Redação Carta Capital
Após o polêmico veto da presidenta Dilma Rousseff à distribuição de um kit anti-homofobia pelas escolas públicas do país, supostamente em troca de apoio da bancada religiosa do Congresso aos temas de interesse do Planalto, ao menos três versões sobre as razões que motivaram a decisão foram anunciadas publicamente.
A própria presidenta – que veio a público dizer, na quinta-feira 26, que não concordava com o kit – admitiu que não havia assistido ao vídeo completo, e sim a “um pedaço” do material exibido em reportagens na tevê. Ao justificar o veto, Dilma afirmou que o governo não poderia fazer “propaganda de opções sexuais”.
O discurso repetiu o argumento usado pela bancada religiosa, que bombardeou durante dias o projeto que estava em gestação no Ministério da Educação.
O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), integrante da Frente Parlamentar Evangélica e um dos mais exaltados opositores do kit, defendeu o veto de Dilma dizendo que ele tinha embasamento: segundo ele, o próprio Ministério da Educação se encarregou de mostrar os vídeos originais para a presidenta.
Só que o próprio ministro da Educação, Fernando Haddad, disse no mesmo dia que nem a presidenta soube precisar se o vídeo que ela havia assistido fazia parte ou não do material destinado às escolas. Haddad disse saber ainda que circulavam pelo Congresso filmes que nem sequer faziam parte do kit anti-homofobia original.
Foi a deixa para que Toni Reis, o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), sugerisse, em nota divulgada à imprensa, uma quarta versão da história: a de que Dilma viu e vetou o “kit gay” errado.
Segundo esta versão, o power-point divulgado pelos evangélicos no Congresso, e que teria sido visto pela presidenta, continha, na verdade, vídeos e imagens feitos pelo Ministério da Saúde – e que visavam especificamente usuários de drogas e a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Nas imagens, sexo e uso de drogas são mencionados e ilustrados de forma explícita.
Destinado a professores do Ensino Médio, o kit verado por Dilma era composto de caderno, pôster, carta ao gestor da escola, seis boletins (boleshs) e cinco vídeos. O material contêm referências teóricas, conceitos e sugestões de atividades e oficinas para se trabalhar o tema da diversidade sexual nas escolas.
Após o episódio, Dilma Roussef afirmou que deve ser criada uma comissão de avaliação na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República para qualquer material que seja produzido por ministérios “que dialoguem com questões relativas a costumes”.
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Um comentário:
Enfim meus amigos, a máscara caiu, até mesmo a globo está admitindo que nossas autoridades estavam nos mentindo o tempo inteiro ao dizer que o kit-gay era destinado apenas aos alunos do ensino médio. Como vocês verão nesta reveladora reportagem do jornal O Globo, que parece ter tido acesso aos guias que acompanham os vídeos do kit, não só a idade do público alvo não era a que o MEC vinha tentando nos convencer, mas os exercícios e sugestões de discussões que acompanham o material são altamente preconceituosos e sem nenhuma dúvida teriam um resultado catastrófico em crianças de apenas 11 anos. Espero que isto mostre ao povo que este deve sempre questionar autoridades, que nem sempre estão preocupadas com o interesse da população.
Veja abaixo a matéria completa:
http://www.anovaordemmundial.com/2011/05/o-globo-diferentemente-do-divulgado.html
E para ver todos os CINCO vídeos:
http://www.anovaordemmundial.com/2011/04/video-indignacao-tres-filmes-do-kit-gay.html
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