sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Wikileaks aponta elo entre Globo e EUA

Wikileaks aponta elo entre jornalistas da Globo e EUA  
Editor do Jornal da Globo, William Waack (esq.), e diretor de redação de Época, Hélio Gurovitz (dir.), foram informantes do governo americano durante o processo eleitoral de 2010, segundo o Wikileaks; para William Waack, Dilma Rousseff era a candidata “menos coerente”.
No dia 13 de fevereiro de 2010, um despacho classificado como confidencial foi enviado da Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília, para o Departamento de Estado, em Washington. O memorando relata conversas de diplomatas americanos com dois dos mais experientes e bem colocados jornalistas brasileiros: William Waack, editor do Jornal da Globo, e Hélio Gurovitz, diretor de redação da revista Época. O que se constata, da leitura dos documentos, cuja autenticidade foi confirmada pelo Wikileaks, do polêmico Julian Assange, é que tanto Waack como Gurovitz foram informantes do governo americano durante o processo eleitoral de 2010. William Waack, que já foi correspondente de guerra e é um jornalista premiado por suas coberturas internacionais, fez um relato sobre todos os potenciais candidatos que despontavam no início de 2010, quando estava claro que Lula não poderia concorrer a um terceiro mandato. Segundo ele, Ciro Gomes seria o candidato mais forte. Aécio Neves, o mais carismático. Serra, sem graça, mas competente. E sobre Dilma Rousseff? “A menos coerente”, disse Waack a seus interlocutores norte-americanos.
Hélio Gurovitz, que passou pela Folha de S. Paulo e pela Exame, antes de chegar à Época, levado por Paulo Nogueira, também foi ouvido pelos americanos. Disse ele que o Brasil tinha uma sociedade parecida com a chilena e que o País estava pronto para alternar os partidos no poder. Ou seja: depois de oito anos de Lula e PT, seria possível voltar aos braços do PSDB. E o Chile havia acabado de eleger o conservador Sebastian Piñera, encerrando o ciclo de esquerda, dos partidos da chamada Concertación.
Tanto a TV Globo como a Época mal disfarçaram sua opção política em 2010. Numa entrevista do Jornal Nacional, William Bonner e Fátima Bernardes chegaram a ser agressivos com Dilma e tiveram uma postura distinta com José Serra. Outro episódio polêmico foi o da agressão sofrida pelo candidato tucano, com uma suposta “bolinha de papel”. A Época por sua vez fez uma capa destacando o lado guerrilheiro da candidata. Não se sabe até que ponto tais posições foram fruto da opinião dos jornalistas -- colaboradores, segundo o Wikileaks -- da embaixada americana, ou da família Marinho.
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