quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

UMA MULHER DE CORAGEM

Benazir Bhutto, jovem e belíssima, aos 38 anos foi a primeira mulher eleita primeiro ministro em um País muçulmano. Na época, uma novidade revolucionaria para o Paquistão e o Islã todo.
Tive a sorte de ver Benazir Bhutto no meio de uma conferencia internacional, em Londres, cidade que a hospedou no seu exílio. Nunca a tinha visto antes. Ao vivo era uma bela mulher, ainda mais bela das fotos e filmes que, desde sua juventude a retrataram. Uma beldade que transpirava inteligência e determinação, além da alegria, otimismo e confiança na vida.
Naquela altura já se sabia de sua determinação de voltar ao Paquistão, e as perguntas recorrentes eram sempre as mesmas: “Não tem medo de voltar e ser assassinada?” Mas ela sempre respondia firme: “Não temo por mim, temo muito mais pela sorte do meu País”. Por isso quero voltar antes que seja tarde demais”.
Benazir Bhutto viveu metade de sua vida em Londres. Havia-se formado em Oxford, onde presidiu a União dos Estudantes, um cargo que pertenceu a inúmeros primeiros ministros britânicos. Um dos seus companheiros de estudos era Timothy Garton Ash, hoje comentarista do The Guardian e autor de best-sellers internacionais.
No seu ultimo livro Garton Ash reconta (sem fazer nomes) de um companheiro de estudos, futuro líder de uma grande nação, junto ao qual fumava baseados em Oxford. Talvez, alias muito provavelmente, estava se referindo a Benazir Bhutto. Tentar imaginar como teria sido a jovem Benazir em Oxford nos anos setenta é um grande desafio. Ainda mais hoje, quando barbaramente assassinada em seu próprio País.
Benazir foi uma mulher capaz de viver entre dois mundos, o oriente e o ocidente. Uma líder que vestiu os panos da modernidade e da tradição, uma heroína que não temia pela própria vida.

Benazir não tinha nada de ingênuo, por isso ao voltar ao Paquistão, deve ter tomado todas as precauções possíveis. Com certeza ela sabia que iria enfrentar todo tipo de atentados e que poderia não escapar, mesmo assim resolveu voltar.

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