segunda-feira, 26 de novembro de 2007

CURTO E GROSSO

De Paulo Henrique Amorim

O Presidente Lula deu uma entrevista ao Globo.

Um terço da entrevista foi a Miriam Leitão, Fabio Giambiagi e Paulo Guedes, uma vez que só tratou dos gastos públicos.
“Gastos públicos” é uma “idéia fixa” dos neo-liberais, como se sabe: matar o Estado de inanição, menos naquelas linhas de crédito que beneficiem as empresas “escolhidas” pelo Estado neo-liberal.

Outro terço da entrevista foi concedido a Miriam Leitão e a Rubens Barbosa, porque só tratou da Venezuela.
A Venezuela, como se sabe, é outra “idéia fixa” dos neo-liberais, porque eles batem na Venezuela “by proxy” – tudo o que eles dizem da Venezuela e do Presidente Chávez é o que gostariam de dizer do Brasil do Presidente Lula e não conseguem.
Como diz o Presidente Lula: o que é que me interessa o regime político do Afeganistão ? Da Austrália ? Do Azerbaijão ?

O outro terço da entrevista tocou no assunto que, de fato, merecia destaque, se o Globo não fosse do PIG.
Disse o Presidente Lula: “Não quero que publiquem isto, é apenas uma informação: quem defendeu terceiro mandato foi Fernando Henrique Cardoso, que defendeu o terceiro mandato do Fujimori (ex-presidente do Peru). Ou vocês se esquecem que publicaram isso ?”

Para adicionar algumas informações ao que diz o Presidente Lula.

A Embaixada do Brasil em Lima era uma sub-estação do gabinete de Vladimiro Montesinos, o Beria/Fernandinho Beira-Mar de Fujimori.
A Embaixada do Brasil em Lima articulou entusiasmadamente o apoio de FHC ao terceiro mandato de Fujimori.
O Governo dos Estados Unidos que já sabia da ligação de Montesinos com o tráfico de drogas condenou o terceiro mandato de Fujimori.
Nas Américas, FHC foi o ÚNICO chefe de Estado que deu apoio ao terceiro mandato de Fujimori.

Na edição que está nas bancas (clique aqui para ler), a revista Carta Capital, numa reportagem de Leandro Fortes (“Eterno factóide”), diz: “O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, além de ter sido beneficiado com a manobra da reeleição, colocada em prática via mudança da Constituição, foi um dos avalistas internacionais do terceiro mandato de Alberto Fujimori, do Peru. Tanto, e de tal forma, que Fujimori, atualmente às vésperas de ser julgado por crime de corrupção, tráfico de armas e genocídio pela Justiça peruana, arrolou FHC como testemunha. “

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