segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Petróleo repõe perdas de agosto em dois dias e deixa “sabidos” pendurados no pincel



POR FERNANDO BRITO 

O preço internacional do petróleo, que havia subido 10% na sexta-feira, subiu outros 10% hoje, em relação á cotação em que fechou a semana passada.
As perdas, imensas, do mês de agosto foram “zeradas” em 48 horas.
Uma semana atrás, Celso Ming, colunista de economia do Estadão, reproduzia a opinião de mais um “sabido” do mundo dos negócios, o especialista norte-­americano em Petróleo David Kotok, presidente da Cumberland Advisers, dizendo que o petróleo ia baixar até 15 dólares o barril, quando estava a 40 dólares ( e chegou a US$ 38).
Em dois dias, as previsões do sabichão viraram pó, com o petróleo tipo Brent passando de US$ 52 dólares e o WTI (de forma simplificada, o americano) a US$48.
A história da energia – e, com ela a do poder mundial – está há mais de 50 anos fundada no petróleo.
A energia nuclear, única aposta energética que tendeu a se estabelecer como ameaça energética à hegemonia do petróleo, mostrou-se apenas capaz de suprir parcela pequena das necessidades de energia, seja pelas complicações técnicas, segurança, problemas acidentais e oposição política, seja porque os EUA e seus aliados nunca permitiram que se estabelecesse, de forma global, o conhecimento e o uso de uma tecnologia que tem como um de seus produtos o poder militar representado pelo “subproduto bomba atômica”.
Não é possível tratar a política do petróleo, portanto, com base em movimentos de “espasmo” de um mercado em que suas torneiras são controladas pela política e, ainda mais, sujeito a todo tipo de turbulência: guerras, acidentes, tensões….
Este é o erro dos “sabichões” – muito mais apropriado seria chamá-los de espertalhões – que vivem apregoando que o petróleo “não valerá nada” e que usam aqui este argumento, tão ingênuos, para tentar desvalorizar nosso pré-sal e viabilizar politicamente sua entrega às multinacionais.
É o “quem desdenha quer comprar”, que vale desde os tempos dos avós de nossos avós.
Ou, por acaso, você viu a Shell, a Chevron, a Total e outras saírem por aí dizendo: olhem, eu não estou valendo nada, vocês não querem me comprar?
Petróleo continua sendo o maior negócio do mundo e só um tolo abre mão dele.
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