sábado, 29 de junho de 2013

Prisão de padre aumenta pressão por transparência no Vaticano


A prisão de um padre italiano esta semana, suspeito de envolvimento em um esquema de fraude e corrupção no Banco do Vaticano, está colocando ainda mais pressão sobre a Igreja Católica por mais transparência e cooperação com as investigações da polícia.
O padre Nunzio Scarano, de 61 anos, que tem o título de Monsenhor – um reconhecimento de honra dado pelo papa a sacerdotes com mais tempo de carreira -, foi preso juntamente com um agente do serviço secreto italiano e um investidor financeiro.
De acordo com investigações da polícia italiana, o grupo é suspeito de tentar levar cerca de 20 milhões de euros (ou quase R$ 58 milhões) ilegalmente para a Itália.
Scarano ocupava o cargo de contador sênior num importante departamento financeiro do Vaticano.
Mas, segundo o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi, foi suspenso de suas atividades “há cerca de um mês, quando seus superiores tomaram conhecimento da investigação”.
Nesta semana, o papa anunciou a criação de uma comissão de clérigos para analisar o trabalho administrativo do Banco do Vaticano, que vinha sendo alvo de denúncias de envolvimento em lavagem de dinheiro.
Mas não se sabe até onde o Vaticano estaria disposto a ir para ajudar a polícia.
Segundo o correspondente da BBC em Roma, David Willey, “tradicionalmente, o Banco do Vaticano sempre impôs grande segredo sobre as atividades de seus funcionários”.
Com o anúncio da criação da comissão, o papa está tentando “impor mais transparência e clareza na atuação financeira do Vaticano, o que não poderia ter chegado em melhor hora”, diz Willey.
O Banco do Vaticano – cujo nome oficial é Instituto para os Trabalhos da Religião (IOR) – é considerado uma das instituições financeiras mais secretas do mundo.
A instituição tem 114 empregados e um total de 5,4 bilhões de euros (ou mais de 14 bilhões de reais) em fundos.
A imprensa italiana tem chamado o padre Nunzio Scarano de “Monsenhor 500″, numa alusão ao valor constante dos cheques que ele movimentaria na conta do Vaticano – sempre depositados em montantes de apenas 500 euros.
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