sexta-feira, 30 de novembro de 2007

JUSTIÇALÃO

PF PRENDE TURCÃO ATÉ MELLO SOLTAR

Paulo Henrique Amorim

A Policía Federal prendeu Turcão, Antônio Petrus Kalil, no dia 13 de abril, na Operação Furacão, por explorar caça-níqueis.
. No dia 29 de junho, o Ministro (?) Marco Aurélio de Mello soltou Turcão, com o argumento de que Turcão, coitado, estava muito doente (clique aqui).
. No dia 29 de agosto, dois meses depois, a Polícia Federal prendeu Turcão de novo, porque ele continuava a explorar caça-níqueis, apesar da saúde debilitada (clique aqui).
. No dia 19 de setembro, o Ministro (?) Mello soltou Turcão e outros 14 presos na Operação Furacão.
. Hoje, dia 29 de novembro, a Polícia Federal prendeu Turcão de novo, porque ele continuava a explorar o jogo ilegal, os caça-níqueis.
. Apesar da saúde debilitada.
. Quer dizer: a Polícia Federal gasta dinheiro do contribuinte para prender Turcão 3 vezes, e tem que se conformar com o fato inarredável de que o Ministro (?) Mello vai solta-lo, de novo, brevemente, talvez no indulto do Natal...
. É porque os caça-níqueis são uma forma contemporânea de replicar aquelas bugigangas coloridas que se penduram em árvores de Natal.. Tem até som...

ANALISES e OPINIÕES

Governo ajuda madeireiras a devastar a Amazônia

Por Maurício Torres, do Pará

A enorme maioria das terras na Amazônia são públicas. E a enorme maioria das terras públicas na Amazônia está grilada. O roubo de terras, de tão comum, banalizou-se e, não raro, é tido como ato heróico: a prova de espírito desbravador e bandeirante, do empreendedor que desafia as maiores adversidades para levar à selva o progresso e o desenvolvimento.
Mesmo quando esse “empreendedor” rouba territórios indígenas e de outros povos da floresta, valendo-se sempre de muita violência, há quem defenda que, ao expropriar essas populações e relegá-las a um subemprego, fazem um grande bem, salvando-as de seu modo pré-histórico de mísera existência e promovendo-as à moderna condição de empregadas. Ou seja, ao roubarem-lhes tudo, os “empreendedores” da Amazônia estariam desempenhando uma ação “civilizatória”.
Em Mato Grosso, a tomada de grande parte dos territórios das populações originárias – e um longo enredo de massacres testemunha a “metodologia” adotada – acabou sendo legitimada por tortuosos caminhos. Aliás, nesse enredo, foi expedida a documentação a muitas áreas onde hoje estão os campos da soja, nosso “orgulho nacional”, o paradigma do agronegócio.
Em estados como o Pará e o Amazonas, apesar de imensas extensões estarem controladas por grileiros, eles ainda não conseguiram “esquentar” a apropriação. A terra continua formalmente em nome da União ou dos estados. Isso não lhes causa maiores problemas. Vendem seus bois, soja, arroz ou qualquer outra coisa que plantem ou criem sem que ninguém pergunte se a área onde isso foi produzido é documentada ou se é terra pública ilegalmente tomada. Até para a obtenção de financiamentos, a grilagem não é empecilho. Quando os bancos públicos endurecem um pouco, pode-se obter recursos com a Cargill, por exemplo, que patrocinou na região de Santarém a derrubada de florestas primárias e o plantio de soja em áreas sem nenhuma documentação de propriedade, no mais claro incentivo à grilagem e ao crime ambiental.
Nesse sentido, a extração madeireira seria diferente do boi e da soja: para derrubar e transportar madeira há que se ter a devida licença e, para isso, teoricamente, seria necessária a documentação fundiária. Porém, a complacência de sucessivos governos com a grilagem decidiu que seria rigor excessivo exigir a prova de propriedade da terra para se conceder a autorização para extração madeireira. Assim foi até 2003. O saque das florestas públicas em benefício de uma meia dúzia de madeireiros era oficialmente licenciado.
A partir de 2004, o Ibama altera sua conduta, de modo que qualquer Plano de Manejo Florestal (PMF) só será aprovado caso o requerente apresente o título de propriedade da terra. Aliás, nada além do que determina a lei. No final desse ano, a direção nacional do Ibama recomenda ainda o cancelamento dos PMF que houvessem sido aprovados em terras não tituladas.
O então gerente do Ibama em Santarém-PA, Paulo Maier, foi o único a cumprir a recomendação, enfrentando, por conta disso uma enorme pressão de madeireiros e grileiros. Os madeireiros queixavam-se de que o setor mergulharia em uma terrível crise por conta do posicionamento do Ibama. Ironicamente, a própria queixa era uma auto-declaração de que todo o setor atuava na ilegalidade, roubando madeira de terras públicas.
A “solução final” para perenizar o saque das florestas públicas e efetivar sua entrega definitiva ao madeireiro já estava a caminho: a Lei de Gestão de Florestas Públicas. Porém, todos sabiam que ainda se demorariam alguns anos para pô-la em prática. Assim, o milionário e ilegal agronegócio da madeira no oeste do Pará começa o ano 2005 em xeque. O que ninguém sabia era que, em bastidores, costurava-se, sob o manto da reforma agrária, uma nova forma para garantir ao agronegócio, maneira para que seguisse se apoderando das florestas públicas.

“Um uso criminoso da reforma agrária”
Em 2005, o Incra inaugura a Superintendência Regional de Santarém (SR-30) e inicia uma colossal criação de assentamentos. Pedro Aquino de Santana, o superintendente, alardeia ser conhecido por Lula pela alcunha de “o homem da reforma agrária”. A maioria dos assentamentos criados são da modalidade Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), que, entre outras particularidades, mantém no mínimo 80% do assentamento como área de uso coletivo e administrado por uma associação (teoricamente) formada pelos assentados.
Simultaneamente à produção em massa de assentamentos, os madeireiros voltam à cena como os grandes paladinos da reforma agrária. A imprensa local registra as mais curiosas declarações: “presidente do Sindicato de Indústrias Madeireiras do oeste do Pará (Simaspa) diz que o setor madeireiro é o maior interessado na implantação dos PDS”; “madeireiros concordam em abrir mão do direito às suas posses para a criação de PDS”; “madeireiros disponibilizam 100.000 hectares para a criação de PDS”; “Segundo o Simaspa, as indústrias madeireiras já passaram ao Incra as coordenadas para a implantação dos PDS”; (Jornal de Santarém e Baixo Amazonas, dez. 2005).
A devoção dos madeireiros à causa da reforma agrária chega ao ponto desses abnegados oferecerem-se a dividir com o Incra os custos para criação de assentamentos. Segundo um servidor da SR-30 que pediu para não ser identificado, “para que as equipes fossem a campo fazer os trabalhos para criação de assentamentos, os madeireiros ofereciam e garantiam a verba para combustível, manutenção de veículos e mais o que fosse preciso”.
Por trás de tamanho altruísmo, ocultava-se um pacto que o geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira qualificou como “um uso criminoso da reforma agrária”: seriam usados assentamentos como área regularizada em termos fundiários para a extração de madeira. O governo federal conseguia a façanha de usar a reforma agrária para um fim diametralmente oposto: garantir a apropriação dos recursos pelo madeireiro, mesmo que isso viesse em prejuízo de camponeses sem-terra e povos da floresta.

“Olha, os assentamentos podem resolver o problema do setor madeireiro lá na região”
Diretor do Incra abre esquema em gravação

Os bastidores do esquema são explicados pelo próprio diretor Nacional de Programas do Incra, Raimundo Lima. Na conversa gravada e transcrita abaixo, Lima conta de uma reunião, em novembro de 2004, envolvendo madeireiros e o primeiro escalão do Incra e do Ministério do Meio Ambiente, onde tudo foi tramado:
“No momento daquela reunião foi provada a inviabilidade de a Lei de Gestão de Florestas Públicas resolver de imediato o problema dos madeireiros e foi efetuada uma sugestão. Primeiro: o, hoje, diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, o Tasso [Azevedo] [...] e também o doutor Paulo Capobianco, que hoje é secretário-geral do Ministério [do Meio Ambiente] e na época era secretário de Biodiversidade, fizeram uma sugestão: ‘quantos assentamentos o Incra tem lá na região?’ O superintendente respondeu e aí eles disseram: ‘Olha, os assentamentos podem resolver o problema do setor madeireiro lá na região’. Aí, os madeireiros disseram: ‘Olha, mas nesses assentamentos que tem lá no Pará não existe mais madeira, não vai cobrir as nossas necessidades, não vai resolver o nosso problema... Mas o Incra vai criar assentamentos lá?’ [...] Aí, o Rolf já anunciou a criação da nova superintendência. E o Incra cria assentamentos lá na região, em terras públicas, e esses assentamentos serão as áreas que vão ofertar legalmente madeira para o setor madeireiro.”
Consultado sobre as palavras de Raimundo Lima, Tasso Azevedo é taxativo: “Não partiu de mim a idéia de socorrer o setor madeireiro do oeste do Pará por meio da criação de novos assentamentos em áreas com cobertura florestal primária”. Difícil saber quem mente, mesmo porque, na época da reunião mencionada por Lima, a imprensa registrou inúmeras declarações de Tasso em defesa dos madeireiros que exploravam madeira em terra pública. De qualquer forma, é impressionante como tudo o que ronda o Incra no Pará é obscuro e contraditório, sequer se harmonizando com o que diz o próprio governo federal.
Embora a autarquia oficialmente continue a fingir que nada disso existe, o Ministério Público Federal (MPF) já conhece bem a ligação promíscua entre o Incra e os madeireiros no oeste do Pará. O procurador da República, Felipe Fritz Braga, conta que em setembro último, em reunião envolvendo o MPF e representantes do Incra, ficou evidente a adoção de uma política para potencializar a exploração madeireira revestindo-a falaciosamente de reforma agrária: “Raimundo Lima disse ali abertamente para os quatro procuradores da República presentes que, na verdade, a política de criação de assentamentos pelo Incra em Santarém se inseria numa política mais ampla da autarquia, de aumentar de 2 por cento para 10 por cento a participação do Brasil no mercado internacional de madeira tropical”.

Madeireiro: “cliente da reforma agrária”
Nessa reforma agrária voltada à insaciável voracidade dos madeireiros, o Incra ignorou, até, a incompatibilidade entre os interesses dos madeireiros e dos trabalhadores sem terra. Para os primeiros, era necessário que os assentamentos fossem implantados em áreas com estoques ainda intocados de madeiras nobres, ou seja, nas distantes florestas primárias ainda não saqueadas. Porém, justamente essa condição eliminava qualquer chance de as famílias se instalarem no local.
Basta sobrepor o mapa dos novos assentamentos a uma imagem de satélite para se ver a que lado pendeu o Incra. Os PDS foram criados em distantes áreas inabitadas, e, também por serem de muito difícil acesso, cobertas por florestas virgens. A situação é absurda. Saindo-se de Santarém, por exemplo, viajam-se centenas de quilômetros atravessando áreas completamente desmatadas por gado e soja. Nesses locais não foram criados assentamentos. São latifúndios onde, muitas vezes, unem-se crime ambiental, trabalho escravo e grilagem de terras públicas, terras do Incra que foram federalizadas para a reforma agrária. A retomada dessas terras e sua destinação à reforma agrária é a mais evidente – e a mais negligenciada – obrigação do Incra. São áreas próximas aos centros urbanos e às estradas, com melhores condições de infra-estrutura e logística, onde a criação de assentamentos, além de viável, não traria dano ambiental e ainda poderia gerar alguma recuperação, como a das matas ciliares, por exemplo.

O PDS Brasília, no distrito de Castelo dos Sonhos, em Altamira (PA), foi batizado em homenagem ao sindicalista assassinado, Jorge Bartolomeu (o Brasília), o assentamento contorna toda á área já desmatada por grileiros (áreas rosas) e é implantado completamente em área de florestas virgens

O problema é que isso não atenderia o madeireiro. Em 2005 e 2006, não há um único assentamento no oeste do Pará que tenha sido resultado da retomada da posse de terras griladas e desmatadas. A própria base cartográfica do Incra mostra como os assentamentos contornam o pasto do grileiro com preciso cuidado e ficam limitados à área coberta por florestas onde o grileiro não desmatou.
Os madeireiros determinaram os locais onde deveriam ser implantados os assentamentos. Caso exemplar é o processo em que a madeireira Precious Woods Belém Ltda. manifesta interesse pela criação de um assentamento e indica as coordenadas geográficas para tal.
Na área indicada pela madeireira suíça e em seu entorno, foi criado o gigantesco PDS Liberdade I, com 450.000 hectares, capacidade para 3.500 famílias, das quais 942, segundo o Incra, já estão assentadas. Porém, o que acontece é um perfeito caso de assentamento fantasma. A área é ocupada por florestas primárias e não há nenhuma das famílias "assentadas" em seu interior, mas apenas a madeireira em plena atividade.
A madeireira manda. Escolhe e determina, de acordo com a sua conveniência, o local do assentamento, o modo de uso da terra e o número de famílias que devem ser assentadas. Ao Incra resta acatar as determinações e providenciar o necessário à sua efetivação.

Compromissos de campanha
Ariovaldo Umbelino de Oliveira aponta também para o envolvimento do governo do estado do Pará. “A governadora Ana Júlia Carepa assumiu uma série de compromissos políticos com os madeireiros durante sua campanha eleitoral. Isso está fartamente registrado na imprensa do Pará e mostra uma articulação política a partir do Incra, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do governo do estado do Pará”, comenta o geógrafo.
O MPF também levantou fatos que sinalizavam o próximo envolvimento entre o governo estadual e as madeireiras. “Em meados deste ano, em ação civil pública do MPF, foi suspenso um acordo entre o Incra e a Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Pará, pelo qual seria possível a exploração de madeira em assentamentos que não tivessem qualquer licença ambiental. Portanto, o governo federal deixa o assentamento inviável, mas a exploração de madeira nele é garantida. É a política de reforma agrária na Amazônia garantindo o estoque madeireiro das empresas, mas criando o minifúndio governamental e jogando a população rural em áreas onde a ocupação é inviável”, explica o procurador Braga.
A tomar pelas declarações de Valmir Ortega, secretário do Meio Ambiente do Pará, realmente, parece não haver lei – do céu ou da terra – que o governo estadual não esteja disposto a descumprir para que, de qualquer forma, seja liberada a exploração madeireira.


Os números da reforma agrária
Não foi somente o madeireiro que lucrou com o grande esquema. O governo Lula divulgou números recordes de famílias assentadas pelo Incra referentes ao seu primeiro mandato. Os assentamentos de papel da SR-30 tiveram participação capital nas metas anunciadas como cumpridas pelo governo. Em 2006, 25% das famílias beneficiadas pelo reforma agrária foram homologadas pela SR-30
A demencial criação de assentamentos em áreas de floresta primária foi al´me de contentar o madeireiro, esse importante financiador de campanha, e também alimentou a burlesca fantasia dos números de assentados no II Programa de Reforma Agrária (PNRA) do governo Lula.
O programa Fantástico (TV Globo) e um Relatório Denúncia publicado pelo Greenpeace revelaram, em agosto último, que muitas famílias assentadas pela SR-30, na verdade, simplesmente não existiam. Eram mentira. Os assentamentos foram criados apenas no papel e um número imenso de famílias foi homologado em assentamentos que factualmente não existem, ou existem em lugares dos quais nunca ouviram falar e a dias de viagem de onde vivem. Muitas delas sequer sabem que constam como assentadas nos cadastros do Incra. Enfim, a terra não foi entregue às famílias que o Incra computou como assentadas. No interior dos assentamentos só se encontra uma voraz exploração das madeireiras.
Nos processos de criação dos assentamentos, as normativas que regulamentam a criação de assentamentos foram gritantemente ignoradas. Para Braga, esse atropelo cumpriu a função de suprir a inatividade de outras superintendências. “Toda a estrutura da superintendência foi usada para gerar números artificiais de assentados em 2005 e 2006. O Incra assumiu certas metas no II Plano Nacional de Reforma Agrária que não vinham sendo atendidas por outras superintendências Brasil afora”, explica o procurador da República.
Um servidor da SR-30 que pediu para não ser identificado conta que “as metas da SR-30 foram crescendo durante o ano de 2006. Inicialmente eram 15.000 famílias, depois aumentaram para 20.000 e pouco depois para 30.000. Na última semana do ano chegaram a 36.000. O objetivo sempre foi muito claro, era simplesmente para o governo dizer para a sociedade que tinha cumprido as metas do II PNRA”. O procurador Felipe Fritz Braga confirma a informação: “a cada viagem a Brasília, o superintendente trazia um novo aumento das metas”.
Os próprios servidores da SR-30, por meio de sua associação, a Assera (Associação dos Servidores da Reforma Agrária), confirmam o quadro generalizado de caos: “O mais absurdo de tudo é que assentamentos foram criados sem nenhuma das peças técnicas obrigatórias. Há processo em que há um oficio pedindo a formalização do próprio processo e logo em seguida a portaria de criação. O trâmite normal do Incra envolve desde a vistoria da área, consecução dos laudos de vistoria, mapas temáticos, pareceres de chefes, pareceres jurídicos, parecer de cartografia para evitar sobreposição de áreas de reservas ambientais, de terras indígenas, de unidades de conservação. A direção do Incra sabia disso e fingia que não sabia. Antes de os técnicos entregarem qualquer coisa dizendo se o assentamento era viável ou não, já existia uma portaria dizendo: ‘criado’ ”.

“Uma clara demonstração de desconsideração dos normativos internos”
“O nível de irregularidades nos processos de criação de assentamentos é assustador”, relata o Procurador da República, Felipe Fritz Braga, “a pressão sobre técnicos e servidores para que atropelassem todas as normas internas da autarquia foi tremenda”.
Apesar dos diretores nacionais, do Presidente do Incra e do ministro do MDA continuarem fingindo que nada acontece, para o Incra de Brasília, isso não é novidade alguma. Em junho último, um relatório interno do próprio Incra sobre a situação da SR-30, documenta um quadro surreal. No lugar dos diversos estudos de viabilidade e procedimentos formais, encontrou-se processos de criação de assentamentos “constituídos por apenas 3 páginas (memorando de formalização do processo, folha escrita ‘confere’ e cópia da Portaria de criação do projeto) numa clara demonstração de desconsideração dos normativos internos”, conforme o relatório do Incra.
Enquanto o presidente da autarquia e o ministro do MDA continuam o “faz de conta” que não existe nada, um grande grupo de servidores recém-ingressos no Incra e lotados na SR-30 reconhece o quadro de tramóias e se opõe a ele. À medida que foram tomando consciência das irregularidades em curso, assumiram, por meio da sua associação (Assera), uma postura de obediência às normas de execução da reforma agrária e recusaram-se a cumprir ordens que as contrariassem. Não fosse a postura desses jovens servidores, haveria um quadro ainda mais grave e, pior, em plena atividade.
Por conta de uma ampla gama de irregularidades, em 27 de agosto, a Justiça Federal atende liminarmente um pedido do MPF e interdita 99 assentamentos no oeste do Pará, que somam 30.000 km2, área equivalente ao estado de Alagoas.
Em 17 de setembro, o MPF tem atendido outro pedido de liminar e a Justiça Federal afasta do cargo cinco funcionários da SR-30, entre eles o próprio superintendente, Pedro Aquino de Santana, “homem da reforma agrária” de Lula. Acusação: envolvimento em toda sorte de improbidades administrativas.

“É por acreditar na legitimidade dos trabalhos executados na região que continuaremos...”
Toda a enorme tramóia é mais do que evidente e a situação do Incra no Pará perante a Justiça é, no mínimo, desconfortável. Ainda assim, o presidente do Incra, Rolf Hackbart, em comunicado oficial acerca do afastamento do superintendente da SR-30, Pedro Aquino de Santana, declara que: “É por acreditar na legitimidade dos trabalhos executados na região que continuaremos as ações planejadas e vamos recorrer da liminar expedida”. A nota soa como ameaça, especialmente quando se sabe que “ações”, para a SR-30, têm significado a fabricação de números para a reforma agrária, atropelando as leis e as normativas da autarquia e, principalmente, criando assentamentos de papel para suprir a demanda do setor madeireiro no oeste do Pará.
O procurador da República em Altamira (PA), Marco Antonio Delfino, frente ao posicionamento de Hackbart, questiona como pode ser considerado legítimo uma situação que demandou, no último mês, a alocação de cerca de R$ 3 mi para que se corrigissem as inúmeras irregularidades cometidas. “A declaração de Hackbart comprova a improbidade: seja nos vícios cometidos na criação dos assentamentos; seja na liberação dos recursos para corrigir o que não está irregular”, completa o procurador.
Mas os sinais de que a política de reforma agrária voltada ao madeireiro irá continuar não fica na retórica de Hackbart. Com o afastamento de Pedro Aquino de Santana, o diretor Nacional de Programas, Raimundo Lima, foi nomeado como superintendente interino. O mesmo Raimundo Lima que participara em 2004 da reunião comentada acima, onde germinou o projeto de fazer assentamentos para resolver o problema dos madeireiros do oeste do Pará.
A nomeação é mais uma manifestação da postura de não reconhecimento do Incra nacional quanto às evidentes e públicas ilegalidades da SR-30. Como explica Braga, “reunimos depoimentos que apontam inclusive para a presença de Raimundo Lima na superintendência de Santarém ao longo dos trabalhos de criação desenfreada dos assentamentos nos dois últimos anos. Elogiava, na presença de todos os servidores, laudos agronômicos de péssima qualidade, como modelo de trabalho”.
Logo que acumulou o cargo de superintendente interino, Raimundo Lima anunciou que um dos objetivos do Incra é o desmatamento zero nos assentamentos. Mais um desaforo ao raciocínio de todos. Ora, como pensar em desmatamento zero se os assentamentos foram criados em meio a florestas virgens? Acaso o Incra pensa em transformar toda a agricultura familiar e a relação com a terra dos beneficiários da reforma agrária em uma atividade madeireira?
O desmatamento zero nos assentamentos seria absolutamente viável caso fosse feita “reforma agrária” no oeste do Pará. Caso o Incra retomasse as imensas porções de terras públicas ocupadas e já desmatadas por grileiros e lá criasse os assentamentos. Porém, parece que isso geraria dois grandes problemas: desagradaria aos grileiros e não atenderia a necessidade dos madeireiros.

Maurício Torres é pesquisador e trabalha na região oeste do Pará.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

AGIOTAGEM

Brasil já pagou R$ 135 bilhões de juros este ano

Esta é a conta apresentada pelo Banco Central na manhã de hoje. De certa forma corrobora com o pensamento de muitos: paga-se muito juros no Brasil.
O pior é a relação entre pagamentos de juros e economia feita pelo Governo Federal para isso.
Mesmo com superávit primário recorde de R$ 106 bilhões, ainda ficou um buraco de R$ 29 bilhões que terão que ser cobertos emitindo mais títulos da dívida.
A pergunta que deve ser feita é: como o Brasil vai equacionar esta dívida com a taxa Selic por volta de 11,25%.
Não passa pela cabeça de ninguém a hipótese do Governo Federal aumentar o superávit primário, já que o esforço é grande. Além disso, a cada ano a gestão da líquida fica pior.
Gostam de falar da relação Dívida/PIB, mas nunca falam da equaço Dívida/Orçamento da União.
Mesmo com o déficit diminuindo, a gestão da dívida ainda é o maior problema do Governo Federal.



AINDA SOBRE O PADRE

Postado por Luiz Weis no Observatório da Imprensa

No domingo, 28 de outubro, sob o título “Ex-interno diz que fazia sexo por dinheiro com padre” a Folha publicou:

“O ex-interno da Febem Anderson Marcos Batista, 25, preso acusado de extorquir o padre Júlio Lancelotti, 58, afirmou à polícia que sustentou por oito anos relação homossexual com o religioso em troca de dinheiro.”

Hoje, sob o título “Detento recua e nega relação íntima com padre”, a Folha publica:

“O detento Marcos José de Lima, suspeito de ter extorquido o padre Júlio Lancelotti, 58, foi interrogado ontem pela Polícia Civil e negou ter mantido relação íntima com o religioso em troca de dinheiro, como disse à Justiça.”

Os nomes dos presos não são a única diferença entre os dois textos. A mais importante é que o primeiro saiu na metade superior da primeira página. O segundo, no canto inferior direito de uma página interna do jornal – com um título bem menor.

Nada de novo na mídia: as acusações saem aos gritos; os desmentidos, aos sussurros.

Os acusados – e os leitores – que se lixem.

REFORMULANDO A GRAMATICA PORTUGUESA

Da Coluna da Mônica Bérgamo, hoje na "Folha"

FOLHA - O senhor acha que cometeu um erro de português na crítica ao presidente Lula?
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - Não é verdade. Acho que não [cometi erro]. Aliás, eles não disseram quem era o gramático [que apontou o erro]. Mas o [assessor de FHC] Eduardo Graeff até respondeu que, pelo "Houaiss", quando você diz "mais bem-educado" é "mais cortês, mais amável". Eu não queria dizer isso.

FOLHA - Mas esse "bem-educado" a que o Graeff se refere é com hífen.
FHC - Ou sem hífen também.

FOLHA - O correto, para o que o senhor queria dizer, é "bem educado" sem hífen. O Eduardo Graeff foi até desmentido pelo professor Pasquale Cipro Neto, que explicou a diferença.

FHC - É, eu vi. Mas não sei, não estou preocupado. Isso aí é polêmica gramatical [risos]. É bom, polêmica é sempre bom. Se errei, peço perdão e corrijo. Mas até agora não consegui ver por que eu não posso dizer "melhor educado" em vez de "mais bem educado". Não sei. Qual é a regra? Você sabe? O que me obriga?

FOLHA - É que, antes de um particípio, como "educado", é preciso usar a forma "mais bem", e não "melhor". Por exemplo, "mais bem pago", e não "melhor pago".
FHC - Pode ser, mas a língua é algo vivo. Os gramáticos fixam as regras, mas isso muda. Todo mundo fala assim, vai mudando a língua. Mas, em todo caso, procurarei dizer "mais bem educado" de agora em diante.(...)

Nem precisa comentar...


quarta-feira, 28 de novembro de 2007

CIDADE MARAVILHOSA

O deputado Estadual Marcos Abraão, do PSL do Rio de Janeiro, subiu à tribuna no último dia 21 para atacar "esses idiotas da ONU, esse 'veadinho da ONU'", numa aparente referência a Philip Alston, o australiano que foi indicado pela Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas para investigar execuções sumárias, arbitrárias e extrajudiciais.
Alston é professor de Direito da Universidade de Nova York e já dirigiu um projeto relativo a direitos humanos na União Européia. Ao visitar o Rio de Janeiro, Alston condenou alguns métodos utilizados pela polícia carioca para enfrentar o crime.

O deputado disse o seguinte:
Esses idiotas da ONU, esses antropólogos e “veadinhos” estão sempre falando nos jornais; alguns jornalistas idiotas, imbecis falam da Segurança Pública, mas são todos uns asnos. Nenhum deles entende qualquer coisa de Segurança Pública, muito menos esse “veadinho” da ONU – ele tem que ser tratado assim, por ter falado o que falou.
Chamo de “veadinho” porque deve ser uma bela “bicha”, daquelas bem arrependidas! Não dá para entender por que esse tipo de pessoa quer atrapalhar um processo que caminha bem! Assomei à tribuna diversas vezes para parabenizar o Sr. Governador Sérgio Cabral por sua conduta diante da mídia quanto à Segurança Pública: “Vai haver um enfrentamento, e isso tem que acontecer, doa a quem doer”.

O deputado Abraão não é alheio à controvérsia. Ele chegou a ser acusado de mandar matar um colega, o pastor da Igreja Universal Valdeci Paiva de Jesus, que foi executado em 24 de janeiro de 2003 com 19 tiros, perto da sede do PSL, na zona Norte do Rio. Abraão era suplente do assassinado e assumiu a vaga.

ANA JÚLIA EXPURGA DELEGADO

A governadora Ana Júlia Carepa anunciou, na tarde desta quarta-feira (28), no auditório do Palácio dos Despachos, que o delegado-geral de Polícia Civil, Raimundo Benassuly, colocou o seu cargo à disposição do governo do Estado, por reconhecer que se expressou de maneira inadequada na audiência da Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal sobre o caso da adolescente de Abaetetuba, que esteve presa junto com homens numa mesma cela.

Ou Seja, o Delegado rodou.

Em documento entregue à Ana Júlia Carepa, Benassuly afirma que não soube usar as palavras certas para “expressar minha preocupação e indignação quanto ao estado de saúde, no presente e futuro, da menor que foi destituída de todos os seus direitos como ser humano em uma carceragem na cidade de Abaetetuba”.

CHARGE

Rede Globo recusa entrevista com Lula

A Rede Globo de Televisão informou hoje, por meio de nota oficial, que recusou uma entrevista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, oferecida pela Presidência da República, para ser veiculada esta semana.
A conversa teria formato idêntico àquela exibida ontem à noite pela Rede Record.

No comunicado, a empresa alega que foi informada na sexta-feira de que o presidente concederia entrevistas a quatro redes de televisão para serem veiculadas ontem e hoje. O formato, ressalta a Globo no texto, foi decidido pela Presidência: um sorteio definiria a seqüência das entrevistas, que deveriam ir ao ar no principal telejornal da noite, com oito minutos de duração.
Lula acabara de conceder entrevista de três páginas ao jornal "O Globo", na qual quase todos os assuntos relevantes, para a emissora, foram abordados. "Tal entrevista foi tema de uma reportagem no 'Jornal Nacional' de segunda-feira, primeiro dia após a publicação", alega o documento, assinado pela Central Globo de Comunicação. "Isso faz uma nova entrevista ao vivo, já no dia seguinte, perder muito em ineditismo."
"A TV Globo entende que os termos de uma entrevista devem ser discutidos pelas partes, previamente, o que não foi feito." O comunicado afirma ainda que a Globo manifestou interesse numa entrevista de fim de ano com o presidente, mais adiante, "em tempo oportuno, segundo regras estabelecidas de comum acordo" e seguindo praxe internacional, ressalta o texto.

OU SEJA:

O Jornal O Globo (que poucos lêem) já havia entrevistado o Presidente, então porque fazer um entrevista na TV?
É a Globo que decide se o presidente da República deve ou não deve ser entrevistado e qual faixa de publico a entrevista tem que ser dirigida.
Os termos de uma entrevista com a Globo devem ser previamente concordado pelas partes, o conteúdo também.
É praxe Internacional!

EM TROCADILHOS:

A Globo (que a toda hora só fala mal do Lula) se acha mais importante que o Brasil, e o Presidente da República não passa de um cidadão comum, cuja opinião não interessa ao povo brasileiro. Ou interessa se for de interesse da Globo.
A Globo (que é mais importante do Brasil) não aguenta mais a concorrência das outras emissoras e não quer ser considerada igual as outros meios de comunicação. Quer um tratamento privilegiado. À moda da ditadura, à moda FHC.

ANALISES e OPINIÕES

David e Golias: nós e a CVRD

Por Lúcio Flávio Pinto

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra já paralisou por três vezes neste ano o funcionamento da ferrovia de Carajás, pela qual trafega o maior trem de cargas do mundo. Cada dia de paralisação causa um prejuízo de 15 milhões de dólares, no mínimo, à Companhia Vale do Rio Doce.
O bloqueio serve de instrumento para o MST pressionar o governo para cumprir compromissos ou atender reivindicações que nada têm a ver com a CVRD, conforme se pode constatar pela pauta que é apresentada pelos líderes do movimento para a negociação com representantes dos dois níveis da administração pública, a federal e a estadual, quando com eles se reúnem logo depois.
Mas a paralisação dos trens é também uma forma indireta de protestar contra a venda do controle acionário da estatal, em 1997. Não só porque o valor da transação foi baixo, quase vil (quase quatro vezes menos do que o lucro líquido da empresa só no ano passado), como porque significou a renúncia pelo Estado de um poder que não devia ter transferido a uma empresa privada. Há a convicção tácita nessa ofensiva de que a CVRD lucra muito, até demais, enquanto o Estado e o país lucram pouco, quando efetivamente lucram.
Não é sem razão, à sua maneira, que o presidente da Vale, o ex-banqueiro Roger Agnelli, classifica esses atos de meramente ideológicos. Ou, como disse à imprensa logo depois de sair de uma audiência com seu amigo, o presidente Lula, no Palácio do Planalto, em Brasília: “O caso da Vale do Rio Doce é, claramente, uma empresa que é bem sucedida, está gerando muitos resultados, está investindo, reinvestindo. Está num processo de crescimento muito forte. A gente acaba virando de alguma forma, vitrine, vidraça”.
Se a ocupação dos trilhos para impedir a passagem dos 10 trens diários, que escoam minério de Carajás até o porto de embarque para o exterior (60% para China e Japão), se tornar rotineira, a CVRD poderá ajuizar uma ação para compelir o governo federal a garantir a concessão que lhe outorgou, de operar a ferrovia de Carajás por 50 anos, ou cobrar-lhe indenização pelos prejuízos sofridos. Afinal, é obrigação da União zelar pela concessão, enquanto poder concedente, se ela está sendo cumprida regularmente pelo concessionário. E a causa explícita ou direta dos atos é sua inércia, omissão ou incompetência no trato das questões agrárias e fundiárias, que constituem o móvel do MST.
O contencioso devia ser estabelecido exatamente no plano legal para se evitar as derivações e aproveitamentos paralelos, os lances de bastidores, os acertos intramuros. Mas não é assim que as coisas acontecem no Brasil. O presidente da empresa e o presidente da república acertaram suas contas no gabinete, inter pares. O que dizem para a imprensa, mantida lá fora, embora seja o que devia contar, não é o que efetivamente conta.
Da forma como as ocupações são feitas e, mais do que isso, da maneira como são inspiradas ou, às vezes, “sopradas”, o ato pode ser classificado como ideológico por quem sofre suas conseqüências, mas cabe como rebelião primitiva no conceito de quem lida mais amplamente com a análise, sem interesse direto envolvido. Paralisações prolongadas ou amiudadas da linha férrea terão efeito negativo, do contra, mas não conduzirão a nada enquanto fato positivo, modificador, capaz de gerar conseqüências profundas. Até mesmo porque, à distância do teatro de operações, há espaço suficiente para acertos de cúpula, protegido da curiosidade pública.
Se não está na pauta de negociações do MST com os representantes do governo, a Companhia Vale do Rio Doce está dramaticamente na agenda nacional. O sr. Roger Agnelli não pode mai continuar a fazer de conta que a privatização, os lucros excessivos, a falta de correspondência entre os reajustes de preços das commodities internacionais e a falta de compensação ou participação da sociedade nos benefícios dessa renda extra, e tantos outros temas candentes, estão vencidos, superados, são passado. Não são, mesmo que legalmente fossem: estão aí, vivos, escancarados, exigindo novas reflexões e atitudes.
Se a ocupação da ferrovia é mentalidade que guarda correspondência com o início da industrialização, quando os operários destruíam as máquinas, vistas como a causa de sua exploração, o projeto de reestatização da CVRD não é menos problemático – e, provavelmente, não é o mais eficiente caminho a percorrer. Ainda que fosse possível fazer a Vale voltar à sua condição de estatal, é duvidoso imaginar que, com aquele status. ela realmente estaria fazendo significativamente melhor do que a empresa privatizada.
Claro que se deve tentar judicialmente anular a transação de venda, no valor acertado, por ser lesiva aos interesses nacionais e, na letra da lei, vil. Mas a partir daí talvez o melhor seria seguir um novo caminho (ao invés de voltar atrás) até que a CVRD se tornasse uma empresa pública, com capital pulverizado, sob efetivo controle da sociedade brasileira.
Uma empresa que pagasse imposto; que o imposto fosse calculado sobre uma pauta de valores decente (não na boca da mina); que o frete (no caso do mercado asiático mais compensador do que a própria venda de minério) fosse faturado pelo país; que o ganho de preço a partir de um limite de valor se destinasse a fundos de investimento para as regiões de influência da empresa; que os conselhos fossem formados com maior representatividade para não serem meros comitês executivos dos controladores; e assim por diante.
Mas para enfrentar o gigante é preciso ter a sua estatura. Continuamos a combater esse Golias com a presunção de que, sendo David, temos a garantia da intervenção divina nesse novo contencioso não-bíblico. O final da história não pode ser feliz, como não está sendo. Mas a Vale, apesar de toda a sua imensa relações pública, já não pode esconder a nudez desse rei pretensioso: ela própria.

Lúcio Flávio Pinto é Jornalista

VENEZUELA: AS SEMELHANÇAS DAS CAMPANHAS

Ontem, a ex-mulher de Chávez deu declarações à imprensa, falando mal do ex-marido e ainda pior da reforma constitucional.
Nas ruas, e em pequenos spots de rádio e TV, a oposição lança boatos de que com a reforma acaba a propriedade privada e o governo vai ser dono de todos os lares e negócios na Venezuela. É mentira, mas isso apavora a classe média e os pequenos proprietários.
Tudo isso é muito parecido com a reta final da campanha de Collor contra Lula, em 1989.
No último debate, Collor disse que Lula se fazia de pobre, mas possuía um 3 em 1 de marajá. (Parêntesis: "Marajá" era como Collor chamava funcionários públicos com altos salários. 3 em 1 era um aparelho que reunia rádio – AM e FM – um gravador cassete e um toca-discos. Disco era uma coisa preta com um buraco no meio, que tocava música, como os CDs e MP3 players de hoje. Fecho parêntesis). Collor aproveitou-se também de uma declaração de Lula, para dizer que este tinha preconceito contra os nordestinos, quase como se estivesse dizendo: Vote num nordestino, mas não em Lula. (Parêntesis: Collor governara Alagoas, fingia-se nordestino, embora nascido no Rio. Fecho).
Não é que na Venezuela estão saindo com algo semelhante? Devido à alta popularidade de Chávez, a oposição lançou o slogan:”Chávez si, reforma No”.
No Brasil a farsa deu certo. Pode acontecer o mesmo na Venezuela.

Extraído do Blog do Mello

AMAZÔNIA: Lula quer que países ricos paguem por proteção de florestas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira que os países ricos paguem para proteger florestas tropicais e para conter as mudanças climáticas. Ele reiterou as críticas aos Estados Unidos pela taxação ao etanol brasileiro.

"É preciso que os países ricos saibam que agora, em Bali, nós vamos discutir com muita seriedade o preço que os países ricos têm que pagar para que os países mais pobres possam preservar as suas florestas", disse Lula, referindo-se à cúpula da ONU em Bali (Indonésia) que vai iniciar as discussões sobre um novo tratado climático global.
"Porque você não vai convencer um pobre, de nenhum país do mundo, que ele não pode cortar uma árvore se não tiver como troco o direito dele trabalhar, o direito dele comer", afirmou o presidente durante o lançamento em Brasília do Relatório sobre Desenvolvimento Humano, da Organização das Nações unidas (ONU).

A TENDÊNCIA AO SUICIDIO DO BISPO

Ontem (28) o Bispo da Cidade da Barra, na Bahia, Dom Frei Luiz Flávio Cappio, recomeçou greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco. Pra quem não lembra, o bispo há 2 anos atrás passou 11 dias fazendo greve de fome, em Cabrobó, Pernambuco.
Em entrevista à Record, Lula lamentou a greve de fome contra a transposição do rio São Francisco.
"Nunca houve a quantidade de investimento que o Governo Federal está fazendo para recuperar o rio São Francisco. O bispo me coloca numa situação complicada. Tenho que escolher entre ele, que está fazendo uma greve premeditada, e os 12 milhões de nordestinos no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco e no Ceará que precisam da água para sobreviver", disse. "Não tenha dúvida que ficarei com os pobres desse país."
Para o presidente, o protesto do bispo é "um ato impensado". "Espero que ele reveja sua posição. Da nossa parte, a obra vai continuar."

O gesto do Bispo é louvável pelo fato de alguém ainda se prontificar a expor o próprio corpo por um ideal, em um Brasil onde predominam as negociatas espúrias.
Mas, por outro lado, o governo em seu papel não pode (e, é provável que nem vá) ficar à mercê desse fato e com isso travar seus investimentos contra a seca na região.
Mas, não será com intransgência que o governo irá solucionar o problema que se instaurou a partir de ontem, e que deverá durar alguns dias, dependendo da perseverança do Bispo.

FRASE DO DIA



"Obviamente que, se comparar a educação, a formação intelectual do Fernando Henrique Cardoso, ele é muito mais estudado do que eu. Agora, é verdade que ele teve mais anos de escolaridade, mas é verdade que eu sei governar melhor do que ele"

Presidente Lula

Por que o núcleo podre da oposição não quer a CPMF?

A CPMF entrou na disputa política como efeito de demonstração.
O que a oposição quer mesmo é mostrar que Lula, apesar de todo apoio popular, não tem apoio no Senado para aprovar uma emenda constitucional para a sua "re-reeleição".

A essa altura, a CPMF poderá até não ser prorrogada e haverá um buraco financeiro reinando durante alguns meses. O governo dará o troco à oposição provocando crise na saúde e nos repasses para os Estados (principalmente São Paulo e Minas). Para evidenciar que não podem ficar sem aquela receita.
O jogo é muito maior que a CPMF e quem vai pagar o pato é o povo que depende dos repasses do governo federal.

E ainda assim, FHC o ex-quebrador do Brasil se acha culto e inteligente.

O NÚCLEO PODRE ANTI CPMF

Paulo Henrique Amorim Publicou a Lista dos que se opõem a CPMF. Leiam direito esse elenco.
Prestem atenção, são sempre eles.

--DEM--
Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA)
Ademir Santana (DEM-MA)
Demóstenes Torres (DEM-GO)
Efraim Moraes (DEM-PB)
Eliseu Rezende (DEM-MG)
Heráclito Fortes (DEM-PI)
Jonas Pinheiro (DEM-MT)
José Agripino (DEM-RN)
Kátia Abreu (DEM-TO)
Jaime Campos (DEM-MT)
Marco Maciel (DEM-PE)
Maria do Carmo Alves (DEM-PE)
Raimundo Colombo (DEM-SC)
Rosalba Ciarlini (DEM-RN)

- - PSDB - -
Arthur Virgílio (PSDB-SP)
Marisa Joaquina Monteiro Serrano (PSDB-MS)
Sérgio Guerra (PSDB-PE) - clique aqui para ler que o presidente do PSDB não sabe o que dizer de FHC
Mário Couto Filho (PSDB-PA)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)
Alvaro Dias (PSDB-PR)
João Tenório (PSDB-AL)
Marconi Ferreira Perillo Júnior (PSDB-GO)
Papaléo Paes (PSDB-AP)
Eduardo Azeredo (PSDB-MG)

--PMDB--
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)

Esses senhores e senhoras aí de cima não engolem que o Presidente Lula – como Cristina Fernández de Kirchner – tenha sido eleito, sobretudo, pelos pobres.
Os conservadores não podem tolerar isso.
Que o Brasil, como a Argentina, tenha, de novo, um “pai dos pobres”.
Já que não é possível fazer com que ele dê um tiro no peito, é melhor impedir a prorrogação da CPMF.
“Tirar o leite das crianças” não passa de manobra eleitoral revestida de ideologia liberal.
O que não se entende é o que um homem público com o passado de Jarbas Vasconcellos, que todos os jornalistas da minha geração aprenderam a admirar e a respeitar, esteja a fazer nesta lista.
Ao lado de Arthur Virgilio, Heráclito Fortes, Eduardo Azeredo ...
O Conversa Afiada deve ter cometido um equivoco que pretende corrigir o mais rápido possível.

CONFERENCIA MUNICIPAL DE SAÚDE DISCUTE NOVOS DESAFIOS

Com o desafio de criar estratégias que assegurem o acesso universal e igualitário dos cidadãos aos serviços de saúde, iniciou ontem no auditório da UEPA, a IX Conferência Municipal de Saúde de Santarém.
O tema central da Conferência é "Pacto em Defesa da Vida e Fortalecimento do SUS".
"Os desafios que surgem aqui são nossos também. Todo gestor que quer governar com transparência tem que fortalecer os conselhos, e nós fazemos isso", declarou em seu pronunciamento a Prefeita de Santarém, Maria do Carmo, acrescentando as conquistas do governo municipal no setor. "Muito já temos a comemorar, mas destaco aqui a redução da mortalidade infantil e da dengue no nosso município. Essas são conquistas que resultam de um trabalho sério e compromissado".
A Conferência encerra na quinta-feira, 29, com a eleição das entidades que irão compor o Conselho Municipal de Saúde para os próximos dois anos.

PS
O ex Secretário de Saúde do Estado Halmélio Sobral ainda em exercício, também foi visto na Conferência.
Ele e sua equipe que emperram o funcionamento do HR de Santarém.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Ana Julia arranca R$ 89,9 milhões do Governo Federal para investir em segurança pública

A liberação imediata de R$ 89,9 milhões, que serão investidos em ações propostas pelo governo do Estado e aprovadas no Programa Nacional de Segurança Pública (Pronasci), do Ministério da Justiça, é o resultado da audiência da Governadora Ana Julia com o Presidente Lula e Ministros de seu Governo.
A liberação dos recursos foi assegurada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à governadora Ana Júlia Carepa.
Ao todo, são 13 as medidas aprovadas para a implementação do Pronasci no Pará. Entre elas, a construção de dois presídios femininos, um em Marabá e outro em Santarém, com capacidade para 200 detentas em cada unidade. Além disso, será construída uma ala feminina no presídio de Abaetetuba.

FRASE DO DIA




O PSDB escolheu a ave errada para simbolizá-lo. Em vez do tucano, deveria ter escolhido o pavão.

Anônimo

NOTÍCIAS DO PIG

Esta era a capa do site do Estadão às três da tarde desta terça-feira: "Com atraso, Brasil entra para o clube do alto IDH". Pronto. Não precisa ficar mais explicando aos estudantes de Jornalismo como se dá a manipulação de informações. Ela é sutil, não pode mais ser descarada.
No passado, se não houvesse internet, o jornal poderia simplesmente omitir a informação. Agora não pode, mas manipula a forma de dar a notícia. "Com atraso", neste caso, deve ser por culpa do Lula?
Qual é o sentido de dar esta manchete e não a mais simples e direta, "Brasil entra para o clube do alto Índice de Desenvolvimento Humano"? O jornal foi ouvir um especialista, segundo o qual o ranking adota 'rótulos artificiais'. Vocês já imaginaram como seria a manchete se o Brasil tivesse mudado de ranking durante o governo de Fernando Henrique Cardoso? O mesmo especialista questionaria os métodos das Nações Unidas?
É o que se chama de aplicação de jornalismo crítico seletivamente, só quando interessa.

Extraido do Ví o Mundo

BELO MONTE SUSTENTAVEL?

A governadora do Ana Júlia reuniu-se ontem em Brasília, com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, para dar início à discussão de um Plano Sustentável para a região do rio Xingu.
A intenção é viabilizar a hidrelétrica de Belo Monte, atender à demanda nacional por energia, favorecer o desenvolvimento sócio-econômico da região e minimizar o impacto ambiental do empreendimento.
A idéia dos governos federal e estadual é construir um processo de discussão que envolva a participação dos movimentos sociais, do Ministério Público Federal e das comunidades que vivem na área de influência do empreendimento.
A ministra estabeleceu um prazo de 15 dias para que o grupo de trabalho inicial possa apresentar estudos que indiquem o perfil sócio-econômico da região.
De imediato, a governadora determinou que sejam enviados a Brasília todos os estudos estaduais sobre a região do Xingu e um conjunto de propostas elaboradas pelo governo do Estado com vistas ao desenvolvimento sócio-econômico-ambiental da área. “É fundamental que cheguemos a uma equação que combine soluções energéticas com desenvolvimento social e respeito ao meio ambiente”, disse Ana Júlia Carepa à ministra Dilma.
A governadora destacou os tremendos impactos ambientais e sociais gerados pelos grandes projetos na região amazônica e foi taxativa: “Não queremos que Belo Monte repita os erros que ocorreram em Tucuruí. O governo do Estado quer, sim, o desenvolvimento do País, mas a nossa prioridade é o Pará.
Somente faremos Belo Monte se houver um plano sustentável”. Ela também destacou que todos os atores sociais serão ouvidos: “Abriremos um diálogo diferenciado com o Ministério Público, com o Movimento Social e com as comunidades”. Com potência instalada de 11.000 MW, vai entrar no sistema integrado e suprir todo o Pais com uma geração anual de energia elétrica de 41,3 milhões MWh. O empreendimento foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as obras de infra-estrutura consideradas prioritárias pelo governo federal.
Durante a reunião, a Eletrobrás apresentou detalhes do novo inventário da hidrelétrica, encaminhado este mês à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além da redução da área do reservatório (que caiu de 1.270 metros quadrados para 440m2), os técnicos informaram à ministra Dilma Roussef e à governadora que agora não mais serão alagadas as terras indígenas que no projeto anterior seriam atingidas.
De acordo com o novo inventário, não haverá outras usinas na bacia do Xingu além de Belo Monte, que vai minimizar o impacto ambiental ao aproveitar uma queda natural de 90 metros do rio Xingu.

SERÁ QUE AGORA MUDA?

A governadora do Pará Ana Júlia teve no Palácio do Planalto, audiência com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para tratar de temas relacionados à segurança pública e ao sistema penitenciário do Pará. O ministro da Justiça, Tarso Genro, e a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, participam do encontro. Dentre as medidas já anunciadas, estão a liberação de recursos para a construção de celas femininas nas cadeias do Estado.
A governadora relatou ao presidente as providências já tomadas para punir os responsáveis do caso da adolescente de 15 anos que ficou presa por um mês numa cela com 20 homens em Abaetetuba, nordeste do Estado. Uma portaria já determinou à Secretaria Estadual de Segurança Pública (Segup) investigações para apurar os responsáveis pelo crime, que receberão punição severa.

“Ninguém vai ficar impune ou poderá justificar esse absurdo”, afirmou Ana Júlia durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado, na manhã desta terça-feira (27). Ao presidente, a governadora fez um relato sobre o andamento das reivindicações apresentadas ao governo federal, ainda no início do primeiro semestre deste ano, na área da segurança.
O fortalecimento do sistema de segurança pública do Pará também está sendo discutido.
A governadora relatou ao presidente sobre medidas para combater crimes como trabalho escravo, grilagem de terras, contrabando de espécies animais e vegetais e desmatamento ilegal.

Fonte Agencia Pará

A PÉROLA DO DELEGADO

No mar de salve-se quem puder do sistema carcerário brasileiro, leiam o que foi capaz de dizer o delegado-geral da Polícia Civil do Pará, Raimundo Benalussy, na audiência pública que discute o caso das mulheres presas em celas masculinas no estado do Pará:

Essa moça tem certamente alguma debilidade mental porque em nenhum momento ela manifestou sua menoridade penal.”

É impressionante a falta de bom senso de algumas autoridades para justificar seu trabalho mal feito. Quem garante que a menina não falou de sua menoridade? O delegado? E que crédito passa a ter uma autoridade depois destes absurdos? E se ela não falou, como é que ele não procurou saber?

Pela sua função enquanto delegado da polícia civil, um cargo de extrema responsabilidade por toda autoridade na qual está incumbido, o Sr. Benalussy deveria no mínimo ter averiguado a situação civil da garota. Se não fez, que tente não falar mais besteira.

Quem será que tem problemas mentais?

O TIRO SAIU PELA CULATRA

A conversa telefônica (grampeada) entre os secretários municipais de Santarém Everaldo Martins (Planejamento) e Rosilane Evangelista (Finanças), está tendo mais um desdobramento.
Após o Jornal Estado do Tapajós tiver que publicar o direito de resposta do Secretário de Planejamento para evitar conseqüências legais mais graves, a Policia Federal resolveu investigar o caso para desvendar a fonte do “grampo” levada ao público pelo periódico.
A conversa foi divulgada pelo periódico (notório opositor do Governo Petista Santareno) como suposta prova de um ato criminoso cometido pelo Secretário de Planejamento. Na verdade a conversa só mostrou a tentativa do Everaldo (petista e irmão da prefeita) de obter uma certidão negativa de débito para um empresário.
No imbróglio todo se atribuiu o “grampo” a “Operação Rêmora” da Policia Federal, que nunca confirmou o feito, enquanto o Secretário Everaldo Martins nunca foi indiciado de crime ao contrario dos envolvidos na operação.
Agora a Policia Federal entrou no jogo para desvendar o caso acuando o jornalista responsável pela informação para que a origem do “grampo” seja revelada.

Mais um daqueles casos... O Jornal queria criar um escândalo e acabou dando um tiro no Pé.

FASCISTAS EM AÇÃO NA BOLIVIA

Subiu para quatro o número de mortos na Bolívia. A ascensão do índio Evo Morales ao poder levou ao renascimento de grupos fascistas bolivianos, como o Nación Camba, além de manifestações explícitas de racismo.

"Manifestante se protege durante choques ocorridos nas ruas de Sucre, na Bolívia, contra aprovação de nova Constituição". A legenda foi publicada pela "Folha Online". Um dos mortos na Bolívia foi um policial, espancado. Mas como isso pegaria mal para as forças que se opõem a Evo Morales, a mídia brasileira não deu destaque. Policial morto só se chora se for no Rio de Janeiro.
"Quero pedir ao povo boliviano serenidade e tranquilidade. E às autoridades quero pedir-lhes que trabalhem pela paz com justiça social", disse Morales. O presidente, além disso, responsabilizou "pequenos grupos oligárquicos, que se opõem à mudança e que sempre foram contra a Constituinte" por promover os protestos em Sucre, anunciando uma investigação sobre os incidentes.

CHARGE

Conferência das Cidades vira ato pró-3º mandato de Lula

“Um, dois, três, Lula outra vez.” O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido, ontem à noite, com esse grito por cerca de 2 mil pessoas mobilizadas pelo Movimento Nacional de Luta pela Moradia na abertura da 3ª Conferência Nacional das Cidades. Ele chegou ao Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, acompanhado dos ministros Márcio Fortes (Cidades) e Marina Silva (Meio Ambiente).

Diante de um mar de mãos levantadas, com três dedos sinalizando o terceiro mandato, o presidente fez um improviso no discurso que mais uma vez esfriou os ânimos dos torcedores do terceiro mandato .

“Eu tenho em mente que a passagem pelo governo de um homem ou uma mulher tem data de entrada e de saída, mas os compromissos de luta são para toda a vida”, disse Lula. “E quando terminar a Presidência da República, aconteça o que acontecer, vamos estar juntos em outras batalhas para melhorar a vida do povo.”

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Bolivia, Evo se une à marcha de camponeses em defesa da Constituinte

O presidente boliviano Evo Morales liderou nesta segunda-feira (26) uma passeata de camponeses que se dirige a La Paz para apoiar seu projeto constitucional, além de exigir que o Senado, dominado pela oposição, aprove um bônus para os idosos do país.
Milhares de idosos, cocaleiros e filiados à Confederação Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia marcham em direção a La Paz.
Evo, se incorporou ao grupo em El Alto, cidade que faz divisa com La Paz, de onde irá com os manifestantes até a Praça Murillo, onde estão o Palácio de Governo e o Parlamento. O presidente surpreendeu os meios de comunicação ao se juntar à passeata enquanto ainda ressoam os ecos da violência deste fim de semana em Sucre, sede da Assembléia Constituinte,.

Lula nomeia o conselho da TV pública

O Governo Lula deu mais um passo rumo a TV Publica.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta segunda-feira 15 representantes da sociedade civil que vão compor o conselho curador da Empresa Brasileira de Comunicação --futura TV pública. O conselho é composto também por quatro ministros --Educação (Fernando Haddad), Cultura (Gilberto Gil), Ciência e Tecnologia (Sérgio Rezende) e Comunicação Social (Franklin Martins).
O ministro Franklin Martins (Comunicação Social) afirmou que o critério de escolha dos 15 representantes da sociedade civil foi "amplo, plural e observando as diferentes experiências de cada um".

Confira os 15 representantes da sociedade civil nomeados hoje:

Ângela Gutierrez - empresária e empreendedora cultural
Cláudio Lembo - ex-governador de São Paulo, advogado e professor universitário
Delfim Netto - ex-ministro, ex-secretário estadual de São Paulo, ex-deputado e economista
Irma Vieira - diretora do Museu Paraense Emílio Goeldi (PA)
Isaac Pinhanta - professor indígena da tribo dos Ashaninka (AC)
José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni) - empresário, ex-diretor da TV Globo
José Martins - engenheiro mecânico e empresário
José Paulo Cavalcanti Filho - ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça e ex-presidente da Empresa Brasileira de Notícias
Lúcia Willadino Braga - diretora da Rede Sarah de Hospitais
Luiz Edson Fachin - especialista em Direito de Família
Luiz Gonzaga Belluzo - ex-chefe da Secretaria Especial de Assuntos Econômicos do Ministério da Fazenda e ex-secretário estadual de São Paulo
Maria da Penha Maia - que teve o nome divulgado em todo país na Lei Maria da Penha que aumenta o rigor das punições contra agressões às mulheres
MV Bill - cantor de rap e autor de livros e documentários
Rosa Magalhães - carnavalesca e artista plástica
Wanderley Guilherme dos Santos - pró-reitor de Análise e Prospectiva da Universidade Cândido Mendes.

Chávez ameaça 'varrer' oposição se houver violência

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reagiu ao assassinato de um trabalhador nesta segunda-feira, supostamente morto por opositores a seu governo, e afirmou que "varrerá" a oposição se ela optar pelo caminho da violência.

A seis dias do referendo consultivo da polêmica reforma constitucional, o presidente venezuelano disse que "os setores enlouquecidos e desesperados da oposição começaram com um plano de violência".
"Aqui está o povo organizado para impedir desestabilizações", disse.
"Se eles buscam o caminho da violência, tenham certeza de que saberemos enfrentá-los nas ruas e varrê-los como já fizemos em 13 de abril de 2002", acrescentou, em referência à tentativa de golpe de Estado quando a população saiu às ruas para restituir o poder ao presidente.

CURTO E GROSSO

De Paulo Henrique Amorim

O Presidente Lula deu uma entrevista ao Globo.

Um terço da entrevista foi a Miriam Leitão, Fabio Giambiagi e Paulo Guedes, uma vez que só tratou dos gastos públicos.
“Gastos públicos” é uma “idéia fixa” dos neo-liberais, como se sabe: matar o Estado de inanição, menos naquelas linhas de crédito que beneficiem as empresas “escolhidas” pelo Estado neo-liberal.

Outro terço da entrevista foi concedido a Miriam Leitão e a Rubens Barbosa, porque só tratou da Venezuela.
A Venezuela, como se sabe, é outra “idéia fixa” dos neo-liberais, porque eles batem na Venezuela “by proxy” – tudo o que eles dizem da Venezuela e do Presidente Chávez é o que gostariam de dizer do Brasil do Presidente Lula e não conseguem.
Como diz o Presidente Lula: o que é que me interessa o regime político do Afeganistão ? Da Austrália ? Do Azerbaijão ?

O outro terço da entrevista tocou no assunto que, de fato, merecia destaque, se o Globo não fosse do PIG.
Disse o Presidente Lula: “Não quero que publiquem isto, é apenas uma informação: quem defendeu terceiro mandato foi Fernando Henrique Cardoso, que defendeu o terceiro mandato do Fujimori (ex-presidente do Peru). Ou vocês se esquecem que publicaram isso ?”

Para adicionar algumas informações ao que diz o Presidente Lula.

A Embaixada do Brasil em Lima era uma sub-estação do gabinete de Vladimiro Montesinos, o Beria/Fernandinho Beira-Mar de Fujimori.
A Embaixada do Brasil em Lima articulou entusiasmadamente o apoio de FHC ao terceiro mandato de Fujimori.
O Governo dos Estados Unidos que já sabia da ligação de Montesinos com o tráfico de drogas condenou o terceiro mandato de Fujimori.
Nas Américas, FHC foi o ÚNICO chefe de Estado que deu apoio ao terceiro mandato de Fujimori.

Na edição que está nas bancas (clique aqui para ler), a revista Carta Capital, numa reportagem de Leandro Fortes (“Eterno factóide”), diz: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido beneficiado com a manobra da reeleição, colocada em prática via mudança da Constituição, foi um dos avalistas internacionais do terceiro mandato de Alberto Fujimori, do Peru. Tanto, e de tal forma, que Fujimori, atualmente às vésperas de ser julgado por crime de corrupção, tráfico de armas e genocídio pela Justiça peruana, arrolou FHC como testemunha. “

A TRAPALHADA DO GREENPEACE

Reflexões sobre equívocos da nossa agenda ambientalista

Fiquei imaginando se o Greenpeace confeccionaria o mesmo “informe publicitário” substituindo o retrato de Lula pelo de Marina Silva, a ministra diretamente responsável pelas questões ambientais. Não, a Marina não, ela é do bem...
O espantoso "informe publicitário" ocupou a página inteira do Estadão. No topo, uma foto do presidente de ponta a ponta, cabisbaixo, escolhida a dedo para humilhar, no melhor estilo Folha de S. Paulo, onde, aliás foi comprada (ou foi cedida?). Em baixo, em corte horizontal um cenário de floresta incendiada. Sobre a fumaça, a admoestação: Presidente Lula: o problema das mudanças climáticas está bem embaixo do seu nariz.

No pé da página um longo parágrafo começa com “O Brasil é o quarto maior emissor de gas carbônico na atmosfera... acelerando o aquecimento global..” E repete pacientemente o pito: “A explicação, presidente, está bem debaixo do seu nariz e na frente dos nossos olhos: o desmatamento da Amazônia.....etc e tal, e assim vai.
Assinado: Greenpeace.

Quanto será que custou esse anúncio de página inteira no jornal mais caro do país? De onde veio o dinheiro? Certamente de doações, filiados do Greenpeace, ambientalistas desprendidos e apoiadores da boa causa. Enfim: dinheiro do público. Essa gente toda foi consultada sobre a relação custo-benefício desse anúncio? Ou sobre seus termos, sua linguagem? Se não foi, está errado. Se foi está mais errado ainda, porque o “informe publicitário” dessa ONG internacional, que não deveria se meter em política partidária, explora a cultura do preconceito anti-lulista, criada e adubada pelos tucanos. O presidente é um ignorante, não percebe um problema que está “bem embaixo do seu nariz” .
É preciso que o Greenpeace "explique".

O informe publicitário personaliza a crítica, num ataque direto à figura do presidente, outra característica do discurso tucano. Fiquei imaginando se o Greenpeace confeccionaria o mesmo “informe publicitário” substituindo o retrato de Lula pelo de Marina Silva, a ministra diretamente responsável pelas questões ambientais. Não, a Marina não, ela é do bem...

A linguagem da propaganda não admite nuances, contradições. Por isso, o Greenpeace passa por cima das medidas que o governo já tomou para defender o meio ambiente, ou das novas medidas em discussão. Não discute se são boas, suficientes, se não são. Não considera se o desmatamento da Amazônia está diminuindo no governo Lula ou não. De fato, está diminuindo, mas esse “detalhe” complicaria o “informe publicitário”.

Não é uma peça didática, analítica, que procura conscientizar, como se esperaria de uma ONG ambientalista . Não discute. É uma peça de ataque político . É um informe de natureza metafísica, que por isso precisa ignorar a realidade das políticas do governo em relação à Amazônia. Mais que isso, o pressuposto do discurso do “está bem embaixo do seu nariz”, é o de que não há política nenhuma. Uma mentira.

Como toda peça de propaganda, esse “informe publicitário” foi concebido para desinformar, não para informar. Por isso, as falácias do informe sucedem-se, dentro da lógica inexorável da linguagem enganosa de toda propaganda. A primeira frase é a primeira falácia: “O Brasil é o quarto maior emissor de gás carbônico na atmosfera acelerando o aquecimento global...”

Não é o quarto maior, é o sexto maior e nem poderia estar acelerando o aquecimento global, porque suas emissões de 1,14 bilhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, correspondem a apenas 6% das 19,31 bilhões de toneladas emitidas pelos cinco grandes. Mesmo que o Brasil corte toda sua emissão, se nada for feito pelos Estados Unidos e China, ao aquecimento continuará se acelerando.

A relação entre efeito estufa e Floresta Amazônica é bem mais complexa: graças à sua imensidão, a floresta amazônica praticamente captura de volta todo o CO2 que o Brasil emite, inclusive o CO2 de suas próprias queimadas, que constituem a maior parte do que emitimos. Ou seja, o Brasil não pode tecnicamente contribuir para o aquecimento global, porque a floresta amazônica não deixa. É nisso que está justamente a importância da preservação da floresta amazônica.

Ao contrário do que sugere o “informe publicitário” do Greenpeace, é o aquecimento global que ameaça a floresta amazônica. Foi essa a grande mudança de percepção, verbalizada no começo de novembro na Espanha pelo secretario geral da ONU, Ban Kimoon: “Se as mais severas projeções do painel de mudanças climáticas se tornarem reais, muito da Amazônia será transformada em savana.”

E problema é emergencial, alertam os cientistas. Se o problema é a aceleração do aquecimento global, base da peça publicitária do Greenpeace, o ataque deve ser dirigido contra essas cinco potências poluentes e seus padrões de consumo. São elas que em primeira instância ameaçam a Amazônia com suas emissões. “O problema foi causado pelas nações ricas, então elas precisam mostrar liderança ” diz o Secretário executivo da Convenção do Clima, Yvo de Bôer. Por que não cobrar do presidente Bush a não adesão ao protocolo de Kyoto?

Mesmo não tendo a obrigação de reduzir suas emissões, por sermos uma economia que ainda não satisfaz as necessidades básicas da população, somos signatários do protocolo de Kyoto e estamos para adotar uma meta voluntária de redução de emissões. Essa discussão já vem, rolando no governo há alguns meses e o Greenpeace sabia disso. Por que não publicou um manifesto ou abaixo assinado?

E agora, uma última pergunta? Quantas árvores foram derrubadas para produzir essa página de propaganda enganosa do Greenpeace? Tentei fazer uma estimativa. Como não entendo do assunto, usei a lógica formal: a cinco gramas por folha de jornal, teríamos 2,5 gramas por página. Vezes 300 mil exemplares de tiragem chegamos a 750 quilos de polpa, numa estimativa grosseira. Uns cinco pés de eucalipto, pelo menos. Essa foi a contribuição do informe publicitário do Greenpeace à derrubada de nossas árvores. O Estadão ainda não usa papel reciclado!

Folha erra e insiste no erro, conclui ombudsman do jornal

Em sua coluna do último domingo (25), o ombudsman da Folha de S.Paulo, Mário Magalhães, criticou a série de matérias publicadas pelo jornal na semana passada, nas quais insistiu na tese de que o PT teria recebido R$ 500 mil de uma empresa para beneficiá-la em um pregão da Caixa Econômica Federal.
A tese da Folha não se sustentava e foi cabalmente desmentida por todas as instituições envolvidas na matéria, incluindo a própria Polícia Federal, suposta fonte dos repórteres da Folha.
A incorreções da reportagem inicial (publicada em 18 de novembro) também foram objeto de uma carta do PT, enviada ao ombudsman na terça-feira.
O jornal não teve como contestar, contudo não se corrigiu. "Pior que errar é insistir no erro. No submundo dos agrados a partidos, não duvido de nada. Mas o jornalismo deve ser fiel aos fatos. E os fatos contradizem a Folha", disse o ombudsman da Folha em sua coluna.

PIG

O jornal O Estado de S.Paulo foi condenado a pagar mais de R$ 563 mil por danos morais ao advogado Brasil do Pinhal Pereira Salomão, que atua na cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A decisão foi do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, do Supremo Tribunal Federal.
A matéria que motivou a ação foi veiculada no dia 30 de maio de 1997, no caderno de "Política", sob o título "Advogado causa polêmica em Ribeirão Preto" e subtítulo "Fundador do PT, Brasil Salomão deu parecerem que teriam causado prejuízo à prefeitura". Nela, o jornal afirmava que o advogado havia causado rombo de R$ 37 milhões na cidade.
Na época, o advogado de Salomão, Henrique Furquim Paiva, requereu indenização de R$ 100 mil por danos morais. A alegação foi de que a matéria era totalmente inverídica e teria sido publicada com "intenção deliberada e consciente de difamação". "Meu advogado apresentou provas documentais muito fortes de ficou provado, logo em primeira instância, que a matéria era inverídica", disse Salomão, em entrevista ao Portal Imprensa.
Em sua defesa, o jornal alegou que apenas reproduziu as informações fornecidas pelas fontes entrevistadas. No julgamento em 1ª instância, ocorrido em abril de 1998, a juíza Maria Silvia Gomes Sterman deu ganho de causa ao advogado.
A empresa recorreu.

Após perder a causa no Tribunal de Justiça de São Paulo, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, o jornal dos Mesquita foi condenado a pagar ao advogado indenização de R$ 563.926,02, correspondente ao valor inicial requerido, somado às correções monetárias e juros.
Pela sentença, OESP também foi obrigado a publicar a sentença completa da 1ª instância do processo em suas páginas, o que ocorreu nesta quinta-feira (22), na página 10 do 1º Caderno.

Se a moda pegar...

A frase do Ano


"Carregava no ventre o resultado do meu amor".


Mônica Velloso no seu Livro.

URIBE X CHAVEZ

Há uma guerra de vaidades em curso entre Álvaro Uribe e Hugo Chávez. No sábado, Uribe suspendeu bruscamente a intermediação de Chávez nas negociações pela soltura de reféns das FARCs. A alegação é de que o presidente da Venezuela não estava autorizado a conversar com o general Mario Montoya, chefe das Forças Armadas colombianas. Seu interlocutor no governo deveria ser Uribe e ninguém mais.

Não custa lembrar, a responsabilidade pela existência dos 45 reféns é das FARCs.

A reação da Venezuela foi inicialmente cautelosa e, posteriormente, dura. Chávez declarou primeiro sua ‘aceitação’ e ‘frustração’ e logo, na madrugada de sábado, disse que se sentia ‘traído’ e que isto afetaria a relação dos dois países. O presidente francês, Nicolás Sarkozy, junto a seus familiares, pediu a Uribe que reconsiderasse, informou que enviaria uma carta formal e declarou que Chávez ‘é a melhor opção’. No entanto, apesar da indiscrição e teatralidade do mandatário vizinho, não se pode negar que em três meses sua gestão fazia com que as negociações enfim saíssem do ponto morto.

A idéia de que um contato entre Chávez e o generalato colombiano poderia despertar simpatias bolivarianas nos militares colombianos é certamente uma desculpa. Uribe estava incomodado porque perigava Chávez sair protagonista – até mesmo herói – de uma negociação destas, com os reféns a tiracolo.
Álvaro Uribe continua com um problema nas mãos – um problema que evidentemente ele não tem condições ou mesmo competência para resolver. Talvez, como sugere o presidente francês, Hugo Chávez fosse o único interlocutor possível. Negociação é, infelizmente, a arte do possível. Se há um custo político? Evidentemente que há. O fortalecimento de Chávez, a legitimação das FARCs. É com esse objetivo mesmo que matam e seqüestram: para ampliar sua influência.

Desistir das negociações para não legitimar não é solução. E o problema continua lá, do mesmo tamanho. Há vidas em jogo. Uribe está brincando com essas vidas.

NOTÍCIAS DO PIG

A matéria “Herança maldita”, da Veja dessa semana (só para assinantes), sobre a denúncia do Procurador-Geral da República contra o ex-presidente do PSDB, ex-governador de Minas Gerais e atual senador tucano Eduardo Azeredo e outras 14 pessoas envolvidas no valerioduto tucano, é um show de parcialidade.
A começar pela foto que ilustra a matéria, do ex-ministro Mares Guia, e não a de Eduardo Azeredo, que é o principal personagem do esquema do valerioduto tucano. Ou seja, a Veja usa todos os recursos para tentar desviar o tema para Mares Guia, num artifício para iludir os leitores e atenuar as denúncias contra Azeredo e outros tucanos de alta plumagem.
Além disso, a matéria nem cita a prescrição dos crimes eleitorais, que tirou da denúncia alguns parlamentares tucanos, como o governador Aécio Neves, então deputado federal, que teria recebido R$ 110 mil do valerioduto tucano e os deputados Romel Anízio (PP), José Militão (PTB) e Custódio Mattos (PSDB), que também teriam recebido recursos do esquema, sem falar na campanha da reeleição do ex-presidente FHC, também beneficiada pelo esquema como disse em entrevista o próprio Eduardo Azeredo.

Em outra matéria “Crise de identidade” (só para assinantes), a Veja antecipa o óbvio. Vem aí uma campanha pela privatização dos bancos públicos. Congresso tucano dá o sinal de partida, o toque de reunir, e já começa na mídia a campanha para a privatização dos bancos públicos.
Na matéria, o livro dos pesquisadores do IPEA, Armando Castelar e Luiz Chrysostomos - "Mercado de capitais e bancos públicos" - é analisado por notórios porta- vozes do neoliberalismo e do tucanato, como Cláudio Haddad, Pérsio Arida, Maílson da Nóbrega, André Lara Rezende, todos apoiando que não há necessidade de bancos públicos, já que existem capitais privados disponíveis.
Eles só esqueceram um detalhe: os juros cobrados pelos bancos privados comparados com a taxa TJLP do BNDES e do BB. Ou seja, exatamente o principal papel dos bancos públicos - financiar habitação e saneamento, o agronegócio e a agricultura familiar, as exportações, a infra-estrutura e o desenvolvimento industrial do país, inclusive uma política industrial e pesquisa tecnológica.

Prefeitura inicia as obras do Parque da Cidade

Começaram no dia 23, os trabalhos na área onde será construído o Parque da Cidade. Em parceria com o Governo Federal, o espaço, que está localizado entre as Avenidas Bartolomeu de Gusmão, Barão do Rio Branco e Sergio Henn, foi revertido ao Patrimônio Municipal e autorizado para execução de obras.
Agora, a Prefeitura de Santarém já assinou ordem de serviço para a obra.
O Parque irá proporcionar não só um novo espaço de lazer e entretenimento a população santarena, como também melhoria no atendimento turístico, aumentando o número de visitantes e elevando o produto turístico.
A primeira fase de serviços consta de limpeza em todo o entorno e a colocação de uma tela de proteção e demarcação da área. Posteriormente, começarão as obras de construção.