terça-feira, 25 de outubro de 2011

7º camponês é morto no Pará


O líder comunitário havia denunciado irregularidades na extração de madeira na região de Itaituba. Foto: Alessandra Serrão/Agência Pará
O Pará registrou neste fim de semana a sétima morte de um líder camponês apenas em 2011.
O maranhaense João Chupel Primo, de 55 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça no sábado 22, após denunciar a grilagem de terras e extração ilegal de madeira na Reserva do Riozinho do Anfrizio e na Floresta Nacional Trairão.
O crime ocorreu na oficina mecânica em que Primo trabalhava. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), organização ligada à Igreja Católica, a vítima  registrou diversos Boletins de Ocorrência em delegacias locais alertando sobre ameaças de morte.
O Ministério Público Federal no Pará solicitou à Polícia Federal na segunda-feira 24 a proteção de outros indivíduos que denunciaram recentemente a retirada ilegal de madeira na região.
O coordenador da comunidade católica de Miritituba, em Itaituba, teria reportado as irregularidades também ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO) e à PF, que iniciaram uma operação na região. 
A operação do Instituto recebeu suporte da PF, Guarda Nacional e Exército, porém, a CPT aponta que o desmatamento continuou. De acordo com a pastoral, testemunhas disseram presenciar todas as noites a retirada de 15 a 20 caminhões de madeira da região, que integra o mosaico da Terra do Meio e possui ligação com diversas rodovias federais.
Em nota, a CPT informa que as atividades foram suspensas por falta de segurança, após um soldado do Exército trocar tiros com pessoas em um trilha e ficar perdido na mata por cinco dias. Com o episódio, o Exército retirou-se e a Polícia Militar teria se negado a entrar na operação.
O bispo de Itaituba, Dom Frei Wilmar Santin, acusou o governo local, a PF, o Ibama e o Instituto Chico Mendes de serem responsáveis pelo crime. “Eles não deram continuidade à operação iniciada para coibir essa prática de morte, tanto da vida da Floresta como de pessoas. Desde 2005, mais de 20 pessoas foram assassinadas nessa região”, declarou em nota.
(Informações Carta capital)
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