segunda-feira, 24 de outubro de 2011

PIG, Agora Sujou: Ex-PM diz não ter provas contra Orlando e Agnelo

Andre Dusek/Agência Estado

O policial militar João Dias Ferreira disse que não possui provas do envolvimento direto do atual ministro do Esporte, Orlando Silva, e de seu antecessor, Agnelo Queiroz, no suposto esquema de desvios de recursos públicos da pasta. O policial militar negou que tenha gravado diálogos de Orlando Silva. "Em nenhuma delas [das gravações] tem a voz do ministro".Ao prestar novo depoimento nesta segunda-feira (24) à Polícia Federal, João Dias levou 13 arquivos de áudio e 4 ofícios emitidos pelo Ministério que, segundo ele, trazem "informações contraditórias" sobre a fiscalização dos repasses de verbas da pasta a entidades conveniadas. Segundo o policial, o material envolveria assessores da cúpula do ministério.
"É natural que a minha defesa se baseie no pessoal com quem eu sempre tive contato, que são o pessoal da fiscalização, técnicos e o pessoal jurídico, coordenadores gerais e o partido", disse Dias, em relação às provas que teria contra integrantes do ministério. 
Por meio de sua assessoria de imprensa, a PF confirmou a apreensão de um aparelho celular onde estão gravadas as conversas e disse que, até o momento, não há comprovação da participação do ministro Orlando Silva no suposto esquema.
Neste fim de semana, reportagem da revista "Veja" transcreveu diálogo, que teria ocorrido em abril de 2008, em que João Dias combina com dois servidores do alto escalão do Ministério do Esporte o envio de um documento à Polícia Militar desmentindo supostas irregularidades na execução de convênios firmados entre a pasta e ONGs controladas pelo policial.
Mais cedo, ao chegar para depor, o policial afirmou que não tinha gravações do próprio ministro, mas sim de assessores ligados a ele.
Em nota divulgada neste sábado (22), o Ministério do Esporte questionou a apresentação da conversa transcrita pela revista "Veja" e diz que pedirá à Polícia Federal para incorporar a gravação à investigação em andamento sobre o suposto esquema de desvio. No texto, a pasta classificou o material como "uma suposta gravação e cita supostos trechos, partes de frases, palavras isoladas, com o intuito claro de induzir os leitores".
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