sábado, 31 de maio de 2014

SÓ A COPA SALVA A GLOBO


E quando acabar o encaixe de publicidade da Copa ?

Saiu no Notícias da TV, de Daniel Castro: GLOBO APOSTA NA COPA PARA SALVAR O 
PIOR SEMESTRE DA HISTÓRIA NO IBOPE

A Copa do Mundo que começa daqui a duas semanas será a tábua de salvação da Globo. A emissora aposta no maior evento de futebol do planeta para evitar o pior semestre de sua história nos números do Ibope.
No acumulado de 1° de janeiro até a última quarta-feira (28), a Globo marcava 11,1 pontos na Grande São Paulo na média das 24h de medição, uma queda de meio ponto em relação aos 11,6 dos primeiros cinco meses de 2013. É a pior marca da história da emissora.
Em junho, no entanto, executivos da Globo esperam um crescimento de pelo menos 30% na média diária por causa da Copa. Se conseguir fechar o mês com 14 pontos, a Globo igualará os 11,6 pontos do primeiro semestre de 2013, impedindo um novo recorde negativo.
O desempenho da Globo neste semestre até agora só não foi pior porque a emissora teve um ótimo janeiro, graças à novela Amor à Vida e microsséries como Amores Roubados.
Em abril, com as novelas das seis, sete e nove em baixa, a Globo teve sua pior média mensal, 10,6 pontos. Em maio, se recuperou um pouco: 10,8 até anteontem. Mesmo crescimento, de dois décimos, registraram o SBT (5,1 pontos) e Record (5,3), empatadas em segundo lugar e ainda bem distante da líder Globo.
Na Globo, a ordem é tirar o máximo de proveito da Copa. Desde a última segunda-feira (26), os programas diários da emissora estão gravando na Granja Comary, onde a seleção se prepara para o Mundial. A emissora montou uma minicentral de produção em Teresópolis (RJ).
Depois do Encontro com Fátima Bernardes, ontem foi a vez de Luciano Huck gravar no local, interrompendo treino da seleção. Até Zeca Camargo, pelo Vídeo Show, foi parar na Granja Comary.
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Ronaldo, na série: quem fala o que quer...


PIB AJUDA A ELEGER A DILMA


O PiG não consegue esvaziar o bolso do brasileiro

Saiu no Muda MaisO PIB BRASILEIRO CONTINUA CRESCENDO

Para desespero dos pessimistas de plantão, o Produto Interno Bruto (PIB) continua crescendo. Teve variação positiva de 0,2% no primeiro trimestre do ano e chegou a R$ 1,2 trilhão. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou que a economia brasileira mostra sinais de aquecimento e que os resultados no próximo trimestre serão ainda mais promissores.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Agropecuária cresceu 3,6% e os Serviços 0,4% em relação ao quarto trimestre de 2013. Em relação a igual período em 2013, o PIB cresceu 1,9%, com todos os setores registrando resultados positivos.
Entre os números que mostram que a economia brasileira está em um ritmo melhor, o ministro destacou a queda na inflação nesse segundo trimestre, que deverá estimular o aumento do consumo por parte das famílias. Quanto àinadimplência, hoje está em um dos menores patamares, em 3%. Para o ministro, Isso cria condições para a volta da oferta de crédito para o financiamento e, consequentemente, para o consumo.
Outro fator positivo: o crescimento da massa salarial. Em 12 meses ficou acima de 4%, destacou Mantega em entrevista coletiva em São Paulo. Além disso, a confiança do setor externo no Brasil melhorou. “Prova disso é a retomada dos investimentos”.
Para completar, o IBGE ainda reviu, para cima, o PIB de 2013, O crescimento econômico no passado foi de 2,5% e não de 2,3% como divulgado anteriormente pelo instituto.
E para quem ainda quer fazer acreditar que sediar o Mundial será ruim para a economia do país, má notícia. A Copa do Mundo é boa sim, também para a economia. Deverá estimular principalmente o setor de serviços. O ministro explicou que o comércio está bastante aquecido e a chegada de turistas às cidades-sede vai aumentar muito o consumo.
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Quando o eleitor votar em outubro, a renda dele terá crescido, ele terá emprego, paga as contas em dia, comprou um carro, mandou filho para a faculdade ou para o Pronatec e, se abrir a janela e olhar lá para fora, vai ver que a economia brasileira está melhor que a americana, a inglesa, a francesa, a italiana, a espanhola e a alemã – só para dar exemplo das metropoles em que os colonistas (**) colonizados pensam que são bem recebidos.
(Como diz o Conversa Afiada, o pessoal do Manhattan Connection, que governa o Brasil e o mundo da GloboNews, quando desce o elevador e chega ao térreo, em Nova York, volta a ser um latino igualzinho a milhões de outros que moram por ali.)
Eleitor não vota com PIB.
Nem como colonista.
​Como diz o Lula, a Dilma tem 99,9% de chances de se reeleger.
Se não tivesse, o PMDB tinha aderido ao Arrocho …
E o Dudu, aquele que o Janio de Freitas conhece como ninguém, e o Dudu, que achava que o Brasil ia quebrar e os cacos iam cair no cesto dele ?
Na hora da eleição, o emprego estará em 5%, o PIB anualizada acima de 2% – e a audiência do jn, depois da Copa, na casa dos dez …
E quando acabar o encaixe publicitário da Copa, o que vai fazer a Globo Overseas ?

Paulo Henrique Amorim
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sexta-feira, 30 de maio de 2014

TRANSPOSIÇÃO FAZ SERTÃO RENASCER


Umãs (PE) localizada numa região que já foi quilombo, a cidade hoje vive dias de pujança 
econômica

PROJETO S. FRANCISCO FAZ CIDADES RENASCEREM NO INTERIOR DE PE
Por Edson Luiz (Texto) e Cadu Gomes (Foto), enviados especias da Agência PT de Notícias

Aumento de empregos e circulação de dinheiro amplia o comércio, valoriza terrenos e muda a vocação de cidades inteiras em Pernambuco, como Umãs.
Uma localidade sem desemprego, com circulação de dinheiro e um povo sempre feliz parece impossível, mas a Vila Umãs é assim. Localizada em uma área que no século passado foi quilombo, o distrito de Salgueiro é hoje uma região que vive um de seus melhores momentos, desde sua instalação, em dezembro de 1948.
Muitos moradores do local, que antes viviam procurando trabalho, tornaram-se funcionários das empresas que atuam nas obras do Projeto São Francisco, e os pequenos armazéns se tornaram mercados agitados. Isso mudou o comportamento dos habitantes, agora sempre sorridentes. Mas para que tudo seja perfeito, só falta chover. Só assim os poucos agricultores locais possam plantar cebola, a cultura regional.


Antonio leva produtos que cultiva na zona rural para vender na cidade

Logo nas primeiras horas das manhãs, Antônio Augusto Ribeiro, de 66 anos, deixa seu sítio em direção a Umãs, em cima de uma bicicleta com um cesto na garupa cheio de verduras para vender. Mas, nem sempre, o produto chega a Salgueiro. “Vendo tudo pelo caminho. O povo está comprando muito”, conta Antônio.
“Se tivesse mais, com certeza tinha vendido”, acrescenta o aposentado, que lamenta não poder trabalhar nas obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco, onde tem amigos, sobrinhos, primos, e outros parentes empregados.
Durante o dia, a vila fica parcialmente vazia, apenas algumas pessoas andam pelas ruas de paralelepípedos, principalmente as mulheres. A maior parte delas saem de comércios espalhados pela praça onde fica a pequena capela de Bom Jesus, onde começou o distrito.


Margareth comanda o caixa de um dos supermercados de Umãs: “muito movimento”.

E lá que centenas de pessoas se reúnem em mesas para ver a atração do Umãs Clube, o local da diversão dos moradores aos sábados. A sorridente Marta Margarete Ferreira, de 28 anos, parece ser o retrato da vida nova na vila. Caixa de um supermercado, ele conta que tudo mudou a partir das obras.
A morena conta que seu namorado, vizinhos e vários parentes foram contratados pelas empreiteiras e as vendas de seu patrão vão muito bem. “Ele ampliou o mercado em dezembro passado”, conta Marta.
Ela explica que, até então, só negociavam com funcionários públicos que trabalhavam em Umãs. O resto da clientela era formada por moradores das áreas rurais. Com o aumento do fluxo de dinheiro na região, o comércio adotou mais uma novidade: aceita cartões de crédito, débito e vale-alimentação, a mais nova moeda circulante nos armazéns da vila.


Helenilde faz compras enquanto o marido trabalha no projeto São Francisco. “É bom demais”, 
diz

O supermercado fica lotado pela manhã e no final do dia, quando o movimento aumenta com a chegada dos trabalhadores. Uma das clientes é Helenilde Gonçalves Pereira Angelim, cujo marido trabalha na transposição.
“Ave, Maria, foi bom demais”, comemora a mulher, se referindo à contratação do esposo.
Com o dinheiro dos salários, o casal já começou a construir uma casa. O material é adquirido na loja onde trabalha Rafaela Souza Lima Torres, que quase não tem tempo de atender o telefone de pedidos, já que o balcão está sempre cheio de clientes a espera de atendimento.
Ela conta que os materiais mais vendidos são o cimento, cerâmica e tinta. “Há muitas construções, mas o pessoal está reformando também”, diz Rafaela, enquanto atende Valdenir Pereira Vasconcelos, um dos pedreiros disputados em Umãs.
“O dinheiro está circulando bastante e tem melhorado muito a vida”, afirma o pedreiro, apressado em direção ao trabalho.
Cruzando a mesma rua passa em uma moto Antônio Soares Ferreira, carregando uma grande caixa de isopor com tilápias e tambaqui, trazidos da Paraíba. Sem abaixar o preço, ele conseguiu aumentar as vendas e conquistar novos fregueses por causa da circulação de mais renda na vila.
“Antes, vendia 50 quilos por semana. Agora, vendo 100”, conta orgulhoso.
“A obra do Projeto São Francisco tinha que ser feita antes, demoraram muito para isso acontecer”, lamenta o vendedor, exibindo o mesmo sorriso no rosto que seus conterrâneos.


Antônio dobrou a venda semanal de peixes. “Antes, vendia 50 quilos. Agora, vendo cem!”.

Com 2,1 mil habitantes e a pouco mais de 27 quilômetros de Salgueiro, o Distrito de Umãs, assim como a região, virou um canteiro de obras. São loteamentos que no futuro serão condomínios. Com isso, o preço da terra se valorizou.
Edvaldo José dos Reis, que nasceu em Umãs, há 60 anos, que o diga. Ele tinha uma área que valia R$ 4 mil. Um ano e meio depois, vendeu por R$ 20 mil. “Tudo graças ao Projeto São Francisco”, comemora.
Moradores que não foram para o canteiro de obras continuam tentando a vida na roça, como Antônio Ribeiro. O aposentado gosta mesmo é da lavoura, de plantar cebola, tomate e verdura, mas está impedido enquanto a chuva não chega.
“As águas foram poucas nos últimos anos, mas deve melhorar”, conclui o aposentado que espera por dias melhores, como os que vivem os moradores de Umãs.
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LULA: FILHO TEM QUE SABER QUE PAI VIVEU NUM MUNDO PIOR


Amigo navegante enviou trechos da entrevista que o Nunca Dantes concedeu a Mino Carta e a Luiz Gonzaga Belluzzo, nesta edição da revista (que já nos ofereceu a reflexão do Mauricio Dias: “ foi Barroso quem desmontou o Barbosa “):

Carta Capital n˚ 802  LULA EM CAMPANHA
Entrevista de Lula a Luiz Gonzaga Belluzzo e Mino Carta


Antes de mais nada, impressiona a paixão. Aos 68 anos, Luiz Inácio Lula da Silva não perdeu o vigor com que arengava à multidão reunida no gramado da Vila Euclides no fim dos anos 70. E nos momentos em que sustenta algo capaz de empolgá-lo, ocorrência frequente, aperta com força metalúrgica o pulso do entrevistador mais próximo, como se pretendesse transmitir-lhe fisicamente sua emoção. Assim se deu nesta longa entrevista que o ex-presidente Lula deu a CartaCapital. No caso de Mino, esta foi mais uma das inúmeras, a começar pela primeira, em janeiro de 1978.

CC: O senhor enxerga alguma relação entra a Copa do Mundo e a eleição? Se enxerga, por que e de que maneira?

Lula: Eu acho difícil imaginar que a Copa do Mundo possa ter qualquer efeito sobre a preferência por este ou aquele candidato. Por outro lado, se o Brasil perder, acho que teremos um desastre similar àquele de 1950. Temo uma frustração tremenda, e a gente não sabe com que resultado psicológico para o povo. Em 50 jogaram o fracasso nas costas do goleiro Barbosa.

CC: Em primeiro lugar o Barbosa.

Lula: O Barbosa carregou por 50 anos a responsabilidade, e morreu muito pobre, com a fama de ter sido quem derrotou o Brasil. É uma vergonha jogar a culpa num jogador. Se o Brasil ganha, a campanha passa a debater o futuro do País e o futebol vai ficar para especialistas como eu.

CC: E as chamadas manifestações?

Lula: Ainda há pouco tempo a gente não esperava que pudessem acontecer manifestações. E elas aconteceram sem qualquer radicalização inicial, porque as pessoas reivindicavam saúde padrão Fifa, educação padrão Fifa; poderiam ter reivindicado saúde padrão Interlagos, quando há corrida, ou padrão de tênis, Wimbledon, na hora do tênis. Eu acho que isso é até saudável, o povo elevou seu padrão reivindicatório. E é plenamente aceitável dentro do processo de consolidação democrático que vive o Brasil. Eu acho que, ao realizar a Copa, o governo assumiu o compromisso de garantir o bem-estar e a segurança dos brasileiros e dos torcedores estrangeiros. Quem quiser fazer passeata que faça, quem quiser levantar faixa, que levante, mas é importante saber que, assim como alguém tem o direito de protestar, o cidadão que comprou o ingresso e quer ir ver a Copa tenha a garantia de assistir aos jogos em perfeita paz.

CC: O povo brasileiro amadureceu e nós entendemos que o resultado da Copa será bem menos importante do que foi em 1950. Mesmo que a seleção perca, não haverá tragédia. Deste ponto de vista. Efeitos sobre as eleições podem ocorrer em função das chamadas manifestações.

Lula: Eu tenho certeza de que a presidenta Dilma e os governos estaduais estão tomando toda a responsabilidade para garantir a ordem. Com isso podemos ficar tranquilos, é questão de honra para o governo brasileiro. O que está em jogo é também a imagem do Brasil no exterior. De qualquer maneira, acho que não vai ter violência, e, se houver será tão marginal a ponto de ser punida pela própria sociedade. Agora se um sindicato quer fazer uma faixa “abaixo não sei o quê, 10% de aumento”, é seu direito. Eu me lembro que disse ao ministro José Eduardo Cardozo, quando começou a se aventar a possibilidade de uma lei contra os mascarados: “Olha, gente, nem brincar com lei contra mascarados porque a primeira coisa que iremos prejudicar vai ser o Carnaval, não os mascarados”. A Constituição e o Código Penal definem claramente o que é ordem e o que é desordem e, portanto, o governo tem mecanismos para evitar qualquer abuso. Recomenda-se senso comum. Nesses dias tentaram até confundir uma frase minha sobre uma linha de metrô até os estádios. Em 1950, no Maracanã cabiam 200 mil pessoas, mais de duas vezes as assistências atuais. É verdade, havia menos carros nas ruas, infinitamente menos carros, mas também não havia metrô.

CC: De todo modo, vale a pena realizar uma Copa?
Lula: Discordo daqueles que defendem a Copa no Brasil dizendo que vão entrar 30 bilhões, ou que geraremos novos empregos. O problema não é econômico. A Copa do Mundo vai nos permitir, no maior evento de futebol do mundo, mostrar a cara do Brasil do jeito que ele é. O encontro de civilizações, o resultado dessa miscigenação extraordinária entre europeus, negros e índios que criou o povo brasileiro. Qual é o maior patrimônio que temos para mostrar? A nossa gente.

CC: Em que medida essas manifestações nascem do fato de que houve uma ascensão econômica? Aqueles que melhoraram de vida reivindicam mais saúde, mais educação.


Lula: Eu acho que não há apenas uma explicação para o que está acontecendo. Precisamos aprender a falar com o povo, para que entenda o momento histórico. O jovem hoje com 18 anos tinha 6 anos quando ganhei a primeira eleição, 14 anos quando deixei de ser presidente da República. Se ele tentar se informar pela televisão, ele é analfabeto político. Se tentar se informar pela imprensa escrita, com raríssimas exceções, ele também será um analfabeto político. A tentativa midiática é mostrar tudo pelo negativo. Agora, se nós tivermos a capacidade de dizer que certamente o pai dele viveu num mundo pior do que o dele, e se começarmos a mostrar como a mudança se deu, tenho certeza de que ele vai compreender que ainda falta muito, mas que em 12 anos, passos adiante foram dados.

CC: O governo não soube se comunicar?

Lula: Eu acho. Eu de vez em quando gosto de falar de problema histórico, para a gente entender o que de fato aconteceu neste país. Já disse e repito: Cristóvão Colombo chegou em Santo Domingo, em 1492, e em 1507 ali surgia a primeira faculdade. No Peru, em 1550, na Bolívia, em 1624. O Brasil ganhou a primeira faculdade com dom João VI, mas a primeira universidade somente em 1930. Então você compreende o nosso atraso. Qual é o nosso orgulho? Primeiro, em 100 anos, o Brasil conseguiu chegar a 3 milhões de estudantes em universidades. Nós, em 12 anos, vamos chegar a 7,5 milhões de estudantes, ou seja, em 12 anos, nós colocamos mais jovens na universidade do que foi conseguido em um século. Escolas técnicas. De 1909 até 2002, foram inauguradas 140. Em 12 anos, nós inauguramos 365. Ou seja, duas vezes e meia o número alcançado em um século. E daí você consegue imaginar o que significa o Reuni ao elevar o número de alunos por sala de aula, de 12 para 18. Ou o que significa o Ciências Sem fronteiras, o Fies: 18 universidades federais novas. Pergunta o que o Fernando Henrique Cardoso fez? Se você pensar em 146 campi novos, chegará à conclusão de que foi preciso um sem diploma na Presidência da República para colocar a educação como prioridade neste País. Nós triplicamos o Orçamento da União para a educação. É pouco? É tão pouco que a presidenta Dilma já aprovou a lei permitindo 75% dos royalties para a educação. É tão pouco que a Dilma criou o Ciência Sem Fronteiras para levar 65 mil jovens a estudar no exterior. É tão pouco que ela criou o Pronatec, que já tem 6 milhões de jovens se preparando para exercer uma profissão. Isso tudo estimula essa juventude a querer mais. Tem de querer mais. Quanto mais ela reivindicar, mais a gente se sente na obrigação de fazer. Quem comia acém passou a comer contrafilé e agora quer filé. E é bom que seja assim, é bom que as pessoas não se nivelem por baixo. Eu sempre fui contra a teoria de que é melhor pingar do que secar. Quanto mais o povo for exigente e reivindicar, forçará o governo a fazer mais. O que é ruim? A hipocrisia. Nós temos um setor médio da sociedade, que ficou esmagado entre as conquistas sociais da parte mais pobre da população e os ricos, que ganharam dinheiro também. A classe média, em vários setores, proporcionalmente ganhou menos. Toda vez que um pobre ascende um degrau, quem está dez degraus acima acha que perdeu algumas coisas. A Marilena Chauí tem uma tese que eu acho correta: um setor da classe média brasileira que às vezes também é progressista, do ponto de vista social, mas não aprendeu a socializar os espaços públicos e então fica incomodado.

CC: Nós entendemos que o problema é representado pela elite brasileira. Quem se empenha contra a igualdade?

Lula: Eu sou o mais crítico do comportamento da elite brasileira ao longo da história. Este país foi o último a acabar com a escravidão, foi o último a ser independente. Só foi ter voto da mulher na Constituição de 34. Tudo por aqui resulta de um acordo, inclusive um acordo contra a ascensão social. Na Guerra dos Guararapes, quando pretos e índios quiseram participa, a elite disse “não, não vai entrar, porque depois que terminar essa guerra vão querer se voltar contra nós”. Esta é a história política do Brasil. Ocorre, porém, que a ascensão dos pobres levou empresas brasileiras a ganhar como nunca. Não sou eu quem lembra – em 1912, Ford dizia: “Quero pagar um bom salário para meus trabalhadores para que eles possam consumir”. Por exemplo, pobre em shopping dá lucro. Muitas vezes os donos não aceitam num primeiro momento, mas depois percebem que é bom. Tínhamos 36 milhões de brasileiros viajando de avião, agora temos 112 milhões.

CC: Notáveis avanços são inegáveis. Mas como vai ser daqui para a frente?

Lula: Eu fazia debates mundo afora, com o Mantega, o Meirelles, às vezes a Dilma. E eu dizia: esses ministros meus, eles falam de macroeconomia, mas o que eles não dizem é que essa macroeconomia só deu certo por causa da minha microeconomia. O que foi a microeconomia? Foi o aumento de salário, foi a compra de alimentos, a agricultura familiar, foi o financiamento, foi o crédito consignado, foi o Bolsa Família. Foi essa microeconomia que deu sustentabilidade à macroeconomia. Na Constituição de 46, quando o trabalho era o assunto, concluía-se: “Não pode dar 30 dias de férias para o trabalhador, porque o ócio o prejudica”. Chamavam férias de ócio. Agora, as pessoas dizem que o Bolsa Família cria um exército de vagabundos. E o futuro? Numa escada de dez degraus, os pobres só subiram dois, um e meio, ainda falta muito para subir. Por isso eu tenho orgulho da presidenta Dilma, ela sabe que muita gente vai se bater contra ela a sustentar que, para controlar a inflação e fazer o País crescer, é preciso ter um pouco de desemprego, arrocho no salário mínimo, ou seja, que é preciso fazer o que sempre foi feito neste País e que não deu certo. Então, o que o governo tem de garantir é o aumento da poupança interna, mais investimento do Estado, mais junção entre empresa privada e pública, mais capital externo para investir no setor produtivo. Para tanto, é indispensável dar continuidade à ascensão dos mais pobres. Porque é isso que também vai garantir a ascensão do Brasil no mundo desenvolvido, com alto padrão de qualidade de vida, renda per capita de 20 mil, 30 mil dólares, e até mais. O Brasil não pode parar agora. Está tudo mais difícil, mas temos agora o que a gente não tinha há cinco anos, vamos contar com o pré-sal daqui a pouco.

CC: Temos um agronegócio muito exuberante, muito produtivo e competitivo: é possível mobilizar essa capacidade para estimular a indústria de equipamentos agrícolas?


Lula: Nós já temos uma indústria de equipamentos agrícolas muito boa. Quando na Presidência, cansei de discutir com empresários que feiras de agronegócio nós precisamos é fazer na Argentina, no México, Nigéria, Angola, Índia. Temos de mostrar nossa capacidade nos outros mercados. Esta é uma área na qual o Brasil está pronto, não só porque tem conhecimento tecnológico, mas também porque tem capacidade de área agricultável, terra, sol e água. Sem a vergonha de dizer que exportamos commodities. Hoje, a commodity tem preço. O que nós precisamos é produzir não só o alimento, mas a indústria de alimentos, não só a soja, mas o óleo de soja.

CC: Permita-nos insistir: como vencer as resistências da elite, atiçada pela mídia?

Lula: No movimento sindical, em 1969, comecei a negociar com a Fiesp, certamente a elite era muito mais retrógrada do que hoje. Eu lembro quando nós constituímos a primeira grande comissão de fábrica na Volkswagen nos anos 80, nós fomos pedir a Antônio Ermírio de Moraes a criação de uma comissão de fábricas na sua indústria química de São Miguel Paulista, e significava trabalhador querendo mandar na empresa dele. Hoje tem uma classe empresarial, mais jovem, que já compreende a importância da negociação coletiva. Mesmo assim, permanecem setores retrógrados. Ainda temos coronel que mata gente por este Brasil afora por briga de terra. Nesses dias a Nissan americana não queria deixar seu pessoal sindicalizar-se por lá mesmo e eu tive de mandar uma carta para o presidente da empresa. Mas voltemos à mídia.

CC: A mídia nutre essa elite.

Lula: Eu certamente não sou especialista nesta questão da mídia e nunca tive muita simpatia dos seus donos. Toda vez que tentei conversar com eles, cuidei de explicar que ao governo não interessa uma mídia chapa-branca, como foram no governo Fernando Henrique Cardoso. Eu não quero isso, não quero que tratem o PT como trataram a turma do Collor nos dois primeiros anos do seu mandato. Agora, também é inaceitável a falta de respeito com Dilma. Se querem falar mal, façam-no no editorial do jornal. Na hora da cobertura do fato, publiquem o fato como ele é. Nunca liguei para o dono de mídia pedindo para fazer essa ou aquela matéria, mas o respeito há de ter, tanto mais por parte da comunicação, que é concessão do Estado. Respeito à instituição, e acho que eles saíram de um momento em que lambiam as botas da ditadura e evoluíram para o pensamento único a favor de FHC, e contra o meu governo e contra o da Dilma, e contra a presidenta com agressividade ainda maior.
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TV AFIADA: AÉCIO QUER ESTÁTUA DE FHC

A ridícula tentativa da Globo de vitimizar Barbosa




Coisa mais rídicula a tentativa do Globo de atribuir a saída de Joaquim Barbosa a “ameaças”.
Quando um paulista divulgou suas ameaças a petistas e a Dilma, a mídia não protestou. Ao contrário, deu espaço nobre ao sujeito no jornal com maior tiragem no país, e o apresentou em programa da TV Cultura.
Abaixo, as imagens divulgadas pela figura em seu Facebook.






A organização “anticorrupção” OCC, por sua vez, iniciou campanha pedindo financiamento de R$ 200 mil para “cada petista morto”. Nada na mídia.
Teve até um Policial Federal treinando tiro num alvo com a figura da presidenta. Nada na mídia.
Paro por aqui. O número de ameaças e insultos ao campo da esquerda na internet é incomensurável.
E agora vem o Globo dizer que Barbosa pediu pra sair por causa de ameaças de dois barnabezinhos do interior?
Isso é história para vitimizar Barbosa!
Quanto aos apupos que Barbosa levou na saída de um restaurante, o Globo é engraçado. Por anos, ele pintou Barbosa como recebedor de aplausos em estabelecimentos do Leblon. Na primeira vez que é vaiado, ele abandona o cargo?
Quando Dilma é vaiada, a imprensa quase publica uma oração de agradecimento a nossa Senhora na primeira página. Quando é a vez de Barbosa isso é motivo para abandono do cargo?
Ora, isso não é vitimismo. É covardia!
Outro dia conheci um blogueiro do Maranhão que sofre ameaças de morte quase toda semana. Contou-me sorrindo, com uma bravura que me fez sentir um medroso. Um simples blogueiro! E agora Barbosa, com seus seguranças, com sua proteção midiática, vem posar de vítima?
Agora, o mais ridículo é tratar as críticas, democráticas, necessárias, que Barbosa sofre nas redes sociais, como “agressão”. Quer dizer que as críticas a Dilma, a Lula, ao PT, são manifestações democráticas do povo e da classe média, e as críticas a Barbosa são “agressões”?
Entre numa página do G1 e vejam o que falam do PT. É um chorume violentíssimo, asqueroso, repleto de preconceito, truculência e fascismo explícito.
Tudo relacionado a Barbosa é cercado de fascismo midiático. Ele reage com truculência a qualquer manifestação contrária a sua opinião, e os órgãos de mídia que fazem a sua blindagem pintam as críticas de maneira censora e fascista. Se estivéssemos na ditadura, o Globo sugeriria que os críticos de Barbosa fossem presos.
O Globo esqueceu de dizer que Barbosa é “agredido” por todas as pessoas esclarecidas no Brasil, que não estejam acometidas de hidrofobia antipovo e anti-PT. Aliás, até mesmo alguns anti-petistas raivosos, mas com alguma consciência de Direito, andaram “agredindo” Barbosa, como o Ives Gandra, que insinuou que Joaquim Barbosa era um nazista.
Não venham com histórias, globais. O seu Batman está saindo do STF porque sofreu uma derrota política merecida. Foi desmascarado. Ele prevaricou: escondeu provas dos réus e da opinião pública. É o inquérito 2474!
Confiram o vídeo que pode ter sido o verdadeiro motivo da queda de Barbosa.


Barbosa mente descaradamente para os outros ministros, ao afirmar que o Inquérito 2474 não tinha “nada a ver com o mensalão”. Mentira deslavada! O 2474 era justamente o aprofundamento das investigações em torno da origem do dinheiro do valerioduto. Mas apontava caminhos diferentes: dava destaque ao Laudo 2828, que inocenta Pizzolato; trazia provas de que Valério recebeu dinheiro de Daniel Dantas; e exibe notas fiscais onde a Globo aparece como principal beneficiária do Visanet.
Isso aí, sim, pode ser a explicação para derrubar Barbosa. Não “ameaças”!
Vão enganar seus coxinhas psicóticos, seus palermas de saguão de aeroporto, neofascistas úteis que batem palmas para o Batman achando que ele combateu a corrupção, quando apenas serviu a interesses obscuros e ajudou a abafar grandes escândalos. Enquanto a mídia enganava o Brasil com a história do mensalão, Demóstenes Torres articulava seus esquemas com a revista Veja e a família Marinho saía da crise e agregava, misteriosamente, algumas dezenas de bilhões a sua fortuna. E tudo isso enquanto Merval Pereira dizia que a prisão de figuras como Genoíno “lavava a alma do Brasil” porque mostrava a Justiça prendendo “ricos e poderosos”.
Chamar Genoíno de rico e poderoso foi a piada mais negra do século. Os únicos “ricos” no mensalão não eram poderosos, e o único que um dia foi poderoso, com um poder democrático e provisório, concedido pelo povo, como Dirceu, não era rico.
Enfim, os leitores já identificaram o último golpe de Barbosa e da mídia. Ele sai do STF, com essa história de “ameaça”, entra o Lewandowski, e a imprensa agora vai bater o tambor com a “libertação de mensaleiros”, tentando açular os zumbis coxinhas reaças a sair às ruas quebrando tudo.
A guerra não acabou, eu sei. Uma batalha de cada vez.
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MARINA, A ULTIMA DOS "SEM VERGONHA NA CARA"



Assim como Ronaldo, a ex-senadora, que será vice na chapa de Eduardo Campos (PSB) à 
presidência da República, Marina Silva também está envergonhada: "O sonho brasileiro era 
outro: que a estabilidade e o crescimento da economia gerassem cada vez mais bem-estar e 
inclusão social. Quanto à Copa, que deixasse um legado real de melhoria nas cidades.

Sem Vergonha

Por Marcelo Zero (é formado em Ciências Sociais pela UnB)

Ao contrário de alguns, não sinto nenhuma vergonha do meu país.
Não sinto vergonha dos 36 milhões de brasileiros que conseguiram sair daquilo que Gandhi chamava de a “pior forma de violência”, a miséria. Agora, eles podem sonhar mais e fazer mais. Tornaram-se cidadãos mais livres e críticos. Isso é muito bom para eles e muito melhor para o Brasil, que fica mais justo e fortalecido. E isso é também muito bom para mim, embora eu não me beneficie diretamente desses programas. Me agrada viver em um país que hoje é um pouco mais justo do que era no passado.
Também não sinto vergonha dos 42 milhões de brasileiros que, nos últimos 10 anos, ascenderam à classe média, ou à nova classe trabalhadora, como queiram. 
Eles dinamizaram o mercado de consumo de massa brasileiro e fortaleceram bastante a nossa economia. Graças a eles, o Brasil enfrenta, em condições bem melhores que no passado, a pior crise mundial desde 1929. Graças a eles, o Brasil está mais próspero, mais sólido e menos desigual. Ao contrário de alguns, não me ressinto dessa extraordinária ascensão social. Sinto-me feliz em tê-los ao meu lado nos aeroportos e em outros lugares antes reservados a uma pequena minoria. Sei que, com eles, o Brasil pode voar mais alto.
Não tenho vergonha nenhuma das obras da Copa, mesmo que algumas tenham atrasado.
Em sua maioria, são obras que apenas foram aceleradas pela Copa. São, na realidade, obras de mobilidade urbana e de aperfeiçoamento geral da infraestrutura que melhorarão a vida de milhões de brasileiros. Estive no aeroporto de Brasília e fiquei muito bem impressionado com os novos terminais e com a nova facilidade de acesso ao local.
Mesmo os novos estádios, que não consumiram um centavo sequer do orçamento, impressionam. Lembro-me de velhos estádios imundos, inseguros, desconfortáveis e caindo aos pedaços. Me agrada saber que, agora, os torcedores vão ter a sua disposição estádios decentes. Acho que eles merecem.
Me agrada ainda mais saber que tido isso vem sendo construído com um gasto efetivo que representa somente uma pequena fração do que é investido em Saúde e Educação. Gostaria, é claro, que todas as obras do Brasil fossem muito bem planejadas e executadas. Que não houvesse aditivos, atrasos, superfaturamentos e goteiras. Prefiro, no entanto, ver o Brasil em obras que voltar ao passado do país que não tinha obras estruturantes, e tampouco perspectivas de melhorar.
Tranquiliza-me saber que o Brasil tem um sistema de saúde público, ainda que falho e com grandes limitações. Já usei hospitais públicos e, mesmo com todas as deficiências do atendimento, sai de lá curado e sem ter gasto um centavo. Centenas de milhares de brasileiros fazem a mesma coisa todos os anos. Cerca de 50 milhões de norte-americanos, habitantes da maior economia do planeta e que não têm plano de saúde, não podem fazer a mesma coisa, pois lá não há saúde pública. Obama, a muito custo, está encontrando uma solução para essa vergonha.
Gostaria, é óbvio, que o SUS fosse igual ao sistema de saúde pública da França ou de Cuba. Porém, sinto muito orgulho do Mais Médicos, um programa que vem levando atendimento básico à saúde a milhões de brasileiros que vivem em regiões pobres e muito isoladas. Sinto alívio em saber que, na hora da dor e da doença, agora eles vão ter a quem recorrer. Sinto orgulho, mas muito orgulho mesmo, desses médicos que colocam a solidariedade acima da mercantilização da medicina.
Estou também muito orgulhoso de programas como o Prouni, o Reuni, o Fies, o Enem e os das cotas, que estão abrindo as portas das universidades para os mais pobres, os afrodescendentes e os egressos da escola pública.
Tenho uma sobrinha extremamente talentosa que mora no EUA e que conseguiu a façanha de ser aceita, com facilidade, nas três melhores universidades daquele país. Mas ela vai ter de estudar numa universidade de segunda linha, pois a família, muito afetada pela recessão, não tem condição de pagar os custos escorchantes de uma universidade de ponta. Acho isso uma vergonha.
Não quero isso para o meu país. Alfabetizei-me e fiz minha graduação e meu mestrado em instituições públicas brasileiras. Quero que todos os brasileiros possam ter as oportunidades que eu tive. Por isso, aplaudo a duplicação das vagas nas universidades federais, a triplicação do número de institutos e escolas técnicas, o Pronatec, o maior programa de ensino profissionalizante do país, o programa de creches e pré-escolas e o Ciência Sem Fronteiras.
Gostaria, é claro, que a nossa educação pública já fosse igual à da Finlândia, mas reconheço que esses programas estão, aos poucos, construindo um sistema de educação universal e de qualidade.
Tenho imenso orgulho da Petrobras, a maior e mais bem-sucedida empresa brasileira, que agora é vergonhosamente atacada por motivos eleitoreiros e pelos interesses daqueles que querem botar a mão no pré-sal. Nos últimos 10 anos, a Petrobras, que fora muito fragilizada e ameaçada de privatização, se fortaleceu bastante, passando de um valor de cerca de R$ 30 bilhões para R$ 184 bilhões. Não bastasse, descobriu o pré-sal, nosso passaporte para o futuro.
Isso seria motivo de orgulho para qualquer empresa e para qualquer país. Orgulha ainda mais, porém, o fato de que agora, ao contrário do que acontecia no passado, a Petrobras dinamiza a indústria naval e toda a cadeia de petróleo, demandando bense serviços no Brasil e gerando emprego e renda aqui; não em Cingapura.
Vergonha era a Petrobrax. Pasadena pode ter sido um erro de cálculo, mas a Petrobrax era um crime premeditado.
Vejo, com satisfação, que hoje a Polícia Federal, o Ministério Público, a CGU e outros órgãos de controle estão bastante fortalecidos e atuam com muita desenvoltura contra a corrupção e outros desmandos administrativos. Sei que hoje posso, com base na Lei da Transparência, demandar qualquer informação a todo órgão público. Isso me faz sentir mais cidadão. Estamos já muito longe da vergonha dos tempos do “engavetador-geral”. Um tempo constrangedor e opaco em que se engavetavam milhares processos e não se investigava nada de significativo.
Também já se foram os idos vergonhosos em que tínhamos que mendigar dinheiro ao FMI, o qual nos impunha um receituário indigesto que aumentava o desemprego e diminuía salários. Hoje, somos credores do FMI e um país muito respeitado e cortejado em nível mundial. E nenhum representante nosso se submete mais à humilhação de ficar tirando sapatos em aeroportos. Sinto orgulho desse país mais forte e soberano.
Um país que, mesmo em meio à pior recessão mundial desde 1929, consegue alcançar as suas menores taxas de desemprego, aumentar o salário mínimo em 72% e prosseguir firme na redução de suas desigualdades e na eliminação da pobreza extrema. Sinto alegria com esse Brasil que não mais sacrifica seus trabalhadores para combater as crises econômicas.
Acho que não dá para deixar de se orgulhar desse novo país mais justo igualitário e forte que está surgindo. Não é ainda o país dos meus sonhos, nem o país dos sonhos de ninguém. Mas já é um país que já nos permite sonhar com dias bem melhores para todos os brasileiros. Um país que está no rumo correto do desenvolvimento com distribuição de renda e eliminação da pobreza. Um país que não quer mais a volta dos pesadelos do passado.
Esse novo país mal começou. Sei bem que ainda há muito porque se indignar no Brasil.
E é bom manter essa chama da indignação acessa. Foi ela que nos trouxe até aqui e é ela que nos vai levar a tempos bem melhores. Enquanto houver um só brasileiro injustiçado e tolhido em seus direitos, todos temos de nos indignar.
Mas sentir vergonha do próprio país, nunca. Isso é coisa de gente sem-vergonha. 
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Ronaldo Fenomeno, o Comentarista da Globo


Eles tem tudo a ver.

por : Kiko Nogueira

“A Copa do Mundo é um grande negócio e irá deixar legado importante. Vamos mostrar isso para essa minoria que é contra o torneio”.
Este era Ronaldo em fevereiro.
“Eu me sinto envergonhado”.
Este é Ronaldo hoje.
O que mudou?
Nada. Ronaldo é o mesmo. Se alguém já saiu ganhando com a Copa, qualquer que seja o resultado, é ele. De apoiador entusiasmado a crítico contumaz do evento, ele sente como o vento sopra e corre atrás.
O que perde com isso? Por enquanto, nada. Pelo contrário, é chancelado. Ronaldo, sabe-se há um tempo, será comentarista da Globo, num conflito de interesses absurdo. Quando, em circunstâncias normais, um membro do Comitê Organizador Local, órgão ligado à CBF e à Fifa, poderia dar pitacos se é parte interessada?
Sua empresa, a 9ine, agencia Neymar. É nula a possibilidade de um acordo para ele se calar a cada vez que Neymar pegar na bola.
A 9ine representa a Marfinite, que forneceu as cadeiras para o Itaquerão, a Fonte Nova e a Arena Grêmio. O grafite do avião da seleção, feito pelos Gêmeos, também é uma ação da 9ine, que tem a Gol como cliente.
Estes são alguns dos acordos que se tornaram públicos. Certamente há outros.
Jornalistas da Globo não podem — ao menos em tese –, declarar apoio a políticos. Ronaldo, que avisou que estará com Aécio, não precisou obedecer essa norma. A justificativa é a de que Ronaldo é “convidado”. Convidado, portanto, pode tudo.
Sua pretensa indignação, agora, é como a de Joana Havelange. É como se ambos fossem gandulas e não diretores da Fifa. São casos impressionantes de esperteza às avessas.
Ronaldo é ele mesmo um belo quinhão dos problemas que aponta. O casamento com a Globo é o coroamento dessa estratégia macunaímica de sempre se dar bem. É chamar o torcedor de otário na cara dura.
Como diz aquele velho slogan, eles têm tudo a ver.
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Indígenas declaram guerra a Cardozo que chegou 2 horas atrasado a encontro

Índios de diferentes etnias bloqueiam a entrada do Ministério da Justiça durante um protesto 
em Brasília (Foto: Evaristo Sa/AFP)

Após 11 horas, índios em protesto deixam Esplanada dos Ministérios

Eles protestam contra mudanças nas regras para demarcação de terras. Grupo se acorrentou a poste; reunião com ministro terminou sem acordo.
Depois de mais de 11 horas na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, os índios que protestam contra mudanças nas regras para demarcação de terras, nesta quinta-feira (29), deixaram a frente do Palácio da Justiça pouco antes das 19h30. Os manifestantes se retiraram depois que membros de uma comissão de indígenas se retiraram de uma reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Na saída, foram desacorrentados os cinco índios presos a um poste em frente ao prédio do ministério. Segundo os manifestantes, o ato foi decidido depois que o ministro quis reduzir de 20 para 12 o número de membros da comissão. No final, 18 indígenas conversaram com o governo.
A reunião, que contou com a presença de Cardozo, da presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maria Augusta Boulitreau Assirati, e do assessor especial do Ministério da Justiça, Marcelo Veiga. terminou sem que as partes entrassem em acordo.
O cacique Uilton Tuxá, que participou da conversa com o ministro, afirmou que vivenciou "a pior reunião" de sua vida, em 16 anos de lutas pela causa indígena. "Eu nunca esperei que um governo do PT, que se veste de democracia, poderia agir com tanta arbitrariedade. Foi lamentável, nós estamos nos sentindo presos ao descaso do país", falou. "Ele [o ministro] disse que não vai assinar nada, que vai insistir na tentativa de construir mesas de dialogo."
Segundo o cacique, os índios vão recuar, momentaneamente, nas manifestações. "Na luta e na batalha às vezes recuar é necessário para a gente respirar e repensar quais são os próximos passos que daremos." Os índios deixaram o local afirmando que o ministro da Justiça deu início a uma guerra entre índios, fazendeiros e governo.
O Ministério da Justiça disse, por meio de nota, que o ministro José Eduardo Cardozo "garantiu que a pasta está empenhada em encontrar soluções por meio da mediação, para as questões apresentadas".
Este foi o terceiro dia de protestos do grupo. Entre as reivindicações dos índios estão a publicação imediata de portarias declaratórias, despachos de identificação e delimitação, e decretos de homologação que estão paralisados, o fim da criminalização das lideranças indígenas, "a punição dos assassinos dos índios e dos parlamentares que incitam o ódio contra os nossos povos originários” e a retirada de documentos que paralisam a demarcação de terras.
Inicialmente, a reunião entre os indígenas e o ministro da Justiça, Eduardo José Cardozo, estava agendada para as 15h, mas só às 17h ele chegou ao auditório do Ministério da Justiça.


Índios se reúnem com o ministro José Eduardo Cardozo para debater mudanças nas regras 
para demarcação de terras (Foto: Lucas Salomão/G1)

De acordo com assessores da PF, Mayra Cardozo, a mãe dela, Sandra Jardim, e os agentes que as escoltavam não ficaram feridos na ação criminosa. Nenhum objeto foi levado das vítimas. Também não há confirmação sobre qual seria a motivação do crime. Segundo a "Folha de S.Paulo" e a "Veja", seria uma tentativa de assalto.
Terceiro dia de protestos
Desde a manhã, indígenas de várias etnias fecharam os quatro acessos ao Palácio da Justiça. O grupo chegou a tentar entrar no prédio e também bloqueou três faixas do Eixo Monumental. Apesar da reunião realizada na quarta-feira (28) com os presidentes da Câmara e do Senado, os manifestantes querem uma audiência com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, para discutir a situação.
Segundo a Polícia Militar, havia 400 pessoas no local. Testemunhas relataram que os manifestantes apontaram seus arcos e flechas para policiais e servidores do prédio. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, porém, negou hostilidade por parte do grupo. "Tem uma proposta no Ministério da Justiça para alterar o procedimento de demarcação de terras. Essa proposta significa um obstáculo democrático", disse a entidade.
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RONALDO : UM FENÔMENO DE OTÁRIO



Por: Fernando Brito

O “fenômeno” Ronaldo nem parece o mesmo da final da Copa de 98.
“Tem que baixar o cacete nos vândalos”, diz ele na Folha, estreando em seu papel de porta-voz de Aécio Neves.
Baixar o cacete, Ronaldo, é antijogo, mesmo quando o adversário está praticando lambanças.
Quando morrer um na pancadaria, não adianta ficar de “mimimi”. É um ser humano que morre.
Vidraça, lata de lixo, a gente põe outra, com sacrifício e prejuízo.
Mas lançar uma tropa em cima de um grupo, mesmo um grupelho como os “blackblocs” gritando a ela “baixe o cacete à vontade” termina nisso, Ronaldo.
É o que você quer, logo você que se entupiu de dinheiro de propaganda da Copa e gozou sabe-se lá que mordomias do Comitê Olímpico da Fifa?
Esse aqui é um país civilizado, Ronaldo, por mais que gente que se comporta como “black bloc”, por mais que grupos de mídia e personagens como você ganhem o dinheiro a rodo com a Copa e depois apontem o dedo para o poder público e se finjam de “envergonhados” achem que isso é uma terra de bobos, de otários, que não vêem a hipocrisia?
Porque os gastos públicos são transparentes, expostos, todo mundo pode saber.
Mas os ganhos desta turma de “bacanas”, ah, este é sigiloso, secreto, impublicável e, só na visão de vocês, meritório.
Até a pobrezinha da Fifa “está traumatizada”, embora o trauma não a impeça de se entupir de dinheiro, quase o necessário para construir todos os estádios três vezes: US$ 10 bilhões , ou R$ 22 bilhões.
Agora você convoca o povo para “ fazer a maior manifestação de todos os tempos, em 5 de outubro, nas eleições”.
É isso o que você vai fazer no microfone da Globo?
Vai pedir que a polícia “baixe o cacete” numa meia dúzia de imbecis que sonha com isso, muita cacetada, bomba, fumaça de gás tudo o que possa radicalizar o clima, estragar a festa do futebol - aí, sim – envergonhar o Brasil?
E como ficam nossos jogadores, disputando uma partida em uma praça de guerra, com a PM baixando o cacete a torto e a direito, porque, você sabe, quando o marmelo começa a cantar, dá em Pedro, João e Antônio sem a menor cerimônia.
Vai torcer para o nosso time tremer na base, como você, e entregar o ouro, também?
Como diz o pessoal do “mercado”, isso ajuda o Aécio?
Você preste atenção, Ronaldo.
O povo brasileiro, na sua quase infinita generosidade o perdoou por muitas “derrapadas”.
Você virou algo mais ridículo que o personagem-símbolo do “mala sem alça” do esporte.
Cala a boca, Ronaldo.
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quinta-feira, 29 de maio de 2014

Felipão abre as portas para a Globo; e as diferenças entre David Luiz e Henrique


Luciano Huck, de costas, interrompe treino para gravar pra Globo

Por Rodrigo Vianna, de Teresópolis

O sol finalmente brilhou na Granja Comary. Depois de tanto nevoeiro e garoa nos últimos dias, tudo ficou claro, límpido. Insclusive o time titular. E também a velha perceria entre Globo e CBF…
Felipão não faz segredo de nada. Hoje, num treino com campo encurtado, deixou evidente que vai pra Copa com a mesma equipe que ganhou a Copa das Confederaçõers: Julio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luis Gustado, Paulinho, Oscar e Neymar; Hulk e Fred.
No trato com a imprensa, aparecem já algumas diferenças com o estilo de Dunga em 2010.
Na África do Sul, eu vi de perto: não havia moleza pra jornalista, muito menos pra Globo. Ficou famosa, por exemplo, a decisão de Dunga de barrar Fátima Bernardes na entrada da concentração em Johannesburgo. Ela havia acertado (com a assessoria da CBF) uma “exclusiva” com um dos atletas. Dunga não quis saber. Barrou a Globo. Dunga queria mostrar que não haveria em 2010 nada parecido com a baderna midiática de 2006. Na Alemanha, Parreira liberou geral, jogadores viraram estrelas de TV, e a turma da Globo fazia fila pra uma entrevista atrás da outra.
Felipão adota um estilo intermediário. Hoje, liberou a entrade de Luciano Huck no gramado, pouco antes do treino. O apresentador levou um menino em cadeira de rodas pra conhecer os atletas. Atrasou o treino com bola em 15 minutos. Veterano em coberturas, Roberto Thomé disse a meu lado: “os jogadores já tinham feito o aquecimento, e em vez de irem pra campo estão ali participando da gravação; depois alguem sofre um estiramento e quem vai assumir a responsabilidade?”
Como diz o Thomé, em seu blog, já tem jornalista (não na Globo) com saudades do Dunga…
Felizmente, não houve problemas com os atletas. Fizeram um treino duro, sério. Felipão dosa bem as brincadeiras (além de algumas concessões ao “circo midiático” global) com a firmeza para cobrar e orientar os jogadores.
A manhã de quinta terminou com treinos de finalizaçao: Fred e Neymar mostraram muita disposição, sem gracinhas, concentrados.
Do outro lado, os zagueiros treinavam domínio de bola, em cruzamentos sobre a área. E aí ficou patente a diferença abissal de categoria entre David Luiz , de um lado, e Henrique do outro.
A bola morria no peito do zagueiro do Chelsea. Ele não falhou nenhuma vez. Henrique mostrou as limitações que todos conhecemos: a bola escapava ao domínio dele, e o ex-palmeirense “espanava” todos os chutes.
Se bem que – na história das Copas – há bons exemplos de jogadores brasileiros que entraram em campo na última hora e (sem grande categoria na comparação com outros craques) deram conta do recado. Exemplo mais recente: o volante Kleberson em 2002. Outro mais antigo: Amarildo (no lugar de Pelé, em 62).
Ok, não dá pra comparar Henrique com Amarildo… Mas se precisarmos dele em 2014, que o zagueirão seja pelo menos um novo Kleberson! Tomara que não seja necessário. Dá um certo medo, vendo as “espanadas” dele de perto, aqui no gramado perfeito da Comary…
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As duas posições de Joaquim Barbosa sobre o regime fechado


O presidente do STF, Joaquim Barbosa, criticou o governo Dilma por manter em regime 
fechado um paraguaio que já poderia ter sido beneficiado com a progressão para o regime 
semiaberto. O mesmo Barbosa que, há 20 dias, desautorizou o trabalho externo para o ex-
ministro José Dirceu, condenado pela ação penal 470. Medida que pode prejudicar outros 77 
mil.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, criticou o governo brasileiro, durante a sessão plenária desta quarta (28), por manter preso em regime fechado por tempo superior ao necessário o paraguaio Idelino Ramon Silveiro, condenado a 28 anos de prisão no Brasil por uma série de crimes, como roubo, furto e formação da quadrilha, mas com extradição para seu país de origem já autorizada pela corte máxima.
As críticas foram motivadas porque Idelino cumpre regime fechado há quase nove anos: pelas leis brasileiras, já deveria ter tido direito à progressão para o semiaberto. Entretanto, como sua extradição foi autorizada, foi decretada também sua prisão preventiva, o que o obriga a permanecer no regime fechado. E, pelo entendimento da corte, só a presidenta da república pode mudar o quadro, por meio da extradição imediata ou da expulsão.
O que causa estranhamento é Barbosa endossar a crítica. Justamente ele que, no último dia 9, decretou, por decisão individual, o fim do sistema semiaberto no país, ao determinar que o ex-ministro José Dirceu, condenado ao regime pela ação penal 470, só poderia trabalhar após cumprir um sexto da pena, conforme o que afirma de forma genérica a Lei de Execução Penal.
A medida atingiu também, em cadeia, os outros condenados da ação penal 470 que já estavam trabalhando fora do presídio: o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, os ex-deputados Valdemar Costa Neto (PR-SP), Pedro Corrêa (PP-PE) e Bispo Rodrigues (PL-RJ), e o ex-tesoureiro do antigo PL, Jacinto Lamas. E ameaça outros 77 mil presos do mesmo regime que desempenham funções fora da penitenciária, conforme cálculos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A notícia sobre a saída do ministro Joaquim Barbosa do Supremo Tribunal Federal em junho, anunciada por ele nesta quinta-feira 29, provocou uma reação semelhante em todos os representantes de entidades de classe da magistratura e de juízes brasileiros: a de que sua passagem à frente do STF não será uma boa lembrança.
A frase é do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Nino Toldo. "Ele fez aquilo tudo que nós não gostaríamos", disse ele. "Antes da posse no Supremo, eu o procurei e ele me disse que haveria diálogo franco e aberto com a magistratura federal, o que não houve. Ele não é uma pessoa que vai ser bem lembrada", acrescentou.
O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo dos Santos Costa, classifica Joaquim Barbosa como o responsável por ter "cortado o diálogo com as entidades". Segundo ele, existe agora, nesse momento de transição, uma expectativa na área da magistratura de "superar essa falta de diálogo".
Paulo Luiz Schmidt, presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), se manifestou em nota, afirmando que a passagem de Barbosa pela presidência do STF e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que também era presidido pelo ministro, marca um período de "défict democrático". Leia o comunicado:
"A decisão do ministro Joaquim Barbosa quanto à aposentadoria é só dele e deve ser respeitada. A história dirá mais tarde, distanciada de debates ideológicos, sobre seus erros e acertos, como ocorre com todos os personagens da vida pública. Para a Anamatra, no entanto, a passagem de Sua Excelência pelo Supremo Tribunal Federal e pelo CNJ, não contribuiu para o aprimoramento do necessário diálogo com as instituições republicanas e com as entidades de classe, legítimas representantes da magistratura, marcando, assim, um período de déficit democrático".
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Demência: Alckmin se prepara para 'emergências nucleares' e terrorismo


Governo paulista põe à disposição do Mundial 11 hospitais, 120 médicos e chuveiros infláveis. Se 
faltar comunicação, cinco mil exemplares de dicionário em onze idiomas estarão à mão.A julgar 
pelo plano para a saúde durante a Copa, Alckmin espera por uma catástrofe.

São Paulo – O secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip, anunciou ontem (28) o plano de saúde do governo estadual para o atendimento durante a Copa, que começa no próximo dia 12. Classificada como inédita para atender a vítimas de desastres e catástrofes em eventos de massa, a estratégia, que recebe o nome de "plano de contingência", reflete a expectativa de que o Mundial se transforme numa hecatombe.
Tanto que, conforme a própria página da Saúde, o estado está preparado para socorrer milhares de vítimas de bioterrorismo, armas químicas e biológicas, ações táticas e emergências nucleares.
O investimento anunciado é que parece menos ambicioso: R$ 8,2 milhões.
"A Copa é um evento de massa gigantesco, atraindo torcedores brasileiros e turistas dos quatro cantos do mundo. Os olhos de três bilhões e meio de pessoas se voltarão para o que acontecer no Brasil e em São Paulo. Por isso São Paulo se preparou para garantir a devida estrutura de resgate e atendimento a eventuais vítimas de desastres, com diversos profissionais altamente preparados para agir de forma rápida e eficiente", afirma David Uip.
Para dar conta de todo esse atendimento, nos dias de jogos serão colocados de prontidão médicos e enfermeiros no interior da Arena Corinthians (Itaquerão) e nas imediações, "num raio de um quilômetro". Esses profissionais contarão com "hospitais de campanha" que funcionarão em tendas infláveis, com diversos equipamentos especiais, kits de primeiros socorros e antídotos para assistência a vítimas de bioterrorismo e emergências químicas. E ainda contarão com a proteção de botas, luvas, máscaras e roupas especiais para emergências químicas e biológicas, tenda de pressão negativa e macas para transporte de vítimas contaminadas, entre outros materiais.
Torre de Babel
Conforme a secretaria, para facilitar o atendimento aos turistas estrangeiros, as equipes de saúde terão à disposição cinco mil exemplares de um dicionário que traduz em 11 idiomas nomes de partes do corpo humano, doenças, sintomas, diagnósticos e outras expressões usadas por médicos e enfermeiros
Ao longo de todo o Mundial, médicos do Grupo de Resgate e Atenção às Urgências e Emergências (Grau) – a "Tropa de Elite do resgate médico estadual" – estarão equipados com uma mochila contendo os principais materiais de atendimento pré-hospitalar, kits com diferentes tipos de antídotos para desintoxicação dos pacientes no caso de ataques ou acidentes com produtos tóxicos ou mesmo no caso de emergências químicas e bioterrorismo.
Para garantir a descontaminação de eventuais vítimas de emergências químicas e bioterrorismo, haverá duas barracas-chuveiro, com 10 chuveiros infláveis, que serão distribuídos a hospitais estratégicos conforme definição da própria secretaria. Esses hospitais, que contarão com apoio do Corpo de Bombeiros e das Forças Armadas, receberão ainda antídotos "específicos para os casos de envenenamento por cianeto e até mesmo por armas químicas, como gás sarin".
Prontidão
Ainda segundo a Secretaria de Saúde, em cada partida no Itaquerão dois médicos e dois enfermeiros da sua "Tropa de Elite" estarão de prontidão para auxiliar a equipe da Fifa em casos de contingências, na prestação do primeiro atendimento. Para isso terão apoio de um médico na Central de Regulação para o encaminhamento de vítimas aos hospitais da região. Também haverá um médico no Centro Integrado de Comando e Controle Regional.
Todos os 15 hospitais estaduais – sob gestão direta ou de OS – da região metropolitana entregaram à secretaria seus respectivos Planos de Contingência para atendimento de vítimas de desastres.
Na zona leste o governo contará com os hospitais Santa Marcelina (Itaquera), Geral de Vila Alpina, Geral do Itaim Paulista, Geral de São Mateus, Estadual de Sapopemba, Geral de Guaianases, além dos municipais do Tatuapé, Prof. Alípio Correa Neto, Tide Setúbal e Valdomiro de Paula. No ABC paulista, o governo estadual vai colocar de prontidão os hospitais Estadual de Santo André, de Diadema, Geral de Guarulhos e Padre Bento, em Guarulhos, e Regional de Ferraz de Vasconcelos. E em "situação excepcional, com milhares de vítimas, todos os hospitais da região metropolitana serão acionados". O hospital mais próximo do estádio é o Santa Marcelina de Itaquera.
A Fundação Pró-Sangue, responsável por abastecer 128 hospitais na Grande São Paulo, também foi escalada para elaborar um plano para gerenciamento de atendimento a desastres e catástrofes.
E como a gestão Alckmin considera a possibilidade de uma situação excepcional, com milhares de vítimas inclusive nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos e no porto de Santos, vai somar ainda outros onze, entre eles o Hospital das Clínicas, a Santa Casa de São Paulo e o Hospital São Paulo, hospital universitário ligado à Universidade Federal de São Paulo atualmente gerido pela OS SPDM, a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, presidida pelo psiquiatra Ronaldo Laranjeira, conhecido também por criticar a descriminalização das drogas.
Mão no fogo
Na última terça-feira, em reunião da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa para a qual foi convidado a dar esclarecimentos sobre a falta de transparência na gestão dos hospitais estaduais pelas OSs e conflitos de interesse em ações da Secretaria de Saúde, Uip foi ferrenho ao defender Laranjeira.
Nas palavras do secretário, Laranjeira é um dos homens mais importantes e estudiosos, um dos grandes talentos do setor. "Indivíduo de absoluta seriedade. Tem compromisso com o estado sem ganhar um tostão. Pelo portal da transparência, quem quiser ver, acesse e verá que ele coordena um projeto sem ganhar um tostão. É um daqueles sonhadores beneméritos e é presidente de uma OS onde também não ganha nem um tostão.
Quem conhece Laranjeira, como eu conheço há 30 anos, sabe que é um homem bem-sucedido na clinica particular dele. E faz o que está fazendo por benemerência. Sou o primeiro a depor a favor: esse é um homem que vale a pena. Junta ciência, integridade, assistência de desprendimento, uma pessoa que eu viria aqui defender quantas vezes fossem necessárias. Um indivíduo muito acima da média. Fico até triste quando se cogita alguma coisa porque ele não é merecedor."
No começo de abril, a SPDM, uma das maiores OSs e das mais envolvidas em suspeitas de irregularidades, foi contratada para gerir o futuro hospital de dependentes químicos da Cracolândia, na região central da capital paulista. O hospital integra o programa estadual Recomeço, comandado por Laranjeira desde maio de 2013.
Uip também desconversou quando foi questionado pelo deputado Gerson Bittencourt (PT) sobre a falta de transparência nos relatórios das OSs. Segundo um levantamento do qual participou o parlamentar em 2012, há repasse de recursos por serviços que não foram prestados, verbas para custeio de medicamentos com preços acima dos informados nas bolsas eletrônicas de compras e falta de conselho gestor para fiscalizar e aprovar as contas envolvendo essas organizações. Foi detectado rombo financeiro em 12 dos 23 hospitais geridos por essas entidades no estado.
Em 2012, conforme Bittencourt, as unidades administradas pelo próprio estado receberam recursos da ordem de R$ 5,1 bilhões e as OSs, de R$ 4,6 bilhões. Chama a atenção, diz o deputado, que entre 2008 e 2012, os recursos repassados àquelas entidades aumentaram 268%.
Uip se limitou a dizer que a Secretaria de Saúde trabalha pela transparência e que vai aprimorar a difusão de informações.
Em oito meses à frente da pasta, o infectologista é autor de diversas medidas arrojadas. No final do ano passado ele criou o Conselho de Gestão, constituído por diversos empresários, como Alberto Saraiva, médico pela Santa Casa e dono do Habib's. Na ocasião, Uip se saiu com uma explicação curiosa: "Muitos me perguntaram o que o Habib's tem a ver com o conselho. Ora, se o cara vende mais de 600 milhões de esfirras por ano em 400 unidades, ninguém entende mais do que ele em atendimento e logística para ajudar a diminuir a fila pelo atendimento."
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O Açougueiro Al-Sisi, ex chefe do Exército, vence eleições de mentirinha no Egito

 O ex-chefe do Exército Abdel Fattah Al-Sisi foi o grande vencedor das eleições presidenciais no Egito, de acordo com a imprensa local, obtendo pelo menos 93% dos votos, contra 4% do rival mais próximo.
Os números foram publicados nesta quinta-feira (29/05). Dependendo da fonte, a votação dele pode chegar a quase 97%.
No total, Al-Sisi deve alcançar algo em torno de 23 milhões de votos.
 O único rival dele, Hamdeen Sabahi, teve, até o momento, 770 mil votos.
Segundo a equipe de Al-Sisi, no Cairo, o candidato conseguiu 94% dos sufrágios e, em Alexandria, 84%.
Estes números não oficiais indicam uma participação entre 45% e 50%, depois de o prazo da votação ser prorrogado por mais um dia pela Comissão Eleitoral por causa da baixa participação, apesar de o primeiro-ministro Ibrahim Mehleb ter ameaçado multar em 500 libras egípcias (cerca de R$ 150) quem não fosse às zonas eleitorais.
A tabulação final deve ser divulgada no começo da próxima semana.
Na semana passada, Sisi havia pedido a participação de 80% do eleitorado, o que não foi alcançado.
O baixo comparecimento e o prolongamento das eleições podem diminuir a credibilidade do ex-chefe do Exército, insinuando que ele não conseguiu o apoio que esperava após depor o ex-presidente, Mohamed Mursi.
A Irmandade Muçulmana, por sua vez, comemorou o baixo número de eleitores. “O grande povo do Egito deu um novo tapa no roteiro do golpe militar e escreveu a certidão de óbito do golpe”, afirmaram representantes do braço político do grupo, o Partido da Liberdade e da Justiça.
O processo eleitoral no Egito foi acompanhado por um grande plano de segurança, que deve se estender até depois da divulgação do resultado oficial.
Segundo Mehleb, a última fase do plano prevê uma campanha de segurança para manter a ordem nas ruas do país diante de possíveis celebrações da vitória eleitoral.
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O legado da Assombração: Barbosa protagonizou falso moralismo que comprometeu o CNJ



O anúncio da aposentadoria do Ministro Joaquim Barbosa livra o sistema judicial de uma das duas piores manchas da sua história moderna.
O pedido de aposentadoria surge no momento em que Barbosa se queima com os principais atores jurídicos do país, devido à sua posição no caso do regime semi-aberto dos condenados da AP 470. E quando expõe o próprio CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a manobras pouco republicanas. E também no dia em que é anunciada uma megamanifestação contra seu estilo ditatorial na frente do STF.
A gota d’água parece ter sido a PEC 63 – que dispõe sobre o aumento do teto salarial da magistratura.
Já havia entendimento no STF que corregedor não poderia substituir presidente do CNJ na sua ausência. Não caso da PEC 63 – que aumenta o teto dos magistrados – Barbosa retirou-se estrategicamente da sessão e colocou o corregedor Francisco Falcão na presidência. Não apenas isso: assumiu publicamente a defesa da PEC e enviou nota ao Senado argumentando que a medida seria “uma forma de garantir a permanência e estimular o crescimento profissional na carreira” (http://tinyurl.com/mf2t6jl).
O Estadão foi o primeiro a dar a notícia, no dia 21. À noite, Barbosa procurou outros veículos desmentindo a autoria da nota enviada ao Senado ou o aval à proposta do CNJ (http://tinyurl.com/m5ueezb).
Ontem, o site do CNJ publicou uma nota de Barbosa, eximindo-se da responsabilidade sobre a PEC.
O ministro ressalta que não participou da redação do documento, não estava presente na 187ª Sessão Ordinária do CNJ no momento da aprovação da nota técnica, tampouco assinou ofício de encaminhamento do material ao Congresso Nacional.
A manipulação política do CNJ
Não colou a tentativa de Barbosa de tirar o corpo do episódio. É conhecido no CNJ – e no meio jurídico de Brasília – a parceria estreita entre ele e o corregedor Francisco Falcão.
É apenas o último capítulo de um jogo político que vem comprometendo a imagem e os ventos de esperança trazidos pelo CNJ.



Para evitar surpresas como ocorreu no STF - no curto período em que Ricardo Lewandowski assumiu interinamente a presidência -, Barbosa montou aliança com Falcão. Em sua ausência, era Falcão quem assumia a presidência do órgão, embora a Constituição fosse clara que, na ausência do presidente do CNJ (e do STF) o cargo deveria ser ocupado pelo vice-presidente – no caso Ricardo Lewandowski.
Muitas das sessões presididas por Falcão, aliás, poderão ser anuladas.
Com o tempo, um terceiro elemento veio se somar ao grupo, o conselheiro Gilberto Valente, promotor do Pará indicado para o cargo pelo ex-Procurador Geral da República Roberto Gurgel.
Com o controle da máquina do CNJ, da presidência e da corregedoria, ocorreram vários abusos contra desafetos. Os presos da AP 470 não foram os únicos a experimentar o espírito de vingança de Barbosa.
Por exemplo, o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Félix Fischer é desafeto de Falcão e se candidatará ao cargo de Corregdor Geral quando este assumir a presidência do STJ. De repente, Fischer é alvejado por uma denúncia anônima feita diretamente a Joaquim Barbosa, de suposto uso de passagens aéreas para levar a esposa em viagens internacionais. O caso torna-se um escândalo público e o conselheiro Gilberto Martins é incumbido de investigar, na condição de corregedor interino (http://tinyurl.com/qg6cjx3) .
Passa a exigir, então, o detalhamento de todas as viagens oferecidas pelo STJ a ministros, mulheres de ministros e assessores (http://tinyurl.com/l6ezw3k). A investigação é arquivada por falta de fundamentos mas, àquela altura, o nome de Fischer já estava lançado na lista de escândalos.
A contrapartida de Falcão foi abrir uma série de sindicâncias contra desembargadores do Pará, provavelmente adversários de Gilberto Martins.
Nesse jogo de sombras e manobras, Barbosa foi se enredando em alianças e abandonando uma a uma suas bandeiras moralizadoras.
Sua principal agenda era combater o “filhotismo”, os escritórios de advocacias formado por filhos de ministros.
Deixou de lado porque Falcão, ao mesmo tempo em que fazia nome investindo-se na função de justiceiro contra as mazelas do judiciário, tem um filho – o advogado Djaci Falcão Neto – que atua ostensivamente junto ao STJ (mesmo quando seu pai era Ministro) e junto ao CNJ (http://tinyurl.com/ku5kdl5), inclusive representando tribunais estaduais. Além de ser advogado da TelexFree, organização criminosa que conseguiu excepcional blindagem no país, a partir da falta de ação do Ministro da Justiça.
Por aí se entende a razão de Falcão ter engavetado parte do inquérito sobre o Tribunal de Justiça da Bahia que envolvia os contratos com o IDEP (Instituto Brasiliense de Direito Público), de Gilmar Mendes.
E, por essas estratégias do baixo mundo da política do Judiciário, compreende-se porque Barbosa e Falcão crucificaram o adversário Fischer, mas mantiveram engavetado processo disciplinar aberto contra o todo-poderoso comandante da magistratura fluminense, Luiz Sveiter, protegido da Rede Globo.
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Joaquim Barbosa, um antibrasileiro


Uma saída que eleva o Brasil

por : Paulo Nogueira

Se for confirmada a aposentadoria de Joaquim Barbosa para junho, chegará ao fim uma das mais trágicas biografias do sistema jurídico brasileiro.
O legado de Barbosa resume-se em duas palavras absolutamente incompatíveis com a posição de juiz e, mais ainda, de presidente da mais alta corte nacional: ódio e vingança. Foi a negação do brasileiro, um tipo cordial, compassivo e tolerante por natureza.
A posteridade dará a ele o merecido espaço, ao lado de personalidades nocivas ao país como Carlos Lacerda e Jânio Quadros.
Barbosa acabou virando herói da classe média mais reacionária do Brasil e do chamado 1%. Ao mesmo tempo, se tornou uma abominação para as parcelas mais progressistas da sociedade.
É uma excelente notícia para a Justiça. Que os jovens juízes olhem para JB e reflitam: eis o que nós não devemos fazer.
O que será dele?
Dificuldades materiais Joaquim Barbosa não haverá de ter. O 1% não falha aos seus.
Você pode imaginá-lo facilmente como um palestrante altamente requisitado, com cachês na casa de 30 000 reais por uma hora, talvez até mais. Com isso poderá passar longas temporadas em Miami.
Na política, seus passos serão necessariamente limitados. Ambições presidenciais só mediante uma descomunal dose de delírio.
Joaquim Barbosa é adorado por aquele tipo de eleitor ultraconservador que não elege presidente nenhum.
Ele foi, na vida pública brasileira, mais um caso de falso novo, de esperanças de renovação destruída, de expectativas miseravelmente frustradas.
Que o STF se refaça depois do trabalho de profunda desagregação de Joaquim Barbosa em sua curta presidência.
Nunca, desde Lacerda, alguém trouxe tamanha carga de raiva insana à sociedade a serviço do reacionarismo mais petrificado.
Que se vá – e não volte a assombrar os brasileiros.
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DEPOIS DE TER SACANEADO O PT, TV JUSTIÇA(?) SAI DO AR !


Os tucanos agradecem !

Saiu na Falha de SP: SUPREMO ALTERA SISTEMA DE JULGAMENTO DE CONGRESSISTAS E MINISTROS

O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou nesta quarta-feira (28) uma resolução que altera a forma como o tribunal vai julgar congressistas e ministros de Estado.
(…)
Os julgamentos nas turmas devem garantir ainda mais privacidade aos ministros, tendo em vista que as sessões não são transmitidas pela TV Justiça. Hoje, as sessões do plenário passam pela TV do Supremo. Alguns ministros, nos bastidores, chegam a criticar a transmissão e defendem sessões mais reservadas.
A discussão teria começado após o julgamento do mensalão, em 2012, maior e mais turbulento caso analisado na história do tribunal que consumiu 69 sessões, ao longo de 20 meses.
(…)
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A ELITE E O COMPLEXO DE VIRA LATAS

BARBOSA VISITOU HOJE DILMA, RENAN E ALVES: JOGOU A TOALHA ?


Presidente do STF esteve na manhã desta quinta-feira 29 no Palácio do Planalto, em audiência 
com presidente Dilma Rousseff; em seguida, foi ao Congresso, onde teve encontros formais com 
os presidentes Renan Calheiros, do Senado, e Henrique Alves, da Câmara (foto acima); ilhado 
nos meios jurídicos e a cinco meses do final de seu mandato na presidência do Supremo, ele está 
antecipando suas despedidas do cargo, a cinco meses do fim do seu mandato, apurou 247; agora 
é só uma questão de horas.

247 – O presidente do STF, Joaquim Barbosa, está cumprindo nesta quinta-feira 29 um roteiro de audiências formais que representa uma verdadeira cerimônia do Adeus. Pela manhã, ele esteve com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, e em seguida foi ao Congresso encontrar os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e Henrique Alves, da Câmara dos Deputados. 247 apurou que Barbosa está antecipando suas despedidas do cargo, a cinco meses do final de seu mandato (aqui).
Ilhado nos meios jurídicos e criticado abertamente pela Procuradoria Geral da República e todas, sem exceção, associações de magistrados, ele perdeu a admiração de seus pares. Barbosa já havia antecipado que iria deixar o cargo de presidente do STF antes do final de seu mandato. Hoje, colocou em prática a promessa. Acredita-se que, agora, é questão de horas ou poucos dias para ele pendurar a toga.
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NASSIF ACHOU O FRANCISCHINI NA LAVA-JATO !



Luiz NassifFRANCISCHINI ESCONDEU UM DOS SUSPEITOS DA LAVA JATO

Jornal GGN – Considerado um dos canais de vazamento da Operação Lava Jato da Polícia Federal – que investiga a atuação do doleiro Alberto Youssef -, o ex-delegado e deputado federal Fernando Francischini, do partido Solidariedade (ex-PSDB), deixou de divulgar um dos nomes que surgiram nos grampos da polícia: ele próprio.
Seu nome foi diretamente envolvido nas negociações entre Yousseff e o deputado Luiz Argolo, também do Solidariedade.
Lá pelas tantas, Argolo diz a Yousseff que está fechando um acordo “que acho que vai dar certo”. “Francischini fica na liderança fazendo o papel combinado com a gente e eu farei como primeiro vice-líder o encaminhamento em prol do governo e do Palácio. Já falou comigo.”


A conversa se refere a um suposto acordo entre Argolo e a empreiteira OAS, representada pelo diretor Mateus Coutinho. Por ele, Argolo prestaria apoio ao Palácio e deixaria Francischini trabalhando na ponta contrária, de interesse da OAS.
Yousseff gostou do combinado:
- Ótimo, esse é o jogo. Depois colocamos Francisquini no bolso. Um de cada vez!
E elogia a esperteza de Argolo:
- Você é fodinha!
Depois, Argolo pergunta a Yousseff se deve aceitar a Comissão de Orçamento ou a vice-liderança do partido. Yousseff recomenda a vice-liderança, porque assim vai estar com o governo e terá mais controle sobre Francischini.
Provavelmente a estratégia de Francisquini, ao comandar o vazamento seletivo do inquérito Lava Jatos, foi ganhar imunidade dos jornais. De fato, vazaram até conversas entre o deputado André Vargas e Yousseff usando o nome do ex-Ministro da Saúde Alexandre Padilha em acordos totalmente improváveis.
Mas o acerto de Yousseff e Argolo, bastante provável – dado o fato de Francischini integrar o Partido de Argolo – permaneceu blindado.
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