Da Coluna da Mônica Bérgamo, hoje na "Folha"
FOLHA - O senhor acha que cometeu um erro de português na crítica ao presidente Lula?
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO - Não é verdade. Acho que não [cometi erro]. Aliás, eles não disseram quem era o gramático [que apontou o erro]. Mas o [assessor de FHC] Eduardo Graeff até respondeu que, pelo "Houaiss", quando você diz "mais bem-educado" é "mais cortês, mais amável". Eu não queria dizer isso.
FOLHA - Mas esse "bem-educado" a que o Graeff se refere é com hífen.
FHC - Ou sem hífen também.
FOLHA - O correto, para o que o senhor queria dizer, é "bem educado" sem hífen. O Eduardo Graeff foi até desmentido pelo professor Pasquale Cipro Neto, que explicou a diferença.
FHC - É, eu vi. Mas não sei, não estou preocupado. Isso aí é polêmica gramatical [risos]. É bom, polêmica é sempre bom. Se errei, peço perdão e corrijo. Mas até agora não consegui ver por que eu não posso dizer "melhor educado" em vez de "mais bem educado". Não sei. Qual é a regra? Você sabe? O que me obriga?
FOLHA - É que, antes de um particípio, como "educado", é preciso usar a forma "mais bem", e não "melhor". Por exemplo, "mais bem pago", e não "melhor pago".
FHC - Pode ser, mas a língua é algo vivo. Os gramáticos fixam as regras, mas isso muda. Todo mundo fala assim, vai mudando a língua. Mas, em todo caso, procurarei dizer "mais bem educado" de agora em diante.(...)
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