quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

UM 2016 MELHOR E QUE NÓS MELHORES A TODOS !



A CAPA (FOTO) DO ANO É DA REVISTA PIAUI


O Brasileiro do Ano


Combatendo o bom combate

por : Paulo Nogueira

Num ano particularmente duro para os defensores da democracia e dos direitos das minorias, Jean 
Wyllys foi uma fonte de alento e de esperança.
É o chamado exército de um homem só, tal seu vigor ao combater o bom combate, para usar uma 
expressão consagrada de São Paulo.
Wyllys se movimenta em duas grandes frente. A primeira, e mais importante, é a Câmara dos 
Deputados. A outra são as redes sociais, nas quais é um mestre.
Na Câmara, ele é um contraponto precioso a deputados que, liderados por Eduardo Cunha, fizeram 
de lá um descarado comércio de medidas favoráveis à plutocracia.
Adicionalmente, por artimanhas frequentemente indecentes, a tropa de Cunha esteve por trás de 
medidas que representam o atraso do atraso do ponto de vista social, como a redução da maioridade 
penal, a manutenção do financiamento privado de campanhas e o assalto a direitos trabalhistas pela 
terceirização.
Contra tudo isso Jean Wyllys ergueu sua voz na Câmara, e a estendeu incessantemente nas redes 
sociais.
Foi épica sua reação a um deputado símbolo de um Congresso deplorável, João Rodrigues. Numa 
discordância, Rodrigues xingou Wyllys de “escória”.
Recebeu, na hora, o justo troco. Wyllys o chamou de fascista, lembrou uma condenação de 
Rodrigues por apropriação de dinheiro público, evocou um episódio em que o desafeto foi pilhado 
vendo filme pornô no plenário e avisou: “Não vão me intimidar.”
O vídeo deste confronto entre o progresso e o retrocesso viralizou nas redes sociais, e foi um dos 
raros momentos de beleza em 2015 numa Câmara monstruosamente feia do ponto de vista moral.
No ano, Jean Wyllys soube também tomar partido quando ficou claro que havia um grupo 
interessado num golpe para desalojar Dilma.
Muitos de seus pares no PSOL demoraram a perceber o que estava acontecendo, e com isso 
ajudaram os golpistas.
Ele não. Desde o primeiro momento se postou como um defensor não de Dilma, não do PT, mas da 
democracia e de 54 milhões de votos.
Deixou claro – talvez mais até do que o necessário – suas críticas à segunda gestão de Dilma. Mas 
desmascarou o golpe em curso: mais uma vez, como de hábito, a plutocracia se mexia, e se mexe, 
para tirar do poder uma administração popular.
Aconteceu com Getúlio, aconteceu com Jango, quase aconteceu com Lula e agora pode acontecer 
com Dilma. Jean Wyllys enxergou isso imediatamente.
Num país tão injusto socialmente, pessoas como fazem muita diferença. Excluídos e minorias de 
toda sorte – negros, índios, mulheres, homossexuais, transexuais – têm nele um defensor infatigável.
No annus horribilis de 2015, quando a direita ultrapassou todos os limites da civilidade, Jean Wyllys 
avultou como um personagem nacional.
Ninguém como ele encarnou tão bem as causas progressistas. O que Eduardo Cunha tem de negativo 
Jean Wyllys tem de positivo.
E é por isso que ele é o Brasileiro do Ano.
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OS IRMÂOS METRALHAS MARINHO, OS MAIORES E MAIS RICOS SONEGADORES DO PAÍS, DETONAM O AUMENTO DO SALÁRIO MÍNIMO


Donos da maior fortuna do Brasil, que soma mais de US$ 25 bilhões, os irmãos Roberto Irineu, 
João Roberto e José Roberto Marinho, donos da Globo, publicaram editorial no último dia do 
ano, em que chamaram de "tosco" o argumento usado pelo governo para reajustar o salário 
mínimo ligeiramente acima da inflação; segundo os donos da Globo, trata-se de "seríssimo 
problema", o que prova que o grupo se mantém fiel à sua tradição contrária a qualquer 
política trabalhista; em abril de 1962, por exemplo, o jornal alertou para o que seria 
"desastroso": a instituição de um décimo-terceiro mês de salário; de acordo com o Dieese, a 
política de ganhos reais do mínimo (77% desde 2002) foi um dos principais fatores de inclusão 
social nos últimos anos.

247 – Em abril de 1962, o jornal O Globo, à época conduzido por Roberto Marinho, publicou uma 
manchete em que previa algo desastroso para o Brasil: a criação de um décimo-terceiro salário.
Hoje, ninguém questiona o fato de que o décimo-terceiro é um dos principais alavancadores das 
vendas do comércio no fim de ano e já foi devidamente incorporado aos custos das empresas, sem 
que nenhum desastre tenha ocorrido.
Nesta quinta-feira, último dia de 2015, o Globo retoma sua tradição contrária a qualquer política 
trabalhista. Em editorial interno, classifica como "tosco" o argumento usado pelo ministro do 
Trabalho, Miguel Rossetto, para defender um aumento do salário mínimo ligeriamente acima da 
inflação – com reajuste de 11,67%, o piso salarial foi a R$ 880,00.
Segundo O Globo, trata-se de "seríssimo problema" que inviabiliza as contas públicas. O Globo 
ainda ironiza e afirma que, se o mínimo fosse capaz de estimular a economia, por que não triplicá-lo?
Coincidência ou não, os três irmãos Marinho (Roberto Irineu, João Roberto e José Roberto) formam 
a família mais rica do Brasil, com patrimônio superior a US$ 25 bilhões.
A tese dos três, no entanto, não encontra amparo nos dados do Dieese, que aponta que a política de 
valorização do mínimo, que teve ganhos reais de 77% desde 2002, foi um dos principais fatores de 
inclusão social nos últimos anos.
Leia, abaixo, o editorial do Globo:

FALTA O 11º MANDAMENTO NA LISTA BÍBLICA DO PROCURADOR FANFARRÂO


A Lava Jato só ataca um lado 

Luis Nassif

Há duas maneiras de ler a Lava Jato: pelas manchetes e pelas entrelinhas.
Já que as manchetes são óbvias, vamos a uma releitura através das entrelinhas do que saiu publicado 
nos últimos dias.
***
O repórter policial da Folha, Frederico Vasconcellos, divulgou trechos de um trabalho de Ségio 
Moro de 2004, sobre a Operação Mãos Limpas, da Itália. Já havia sido divulgado e analisado no 
Blog há tempos. Como é repórter policial, restringiu-se aos abusos para-legais analisados por Moro 
na Mãos Limpas, e vistas por ele como imprescindíveis para a Lava Jato. Tipo, em linguagem 
policial: tem que manter o suspeito na prisão o máximo de tempo possível afim de que ele abra o 
bico.
***
Mais sofisticado, o colunista Mário Sérgio Conti aborda outros ângulos do trabalho, exaustivamente 
discutidos no Blog. Um deles, o uso desabusado da imprensa, através do vazamento de notícias 
visando comandar a pauta.
Aborda também os aspectos geopolíticos da cooperação internacional - a rede internacional de 
autoridades de vários países, montada inicialmente para o combate à narcotráfico e ao terrorismo e, 
depois, estendida para outras atividades ilícitas, sob controle estrito das autoridades norte-americanas.
***
Aqui, mostramos claramente que a cooperação internacional tornou-se uma peça da geopolítica norte-
americana, visando impedir concorrência desleal de empresas de outros países contra as americanas.
Conti faz uma baita ginástica para a conclusão óbvia: na cooperação internacional, os Estados 
Unidos entram com motivação econômica. O óbulo: "Para os toscos, é um garrote vil do 
imperialismo norte-americano". Para ele, que é sofisticado, "a corrupção beneficia as burguesias 
locais, mormente (sic) de países periféricos, em detrimento da classe dominante do Império". E 
justifica como um gesto de auto-defesa dos EUA – aquele país cujas ferramentas de espionagem não 
pouparam sequer presidentes de nações amigas.
***
Pelo conteúdo, o artigo foi montado em cima de entrevistas com membros da Lava Jato, que 
admitem o jogo. Segundo eles, "admite-se que a motivação americana (e não apenas ela) tem boa 
dose de mercantilismo". Mas, no frigir dos ovos, acreditam que seja benigna, pois "ajuda o Brasil a 
resolver seus problemas".
A maneira como as corporações norte-americanas instrumentalizam suas instituições torna o Brasil 
um peixe fácil. É para ajudar o Brasil a resolver seus problemas que a Lava Jato tratou de 
criminalizar financiamentos à exportação de serviços, que o MPF tenta a todo custo envolver o 
BNDES e espalhar suspeitas sobre ações diplomáticas na África.
Nem se culpe juiz, procuradores e delegados. Eles apenas se valem de forma oportunista da 
fragilidade institucional brasileira, da visão rala de interesse nacional, de uma presidente 
politicamente inerte e de um Ministro da Justiça abúlico para ocupar espaços.
***
A manipulação da mídia ficou clara em um episódio ocorrido ontem. Nos depoimentos, qualquer 
menção a Lula é vazado no mesmo dia.
Ontem, o repórter Rubens Valente, da Folha - que não pertence ao circuito mídia-Lava Jato - 
levantou o depoimento de um delator apontando propinas a Aécio Neves. É de junho passado. 
Passou seis meses inédito.
No período da tarde, a Lava Jato tratava de vazar correndo outro depoimento, indicando pagamento 
de propinas ao presidente do Senado Renan Calheiros, a um senador da Rede, Randolfo Rodrigues.
***
Todo dia o procurador Deltan Dallagnol aparece em sua campanha pelos 10 pontos a serem alterados 
na lei para combate à corrupção.
Se fosse uma campanha efetivamente isenta, o 11º ponto seria a obrigação do Procurador Geral da 
República e do Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir os dados em relação a todo pedido de vista 
ou todo inquérito engavetado. E de se criar formas que impeçam o uso político do vazamento 
seletivo de inquéritos.
No STF, o ex-Ministro Ayres Britto engavetou por dez anos, sem nenhuma explicação, o inquérito 
sobre o mensalão mineiro. Tinha que apresentar em uma sessão, foi tomar um café no intervalo, e na 
volta simplesmente deixou de falar sobre o inquérito.
Do mesmo modo, desde 2010 dorme na gaveta do PGR um inquérito contra Aécio Neves, acusado 
de ter conta no paraíso fiscal de Liechtenstein em nome de uma offshore. Como o próprio Procurador 
Geral observou, na denúncia contra Eduardo Cunha, o uso de offshores visa esconder a verdadeira 
identidade dos titulares da conta. E se visa esconder, é porque o dinheiro é de procedência duvidosa.
***
De fato, o país precisa ser passado a limpo. E a Lava Jato tem feito um trabalho completo de 
desvendar as maracutaias de um lado. Mas esconde e blinda os malfeitos do outro lado.
Se ataca só um lado - a ponto de deixar por um fio o mandato de uma presidente inerte - e poupa o 
outro, é evidente que instrumentaliza o combate à corrupção em favor de interesses corporativos e 
políticos.
Essa hipocrisia não pode perdurar muito, ainda mais em um ambiente de redes sociais.
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Planilha de vôos do governo Aécio em Minas é adulterada: sumiram os “passageiros”


Ele... Trapácio

por : Kiko Nogueira

O Gabinete Militar de Minas Gerais abriu um inquérito para apurar o desaparecimento de dados das
planilhas dos vôos do governo Aécio Neves, entre 2003 e 2010, informa um membro do Ministério 
Público de MG.
O caso acontece na mesma semana da denúncia do entregador de dinheiro do doleiro Alberto 
Youssef, o qual, em delação premiada, afirmou que levou R$ 300 mil a um diretor da UTC em 2013. 
Esse diretor lhe disse que o montante ia para Aécio Neves.
As viagens foram tema de uma série de reportagens no DCM. As quatro aeronaves de Minas — dois 
jatos, um Citation e um Learjet, um helicóptero Dauphin e um turboélice King Air — foram 
utilizadas mais de 1400 vezes naquele período.
Em 198 ocasiões, Aécio não estava presente. Um decreto de 2005, assinado por ele, determina que o 
uso do equipamento destina-se “ao transporte do governador, vice-governador, secretários de Estado, 
ao presidente da Assembleia Legislativa e outras autoridades públicas ou agentes públicos, quando 
integrantes de comitivas dos titulares dos cargos”. Tudo “para desempenho de atividades próprias 
dos serviços públicos.”
Sem a presença de Aécio, os aviões e o héliceptero serviram para transportar, entre outros, Luciano 
Huck, FHC, José Wilker, Milton Gonçalves, Boni, Roberto Civita, Ricardo Teixeira, a irmã Andrea 
Neves, o primo Quedo e outros parentes e amigos.
José Serra e Geraldo Alckmin também passearam. Há na relação “Roberto Marinho”, que andou na 
companhia de Sérgio Guerra, ex-presidente do PSDB. A advogada de Roberto Irineu Marinho, um 
dos donos da Globo, afirmou ao DCM que não se trata dele.
A lista foi obtida através da Lei de Acesso à Informação. Em seu primeiro formato, ela fornecia 
detalhes como ano, data, solicitante, passageiros, origem, destino e custo. Veja abaixo:



Acima, vê-se que Roberto Civita, dono da Abril morto em 2013, foi a Brumadinho com a mulher. 
Tudo às custas do contribuinte das Gerais. Ali fica localizado o museu de Inhotim.
Segundo a assessoria de Aécio, o empréstimo do Dauphin “atendeu o objetivo de divulgar o Museu 
de Arte Contemporânea apresentando-o a um dos maiores empresários de comunicação do país”. A 
“prova” é uma matéria laudatória na Veja. Então tá.
Na nova “formatação” das fichas, sumiram dados como a aeronave usada e quem estava a bordo. 
Ficaram apenas o “solicitante” (sempre o governador) e o destino.



Ao DCM, a assessoria de imprensa do governo de MG contou que também está apurando o que pode 
ter acontecido com os relatórios originais.
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AS 20 FURADAS ÉPICAS DA IMPRENSA GOLPISTA EM 2015

Crise política, abertura de impeachment, pauta reacionária de Eduardo Cunha no Congresso, 
retração do PIB, voos de Aécio Neves com celebridades e figurões da imprensa, corrupção na 
Sabesp, Lava Jato, assunto não faltou em 2015. Mesmo assim, o jornalismo conseguiu furos 
que se provaram enormes furadas, além de teses catastróficas que não se provaram 
verdadeiras. No dever de informar, a mídia brasileira dominou a arte de prever 
acontecimentos sem embasamento, prestando um desserviço aos seus leitores. Selecionamos as 
maiores furadas e profecias erradas publicadas neste ano.


1. As capas da Veja tentando colocar Lula na cadeia
Captura de Tela 2015-12-30 às 10.20.27
A Veja se consagrou em 2015 como a pior revista semanal e fez isso batendo à beça em Lula. A capa de 29 de julho tentou enquadrar o ex-presidente com base na delação do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, quedesmentiu as informações após a publicação da edição. No dia 4 de novembro, conseguiu colocar Lula num uniforme de presidiário. Lula não foi preso e entrou na Justiça.

2. O furo de Lauro Jardim sobre o filho de Lula no Globo – que era uma furada
Captura de Tela 2015-12-30 às 10.20.42
Ex-titular da coluna Radar da revista Veja, Lauro Jardim saiu do seu cargo de editor-executivo na editora Abril para assumir uma coluna no jornal O Globo. No primeiro texto, em 11 de outubro, Lauro já estampou a manchete sobre a operação Lava Jato: “Baiano diz que pagou contas do filho de Lula”. O operador desmentiu o colunista, falando que passou dinheiro para o pecuarista José Carlos Bumlai. O Globo só admitiu a mentira em 8 de novembro, pedindo desculpas a Lula e Fabio Luis Lula da Silva.
3. Outra furada de Lauro sobre a suposta viagem de Eduardo Cunha a Cuba
Captura de Tela 2015-12-30 às 10.20.55
Nem depois do Natal Lauro Jardim deixou de publicar uma barrigada no Globo. Ele divulgou no dia 26 de dezembro que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tinha embarcado para Cuba para passar o ano novo. O texto trazia uma foto compartilhada pela enteada de Cunha no Instagram com uma bunda original e um dedo em riste do perfil de Kendall Jenner, irmã da socialite Kim Kardashian. Cunha desmentiu a coluna na sua conta do Twitter, afirmando que estava no Rio de Janeiro. Ele ainda teve tempo de chamar Lauro de “colunista pilantra” e disse que a Globo é petista. O jornalista, que já tinha passado pela informação furada do filho de Lula, só publicou uma atualização no texto de Cunha em Cuba, sem dar a errata real.
4. As capas de todas as revistas semanais, exceto Carta Capital, prevendo o impeachment
Captura de Tela 2015-12-30 às 10.21.06
Precisa comentar? Não é necessário, basta olhar três capas. A maioria foi publicada entre outubro e novembro de 2015. As revistas brasileiras se uniram para apostar no afastamento e erraram todas.
5. As reportagens mostrando Eduardo Cunha como “homem forte” contra Dilma
Captura de Tela 2015-12-30 às 10.21.19
Mal sabiam os jornalistas envolvidos nestas reportagens que Eduardo Cunha receberia acusações graves de recebimento de propina na operação Lava Jato vindas da Suíça. A capa da Veja, publicada em 25 de março, não traz uma linha de qualquer acusação que Cunha recebeu ao longo de sua trajetória política como lobista e ainda tece elogios por sua atuação nos bastidores. Naquele mesmo período, Joice Hasselmann, a apresentadora da TVeja que plagiou mais de 60 textos, fez uma entrevista igualmente bajulatória. Já a revista Época, em 17 de outubro, tentou dar poder ao presidente da Câmara perto do período em que ele abriria o processo de impeachment. Cunha terminou 2015 como um morto vivo.
6. A quantidade de vezes em que Diogo Mainardi e Mario Sabino profetizaram a prisão de Lula
Criado o blog Antagonista no final de 2014, Diogo e Mario dedicaram-se diariamente a fazer torcida contra Lula, Dilma e o PT. Perdeu-se a conta da quantidade de vezes em que eles profetizaram a prisão do ex-presidente, a delação premiada de Delcídio — fora a quantidade enorme de artigos com informações erradas sobre pedaladas fiscais, entre outras barbaridades. E eles prometem continuar com tudo em 2016.
7. A tese furada de Carlos Alberto Sardenberg sobre a crise da Grécia
Para o comentarista da CBN e do Jornal da Globo, Lula e Dilma foram os responsáveis por convencer o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a adotar o programa antiausteridade em 2015. A maluquice foi comentada no dia 2 de julho na rádio CBN. Lula utilizou seu Facebook para responder ao jornalista econômico.
8. A República que Marcelo Odebrecht não derrubou
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Reportagem de capa de 20 de junho da revista Época estampou a prisão do empresário Marcelo Odebrecht, com uma reportagem que dava como certa uma delação premiada do empreiteiro que “implodiria” a república brasileira como conhecemos. Tudo cascata. O redator-chefe Diego Escosteguy alardeou no Twitter sobre o conteúdo “bombástico” do texto. A república não caiu, mas a Época continua indo para o buraco.
9. As capas querendo colocar Michel Temer no lugar de Dilma
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Michel Temer se tornou queridinho da grande imprensa, como Eduardo Cunha foi enquanto era conveniente. A Veja apostou que ele e seu partido já teriam um plano para a sucessão, enquanto o PMDB se perde em uma disputa interna. Mas quem namorou de verdade Temer em 2015 foi a revista ISTOÉ, concedendo-lhe pelo menos quatro capas no ano. O ápice foi em 23 de dezembro, quando o veículo da editora Três deu o prêmio de “Brasileiro do Ano” para o “vice decorativo” de Dilma. Ele terminou o ano como autor de cartas medíocres.
10. A torcida pelo fim da crise da Sabesp
Os jornais Folha de S.Paulo e Estado de S.Paulo noticiam com certo otimismo a elevação do nível do sistema Cantareira para perto de 29%, o que significaria a saída do volume morto após dois anos de crise hídrica. No entanto, o que a grande imprensa omite é que foram gastos quase R$ 30 milhões para transferir água do Rio Guaió, e de outras fontes, pela Sabesp e que isso não impediu que as reservas do Alto Tietê caíssem pra cerca de 20%. O Ministério Público abriu processo contra o DAEE, a Sabesp e o governo Geraldo Alckmin por improbidade administrativa no dia 14 de dezembro. A crise hídrica não acabou e a torcida da mídia omite acusações graves de corrupção e de formação de cartel entre as empresas terceirizadas, conforme apurou opróprio DCM em sua série de reportagens sobre o tema.
11. A tentativa de transformar a ida de Aécio, Caiado e outros até a Venezuela num fato importante
Aécio Neves, Aloysio Nunes e Ronaldo Caiado bem que tentaram, com amplo espaço na grande imprensa, visitar os “presos políticos” na Venezuela, mas foram barrados por um protesto de chavistas. Disseram que foram “sitiados”, deram meia volta e não ficaram em Caracas para ver o que aconteceria. Caiado jura que filmou no seu celular um manifestante querendo quebrar o ônibus em que estavam. Ninguém nunca viu  tal gravação.
12. A tentativa de transformar o fechamento de 94 escolas em “reorganização”
O governo Alckmin teve espaço nos telejornais, nas revistas e nos jornais para defender seu projeto de “reorganização” de escolas estaduais. No entanto, isso não impediu que um áudio de uma reunião entre 40 dirigentes de educação vazasse para o site Jornalistas Livres, com uma verdadeira declaração de guerra contra estudantes que começaram a ocupar as 94 escolas. Mobilizados, os alunos entraram em mais de 200 escolas e derrotaram a iniciativa do governo.
Foi mais uma tentativa da mídia de dar voz a Alckmin que não deu muito certo.
13. O acidente no Minhocão que virou culpa da ciclovia
A imprensa noticiou em peso que o zelador Florisvaldo Carvalho Rocha, de 78 anos, teria morrido na ciclovia sob o Minhocão em agosto deste ano. O problema é que uma perícia da Polícia Civil provou que o ciclista que o matou passou no corredor de ônibus, e não na faixa vermelha desenhada pelo petralha Fernando Haddad. Foi mais uma tentativa mal-sucedida de tentar culpar o prefeito em cima de uma informação incorreta.
Os antipetistas ainda  juramde pé junto que o zelador morreu na ciclovia, infelizmente.
14. A falácia do processo do Bill Gates contra a Petrobras
Em tempos de Lava Jato, uma notícia de que a Fundação Bill & Melinda Gates estaria processando a Petrobras seria uma bomba, certo? A imprensa internacional e a brasileira caíram neste factoide em 25 de setembro, que foi desmentido pelo próprio fundador da Microsoft. Bill Gates foi visitar Dilma Rousseff em uma viagem até Nova York para pedir desculpas pelo erro de informação.
Quem estava processando a Petrobras era um investidor externo de sua empresa, por perdas em ações depois das operações da Polícia Federal. Poucos veículos brasileiros deram destaque ao desmentido de Gates.
15. A mentira de que a “Paulista fechada atrairia o caos”
O prefeito Fernando Haddad decidiu em 2015 abrir a Avenida Paulista para os pedestres e fechar para carros aos domingos, uma medida revolucionária que incentiva um contato mais humano com a cidade. O Instituto Datafolha em novembro indicou que pelo menos 47% dos paulistanos aprovam a medida, contra 43%. Mesmo com protestos dos blogueiros da revista Veja e do senador tucano José Serra, a Paulista aberta segue como um sucesso.
16. O sucesso das ciclovias em São Paulo, contrariando setores da imprensa
A mídia brasileira bem que tentou, mas não conseguiu conter a aprovação de 56% dos paulistanos a respeito das ciclovias segundo o Datafolha neste final de ano. Mesmo com o blogueiro Reinaldo Azevedo chamando os usuários de “talibikers” ou de “fascistas sobre duas rodas” e profetizando o caos, parece que a galera está gostando de pedalar e está usando menos o carro na maior metrópole brasileira.
17. Redução das Marginais em São Paulo que evitou mortes, não provocou catástrofes
Haddad deve causar dor de cabeça nos seus críticos. O prefeito reduziu as velocidades máximas das pistas expressas nas Marginais Pinheiros e Tietê de 90 km/h para 70 km/h em julho de 2015. No mês de setembro, a medida reduziu em 36% os acidentes com vítimas de acordo com a CET. Isso deve ter deixado os comentaristas da Jovem Pan com os cabelos em pé.
18. A cobertura convocatória dos protestos coxinhas que não evitou seu esvaziamento
A GloboNews cobriu em tempo real as manifestações pró-impeachment em São Paulo e em Brasília com os bonecos inflados de Lula e Dilma, com adesão de todos os veículos da grande imprensa. Mesmo com todos os holofotes, os protestos de 13 de dezembro só reuniram 30 mil pessoas na Avenida Paulista, com direito a olavetes e manifestantes pró-ditadura militar dividindo caminhões de som com o mítico líder do MBL, Kim Kataguiri. O número de manifestantes foi muito inferior aos 210 mil do dia 15 de março. As estatísticas são do DataFolha e a campanha da mídia, pelo visto, não funcionou.
19. Uma década depois do mensalão do PT, o mensalão mineiro teve a primeira condenação
Embora seja ainda em primeira instância, o ex-governador tucano Eduardo Azeredo foi condenado a 10 anos de prisão pelos crimes praticados no chamado mensalão mineiro, esquema de caixa dois que envolveu o publicitário Marcos Valério em 1998. A mídia não profetizou nada a respeito deste processo de Azeredo e só deu capa para os 10 anos do mensalão que culminou na prisão de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Para a grande imprensa, o caso dos tucanos é “menor”, o que é mais uma furada de 2015.
20.  A profecia furada da separação entre Dilma e Lula
Para Lauro Jardim, o mesmo repórter da furada sobre o filho de Lula, o ex-presidente estaria longe de Dilma desde março de 2015, quando ele ainda trabalhava na Veja. Ricardo Noblat sentenciou em setembro no Globo que Lula “desembarcou do governo”. De onde eles tiraram tais informações eu não faço ideia, mas no dia 4 de dezembro o ex-presidente disse em sua fanpage de Facebook que “Dilma fica”, contra o processo de impeachment aberto por Eduardo Cunha.
Se isso for indício de separação, me parece um divórcio muito adocicado. Diogo Mainardi, aquele que faz torcida em seu Antagonista, acha que Dilma Rousseff quis provocar Lula ao transformar Leonel Brizola em herói nacional neste final de ano. Acredita nisso quem realmente quiser acreditar.

CANALHICES DE FIM DE ANO


Folha fez o possível para esconder. Denúncia sobre propina foi manchete do portal do grupo 
Folha por volta de 6h, mas às 8h já tinha desaparecido misteriosamente; depois que leitores 
notaram o sumiço da matéria, ela reapareceu na home do site, por volta de 9h; no jornal 
impresso, reportagem que noticia o recebimento de R$ 300 mil da empreiteira UTC pelo 
senador tucano mereceu apenas nota de rodapé

Miguel do Rosário

A imprensa vai terminando o ano como começou: canalha, golpista e previsível. Desta vez, porém,
com uma ajudinha de algumas instituições, surpreendentemente do próprio Superior Tribunal de
Justiça (STJ), que divulgou twitter inacreditavelmente vulgar sobre José Dirceu.
Reproduzo abaixo, porque é importante deixar registrado, para os historiadores comprovarem o
baixo nível político a que chegaram setores do nosso judiciário.


O comentário também gerou reações de defensores públicos (confira aqui).

Realmente, Cesare Beccaria, fundador do humanismo penal, e que mudou a maneira como o
ocidente democrático passou a tratar o tema, ainda é extremamente atual.
De um lado, magistrados recebendo salários nababescos, tirando férias regiamente remuneradas, por
meses a fio, e ainda tratando com escárnio e sadismo os raros benefícios concedidos pelo Estado à
população carcerária.
É preocupante imaginar que o comentarista do STJ se comunica qual um comentarista do G1. Mas
também explica o fato do STJ ter incorporado o autoritarismo que emana das parcelas raivosas da
sociedade e da mídia: não concedeu praticamente nenhum habeas corpus aos executivos presos pela
Lava Jato.
Nem a ditadura militar acabou com o habeas corpus. A Lava Jato conseguiu.

Leia na íntegra a nota de Paulo Pmenta e Wadih Damous ao STJ:

"Excelentíssimo Ministro Francisco Falcão, Presidente do Superior Tribunal de Justiça.Os 
deputados que abaixo subscrevem este requerimento vêm expor e, ao final, requerer o 
quanto segue.

Com surpresa e indignação lemos, na página oficial do STJ no twitter em (@STJnoticias), a frase:
"Como o recesso do Judiciário só termina em fevereiro, José Dirceu vai passar o ano novo atrás das
grades". A publicação, de 29.12.15, trata do habeas corpus impetrado em defesa do ex-ministro José
Dirceu. Por decisão de Vossa Excelência, o pedido será analisado após o recesso.
A comunicação institucional do STJ se vale de linguagem e termos inadequados para um Tribunal
Superior. A comunicação de qualquer órgão público deve, ao informar, apresentar postura neutra e
respeitosa, ainda mais quando se trata da comunicação de um órgão que tem a nobre função de julgar.
A divulgação revela, ainda, o já conhecido uso da prisão como espetáculo. Dessa forma, não basta o
ex-ministro estar preso preventivamente – sob critérios com justeza questionados por sua defesa. Ele
precisa ser exposto e ter a dignidade aviltada.
A comunicação oficial do STJ agiu de maneira parcial. Sancionou, assim, o uso do sistema penal
como instrumento político, o que absolutamente não é condizente com o Estado Democrático de
Direito.
Não é crível que essa postagem na rede social tenha tido a anuência da direção do Tribunal, que se
intitula como aquele da Cidadania.
Desse modo, requer-se de Vossa Exelência:
a) imediata abertura de sindicância interna para apuração e responsabilização devidas;
b) retirada imediata da postagem, e;
c) um pedido de desculpas ao investigado.

Cordialmente,

Deputado Federal Paulo Pimenta
Deputado Federal Wadih Damous"
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A LAVA JATO É JATO SÓ PARA UNS..... PARA OUTROS É MORDOMIA


O repórter Marcelo Auler faz, em seu blog, um impressionante relatório da verdadeira corrida 
de tartarugas que são os procedimentos da Polícia Federal quando se trata de investigar as 
escutas, vazamentos e outras suspeitas de irregularidade. A rapidez com que vazam os 
depoimentos sigilosos e acordos de delação premiada – como o de Nestor Cerveró – é 
inversamente proporcional à da busca de esclarecimentos. Os papéis secretos que foram parar 
nas mãos do banqueiro André Esteves – e deixaram indignado o ministro do STF Teori 
Zavascki – até hoje, mais de um mês depois, não apenas continuam um mistério como o 
delegado ainda está esperando as imagens das câmeras de segurança. A sindicância sobre a 
escuta encontrada na cela de Alberto Youssef (no ano passado!), apesar da promessa da PF a 
Sérgio Moro de concluí-la em novembro, vai passar o reveillon inconclusa.

Marcelo Auler  

Ninguém nega que os resultados das investigações que escancaram o lamaçal de corrupção que há
anos domina as relações de empresários, políticos e governantes brasileiros são impressionantes. 
Discute-se sim que estas investigações sejam focadas nos governos dos petistas, embora não tenham 
começado com eles. Também se tornaram questionáveis os possíveis métodos adotados por 
operadores da Lava Jato para atingirem o fim desejado. Bem como o pouco caso destes mesmos 
operadores, quando diante de irregularidades, ou mesmo crimes teoricamente praticados por alguns 
dos encarregados desta investigação.
Entre agosto – quando publicamos “Lava Jato revolve lamaçal na PF-PR” – e dezembro deste ano, os 
números que retratam a Lava Jato aumentaram vistosamente: os procedimentos instaurados pularam 
de 716 para 1016; as buscas e apreensões somavam 356 e hoje são 396; eram 86 mandados de 
condução coercitiva, agora são 99; foram executados 105 mandados de prisões e hoje totalizam 119; 
de 53 pedidos de cooperação internacional pulou-se para 86; as delações premiadas subiram de 28 
para 40; na época estavam protocoladas 31 denúncias criminais contra 143 pessoas, atualmente são 
36 com um total de 179 denunciados.


O delegado Moscardi na premiação aos delegados da Lava Jaro pela Associação de Delegados 
da Polícia Federal.

A esta contabilidade acrescente-se o pioneirismo de se levar à cadeia por envolvimento em suposta 
corrupção, desvio e lavagem de dinheiro dos donos das construtoras, a um senador no exercício do 
mandato. Isto é, teoricamente a prisão atingiu a todos os extratos da sociedade
Há, porém, uma área em que o trabalho da Força Tarefa da Lava Jato, composta pela Polícia Federal 
(DPF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), resiste e não caminha: as investigações de 
irregularidades e até mesmo crimes supostamente cometidos na superintendência no Paraná 
(SR/DPF/PR) seja com a possível participação direta, conivência ou apenas uma suposta “distração” 
de agentes e delegados.
Pela maneira como encaram este problema, verifica-se que não é por falta de instrumentos ou 
dificuldade na investigação que elas não caminham. Seria muito mais uma opção política. O medo de 
que estas possíveis ações delituosas ponham o trabalho – ou parte dele – a se perder.
Sobre esses fatos, delegados, procuradores e outros agentes da Força Tarefa da Lava Jato que vivem 
na mídia, simplesmente emudecem. Quando cobrados, silenciam ou tangenciam. A grande imprensa, 
por sua vez, se omite.
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AECÍM: FURNAS, AEROPORTO DO TITIO, R$ 300 MIL...


O passado condena

por : Paulo Nogueira

Eu acuso Aécio.
Um homem que:
  1. Constrói um aeroporto privado com dinheiro público;
  2. Coloca recursos do contribuinte mineiro, como governador, em rádios da própria família;
  3. Não se envergonha de, sendo político, ter rádios, num brutal conflito de interesses;
  4. Faz uso pessoal do avião do Estado de Minas, como se houvesse vôo gratuito;
  5. Nomeia fartamente parentes e amigos para a administração pública e depois ousa falar em meritocracia;
  6. É capaz de apoiar Eduardo Cunha, em nome do impeachment, mesmo depois de conhecidas as avassaladoras provas contra ele fornecidas pelos suíços;
  7. Jamais teve a hombridade de aceitar a derrota nas urnas e, por isso, se pôs a conspirar contra a democracia desde que saíram os resultados como um golpista psicótico;
  8. Dá como comprovadas quaisquer acusações contra seus adversários, por mais frágeis que sejam;
  9. Tem a ousadia de recusar um teste de bafômetro como se estivesse acima da lei que rege os demais brasileiros;
  10. Recebe dinheiro dos contribuintes para atuar como senador e não devolve com um único projeto aprovado;
  11. Aceita uma boca livre em Nova York de um banqueiro como André Esteves;
  12. Não poupa esforço pelo financiamento privado de campanhas mesmo quando é sabido que esta é a origem maior da corrupção e que foi daí que surgiram ganguesteres como Eduardo Cunha;
Tudo isto posto, e a lista poderia seguir muito adiante, por que este homem não poderia fazer pressão 
para receber dinheiro de propina segundo delação homologada no SFT noticiada hoje pela Folha?

Denuncia sobre Aécio some da capa do Uol



Denúncia sobre propina foi manchete do portal do grupo Folha por volta de 6h, mas às 8h já 
tinha desaparecido misteriosamente; depois que leitores notaram o sumiço da matéria, ela 
reapareceu na home do site, por volta de 9h; no jornal impresso, reportagem que noticia o 
recebimento de R$ 300 mil da empreiteira UTC pelo senador tucano mereceu apenas nota de 
rodapé
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DOCUMENTO HISTÓRICO: Brizola, um herói da pátria e da democracia

A CASA CAIU, AECÍM. DELATOR FALA EM R$ 300 MIL


"Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo". “A pessoa 
está me cobrando estes R$ 300 mil”. “Que pessoa?” “Aécio Neves”. A Folha fez o possível. 
Colocou a chamada lá no cantinho de baixo, bem pequenina. Mas não adianta. A reportagem 
de Rubens Valente é avassaladora.

Delator afirma que diretor de empresa levou R$ 300 mil a Aécio 

Em delação premiada homologada pelo STF, Carlos Alexandre de Souza Rocha, entregador de
dinheiro do doleiro Alberto Youssef, afirmou que levou R$ 300 mil no segundo semestre de 2013 a 
um diretor da UTC Engenharia no Rio de Janeiro, que lhe disse que a soma iria ao senador Aécio 
Neves (PSDB-MG).
Rocha, conhecido como Ceará, diz que conheceu Youssef em 2000 e, a partir de 2008, passou a fazer 
entregas de R$ 150 mil ou R$ 300 mil a vários políticos.
Ele disse que fez em 2013 "umas quatro entregas de dinheiro" a um diretor da UTC chamado 
Miranda, no Rio.
Também em depoimento, o diretor financeiro da UTC, Walmir Pinheiro Santana, confirmou que o 
diretor comercial da empreiteira no Rio chamava-se Antonio Carlos D'Agosto Miranda e que 
"guardava e entregava valores em dinheiro a pedido" dele ou de Ricardo Pessoa, dono da UTC.
(...)
Em uma das entregas, que teria ocorrido entre setembro e outubro daquele ano, Rocha disse que 
Miranda "estava bastante ansioso" pelos R$ 300 mil. Rocha afirmou ter estranhado a ansiedade de 
Miranda e indagou o motivo.
O diretor teria reclamado que "não aguentava mais a pessoa" lhe "cobrando tanto". Rocha disse que 
perguntou quem seria, e Miranda teria respondido "Aécio Neves", sempre segundo o depoimento do 
delator.
"E o Aécio Neves não é da oposição?", teria dito Rocha. O diretor da UTC teria respondido, na 
versão do delator: "Aqui a gente dá dinheiro pra todo mundo: situação, oposição, [...] todo mundo".
O comitê da campanha presidencial do tucano em 2014 recebeu R$ 4,5 milhões da UTC em doações 
declaradas à Justiça. A campanha de Dilma recebeu R$ 7,5 milhões.
Rocha disse ter manifestado estranheza sobre o local da entrega ser o Rio de Janeiro, já que Aécio 
"mora em Minas". Miranda teria respondido que o político "tem um apartamento" e "vive muito no 
Rio de Janeiro".
(...)
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terça-feira, 29 de dezembro de 2015

PIMENTA QUER SABER POR QUE A PF SÓ FALA GROSSO COM PETISTA


Por que FHC não é chamado para depor? Vazamentos serão apurados

Deputado Pimenta pede à PF retomada do foco central da Operação Zelotes e questiona 
seletividade das investigações. Relator da subcomissão da Câmara Federal que acompanha os 
desdobramentos da Operação Zelotes, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) questionou, nesta 
terça-feira (29), o Diretor-Geral Substituto da Polícia Federal, Rogério Galloro, por que estão 
paralisadas as investigações que apuravam desvios de R$ 20 bilhões no Conselho 
Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) da Receita Federal. Prometidas para julho de 2015, 
as denúncias contra grandes bancos e empresas. A reunião entre o parlamentar e o Diretor-
Geral Substituto ocorreu na sede da Polícia Federal em Brasília. 

A preocupação do deputado Pimenta é que, segundo informações, a Polícia Federal, há meses, não realiza nenhuma diligência dentro escopo original das denúncias da Operação Zelotes. Nesse período, porém, a PF abriu uma investigação paralela para apurar a compra de medidas provisórias no Governo Federal. “Não posso crer que o curso das investigações na PF seja ditado pelo interesse editorial do Jornal Nacional”, disse Pimenta em referência ao fato de a Zelotes só ter recebido destaque na imprensa quando o nome do filho do ex-Presidente Lula foi envolvido na Operação.
Pimenta aponta nessa “dobradinha com a imprensa” um dos fatores que podem ter sido responsáveis pelo desvio de foco e paralisação da Zelotes, já que, para o parlamentar, a investigação contra bancos e grandes anunciantes da própria mídia não tem espaço na imprensa. O deputado lembra que o juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, é defensor dessa relação com a imprensa. Em artigo, Sérgio Moro defendeu que só “com o apoio da opinião pública, elas [as operações] têm condições de avançar e apresentar bons resultados”.
Por que FHC não é chamado para depor?
Questionado pelo deputado Pimenta sobre a existência de algum critério dentro da Polícia Federal para que sejam ouvidos ex-presidentes da República, o Diretor-Geral Substituto alegou que não há nenhum padrão a ser seguido, e que a autoridade policial tem autonomia para ouvir quem julgar necessário. “Essa subjetividade das escolhas é que causa estranheza. Se o objetivo é ouvir os ex-presidentes sobre supostos escândalos que ocorreram durante seus governos, por que motivo o Fernando Henrique nunca foi chamado, já que a corrupção na Petrobrás e o caso Alstom em São Paulo - para ficar só nesses dois episódios - iniciaram quando ele ainda era Presidente?”, indagou o parlamentar.
Pimenta lembrou que governadores ou ex-governadores nunca foram chamados para depor sobre supostos casos de corrupção que tenham ocorrido durante o tempo em que estiveram à frente do poder executivo. “Deveria haver um critério, então, para todos. Esse direcionamento das investigações é que gera perplexidade”, contestou o parlamentar.
Vazamentos à imprensa serão apurados
Outra observação feita pelo deputado Pimenta foi quanto ao vazamento do conteúdo do depoimento do ex-Presidente Lula, que prestou esclarecimentos à Polícia Federal como informante na Operação Lava-Jato. As informações foram vazadas, e menos de 24 horas depois foram apresentadas pelos telejornais da Rede Globo.
Pelo Código de Ética da Polícia Federal é vedado ao agente público do Departamento “usar ou repassar a terceiros, através de quaisquer meios de comunicação, informações ou conhecimento de domínio e propriedade do Departamento de Polícia Federal”. O artigo 153 do Código Penal prevê para o crime de vazamento de informações sigilosas a pena de detenção de um a quatro anos, enquanto a Lei 9.296/96, que tipifica como crime o vazamento de informações sigilosas constantes de processos judiciais, estabelece pena de dois a quatro anos de prisão.
Diante do caso, o Diretor-Geral Substituto da PF afirmou que os vazamentos à imprensa “serão objeto de apuração” e se resumiu a dizer que a “PF procura evitar qualquer tipo de exposição” e que se houver condutas equivocadas "serão corrigidas".
Por fim, o deputado Pimenta questionou também por que não são objeto das investigações as indicações dos conselheiros feitas pelas entidades do contribuinte, como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF). As investigações apontaram que os conselheiros do Carf recebiam propina para anular multas de grandes empresas com a Receita Federal.
Deflagrada pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, inicialmente, para investigar a corrupção no Carf, a Operação Zelotes foi, ao longo do ano, perdendo fôlego. Pelo esquema, empresas com dívidas milionárias com a União pagavam propina a conselheiros do Carf para se livrarem das multas. “São empresas que contam com a blindagem da mídia e a disposição da imprensa de transformar a Zelotes em algo que ela não é. Espero que a PF retome o foco e conclua suas investigações para que o Brasil possa conhecer quem são as grandes empresas sonegadoras do país, e as pessoas que montaram esse esquema bilionário de corrupção dentro do Carf”, enfatizou Pimenta.
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Mudança do imposto não tem que ser sobre salário. É sobre a renda



POR FERNANDO BRITO 

Andei lendo, na Folha, que o PT estaria propondo uma nova tabela de Imposto de Renda, com 
alíquota de 40% para quem ganha mais de R$ 100 mil por mês.
Não é nenhum absurdo, muitos países insuspeitos de qualquer tipo de “esquerdismo” fiscal cobram 
alíquotas muito maiores.
Coloco aí embaixo uma tabela para você comparar o que se cobra no Brasil e no mundo.
Mas não acho que o caminho seja este, até porque R$ 100 mil por mês não é salário e gera uma 
percepção negativa, como se fosse.
A preocupação em viabilizar politicamente mudanças, no quadro político como o que temos hoje é 
tão importante quanto a própria mudança.
Existe algo gravíssimo na estrutura de imposto sobre a renda no Brasil e que está retratado no 
excelente artigo de Róber Iturriet Avila e João Batista Santos Conceição da Unisinos, reproduzido 
hoje no site de Rogério Cerqueira Leite.
Os 71.440 contribuintes mais ricos do Brasil – que corresponde a 0,3% dos declarantes de IR – 
receberam , em 2013, R$ 196 bilhões de reais sobre os quais o imposto foi zero. Sim, isso, zero!
É o mesmo que receberem um “salário” mensal – e mais um “décimo terceiro” de R$ 200 mil 
mensais, em média, livres de imposto de renda.
Como isso acontece?
É que a Lei 9.249, proposta e sancionada por Fernando Henrique Cardoso, que estabelece que os 
dividendos e os juros sobre capital próprio das empresas transferidos a pessoas físicas são isentos de 
imposto de renda.
Isso não existe em parte alguma do mundo, informa o artigo, exceto na Eslovênia.
Não são deduções, são ganhos isentos.
Uma mísera taxação de 1% nestes rendimentos equivaleria a toda a arrecadação prevista com a 
ressurreição da CPMF.
É só um exemplo, porque 1% não é nada: a mesma renda é taxada em 36,1% no Reino Unido, 25% 
no Chile, 21,2 % Estados Unidos 17,5 na Turquia e em 17,1 % no México, aliquota fixada ano 
passado, sem que ninguém fosse chamado de “comunista”, tenham fugido para Miami ou entrado em 
recessão.
E não é sobre o holerite de ninguém, mesmo com salário de jogador de futebol ou presidente de 
multinacional.
A resistência política, portanto, não vai encontrar nenhuma simpatia social, porque mais de 99% dos 
brasileiros não entram neste imposto.
E, no ótimo fecho do artigo, evita a história de má fé com a qual o pato da Fiesp tenta enganar os 
trouxas.
“Mesmo que haja uma constante tentativa de convencimento de que os ricos e os grandes 
empresários “pagam o pato”, ao se comparar os dados com outros países, observa-se o contrário. 
Os ricos no Brasil nunca pagaram o pato. Eles apenas convencem os patos que pagam.”
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Dilma inclui Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria



Da Agência Brasil

A presidenta Dilma Rousseff sancionou lei aprovada pelo Senado que inclui o político gaúcho 
Leonel Brizola no Livro dos Heróis da Pátria, que homenageia brasileiros que se destacaram na 
defesa e construção da história nacional. A lei foi publicada hoje (29) no Diário Oficial.
O livro, com páginas de aço, fica exposto no Panteão da Pátria, na Praça dos Três Poderes, em 
Brasília.
Fundador do PDT, Leonel de Moura Brizola nasceu em 1922, em Carazinho, no Rio Grande do Sul, 
e morreu no Rio de Janeiro, em 2004. Foi o único político brasileiro a governar dois estados 
diferentes: o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. Também foi prefeito de Porto Alegre, deputado 
estadual e deputado federal.
Brizola, teve participação expressiva na luta contra a ditadura militar e, após o golpe de 1964, viveu 
no exílio no Uruguai, Estados Unidos e Portugal até voltar ao Brasil com a Lei da Anistia. Foi 
candidato à Presidência da República por duas vezes e candidato à vice na chapa de Luiz Inácio Lula 
da Silva na eleição de 1998, quando foram derrotados por Fernando Henrique Cardoso.
O nome do político gaúcho vai aparecer no livro ao lado de nomes como Tiradentes, Zumbi dos 
Palmares, Dom Pedro I, Duque de Caxias, Alberto Santos Dumont, Chico Mendes, Getúlio Vargas, 
Heitor Villa Lobos e Anita Garibaldi, entre outros.
PrazoA lei sancionada por Dilma também altera o tempo necessário para que uma personalidade possa ser 
homenageada no Livro dos Heróis da Pátria após sua morte, de 50 para dez anos. “A distinção será 
prestada mediante a edição de lei, decorridos 10 (dez) anos da morte ou da presunção de morte do 
homenageado”, diz a nova redação.
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DILMA REAJUSTA MÍNIMO ACIMA DA INFLAÇÃO: R$ 880


Apesar da crise econômica, presidente Dilma Rousseff mantém a política de reajustes reais do 
salário mínimo; com aumento de 11,1%, piso salarial no País irá de R$ 788 para R$ 880,00 a 
partir da próxima sexta-feira, 1º de janeiro de 2016; decreto será publicado na edição desta 
quarta-feira 30 do Diário Oficial da União; número também é superior às previsões iniciais do 
Palácio do Planalto, que trabalhou com um valor de R$ 871; mais de 40 milhões de 
trabalhadores recebem o piso nacional.

247 – Apesar da crise econômica, a presidente Dilma Rousseff manteve a política de reajustes reais 
do salário mínimo e fixou em 11,1% o aumento do piso salarial no País.
A partir de sexta-feira, 1º de janeiro de 2016, o salário mínimo no Brasil passará dos atuais R$ 788 
para R$ 880,00. O decreto será publicado na edição desta quarta-feira 30 do Diário Oficial da União.
O valor também é superior às previsões iniciais do Palácio do Planalto, que trabalhou com uma 
estimativa inicial de R$ 865,50 quando enviou a proposta de Orçamento de 2016 ao Congresso 
Nacional.
Quando o Congresso aprovou, no último dia 17, a previsão era de R$ 870,99. Mais de 40 milhões de 
trabalhadores recebem o piso nacional, por isso o salário mínimo tem forte impacto na economia.
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