sábado, 28 de setembro de 2013

Cargill convocada a dar esclarecimentos sobre poluição


CargillFedentina na Orla Santarena

Fonte: RG 15/O Impacto

Denúncias de várias formas de poluição ocasionadas pela graneleira Cargill, no porto da cidade e em vários trechos da rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163) levaram os membros da Câmara de Vereadores a convocar a gerência da empresa a dar explicações na manhã de quarta-feira, 25, no plenário da Casa legislativa.
Uma reunião realizada no plenário da Câmara discutiu o derramamento de grãos ao longo da BR-163, além do pó produzindo durante o carregamento dos navios, no porto da empresa Cargill Agrícola.
Há 12 anos, a gigante norte-americana Cargill, uma das maiores exportadoras de soja em grãos do Brasil, implantou um novo terminal graneleiro no Porto de Santarém, no Pará. Em um processo repleto de irregularidades e falta de transparência, segundo ambientalistas, a implantação da Cargill atropelou as etapas administrativas, onde a empresa conseguiu a Licença de Instalação (LI) do empreendimento. Ele começou a operar desde 2003, sem um Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
A ferida aberta nos arredores de Santarém com a chegada da Cargill ainda não estancou, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR). Era ano 2000 quando a multinacional anunciou que construiria um terminal de grãos no Porto de Santarém.
Num processo atropelado, três anos depois o terminal estava de pé, cheio de irregularidades e sem que o Estudo de Impactos Ambientais (EIA) fosse feito. O documento, que prevê a viabilidade socioambiental do projeto, é regra legal básica para que um empreendimento desse porte saia do papel.
Mas segundo uma análise técnica feita pelo Ministério Público em cima do estudo, o problema está longe de ser resolvido: “O EIA não aborda as verdadeiras soluções e, principalmente, não aborda com profundidade as mitigações que devem diminuir os impactos locais do projeto”, pontua o Procurador federal Felício Pontes.
Os impactos, aliás, não são poucos. Com capacidade para 60 mil toneladas de grãos, o terminal trouxe para a região uma verdadeira corrida por território para o plantio de soja. “Terra virou uma mercadoria caríssima. Os sojicultores chegavam, ofereciam dinheiro e compravam nossas terras”, recorda o ex presidente do STTR, Raimundo Mesquita, o “Peba”, para completar: “Os conflitos fundiários vieram junto. Teve grilagem, intimidações, ameaças de morte, redução da população nas comunidades e até a extinção de algumas delas”.
______________________________________________________

Nenhum comentário: