sexta-feira, 30 de maio de 2008

LULA EM BELÉM

Em março, Lula havia afirmado que passaria o primeiro semestre do ano viajando pelo Brasil. "Porque quanto mais obra, mais emprego e mais renda [vamos ter], melhor será a qualidade de vida das pessoas".

Hoje em Belem Lula cumpre o que havia afirmado.

"Esta é a última grande capital que visito", disse lula se referindo a Belém. "A partir de agora, vou esperar passar o processo eleitoral para voltar a visitar. Porque quero voltar aos Estados inaugurando escolas técnicas e universidades, estradas, ferrovias, portos e aeroportos"
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CONVERSA AFIADA

CÉLULAS-TRONCO: ANATOMIA DO VOTO DE MENDES

Por Paulo Henrique Amorim

O Presidente Gilmar Mendes (provisoriamente no exercício da Presidência do Supremo Tribunal Federal) voltou sobre a constitucionalidade das pesquisas com células-tronco embrionárias de forma que merece análise.
O Presidente (do Supremo) não precisava votar.
A maioria de 6 votos já garantia a constitucionalidade da Lei de Biossegurança.
Por que votar o Presidente? O que revela o seu voto?
É o que o Conversa Afiada tenta responder.
O Presidente votou, primeiro, para prestigiar a sua tese de que o Supremo – ou ele, o Presidente – é o Legislativo.
O Presidente fez uma longa peroração inicial para explicar que, por ele, fecha-se o Legislativo e ele – o Presidente – legisla.
O Supremo é “a casa do povo” – disse o Presidente. (Pensava que era o Congresso...)
O Supremo é um “espaço democrático”.
O Supremo é mais “idealista” que o Legislativo – disse o Presidente.
Porque o Legislativo é escravo das “emoções” – e o Supremo é a instância da “racionalidade”.
O Legislativo – disse o Presidente – se submete às relações de poder – o Supremo, não!
(O Supremo se submete ao PiG, disse o Ministro Lewandowski)
O Supremo – diz o Presidente – é a instância de “reflexão”.
O Supremo, portanto, segundo seu Presidente, é sede da “República” de Platão.
Desde Atenas que filósofos e idealistas tentam construir a “República” de Platão – sem sucesso.
O próprio Platão, quando se transformou em marqueteiro e tentou vender sua “República” a um rei, saiu fugido, antes que sua cabeça fosse separada do pescoço.
O Presidente (do Supremo) transformou os onze ministros do Supremo em reis filósofos – ele, é claro, no papel de Péricles.
Estabelecido que ele, Mendes, é o Legislativo, ele, o Presidente, passou a examinar a questão em pauta; a Lei de Biossegurança é constitucional ou não.
Aí, o voto desnecessário do Presidente – que, antes de ser lido já estava em minoria – se prestou a tentar provocar uma reviravolta, no tapetão.
Mendes, é claro, achou a lei proveniente do Legislativo uma irremediável porcaria.
Por que não uma Central Única – uma CUT – para garantir que os cientistas brasileiros – um conjunto de néscios e /ou de Franksteins – respeitassem padrões éticos?
“A manipulação genética existe exige nova ética.” – disse o Conselheiro Acácio, que ocupa a Presidência do Supremo.
“A Lei brasileira é insuficiente.” – bradou.
“Precisamos de um Comitê Central de Ética.” – exigiu o Presidente.
Temos que copiar a Alemanha! E a Espanha!
Tratava-se de irremediável tolice.
Foi o que provou o Ministro Cezar Peluso, que tomou a palavra em seguida.
A Legislação brasileira – exemplar, orgulho dos brasileiros que não são candidatos a Presidente da República – confere a duas respeitáveis instituições a tarefa de zelas pela “nova ética”.
Lembrou o Ministro Peluso que o Conselho Nacional de Saúde e o Comitê Nacional de Ética têm exatamente essa função.
A função de autorizar, dar normas, proibir e interromper pesquisas e, até, aprovar o nome dos pesquisadores que trabalhem em pesquisas de células-tronco embrionárias.
O Conselho é o “órgão último do sistema” – disse o Ministro Peluso.
O Brasil não precisa de uma CUT genética.
O que entender, então, do voto do Presidente Mendes ?
Hipótese 1: ele deu um voto inepto, porque de novo ignorou a lei brasileira sobre a matéria.
Ele entende muito de Alemanha, mas nada de Brasil – é o que se entende da declaração do Ministro Peluso!
Ou, hipótese 2: o Ministro- Presidente (do Supremo) quis ganhar no tapetão.
Os votos da minoria – minoria de 5 contra 6, é bom lembrar, sempre – eram ambíguos.
Falavam que a Lei da Biossegurança é constitucional, MAS, MAS, falta isso, falta aquilo.
E já no noticiário da véspera, o PiG – que não costuma entender nenhuma questão um pouco mais complexa – ficou em dúvida: a lei é constitucional, mas só pode ser aplicada se atender às solicitações dos Ministros que compõem a minoria?
Dúvida cruel.
Dúvida que só aumentou com o voto do Presidente (do Supremo): quer dizer que a lei só vale se houver a Central Única – a do Ministro e, não, a que já existe?
Como é que fica?
O Presidente Mendes instaurou o caos – porque é o Presidente e porque foi o último a votar.
Até que se ouviu a voz da luz e da razão.
Do Ministro Celso de Mello.
A MAIORIA de 6 votos decidiu que a lei é constitucional e basta – disse Mello.
Não tem mais nem meio mais.
O Supremo NÃO é Legislativo nem o Executivo – disse Mello.
Se o Legislativo e o Executivo quiserem ler e dar atenção às sugestões dos Ministros da MINORIA, isso é decisão deles – disse Mello.
O papel do Supremo era julgar a constitucionalidade da lei e a MAIORIA decidiu que a lei é constitucional.
O Presidente Mendes recolheu o tapetão e proclamou a vontade da MAIORIA.
Em tempo 1: o voto do Ministro Carlos Alberto Direito – responsável pelo atraso na votação – é uma obra prima de obscurantismo. Como diz a cientista Lygia Pereira (clique aqui para ler ), as opções “científicas” que ele ofereceu significariam, na verdade, o fim das pesquisas, mais ortodoxo que o católico autor da Adin – o ex-procurador Cláudio Fonteles –, Direito deu uma no cravo e outra na ferradura – ficava bem na foto, porque se disse a favor da pesquisa – e ao mesmo tempo a tornava inviável. O Ministro Direito tem a “Opus Dei” nas suas células-tronco.
Em tempo 2: Ministros do Supremo agora pensam que são renomados cientistas, teólogos ou filósofos. Ministro do Supremo julga a constitucionalidade de leis. Quem discute a origem e o fim da vida é teólogo e filósofo.
Em tempo 3: O Jornal da Globo, como sempre, esteve tão perto do que aconteceu na sessão do Supremo quanto William Waack está de Marte. O repórter Heraldo Pereira informou que o momento “Fiat Lux” da sessão foi o voto do Ministro (?) Marco Aurélio Mello. E reproduziu um truísmo enfadado do Ministro (?) Mello. É assim que se faz uma fonte. E se dá notoriedade a quem não merece.
Em tempo 4: A TV Justiça é um câncer. Os “repórteres” não sabem do que falam. As “reportagens” são inúteis. A TV Justiça só serve para transformar Ministros da Corte Suprema em estrelas de tevê. Alguém já viu uma câmera aberta na Corte Suprema da Inglaterra ou dos Estados Unidos? A TV Justiça é outra contribuição brasileira à civilização ocidental.

CHARGE

ANÁLISES E OPINIÕES

O FUTURO CHEGOU

Por Paul Singer

Eis a grande novidade dessa dupla crise que se deve às mesmas causas: a redução da pobreza em grandes países periféricos, como a China, a Índia e o Brasil (além de outros), que expandiu fortemente a demanda por derivados de petróleo e por alimentos "nobres" -carne e laticínios, cuja produção exige muito mais trabalho humano, energia e recursos naturais não renováveis, como terra e água.
A elevação dos preços do petróleo e da comida deveria provocar um aumento de sua produção, pois seu encarecimento a torna mais lucrativa. Mas a elevação da produção alimentar esbarra na disponibilidade de terra e água, limitada pela sua poluição pelos elementos químicos utilizados pelos agricultores. O mesmo vale para o aumento da produção de petróleo, limitado pelas reservas exploráveis.
Estamos nos defrontando com um cenário que Celso Furtado previu em 1974, quando escreveu "O Mito do Desenvolvimento Econômico". Ele sustentava que era um mito esperar que o desenvolvimento econômico dos países do Terceiro Mundo lhes permitiria alcançar o nível de vida usufruído apenas pelos povos do Primeiro Mundo, porque não haveria recursos naturais suficientes para que isso pudesse acontecer.
Quase um terço de século decorreu desde então, e o que parecia na época um exagerado temor malthusiano tornou-se consensual, sobretudo desde que se comprovou que o clima da Terra está aquecendo, com conseqüências danosas para os recursos naturais do planeta.
A nova classe média nos países chamados de emergentes passou a ter dinheiro para alcançar o padrão de vida de sua congênere do Primeiro Mundo. Essa mudança seria desejável se ela não impactasse desfavoravelmente sobre a grande massa que continua pobre.

A carestia da comida, causada pelo aumento da demanda dos ex-pobres, empobrece ainda mais os que já gastam a maior parte do que ganham para alimentar a família. Os cereais que lhes mataria a fome tendem agora a ser dados aos animais cujos derivados alcançam preços cada vez mais atraentes.

O funcionamento do mercado mundial de alimentos produz "naturalmente" esses efeitos perversos. Motins da fome estouram em cada vez mais países e, de acordo com a FAO, em 37, dos quais 21 africanos, há crise alimentar.
Premidos pelo desespero dos famintos, cada vez mais governos (inclusive o brasileiro) tratam de restringir a exportação de alimentos básicos para garantir o abastecimento do mercado interno. O que naturalmente agrava a situação dos pobres nos países que dependem de alimentos importados.
A ONU, alarmada com a gravidade da situação, está solicitando das nações mais ricas recursos para impedir que a fome se alastre pelo mundo, pondo em risco não só o combate à pobreza mas também a paz mundial.
Governos terão de adotar medidas de emergência para garantir um abastecimento alimentar mínimo a todos: estatizar os estoques de alimentos para evitar que sejam açambarcados pelos que têm dinheiro para formar estoques privados. E racionar a sua venda, por preços que os mais pobres possam pagar; eventualmente, taxar mais os alimentos derivados de animais para possibilitar o aumento da produção dos alimentos vegetais, indispensáveis à nutrição do conjunto da população; taxar também os derivados de petróleo, para reduzir a utilização do transporte individual e aumentar a do transporte coletivo.
A crise alimentar e energética poderá talvez ser contida por medidas como essas, mas sua resolução exigirá mudanças mais profundas.
Os padrões de consumo terão de ser acomodados à real disponibilidade de recursos naturais, e esta deverá ser alargada por mais investimentos no aumento da produção agrícola sustentável do ponto de vista social e ambiental.
As crises energética e da mudança climática terão de ser resolvidas pelo desenvolvimento de fontes renováveis de energia limpa, única maneira de acabar com as emissões de gases resultantes da queima de combustíveis fósseis.

A crise alimentar não pode deixar de limitar, em alguma medida, a produção de agrocombustíveis, de modo que o desenvolvimento de outras fontes de energia – solar, eólica, hidráulica – terá de receber prioridade.

* Paul Singer é economista, professor titular da Faculdade de Economia e Administração da USP e secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego.

TUCANOS VÃO APOIAR DEM EM BELÉM

Cada vez mais nanicos, sem nenhuma perspectiva, os restos da cópula tucana do Pará reuniu-se no escritório do senador Flexa Ribeiro, em São Brás, para aprovar um indicativo de apoio à candidatura de Valéria Pires Franco (DEM) para a prefeitura de Belém nas eleições de outubro.
A decisão será formalizada na próxima segunda-feira, numa reunião mais ampla, com a participação do que sobrou dos integrantes dos Diretórios estadual e municipal do partido.

TUCANALHAS

A mídia corporativa publica o “caso Asltom” a conta gotas, uma estratégia velhíssima! do PIG para safar seus representantes politicos.
Como o caso Alstom e os tucanos promete ser longo, cheio de novidades das investigações, nacional e internacional, já existe um blog só para o assunto Alstom e os tucanos.
Lá poderão encontrar nos detalhes o desenrolar das investigações.
Quem é quem no caso Alstom, quem recebeu propina, quem pagou, e como tudo começou. O endereço é:

http://tucanoalstom.blogspot.com/


Não percam!!!


Bem que tentaram, mas não extrapolaram

No julgamento sobre a constitucionalide do artigo 5º da Lei de Biossegurança, o Supremo Tribunal Federal por pouco não extrapolou de suas atribuições, assumindo funções legislativas, em função de um debate de natureza ideológica.
Diz a lei que: "É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização 'in vitro' e não utilizados no respectivo procedimento".
O Ministério Público entrou com uma Ação Direta de Inconsitucionalidade.
Cabia ao STF dizer se o dispositivo é ou não constitucional, podendo para isso basear-se em toda série de argumentações, de natureza jurídica, ética, religosa, política. Só não lhe cabe estabelecer restrições ou mesmo recomendações. Ou é ou não é.
O Ministro Carlos Alberto Direito, não encontrando razões jurídicas para considerar o dispositivo inconstitucional, extrapolou condicionando a sua aplicação. O que invade a esfera legislativa e executiva.
E foi seguido pelos votos dos Ministros Eros Grau e Ricardo Levandowsky.
O Ministro Cezar Peluso fez recomendações, face à complexidade e sensibilidade do tema, mas votou pela constitucionalidade, sem extrapolar. A mídia , sempre pouco informada, considerou como voto contrário, o que levou o Ministro a esclarecer o seu voto. Não estabeleceu condicionantes, porque não lhe cabia estabelecer.
Enfim prevaleceu majoritariamente a posição técnica.
Os votos minoritários, no entanto, abrem uma trilha perigosa, a dos Ministros do STF, assim como outros membros do Judiciário, tomarem decisões com base na sua visão ideológica, fugindo ao estrito campo do direito. E, com isso, extrapolarem as suas atribuições.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

CHARGE

PIG

vejam o que a revista Veja chegou a noticiar ontem na Coluna do Lauro Jardim:

GOVERNO

Lula quer Pimentel na Previdência 06:50
Lula já revelou aos mais próximos que convidará o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, para assumir o ministério da Previdência Social, no lugar de Luiz Marinho, que deixa o cargo no dia 5 para disputar a prefeitura de São Bernardo do Campo. O próprio Marinho foi informado sobre o seu substituto. As sondagens já foram feitas. O convite ainda não.
Impressionante!
O Pimentel cogitado para assumir a vaga do ministro Luiz Marinho, da Previdência, é o deputado federal do PT (CE) José Pimentel. Eles de orelhada escutam conversas de corredores, ouvem falar, imaginam, e publicam a notícia como a mais pura verdade. Inclusive citando que o presidente Lula já revelou que convidará o prefeito de BH, Fernando Pimentel.
O presidente Lula não revelou nada, o jornalista não apurou nada, e sai publicando o que lhe vem a cabeça. Escutou o nome Pimentel, ligou com nome do prefeito de BH, e noticiou o achismo.

SIC!

PAULINHO DA FORÇA

Complicou-se a situação do deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) , o Paulinho da Força, e é provável que terá que enfrente um processo de cassação do mandato.
O próprio Paulinho pediu hoje ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que envie logo ao Conselho de Ética o processo com as acusações contra ele, a fim de lhe permitir o direito de defesa.
O caso de Paulinho chama atenção porque ele não é um deputado qualquer, do baixo clero, que possa ser escorraçado de maneira simples.
Paulo Pereira da Silva é o líder da segunda maior central sindical do país. Se isto fosse pouco, Paulinho é o tipo de político que consegue ter boas relações com praticamente todos os partidos. A Força começou a crescer no mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para quem a central cumpria o estratégico papel de se contrapor à hegemonia da CUT no meio sindical; em decorrência deste crescimento Paulinho se tornou político profissional e foi vice de Ciro Gomes na eleição presidencial de 2002.
Em outras palavras, cassar Paulinho não vai ser tão fácil como parece, o deputado pode ser considerado uma bomba ambulante se resolver abrir a boca e contar o que sabe.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

SÓ BOAS PARA O CARA


Realmente o homem tem sorte: logo na semana em que surgem dados ruins sobre a economia, com inflação em alta e recorde negativo na conta corrente do país, eis que mais uma agência de risco concede o grau de investimento ao Brasil, animando os mercados.
Só falta o Corinthians ganhar do Botafogo na noite de hoje...

Parlamento colombiano começa a investigar Uribe por suborno

Uma comissão parlamentar deu início na quarta-feira a uma investigação sobre o suposto envolvimento do presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, em um caso de suborno a uma ex-deputada para que votasse a favor da sua reeleição.
O governo já está politicamente abalado com as investigações contra cerca de 60 parlamentares aliados seus, acusados de ligação com grupos paramilitares de direita. Mais de 30 políticos já foram detidos, inclusive um primo de Uribe.
"Abrimos o processo preliminar", disse a jornalistas o deputado Edgar Torres, membro da CPI, referindo-se à denúncia de suborno na emenda que autorizou a reeleição do presidente, em 2006. "O país precisa poder descobrir o que aconteceu", afirmou.

MINC: UM FUNDO INTERNACIONAL PARA AMAZÔNIA

O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc anunciou a criação, no próximo dia 5 de junho, de um fundo privado, com recursos nacionais e principalmente internacionais, para estimular ações de desenvolvimento sustentável na Amazônia.
Sem dar mais detalhes da idéia, Minc disse que o fundo será administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e já teria uma doação inicial de US$ 100 milhões da Noruega.
“Vamos trazer recursos para manter a floresta em pé. A lógica é a seguinte: todo mundo diz que a Amazônia é importante, todo mundo chora quando cortam uma árvore da Amazônia. Agora, temos 25 milhões de pessoas que vivem na Amazônia. E nós precisamos de recursos para essas pessoas sobreviverem com práticas sustentáveis”, disse em entrevista ao final da cerimônia de posse.
Minc anunciou que irá, na próxima quinta-feira, à conferência ambiental das Nações Unidas, em Bonn, na Alemanha. “O que eu vou dizer para os ministros de Meio Ambiente, em Bonn, é que nós somos soberanos, mas que as contribuições são bem-vindas para que possamos exercer nossa soberania ambiental e a sobrevivência digna de 25 milhões de pessoas que vivem na Amazônia”, afirmou.

OUTRORA

"Sabia que posso matá-lo?"

Por Altino Machado
De Rio Branco (AC)

Uma das entrevistas mais emocionantes de minha vida profissional foi a que fiz com coronel Hildebrando Pascoal para o Jornal do Brasil, em julho de 1996.
Baseado no relatório do Ministério Público Federal, o JB publicou um quarto de página sobre o clima de terror no Acre desde o assassinato de Itamar Pascoal. O texto foi publicado sem que eu tivesse conseguido ouvir o coronel, embora tenha telefonado para a casa dele e deixado recado dando conta de minha intenção.
No dia seguinte, Hildebrando telefonou para mim:
- Você quer falar comigo? Então venha até a minha casa.
Confesso que fui rezando, sozinho. Ao chegar à casa, o coronel abriu o portão. Logo avistei uns seis policiais armados, postados junto ao muro.
Havia duas cadeiras no pátio, bem perto da entrada da casa, de onde eu avistava a sala e nela as crianças de Jorge Hugo que ele mantinha em cárcere privado.
O coronel mandou que sentasse numa das cadeiras. Obedeci. Ele permaneceu em pé, dedo em riste. E com o corpo quase colado ao meu, advertiu:
- Você sabia que posso matá-lo aqui, agora? - indagou. Você é mesmo atrevido. Bem que seus colegas me avisaram - disse.
Entreguei-lhe, a pedido do procurador da República que estava preocupado com minha vida, a cópia do relatório. E Hildebrando então se deu conta de que eu não era o autor das denúncias.
- Coronel, estou aqui para que o senhor possa apresentar a sua versão. O jornal exige isso de minha parte - insisti.
- Você sabe como me defender - ele rebateu.
- A melhor pessoa para defendê-lo nesta hora é o senhor mesmo. Trouxe um gravador.
- Tudo bem, pode ligar.
Durante a entrevista compareceu o delegado Illimani Lima Suarez, um boliviano naturalizado brasileiro. Era o então secretário de Segurança, que obedecia ordens de Hildebrando e seu bando. Para livrar a pele, no curso do processo Suarez virou testemunha de acusação do coronel.
Pois bem, ao término da entrevista, agradeci ao coronel e ele disse ter imaginado que ao me receber em sua casa, iria receber o capeta.
- Altino, seus maiores inimigos são alguns colegas seus de profissão. Eles me telefonam quase todos os dias falando horrores de você.
Não sem antes dizer:
- Você é mesmo um grande filho da puta. Me fez falar de algo que eu não queria. Agora você pode se considerar um homem vivo.
Mais adiante, quando a revista Veja usou o mesmo relatório do Ministério Público para a reportagem que resultou na cassação do mandato de Hildebrando, estive com a vida ameaçada.
O coronel estava em Rio Branco quando a reportagem foi publicada e eu trabalhava em A Gazeta. Na segunda-feira, cedinho voltei à casa do coronel. Ele não estava e deixei recado, explicando ao sogro dele que não pretendia escrever nada a respeito da reportagem da revista, a menos que o coronel quisesse contestá-la.
Anos depois, o jornalista Roberto Vaz contou que, naquele dia, conversava com o jornalista Luis Carlos Moreira Jorge, então assessor de imprensa da prefeitura de Rio Branco, quando o colega atendeu uma chamada no telefone celular.
- Roberto, conversamos depois. O pessoal está caçando o Altino, a mando do Hildebrando. Vão matá-lo agora - disse Moreira Jorge após desligar o telefone.
Amigo do coronel, Moreira Jorge o encontrou pessoalmente, mas levou algumas horas até demovê-lo da decisão de tirar minha vida. Já tive a oportunidade de agradecer ao Moreira Jorge, que é colunista político de A Gazeta.
Ter sobrevivido aos sobressaltos daqueles dias de terror, quando tive que fugir do Acre várias vezes, me fez acreditar um pouco mais na existência de Deus e da Rainha da Floresta.

Fonte Terra Magazine

terça-feira, 27 de maio de 2008

FIQUEM DE OLHO

A FILHA DO MINISTRO DIEGO MANTEGA


OS JURÄSSICOS

Por Eduardo Almeida

Há males que vêm para o bem. Tomara que a ferida aberta às vésperas do último Dia do Índio por declarações públicas de um general comandante e a próxima decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a demarcação de terra indígena em Roraima possam permitir ao Brasil avançar na superação de um contencioso tão antigo quanto vergonhoso.
Enquanto o mundo avança a passos largos para ordenamentos evoluídos, democráticos, acolhedores e valorizadores da diversidade étnica e cultural, setores poderosos de alguns países, sem nenhum constrangimento, investem no racismo, na exclusão explícita, e ainda no desafio às leis.
Assustador é que tais posicionamentos podem apresentar argumentos baseados em conceitos jurássicos, falta de informações e dados falsos. Não mostram vergonha qualquer de passar recibo de ignorância e visão atrasada. Também não se constrangem em mostrar alinhamento político-ideológico escancarado. Não surpreende que um partido e outras figuras à direita do nosso leque político tenham se manifestado em apoio ao general e festejado a última decisão de um ministro do Supremo.
Claro que inúmeras vozes vêm respondendo de pronto a essas desastradas manifestações. Talvez a grande mídia não venha dando o devido relevo ao debate, e isso preocupa. Mas o Brasil e os brasileiros são preponderantemente grandes, no sentido qualitativo, e, de alguma forma, o triste episódio propiciará a superação de velhas práticas e terríveis preconceitos.
Não é de agora que autoridades militares e magistrados vêm se manifestando na contramão de uma política de respeito às diferenças e diversidade étnica de nosso País, sobretudo quando estão em jogo direitos de povos indígenas. Mais ainda quando terras indígenas se encontram em áreas de fronteira e em litígio com invasores econômica e politicamente poderosos, quando não envolvidos com truculência e corrupção.
Isso vem de longe. Em linha contínua, ora explícita ora veladamente, desde os tempos da ditadura militar. Um fato para reflexão.
Decididamente, não engrandece nem traz segurança aos brasileiros perceber que alguns de nossos chefes militares estão mais preocupados com terras indígenas e ONGs indigenistas do que com contrabandistas, bio e geopiratas, traficantes de drogas e armas e grandes investimentos estrangeiros predatórios e suspeitos, como ocorre no mesmo Roraima. A paranóia anti-ONG no Brasil, sustentada, aliás, com ardor por um exército de políticos bem conhecidos, assume ares de um ridículo e hipocrisia incríveis.
Há ONGs e ONGs, assim como há empresas e empresas, etc. As ONGs com as quais devemos certamente nos preocupar são justamente as aliadas dos políticos e militares de extrema direita ou de postura ética duvidosa. Criar fantasmas para a opinião pública é desonesto e deveria ser passível de processo criminal. O Terceiro Setor, isto é, as ONGs, são um fenômeno salutar do mundo contemporâneo. As democracias mais maduras e a própria ONU festejam publicamente. Mas no Brasil se insiste com uma paranóia que chega a ser cômica.
Quanto aos povos indígenas, o Brasil deve mesmo, com certeza, reconhecer seus direitos, assegurar-lhes existência e identidade própria dignas. E superar de uma vez por todas a era do colonialismo, do racismo, do esbulho e dos etnocídios e genocídios. Continuar pensando nos povos indígenas como "entraves", "perigos" ou coisa semelhante é a postura mais estúpida que se pode conceber. O general criticou a política indigenista caótica do nosso governo. Mas ele parece propor uma alternativa assimilacionista travestida que seja de integracionismo. Ele não deve ser ingênuo, assim poderíamos inferir que ele deseja o fim dos povos indígenas. Ele talvez ainda reze naquela cartilha velha de "civilização versus barbárie"! Incrível. Disse que não se pode impedir o convívio entre indígenas e os demais brasileiros. Ele poderia ter nos poupado dessa besteira. A lei e os princípios internacionais não impedem convívio, de resto inevitável e natural.
Infere-se que, para o general, identidade, direitos originários, integridade físico-cultural, territorialidade, etc não têm o menor significado. É surpreendente que um chefe militar de um país importante hoje no mundo se mostre tão alienado em relação a uma das questões mais cruciais da contemporaneidade. Em que mundo ele vive? É possível uma boa política de defesa de um país com tal grau de alienação ou desconhecimento em relação a temas tão centrais para a Humanidade e as Nações? É aceitável uma instituição militar numa democracia plena com direção tendente a posturas doutrinarias nitidamente de cunho político-ideológico?
E o que dizer de juízes que se deixam levar por cantilenas político-ideológicas e inverdades grosseiras ao tomar uma decisão que prejudica a parte secularmente oprimida? Nós não vivemos mais o colonialismo, pelo menos em tese, nem sob doutrinas etnocêntricas. O Estado precisa ser democrático; não apenas o governo. No nosso caso, falta muito para que tanto um como outro se afirmem num regime que concede e respeita direitos a todos, sobretudo direitos coletivos, que devem naturalmente preceder os individuais.
A idéia de que os povos indígenas de Roraima (ou de qualquer lugar) são "empecilhos ao desenvolvimento" é absolutamente sinistra. A que desenvolvimento se referem essas pessoas? No caso de Roraima, essa idéia é completamente desprovida de qualquer realidade. Se a Terra Indígena Raposa/Serra do Sol ocupa cerca de 8% do território do Estado, e todas as demais terras indígenas mais unidades de conservação ambiental representam 43%, devemos festejar. Isso é desenvolvimento! Os demais 57% de Roraima, cuja população rural está abaixo de 90 mil pessoas, representam uma área maior que a de 9 estados brasileiros. Desses nove, o que menos população rural tem é Sergipe, com mais de 900 mil habitantes! Além disso, um alto percentual das terras indígenas do lavrado (savanas regionais), como a própria Raposa Serra do Sol, tem uso agropecuário restrito por 5 a 7 meses do ano devido às alagações típicas.
Grande parte da Terra Yanomami, na área de mata, tem topografia muito acidentada, imprópria também para uso agropecuário. Esses problemas já não ocorrem tanto no tal "restante" do Estado. Os povos indígenas do lavrado e do sul do Estado são tradicionais agricultores e pecuaristas. Se sua tecnologia é diferente e sua produtividade relativamente baixa, isso é outra estória. Muitos fazendeiros e assentados não-indígenas também ostentam baixíssima produtividade, além de muitas vezes usarem práticas altamente predatórias.
Outra tolice é opinar sobre "nações indígenas independentes" em contextos como o da América do Sul. Generais e políticos conservadores de países vizinhos também adoram esse bordão surrado. O Estado "moderno" e a Nação-Estado tal como temos hoje são criações recentes na história da Humanidade. O Estado Brasileiro "moderno" é ainda uma novidade para milhões de sertanejos, favelados, quilombolas, seringueiros, povos indígenas e tantos outros segmentos populacionais. Com lamentável freqüência esse Estado costuma aparecer para essas populações como repressor, legitimador de esbulhos, agressões, marginalizações, massacres e coisas assim.
Mas na lei maior, o Estado brasileiro é de todos. Deve assegurar direitos e proteger a todos, sem exceção. Se o Brasil e o Estado brasileiro tem seus povos indígenas como cidadãos plenos, os inclui, estes não terão provavelmente necessidade sequer de pensar em organizar um Estado próprio. A nossa Constituição ainda não fala em Estado Plurinacional, como outras já fazem, mas certamente evoluiremos para isso, e, de qualquer forma, nossa Legislação já reconhece direitos fundamentais substanciais aos povos indígenas, inclusive o reconhecimento de suas especificidades etnoculturais e de seus territórios.
Parece, de fato, que temos dois Brasis em confronto: um da paz, da dignidade humana, da Justiça e da Democracia, e um outro ultrapassado, mas autoritário, truculento e insistente. Vamos ter que evoluir muito nesse embate.

Eduardo Almeida é indigenista, jornalista, ex-presidente da Funai, ex-membro do Foro Permanente de Assuntos Indígenas da ONU, atuou de 2004 a 2007 assessorando programa indígena em Roraima, como consultor da Eletronorte.

O REI DA SOJA NÃO GOSTA DA PF

O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), criticou a Polícia Federal no combate à devatação da Amazônia, em entrevista à Folha de S.Paulo. Disse também que os dados sobre desmatamento divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) "não existem".
Veja o que somos obrigados a ouvir de Blairo Maggi: "Você pega uns garotos novos, que vêm do Sul e Sudeste, dá uma roupa de policial, uma metralhadora, e ele chega aqui achando que vem salvar o mundo. Bate uma foto e mostra para a mãe lá no Sul: 'Estou salvando a Amazônia'".
Se depender de caras como este o Brasil vira pasto para o gado ou um deserto verde e envenenado pelos agrotóxicos. Este cara parece que odeia a natureza.. Só pensa no dinheiro.
Blairo Maggi é um símbolo da vergonha nacional. Campeão do desmatamento, demagogo e hipócrita.
Blairo Maggi foi alvo de críticas por parte do novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que disse que o governador, se pudesse, plantaria soja "até nos Andes".

EM INCURSÃO NO PIG DILMA ROUSSEFF DEU UM SHOW

A Ministra Dilma Rousseff esteve no programa do Jô, e deu um show de conhecimento, nacionalismo, integridade, dedicação ao Brasil e ao povo brasileiro.
Não sei se foi o medo do gordo levar uma resposta como levou o Agripino, mas a entrevista foi uma rasgação de seda bem diferente do clima "meninas do Jô". O gordo comportou-se quase como um puxa-saco.
Dilma dominou o Jô, a platéia, e deve ter dominado a audiência.
Jô Soares chegou até a reprisar no telão a histórica pergunta de Agripino sobre a tortura, e a resposta da Ministra.

GOVERNO LIBERA VERBAS PARA O INSTITUTO CHICO MENDES

O Ministério do Meio Ambiente liberou R$ 6,2 milhões para a capacitação de populações tradicionais das Unidades de Conservação de Uso Sustentável Federais, sob responsabilidade do Instituto Chico Mendes, autarquia vinculada ao governo federal. O objetivo é formar agentes e moradores para que protejam os territórios e participem da implementação de políticas públicas de uso sustentável nas unidades.
De acordo com a Portaria nº 143, publicada na edição do "Diário Oficial da União", o instituto deverá encaminhar ao ministério relatórios trimestrais detalhando a aplicação dos recursos. Unidades de Conservação de Uso Sustentável são locais de preservação que admitem presença de moradores, como as Florestas Nacionais e Reservas Extrativistas.

LULA VAI PREMIAR QUEM ENCONTRAR UM PRODUTO QUE CAIU DE PREÇO COM O FIM DA CPMF

Ontem em Diadema, o presidente Lula disse que vai dar um prêmio para quem achar algum produto que teve seu preço diminuído com fim da CPMF.
Lula não vai precisar pagar prêmio algum. A única coisa que alterou com o fim da CPMF foi o lucro das empresas.
A CPMF não era um imposto ruim, pelo contrário, de baixo custo arrecadatório, ajuda a controlar a sonegação, e ainda conseguia tributar o setor informal.

De todo modo a declaração do Presidente era a informação que faltava para comprovar que o Governo quer a volta do tributo.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

PIG

"Como a grande imprensa manipula o noticiário":

A Folha de S. Paulo desta segunda-feira se superou publicando na primeira página a chamada a seguir:
A cada R$ 1 doado ao PT, empresas recebem R$ 54.
Pois bem, o leitor vai lá para dentro do jornal e lê a matéria, publicada com os seguintes título e linha-fina:
Governo paga a empresas 54 vezes o que doaram ao PT
Só das 20 maiores contribuintes, partido recebeu R$ 8,7 milhões no ano passado
No segundo mandato de Lula, empresas receberam R$ 473 milhões do governo federal; PT foi o partido que mais obteve contribuições
Mas eis que o distraído leitor vira a página e se depara com a seguinte preciosidade
Doadoras do PSDB obtêm contratos de R$ 3,4 bilhões
Andrade Gutierrez e Odebrecht ganharam licitações em Minas Gerais e São Paulo
Construtoras doaram ao todo R$ 2,4 milhões ao partido nacional em 2007; empresas dizem que doação foi feita de acordo com a lei
Ora, para chegar nos tais R$ 54 que as empresas doadoras do PT receberam a cada R$ 1 doados ao partido, a Folha dividiu o total recebido (R$ 473 mi) pelo total doado (R$ 8,7 mi).
No caso do PSDB, a mesma divisão mostra que a cada R$ 1 doado aos tucanos, as empresas receberam exatos R$ 1416. Mas o jornal paulistano do PIG achou que os cinquenta e quatro contos do PT merecem mais destaque do que os R$ 1416 do PSDB.

Fonte Entrelinhas


Uma manchete justa talvez fosse "Doação ao PSDB dá às empresas retorno 26 vezes maior do que doação ao PT"
É mole né?

FARC CONFIRMAM MORTE DE MARULANDA

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) confirmaram a morte de Manuel Marulanda, um dos fundadores da guerrilha e seu líder máximo. ''O grande líder se foi'', informaram as Farc em comunicado, destacando também que Alfonso Cano, considerado o atual dirigente ideológico da guerrilha, vai assumir o comando.
Marulanda foi vítima de um ataque do coração, no dia 26 de março, aos 77 anos. É a terceira grande perda seguida na cúpula das Farc. Em 2008, morreram o número 2 da guerrilha, Raúl Reyes, em ataque colombiano em território equatoriano, e Iván Rios, assassinado por seu próprio segurança.
Pedro Antonio Marin, conhecido como Manuel Marulanda Vélez ou Tirofijo (tiro certeiro, em espanhol), nasceu em 12 de maio de 1930 em Génova, departamento de Quindío. Antes de deixar o povoado, ''expulso pela violência'', foi açougueiro e lenhador. Segundo alguns de seus biógrafos, ganhou o apelido de Tirofijo pela boa pontaria, dizia-se que, ''onde punha o olho, punha a bala''.
Nos anos 60, com Luis Alberto Morantes, foi um dos fundadores, das Farc,

DE MALA E CUIA?

O PT do Acre mobilizou uma pequena platéia para a "homenagem" àquela que é considerada umas das 50 personalidades que podem ajudar a salvar o Planeta.
Não compareceu nenhum vereador, deputado estadual, deputado federal, senador ou ex-governador.
Não estavam lá os petistas que defendem o cultivo de cana-de-açúcar no Acre, a prospecção de petróleo, muito menos aqueles que organizaram caravanas para defender nas audiências públicas, em Rondônia, a construção das usinas do Rio Madeira a qualquer custo.
Tampouco compareceram os petistas que viraram pecuaristas, que bebem uísque contrabandeado da Bolívia nas mansões de fazendeiros que participaram do complô que assassinou o seringueiro Chico Mendes, os que conspiram pela redução da área de reserva legal na Amazônia ou que passaram a defender os transgênicos após ganhar viagem ao exterior patrocinada pela multinacional Monsanto.
Além de alguns amigos da senadora, havia o suplente dela, o prefeito de uma cidade do interior e um secretário de Estado que falou em nome do governador do Acre, o petista Binho Marques.
A ex-ministra falou:
"O PT do Acre não é o PT do Brasil. E o PT do Brasil não incorporou a questão ambiental em suas fileiras. O PT precisa compreender que, se ele não for capaz de se alinhar às utopias do século XXI, vai ficar fazendo o discurso do século XIX.
O PT do Acre pode dar essa contribuição. Nós precisamos nos atualizar e nos ressignificar sob pena de ficarmos na contramão da história e não sermos mais capazes de tocar no coração e nas mentes daqueles que projetam as esperanças e as utopias para o futuro."
Vários amigos dela comentavam após a "homenagem" que não conseguem entender de onde a "neguinha" tira tanta força para suportar os "cabeças-de-bagre e suas trairagens", dentro e fora do Acre.

Fonte Terra Magazine

sexta-feira, 23 de maio de 2008

CHARGE

De Alma Lavada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou a oficialização por meio de assinatura de tratado da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), grupo formado por representantes dos 12 países da América do Sul, e disse que está de "alma lavada". Segundo Lula, a formalização de um acordo como este vai integrar os países sul-americanos o que representa um progresso "gigantesco" pois, na visão de Lula, no passado ninguém imaginaria uma união com tal representatividade.
"Estou de alma lavada por que parecia impossível a quatro anos atrás, nós três (Lula, o presidente da Bolívia, Evo Morales e a presidente do Chile, Michelle Bachelet) sentados nesta mesa comunicando que finalmente demos um passo importante em benefício da nação sul-americana", disse.

Índios isolados são fotografados pela 1ª vez no AC

Foto por Gleilson Miranda/Funai

Após quase 20 horas num avião monomotor, o sertanista José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai, comandou um sobrevôo que resultou nas primeiras fotografias dos índios de uma das quatro etnias isoladas que vivem na fronteira do Acre com o Peru. As mulheres e suas crianças fugiram para a floresta em busca de proteção, enquanto os guerreiros da tribo se posicionaram e reagiram atirando flechas no avião.
Nós já sabíamos da existência desses povos, mas, a partir de agora, temos a prova material de que a região é uma das poucas que abriga as últimas etnias isoladas ou desconhecidas do Planeta afirma José Carlos Meirelles, com exclusividade para Terra Magazine.
Espero que divulgação das imagens sirva para sensibilizar a opinião pública, dentro e fora do país, da necessidade imperiosa de preservação ambiental e de proteção dos povos desconhecidos ou isolados que se recusam o contato com a civilização branca há mais de 500 anos, apela José Carlos dos Reis Meirelles.

RAPOSA SERRA DO SOL, O DEDO MILITAR

Enquanto o PIG usa o incidente do evento público no Xingú com a agressão a um funcionário da Eletrobrá como pretexto para criminalizar os Povos Indígenas e seus direitos, a PF avança nas investigações sobre os ataques a balas contra os Indios em Roraima.
Para a Polícia Federal há indícios de que um coronel da reserva do Exército ajudou arrozeiros liderados pelo produtor e prefeito de Pacaraima, Paulo César Quartiero (DEM) a atacarem indígenas favoráveis à retirada de não-índios da reserva Raposa/Serra do Sol.
A PF também identificou dois pistoleiros do Pará que participaram diretamente da ação que feriu nove índios.
A polícia suspeita que o coronel da reserva Gélio Augusto Fregapani e que outros dois militares (que não foram identificados) atuaram na logística de resistência dos arrozeiros, evidenciada pela tática de guerrilha usada no episódio.
Segundo policiais, as 149 bombas encontradas na Fazenda Depósito, propriedade de Quartiero, foram produzidas com o auxílio de militares.
Há a suspeita de que Gélio Fregapani preste serviço "técnico" à Associação dos Rizicultores de Roraima. O coronel é ex-funcionário concursado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Em 2005, ele produziu para a Abin relatório em que ataca a demarcação contínua. "É evidente o interesse estrangeiro na demarcação contínua", escreveu Fregapani. "Temos indícios [da participação dos militares], estamos atrás de provas que confirmem a ajuda deles na guerrilha de Quartiero", disse à Folha o delegado Fernando Segóvia, responsável pela Operação Upatakon 3, iniciada em março para retirar não-índios da reserva.
O STF suspendeu a operação e deve julgar o mérito das ações até meados de junho.
O relatório assinado por Fregapani, conta Segóvia, reforça a suspeita de sua ligação com arrozeiros. Já os pistoleiros contratados por Quartiero tiveram participação direta no ataque, diz a PF. Eles estão foragidos. A PF mantém sigilo sobre nomes e local onde atuavam.Quartiero nega que os arrozeiros da reserva receberam ajuda de militares e a contratação de pistoleiros do Pará. "Isso é folclore, é ilação." Porém, se disse amigo de Fregapani.

AMARELOU....

É sempre assim, quando uma CPI começa a atingir os demo-tucanos, a oposição "amarela" e trata de encerrá-la.
Faltou quorum até para terminar de inquirir José Aparecido, que foi dispensado de depor. E faltou quórum pela ausência de oposicionistas também. Os ânimos são de apagar das luzes.
Há cheiro de conchavo no ar. A CPI atingiu em cheio Álvaro Dias, e começou a respingar em toda a cúpula tucana, começando por Arthur Virgílio.
Depois que a tapioca federal virou SERRAcard, a CPI passou a ser tocada pelo "baixo clero" do Congresso. A falta de rumo levou a lançar o factóide do dossiê. Outro tiro no pé, que pode levar à cassação de Álvaro Dias, e se procurassem bem, talvez até de Arthur Virgílio.
O impressionante é o fundo do poço a que chegou a oposição, com sua atuação desesperada na fabricação deste escândalo chamado "dossiê".
Hoje os oposicionistas devem estar barganhando a cabeça do Álvaro Dias em troca de desistir de pressionar pela demissão de algum funcionário do terceiro escalão na casa civil.
Quem diria: um Senador da oposição, ex-governador de um dos estados mais ricos do Brasil, valendo o mesmo ou menos que assessor do terceiro escalão, nas barganhas políticas.

JEITO TUCANO

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) decidiu exonerar do cargo de assistente parlamentar o filho do ministro Hélio Costa (Comunicações). A Folha revelou ontem que Eugenio Alexandre Tollendal Costa é funcionário-fantasma do Senado. Desde 2003, ele está lotado no gabinete do senador, mas ninguém o conhece no local, nem mesmo o tucano.
Eugenio deve ser acomodado no gabinete do suplente do pai. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse à Folha que "está avaliando" a possibilidade de contratá-lo. "Vou ver se a minha home page está precisando ser atualizada.
Ele [Eugenio] é bom nisso." O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), afirmou que vai levar o caso para a Mesa Diretora. Ele acha que é preciso impor mais regras para a nomeação de servidores em cargos de comissão fora de Brasília.

SIC!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O RELATO DA CONFUSÃO NO XINGÚ

Por André Costa Nunes

Minha comunicação via internet aqui em Altamira está péssima, mas vou te relatar, da maneira mais sucinta possível, começando pelo fato, cujas imagens deves ter visto pelos noticiários, o que aconteceu no encontro “Xingu Vivo para sempre”, de 19 a 23 de maio de 2008 promovido por dezenas de ONGs e Associações.

PREPOTÊNCIA E COVARDIA

No segundo dia do evento, vinte de maio, no Ginásio Poliesportivo de Altamira, a programação previa, após o intervalo para o almoço, em uma inversão da ordem de apresentações e debates, o tema Belo Monte e outras hidrelétricas planejadas para o Xingu. Debate este que se pretendia racional e técnico.
- O Primeiro a falar, com insuspeitada competência técnica e equilíbrio, foi o professor Osvaldo Sevá da UNICAMP, autor de um alentado estudo sobre as diversas alternativas propostas para as hidrelétricas do Xingu e seus efeitos e impactos sócio-ambientais.
- O segundo foi o Sr. Paulo Fernando Vieira Souto Resende, coordenador de estudos da AHE de Belo Monte Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS.

A prepotência

O Sr. Paulo Fernando, debaixo de esparsas vaias, como, aliás, era de se esperar, pois o circo não fora armado para ele, muito pelo contrário, tinha o objetivo explícito de unir forças contrárias a construção da barragem, portanto, o que dissesse seria irrelevante, mas pelo menos um simulacro de democracia.
A fala do senhor Paulo foi um primor de arrogância e prepotência. Falou como nos bons tempos ditatoriais, ou melhor, falou a fala do trono.
Procurou diminuir os argumentos do professor Sevá e, em outras palavras, deixou claro que a decisão estava tomada. Disse isso, repito, de maneira arrogante e soberba. Com a sutileza de um elefante em loja de louças.
As vaias foram inevitáveis, mas comedidas.
Em seguida falou um representante do Movimento dos Atingidos por Barragens de Tucurui – MAB. Um discurso inflamado e contundente. Em um determinado momento usou a termo GUERRA!
Fechou o tempo. Como se fosse uma palavra-de-ordem, uma senha, que sinceramente acreditamos que não foi, os Caiapós ensandecidos, facões em punho, liderados pelas índias, mais belicosas que os homens, partiram para cima do grupo de palestrantes e organizadores, inclusive o bispo dom Erwin da prelazia do Xingu. Buscavam especificamente ao representante da ELETROBRAS.
Foi uma cena de barbárie explícita. Deprimente e covarde. Sobrou até para os apaziguadores.
Repórteres e cinegrafistas corriam para registrar a cena. Organizadores estáticos, inermes, não conseguiam conter a turba, até porque, a ameaça pairava também sobre eles.
Nas arquibancadas repletas de estudantes adolescentes e crianças, choro, pânico, pavor.
No chão da quadra, um homem, o senhor Paulo da Eletronorte espezinhado, retalhado.
Sangue, muito sangue. A camisa retalhada e arrancada a facão. Os farrapos nas pontas das lanças como alegorias de um ritual macabro.
Não sei exatamente como e porque parou. Talvez porque a simples visão daquele sangue fosse suficiente para saciar tanta sandice.

O dia anterior

Creio que os acontecimentos descritos fossem de certa maneira previsíveis.
19 era o dia da abertura do evento. Perto de mil índios e índias, de diversas etnias apresentaram-se em grupos separados, um de cada vez. Dançavam armados de facões e bordunas e pintados para a guerra. Não confraternizavam com não índios, nem entre si.
O ponto alto foi a apresentação dos Caiapós chefiados pelas evoluções da índia Tuíra que dezenove anos atrás, em encontro semelhante, foi manchete de todos os jornais do mundo, quando ameaçou com um facão um diretor da Eletronorte. A cada evolução da guerreira seguiam-se aplausos da platéia. O mote era o mesmo: a hidrelétrica de Belo Monte na Volta Grande do Xingu, naquele tempo com o nome de Cararaô.
Ali já estava identificado o inimigo: a Eletrobrás, Eletronorte e quem mais fosse a favor da barragem. Desenhava-se assim o previsível desfecho do dia seguinte.
Por fim, como se costuma dizer, “entre mortos e feridos escaparam todos”. Por pouco a tragédia não foi maior.
A luta do movimento “Xingu Vivo para sempre” era legítimo antes e o será depois desse encontro.

“yo no creo en brujas, pero que las hay, hay”.

Ps: as cenas, após editadas pela televisão (ah, esse tal de tempo curto na televisão!) não refletem, nem de longe as tensões, aqui, presentes.

André Costa Nunes, de Altamira.

ANÁLISES E OPINIÕES

A DECADÊNCIA DE UM CLÃ
(Balanço das primárias democratas)

Por Idelber Avelar

O declínio de um clã tende a ser mais melancólico que o de uma pessoa, já que ao indivíduo costuma estar dada a possibilidade de ir descendo com um pouco mais de dignidade. Os clãs, especialmente os da política, têm excessivas obrigações, digamos, teatrais. Quanto maiores e mais poderosos são, mais ampla será a discussão interna acerca de como admitir, com classe, que sofreram a derrota emblemática, a que indica, nas palavras do NYT, uma troca da guarda. É a história dos Clinton nos últimos poucos meses e, especialmente, nesta semana.
“Derrota” aqui é relativo, claro. Hillary continua senadora poderosa de NY e Bill uma referência ineludível de presidente de sucesso, apesar de tudo. Eles mantêm considerável poder de barganha e força no partido. Mas a história recente indica a derrota, mais que da candidatura Hillary, da estratégia que os Clinton canonizaram nos 90: a combinação entre a apropriação de bandeiras republicanas -- rigor fiscal, “transição do welfare para o trabalho” etc. --, as táticas violentas de corpo-a-corpo contra os adversários políticos e um componente populista com algumas bandeiras, defendidas com a consciência de que apelos simbólicos bem manipulados são suficientes para manter feliz uma parte cativa do eleitorado do Partido Democrata (leia-se aqui: negros).
Este último componente sustentou aquele escandaloso mito, o de Bill Clinton como o “primeiro presidente negro” dos EUA -- idéia que talvez seja a principal baixa, o mais ilustre cadáver da campanha destas primárias, em que Hillary concorreu contra Barack Obama como se ela fosse a candidata do Partido Republicano. Os Clinton não esperavam cair assim: no ano da “candidata inevitável” (slogan da campanha de Hillary até aproximadamente jan./08), surpreendidos por um garoto de 40 e poucos anos, senador júnior, ao mesmo tempo de origem humilde e de Harvard e, para piorar, mais brilhante retoricamente que Bill, pondo-o no chinelo na batalha discursiva da campanha. Para completar o baile, ainda por cima, o cara é preto. É surpresa demais para quem traz a história que trazem os Clinton.
Por isso há que se dar tempo para combinem entre si a forma mais elegante de ir admitindo a derrota (de qualquer forma, não interessa a Barack Obama ser coroado semi-oficialmente na semana que antecede a primária da Virgínia Ocidental). Esta derrota não seria difícil de assimilar para um grupo menos ambicioso que os Clinton: caramba, não é vergonha para ninguém perder por aproximadamente 52 x 48 no cômputo geral, mantendo um assento no senado por Nova York e a opção de ser líder da maioria ou qualquer outra coisa que quiser (não a Vice-Presidência na chapa Obama, que não é boa idéia para ninguém). Mas, para os Clinton, é uma dinastia que se desmorona.
Quando se diz aqui “os Clinton”, entenda-se não só Bill e Hillary, mas todo um grupo (cuja estratégia política fica em mãos de James Carville, Mark Penn etc.) que é diretamente responsável por uma campanha eleitoral que foi a maior acumulação de sandices das Américas desde que Parreira inventou o 6-0-4. Primeiro havia que se coroar Hillary antes de começar o jogo, pois era a candidata “inevitável”. Esta tática durou até as primárias de Iowa – estado branquelíssimo -- em que Barack levou, John Edwards ficou em segundo e Hillary em terceiro. Daí houve o breve momento pseudo-feminista da campanha, a rápida virada de Hillary em New Hampshire com o choro emocionado num diner e o tema do I found my voice. Quem conhecia sua trajetória com as bandeiras feministas --- assim como com as sociais, as raciais, as democráticas – sabia que a transcendência delas para Hillary sempre havia sido eminentemente eleitoral. Feministas atrás de feministas atrás de feministas já haviam aderido à campanha de Obama. Em todo caso, o momento morreu ali porque nas primárias seguintes Obama passou a vencer também entre as mulheres, na maioria dos estados.
Daí foi morro abaixo: dos ataques pessoais contra Obama inaugurados na Carolina do Sul aos argumentos usados para desqualificar os estados que votaram nele na Super-terça, definiu-se o que seria o perfil da campanha de Hillary. Era a chamada kitchen-sink strategy, que se poderia traduzir livre e futebolisticamente como abaixo do gogó tudo é canela ou se não sangrou nem fraturou, não é falta. A barragem de ataques foi coisa que não se via em décadas no Partido Democrata. Paralelamente, operava a tática da inevitabilidade: as vitórias do adversário haviam que ser desqualificadas. Não valem vitórias em estados que certamente votarão Republicano no outono (Utah, Idaho), não valem vitórias no Sul de concentração negra (Mississippi, Geórgia, Louisiana), não contam os estados que usam assembléias em vez de cédulas (Maine, Alaska, Kansas). Havia que se pensar no candidato que poderia derrotar McCain nos chamados swing states. Daí Obama passa a vencê-la em vários swing states (Virgínia, Colorado, Wisconsin, Missouri) e a estratégia da desqualificação assinada por Mark Penn e Carville em nome dos Clinton passa a precisar de malabarismos ainda mais mirabolantes. A última tentativa foi grudar em Obama o rótulo de inelegível porque ele continuava perdendo entre o eleitorado hillbilly dos Apalaches.
Enquanto Obama se consolidava como o “candidato da esperança e da mudança”, Clinton se credenciava como a candidatura que dizia duas coisas: 1) “essas mudanças não acontecerão tão facilmente como vocês imaginam”; 2) elections are a full-contact sport [eufemismo para vamos dar porrada mesmo] and if you can't take it, drop out of it. Quando eclode o escândalo fabricado com o pastor Jeremiah Wright e Obama tem seu primeiro momento de baque real, ao invés de abraçar a chance de fazer uma campanha coerente com a história do partido, Hillary embarca na tática do culpado por associação de estirpe republicana: e dá-lhe declarações de que eu teria saído daquela igreja, dá-lhe falsa indignação com ele ficou 20 anos naquela igreja, dá-lhe vídeos estilo política do medo, dá-lhe hesitação calculada em cadeia nacional ao responder a pergunta sobre ela saber ou ou não que Obama sempre foi cristão e nunca muçulmano.
O que é mais promissor nestas primárias é que Obama teve N chances de desenterrar esqueletos dos Clinton para uma campanha negativa e não o fez (e, acredite, como há esqueletos no armário! Comecemos onde? Em 1975?). Algumas dessas possibilidades de adoção da kitchen-sink strategy viraram até enquete no blog. Obama as recusou, como a maioria. Criticou, claro, Clinton em questões legislativas (seu voto pela guerra do Iraque, a demagógica proposta de suspender o imposto da gasolina por um verão e fingir que as petroleiras pagarão a conta), mas só quem falsifica a realidade em nome da preferência eleitoral ou da “ponderação” veria, nestas primárias americanas, as baixarias como responsabilidade das duas campanhas. Não. Foi a estratégia de um clã em declínio, recusada pelo outro lado.
Essa é a gigantesca tarefa do luto com a qual se defrontam hoje os Clinton: não só era um senador júnior; não só deu um baile retórico em Bill; não só chegou a Harvard tendo sido pobre; não só, heresia das heresias, era preto. Ainda por cima ganhou jogando limpo. É muita petulância. Ora, ora, desde 1992 se sabia – supúnhamos – que política não é um jogo que se ganha jogando limpo.
A reversão desta "lei" é o legado da vitória parcial de Obama e a imensidão do choque que os Clinton têm sobre o seu colo. Que caíssem num tiroteio contra a extrema-direita de Rush Limbaugh e Kenneth Starr era um final heróico para o qual estavam preparados. Que tenham caído agindo como Limbaugh, contando com o apoio de Limbaugh (que os preferia como adversários) e tentando manchar um jovem senador negro que veio como candidato da esperança foi, sem dúvida, uma amarga ironia que a História reservou para os Clinton.
Por mais traições que tenham cometido, eles talvez não a mereciam. Mas é fato que ainda têm tempo de lidar com ela dispondo de alguma grandeza.

O Autor é blogueiro (biscoito Fino e Massa)

PIG DERRUBA AVIÃO EM SÃO PAULO

Para tirar o foco da atenção do depoimento do assessor do senador Alvaro Dias, o bloguero do PIG Noblat derrubou um avião.
Passou falsa informações para os deputados...
Em meio a CPI, o deputado Deputado Antonio Carlos Pannunzio PSDB , passou a notícia de que um avião teria caido em cima de prédios na cidade de São Paulo, e ainda aproveitou para fazer criticas ao setor aéreo: "Aconteceu de novo. De novo o caos aéreo domina esse país"....disse o deputado.
Na ânsia de buscar fatos reais ou imaginários negativos o PIG passou por um vexame histórico ontem ao "noticiar" a queda de um avião da Pantanal sobre um bairro de SP.
O ridículo começou pela Globonews, mas ninguém assumiu o vexame, todos culparam fontes imaginárias pela barriga vergonhosa. Imaginem quantos milhares de moradores da região sul de SP não devem ter entrado em pânico ao saber da pseudo-tragédia.

Os bombeiros informaram que o fogo acontece em uma fábrica de colchões

CRIMINOSOS

A oposição e a mídia tentaram mais uma vez, mas não conseguiram. Queriam um cadáver, uma cabeça. De preferência a da ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Dilma Roussef, mas se contentariam com a da secretaria executiva do ministério, Erenice Guerra.
O espetáculo na CPI da tapioca foi patético, tragicômico: um funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU), militante do PSDB agora trabalhando no gabinete do senador tucano Álvaro Dias (PR), inventando histórias, prestando-se ao papel de dedo duro e traidor, usando e abusando de seu triste script.
Os comentaristas, particularmente os das Organizações Globo, fizeram um tremendo esforço para transformá-lo em cidadão e funcionário público exemplar, cumpridor de seu dever. Tudo para provar que o governo elaborou um dossiê.
O senador tucano Álvaro Dias (PR) e seu assessor André Fernandes, responsáveis pelo vazamento de informações do banco de dados da Casa Civil não estão protegidos por lei do crime que cometeram, de violação do sigilo de documentosA Constituição protege o Senador com o sigilo da fonte, mas não o seu funcionário. E nenhum dos dois está protegido por lei do crime que cometeram. Nesse aspecto, tanto Álvaro Dias quanto seu assessor, André Fernandes, prevaricaram, violaram o sigilo de documentos públicos e organizaram conscientemente uma campanha de desestabilização do governo.

ENFIM....A CARA DELE

Escondido pela mídia o tempo todo, finalmente apareceu o rosto do assessor de Alvaro Dias (o Tucano vazador), André Eduardo da Silva Fernandes
André Fernandes mostrou-se frio, calculista,
e percebeu-se o gosto pela "arte" da conspiração política.
Especialista em CPI's, André Fernandes já esteve depondo na "CPI do Futebol" em 2001, desta vez mostrou-se muito nervoso e todo enrolado nas resposta, mais perdido do que cego em tiroteio.
Sua desenvoltura lembra muito a performance de PC Farias e Salvatore Cacciola em seus depoimentos em CPI's passadas.

OBAMA JÁ TEM MAIORIA MATEMATICA

Com vitória no estado de Oregon, Obama atingiu o número de 1.627 delegados eleitos, tornando impossível uma virada de Hillary Clinton. Clinton venceu por grande margem em Kentucky.
Com a marca de 1.627 delegados, Obama já conseguiu 50% + 1 do total de delegados em disputa.
Obama também tem maioria entre os superdelegados.
O senador Barack Obama disse esta noite em Des Moines, Iowa, que garantiu a vitória matemática entre delegados eleitos do Partido Democrata à Convenção Nacional que indicará o candidato à Casa Branca na última semana de agosto.
"Nós retornamos a Iowa com a maioria dos delegados eleitos", declarou Obama, falando no estado em que conquistou a primeira vitória da temporada, em janeiro.
Em seguida ele fez vários elogios à senadora Hillary Clinton e disse que o Partido Democrata estará unido para enfrentar os republicanos na eleição em novembro.

Enquanto isso Hillary insiste em não se declarar derrotada.

CONFUSÃO NO ENCONTRO DO XINGÚ


O engenheiro Paulo Fernando Rezende, da Eletrobrás, foi atacado ontem quando apresentava o projeto de construção da usina de Belo Monte, em Altamira, no Pará.

Índios da região não estão nada satisfeitos com o impacto que a usina fará nas suas terras. Mas daí a atacar o funcionário do governo a golpes de facão… É demais.

E o pior é que vai ficar por isso mesmo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

FRASE DO DIA

"Eu tenho tanta sorte que a Petrobras encontrou petróleo. Eu tenho tanta sorte que a Petrobras vai ter que mandar fazer 200 navios.
Eu tenho tanta sorte que a Petrobras vai comprar dezenas de plataformas e sondas e isso significa sorte do Lula para recuperar a indústria metal-mecânica, a indústria naval e gerar mais empregos.
Eu tenho tanta sorte que a indústria automobilística está batendo recorde todo santo dia de produção e de venda. Por que? Porque eu tenho sorte".

Presidente Lula hoje em Santo André discursando no lançamento do PAC

DOSSIÊ: DEPOIS DE RUIR A CASA ESTÁ CAINDO

André Fernandes (assessor do vazador Alvaro Dias) disse que o vazamento do “dossiê” tinha como objetivo chantagear o Governo Lula.
O que parece óbvio.
Só na cabeça do PiG e dos gênios da oposição se imagina que o vazador tucano Álvaro Dias tivesse o objetivo de constranger Dna. Ruth Cardoso.
O vazador tucano Alvaro Dias, como o PiG, tinha e tem como objetivo derrubar o Presidente Lula.
André, assessor de Alvaro Dias, disse que foi traido por Zé Aparecido. E qual seria a palavra ideal para descrever o que fez André ao Zé Aparecido?
"O senhor está provando que é um homem que tem desvio de caráter. O senhor traiu um amigo de anos a quem persuadiu a mandar informações. Para mim, traidor não tem valor algum", disse o deputado Silvio Costa (PMN-PE).
Zé Aparecido diz que André é seu amigo há vinte anos. Tá certo. Vamos combinar. Quem tem um amigo como André não precisa de inimigos.
O deputado Silvio Costa disse que vai provar, após o depoimento de Aparecido à CPI, que Fernandes mentiu aos parlamentares quando negou que tenha pedido ao ex-secretário um emprego no governo federal.
André disse, que pediu o emprego para Aparecido porque na época mantinha boas relações com o ex-secretário.
André também disse que a primeira briga dele com Aparecido ocorreu em 2004, quando o ex-secretário teria lhe encaminhado um e-mail "intimidatório" para deixar o cargo de assessor do então senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).

SIC!

PIG

Por Paulo Henrique Amorim

A Petrobras é a terceira empresa das Américas: perde para a Exxon e a GE (clique aqui).
Lamentavelmente, diria a Miriam Leitão, não é a Vale.
A Miriam, como se sabe, é porta-voz de um sentimento que perpassa o PiG: desmerecer a Petrobras para enaltecer a Vale.
A Petrobras, segundo o PiG e o Farol de Alexandria, deveria ser privatizada, com o nome de "Petrobrax".
Quase que eles conseguem.
Por isso, o PiG e a Miriam transformaram a Vale no símbolo do que "o Brasil tem de melhor" – sem falar em seu empregado-presidente Roger Agnelli, que o PiG transformou numa combinação de John D. Rofeller com Lee Iaccoca.
A Petrobras, lamentavelmente, é a terceira das Américas.
Maior que a Microsoft.
Agora é que a Miriam corta os pulsos.
Clique aqui para ler em que circunstância a Miriam, esse exuberante símbolo dos colonistas do PiG, cortou os pulsos, antes.

PS - O único problema na "racionalidade" da Miriam e do PiG é que os maiores controladores da Vale – e patrões do empregado Roger Agnelli – são o BNDES e a Previ ...

CHARGE

O RANKING DOS GOVERNADORES A RISCO DE MANDATO

Quem são os governadores com processos pendentes de julgamento no TSE:

Cássio Cunha Lima (Paraíba) – RCEd 736, RCEd 737 e RO Nº 1497
Ivo Cassol (Rondônia) - RCEd 739
Jackson Lago (Maranhão) - RCEd 671
Luis Henrique (Santa Catarina) – RCEd 703
Marcelo Deda (Sergipe) - RCEd 661
Marcelo Miranda (Tocantins) - RCEd 698
Waldez Góes (Amapá) - Ag 9049.

A Petrobras passou a Microsoft e se tornou a terceira maior empresa das Américas

Entre as 10 maiores, outra brasileira aparece na lista, a mineradora Vale em nono lugar. Se considerado o ranking com as 50 maiores empresas, o Bradesco fica na 43ª posição.

Ranking

1.Exxon Mobil 489,640
2.General Electric 320,253
3.Petrobras 287,171
4.Microsoft 279,306
5.AT&T Telecomunicações 238,056
6.Wal Mart Stores 225,562
7.Chevron Texaco 207,625
8.Procter & Gamble 203,787
9.Vale do Rio Doce 196,495
10.Berkshire Hathaway 189,580

COBRANDO O GOVERNO

O futuro ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, após cerca de uma hora conversando com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff afirmou que toma posse na próxima terça-feira, dia 27.
Minc afirmou que recebeu apoio de Lula para sua proposta de intensificar a presença militar na Amazônia. O futuro ministro também disse que o presidente sugeriu que ele mantivesse a decisão de vetar licenças ambientais para os produtores da Amazônia que não obedecerem às regras de preservação.

Na audiência com Lula, Minc também pediu a liberação de cerca de R$ 1 bilhão do setor ambiental que estão contingenciados.
Ele confirmou ainda o nome de Isabela Teixeira, sua atual assessora direta na Secretraria do Meio Ambiente do Rio, como sua futura secretária-executiva no ministério.
Lula disse que pensará em como liberar o dinheiro, progressivamente, e, para o lugar das Forças Armadas, sugeriu a Minc que seja pensada a criação de uma guarda nacional ambiental, semelhante à Força Nacional de Segurança (FNS).

sexta-feira, 16 de maio de 2008

O LOUCO!

"Quero deixar bem claro o seguinte: um, eu não pedi; dois, eu não queria; três, eu tenho um mandato parlamentar e se tudo der errado, volto para o Rio de Janeiro."

O Minc ainda nem assumiu o cargo de ministro do Meio Ambiente e já disse um catatau de b........

CHARGE

DOSSIÊ: COMPLICAÇÕES A VISTA

A Polícia Federal (PF) indiciou hoje (16) o ex-secretário de Controle Interno da Casa Civil José Aparecido Nunes por violação de sigilo funcional, crime previsto no artigo 325, parágrafo 2º do Código Penal, cuja pena vai de dois a seis anos de prisão, ou multa.
É uma má notícia para o assessor do senador Álvaro Dias, André Eduardo Fernandes, para o próprio senador e para FHC.
De acordo com o mesmo artigo do Código Penal, estão sujeitos às mesmas penas quem se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
Todos estes tucanos, são réus confessos atráves de suas declarações à imprensa durante o tempo todo em que forjaram o escândalo do dossiê, pois utilizaram-se indevidamente do acesso restrito ao relatório proporcionado por José Aparecido.
FHC só se safa se disser que Álvaro Dias MENTIU ao dizer que o informou em primeiro lugar, antes da publicação na revista Veja.

PIG e Raposa Serra do Sol

Por que diante de situação tão tensa naquela área (o governo precisa manter 300 agentes da Polícia Federal e da Força de Segurança Nacional lá , para evitar conflitos) o Supremo Tribunal Federal (STF), a quem cabe a palavra final agora, não julga logo o processo e define a questão?

Por que a Globo ouviu o general Alberto Cardoso, que se alinha com a ala do Exército contrária à demarcação contínua e não ouviu, por exemplo, o general Jorge Armando Félix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional do presidente Lula, cujo governo é favorável à demarcação contínua? Por que não apresentou declaração de ninguém que apóie esta demarcação, já que os índios não falaram disso, só disseram não ser ameaça a soberania nacional?

quinta-feira, 15 de maio de 2008

ANALÍSES e OPINIÕES

FIM DE CASO

Por Tibério Alloggio


Lula, ao assumir o Brasil em 2003, levou para o governo algumas das jóias do movimento social, cultural e ambiental. Gilberto Gil e Marina Silva foram os casos mais emblemáticos, principalmente Marina, uma personagem de reconhecimento mundial na defesa da Amazônia e do desenvolvimento sustentável.

O desenvolvimento sustentável emergiu no mundo como uma opção, que admite o crescimento econômico, mas garantindo os benefícios para as gerações atuais e futuras. Sua causa cresceu, através do chamado "consumo justo e responsável", que não olha apenas o custo dos produtos, mas que considera o ciclo de vida e da produção como um todo, verificando se nesse ciclo a balho infantil,alnão ocorreu o desmatamento, o uso de trabalho infantil e escravo e outros procedimentos condenáveis. E ainda se preocupando com o que será feito com os resíduos.

O desenvolvimento sustentável nunca foi proposta “excêntrica” de amantes da natureza, desde seu surgimento significou o “confronto” entre os que querem o crescimento econômico a qualquer custo, e os defensores das causas ambientais e sociais da espécie humana.

A disputa sobre os transgênicos, por exemplo, não é apenas uma questão de saúde, mas de exigência do consumidor. Se no mercado há um volume maior de consumidores que não querem os transgênicos, produzi-los se torna um negócio cego. Pois os ganhos de produtividade e de custos ficam menores que os deságios nos preços da commodity. Ou seja, se produz por um menor custo, mas se obtém menor preço.

A oposição de Marina aos transgênicos é uma questão estratégica, de posicionamento econômico no mercado, onde o ambiental é apenas um fator dessa opção.

Foi com Marina Silva no governo, que Lula descobriu que entre o jogo dos interesses econômicos e a visão do desenvolvimento sustentável surgia uma contradição difícil de ser gerenciada dentro do próprio Governo, porem o carinho especial que Lula tinha por Marina, o levava a defendê-la contra as pressões internas e externas.

Foram muitos os casos em que ela parecia derrotada, mas com o total apoio de Lula sempre conseguia sustentar suas posições. Marina vencia pela resistência passiva, pela humildade, e avalizando uma imagem internacional de um Brasil defensor dos recursos naturais.

Mas os sucessivos embates e desgastes acabaram minando a relação afetiva. No último grande embate, em torno do desmatamento na Amazônia, Lula não deu à Marina Silva o apoio que precisava, a deixou sozinha a enfrentar os governadores/produtores predadores.

É fato que o desmatamento aumentou, mas Lula achava que, do ponto de vista internacional, era melhor para o Brasil mostrar dados mais favoráveis. Irritou-se com a divulgação por Marina dos dados reais.

Foi um erro de Lula, pois números e estatísticas são sempre contestáveis, mas sempre é preciso ter um aval, e o aval, no caso brasileiro, sempre foi a imagem de seriedade de Marina Silva.

Lula parece estar agora fascinado com o brilhantismo intelectual de Mangabeira Unger tanto que deu para ele o Plano da Amazônia Sustentável.

Chamou Marina mãe do PAS, mas o entregou a ele, achando que Mangabeira, pelo seu domínio do inglês e outros idiomas, vai poder "enrolar" o mundo. Está é enrolando o próprio Lula.

Marina percebeu e resolveu romper, e de maneira formal. Esquivou-se do embate emocional não entregando o cargo pessoalmente para não correr o risco de ser convencida a não fazê-lo. Foi de forma irreversível, e com uma frieza que não lhe é peculiar, mas de quem percebeu que o “caso” acabou.

Sabia que Lula iria ficar irritadíssimo por não ter sido procurado pessoalmente, e por não ter lhe dado a oportunidade de demovê-la.

Um grande baque pessoal para Lula, que estava se achando o máximo, com a sua popularidade.

A saída de Marina Silva tem um significado muito maior do que uma simples mudança ministerial. Significa que alem da quebra de um dos mais importantes sustentáculos da imagem do Brasil no mundo, acabou com ela a lua de mel do movimento sócio ambiental com o Governo Lula.

Blairo Maggi deve estar adorando.


O Autor é Sociólogo e escreve em vários Blogs