando Inês era morta.
A recessão de 2014
Tudo indica que a economia está caminhando para a recessão - muito longe da guinada violenta de 1995, mas ainda assim, recessão.
Os sinais já podem ser encontrados nas viagens a várias cidades do interior, nas conversas com associações de pequeno empresários, nas conversas com pequenas empresas têxteis, de calçados, justamente aquelas mais beneficiadas pelo boom de consumo.
A recessão está desenhada nos próprios indicadores econômicos, no desempenho do PIB, na queda de vendas de setores importantes. Aliás, até o maior dos agregados - o PIB - indica a ameaça de uma recessão.
Mas o BC baseia-se em grandes agregados, que têm efeito defasagem, e seleciona as esttísticas que ajudam a manter seu cenário de imobilidade.
Tem medo de respirar e levar chumbo e, aí, o pensamento burocrático de Tombini o faz desenhar o cenário que mais se adeque à estratégia de não fazer nada para ver como é que fica.
Segundo o relatório de junho, "a demanda agregada tende a se apresentar relativamente robusta", porque seguem presentes fatores que vão ajudar a sustentá-la.
Quais são os fatores?
"Um deles é o crédito, cuja expansão neste ano está prevista em 12%, que está longe de ser baixa. O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, disse que as medidas de estímulo ao crédito anunciadas na semana passada reduzem as chances de que a projeção do BC para o crédito sejam revistas para baixo".
Ou seja, ele injetou a tal flexibilização apenas para reforçar seu cenário e ter álibi para nada fazer com a Selic.
E vai além. Todos os indicadores do BC, para desenhar seu cenário de economia robusta, apontam para cima: desemprego historicamente baixo, com salários crescendo em termos reais, consumo do governo segue alto, o "quantum" exportado se expande.
Aliás, a alta da Selic em dezembro de 2008 deu-se em um cenário de "economia robusta", segundo o BC. O mundo despencando, a economia brasileira indo atrás e o BC falando em "economia robusta". E, por trás dessa fantasia, o próprio diretor Tombini.
Agora, depois de tanta formosura no ar, o BC não consegue entender a queda nos índices de confiança. Diz que a queda do índice "é uma interrogação".
A interrogação não é característica do fato, mas do intérprete do fato. O BC - cuja atuação central é em cima das expectativas - não consegue entender como, estando tudo bom, o doente (as expectativas) vai mal. Como ele não entende, joga a queda das expectativas no lixo das "interrogações" e a esquece.
Mais ainda. Segundo Ribeiro, em dezembro de 2013, o BC publicou um estudo no seu Relatório de Inflação mostrando vínculo importante de alguns desses indicadores com a atividade econômica. Mas no ponto central - o Índice de Confiança do Consumidor -, "essa relação ainda não ficou bem estabelecida".
Fantástico! Tirou da planilha a informação que não bate com seu desejo.
Há uma recessão a caminho. E esse diagnóstico tortuoso do BC não será rebatido pelo reconhecido brilho analítico da Fazenda. Não há contrapontos dentro da equipe econômica.
Seria bom Dilma precaver-se e ouvir vozes mais sensatas. Para salvar sua cara junto ao mercado, Tombini pressiona a dívida pública, em um momento em que um dos fatores centrais de expectativa são as contas fiscais.
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O BRASIL QUE MÍDIA OMITE

Potências mundiais têm de responsabilizar Israel, diz comissária de direitos humanos da ONU



Por Stephanie Nebehay

GENEBRA (Reuters) - A principal autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) em direitos humanos disse nesta quinta-feira acreditar que Israel está deliberadamente desafiando a lei internacional com a ofensiva militar na Faixa de Gaza, e que as potências mundiais deveriam considerar o país responsável por crimes de guerra.
Israel atacou casas, escolas, hospitais e instalações da ONU em aparente violação às Convenções de Genebra, disse a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay.
"Portanto, eu diria que eles parecem estar sendo desafiadores... desafio deliberado de obrigações que a lei internacional impõe a Israel", disse Pillay a jornalistas.
"É por isso que eu digo uma vez, e outra vez, que não podemos permitir a impunidade, não podemos permitir que prossiga essa falta de responsabilidade", acrescentou.
Os militantes do Hamas na Faixa de Gaza também violaram a lei humanitária internacional ao disparar foguetes indiscriminadamente contra Israel, algumas vezes em áreas densamente povoadas, disse Pillay.
Ela também criticou os Estados Unidos, principal aliado de Israel, por não usarem sua influência sobre o Estado judeu para que interrompa a violência.
"Muitos dos meus comentários são direcionados aos Estados Unidos, já que são uma parte com influência sobre Israel, para que façam muito mais para pôr fim à matança, para que levem as partes à mesa de negociações. Eu também pedi o fim do bloqueio e o fim da ocupação."
Pillay disse ficar chocada com o fato de os EUA consistentemente votarem contra resoluções da ONU de condenação a Israel no Conselho de Direitos Humanos, Assembleia-Geral e Conselho de Segurança da ONU.
"Eles não só entregam armamento pesado que agora está sendo usado por Israel em Gaza, como também forneceram quase 1 bilhão de dólares para os Domos de Ferro de proteção dos israelenses de ataques de foguetes", disse ela. "Mas não forneceram o mesmo tipo de proteção para os moradores de Gaza contra os bombardeios."
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que enfrenta pressão internacional por conta do crescente número de baixas civis em Gaza, disse nesta quinta-feira que não aceitará nenhum cessar-fogo que impeça Israel de completar a destruição de túneis utilizados por militantes para invadir território israelense.
Altos funcionários em Gaza dizem que pelo menos 1.372 palestinos, a maioria deles civis, foram mortos no território, e cerca de 7.000 ficaram feridos. Do lado de Israel, 56 soldados perderam a vida em confrontos em Gaza e mais de 400 ficaram feridos. Três civis foram mortos por ataques de foguetes palestinos contra Israel.
O governo israelense diz que sua ofensiva tem como objetivo impedir o Hamas de continuar lançando foguetes contra seu território.
Pillay disse que, como Israel processou apenas quatro soldados israelenses por sua ofensiva de 2008/09 em Gaza, incluindo um militar acusado de roubo de um cartão de crédito, ela não espera que o país investigue adequadamente as violações cometidas durante os ataques aéreos e terrestres em Gaza, agora na quarta semana.
"Mas o direito internacional deixa claro que, quando um Estado é incapaz ou não tem interesse em realizar investigações e processos, o sistema internacional se aplica", disse.
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Indeferimento de registro: Paulo Rocha recorre



Ex-deputado federal Paulo Rocha (PT) se reúne esta manhã com seus advogados para formatar recurso
à impugnação do registro de sua candidatura ao Senado, formalizada pelo TRE.
Como foi amplamente divulgado, o tribunal julgou procedente a alegação de inelegibilidade, porque
Paulo Rocha renunciou ao mandato de deputado federal em 2005, quando foi acusado de
envolvimento no mensalão – embora tenha sido inocentado pelo STF a todas as acusações.
O placar foi de 3 X 2.
Votaram pelo indeferimento o relator, desembargador Raimundo Holanda Reis, acompanhado pela
juíza Ezilda Pastana Mutran e pelo juiz federal Ruy Dias de Souza Filho.
Os juízes Marco Antônio Lobo Castelo Branco e Mancipor Oliveira Lopes divergiram.
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BARBOSA ANALISA GLOBOPE NA GLOBONEWS

Com 119 mortes e 500 feridos, Gaza vive dia mais sangrento da ofensiva israelense


Alta comissária da ONU denuncia os EUA por armar Israel e não deter ofensiva.

As Forças Armadas de Israel mataram nesta quarta-feira (30/07) 119 palestinos e feriram mais de 500 na Faixa de Gaza, informaram nesta quinta (31) agentes humanitários em território palestino. Com esses números, a quarta-feira se tornou o dia mais sangrento desde o início da atual ofensiva militar israelense. A informação do número de mortos foi confirmada pela redeAljaazera e pela Agência Efe.
O porta-voz do Ministério da Saúde em Gaza, Ashraf al Qedra, especificou que os dois episódios mais graves ocorreram quando o Exército israelense atingiu uma escola gerida pela ONU no norte da Faixa de Gaza e um mercado na capital.
"20 pessoas morreram nos ataques de tanques contra o colégio Abu Hussein em Jabalya, e outras 20 no mercado público de Shayaia", esclareceu Qedra, antes de afirmar que "mais de 20 corpos foram retirados dos escombros no sul da Faixa de Gaza".
De acordo com informações da Agência Efe, o total de mortos desde o início da ofensiva israelense, que começou em 8 de julho, chega a 1.349 e os feridos são mais de 7,5 mil, a maioria civis, inclusive mulheres e crianças.
Palestinos falam em desastre humanitário
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, declarou hoje (31) a Faixa de Gaza como "área de desastre humanitário" e pediu à comunidade internacional para proteger e dar assistência à região devastado pela ofensiva israelense.
O dirigente palestino acusa Israel de cometer crimes de guerra e aconselha a ONU a pressionar as instituições internacionais para que enviem ajuda de emergência à Faixa. "Israel, a potência ocupante, continua invocando de maneira falaciosa o direito à autodefesa para justificar sua campanha criminosa contra o povo palestino", diz a carta.
ONU criticia ajuda de Washington a governo israelense
A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, criticou os EUA por fornecer armamento ao Exército israelense e não se esforçar para deter a ofensiva contra a Faixa de Gaza.
"Os Estados Unidos têm influência sobre Israel e deveriam fazer mais para parar as mortes, para que as partes em conflito dialoguem", disse Pillay em entrevista coletiva, na qual falou da ajuda financeira e a entrega de armas dos EUA a Israel.
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ANALISANDO MAIS UM GLOBOPE


Em qualquer hipótese, a Dilma perde.
    Saiu aí um Globope sobre as eleições nos estados.
    No plano federal, a Falha insiste: dá Dilma no primeiro turno.
    A questão, agora, são os Estados, onde, aconteça o que acontecer a Dilma perderá.
    Assim vão as “análises tipo Satãder” de uma colonista da Globo News – que se refere ao Governo e ao PT como “eles” – e do Ataulfo Merval, especialista em dar informações privilegiadas à Embaixada Americana sobre eleições – todas erradas.
    Segundo o duo pigal, a Dilma perde inapelavelmente em São Paulo (leia “o que Alckmin não fez para evitar a seca”), em Minas e no Rio.
    A derrota dos candidatos do PT é de tal forma acachapante e irreversível, que a até a Dilma pode ser derrotada no terceiro e quarto turnos – são aqueles que o Gilmar Dantas vai decidir, num plantão.
    (Clique aqui para ver o que ele fez com o Roger Abdelmassih, também num plantão, e aqui para ler sobre um prefeito tucano.)
    No Rio, por exemplo, o candidato do PT, o Linderberg vai mal.
    Só que os outros três, o Garotinho, Crivella e Pezão, apoiam a Dilma também.
    E os dois primeiros, Garotinho e Crivella, dispensarão à Globo tratamento VIP (no Inferno !).
    Em Minas, Pimentel do PT está na frente, mas, segundo os sapientes colonistas, quando a eleição esquentar oAecioporto do Titio vai a Minas e, a partir de Claudio e Montezuma, conduzirá o Turista da Veiga, amigão do Marcos Valério, a triunfal vitória.
    De fato, a Dilma já perdeu a eleição.
    Maldita margem de erro !

    Paulo Henrique Amorim
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    PADILHA EXPLICA POR QUE ALCKMIN DEIXOU FALTAR ÁGUA


    Há dez anos, empresa de saneamento não faz o que tinha que fazer.

    Em artigo publicado na pág. 3 da Falha, Alexandre Padilha, que vem aí de jaleco branco e uma lata 
    d’água na cabeça, escreve “Soluções para a falta de água em SP”.
    Há dez anos, a Sabesp, empresa de saneamento que, na jestão de Cerra, era uma agência de , não 
    conseguiu executar um plano que ela mesma elaborou.
    Ampliar a capacidade de mananciais.
    Enchimento de represas.
    Construção de um sistema de bombeamento e de adutora para o Rio Grande.
    Fazer cinco reservatórios.
    É que não dá tempo, Padilha.
    O Governo de São Paulo vai dormir tarde às quartas-feiras e acorda tarde no dia seguinte, para 
    acompanhar os jogos da Rede Globo, aqueles que só começam quando o mocinho beija a mocinha (ou 
    o rapaz beija o rapaz, ou a mocinha beija a mocinha) nas novelas da Globo.
    Clique aqui para ler “Alckmin se encaixa na rede de programação da Globo”.
    E aqui para ler “Com a Lei Pelé e a Globo a seleção não chega à Rússia”.

    Paulo Henrique Amorim
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    ARROCHO ADMITE: "POUSEI ALGUMAS POUCAS VEZES"


    "RECONHEÇO O EQUÍVOCO"

    O candidato a presidente Aécio Neves (PSDB) admitiu ter pousado “algumas poucas vezes” no aeroporto de Cláudio e reconheceu que “foi um equívoco” não checar a regularidade do aeródromo junto à Anac.
    A iniciativa ocorre dez dias após o episódio da polêmica pista de pouso, construída em um terreno que já pertenceu ao tio-avô do tucano, ser revelado.
    Nesta quarta-feira, 30, o Estado revelou um documento interno da campanha de Aécio que admitia que o candidato teria utilizado o aeroporto, mas não especificava se ele usou helicóptero ou avião.
    “Não tenho absolutamente nada a esconder. Esse aeródromo já usei várias vezes antes dessa pista ser asfaltada nos últimos 30 anos desde a minha juventude, que ele era usado por empresários, fazendeiros, pessoas da região. E depois da conclusão da obra, quando eu já não era mais governador do Estado, pousei ali algumas poucas vezes em avião da minha família, para ser mais específico do Gilberto Faria, que era casado com a minha mãe. Se algum equívoco houve, certamente eu posso reconhecer e não ter me preocupado em examinar em que estágio o processode homologação está. Este é um equívoco e eu quero reconhecer.”
    Em uma conversa com poucos jornalistas Aécio criticou que as chaves do aeroporto estejam nas mãos de “umas 5 ou 6 pessoas”, incluindo um parente dele. “Isso é responsabilidade da prefeitura fiscalizar, está errado”.
    Aproveitou para repetir que a reforma na pista localizada na fazenda que pertenceu a seu tio-avô não foi permeada por irregularidades e que não serviu para beneficiar sua família, que tem fazenda há seis quilômetros da pista de pouso.
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    GENOINO JÁ PODE SAIR DA CADEIA


    Bye-bye, Barbosa

    Da Agência BrasilSTF VAI DECIDIR SOBRE PRISÃO EM REGIME ABERTO PARA 
    GENOINO

    A Vara de Execuções Penais do Distrito Federal descontou hoje (30) 34 dias da pena do ex-deputado
    José Genoino, condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, em virtude de cursos de
    introdução à informática e de direito constitucional, feitos dentro do Presídio da Papuda, no Distrito
    Federal.
    Com a decisão, Genoino já tem direito a cumprir pena em regime aberto desde o dia 20 deste mês. No
    entanto, a autorização será do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF),
    responsável pela execução das penas dos condenados.
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    JB ACABOU ! NÃO HÁ MAL QUE DURE PARA SEMPRE


    Agora é oficial: a aposentadoria de Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal está 
    publicada no Diário Oficial da União, no decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff e pelo 
    ministro José Eduardo Cardozo; sua gestão foi marcada por abusos, agressões a colegas, 
    jornalistas, advogados, entidades da magistratura e, sobretudo, a direitos de defesa assegurados 
    pela Constituição Federal; depois de cumprir um papel lamentável à frente da suprema corte, 
    ele poderá desfrutar a aposentadoria em Miami, num imóvel registrado em nome de uma 
    offshore; nesta sexta-feira, Ricardo Lewandowski será eleito presidente do STF, que poderá, 
    enfim, restaurar a sua dignidade

    247 - Acabou. Joaquim Barbosa não é mais presidente do Supremo Tribunal Federal. Sua aposentadoria precoce foi publicada nesta quinta-feira, 31 de julho de 2014, no Diário Oficial da União.
    É uma data histórica porque chega ao fim dos períodos mais vergonhosos da história do Poder Judiciário no Brasil. À frente do STF, Barbosa agrediu colegas, jornalistas, entidades de magistrados, expulsou um advogado do plenário com a ajuda de seguranças e violentou, sobretudo, direitos e garantias individuais assegurados pela Constituição Federal.
    Como relator da Ação Penal 470, transformou-se em figura midiática, "o menino pobre que mudou o Brasil" (em Veja), ou o "brasileiro que faz diferença" (no Globo), para cumprir o papel que a ele foi designado, alinhado com a agenda política dos meios de comunicação que garantiram seu breve estrelato.
    No poder, a despeito da fama de justiceiro, usufruiu de todas as benesses do cargo, algumas permitidas, outras, nem tanto. Reformou o banheiro de sua residência por R$ 90 mil, viajou a Paris e visitou uma loja da Prada usando diárias que depois se viu forçado a devolver e registrou um imóvel em Miami em nome de uma empresa offshore que tinha como endereço seu apartamento funcional em Brasília.
    Aposentado, Barbosa poderá se dedicar à vida de subcelebridade, seja nos bares da vida, no Rio de Janeiro, ou em Miami. A carreira política, que ele chegou a cogitar, a bem do Brasil, foi abortada. Caso tivesse se lançado candidato, jogaria por terra a "credibilidade" do julgamento da Ação Penal 470, a única causa a que se dedicou verdadeiramente na suprema corte.
    Com sua saída, comprova-se, mais uma vez, a força de um ditado popular. Não há mal que dure para sempre.
    E com a chegada de Ricardo Lewandowski ao comando do Poder Judiciário o Supremo Tribunal Federal poderá, enfim, restaurar a sua própria dignidade.
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    quarta-feira, 30 de julho de 2014

    Arrocho se complica ao confessar que usou aeroporto. Inclui helicóptero no meio. Seria dos Perrella?



    Depois de passar uma semana se recusando a responder e fugindo de uma pergunta bem simples:
    "Usou ou não usou o aeroporto?", o senador tucano Aécio Neves (PSDB) resolver confessar: Usou!
    Seu partido elaborou uma nota sob o pomposo título “Voos ocasionais para a pista de Claudio/MG;
    Aspectos da legalidade”, onde admite que Aécio usou o aeroporto construído quando ele era
    governador no terreno que era do seu tio-avô.
    O problema é que o uso foi clandestino, porque o aeroporto não está autorizado ainda por falta do
    governo tucano de Minas providenciar documento junto ao Comando da Aeronáutica.
    Enquanto isso o público não pode usar o aeroporto, mas Aécio usa assim mesmo, como se fosse
    propriedade privada de sua família. Aliás essa "falta de pressa" em abrir o aeroporto ao uso público
    desmente a tese do tucano de que o aeroporto tenha sido construído com dinheiro público para atender
    empresas da cidade. Fica óbvio que atende é ao uso particular dele mesmo.
    Os tucanos afirmam que o uso foi feito de "maneira legal" porque a agência reguladora permitiria
    “operação ocasional” de helicópteros.
    Como é que é? Agora as perguntas que a nação brasileira quer saber são outras:
    Aécio usou jatinhos ou helicópteros, afinal de contas?
    Ou foi os dois?
    E se usou helicóptero, aquele da família do seu amigo senador Zezé Perrella, apreendido com meia tonelada de cocaína, andou fazendo uns vôos por lá também?
    O senador Aécio Neves usou ou não o helicóptero dos Perrella?
    Essa explicação cheira mal e piora as coisas.
    A Anac desmente o tucano e afirma que “trecho do regulamento só é valido para operações realizadas exclusivamente por helicópteros (aeronaves de asa rotativa), e em helipontos ainda não homologados”. Aeroportos não homologados só podem ser utilizados

    Felipão recebeu R$ 4,1 milhões de rescisão contratual e Pai de Neymar é chamado a depor na Espanha


    A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desembolsou cerca de R$ 4,1 milhões na rescisão de contrato com o técnico Luiz Felipe Scolari, segundo números divulgados nesta quarta-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
    O valor total do desligamento da comissão técnica, incluindo o coordenador Carlos Alberto Parreira e o auxiliar Flavio Murtosa, foi superior a R$ 9 milhões, informa a publicação.
    O presidente José Maria Marin dissolveu a comissão brasileira no dia seguinte à final da Copa do Mundo, em 14 de julho.
    A alegação foi de que o próprio treinador, ao dizer que entregaria o cargo ao fim da campanha como combinado desde o princípio, manifestou vontade de demissão.
    O Brasil encerrou o torneio em quarto lugar após um final desastroso, com derrotas categóricas contra Alemanha e Holanda.
    A CBF apresentou uma demissão sem justa causa para os três funcionários. Ainda segundo o jornal, os vencimentos mensais de Parreira e Felipão eram iguais: R$ 612 mil.
    No mês de junho o pagamento dos dois sofreu um acréscimo de quase R$ 300 mil por uma premiação não discriminada pela entidade. Flávio Murtosa, segundo a publicação, recebia R$ 82 mil.


    O juiz Pablo Ruz disse nesta quarta-feira que convocou o pai do atacante Neymar para depor como testemunha no caso de possível fraude fiscal na contratação do jogador pelo Barcelona, investigada pela Justiça espanhola.
    Segundo um documento judicial, Ruz pediu que também deponha como testemunha o diretor financeiro do clube catalão, Néstor Almela, para esclarecer questões relativas à contratação do jogador.
    O juiz afirmou no documento que determinou ainda que o pai de Neymar apresente documentação "dos valores pagos nos termos dos contratos firmados com o Barcelona... motivados pela instalação na Espanha do jogador Neymar da Silva Santos Junior e sua família e profissionais".
    Ruz também pediu que as partes se pronunciem em um prazo de cinco dias sobre a petição de Jordi Cases, sócio do Barcelona que entrou com a ação, para ampliá-la de forma a incluir o atual presidente do clube, Josep María Bartomeu, e o vice-presidente Javier Faus.
    A ação foi ajuizada, em princípio, contra o ex-presidente Sandro Rosell devido ao suposto crime de apropriação indébita na contratação de Neymar. Rosell renunciou em janeiro em meio a dúvidas sobre a transparência do negócio.
    O atual presidente Bartomeu reconheceu que a contratação custou 86,2 milhões de euros, incluindo pagamentos ao jogador e sua família, e não os 57,1 milhões que foram anunciados inicialmente.
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    DILMA CONDENA "PESSIMISMO" E PROMETE "NOVO CICLO"


    Nós não desorganizamos a economia como se fazia no passado", quando o Brasil recorreu ao 
    FMI por três vezes; em combate ao "pessimismo", Dilma Rousseff citou o caso da Copa, do 
    apagão e da "tempestade perfeita", que prometia "crise cambial avassaladora", lembrando que 
    nada se concretizou; "Não nos deixemos nos arrastar pelo pessimismo", pediu; candidata do PT 
    prometeu aos empresários "um novo ciclo, que nós chamamos de competitividade produtiva" e 
    assumiu o "compromisso de discutir as 42 propostas da CNI"

    A Presidenta Dilma Rousseff particiopu há pouco de sabatina promovida pela Confederação 
    Nacional da Indústria (CNI). Abaixo, algumas frases da Presidenta:

    “Nós sabemos que nos últimos anos o Brasil mudou e tem muito ainda que caminhar”
    “Durante muito tempo disseram que o Brasil não precisava de política industrial”
    “Nós podemos e devemos fazer uma política em favor da indústria brasileira”
    “Desde 2003 o contingente de trabalhadores – na indústria naval – cresceu mais muito”
    “Ainda hoje muitos acreditam que a política industrial é um equivoco”
    “O mundo vivenciou a partir de 2009 uma das mais profundas crises economicas”
    “A retração dos mercados das economias avançadas gerou uma forte capacidade ociosa”
    “Ao mesmo tempo a queda da demanda desses países levou a uma contração na economia mundial”
    Nós vemos hoje sinais modestos de recuperação nas economias avançadas”
    “Mais ainda é cedo pra comemorarmos”
    “Me pergunto como teria sido se não tivéssemos adotados medidas anti cíclicas?”
    “É bom lembrar que não só nos protegemos da crise, como tbém preparamos a base para retomada do crescimento”
    “Nos protegemos da crise e preparamos a base para o crescimento”
    “Desoneração da folha de pagamento e torná-la permanente”
    “Reduzimos tbém diante da crise o IPI para os automóveis, para a linha branca, móveis e material de construção”
    “Aprimoramos o simples nacional”
    “Eu assumi o compromisso de criar a secretária especial pra micro e pequena empresa e convido todos pra sanção”
    “É fato também que muitos conspiram aberta ou envergonhadamente contra o financiamento do BNDES ou subsídios”
    “Diferente do Passado enfrentamos está crise sem recorrer ao FMI”
    “Tais posições ecoam o passado, quando o Estado brasileiro voltou às costas para o mercado nacional”
    “Recentemente estimulamos a abertura de capital de empresas médias”
    “Estabelecemos tanto margem de preferência nacionais e tbém uma política que se exige conteúdo local”
    “Estimulamos a indústria automotiva de forma transparente por meio do inovar auto”
    “Criamos regimes especiais tanto no complexo especial da saúde, na área de tecnologia da informação e de defesa”
    “Nós fechamos esse ano contratando mais de 3 milhões e 700 mil casas”
    “Destaco também o imenso desafio que foi qualificar nossos trabalhadores”
    “Pronatec vai atingir 8 milhões de matrículas”
    “Destaco a parceria e a importância do SENAI nesse programa (Pronatec)”
    “Nós estamos aliando a necessidade de formar trabalhadores com as demandas do setor produtivo”
    “Na inovação nós fizemos o renova Brasil que tem a ordem de 39 bilhões de reais”
    “Nós daremos prioridade pra agenda da reforma tributária”
    “Mas iremos perseguir essa reforma mesmo quando a conjuntura não for a mais favorável”
    “Nós sabemos da importância de conduzir as mudanças na legislação, inclusive”
    “Queremos fazer um marco regulatório do trabalho compatível com o século XXI”
    “Fazer a terceirização correta, mas sem precarizar o trabalho”
    “O constante aprimoramento dos modelos de regulação que já tem mais de décadas”
    “Queria destacar q as aprovações dos royalties do petróleo vão garantir um salto histórico”
    “A educação é um dos caminhos fundamentais de aumento da competitividade do Brasil e de cidadania”
    “Nenhum um país se transformou em uma nação desenvolvida sem aparelhar seu modelo de Estado”
    “É necessário simplificar processos. Um Brasil sem burocracia é uma necessidade para a competitividade”
    “Concentraremos esforços pra avançarmos em modelos de negócio com vários blocos de países”
    “Aqueles que acreditam que o acordo contingente de reservas do Brics foi feito contra o FMI enganam-se”
    “Expectativas pessimistas bloqueiam as realizações”
    “As avaliações absurdamente negativas de realizar a Copa exemplificam o que eu estou dizendo”
    “Tivemos outros surtos de pessimismo como a tempestade perfeita”
    “Outra afirmação era que o Brasil iria passar por uma crise de energia. A última crise de energia foi em 2000 e 2001″
    “No caso da energia elétrica o meu governo investiu o equivalente ao que era investido em 8 anos do que o presidente antes de Lula fez”
    “Não vamos ter racionamento agora e não teremos no futuro”
    “Fechamos 2013 com uma das taxas de crescimento em sétimo lugar”
    “Proponho que não nos deixemos levar por esse pessimismo”
    “Temos a menor taxa de juros da história recente da República”
    “Vamos entrar num NOVO ciclo”
    “Os orgãos de consultoria tinham se desestruturado, porque os engenheiros preferiam trabalhar na tesouraria dos bancos”
    “Se você me perguntar: é preciso avançar ainda mais?” Eu direi: sim, é preciso avançar ainda mais”
    “Nós asseguramos a competitividade e houve uma mudança significativa nas concessões que fizemos”
    “Não se fazia concessão pra investir, faziam concessão para manter”
    “As demandas por investimento no Brasil são imensas. É importante parcerias com o setor nacional e internacional”
    “Não tenho dúvida que o Brasil precisa de uma reforma política e só a faremos se tiver participação popular”
    “Para tornar os processos entre o legislativo e o executivo mais transparentes”
    “Nós temos que controlar o conteúdo nacional e as bases porque é uma forma de competirmos em condições de igualdade”
    “Em 2003 tinha estaleiro no Brasil mais tinha nos máximo 1000 empregados e não produzíamos navios, produzíamos grama”
    “É fundamental política de crédito, política de compra governamental”
    “Nós vamos ter que inovar. Nós temos um trabalhador que tem que ser formado hoje”
    “Temos que dar formação e fazer com que ele atinja um padrão”
    “Eu acredito que na questão da infraestrutura básica é a questão da difusão da banda larga”
    “A difusão da banda larga é uma típica parceria público privada”
    “Na verdade o que nós precisamos mesmo é de assegurar que os investimentos sejam atraidos por projetos consistentes”
    “Nós temos não de olhar a situação como é hoje. Eu luto por uma internet que tenha de chegar ao padrão da Coréia do Sul (50 MB)”
    “Eu acredito que não se fará reforma trabalhista no Brasil sem falar com trabalhador, Congresso e empresários”
    “Eu acho que a principal coisa que temos que propor é a discussão. A judicialização em qualquer área é muito perigosa”
    “O governo federal não é contra a terceirização, mas sem precarizar o trabalho”
    “Nós nos dispomos a ensejar o diálogo”
    “Acho que somos hj um país maduro que juntos podemos dar esse espaço à frente”
    “Acho que a base da nossa relação (com empresários) tem que ser o diálogo”
    “Nós assumimos um compromisso com o crédito em condição similares”
    “Subsidiar o crédito é garantir competitividade”
    “Eu assumo aqui nosso compromisso com a questão da educação”
    “Nossa prioridade: universalização da internet”
    “Brasil sem burocracia. Me comprometo a desburocratizar o país”
    “Não to falando de Estado mínimo não, viu?”
    “É uma ingenuidade supor que isso signifique Estado mínimo, nem tão pouco Estado máximo. É Estado eficiente”
    “Fizemos um conjunto de medidas pra impedir que a crise significasse a deterioração do país”
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    Oito manchetes que a grande mídia não tem coragem de imprimir


    Garoto lê jornal na entrada da biblioteca pública em Milwaukee (EUA), durante o período da 
    Grande Depressão: atualmente declina o número de leitores de jornais nos Estados Unidos.

    Texto origialmente publicado em Common Dreams, site independente de notícias que prioriza
    informações para o bem comum, criado em 1997, nos Estados Unidos.
    Os destaques a seguir dizem respeito a assuntos relevantes e baseados em fatos; são as "notícias
    importantes" que a mídia tem a responsabilidade de divulgar. No entanto, a imprensa 
    corporativista geralmente as evita.

    1. A riqueza nos Estados Unidos cresceu em US$34 trilhões desde a recessão. Mais de 90% da 
    população não recebeu quase nada dessa quantia.
    Isto daria, em média, US$100 mil para cada americano. Mas as pessoas que já possuem a maior parte das ações de empresas responsáveis pelo crescimento dessa riqueza receberam quase todo o dinheiro. Para eles, o ganho médio foi de cerca de um milhão de dólares – livre de impostos, desde que não contabilizado.

    2. Oito americanos ricos ganharam mais do que 3,6 milhões de trabalhadores que recebem 
    salários mínimos
    Um relatório recente afirmou que nenhum trabalhador que receba um salário mínimo nos EUA pode pagar pelo aluguel de uma residência de um ou dois dormitórios de acordo com os preços do mercado atual. Há 3,6 milhões de trabalhadores nestas condições, e seus salários somados ao longo de todo o ano de 2013 é inferior aos ganhos no mercado de ações de apenas oito investidores americanos durante o mesmo ano; todos eles são empresários que mais tiram do que contribuem para a sociedade: os quatro Waltons (donos da cadeia de supermercados Wal-Mart), dois Kochs (donos da Koch Industries), Bill Gates e Warren Buffett.

    3. O noticiário fala apenas a 5% da população
    Seria um alívio ler um editorial honesto: "Nós valorizamos com carinho os 5% a 7% de nossos leitores que ganham muito dinheiro e acreditam que seus patrimônios, cada vez maiores, estão ajudando todo mundo".
    Em vez disso, a mídia corporativa parece incapaz de diferenciar entre os 5% no topo e o restante da sociedade. O “Wall Street Journal” exclamou: "Americanos de classe média têm mais poder de compra do que nunca", e, na sequência, : "Que recessão? A economia já saiu da recessão, o desemprego diminuiu..."
    O “Chicago Tribune” pode estar ainda mais distante de seus leitores menos privilegiados, perguntando a eles: "O que é tão terrível no investimento de tanto dinheiro na campanha presidencial?"
    Imagem em perfil dos irmãos Koch: "executivos e empreendedores com destaque nos noticiários devem trilhões à sociedade"

    4. As notícias televisivas ficaram mais burras para o espectador americano
    Uma pesquisa de 2009 do European Journal of Communication comparou os Estados Unidos à Dinamarca, Finlândia e Reino Unido no que diz respeito à transmissão de noticiário doméstico e internacional, bem como de notícias importantes (política, administração pública, economia, ciência e tecnologia) e notícias secundárias (celebridades, interesses humanos, esportes e entretenimento). Os resultados:
    - os americanos são especialmente desinformados quanto a assuntos públicos internacionais;
    - os entrevistados americanos também não tiveram um bom desempenho no que diz respeito ao noticiário importante relacionado a questões domésticas;
    - a televisão americana transmite muito menos noticiário internacional do que as TVs finlandesa, dinamarquesa e britânica;
    - os programas de notícias da TV americana também relatam muito menos notícias importantes do que as TVs finlandesa ou dinamarquesa.
    Surpreendentemente, o relatório informa que "nossa amostragem de jornais americanos estava mais orientada no sentido das notícias importantes do que as contrapartes europeias". É uma pena que os americanos estejam lendo menos jornais.
    5. Executivos e empreendedores com destaque nos noticiários devem trilhões à sociedade
    Toda a propaganda em torno do "self-made man", o empreendedor aventureiro, é uma fantasia. No início dos anos 70, nós, homens brancos privilegiados, fomos conduzidos de nossas faculdade para postos no mercado de trabalho que nos aguardavam nos setores de gestão e finanças; a tecnologia inventava novas maneiras de fazermos dinheiro, os impostos eram baixíssimos e a perspectiva de recebermos bônus e ganhos capitais ocupava nossas mentes.
    Enquanto estávamos na faculdade, o Departamento de Defesa preparava a Internet para a Microsoft e a Apple, a Fundação Nacional da Ciência financiava a Digital Library Initiative, que seria adotada como modelo pela Google, e o Instituto Nacional de Saúde realizava os primeiros testes de laboratório que seriam utilizados por empresas como Merck e Pfizer. Os laboratórios de pesquisa do governo e as universidades públicas treinaram milhares de químicos, físicos, designers de chips, programadores, engenheiros, operários de linha de produção, analistas de mercado, testadores, solucionadores de problemas etc.
    Tudo o que criamos por conta própria foi uma atitude desdenhosa, como a de Steve Jobs: "Nunca tivemos vergonha de roubar grandes ideias".

    6. Recursos para escolas e pensões desabam à medida que as empresas deixam de pagar impostos
    Três estudos independentes entre si mostraram que as empresas pagam menos da metade do que deveriam pagar em impostos, recurso que serve como principal fonte para o fundo educacional K-12 e como parte significativa do fundo para pensões. Mais recentemente, o relatório “A Base Tributária Corporativa está Desaparecendo" mostrou que a porcentagem dos lucros corporativos paga como imposto de renda ao Estado diminuiu de 7% em 1980 para 3%, atualmente.

    7. Empresas sediadas nos EUA pagam a maior parte de seus impostos no exterior

    O Citigroup recebeu 42% de seus lucros entre 2011 e 2013 na América do Norte (quase tudo nos EUA), tendo gerado US$32 bilhões de lucro, mas recebeu benefícios no imposto de renda ao longo de todos esses três anos.
    A Pfizer teve 40% dos seus lucros entre 2011 e 2013 e quase metade de seus ativos físicos nos EUA, mas declarou quase US$10 milhões de prejuízo nos EUA, e, ao mesmo tempo, US$50 bilhões em lucros no exterior.
    Em 2013, a Exxon tinha cerca de 43% de sua gestão, 36% das vendas, 40% de seus ativos de longa duração e entre 70 e 90% de seus poços produtivos de petróleo e gás nos EUA; no entanto, a empresa pagou apenas 2% de seu lucro total em impostos ao Estado americano, com a maior parte da quantia sendo paga sob a forma do que se chama de valor tributável "teórico".

    8. Funcionários de restaurantes não recebem aumento há mais de 30 anos
    Uma avaliação feita por Michelle Chen mostrou que o salário mínimo para funcionários que recebem gorjeta é de US$2,00 a hora desde 1980. Ela também observa que 40% destes trabalhadores são pessoas negras, e cerca de dois terços são mulheres.
    Para finalizar, aqui vai mais uma manchete possível e muito bem-vinda: Os progressistas se unem em prol de impostos sobre o patrimônio para as empresas de Wall Street.
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    Por que a Globo tornou novela o processo Kafkiano contra ativistas do Rio


    Por Renato Rovai

    Há uma narrativa em curso que vem sendo construída pela TV Globo e que busca catalizar a opinião pública contra um grupo de ativistas que foi acusado de formação de quadrilha e ação criminosa pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A investigação é repleta de inconsistências e de diz-que-diz. Leva em consideração desde P2 que acha que Bakunin é um black bloc , até acusações de quem declaradamente afirma fazê-lo por vingança.
    Mas então por que cargas d´água que a Rede Globo decidiu fazer um novelão usando desde o Jornal Nacional até o Fantástico para contar essa história? Por que de repente aqueles que num primeiro momento eram vilões do Merval, do Jabor e do Willian Wack e depois se tornaram heróis, agora voltaram a ser mais do que vilões, mas criminosos que precisam ser presos e se possíveis amargar longos anos na cadeia. Mesmo sem que haja provas contundentes contra quase todos eles.
    Em primeiro lugar, a Globo não perdoa.
    Ela percebeu que uma das palavras de ordem mais mobilizadoras das ruas em 2013 foi contra a emissora. E mais do que isso, ficou irritadíssima porque seus repórteres tiveram de sair disfarçados para trabalhar. Quem ousasse ir com microfone da emissora ou qualquer coisa que identificasse que trabalhava na empresa dos Marinhos, corria riscos. Este blogueiro, ao escrever isso, não está saboreando este tipo de ação. Sempre foi e continuará sendo contra qualquer tipo de violência. É humanista e pacifista e não liga a mínima de ser chamado de babaca por conta disso.
    Em segundo lugar, a Globo sabe fazer contas.
    A direção da emissora percebeu que criminalizar as Jornadas de Junho e torná-la em algo historicamente relacionado à esquerda e ao crime pode ser uma boa estratégia eleitoral no curto e no médio prazo. Tanto que depois das matérias da Globo, o PSDB soltou uma nota pedindo a prisão daqueles manifestantes que foram parar em Bangu. Aliás, no mesmo dia em que esse pessoal foi preso, também foram presas pessoas acusadas de atuar contra Aécio na internet. Os mandados de prisão por duas investigações que não tinham nenhuma relação foram expedidos no mesmo dia.
    Em terceiro lugar, porque a Globo não tem limites.
    Quando se coloca numa batalha, ela só enxerga os objetivos. Não se preocupa com o que terá de fazer para atingi-los. A emissora apoiou incondicionalmente a ditadura militar e não deu um pio enquanto centenas de jovens eram torturados e assassinados. Ela tinha claro que a parceria com aquele regime lhe tornaria um império. Agora, a Globo sentiu que amadurece um projeto de democratização das comunicações e mesmo que ele tenha sido retirado do plano de governo de Dilma que foi ao TSE, o PT e Lula estão convencidos de que é algo urgente. Por isso, a direção da emissora vai apostar tudo em Aécio Neves. Talvez mais do que apostou em outras oportunidades em Serra e Alckmin.
    Além disso, ela também percebeu que há riscos de ser derrotada em casa. No no Rio de Janeiro, onde talvez vá se dar a disputa ao governo mais renhida, com quatro candidaturas relativamente embolas e com chances de vitória (Garotinho, Crivella, Pezão e Lindberg), a emissora só tem um candidato em que pode confiar plenamente, Pezão.
    Garotinho se comporta como um inimigo da emissora, Crivella é da IURD e por consequência da Record e Lindberg é do PT. A narrativa que criminaliza ativistas no Rio também busca um efeito local. A tentativa é fazer crer que só o atual governo tem condições e pulso para lidar com esse “grupo de vândalos”.
    Se para atingir seus objetivos a Globo tiver de fazer essas pessoas apodrecerem na cadeia, não titubeará. E por isso, essa ação contra eles ainda está longe de ser um caso encerrado.
    Mais do que isso. Pode ser como o assassinato do príncipe Francisco Ferdinando, do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo. O que parecia algo menor, levou à 1ª Guerra Mundial. Este processo Kafkiano que está sendo contado como uma novela das nove não é o fim de uma história. Tá mais com cara de ser o começo. Com um governo menos permeável às críticas pela esquerda, isso pode ser a regra e não exceção.
    A Globo também sabe disso. E por isso está investindo tanto nesta história.
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    CERRA VAI “CRISTIANIZAR” AECIOPORTO ?


    O candidato precisa enfrentar o tema da cocaína nessa campanha de 2014.

    AEROPORTOS E COLISÕES TUCANAS

    Na série de escaramuças que marca o jogo pesado entre Aécio e Serra, a reportagem da Folha 
    sobre o aeroporto em Cláudio pode ter sido um ponto fora da curva.

    Por Saul Leblon, na Carta Maior


    Há exatamente quatro anos, em 29 de julho de 2010, o jornal ‘O Globo’ noticiava a evidência de um 
    racha profundo nas fileiras tucanas, a minar a campanha do então candidato à presidência da República
    pelo PSDB, José Serra.
    Aspas para o Globo de 29-07-2010:
    ‘O candidato a presidente pelo PSDB, José Serra, terá uma estrutura independente em Minas Gerais
    para impulsionar sua campanha no Estado (…). A estratégia foi montada para fazer frente a algumas
    dificuldades. A decisão foi tomada após descontentamento com o ritmo da campanha no Estado, onde
    o ex-governador Aécio Neves, que recusou-se a ocupar a vaga de vice na chapa de Serra, é a principal
    liderança do PSDB…’
    Corta para o coquetel de autógrafos de Serra, no Rio, na semana passada, dia 23 de julho de 2014, no
    lançamento de seu livro de memórias, “50 anos Esta Noite”.
    Aécio Neves não compareceu ao evento, onde Serra comentou laconicamente o episódio que há dez
    dias faz sangrar seu velho rival e agora o candidato do PSDB à presidência.
    ‘Um programa de construção de aeroportos no interior de repente bate na família. Não quer dizer que
    houve favorecimento..’ disse olímpico sobre a obra de R$ 14 milhões feita por Aécio na fazenda de um
    tio, paga com dinheiro público.
    ‘Eu não tenho parentes no interior. Se tivesse, poderia ter acontecido…’, observou Serra com irônica
    ambiguidade.
    Especulações sobre a origem da denúncia veiculada em 20/07, pela ‘Folha de SP’, de notórias
    afinidades com o serrismo, ganharam lastro extra a partir do editorial publicado pelo diário da família
    Frias , no último domingo, 27-07.
    O texto com sugestivo título, ‘O pouso do tucano’, desmonta as explicações de Aécio para o escândalo 
    lança uma comprida sombra sobre o futuro de sua candidatura:
    ‘Mais econômico, na verdade, teria sido não fazer obra nenhuma. A demanda por voos em Cláudio é
    pequena, e o aeroporto de Divinópolis fica a 50 km de distância. Ainda que todo o processo tenha sido
    feito de maneira legal, como sustenta Aécio Neves, restará uma pista de pouso conveniente para o
    tucano e seus parentes, mas de questionável eficiência administrativa. Não é pouca contradição para um candidato que diz apostar na união da ética com a qualidade na gestão pública’.
    Mas o principal subtexto das suspeitas quanto à fonte da denúncia remete ao recheio mineiro da derrota sofrida por Serra nas eleições presidenciais de 2010, quando as urnas sepultaram de vez suas pretensões ao cargo máximo da política brasileira.
    Numa disputa marcada logo no início pela colisão frontal com Aécio, que postulava a mesma indicação PSDB, Serra terminaria abatido fragorosamente pelo ‘poste’, Dilma Rousseff, que teve 56,05% dos votos, contra 43,9% do ‘experimente’ ex-governador de São Paulo.
    Um tônico inesperado da derrota foi a desvantagem ampla de Serra nas urnas de Minas Gerais.
    No segundo maior colégio eleitoral do país – de onde Aécio conquistou uma vaga no Senado, arregimentando 7,5 milhões de votos– Serra obteve um apoio inferior a sua média nacional ( 41,5%).
    O de Dilma, ao contrário, foi sugestivamente superior (58,4%).
    Seria um erro atribuir o resultado ao boicote de Aécio, abstraindo assim a tradicional força do PT em Minas Gerais e o prestígio conquistado pelos investimentos do governo Lula (que teve 65% dos votos Minas em 2006 e 66,5% em 2002) .
    A verdade, porém, é que a derrota consagrava um processo de desidratação interna do candidato do PSDB, que remontava à própria dificuldade inicial de preencher a vaga de vice em sua chapa,
    reservada até o último minuto como um prêmio de consolação que Aécio rechaçou.
    A recusa, mineiramente dissimulada na protocolar promessa de ‘não poupar esforços pelo candidato’,
    era o troco à forma como o ex-governador de São Paulo impusera seu nome ao partido, sem abrir
    espaço para uma consulta às bases, inédita entre tucanos, reivindicada pelo rival .
    A disposição bélica das fileiras serristas de atropelar o adversário mineiro com um misto de fatos
    consumados e jogo baixo ficaria evidente logo no início de 2009.
    Um artigo famoso, publicado em fevereiro daquele ano na página 3 do jornal O Estado de S. Paulo,
    dava o peso e a medida do fair play que ordenaria o confronto a partir de então.
    Assinado pelo editorialista do jornal, Mauro Chaves, reconhecidamente ligado aos tucanos, mas
    sobretudo a Serra, o texto trazia no título a octanagem do arsenal disponível, caso Aécio insistisse em
    desafiar a vontade ‘bandeirante’.
    “Pó, pará, governador?”, diziam as garrafais, num trocadilho com o suposto uso de droga por parte do
    político mineiro.
    Era o gongo de uma série de rounds subterrâneos.
    Eles incluiriam acusações mútuas sobre dossiês mortíferos engatados de um lado e de outro em um embate fraticida que quase paralisaria o PSDB.
    Sobre Serra pairavam suspeitas de ter mobilizado ex-delegados da polícia federal para municiar o paiol contra Aécio.
    A ira do mineiro envolveria garras não menos afiadas.
    Uma delas, Andrea Neves, cabo-de- guerra do irmão para golpes de bastidores e controle da mídia, estaria associada à contratação de repórteres, antes até, em 2008, pelo jornal Estado de Minas, para investigar a vida de Serra e de sua família.
    Com resultados suculentos, diga-se.
    O livro ‘A privataria Tucana’, de Amaury Ribeiro Jr, seria um subproduto desse mutirão.
    O nebuloso episódio de uma reunião ocorrida em junho de 2010, da qual teriam participado Amaury, arapongas e Luiz Lanzetta –membro da pré-campanha de Dilma, atiçaria as evidência de um tiroteio cerrado nos bastidores da campanha tucana.
    Denunciado por um alcagueta presente, o encontro teria tratado de informações comprometedoras envolvendo lavagem de dinheiro, paraísos fiscais, Verônica Serra (filha do tucano) e a irmã do banqueiro Daniel Dantas, Veronica Dantas.
    Na Polícia Federal, Amaury confirmou que pagou R$ 12 mil a um despachante paulista para obter as informações sobre os tucanos, entre setembro e outubro de 2009. O jornalista não revelou quem o contratara, nem quem financiou a investigação, iniciada como pauta do Estado de Minas.
    O fato é que, nesse processo, a candidatura presidencial de Serra desidratava de dentro para fora do partido. Seu caminho para as urnas lembrava um trem fora dos trilhos, com poucas chances de ser devolvido ao leito original.
    Em julho de 2010, a percepção de que estaria sendo cristianizado por fileiras amplas do tucanato era muito forte.
    O termo ‘cristianização’ colava em sua trajetória como o bolor nos corredores abafados dos hotéis de estação.
    A expressão vem do nome do político mineiro, Cristiano Machado que, a exemplo de Serra, havia imposto sua candidatura ao partido (o PSD) nas eleições presidenciais de 1950.
    Cristiano foi abandonado pelos companheiros, que acabaram apoiando Getúlio Vargas.
    O termo “cristianização” passou a designar o candidato ‘escondido’ pela sigla, que teme o contágio tóxico que sua impopularidade acarreta às demais candidaturas.
    Assim foi com Serra.
    Em 2010, a três meses das urnas do 1º turno, a maior parte do material de campanha de Aécio Neves, candidato ao Senado por MG, e o de Anastásia, seu candidato ao governo do Estado, omitia a imagem de Serra em santinhos e adesivos.
    O alto comando serrista busca desesperadamente formas de fazer com que a campanha demotucana encontrasse motor próprio em MG.
    Além de um comitê exclusivo, os serristas tiveram que montar 40 subcomitês distribuídos por todo o estado, na tentativa de algo quixotesca de contornar o boicote silencioso sofrido no segundo maior colégio eleitoral do país, por parte de seu ‘aliado’ e líder local, Aécio Neves.
    No melancólico reconhecimento da derrota final para Dilma, em 1º de novembro de 2010, Serra diria que o “povo” não quis que sua eleição fosse “agora” e se despediu do eleitor com um “até logo”.
    No breve discurso ao lado da família, o tucano agradeceu o empenho do partido, festejou a eleição de Alckmin, porém não citou uma única vez o senador eleito por Minas Gerais, Aécio Neves.
    A queda de braço não terminaria ali.
    Aécio rapidamente ocuparia o vácuo da derrota pavimentando a sua candidatura dentro de um PSDB de joelhos, com o serrismo acuado.
    O mineiro aplastou o desafeto em todas as frentes de comando.
    Tomou a presidência do partido em primeiro lugar. E negou a Serra até mesmo a direção do medíocre, mas rico, Instituto Teotônio Vilela, o think tank do PSDB.
    Humilhado, Serra engoliu um cargo honorífico no Conselho Político do partido, um enxerto criado pela Executiva Nacional, mas no qual, ainda assim, seria minoritário.
    A partir de então, experimentaria a mesma ração de fatos consumados e menosprezo que dispensara ao oponente em 2010.
    Braço direito de Aécio Neves no Senado, o impoluto Cassio Cunha Lima, distribuía patadas em seu nome dirigidas diretamente ao estômago de Serra.
    Em outubro do ano passado, enquanto Serra se comportava como se ainda pudesse pleitear a candidatura tucana ao Planalto –ou mudaria para o PPS, sugeriam seus ventríloquos na mídia– Cunha lima desembarcou em São Paulo.
    O emissário de Aécio conversou com FHC, Geraldo Alckmin e outros graúdos bicos curtos e longos.
    Não procurou Serra. E ainda disparou um recado recebido com espanto pelas viúvas do ex-governador na mídia:
    ‘Não vamos mais repercutir o que Serra diz. A imprensa que faça isso. Deixa ele falar, nós vamos ignorar’ (revista Veja; 25/10/2013).
    Serra ouviu e registrou em sua volumosa agenda mental encapada com o ditado: ‘a vingança é um prato que se come frio’.
    Dois meses depois, 48 horas antes de Aécio lançar sua bisonha ‘cartilha’, na qual não mencionaria uma única vez o pré-sal nos 12 pontos que comporiam suas propostas de governo, Serra retirou o prato da geladeira.
    E disparou um artigo na ‘Folha de SP’, em 15/12/2013.
    O tema: o consumo de drogas.
    O primeiro parágrafo: ‘O debate sobre o consumo de cocaína no Brasil pode e deve ser uma pauta em 2014’.
    Desde então, aconselhados por Fernando Henrique e o pelotão dos ‘interesses maiores’, os desafetos baixaram os punhais. Uma trégua acomodatícia foi costurada pelos seguidores dos dois lados com a linha grossa da conveniência.
    Aécio trouxe o braço direito de Serra, Aloysio Nunes, para ocupar a vaga de vice em sua chapa. Serra recolheu-se à disputa por uma cadeira no Senado, com a promessa de um ministério, se Aécio for eleito.
    As farpas refluíram; parecia que o PSDB cicatrizaria as profundas fendas internas.
    Até que no 17 de julho agora, uma quinta-feira, surgiu a notícia da defecção de um serrista graúdo afastado de um cargo de confiança na campanha de Aécio.
    Xico Graziano, conhecido pela mão pesada com que exerce a fidelidade aos próprios interesses, foi defenestrado do pomposo cargo de ‘chefe da estratégia de redes’ da candidatura Aécio.
    Nos bastidores afirma-se que Xico Graziano perdeu o posto por uma questão prosaica: incompetência.
    Seu projeto de site de campanha teria sido avaliado como um fiasco pela cúpula da candidatura.
    Depois se soube que um outro site já estaria pronto e seria lançado em seguida.
    Quem supervisionou o trabalho paralelo e empurrou Xico para a ladeira da campanha foi a irmã do mineiro, Andréa Neves.
    Três dias depois do episódio, no domingo, a ‘Folha’ estamparia a denúncia do aeroporto construído por Aécio na fazenda do ‘tio Múcio’, com gastos de R$ 14 milhões do tesouro de Minas Gerais.
    Na série de escaramuças desse histórico pode ser um ponto fora da curva.
    Uma desprezível coincidência.
    A ver.
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    O GENOCIDA NETANYAHU MATA MAIS 19 EM ESCOLA


    O genocida Benjamin Netanyahu prossegue em seu morticínio impune contra o povo palestino; 
    bombardeio israelense na noite de ontem matou 19 palestinos que se refugiavam numa escola e 
    feriu outras 125 pessoas; criminoso de guerra, ele já foi repreendido pela ONU, pelo Brasil, por 
    países do Mercosul mas ainda conta com o apoio dos Estados Unidos em seu banho de sangue

    Por Nidal al-Mughrabi

    GAZA (Reuters) - Bombardeios israelenses atingiram nesta quarta-feira uma escola administrada pela 
    Organização das Nações Unidas em um campo de refugiados da Faixa de Gaza, matando pelo menos 
    19 pessoas e ferindo cerca de outras 125 que se refugiavam lá, disse um funcionário da entidade.
    O sangue se espalhava pelo chão e os colchões dentro das salas de aula enquanto alguns sobreviventes 
    vasculhavam montes de vidros estilhaçados e destroços em busca de corpos para enterrarem.
    Uma porta-voz militar israelense em Tel Aviv disse não ter de imediato informações sobre o que 
    aconteceu na escola, que pertence à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da 
    Palestina no Oriente Médio (Unrwa).
    O diretor da Unrwa, Khalil al-Halabi, disse que cerca de 3.000 palestinos estavam refugiados na 
    escola, no campo de refugiados de Jabaliya, quando ficou sob fogo israelense na madrugada.
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    SKAF TIROU O REMÉDIO DA BOCA DAS CRIANÇAS


    Clique na imagem para assistir ao vídeo no site da Falha

    Dizem que o vice-presidente Michel Temer fará um esforço sobre-humano para obrigar Paulo Skaf a apoiar a Dilma.
    Afinal, o PMDB apoia a Dilma no plano nacional e em São Paulo, Skaf faz oposição declarada, explícita, militante contra a Dilma.
    Um contra-senso ?
    Não.
    Faz sentido.
    A candidatura Skaf é um desses embustes típicos da elite branca de São Paulo.
    (Clique aqui para ver “Refavela – ainda não caiu a ficha da elite branca”.)
    Ele é presidente da FIE P e não tem indústria.
    É pelego sindical, patronal.
    A única “obra” de repercussão que empreendeu, que o colocou no mapa, foi liderar – ao lado do Príncipe da Privataria – a criminosa batalha para acabar com a CPMF.
    A mesma CPMF que Adib Jatene deu de presente ao Governo FHC e que ele, FHC, para ferrar o Lula, ajudou a derrubar.
    O Skaf foi o “herói” dessa campanha.
    Dizia que o fim do imposto significaria uma redução da inflação.
    Um embuste.
    O que ele conseguiu foi suprimir o controle sobre o Caixa Dois, o “bahani”, como se diz em São Paulo, um sub-produto valioso da CPMF.
    Skaf não é PT, não quer saber do PT, não tem nenhum compromisso político ou ideológico com o PT.
    A Dilma tem lado, o do pobre, como lembrou o Lula.
    Skaf tem compromisso com o rico – ou com os que se fazem de rico…
    O que o Skaf defendeu, na campanha, até agora ?
    Além de tentar se apropriar do slogan da campanha do Padilha ?
    Nada.
    Ele é um conjunto vazio.
    É um Cacareco magro.
    Ele vai apoiar a Dilma ?
    Não faz a menor diferença.
    O que o PMDB tinha que dar, já deu – horário eleitoral, que o Ataulfo Merval acha desprezível, tanto que o Arrocho Never vai ceder os 4′ dele à Dilma.
    O Padilha não precisa do Skaf.
    A Dilma não precisa do Skaf.
    Quem precisa do Skaf é o Temer.
    Pra fingir que existe em São Paulo.
    Skaf é a cara de São Paulo.
    Com botox e tudo.
    Clique aqui para ler “Alckmin se enquadra na programação da globo”.

    Paulo Henrique Amorim
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    A IMPUNIDADE NAZI-ISRAELENSE


    Robert Fisk -The Independent

    Impunidade é a palavra que vem à mente. Mais de mil palestinos mortos. Isso é infinitamente mais do 
    dobro do total de vítimas mortais do voo MH17 na Ucrânia.
    E se nos referirmos somente aos mortos inocentes – ou seja, não combatentes do Hamas, nem jovens
    simpatizantes ou funcionários corruptos desse partido, com quem, em seu devido tempo, os israelenses
    terão que dialogar – mas sim a mulheres, crianças e idosos que foram massacrados em Gaza, os
    números estão muito acima do total de vítimas do voo.
    E há algo muito estranho em nossas reações diante desse escandaloso número de mortos. Chamamos
    ao cessar-fogo em Gaza, mas os deixamos enterrar seus mortos em lixões queimados pelo sol, sequer
    fomos capazes de abrir uma rota humanitária para os feridos.
    Para os passageiros do MH17 exigimos – imediatamente – a sepultura apropriada e atenção a
    familiares. Criticamos os que deixaram os corpos atirados nos campos do leste da Ucrânia, entretanto,
    o mesmo número de corpos ficou esparramado – talvez por menos tempo, mas sob um sol igual
    igualmente escaldante – em Gaza.
    Porque –e isto me incomoda há anos – os palestinos não nos importam muito, certo? Também não nos
    importa a culpa israelense, que é muito maior pelo grande número de civis que o Exército Israelense
    assassinou. Também não, neste caso, a capacidade do Hamas. Nem Deus quereria que as cifras fossem
    ao contrário. Se tivessem morrido mil israelenses e apenas 35 palestinos, acredito conhecer qual seria
    nossa reação.
    Chamaríamos a situação – e com razão – de massacre, atrocidade, um crime cujos perpetradores
    deveriam ser convocados para prestar contas. Sim, é preciso também responsabilizar o Hamas.
    Mas, por que os únicos criminosos que perseguimos são os homens que lançaram um míssil, talvez
    dois, em um avião de linha que voava sobre a Ucrânia?
    Se os mortos em Israel se igualassem em número o número de mortos palestinos – e repito – graças aos
    céus não é assim – suspeito que os norte-americanos estariam oferecendo todo o apoio militar a uma 
    israelense ameaçada pelos terroristas apoiados pelo Irã. Estaríamos exigindo que o Hamas entregasse
    os monstros que dispararam foguetes em direção a Tel Aviv. Mas não estamos fazendo isso.
    Porque os mortos são, em sua maioria, palestinos.
    Mais perguntas. Qual é o limite de mortes palestinas antes de decretarmos um cessar-fogo? Oito mil?
    Poderíamos levar um marcador? Uma taxa de troca para as mortes? Ou teremos simplesmente que
    esperar até que o sangue chegue a nosso pescoço e então dizer que basta, que até para a guerra de
    Israel já é o bastante.
    Não é que nunca tenhamos passado por isso. Desde o êxodo palestinos pelo novo exército israelense
    em 1948, como registraram historiadores israelenses, até a matança de Sabra e Chatila, quando aliados
    libaneses de Israel assassinaram 1700 pessoas em 1982 enquanto soldados israelenses olhavam; desde
    o massacre de Qana de árabes libaneses na base da ONU – sim, de novo a ONU – em 1996, até outro
    terrível massacre, menor, novamente em Qana dez anos depois. E o assassinato em massa de civis na
    guerra de Gaza em 2008/2009.
    E não nos lembramos que peso foi dado - algo rápido, certamente - quando o juiz Richard Goldstone
    fez o que pode para desacreditar o conflito após, segundo meus amigos israelenses, se ver submetido a
    uma pressão intensa.
    Trocando em miúdos, nós já estivemos ali. Essa afirmação de que somente os terroristas têm a culpa
    por aqueles que o Hamas mata e por aqueles que Israel mata (terroristas do Hamas, claro). E a
    afirmação constante, repetida uma e outra vez, de que Israel tem as normas mais rígidas que qualquer
    exército no mundo e que jamais agrediria civis.
    Lembro aqui os 17.500 mortos da invasão israelense no Líbano em 1982, a maioria dos quais era civil.
    Nós nos esquecemos de tudo isso?
    Além da impunidade, outra palavra que vem à mente é a estupidez. Vou me esquecer aqui dos árabes
    corruptos e os assassinos do Estado de Israel e todos os assassinos em massa do Iraque e da Síria.
    Talvez sua indiferença em relação à Palestina seja de se esperar.
    não dizem representar nossos valores. Mas, o que pensar de John Kerry, o secretário de Estado de
    Barack Obama, que nos disse na semana passada que é necessário atender os assuntos subjacentes do
    conflito árabe-israelense? Que diabos esteve fazendo todo o ano passado, quando afirmou que
    conseguiria a paz no Oriente Médio em doze meses? Não se dá conta do motivo por que os palestinos
    estão em Gaza?
    A verdade é que muitas centenas de milhares de pessoas no mundo – quisera poder dizer milhões –
    querem colocar fim nesta impunidade, colocar fim a frases como baixas desproporcionais.
    Desproporcionais em relação a quê? Israelenses corajosos dizem o mesmo. Escrevem sobre isso.
    Longa vida ao Haaretz, jornal israelense. Entretanto, os árabes, o mundo muçulmano, é tomado pela
    ira. E pagaremos o preço.
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