O governo dos Estados Unidos confirmou nesta segunda-feira (31/10) que cancelará o envio de recursos para a Unesco (Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura) depois de o órgão ter admitido a entrada do Estado Palestino como membro pleno.
“A aceitação da Palestina como Estado na Unesco inicia restrições legislativas existentes há muito tempo que obrigam os EUA a se absterem de fazer contribuições", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Victoria Nuland. O governo de Israel promete tomar atitude semelhante.
Com o anúncio, o governo de Barack Obama cumpre a estratégia de ameaça aos órgãos multilaterais das Nações Unidas para impedir o avanço do pleito do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, que no mês passado solicitou a adesão da Palestina como membro permanente da ONU. O pedido aguarda votação no Conselho de Segurança, onde os norte-americanos já anunciaram que pretendem utilizar seu direito a veto.
A suspensão dos repasses tem efeito imediato e, dessa maneira, os EUA deixarão de entregar à organização US$ 60 milhões que deveriam ter desembolsado em novembro, parte do total de US$ 80 milhões que destina anualmente à Unesco.
A porta-voz ressaltou que, apesar de tudo, o país manterá sua participação e seu compromisso na organização internacional.
"Consultaremos o Congresso para garantir que os interesses e a influência dos EUA sejam mantidos", afirmou Victoria, acrescentando que "o envolvimento dos EUA na Unesco beneficia uma ampla gama de nossos interesses nacionais, em matéria de educação, ciência, cultura e comunicações".
No entanto, a porta-voz classificou a adesão da Palestina como "lamentável” e “prematura”.
“Os EUA mantêm seu firme apoio ao estabelecimento de um Estado palestino independente e soberano, mas um Estado assim só pode ser alcançado por negociações diretas entre israelenses e palestinos", disse.
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Hoje, pelas redes sociais líbias de perfil filo-kadafi, começou a circular o testamento que teria sido escrito por Muammar Kadafi em Sirte, sua terra natal.
O testamento, pelo difundido, foi escrito com Sirte sob bombardeamento coordenado pela Otan.
No documento, cuja autenticidade poderá ser colocada em dúvida, está claro que Kadafi já esperava por um final trágico. Ele pede para ser enterrado com a roupa que usava em combate e o corpo não fosse lavado, a revelar desejo de manter o suor e as manchas das batalhas.
Kadafi faz um especial pedido aos líbios, “para respeitarem a sua identidade e não esquecerem das suas conquistas em favor do povo”. No texto fez questão de ressaltar haver recusado todas as ofertas de exílio político porque quis combater até o fim. Em outras palavras, sua personalidade de mitômano está ali exposta.
No testamento existe uma exortação aos “lealistas”. O ex-tirano pede que todos continuem a lutar contra os agressores estrangeiros.
Enquanto circulava o teor do testamento, a a televisão Al-Ray da Síria noticiou que Saif al Islam, filho e delfim de Kadafi, escapou de Sirte, Mais ainda, ele estaria pronto a prosseguir na luta do pai. Segundo informes, Said, de 29 anos, estaria escondido em Bani Walid (Líbia) sob proteção tribal ou teria ingressado no Níger.
Kadafi, no testamento, escreveu que pretendia morrer como um islâmico: “Se vier a ser morto, quero ser sepultado segundo as tradições muçulmanas, no cemitério de Sirte e ao lado da minha família”.
A propósito, o corpo de Kadafi será entregue ao chefe da sua tribo e dos familiares do falecido tirano, segundo deliberou o governo provisório.
Já se sabe que um grupo de 007 britânicos e alemães acompanharam, pela única rota de fuga existente, a movimentação do comboio formado na tentativa de deslocamento de Kadafi. Um Drone (avião norte-americano sem piloto) e três aviões Mirage (franceses) realizaram os disparos que interromperam o deslocamento do coronel, que foi capturado e depois barbaramente executado.
PANO RÁPIDO. A atuação da Otan-Nato durou, até a morte de Kadafi, 203 dias. Segundo o governo provisório, de fevereiro (início da revolta) até a morte do antigo raís (20 de outubro), foram mortas de 25 mil a 30 mil líbios. No curso da guerra civil morreram dois filhos de Kadafi: Saif al Arab (morto dia 30 de abril por ocasião de bombardeamento da Otan em Trípoli) e Kamis, em 29 de agosto ao sul de Trípoli quando comandava a 32ª Brigada Militar.
Wálter Fanganiello Maierovitch
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