segunda-feira, 30 de setembro de 2013

JUSTIÇA QUEBRA SIGILOS DE ANDREA MATARAZZO


Homem forte de todos os governos tucanos, passando por Mario Covas, José Serra, Geraldo 
Alckmin e Fernando Henrique Cardoso, o vereador Andrea Matarazzo teve seu sigilo bancário 
e fiscal quebrado por determinação da Justiça; ele é suspeito de ter arrecadado propinas de US$ 
20 milhões junto à empresa francesa Alstom; parte dos recursos foi usada no caixa dois da 
campanha à reeleição de FHC; escândalo atinge em cheio o ninho tucano; ex-presidente do 
Metrô, José Fagali Neto, também teve sigilo quebrado, assim como outros nove personagens da 
trama

247 - A Justiça Federal de São Paulo tomou uma decisão que atinge o coração do PSDB. Determinou a quebra do sigilo bancário e fiscal de 11 pessoas, incluindo do vereador Andrea Matarazzo, que participou da arrecadação do caixa dois da campanha à reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em 1998, e ajudou a levantar cerca de US$ 20 milhões junto à Alstom.
A quebra do sigilo autorizada pela Justiça abrange o período entre 1997 a 2000. O furo de reportagem é do jornalista Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo. As pessoas atingidas pela decisão judicial são: Andrea Matarazzo (atual vereador do PSDB e ex-secretário de energia), Eduardo José Bernini, Henrique Fingerman, Jean Marie Marcel Jackie Lannelongue, Jean Pierre Charles Antoine Coulardon, Jonio Kahan Foigel, José Geraldo Villas Boas, Romeu Pinto Júnior, Sabino Indelicato, Thierry Charles Lopez de Arias e Jorge Fagali Neto, (ex-presidente do Metrô).
Em 6 de agosto deste ano, o 247 publicou a informação de que Matarazzo já havia sido indiciado pela Polícia Federal (leia aqui). No dia 13 de agosto, outra reportagem apontou que R$ 3 milhões levantados junto à Alstom foram direcionados para o caixa dois da campanha à reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – o que, à época, chegou até a ser denunciado por Folha e Veja (leia aqui).
No entanto, apesar de todos os indícios, Matarazzo e o comando do PSDB em São Paulo vinham sendo poupados. Com a determinação de quebra do sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, rompe-se o cerco, muito embora ainda exista certa cautela. O G1, por exemplo, noticia a quebra do sigilo de 11 pessoas. O que importa, no entanto, é a presença de Andrea Matarazzo no time. Lá, ele não é apenas um entre onze.
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E aí, Aécio Neves, vamos conversar?



por Renato Rovai 

Caro senador Aécio Neves, imagino que o senhor não conheça este escriba e talvez nem a Revista Fórum, apesar de a revista já circular há 12 anos e de eu ter lhe encontrado recentemente no Aeroporto de Congonhas. Sentamos frente a frente no saguão e vossa excelência me olhou umas quatro ou cinco vezes de soslaio. Eu fiz de conta que não percebia e me mantive concentrado no tablet. Depois pegamos o mesmo ônibus que nos levou ao avião. Íamos para o Rio de Janeiro. Aliás, parece que vossa excelência gosta muito da capital carioca. Eu também sou fã. E se tivesse as mesmas condições econômicas que o senhor não resistiria a viver boa parte do meu tempo por lá. Mas o que me motiva a escrever este post não é o Rio. E outra coisa.



Assisti a uma recente inserção de TV do seu partido e vi que vossa excelência está aberta ao diálogo. Diz algo assim: “Sou Aécio Neves, vamos conversar”. Achei ótima a iniciativa. E por este simples blogue, lhe digo: “Sou o Renato Rovai e aceito o convite”. Quero conversar com vossa excelência.

E aproveito para lhe dizer que irei lhe enviar oficialmente essa solicitação de conversa. Acho que vou falar em entrevista, porque talvez a sua assessoria não entenda o espírito da coisa. Mas que fique claro, será um bate-papo. Aliás, um papo reto (o senhor tem usado este termo) transmitido pela web. No qual farei algumas perguntas sobre temas que me parecem muito importantes.
Na sequência, seguem alguns temas das perguntas. Ah, claro, vou abrir para os internautas poderem falar com o senhor. É assim que funciona na lógica do papo reto. As pessoas não ficam com esse lenga-lenga do script televisivo, onde tudo é meio que combinado antes. Por isso não posso lhe garantir que tratarei apenas dos temas abaixo. Mas, confio no seu espírito democrático. E na sua boa intenção e sinceridade ao nos convidar para conversar. E fazer um papo reto.

Pautas para a conversa.

- As privatizações no governo Fernando Henrique e o custo delas para o Brasil
- O mensalão mineiro
- Supostos desvios de recursos da saúde no governo de Minas Gerais
- A investigação do cartel do metrô no governo de SP
- Os motivos que levaram o PSDB a ser contra o Bolsa Família no início do governo Lula
- Por que o PSDB é contra o Mais Médicos
- O silêncio da mídia mineira em relação ao governo de Minas, denunciado como censura econômica por vários jornalistas e movimentos sociais.
- Os motivos que lhe levaram a rejeitar a usar o bafômetro numa blitz no Rio de Janeiro.
- O que o senhor achou daquele texto em espaço editorial, assinado por Mauro Chaves, no jornal O Estado de S. Paulo, cujo título era “Pó parar, governador”.
- Qual a sua real opinião sobre o ex-governador José Serra. É verdade que o senhor e ele têm dossiês impressionantes um contra o outro?
Listei apenas 10 pontos iniciais. Mas como na internet não há limite de tempo, podemos ficar horas conversando. Papo reto, senador. Sem papas na língua. Que tal?
Então, só pra finalizar, vou imitá-lo.
E aí, senador Aécio Neves, vamos conversar?
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O FIM DO MODELO DE NEGÓCIOS DA GLOBO

A avalanche fica 2′33” no ar. É por isso que ela não paga o IR ?

O presidente da Rede Record Luiz Claudio Costa indicou o ansioso blogueiro para substituí-lo, semana passada, no encerramento do “MidiaSul – 2013”, em Florianópolis, importante evento anual de mídia e televisão de profissionais do Sul do pais.
Na sede da Federação das Indústrias, sob o patrocínio da RIC, afiliada da Record em Santa Catarina e no Paraná, o tema proposto foi “A Classe C, novas mídias e o futuro da televisão”.
O ansioso blogueiro passa a resumir uma palestra de 50 minutos, enriquecida de verve e humor.
– No mundo, a internet detém 35% da verba publicitária; no Brasil, 15%.
(O último PNAD, es-pe-ta-cu-lar, mostra a progressão impressionante do número de lares – especialmente da Classe C – com internet no Brasil.)
– O Google, o YouTube (o “Porta dos Fundos” se sustenta só com a publicidade no YouTube), o Facebook e o Twitter (que acaba de fazer um IPO de US$ 1 bilhão) serão progressivamente mídias que competem com a Globo;
– O Brasil é o país mais twitterizado do mundo;
– O Google se tornou uma agência de publicidade;
– O Google é o segundo maior faturamento publicitário do Brasil, abaixo da Globo;
– O Google não paga Imposto de Renda no Brasil: nem a Globo, aduziu o ansioso blogueiro, com entonação que fez a plateia rir …;
– As telefônicas vão produzir vídeo e o que for necessário para gerar movimento nas suas redes;
– As telefônicas faturam DEZ vezes mais do que a indústria de televisão no Brasil;
– A tevê por assinatura é o desejo de consumo da Classe C. Quando foi ao Morro do Alemão, cobrir a ocupação para o Domingo Espetacular, o ansioso blogueiro observou que as três prioridade da comunidade, depois da expulsão do tráfico, eram: coleta de lixo, regularização de documentos; e tevê por assinatura, para se livrar dos preços do “gatonet” dos traficantes;
– A Demografia – ciência muito mais útil do que a “ciência” da Economia ou da Sociologia, a Demografia conspira contra a Globo: a juventude, ligada na internet e nas redes sociais, cada vez assiste menos às novelas da Globo, seu maior produto.
Como sair dessa ?
REGIONALIZAR, LOCALIZAR, levar a tevê para a comunidade do espectador.
A Record faz isso.
Ela regionaliza e permite que a Rede de afiliadas regionalize.
A RIC Record de Santa Catarina produz SETE horas diárias de programação LOCAL !!!
O Boni na TV Vanguarda tem feito experiências pioneiras nesse campo.
Mas, a regionalização desmonta o “plano de negócios” da Globo.
Ela precisa desesperadamente do encaixe e de sua participação em TODA a programação de afiliadas e repetidoras.
Quanto mais espaço der para a programação regional, menos grana ela embolsa.
A Globo precisa de grana.
Muita grana !
A cena da avalanche da novela “Joia Rara”, por exemplo.
Me contaram na Record que a Globo mandou uma equipe inteira de filmagem para o Tibet.
Não ficou satisfeita com o que filmou.
Transferiu a equipe inteira para a Cordilheira dos Andes.
Não ficou bom.
Montou um paredão com bolinhas de isopor perto do Projac e concluiu a fuga da avalanche na Barra da Tijuca no Rio.
Quanto custo isso? - me perguntou o amigo da Record
E caiu na gargalhada.
Quem paga isso ?
A indústria da publicidade do Brasil não banca isso.
Nem a SECOM, que engorda a Globo e subestima a internet.
Nem o BV que, como o domínio do fato, só serve para pegar o PT.
E quanto tempo a avalanche ficou no ar ?
Dois minutos e trinta e três segundos.
Nem em Hollywood tem grana para sustentar isso.
É por isso que um dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – foi pedir ao Lula para se candidatar.
A água bate nos calcanhares.

Paulo Henrique Amorim
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MAIS 2 MIL MÉDICOS CUBANOS CHEGAM AO BRASIL


Profissionais de Cuba e mais 149 outros com diploma do exterior iniciam na próxima segunda-
feira o módulo de avaliação que tem duração de três semanas com aulas sobre língua portuguesa 
e o sistema brasileiro de saúde pública; na primeira fase do Programa Mais Médicos, 400 
cubanos que se inscreveram individualmente foram recepcionados com festa em regiões carentes 
de atendimento.

Agência Brasil

Brasília - De hoje (30) até o final desta semana chegam ao Brasil mais 2 mil médicos cubanos para a segunda etapa do Programa Mais Médicos. Hoje, os primeiros 135 profissionais de Cuba desembarcam em Vitória. Na próxima segunda-feira (7), os 2 mil cubanos iniciam o módulo de avaliação que tem duração de três semanas com aulas sobre língua portuguesa e o sistema brasileiro de saúde pública. As informações são do Ministério da Saúde.
Além dos 2 mil cubanos, os 149 médicos com diploma do exterior que foram selecionados para a segunda fase do Mais Médicos iniciam o módulo de avaliação no dia 7. As aulas ocorrerão no Distrito Federal, em Fortaleza, Vitória e Belo Horizonte.
Na primeira fase do Programa Mais Médicos, 400 profissionais cubanos chegaram ao Brasil e passaram por curso de formação e avaliação. A previsão do Ministério da Saúde é trazer ao país, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Esses profissionais vêm ao Brasil por meio de um acordo intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Assim como os médicos com diploma do exterior que se inscreveram individualmente, os cubanos que vêm pelo acordo com a Opas não precisam passar pelo Revalida (Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior) e, por isso, terão registro provisório por três anos para atuar na atenção básica e com validade restrita ao local para onde forem designados.
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Mensalão foi “linchamento”, diz Lula



Na quinta-feira passada, Lula recebeu o Correio Brasiliense para uma entrevista de duas horas “em que não parou de falar”, segundo os autores da entrevista.
Lula falou “da vida no poder e fora dele, dos protestos de junho, da disputa eleitoral do ano que vem, da espionagem, do Mais Médicos, do mensalão e dos novos partidos”.
Sobre o mensalão, Lula disse: “A história não é contada no dia seguinte, a história é contada 50 anos depois. E eu acho que a história vai mostrar de que, mais do que um julgamento, o que nós tivemos foi um linchamento por parte da imprensa.”
A respeito da “divisão interna dentro do PT, entre lulistas e dilmistas”, Lula disse: “Se houver alguém que se diz lulista e não dilmista, eu dispenso de ser lulista. A Dilma é a presidenta da República e ela representa o PT. Eu não estou pedindo que as pessoas gostem de Dilma. Eu quero que as pessoas a respeitem na função institucional e saibam que o PT está lá para apoiá-la.”
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REDE FAZ VIGÍLIA

Depois de Adriana Calcanhotto e Marcos Palmeira, ator Wagner Moura aparece em vídeo do Rede Sustentabilidade insinuando que partido de Marina Silva não saiu ainda do papel por “incomodar muita gente”; a mais de 50 mil assinaturas do mínimo legal de 492 mil para ser registrado, ex-senadora tenta última audiência com a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia; sigla espera rever ao menos 95 mil apoios que foram rejeitados pelos cartórios eleitorais sem justificativa


Qual o papel de Joaquim Barbosa na prisão da jornalista brasileira?


Já teve mais motivos para sorrir.

por : Paulo Nogueira

E a pergunta que está todo mundo se fazendo é: qual foi o papel de Joaquim Barbosa no episódio do qual resultou a prisão, por cinco horas, da jornalista brasileira Cláudia Trevisan, do Estadão?
Pode ser nenhum, é certo. Mas as especulações se multiplicam.
Cláudia tentava entrevistar JB depois de um seminário do qual ele participou na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. Ele a avisara de que não iria falar com a mídia, e então Cláudia planejou abordá-lo na saída.
A polícia apareceu e a deteve. Algemada, passou por um constrangimento que incluiu uma cela na delegacia na qual, para fazer xixi, tinha uma privada em que podia ser observada por policiais.
Cláudia foi acusada de “invasão de propriedade”, e ainda terá uma dor de cabeça jurídica para resolver nas próximas semanas. Mas ela simplesmente entrou em Yale, como tanta gente. Não “invadiu”.
Segundo seu relato, Joaquim Barbosa sabia que ela tentaria entrevistá-lo. Teria ele pedido providências à direção da universidade para se livrar da indesejada repórter?
É uma hipótese que faz sentido.
Joaquim Barbosa já tinha uma pendência com o Estadão. Destratou um jornalista do Estadão que lhe perguntou sobre os 90 000 reais em dinheiro público que ele gastou na reforma dos banheiros de seu apartamento funcional em Brasília.

Foi atrás de JB e terminou na cadeia

O caso de Yale pega Joaquim Barbosa num momento particularmente ruim. Ele saiu desmoralizado das sessões das quais resultou a aprovação dos embargos para réus do Mensalão.
Agiu como acusador, não como juiz, fez chicanas, facilitou a pressão da mídia sobre magistrados, sobretudo Celso de Mello – e com tudo isso acabou miseravelmente derrotado.
Já entrou para o anedotário jornalístico brasileiro a capa da Veja que o classificou como “o menino pobre que mudou o país”. Aliás, até hoje pela manhã, os leitores da Veja ignoravam a prisão da jornalista do Estadão, noticiada até pela rival Folha e pelo Globo, tão amigo de JB.
Modestamente, o DCM nota que parece ter surtido efeito uma informação que demos sozinhos, relativa a uma outra viagem de JB, para a Costa Rica. Ele patrocinou, então, uma boca livre para jornalistas com o dinheiro público, e a bordo de um avião da FAB.
Desta vez, JB não levou, pelo visto, jornalistas para escreverem coisas laudatórias sobre sua viagem.
É um progresso.
Mas melhor ainda seria se ele dedicasse seu tempo não a visitar Yale e sim a resolver processos que se arrastam sob sua órbita, como o que diz respeito aos velhos e esquecidos pensionistas da Varig. JB não mudou e nem vai mudar o Brasil, mas pode melhorar a vida dura da turma da Varig.
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MST: “FHC CRIOU MENSALÃO AO COMPRAR REELEIÇÃO”


Às vésperas do outubro vermelho, quando o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra promete 
fazer invasões de terra, fechar estradas e promover protestos pela reforma agrária por todo o 
País, João Pedro Stédile liga sua metralhadora verbal; além de criticar o ex-presidente FHC, ele 
disse ao jornalista Renato Dias, do Diário da Manhã, de Goiás, que a presidente Dilma precisa 
"sair da retórica e fazer mais desapropriações" e condena o Judiciário, após vencer processo 
contra a revista Veja em duas instâncias e perder no STF: "O Poder Judiciário ainda é 
monárquico, não passou para a República"

247 – Sobrou para o ex-presidente Fernando Henrique. Ao ligar sua metralhadora verbal giratória, em entrevista ao jornalista Renato Dias, do Diário da Manhã, de Goiânia, o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, disse com todas as letras o que parecia esquecido:
- Fernando Henrique inventou o 'mensalão' ao compra sua reeleição, disse Stédile, referindo-se às manobras no Congresso, em 1997, executadas aprovar a mudança na legislação.
O líder do MST também fez críticas ao governo Dilma Rousseff, afirmando que nos últimos dois anos não houve nenhuma grande desapropriação de terra. No momento, segundo ele, 100 mil famílias de Sem Terra vive acampadas no interior do Brasil.
- O ministro Guido Mantega e o presidente do Banco Central (Alexandre Tombini) precisam suspender imediatamente a política de realização de superávit primário, que significa uma farra para os banqueiros.
Para o mês de outubro, o MST planeja uma série de ações pelo Brasil, cobrando mais atos pela reforma agrária do governo.
- A presidente Dilma fez autocrítica reconhecendo que precisa ouvir mais a voz das ruas, mas isso é pouco. Ela tem de recuperar o tempo que perdeu na reforma agrária e, efetivamente, dar um caráter popular ao seu governo. Todos estamos cansados de retórica apenas.
Em razão de uma experiência pessoal recém vivida com um processo aberto por ele contra a revista Veja na Justiça, Stédile também disparou contra o sistema judiciário. Ele venceu nas duas primeiras instâncias, mas perdeu no STF:
- A verdade é que o Poder Judiciário ainda não aceitou que estamos numa República. Continua monárquico, como se o Brasil não tivesse avançado para uma democracia.
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Não é fácil ser Zé Dirceu


Marcação cerrada

Por : Paulo Nogueira

Não é fácil ser Zé Dirceu. E nem ter qualquer tipo de relação com ele. Namoradas, então, são um alvo constante.
Recebi logo pela manhã, pelo Facebook, o link de um artigo de Josias de Souza, blogueiro do UOL. Ele espalhava uma (suposta) informação que saíra na Veja: a (alegada) namorada de Dirceu conseguira um emprego no Senado.
Você pode imaginar os detalhes dados, do salário à carga horária: em suma, segundo a Veja e Josias, ela ganha muito e trabalha pouco.
Não vou discutir aqui a credibilidade da Veja. Mas não posso deixar de lembrar que, em sua louca cavalgada rumo à direita, a revista apresentou Maycon Freitas como “a voz que emergiu das ruas”, nos protestos de junho.
A credencial de Maycon, logo se veria, era falar exatamente o que a Veja queria que ele falasse. Sozinho, ele não mobilizava pessoas capazes de lotar uma padaria no domingo.
Mas volto ao caso em questão.
A funcionária do Senado apedrejada, Simone Patrícia Tristão Pereira, tem vida profissional anterior, como uma simples pesquisa no Google mostra.
Em 2011, o governador do Estado de Tocantins, Siqueira Campos, a nomeou assessora especial da Secretaria da Cultura. Aqui, você pode ver o Diário Oficial com a nomeação.
O governador, apenas para registro, é do PSDB. Isto quer dizer o seguinte: a informação que você está lendo aqui, no DCM, não vai aparecer em nenhum lugar que quer atacar Simone e, por ela, Dirceu.
Também é bom lembrar que o “moralismo” impregnado na “denúncia” não se manifestou, jamais, quando Serra arrumou empregos para Soninha e familiares no governo paulista.
A mídia também jamais colocou em dúvida a competência do então genro de FHC, David Zylbersztajn, quando ele foi colocado à frente da Agência Nacional do Petróleo no governo do sogro.


Ninguém questionou sua competência para o cargo

Antes da ANP, e já genro do FHC, o então governador Mário Covas deu a ele a Secretaria da Energia. Mas claro: aí era, para a mídia, talento, mérito, e não nepotismo.
Zylbersztajn deixou a ANP pouco depois de se separar da filha de FHC. Hoje, ele tem negócios da área de energia, e ninguém questiona a ética disso. Assim como ninguém cobra de Malan, ou de Gustavo Franco, posições pós-governo lucrativas.
Dirceu, em compensação, é constantemente massacrado por qualquer coisa que faça. Lembro de um Roda Viva em que ele fez a pergunta vital: “Não posso trabalhar?”
A Veja simplesmente ignorou a notícia do emprego que a Globo deu ao filho de Joaquim Barbosa. Cinicamente, alguém poderia dizer: mas é uma empresa.
Ora, quem acredita nessa desculpa acredita em tudo. É o chamado “nepotismo cruzado”. Emprego seu filho, mas você sabe que me deve um favor.
A Globo está no meio de um escândalo – não coberto pela mídia – de sonegação e trapaça fiscal. Neste caso apenas (há outros), deve em dinheiro de hoje 1 bilhão de reais.
O presidente do STF deve empregar o filho numa empresa em tal situação?
O Brasil tem que ser reformado, é verdade. Mas a reforma que a mídia propõe se centra na manutenção de todosos seus privilégios, acrescidos de mais alguns, se possível.
Para isso, vale tudo – a começar por dar ares de escândalo a qualquer coisa que possa atingir quem ela julga ser seus inimigos, como Dirceu.
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sábado, 28 de setembro de 2013

Cargill convocada a dar esclarecimentos sobre poluição


CargillFedentina na Orla Santarena

Fonte: RG 15/O Impacto

Denúncias de várias formas de poluição ocasionadas pela graneleira Cargill, no porto da cidade e em vários trechos da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) levaram os membros da Câmara de Vereadores a convocar a gerência da empresa a dar explicações na manhã de quarta-feira, 25, no plenário da Casa legislativa.
Uma reunião realizada no plenário da Câmara discutiu o derramamento de grãos ao longo da BR-163, além do pó produzindo durante o carregamento dos navios, no porto da empresa Cargill Agrícola.
Há 12 anos, a gigante norte-americana Cargill, uma das maiores exportadoras de soja em grãos do Brasil, implantou um novo terminal graneleiro no Porto de Santarém, no Pará. Em um processo repleto de irregularidades e falta de transparência, segundo ambientalistas, a implantação da Cargill atropelou as etapas administrativas, onde a empresa conseguiu a Licença de Instalação (LI) do empreendimento. Ele começou a operar desde 2003, sem um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
A ferida aberta nos arredores de Santarém com a chegada da Cargill ainda não estancou, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR). Era ano 2000 quando a multinacional anunciou que construiria um terminal de grãos no Porto de Santarém.
Num processo atropelado, três anos depois o terminal estava de pé, cheio de irregularidades e sem que o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) fosse feito. O documento, que prevê a viabilidade socioambiental do projeto, é regra legal básica para que um empreendimento desse porte saia do papel.
Mas segundo uma análise técnica feita pelo Ministério Público em cima do estudo, o problema está longe de ser resolvido: “O EIA não aborda as verdadeiras soluções e, principalmente, não aborda com profundidade as mitigações que devem diminuir os impactos locais do projeto”, pontua o Procurador federal Felício Pontes.
Os impactos, aliás, não são poucos. Com capacidade para 60 mil toneladas de grãos, o terminal trouxe para a região uma verdadeira corrida por território para o plantio de soja. “Terra virou uma mercadoria caríssima. Os sojicultores chegavam, ofereciam dinheiro e compravam nossas terras”, recorda o ex presidente do STTR, Raimundo Mesquita, o “Peba”, para completar: “Os conflitos fundiários vieram junto. Teve grilagem, intimidações, ameaças de morte, redução da população nas comunidades e até a extinção de algumas delas”.
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VICE-GOVERNADOR DO PARÁ ACUSADO DE GASTOS ABUSIVOS EM VIAGENS

Nicolau do Povo e Helenilson Pontes
Vereador Nicolau do Povo denuncia abusos praticados pelo vice-governador Helenilson Pontes.

(Fonte: RG 15/O Impacto)

As constantes viagens do vice-governador do Pará, Helenilson Pontes, a Santarém e municípios da região nos últimos meses viraram alvo de críticas de autoridades locais e da população.
Recentemente, o vice-Governador esteve em alguns municípios do Oeste do Pará, onde entregou viaturas policiais e anunciou investimentos em outras áreas.
Para alguns vereadores de Santarém, os gastos excessivos do vice-Governador em viagens pela região devem ser investigados pelo Ministério Público. Os parlamentares acreditam que o dinheiro usado em tantas viagens deveria ser investido em outras áreas de interesse da população, como na saúde pública e na infraestrutura.
Inconformado com a questão, o vereador Nicolau do Povo (PP) acredita que o descaso do governo do Estado para com o município de Santarém está ficando escancarado cada vez mais. Continue lendo...
O Vereador considera abuso de poder funcionários do Estado utilizarem veículos públicos e fazerem altos gastos nas viagens do governador Simão Jatene e do vice Helenilson Pontes à Santarém e outros municípios da região.
Segundo Nicolau do Povo, a população do Oeste do Pará passa por necessidades e sofre com a falta de água e energia todos os dias. Para ele, o uso de veículos públicos para fins particulares incide em crime de improbidade administrativa.
De acordo com a Lei 8.429/92, a pena para quem utiliza veículos públicos para fins particulares varia entre seis a dez meses de detenção e multa, além de indenização dos prejuízos e danos materiais, perda da função pública e suspensão dos direitos políticos.
ATRASO DE VERBA NA SAÚDE: Item essencial em qualquer política séria de saúde pública, a atenção básica agoniza no Pará sobrecarregando as urgências e emergências e aumentando as demandas sobre a média e alta complexidade. O resultado é o caos que tem no Pronto Socorro Municipal de Santarém e outras unidades de saúde dos municípios da região.
Responsáveis pela área, os municípios são freqüentemente apontados como os culpados por esse desleixo que pode custar vidas. E de fato são eles que deveriam investir na política de atenção básica. 
O problema é que a maioria deles está de pires na mão porque verbas que deveriam ser repassadas pelo governador do Estado, Simão Jatene, às prefeituras, não estão chegando, resultando em cortes abruptos no atendimento.
Assim como a educação, a saúde está no que se chama de políticas compartilhadas, ou seja, aquelas que são responsabilidade dos estados, da União e dos municípios. A estes caberia cuidar da atenção básica, essencial para a prevenção de doenças gerando qualidade de vida e economia no sistema, já que a idéia é evitar que os casos se agravem, aumentando os custos dos tratamentos mais complexos.
No Pará, até 2009 os recursos eram repassados pelo governo Estadual, por meio de convênios, o que acabava gerando incertezas por condicionar os repasses aos humores políticos do chefe do Executivo. Em conjunto com o Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde, a então governadora Ana Júlia Carepa criou um Plano Estadual de Valorização e Fortalecimento da Atenção Básica (PFVAP) que funcionaria nos moldes do PAB. 
O programa estadual, que ficou conhecido como Pabinho, distribuía recursos de acordo com a população e com indicadores de qualidade dos gestores. O problema é que, desde 2011, os repasses começaram a atrasar e, desde 2012, a situação piorou com atrasos que superam dez meses, deixando muitos municípios em situação de penúria. 
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PT: CANDIDATOS À PRESIDÊNCIA COBRAM MUDANÇAS NO PARTIDO

Os seis partidários na disputa defenderam em Porto Alegre uma agenda política à esquerda, tanto em suas instâncias internas quanto no programa de governo para a candidatura da presidente Dilma à reeleição em 2014; Valter Pomar diz que PT corre o risco de se transformar “em um novo PMDB”; para o economista Markus Sokol, fundador da CUT e do PT em São Paulo, o governo federal vem realizando um processo de privatização da infraestrutura e de bens do país; Rui Falcão, que tenta a reeleição, disse que a unidade entre os petistas “é fundamental para combatermos o pessimismo transmitido pela grande mídia e pela oposição” 

Samir Oliveira - Sul 21 - Os seis candidatos à presidência nacional do PT expuseram suas ideias na noite desta sexta-feira (27) em Porto Alegre. O quinto debate do Processo de Eleições Diretas (PED) do partido ocorreu no plenário da Câmara de Vereadores e contou também com a presença de candidatos aos comandos estadual e municipal da legenda.
O ato deixou evidentes as críticas da maioria dos candidatos ao governo federal e ao grupo que domina a direção nacional do partido, chamado de “Campo Majoritário”. O único que não fez recriminações contundentes às atitudes do PT nas últimas décadas foi o atual presidente e candidato à reeleição Rui Falcão, que também evitou bater de frente com o Palácio do Planalto.
Com maior ou menor intensidade, todos os candidatos defenderam que o partido intensifique uma agenda política à esquerda, tanto em suas instâncias internas quanto no programa de governo a ser construído para a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição em 2014. Outros pontos mencionados por todos os adversários foram a modificação da política de alianças, as manifestações de junho deste ano, a democratização da comunicação, a relação entre o partido e os governos petistas, e a modificação de procedimentos internos.
“Fizemos os de baixo subir sem tirar privilégios dos de cima”, diz Renato Simões
Ex-deputado estadual de São Paulo e atual secretário de Movimentos Populares e Políticas Setorais do PT nacional, Renato Simões avalia que o partido, na condução do governo federal, optou por um projeto de conciliação de classes “que não exige ruptura com estruturas políticas, sociais e econômicas consolidaras”. “Isso explica porque fizemos os de baixo subir sem tirar privilégios dos de cima. Esse processo nos levou a estabelecer alianças incompletas em seu caráter programático. São alianças para governabilidade, não para a promoção de reformas populares”, apontou.
Para Simões, o exemplo deste pragmatismo está na parceria com o PMDB em nível federal. “O PMDB e outros partidos conservadores da nossa base aliada têm sabotado a agenda das reformas populares. Não existe reforma democrática sem ruptura”, observou.
O candidato considera que as manifestações de junho sacudiram “a sociedade, o PT e o governo” e sinalizam que o partido precisa “se entender não apenas como um partido de governo” e “assumir para si a agenda da política institucional e a agenda política da luta de massas”.
Simões estima que, se o PT continuar no rumo de compor alianças pragmáticas, continuará “cada vez mais vencendo eleições e cada vez menos transformando a sociedade”. No Rio Grande do Sul, ele apoia a candidatura do ex-prefeito de São Leopoldo Ary Vanazzi para a presidência estadual do partido.
Valter Pomar diz que PT corre o risco de se transformar “em um novo PMDB”
Historiador e atual secretário-executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar alertou que o PT pode se transformar em um novo PMDB se não modificar seu mecanismo interno de funcionamento e sua agenda política. Ele recorda que o partido ainda adota “a estratégia aprovada no encontro de Guarapari, que elegeu José Dirceu como presidente nacional” da sigla. Para o candidato, essa linha era tida como de “centro-esquerda”, mas, na verdade, “se trata de um projeto para mudar o país sem fazer reformas estruturais”.
Ele entende que o PT precisa impulsionar as reformas política, agrária e urbana, além de pautar a democratização dos meios de comunicação. “Não podemos realizar uma campanha pela mídia democrática tendo no Ministério da Comunicação um aliado da Rede Globo e das teles”, disparou, em referência ao ministro Paulo Bernardo.
Ao criticar o PMDB e o deputado federal petista Cândido Vaccarezza — que preside a comissão da minirreforma eleitoral –, Valter Pomar fez um alerta aos militantes do partido: “Lembrem quem apoia Paulo Bernardo e Cândido neste PED”, disse, em referência a Rui Falcão.
O candidato também defendeu que o PT adote um mecanismo de sustentação financeira que fortaleça mais a contribuição dos filiados e elimine as doações da iniciativa privada. “O PT hoje é financiado pelo Estado e pelo empresariado. Partido sem autonomia financeira mais cedo ou mais tarde perde autonomia política e muda de lado”, pontuou.
Por fim, Valter Pomar defendeu que o PT retome o uso da palavra “socialismo” em seu vocabulário político. “Precisamos construir um Brasil socialista. É uma pequena palavra que temos que recolocar no nosso dicionário”. No Rio Grande do Sul, ele também apoia Ary Vanazzi.
Markus Sokol critica privatizações do governo Dilma
Para o economista Markus Sokol, fundador da CUT e do PT em São Paulo, o governo federal vem realizando um processo de privatização da infraestrutura e de bens do país. “Me inquieta quando vejo a presidente se reunir com investidores em Nova York e dizer que o Brasil precisa dos recursos e da gestão do setor privado, que ela considera mais eficiente, mais ágil e de menor custo”, criticou.
Ele disse que o setor privado “é supostamente mais eficiente porque arranca o couro do peão”. E alertou que o PT terá que fazer uma escolha entre o fortalecimento do Estado ou a entrega dos bens públicos à iniciativa privada. “Não se pode servir a dois senhores”, resumiu.
Markus Sokol considera a comemoração pelos dez anos do PT no governo federal como “um ato cor-de-rosa”. “As melhorias implementadas foram conquistas sociais, não benesses de uma coalizão que se revela muito bem a quem serve e a que veio”, disparou.
O economista qualifica o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) como um “sabotador” da agenda à esquerda que setores do PT tentam disputar junto ao Palácio do Planalto. E também apontou contradição nas respostas que Dilma ofereceu às manifestações de junho. “Dos cinco pactos anunciados, existem coisas boas, como o ‘Mais Médicos”, mas, ao lado, existe um pacto pela estabilidade fiscal, que justifica as privatizações”, comparou. Ele cita como exemplo de privatização o leilão do Campo de Libra.
Markus Sokol também criticou a forma como é realizado o PED. “Precisamos voltar a ter encontros de delegados de base. Não é nenhuma maluquice, o PT funcionou assim durante 20 anos. No PED, é o poder econômico que manda no partido”, considerou. Ele apoia Laércio Barbosa para a presidência do PT gaúcho.
Sérgio Goulart cobra pagamento do piso do magistério e critica repressão a protestos
O jornalista de Santa Catarina Sérgio Goulart fez o discurso mais radical dentre todos os candidatos à presidência nacionald do PT. Ele considera que o partido precisa “parar de imaginar que reformar o capitalismo resolve problemas de fundo”, “enterrar o regime da propriedade privada dos meios de produção” e “expulsar os partidos burgueses do governo federal”.
Sérgio Goulart foi o único candidato que lembrou que o governo gáucho não cumpre a lei do piso nacional do magistério. “Os professores não estariam se mobilizando contra o governo do PT se o piso da educação tivesse sido implantado no Rio Grande do Sul”, criticou.
Ele também foi o único a recriminar a repressão policial aos protestos que se iniciaram em junho. “Os manifestantes, em São Paulo, enfrentaram o governador do PSDB e o prefeito do PT. E o ministro da Justiça ofereceu tropas federais para os reprimir”, condenou.
Para o candidato, o plano de governo do PT nas eleições de 2014 deve prever o fim das privatizações, a estatização do transporte coletivo no país inteiro, das escolas que recebem dinheiro público e da saúde, além da rede industrial farmacêutica. Além disso, ele defende que Dilma envie ao Congresso Nacional uma proposta orçamentária “que desconheça o pagamento da dívida pública”.
“PT se distingue do troca-troca partidário”, avalia Rui Falcão
Atual presidente nacional do PT e candidato à reeleição, Rui Falcão entende que a legenda “se distingue do troca-troca partidário”. Ele cita como exemplo a recusa do partido em votar a “reforma eleitoral de meia tigela”, cuja comissão que a elabora é comandada por Cândido Vaccarezza.
Para Rui Falcão, é um consenso entre todos os candidatos o fato de que o PT precisa mudar. “A principal mudança é dar consequência e efetividade à grande mudança que promovemos no 4º congresso do partido, que foi a instituição de direções com paridade de gênero e cota de jovens”, defende.
O atual dirigente elogiou o discurso de Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU e disse que a unidade entre os petistas “é fundamental para combatermos o pessimismo transmitido pela grande mídia e pela oposição” e “para fazermos a disputa política, ideológica e cultural na sociedade contra os valores do capitalismo”.
Rui Falcão encerrou seu pronunciamento afirmando que a próxima direção do partido precisa apoiar a reeleição de Dilma e a conquista de mais governos estaduais e assentos nos legislativos. Para ele, a governabilidade precisa “ter enraizamento na sociedade”. No Rio Grande do Sul, ele apoia a candidatura do prefeito de Canoas Jairo Jorge à presidência estadual do PT.
“O PT precisa estar à esquerda do governo”, defende Paulo Teixeira
O deputado federal Paulo Teixeira começou seu discurso elogiando o governador Tarso Genro – que pertence à mesma corrente que ele, a Mensagem ao Partido -, a quem ele creditou o feito de ser o único a “conceder o passe livre a todos os jovens” e “abrir a cancela dos pedágios privados”. Para ele, o Rio Grande do Sul “demonstra que tem uma política contra o neoliberalismo dos anos 1990”.
O parlamentar defende o que chama de Revolução Democrática para o PT nacional. “Na política de alianças, temos que começar com os partidos com os quais temos identidade programática na esquerda. Se não for assim, ao invés de nós mudarmos o Brasil, os aliados é que irão nos domesticar”, entende.
Ele criticou a submissão do PT ao senador José Sarney (PMDB) no Maranhão. “Não podemos aceitar que Sarney ligue para a direção nacional do PT pedindo para que se retire da televisão um programa partidário”, disse.
O deputado também fez coro às críticas ao ministro da Comunicação Paulo Bernardo. “Precisamos ter nitidez política, para que um filiado nosso não dê entrevista à revista Veja afirmando que o PT é contra a liberdade de expressão, como fez Paulo Bernardo”, disparou.
Paulo Teixeira ainda lamentou a permanência de Cândido Vaccarezza na presidência da comissão sobre reforma eleitoral. E afirmou – apontado para os aliados de Jairo Jorge no plenário – que “todos votaram pela expulsão de Vaccarezza da comissão, menos o Campo Majoritário”.
Ao final do discurso, o deputado disse que “o PT precisa estar à esquerda do governo” e afirmou que, no Rio Grande do Sul, apoia as candidaturas e Paulo Pimenta, Ary Vanazzi e Stela Farias.
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Istoé solta outra bomba do trensalão tucano


A Istoé encontrou mais uma pecinha no quebra-cabeça que vem montando há algumas semanas, 
que desvelaram um dos maiores escândalos de corrupção das últimas décadas, até porque teve 
início na década de 90 e se estendia até hoje.

Trata-se da aparição de mais um importante personagem, o consultor Jorge Fagali Neto, que segundo o depoimento de sua secretária e uma série de documentos, era o elo de contato entre o governo paulista e as empresas.
Trecho: (…) segundo sua ex-secretária, o elo do homem da propina no escândalo do Metrô com agentes públicos ligados ao PSDB é irrefutável. Em 2006, Fagali trocou mensagens e recebeu planilhas por e-mail de Pedro Benvenuto, então coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, órgão responsável pelas estatais. Entre o material compartilhado, como revelou o jornal “Folha de S.Paulo” na última semana, estavam as discussões sobre o Programa Integrado de Transportes Urbanos do governo até 2012, que ainda não estava definido.

na Istoé.
Trem pagador
Por Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas.


Uma disputa travada na Justiça do Trabalho revelou como opera um dos principais agentes do propinoduto montado por empresas da área de transporte sobre trilhos em São Paulo para drenar dinheiro público dos cofres da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e do Metrô paulista. Trata-se do consultor Jorge Fagali Neto, indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de receber e intermediar o pagamento de propinas da multinacional francesa Alstom a autoridades do PSDB paulista. ISTOÉ teve acesso ao depoimento e a uma série de e-mails comprometedores entregues ao Ministério Público, em junho de 2010, por sua ex-secretária Edna da Silva Flores. A documentação deixa clara a proximidade de Fagali Neto com agentes públicos e o seu interesse em contratos do Metrô paulista e da CPTM. Nas mensagens, o consultor revela, por exemplo, preocupações com a obtenção de empréstimos e financiamentos junto ao Banco Mundial (Bird), BNDES e JBIC que viabilizem investimentos nas linhas 2 e 4 do Metrô paulista.
O material entregue por Edna ao Ministério Público demonstra pela primeira vez a ligação direta de Fagali Neto com os irmãos Teixeira, Arthur e Sérgio, apontados como lobistas do esquema Siemens e responsáveis por pagar propina a políticos por intermédio de offshores no Uruguai, conforme revelou reportagem de ISTOÉ em julho. Em um trecho de seu depoimento ao MP, Edna diz que os três mantinham “relacionamentos empresariais” e “atuavam antes da assinatura de contratos” com o governo de São Paulo. Copiados por Fagali em uma série de e-mails envolvendo contratos com as estatais paulistas de transporte sobre trilhos, os irmãos Teixeira também têm seus nomes citados na agenda pessoal de Fagali Neto. Em uma das páginas da agenda, está registrado um encontro com Sérgio Teixeira, hoje falecido, às 11 horas na alameda Santos, no Jardim Paulista, região nobre de São Paulo. Em outra, constam o telefone, o e-mail e o nome da secretária de Arthur Teixeira.





A ex-funcionária narra também os cuidados do antigo chefe com eventuais investigações. No período de 2006 a 2009, em que trabalhou para Jorge Fagali Neto organizando o seu escritório, ele a mandava se ausentar do seu gabinete quando precisava se reunir com clientes. Também a pedido de Fagali Neto, ela comprou quatro celulares para que os aparelhos fossem usados por ele apenas para tratar de negócios. O consultor acreditava que assim dificultaria interceptações policiais. A espécie de “faz tudo” da empresa era proibida até de mencionar ao telefone os nomes de representantes de companhias às quais Fagali prestava consultoria. Ela ainda recebeu orientação para se referir a personagens do círculo de negócios do consultor por apelidos. José Geraldo Villas Boas – também indiciado pela PF por ter participado do esquema de corrupção – era chamado de “Geólogo”. O temor do consultor em não deixar rastros era tão grande que ele fazia questão de pagar tudo em espécie. “Ele sempre mantinha algumas quantias em local desconhecido em sua casa”, disse. A ex-secretária afirma no depoimento que ele costumava emitir, por meio da empresa BJG Consultoria e Planejamento Ltda., notas de R$ 260 mil e R$ 180 mil, mesmo tendo apenas ela como funcionária. Pelo jeito, dinheiro não faltava para o operador do esquema do propinoduto tucano. Em 2009, o ex-secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo (1994) e ex-diretor dos Correios (1997) na gestão Fernando Henrique Cardoso teve uma conta atribuída a ele com mais de R$ 10 milhões bloqueada por procuradores suíços. Procurado, o advogado de Fagali Neto, Belisário dos Santos Jr., diz que os e-mails foram obtidos pela ex-funcionária por meio de fraude junto ao provedor. Ele, no entanto, não quis se pronunciar sobre o teor das mensagens.



O OPERADOR

Indiciado pela Polícia Federal, acusado de intermediar pagamento de propina, Fagali Neto matinha frequentes contatos com agentes públicos sobre obras do Metrô e da CPTM
Apesar das tentativas de Fagali de manter a discrição, segundo sua ex-secretária, o elo do homem da propina no escândalo do Metrô com agentes públicos ligados ao PSDB é irrefutável. Em 2006, Fagali trocou mensagens e recebeu planilhas por e-mail de Pedro Benvenuto, então coordenador de gestão e planejamento da Secretaria de Transportes Metropolitanos, órgão responsável pelas estatais. Entre o material compartilhado, como revelou o jornal “Folha de S.Paulo” na última semana, estavam as discussões sobre o Programa Integrado de Transportes Urbanos do governo até 2012, que ainda não estava definido. Até a quarta-feira 25, Pedro Benvenuto ocupava o cargo de secretário-executivo do Conselho Gestor do Programa de PPPs (Parcerias Público-Privadas) do governo de São Paulo, quando pediu demissão na esteira das denúncias. 
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BANCO RURAL: MP LIVROU A CARA DA GLOBO


MP fala grosso com o PT e fino com a Globo

O Conversa Afiada decidiu aprofundar-se numa denúncia do incansável Stanley Burburinho (quem será ele ?).
Trata da forma suave, carinhosa até, de o Ministério Público Federal, do Dr Antonio Fernando e, depois, do Dr Gurgel – que o senador Collor, da tribuna do Senado, chama de prevaricador – considerar a participação da Globo –aquela de moleques, segundo o senador Requião, da tribuna do Senado- nas operações do Banco Rural que incriminaram o PT.
O MP fala grosso com o PT e fino com a Globo – é isso, amigo navegante ?
Agora, aqui entre nós: e esse Bessinha, hein ? Anda impossível … Coitado do Chico Caruso …
Leia o que Murilo Silva, editor do Conversa Afiada, apurou:
Ao consultar o famoso inquérito 2245 – o inquérito que deu origem ao Mensalão – o incansável amigo navegante Stanley Burburinho encontrou menção à Globo Comunicações e Participação.
O inquérito 2245 teve origem na Justiça de Minas, e foi registrado no STF no dia 26 de julho de 2005, porque alguns dos investigados tem foro privilegiado.
Desse inquérito surgiu a denúncia que o Ministério Público Federal apresentou, um ano depois.
O trecho para o qual Stanley Burburinho chama a atenção é o que trata da “Gestão Fraudulenta de Instituições Financeiras”.
Basicamente, trata dos empréstimos supostamente fictícios que o Banco Rural fez ao PT e à SMP&B, agência de Marcos Valério.
A Justiça questionou o Banco Central sobre esses empréstimos e, em fevereiro de 2005, o Banco Central instalou uma “Verificação Especial” na área de crédito do Banco Rural (PT 0501301503).
O BC teria constatado uma série de indícios de gestão fraudulenta nesses empréstimos. Eles seriam incompatíveis com as normas de risco correntes no mercado.
No caso do PT e de Marcos Valério esses empréstimos chegavam a 296 milhões, 10% da carteira do banco.
O banco dissimulou os riscos sobre os empréstimos, segundo o BC.
O que se lê na página 90 é que, nesse relatório do Banco Central, o (PT 0501301503), além dos empréstimos firmados com o PT e Marcos Valério, aparecem outros contratos suspeitos, com outros clientes.
Entre as pessoas físicas e jurídicas, o relatório cita:
- Moinho de Trigo Santo André S/A;
- Banktrade Agrícola Imp. Exp.;
- Tupy Fundições Ltda.;
- Globo Comunicações e Participações;
- ARG Ltda;
- Securinvest Holdings S/A;
- Ademir Martines de Almeida;
- Agroindustrial Espírito Santo do Turvo;
- Agrícola Rio Turvo;
- Cia. Açucareira Usina João de Deus;
- Usina Carola S/A;
- Viação Cidade de Manaus Ltda.;
- Amadeo Rossi S/A;
- João Fonseca de Goes Filho;
- Enerquímica Empreend. Participações;
- Noroeste Agroindustrial S/A.
O inquérito 2245 sugere que fosse aberta investigação especifica para investigar os indícios de gestão fraudulenta levantados pelo relatório do Banco Central.
Até onde se sabe, a investigação não foi aberta.
Veja os documentos:





Mistério Amarildo perto do fim


Mistério Amarildo perto do fim

Por: Miguel do Rosário


Duas notícias publicadas há poucas horas podem significar o fim de um mistério que se tornou motivo de angústia e revolta no país inteiro. Com base em relatório da Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, o ministério público deve pedir, nos próximos dias, a prisão preventiva dos policiais militares suspeitos de terem assassinado o pedreiro Amarildo de Souza. Entre eles, está o ex-comandante da UPP da Rocinha, o major Edson Santos. E a família recebeu ontem uma ossada que pode pertencer ao pedreiro.
Os outros policiais acusados são Douglas Roberto Vital Machado, apelidado de Cara de Macaco, Jorge Luiz Gonçalves Coelho, Marlon Campos Reis e Victor Vinícius Pereira da Silva.
A Polícia Civil declarou à imprensa que “Cara de Macaco seria desafeto da família do ajudante de pedreiro e Amarildo quando ele saía de uma birosca, próxima de sua casa. Mesmo com moradores relatando ter pedido para ele deixar Amarildo em paz, o PM Vital teria falado através do rádio com o major Santos, que determinou que o levassem até a UPP.”
Membros da família de Amarildo, incluindo a esposa, Elisabete Gomes, acham que o corpo, encontrado carbonizado num terreno baldio perto da comunidade, é mesmo do pedreiro, pelas semelhanças do tipo de cabelo. Mostras do DNA dos filhos já foram recolhidos para confirmação da identidade.
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Franklin será um dos coordenadores da campanha de Dilma


Franklin será um dos coordenadores da campanha de Dilma 

Por: Miguel do Rosário

Ótima notícia para os que defendem uma campanha mais politizada e menos marketeira. Segundo apurado pela Folha, o ministro Franklin Martins integrará o núcleo que irá coordenar a campanha de reeleição de Dilma Rousseff. Ele “atuará na agenda política e nas estratégias para redes sociais”.
Franklin Martins tem carisma no campo progressista por suas convicções corajosas quando o tema é a necessidade de regulamentar a mídia brasileira. Se participa da campanha, poderá vir a ser ministro de Estado na segunda gestão da presidenta, na área de comunicação, o que representará, sem dúvida, uma vitória para os movimentos sociais que lutam pela democratização da mídia no Brasil.



Repórter é detida nos EUA ao cobrir conferência de Joaquim Barbosa

O Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa foi palestrar na Universidade do Yale. 
A correspondente Cláudia Trevisan entrou em contato com ele, solicitando entrevista. Não conseguiu. Tentou entrar na Universidade, foi lhe dito que era proibido.
Ficou do lado de fora, aguardando o Ministro, quando foi detida e algemada por um guarda.
A reportagem do Estado diz que o MInistro das Relações Exteriores foi acionado. Mas em nenhum momento informa se Joaquim Barbosa ficou sabendo ou se procurou interceder pela compatriota detida de forma arbitrária.

Do Estadão

Correspondente do 'Estado' é presa e algemada em Yale (EUA)

A correspondente do Estado em Washington, Cláudia Trevisan, foi detida nesta quinta-feira, 26, na Universidade Yale, uma das mais respeitadas dos Estados Unidos, enquanto tentava localizar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, que fazia uma conferência no local. A jornalista foi algemada e mantida incomunicável por quase cinco horas, inicialmente dentro de um carro policial e depois em uma cela do distrito policial de New Haven, cidade onde fica a universidade. Sua liberação ocorreu apenas depois de sua autuação por "transgressão criminosa".
O caso foi acompanhado pelo Itamaraty, em Brasília, e especialmente pela embaixada brasileira em Washington e pelo consulado em Hartford, Connecticut, que colocou à disposição da jornalista seu apoio jurídico. O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, estava em Nova York e foi informado por assessores sobre o incidente. Claudia, pouco antes de ser presa, pudera informar um diplomata da embaixada brasileira por telefone.
Claudia Trevisan é correspondente do Estado em Washington desde o final de agosto. Nos últimos cinco anos, atuara em Pequim, na China, onde foi também diretora da Associação de Correspondentes Estrangeiros. Por outros meios de comunicação brasileiros, havia trabalhado como correspondente em Buenos Aires e em Pequim.
"Eu não invadi nenhum lugar", declarou ela, ao mostrar-se indignada pela acusação policial e por sua prisão."Passei cinco anos na China, viajei pela Coreia do Norte e por Mianmar e não me aconteceu nada remotamente parecido com o que passei na Universidade de Yale", completou nesta quinta-feira, 26, ainda abalada.
A jornalista havia sido destacada para cobrir a visita do ministro Joaquim Barbosa à Universidade Yale, onde participaria do Seminário Constitucionalismo Global 2013. Ela trocara e-mails com a assessora de imprensa da Escola de Direito da universidade, Janet Conroy, que lhe informara ser o evento fechado à imprensa. Claudia aquiesceu, mas disse que, por dever de ofício, esperaria pelo ministro do lado de fora do Woolsey Hall, o auditório onde se daria o seminário.
Ela também havia conversado previamente, por telefone celular, com o próprio ministro Barbosa, a quem solicitou uma entrevista. Barbosa disse que não estava disposto a falar com a imprensa. Claudia, então, informou o presidente do STF que o aguardaria e o abordaria do lado de fora do prédio.
Portas abertas. O prédio é percorrido constantemente por estudantes e funcionários da universidade e por turistas. Suas portas estavam abertas às 14h30 de quinta-feira. Claudia ingressou e, na tentativa de confirmar se o evento se daria ali, dirigiu-se ao policial DeJesus, em guarda no primeiro andar. Ele pediu para Claudia acompanhá-lo. No piso térreo do prédio, a pedido do policial, Claudia forneceu seu endereço em Washington, telefone e passaporte. Ao alcançarem a calçada, do lado de fora do prédio, DeJesus recusou-se a devolver seu documento.
"Nós sabemos quem você é. Você é uma repórter, temos sua foto. Você foi avisada muitas vezes que não poderia vir aqui", disse o policial, segundo relato de Claudia Trevisan, para em seguida agregar que ela seria presa.
Algemas. O processo de prisão teve uma sequência não usual nos EUA. Os argumentos de Claudia não foram considerados pelo policial. Na calçada, ele a algemou com as mãos nas costas e a prendeu dentro do carro policial sem a prévia leitura dos seus direitos. Ela foi mantida ali por uma hora, até que um funcionário do gabinete do reitor da Escola de Direito o autorizou a conduzi-la à delegacia da universidade, em outro carro, apropriado para o transporte de criminosos.
Na delegacia, Claudia foi revistada e somente teve garantido seu direito a um telefonema depois de quase quatro horas de prisão, às 21h20. O chefe de polícia, Ronnell A. Higgins, registrou a acusação de "transgressão criminosa". Ela deverá se apresentar no próximo dia 4 diante de um juiz de New Haven.
O Estado manifestou hoje sua indignação à Escola de Direito da Universidade Yale pela prisão arbitrária de sua correspondente em Washington. Solicitou também respostas a cinco perguntas pontuais sobre o episódio e seu acesso às imagens de câmeras de segurança do prédio de Woolsey Hall, para comprovar o fato de Claudia ter obedecido as instruções do policial. A resposta dessa instituição está sendo aguardada.
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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Mino Carta: Uma capa resume tudo


vejaVeja não surpreende. Espanta quem acredita nela entre privilegiados e aspirantes ao privilégio.

por Mino Carta

Berlusconi é o político mais bem-sucedido da Itália dos últimos 20 anos. Como se sabe, foi um desastre, e não espanta que tenha sido, com o condão de pagar agora pelas mazelas cometidas. Espanta, isto sim, que metade dos italianos tenha votado nele. Passo a falar de Brasil. A capa de Veja desta semana é o símbolo irretocável de um singular humor em que se misturam má-fé e estupidez. A revista da Abril mesmo assim não nos surpreende, já sabemos do que é capaz de longa data. Estarrece que larga porção da sociedade nativa, privilegiados e aspirantes ao privilégio, acredite nas interpretações de Veja e repita passagens dos seus pareceres mirabolantes.
O espetáculo midiático proporcionado na cobertura do chamado “mensalão” é, em geral, estarrecedor ao revelar em toda a sua evidência o atraso intelectual e cultural dos tais cidadãos a que me referi, jornalistas e seus patrões, leitores, espectadores, ouvintes. Todos unidos na demonstração de uma parvoíce movida a raiva, ódio de classe, medo, preconceito, hipocrisia, inveja, abissal ausência de espírito crítico.
A tigrada dita de classe média (média até agora não sei por quê) é, aliás, a própria, definitiva, irremediável prova da incapacidade de cumprir o papel que compete à burguesia. Aquele, digamos, de precipitar a Revolução Francesa. Pelo contrário, aí está a provar a ignorância, mau gosto, provincianismo, pavor da mudança. Dizia Lévi-Strauss ao definir os senhores paulistanos 80 anos atrás: “Eles se têm em alta conta e não sabem como são típicos”. Illo tempore, os senhores viam em Paris o umbigo do mundo. A tipicidade aumentou, e hoje, ao comporem uma categoria muito mais vasta, substituem a Ville Lumière por Miami.
Pouparei os amáveis frequentadores deste espaço das minhas considerações a respeito das gravatas amarelo-ouro ou da descoberta do vinho que alguns carregam aos restaurantes em bolsas apropriadas. De couro cru, para o desconforto de quem sonha com estes luxos e ainda não chegou lá. Citarei a leitura escassa ou mesmo nula: há mais livrarias em Buenos Aires do que no Brasil todo. O estudo precário, a péssima lida com o vernáculo, a eterna expectativa do favor dos amigos ou do arreglo por baixo do pano.
Cabe evocar tudo aquilo que certifica a mediocridade da turma. O caos arquitetônico, isento de módulos e linhas mestras, frequentemente inspirado em Gotham City, quando não entregue à imitação de modelos de outros cantos do mundo, escolhidos conforme a veneta do dia, sem excluir telhados normandos na previsão da neve.
Ou mesmo a certeza, tipicamente local, de que São Paulo é capital gastronômica do planeta, alimentada por quem até ontem mastigava espaguete regado a uísque.
Vezos burgueses, amparados em tradições seculares, ou em modismos momentâneos, carecem de maior importância, está claro. Resta o fato desta ferocidade desvairada, para não dizer demente, diante de um episódio, embargos infringentes justificados pelas leis, e que tanto podem abrandar as penas dos condenados quanto agravá-las, conforme esclareceu em vão o ministro Celso de Mello. Cresce, na moldura do evento, a desinformação generalizada, o desconhecimento do código e do quem é quem.
Ocorre-me um amigo que eu chamava de samurai, Luiz Gushiken, ministro de Lula no primeiro mandato, primeira vítima do “mensalão” sem qualquer culpa em cartório, de fato aquele que percebeu o papel devastadoramente daninho do banqueiro Daniel Dantas, visceralmente envolvido no processo e tão chegado a petistas de outro naipe, como Márcio Thomaz Bastos, José Dirceu, Luiz Eduardo Greenhalgh, sem contar o atual ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Gushiken morreu dia 13 passado, honrado e, receio, infeliz.
Outro injustiçado é José Genoino, que, segundo Veja, gargalha com o voto de Celso de Mello. A malta não sabe que Genoino é um herói brasileiro, esperançoso e iludido até as últimas consequências, acreditou que o Araguaia seria a Sierra Maestra brasileira, e, ao lado de 80 companheiros, lutou contra 10 mil soldados da ditadura. Torturado brutalmente, ressurgido das cinzas, ainda espera que o Brasil deixe de ser o país da casa-grande e da senzala. Ao contrário do que afirmam seus inquisidores a pretendê-lo “mensaleiro”, não sabe onde cair morto, se me permitem a linguagem rasteira.
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É DILMA SUBINDO


O efeito Globo e o rancor do pateta dos patetas Roberto Freire

Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho

“A presidente petista Dilma Rousseff subiu mais 8 degraus no Ibope, foi a 38% das intenções de voto, e abriu 22 pontos de vantagem sobre a segunda colocada, Marina Silva (sem partido), que caiu de 22 para 16%. Na nova pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira, só a presidente subiu, todos os outros candidatos caíram. Aécio Neves (PSDB) foi de 13 para 11% e, Eduardo Campos, caiu de 5 para 4%.
No mesmo dia, Dilma recebeu outras duas boas notícias, que devem se refletir positivamente nas próximas pesquisas: a taxa de desemprego caiu para 5,3%, a menor do ano, e a renda média dos trabalhadores subiu 1,7% em agosto.
Enquanto isso, a rede nacional de televisão foi ocupada durante 10 minutos pelo PPS de Roberto Freire para denunciar, mais uma vez, que os governos petistas estão acabando com o país. Carregado de rancor, o programa parecia uma novela de época dos tempos da Guerra Fria, que fez lembrar a imagem assustadora das viúvas globais fantasiadas de negros fantasmas após o voto do ministro Celso de Mello a favor dos embargos infringentes na semana passada.
A impressão que me deu é que o programa foi gravado há mais tempo e estava na gaveta aguardando o momento oportuno para ir ao ar. O proprietário do PPS, velha linha auxiliar do PSDB, caminhando para a irrelevância, certamente não poderia ter escolhido dia melhor. Pena que os fatos não o tenham ajudado.
Após as manifestações de protesto de junho e o julgamento do mensalão, Freire deve ter avaliado com o seu estado-maior que Dilma e o PT estavam no chão, e chegara a hora de soltar os seus canhões, já um tanto desgastados pelo tempo. Sem noção do seu tamanho, acreditando no espaço que a mídia sempre lhe deu, na proporção inversa da sua importância política, Roberto Freire chegou a ser candidato a presidente da República, em 1989, quando foi contemplado com 1,06% dos votos
Com seu conhecido senso de oportunidade, carisma, simpatia e sofisticada estratégia política, o dono do PPS, partido que ele fundou em 1992 para substituir o antigo Partido Comunista Brasileiro, e preside até hoje, deputado federal eleito por José Serra em São Paulo, em 2010, Freire escolheu como assistente de palco Stepan Nercessian, ator reserva do segundo time da Globo. Até Soninha Francine (lembram-se dela?), agora sem mandato e sem uma boquinha, deu uma aparecida. O resto nem sei quem é.
Freire entoou o discurso "ético", bufando contra a inflação, os desmandos administrativos e a corrupção, mas só se esqueceu que o artista convidado para ser o âncora do programa, também deputado federal, foi acusado no ano passado de ter pedido e recebido R$ 175 mil do notório bicheiro Carlinhos Cachoeira, o que não o impediu de caprichar no sorriso sarcástico para atacar Dilma e o PT. Na época, o ator deputado garantiu que devolveu o dinheiro, o caso foi arquivado e não se falou mais no assunto.
Memória e coerência não são o forte desse pessoal. Ainda esta semana, o jornalista Sebastião Nery lembrou em sua coluna que o "comunista de carteirinha" Roberto Freire fora nomeado para seu primeiro cargo público, o de procurador do Incra, no Recife, pelo general Médici, no auge da repressão dos anos 1970.
Este ano, Freire ensaiou, primeiro, uma aliança com Eduardo Campos. Depois, tentou fazer a fusão do seu partido com o PMN para criar o MD (Movimento Democrático) com o objetivo de abrigar uma nova candidatura presidencial do parceiro José Serra, que até hoje não decidiu o que pretende fazer da vida. Sempre em negociações, o führer do PPS também ofereceu a sigla a Marina Silva, que até agora não conseguiu viabilizar sua Rede da Sustentabilidade, seja lá o que isso quer dizer. Sendo contra o PT, para Freire, qualquer candidato serve.
Na salada de siglas da política brasileira, que ganhou mais duas esta semana, chegando a 32, o PPS ocupa atualmente o 13º lugar no ranking, atrás do PCdoB, com 12 deputados e R$ 8 milhões do Fundo Partidário para gastar este ano, sem falar nos seus valorizados minutos na televisão, que Freire pode destinar a quem quiser, dependendo da conversa. Na próxima semana, quando se encerra o prazo para filiações e criação de novos partidos, saberemos finalmente em qual onda o PPS vai surfar desta vez.
Já escrevi aqui outro dia e repito: com estes candidatos e esta oposição, Dilma corre o risco de ganhar as eleições do próximo ano por WO.”
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A OFENSIVA DIGITAL DE DILMA


Presidente abre página no Facebook, ocupa espaço no Instagram e volta a tuitar; em longa troca 
de mensagens com o fundador do site Dilma Bolada, hoje, em Brasília, Dilma Rousseff vai de 
assuntos sérios a brincadeiras; para ela, revista Economist "está desinformada" ao criticar a 
economia brasileira; batalha por marco regulatório na internet mundial foi confirmado; e ficou a 
promessa de mais tuítes pela frente.


247 – "Eu voltei, voltei para ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar".

Reproduzindo Roberto Carlos, e demonstrando estar de ótimo humor, a presidente Dilma Rousseff sentou-se hoje ao lado de seu fã digital número 1, o blogueiro Jeferson Monteiro, criador da página Dilma Bolada na internet, e entrou com tudo e de uma vez, na manhã desta sexta-feira 27, no mundo virtual.
Os versos do Rei foram escritos por Dilma numa longa tuitada a propósito de perguntas feitas a ele, também pela rede do Twitter, pelo blogueiro Monteiro. A presidente não usava essa ferramenta desde o dia 13 de dezembro do ano passado. Agora, numa só tacada, ela anunciou a criação de sua própria página no Facebook, tomou posição no Instagram e fez propaganda do @portalbrasil, o site do governo federal que, segundo Dilma, "vai ter de tudo", com cerca de 600 serviços online.
Refletindo o crescimento de seu nome nas pequisas eleitorais e o aumento nos índices de aprovação de seu governo, Dilma se mostrou de excelente humor. "Me diverti muito", finalizou seus diálogos com o perfil Dilma Bolada, afirmando gostar das caricaturas sobre si mesma. Ela perguntou a Jeferson se ele tem carteira para andar de motocicleta, porque assim poderiam juntos fazer o "8º Velozes e Furiosos", numa referência à divulgação de seus improvisados passeios de moto por Brasília.
Mais que se divertir, o que Dilma fez hoje foi ocupar em definitivo o espaço virtual para divulgar suas ações e seu governo. Ela percebeu que a internet será um campo importantíssimos nas batalhas da eleição de 2014, e procurou sair na frente de seus adversários para estar melhor posicionada quando a guerra eleitoral começar.





Só os brasileiros levam a sério a Economist


Nem o aplauso ajudou e nem a crítica vai prejudicar

Por : Paulo Nogueira

Uma das primeiras coisas que aprendi ao chegar a Londres, em 2009, é que ninguém dá a menor bola para a Economist. A revista, idolatrada no Brasil, é simplesmente ignorada em sua terra.
Ninguém fala nela. Você não encontra no metrô ou no ônibus gente a lendo. Jornalistas de primeira linha não trabalham nela – mas na BBC, no Guardian, no Times, ou mesmo em tabloides como o Sun. A Economist, de certa forma, é hoje uma invenção brasileira.
Rio comigo mesmo quando vejo, como agora, a repercussão intensa de alguma reportagem da Economist sobre o Brasil.
É uma prova de imensa caipirice nacional. Lembro uma vez em que fui a Rio Claro, no interior de São Paulo, quando dirigia a Exame. Fui nota na coluna social do principal jornal da cidade, e fui tratado como um Platão. Só para minha mãe, ou talvez nem para ela, eu fazia jus a tanta deferência.
É mais ou menos o que os brasileiros fazem com a Economist, e com outros títulos como o Financial Times.
A Economist não consegue resolver seus próprios problemas, nem os da sua Inglaterra, e mesmo assim tem a pretensão de resolver os problemas da humanidade.
É professoral, como os editoriais do Estadão também são, só que não existem entre os britânicos alunos dispostos a levá-la a sério.
A revista vai minguando, e minguando, e minguando na Era Digital, para a qual não encontrou resposta, talvez por estar demasiadamente entretida em salvar o mundo. Mas, no apogeu da desimportância, não perde a pose.
O Brasil terá chegado à maturidade quando reagir às lições da Economist — e do FT, ou de quem for – da seguinte maneira: ignorando-as.
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GUIDO BARILLA: UM FANFARRÃO E TANTO


“Pernacchia”

Por : Kiko Nogueira

O presidente do grupo Barilla, o maior produtor de massas do mundo, teve de emitir um pedido de desculpas a jato depois de declarar que se recusa a mostrar famílias gays em seus anúncios. Guido Barilla deu uma entrevista inacreditável a um programa de rádio. O tema era o papel da mulher na propaganda.
“Eu não faria um comercial com uma família homossexual não por falta de respeito para com os homossexuais – que têm o direito de fazer o que quiserem sem incomodar os outros -, mas porque eu não concordo com eles e acho que nós queremos falar com as famílias tradicionais “, disse Guido. 
Aos 55 anos, pai de cinco filhos de dois casamentos, bonitão, cabeludo, educado, dono de uma empresa fundada em 1877 em Parma, Guido não conseguia conter a fanfarronice. “Eu nunca faria um anúncio com uma família gay. 
Para nós, o conceito de família sagrada permanece um dos valores fundamentais da companhia”. E a coisa não parava. “Eu não tenho respeito pela adoção por famílias gays porque isso diz respeito a uma pessoa sem condições de escolher”.
Em pouquíssimas horas, uma reação violentíssima aconteceu nas redes sociais. Não só na Itália, mas em toda a Europa e nos EUA. Uma retratação mezzo envergonhada se seguiu na página da companhia no Facebook. “Peço desculpas se minhas palavras geraram mal-entendidos ou controvérsia e se feri a sensibilidade de algumas pessoas”, disse Guido. Muito pouco, tarde demais. O político italiano e ativista LGBT Alessandro Zan organizou um boicote a marcas da empresa. “Eu já mudei de marca. Barilla é de péssima qualidade”.
As declarações de Guidom entra para a antologia de frases infelizes do mundo corporativo. No ano passado, o presidente da rede de fast food americana Chick Fill-A também deu uma cacetada no casamento entre pessoas do mesmo sexo, usando a Bíblia. Houve protestos em diversos restaurantes da rede. A Walmart também teve de lidar com manifestantes depois que foram reveladas doações para organizações “anti-gay”
Concorrentes estão sendo lembrados como nunca. A Buitoni criou um slogan: “Na casa Buitoni há espaço para todos”. A Garofalo cravou: “As únicas famílias que não usam Garofalo são aquelas que não gostam de uma boa massa.”
O pedido de perdão de Guido — ele feriu “a sensibilidade de algumas pessoas” — caiu mal. Empresas mais antenadas e espertas estão apoiando a comunidade LGBT. O CEO da Starbucks, Howard Schultz, por exemplo, sugeriu que os acionistas que não apoiassem o casamento gay vendessem sua participação.
Guido Barilla deu uma pequena amostra de intolerância e incontinência verbal — mas, sobretudo, de como a homofobia é, hoje, ruim para os negócios. A não ser que você abra uma filial de uma igreja de Marco Feliciano.
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REQUIÃO CHAMA FILHOS DE ROBERTO MARINHO DE MOLEQUES E MALANDROS

Requião lembra que Globo não paga um caminhão de dinheiro à Receita.



PT anuncia oficialmente Padilha como candidato ao governo de São Paulo



O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é o candidato a governador de São Paulo pelo PT. 
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmará a posição em evento marcado para esta sexta-feira na Casa de Portugal, em São Paulo, num evento em que o PT aproveitará também para o lançamento da candidatura de Emidio de Souza para presidente estadual do PT. 
Lula já lançou o nome de Padilha num evento em Bauru e outro há uma semana, num encontro estadual do partido, afetado pela morte do ex-deputado Luiz Gushiken. Por isso, Lula promete agora, num ato mais formal com a militância petista, para lançar o nome de Padilha na dipusta pelo governo paulista, que está nas mãos dos tucanos há 20 anos.
— Dizem que Lula já elegeu dois postes, Dilma e Haddad (prefeito Fernando Haddad). Agora vai eleger um terceiro. Mas Padilha é o tipo de poste que qualquer partido gostaria de ter. É um poste com luz própria — disse ao GLOBO nesta quinta-feira o presidente estadual do PT de São Paulo, Edinho Silva.
Silva diz que o programa do Ministério da Saúde, “Mais Médicos”, será para Padinha na campanha eleitoral no ano que vem, o que foi o Prouni na alavancagem da candidatura de Haddad para a prefeitura de São Paulo no ano passado.
— A ideia do partido, e do Lula, é fazer um grande ato favorável a Padilha a cada 20 dias, em horários em que ele não está trabalhando no Ministério, evidentemente — disse Edinho, para quem o ideal é que o ministro deixe o cargo já em janeiro para começar a campanha pra valer, com viagens ao interior do Estado.
O presidente estadual do PT explicou que o programa Mais Médicos já é uma vitória do governo Dilma perante a sociedade, enquanto política pública.
—É uma das maiores vitórias do governo Dilma. E nesse contexto, o ministro Padilha é o interlocutor dessa vitória. As entidades representativas dos médicos erraram muito no tom. Infelizmente os médicos que atuam na saúde público já não tinham uma boa imagem junto à população que utiliza o SUS, claro que com exceções. Se recusam a dar o registro para os médicos estrangeiros, de ter um discurso muito pesados contra o Mais Médicos. 
As entidades sabem que em São Paulo não se consegue preencher as vagas em concurso público, imagina nas regiões mais empobrecidas do país? Ao carregarem no discurso contra, elas estão colaborando para um desgaste histórico dos médicos – disse Edinho Silva, afirmando que apesar de tudo o “programa já deu certo”.
Sobre o fato do ministro pegar “carona” no sucesso do programa de governo, Edinho Silva, é direto: acha que Padilha vai se promover eleitoralmente com o programa.
— O programa já deu certo. Eu penso que o Padilha é um quadro muito preparado. Foi um ministro muito bom da Secretaria de Relações Institucionais. Muitos limitam a atuação do Padilha à atuação dele agora no Ministério da Saúde. Foi ministro muito imporante na implantação de programas do governo Lula junto aos municípios, na relação com estados. Um ministro muito capaz na articulação política com o Congresso Nacional e já no Ministério da Saúde já vinha fazendo um trabalho excepcional de repensar o modelo de administração da Saúde no Brasil —disse Edinho Silva. 
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Pepe Mujica deu um soco no estômago do mundo inteiro



Por : Jura Passos

Dilma Roussef puxou o orelhão de Obama.
Pepe Mujica deu um soco no estômago do mundo inteiro.
Ela levantou a bola, ele cortou.
Se o discurso de Dilma foi considerado áspero, contundente ou agressivo por jornais de vários países, o do presidente do Uruguai foi demolidor de toda a ordem internacional vigente.
Foi pedra pra todo lado, sobrou pra todo mundo. Não chegou a propor o socialismo global, mas deixou implícito.
Para mau entendedor, nenhuma palavra basta.
Só poupou os pobres. Poupou não, defendeu. Como raramente se vê na ONU, além das declarações para as câmeras e dos releases para os jornais. Não por acaso, o próprio release da ONU descreve o discurso com um desdém digno de um mero papo cabeça de maconheiro. Ban Ki-Moon reconheceu e agradeceu a intensa presença dos soldados uruguaios nas forças internacionais de paz. E chega.
Por diversas vezes Mujica aludiu ao pequeno tamanho do Uruguai. Isso pode se tornar um problema para os uruguaios, na medida em que país vai se tornando, cada vez mais, a pátria dos 99%.
Não vai caber todo mundo que começa a sonhar em viver num país onde o presidente não veste gravata e sonha com o mesmo mundo que todos sonhamos.
Todos menos os restantes 1%, que tudo vêem, ouvem e controlam, sem sequer admitir pitos.
Se fosse brasileiro, Pepe seria Zé. Pois, no fundo, ele é importante por ser exatamente isso: o Zézinho, nosso vizinho, um cara que a gente conhece e gosta, que vive como nós e entende o que a gente sente.
“Sou do sul, venho do sul. Moro ali na esquina do Atlântico com o Prata”.
Foi assim que o Zé puxou o papo na ONU. Poderia ser da avenida Atlântica com a rua da Prata, mas da zona norte.
Prosseguiu lembrando o dia que o time dele venceu o nosso numa final de Copa no Maracanã.
“Quase 50 anos recordando o Maracanã, nossa façanha esportiva. Hoje, ressurgimos no mundo globalizado, talvez aprendendo de nossa dor”.
E que, como nós, também amava os Beatles e os Rolling Stones.
“Minha história pessoal, a de um rapaz — por que, uma vez, fui um rapaz — que, como outros, quis mudar seu tempo, seu mundo, o sonho de uma sociedade libertária e sem classes.”
É ou não é nosso vizinho da esquina?
E, daí pra frente, o Zé não deixou pedra sobre pedra.
“Carrego as culturas originais esmagadas, com os restos de colonialismo nas Malvinas, com bloqueios inúteis a este jacaré sob o sol do Caribe que se chama Cuba.”
Cortou a bola levantada pela vizinha Dilma, da rua de cima…
“Carrego as consequências da vigilância eletrônica, que não faz outra coisa que não despertar desconfiança. Desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego uma gigantesca dívida social, com a necessidade de defender a Amazônia, os mares, nossos grandes rios na América.”
Prometeu uma força pra galera da rua Colômbia, não aquela dos Jardins.
“Carrego o dever de lutar por pátria para todos…
Para que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz…”
“O combate à economia suja, ao narcotráfico, ao roubo, à fraude e à corrupção, pragas contemporâneas, procriadas por esse antivalor, esse que sustenta que somos felizes se enriquecemos, seja como seja. Sacrificamos os velhos deuses imateriais. Ocupamos o templo com o deus mercado, que nos organiza a economia, a política, os hábitos, a vida e até nos financia em parcelas e cartões a aparência de felicidade.”
E botou toda a vizinhança na roda.
“Nossa civilização montou um desafio mentiroso e, assim como vamos, não é possível satisfazer esse sentido de esbanjamento que se deu à vida. Isso se massifica como uma cultura de nossa época, sempre dirigida pela acumulação e pelo mercado.”
Mandou um recado para os donos do bairro.
“Arrasamos a selva, as selvas verdadeiras, e implantamos selvas anônimas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com comprimidos, a solidão com eletrônicos, porque somos felizes longe da convivência humana.”
E para os donos do circo.
“Talvez nosso mundo necessite menos de organismos mundiais, desses que organizam fóruns e conferências, que servem muito às cadeias hoteleiras e às companhias aéreas e, no melhor dos casos, não reúne ninguém e transforma em decisões…”
Para o general da banda também.
“Ouçam bem, queridos amigos: em cada minuto no mundo se gastam US$ 2 milhões em ações militares nesta terra. Dois milhões de dólares por minuto em inteligência militar!! Em investigação médica, de todas as enfermidades que avançaram enormemente, cuja cura dá às pessoas uns anos a mais de vida, a investigação cobre apenas a quinta parte da investigação militar.”
E bota o dedo na ferida.
“As instituições mundiais, particularmente hoje, vegetam à sombra consentida das dissidências das grandes nações que, obviamente, querem reter sua cota de poder.
Bloqueiam esta ONU que foi criada com uma esperança e como um sonho de paz para a humanidade. Mas, pior ainda, da democracia no sentido planetário, porque não somos iguais. Não podemos ser iguais nesse mundo onde há mais fortes e mais fracos. Portanto, é uma democracia ferida e está cerceando a história de um possível acordo mundial de paz, militante, combativo e verdadeiramente existente. E, então, remendamos doenças ali onde há eclosão, tudo como agrada a algumas das grandes potências. Os demais olham de longe. Não existimos.”
Não poupou a globalização, nem a China.
“Paralelamente, devemos entender que os indigentes do mundo não são da África ou da América Latina, mas da humanidade toda, e esta deve, como tal, globalizada, empenhar-se em seu desenvolvimento, para que possam viver com decência de maneira autônoma. Os recursos necessários existem, estão neste depredador esbanjamento de nossa civilização.
Há pouco tempo, na Califórnia, o corpo de bombeiros festejou uma lâmpada elétrica que está acesa há cem anos! Cem anos acesa, amigos!! Quantos milhões de dólares nos tiraram dos bolsos fazendo deliberadamente porcarias para que as pessoas comprem, comprem, comprem e comprem?”
A solução? Incorporar a ciência à política.
“Há mais de 20 anos que discutimos a humilde taxa Tobin. Impossível aplicá-la no tocante ao planeta. Todos os bancos do poder financeiro se irrompem feridos em sua propriedade privada e sei lá quantas coisas mais. Mas isso é paradoxal. Mas, com talento, com trabalho coletivo, com ciência, o homem, passo a passo, é capaz de transformar o deserto em verde.
O homem pode levar a agricultura ao mar. O homem pode criar vegetais que vivam na água salgada. A força da humanidade se concentra no essencial. É incomensurável. Ali estão as mais portentosas fontes de energia. O que sabemos da fotossíntese? Quase nada. A energia no mundo sobra, se trabalharmos para usá-la bem. É possível arrancar tranquilamente toda a indigência do planeta. É possível criar estabilidade e será possível para as gerações vindouras, se conseguirem raciocinar como espécie e não só como indivíduos, levar a vida à galáxia e seguir com esse sonho conquistador que carregamos em nossa genética.”
E nós com isso?
“Mas, para que todos esses sonhos sejam possíveis, precisamos governar a nos mesmos, ou sucumbiremos porque não somos capazes de estar à altura da civilização que, de fato, nós criamos.
Este é nosso dilema. Não nos entretenhamos apenas remendando consequências. Pensemos nas causas profundas, na civilização do desperdício, na civilização do usar e jogar fora, que despreza tempo mal gasto de vida humana, esbanjando coisas inúteis. Pensem que a vida humana é um milagre. Que estamos vivos por um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico, acima de todas as coisas, é respeitar a vida e impulsioná-la, cuidá-la, procriá-la e entender que a espécie somos nós.”
O discurso integral de Mujica pode ser visto e lido aqui.
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FALTAM 8 DIAS PARA O HARAQUIRI DO SERRA


Cerra tem medo da sombra. Inclusive a dele.

O Padim Pade Cerra tem oito dias para definir se fica no PSDB ou se vai para o PPS, do ex-comunista Roberto Freire (pior que ex-comunista só …)
Se ficar no PSDB tem que destruir o Aécio.
Aécio tomou conta dos programas do PSDB – que definha no Congresso, sob a liderança do Cerra e do FHC.
E aparece com essa obra-prima do marquetismo político “vamos conversar ?”.
O que o amigo navegante teria para conversar com o Aécio ?
Sobre a frota de carros da rádio dele ?
Sobre o bafômetro ?
Porque como líder político, como diz um amigo navegante, ele é o “picolé de tofu”.
E o Cerra ?
Depois de assistir ao trepidante programa do horário eleitoral, o ansioso blogueiro disse que o Aécio não seria candidato.
E que em duas ou três pesquisas – do Globope e do Datafalha – ele passava o Aécio e com um trator por cima da cabeça do Aécio.
Para isso, Cerra precisa ficar no PSDB.
Numa pesquisa – nessa em que a Dilma pode ganhar no primeiro turno -, ele ficou do mesmo tamanho do Aécio.
É seis por meia dúzia.
Cerra tem mais duas para virar o jogo e devolver Aécio ao Rio de Janeiro.
O amigo navegante desavisado dirá que Cerra não se decidiu até agora por cálculo político, maquiavelismo, por estratégia eleitoral.
Ledo engano.
Não se decidiu porque ele não sabe o que fazer.
Cerra tem medo da sombra.
Inclusive a própria.
Cerra está imobilizado pela fraqueza.
Por falar nisso: de que vive o Cerra ?

Paulo Henrique Amorim
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