sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O TROCO

Os Estados Unidos promoveram contra Hugo Chávez a maior campanha de propaganda de que se tem notícia na história contemporânea da América Latina, com apoio do ativo ex-primeiro ministro espanhol José Maria Aznar, do Partido Popular, que representa grandes interesses econômicos espanhóis e europeus.
Nos bastidores, o governo americano agiu em parceira com militares linha-dura da Colômbia para tirar Hugo Chávez das negociações pela libertação dos reféns mantidos pelos guerrilheiros das FARC. Washington temia que Chávez fosse beneficiado às vésperas do referendo aprovatório de mudanças constituicionais, em que o presidente venezuelano acabou derrotado.
Chávez deu o troco. Conseguiu instalar o Banco do Sul com sede em Caracas, reforçou suas relações com o Mercosul e, de quebra, armou a cena para a libertação dos reféns sem a Espanha, mas com a França. Chamou para participar do evento Cuba, o Brasil, a Bolívia, a Argentina e o Equador - quatro deles integrantes da "lista negra" de Washington. A política burra de Condoleezza Rice para a América Latina não sobreviveu mais do que algumas semanas à realidade. Foi atropelada pela conjuntura.

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