A matéria “Herança maldita”, da Veja dessa semana (só para assinantes), sobre a denúncia do Procurador-Geral da República contra o ex-presidente do PSDB, ex-governador de Minas Gerais e atual senador tucano Eduardo Azeredo e outras 14 pessoas envolvidas no valerioduto tucano, é um show de parcialidade.
A começar pela foto que ilustra a matéria, do ex-ministro Mares Guia, e não a de Eduardo Azeredo, que é o principal personagem do esquema do valerioduto tucano. Ou seja, a Veja usa todos os recursos para tentar desviar o tema para Mares Guia, num artifício para iludir os leitores e atenuar as denúncias contra Azeredo e outros tucanos de alta plumagem.
Além disso, a matéria nem cita a prescrição dos crimes eleitorais, que tirou da denúncia alguns parlamentares tucanos, como o governador Aécio Neves, então deputado federal, que teria recebido R$ 110 mil do valerioduto tucano e os deputados Romel Anízio (PP), José Militão (PTB) e Custódio Mattos (PSDB), que também teriam recebido recursos do esquema, sem falar na campanha da reeleição do ex-presidente FHC, também beneficiada pelo esquema como disse em entrevista o próprio Eduardo Azeredo.
Em outra matéria “Crise de identidade” (só para assinantes), a Veja antecipa o óbvio. Vem aí uma campanha pela privatização dos bancos públicos. Congresso tucano dá o sinal de partida, o toque de reunir, e já começa na mídia a campanha para a privatização dos bancos públicos.
Na matéria, o livro dos pesquisadores do IPEA, Armando Castelar e Luiz Chrysostomos - "Mercado de capitais e bancos públicos" - é analisado por notórios porta- vozes do neoliberalismo e do tucanato, como Cláudio Haddad, Pérsio Arida, Maílson da Nóbrega, André Lara Rezende, todos apoiando que não há necessidade de bancos públicos, já que existem capitais privados disponíveis.
Eles só esqueceram um detalhe: os juros cobrados pelos bancos privados comparados com a taxa TJLP do BNDES e do BB. Ou seja, exatamente o principal papel dos bancos públicos - financiar habitação e saneamento, o agronegócio e a agricultura familiar, as exportações, a infra-estrutura e o desenvolvimento industrial do país, inclusive uma política industrial e pesquisa tecnológica.
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