segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O testamento de Kadafi

Hoje, pelas redes sociais líbias de perfil filo-kadafi, começou a circular o testamento que teria sido escrito por Muammar Kadafi  em Sirte, sua terra natal.
O testamento, pelo difundido, foi escrito com Sirte sob bombardeamento coordenado pela Otan.
No documento, cuja autenticidade poderá ser colocada em dúvida, está claro que Kadafi já esperava por um final trágico. Ele pede para ser enterrado com a roupa que usava em combate e o corpo não fosse lavado, a revelar desejo de manter o suor e as manchas das batalhas.
Kadafi faz um especial pedido aos líbios, “para respeitarem a sua identidade e não esquecerem das suas conquistas em favor do povo”. No texto fez questão de ressaltar haver recusado todas as ofertas de exílio político porque quis combater até o fim. Em outras palavras, sua personalidade de mitômano está ali exposta.
No testamento existe uma exortação aos “lealistas”. O ex-tirano pede que todos continuem a lutar contra os agressores estrangeiros.
Enquanto circulava o teor do testamento, a a televisão Al-Ray da Síria noticiou que  Saif al Islam, filho e delfim de Kadafi, escapou de Sirte, Mais ainda, ele estaria pronto a prosseguir na luta do pai. Segundo informes, Said, de 29 anos, estaria escondido em Bani Walid (Líbia) sob proteção tribal ou teria ingressado no Níger.
Kadafi, no testamento,  escreveu que pretendia morrer como um islâmico: “Se vier a ser morto, quero ser sepultado segundo as tradições muçulmanas, no cemitério de Sirte e ao lado da minha família”.
A propósito, o corpo de Kadafi será entregue ao chefe da sua tribo e dos familiares do falecido tirano, segundo deliberou o governo provisório.
Já se sabe que um grupo de 007 britânicos e alemães acompanharam, pela única rota de fuga existente, a movimentação do comboio formado na  tentativa de deslocamento de Kadafi. Um Drone (avião norte-americano sem piloto) e três aviões Mirage (franceses) realizaram os disparos que interromperam o deslocamento do coronel, que foi capturado e depois barbaramente executado.
PANO RÁPIDO. A atuação da Otan-Nato durou, até a morte de Kadafi,  203 dias. Segundo o governo provisório, de fevereiro (início da revolta) até a morte do antigo raís (20 de outubro), foram mortas de 25 mil a 30 mil líbios. No curso da guerra civil morreram dois filhos de Kadafi: Saif al Arab (morto dia 30 de abril por ocasião de bombardeamento da Otan em Trípoli) e Kamis, em 29 de agosto ao sul de Trípoli quando comandava a 32ª Brigada Militar.

Wálter Fanganiello Maierovitch
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