segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Tiroteio em fazenda do grupo de Daniel Dantas deixa ao menos um ferido no PA
Na Folha OnLine
Um tiroteio entre trabalhadores sem-terra e seguranças de uma das fazendas ligadas ao banqueiro Daniel Dantas no sudeste do Pará deixou um segurança baleado na noite do último sábado (29), de acordo com a Polícia Civil do Estado.
Sem-terras também teriam sido baleados e estão desaparecidos, de acordo com relatos de integrantes do movimento à polícia, que ainda investiga se houve mais feridos. Até agora só foi confirmado o segurança baleado no braço e na perna por arma de cano longo.
O conflito ocorreu na fazenda Itacaiunas, da Agropecuária Santa Bárbara (ligada ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas), localizada em Marabá (684 km de Belém).
Um grupo de sem-terra da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) estava acampado do lado de fora da Itacaiunas desde julho deste ano. Há 15 dias, eles invadiram o local e ocuparam a entrada da fazenda, segundo a polícia.
De acordo com o delegado Rodrigo Paggi, os sem-terra passaram a impedir a entrada e saída de funcionários da agropecuária após a invasão.
No sábado, os seguranças levaram um dos funcionários para fora da fazenda, por uma saída alternativa. Quando voltaram, enfrentaram uma tocaia dos sem-terra, diz Paggi.
"Quando voltaram pela outra saída, a porteira estava fechada. Um funcionário foi abrir e, quando os seguranças entraram, viram uma arma apontada em direção a eles. Aí os seguranças jogaram o funcionário no chão, os sem-terra começaram a disparar e os guardas revidaram", relatou o delegado.
A Fetagri afirma que o grupo de sem-terra foi resgatar um trabalhador rural que havia saído para coletar castanhas e fora cercado pelos seguranças da fazenda, quando estes deram início ao confronto contra o grupo. Segundo Antônio Gomes, integrante da organização, um trabalhador rural foi baleado no braço e outro recebeu um tiro no rosto e está desaparecido.
A polícia vai ouvir nesta semana os demais vigilantes e os líderes sem-terra que estão na fazenda.
BARRIL DE PÓLVORA
Conflitos com sem-terra envolvendo fazendas do grupo Opportunity na região sudeste do Pará têm sido frequentes.
Em junho, uma tentativa de invasão do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) a uma outra fazenda, a Cedro (entre Marabá e Eldorado do Carajás), terminou com 12 sem-terra feridos por disparos de armas de fogo.
No caso da fazenda Itacaiunas, eles pressionam pela desapropriação para reforma agrária depois que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) declarou a propriedade improdutiva.
A Santa Bárbara diz que tenta provar na Justiça que a fazenda é produtiva e que sua finalidade é reprodução de gado em um projeto de melhoramento genético.
Sobre o conflito, a agropecuária afirmou que "repudia as ações criminosas dos invasores".
Um tiroteio entre trabalhadores sem-terra e seguranças de uma das fazendas ligadas ao banqueiro Daniel Dantas no sudeste do Pará deixou um segurança baleado na noite do último sábado (29), de acordo com a Polícia Civil do Estado.
Sem-terras também teriam sido baleados e estão desaparecidos, de acordo com relatos de integrantes do movimento à polícia, que ainda investiga se houve mais feridos. Até agora só foi confirmado o segurança baleado no braço e na perna por arma de cano longo.
O conflito ocorreu na fazenda Itacaiunas, da Agropecuária Santa Bárbara (ligada ao grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas), localizada em Marabá (684 km de Belém).
Um grupo de sem-terra da Fetagri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) estava acampado do lado de fora da Itacaiunas desde julho deste ano. Há 15 dias, eles invadiram o local e ocuparam a entrada da fazenda, segundo a polícia.
De acordo com o delegado Rodrigo Paggi, os sem-terra passaram a impedir a entrada e saída de funcionários da agropecuária após a invasão.
No sábado, os seguranças levaram um dos funcionários para fora da fazenda, por uma saída alternativa. Quando voltaram, enfrentaram uma tocaia dos sem-terra, diz Paggi.
"Quando voltaram pela outra saída, a porteira estava fechada. Um funcionário foi abrir e, quando os seguranças entraram, viram uma arma apontada em direção a eles. Aí os seguranças jogaram o funcionário no chão, os sem-terra começaram a disparar e os guardas revidaram", relatou o delegado.
A Fetagri afirma que o grupo de sem-terra foi resgatar um trabalhador rural que havia saído para coletar castanhas e fora cercado pelos seguranças da fazenda, quando estes deram início ao confronto contra o grupo. Segundo Antônio Gomes, integrante da organização, um trabalhador rural foi baleado no braço e outro recebeu um tiro no rosto e está desaparecido.
A polícia vai ouvir nesta semana os demais vigilantes e os líderes sem-terra que estão na fazenda.
BARRIL DE PÓLVORA
Conflitos com sem-terra envolvendo fazendas do grupo Opportunity na região sudeste do Pará têm sido frequentes.
Em junho, uma tentativa de invasão do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) a uma outra fazenda, a Cedro (entre Marabá e Eldorado do Carajás), terminou com 12 sem-terra feridos por disparos de armas de fogo.
No caso da fazenda Itacaiunas, eles pressionam pela desapropriação para reforma agrária depois que o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) declarou a propriedade improdutiva.
A Santa Bárbara diz que tenta provar na Justiça que a fazenda é produtiva e que sua finalidade é reprodução de gado em um projeto de melhoramento genético.
Sobre o conflito, a agropecuária afirmou que "repudia as ações criminosas dos invasores".
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2012 O ano da conclusão de uma farsa
por José Dirceu
O ano de 2012 entrará para a história do Brasil como o de concretização de uma farsa político-jurídica e midiática elaborada e montada com o objetivo maior de, por vias indiretas, atingir o projeto de desenvolvimento do país iniciado com a chegada do companheiro Lula à Presidência da República.
Um projeto que, hoje, bem consolidado e conduzido pela presidenta, Dilma Rousseff, ameaça os antigos detentores do poder porque desarticula as perversas desigualdades sobre as quais esses velhos governantes estruturaram seu domínio sobre as vontades populares.
Sustentados nos meios de comunicação, poder sob forte monopólio e ainda controlado pelas velhas oligarquias, avocaram para si a pretensa prerrogativa de ser voz da opinião pública nacional e passaram a pressionar o Poder Judiciário para que este exibisse ao país a prova incontestável de que a era da impunidade acabou.
E esse marco só teria lugar se o julgamento da Ação Penal 470, apelidada de Mensalão como parte dessa estratégia, resultasse em um desfecho pré-conhecido: a minha condenação como mentor de um inexistente esquema de compra de votos no Congresso Nacional.
Fortemente pressionado — afinal, já no recebimento da denúncia se sabia que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidira “com a faca no pescoço”—, o tribunal maior do país não resistiu e sucumbiu.
Trilhou o caminho do julgamento eminentemente político, mesmo sendo uma Casa eminentemente técnica, ainda mais em questões penais.
Tal escolha impede o fortalecimento dos princípios constitucionais fundamentais, o que se daria com o sopesar dos direitos e garantias legais do Estado e dos cidadãos, no lugar de um julgamento em que se aceitou condenar sem provas.
Soou ser mais importante dar uma explicação à “opinião publicada” — não qualquer explicação, mas a única esperada, a condenação. Como se a impunidade não estivesse presente em justas absolvições.
Nessa esteira, cometeu-se toda a sorte de inovações jurídicas: do ineditismo de um julgamento com dezenas de réus sem a possibilidade de duplo grau de jurisdição à utilização parcial de uma teoria jurídica para a dispensa de provas, na qual o próprio autor apontou equívocos de interpretação em sua adoção.
Os vários réus julgados coletivamente, ainda que com direito a outros foros, serviam à composição de um julgamento complexo, ampliando os espaços para decisões contraditórias e imprecisas, em que o ônus da prova cabia ao acusado, não ao acusador. Foi o que se viu.
As poucas vozes dissonantes que tinham espaço na grande mídia não hesitaram. “Dado que uma das peculiaridades do julgamento foi o valor especial das ilações e deduções, para efeito condenatório”, escreveu o colunista Jânio de Freitas, que pautou suas intervenções nas ponderações sobre o que se estava ocultando no processo.
Em inúmeras outras manifestações públicas, a data e o cronograma do julgamento foram criticados, por concorrerem, influírem e serem influenciadas pelo processo eleitoral em curso.
Marcar o julgamento para o mesmo período que as eleições? A cautela e o desejo de isenção recomendariam ou antecipação, ou adiamento, para insular a Corte. Mas não: subverteu-se o bom senso para afirmar que a opção só reforçava o caráter isento que o julgamento deveria ter.
O comportamento do relator da AP 470 também foi aqui e ali criticado, muitas das vezes pelos próprios colegas, como se fosse sua visão “a única verdade possível”, ou como se o resultado do juízo feito por um colegiado não devesse ser alvo de contraditórios e divergências.
Forjou-se um herói nacional, não pelas massas e movimentos sociais, mas das letras e imagens midiáticas.
Assim, foi tratado com desprezo o fato de inexistir relação entre o voto parlamentar e o suposto ato da compra desse mesmo voto, pois isso derrubaria a tese central do chamado “Mensalão”.
Da mesma forma, preferiu-se fechar os olhos ao fato de que a natureza dos recursos utilizados na agência DNA Propaganda não era pública, contrariamente ao que propagou no decorrer do julgamento.
Foi menosprezado o documento do Banco do Brasil que nega o caráter público dos recursos, afinal, a Visanet é, de fato, uma empresa privada e multinacional, cuja sociedade é composta por 24 bancos.
Ademais, o BB é sócio minoritário, sem jamais ter aportado dinheiro na Visanet, o que desfaz a compreensão adotada pelo STF. Também se ignorou o fato de que uma auditoria pública feita pelo BB não encontrou irregularidades nas contas do fundo Visanet.
Mas o mais aviltante foi verificar a divergência na utilização da teoria do domínio do fato. Tal teoria, escolhida para me condenar sem provas, serviu para sustentar o argumento de que minha posição à época não permitia que se tivessem cometidos crimes sem meu conhecimento.
Isso aos olhos de parte dos ministros do STF, pois, para o autor dessa mesma teoria, o jurista alemão Claus Roxin, “o dever de conhecer os atos de um subordinado não implica corresponsabilidade” e “a posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato”, pois “o mero ter que saber não basta”.
Roxin reafirmou o ululante: para condenar, há que haver provas!
Costuma-se dizer que decisão judicial não se discute, cumpre-se. De fato, devem ser cumpridas, sob pena de caos institucional. Mas, sempre que se entender apropriado, devem ser discutidas. Contestadas, criticadas e, se possível, corrigidas. Pois é isso que faz toda instituição crescer e vicejar —inclusive o Judiciário, que não é um Poder absoluto.
Não será esta a primeira vez que minha fibra e a firmeza de minhas convicções e lutas serão postas à prova.
Já disse outrora que entrei e saí do governo sem patrimônio, sem praticar qualquer ato ilícito ou ilegal, seja na condição de dirigente do PT, seja na de parlamentar ou de ministro de Estado.
Minha condenação se dá sem provas e a má aplicação da teoria do domínio do fato não apagará isso.
Como nas vezes anteriores, seguirei lutando. Para provar minha inocência e para que sigam acesas as chamas dos ideais e sonhos que ajudei a construir, a compartilhar, a defender e a realizar, dentro e fora do governo.
Após o ano da concretização de uma farsa, que 2013 seja o ano do ressurgimento da verdade.
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O ano de 2012 entrará para a história do Brasil como o de concretização de uma farsa político-jurídica e midiática elaborada e montada com o objetivo maior de, por vias indiretas, atingir o projeto de desenvolvimento do país iniciado com a chegada do companheiro Lula à Presidência da República.
Um projeto que, hoje, bem consolidado e conduzido pela presidenta, Dilma Rousseff, ameaça os antigos detentores do poder porque desarticula as perversas desigualdades sobre as quais esses velhos governantes estruturaram seu domínio sobre as vontades populares.
Sustentados nos meios de comunicação, poder sob forte monopólio e ainda controlado pelas velhas oligarquias, avocaram para si a pretensa prerrogativa de ser voz da opinião pública nacional e passaram a pressionar o Poder Judiciário para que este exibisse ao país a prova incontestável de que a era da impunidade acabou.
E esse marco só teria lugar se o julgamento da Ação Penal 470, apelidada de Mensalão como parte dessa estratégia, resultasse em um desfecho pré-conhecido: a minha condenação como mentor de um inexistente esquema de compra de votos no Congresso Nacional.
Fortemente pressionado — afinal, já no recebimento da denúncia se sabia que o STF (Supremo Tribunal Federal) decidira “com a faca no pescoço”—, o tribunal maior do país não resistiu e sucumbiu.
Trilhou o caminho do julgamento eminentemente político, mesmo sendo uma Casa eminentemente técnica, ainda mais em questões penais.
Tal escolha impede o fortalecimento dos princípios constitucionais fundamentais, o que se daria com o sopesar dos direitos e garantias legais do Estado e dos cidadãos, no lugar de um julgamento em que se aceitou condenar sem provas.
Soou ser mais importante dar uma explicação à “opinião publicada” — não qualquer explicação, mas a única esperada, a condenação. Como se a impunidade não estivesse presente em justas absolvições.
Nessa esteira, cometeu-se toda a sorte de inovações jurídicas: do ineditismo de um julgamento com dezenas de réus sem a possibilidade de duplo grau de jurisdição à utilização parcial de uma teoria jurídica para a dispensa de provas, na qual o próprio autor apontou equívocos de interpretação em sua adoção.
Os vários réus julgados coletivamente, ainda que com direito a outros foros, serviam à composição de um julgamento complexo, ampliando os espaços para decisões contraditórias e imprecisas, em que o ônus da prova cabia ao acusado, não ao acusador. Foi o que se viu.
As poucas vozes dissonantes que tinham espaço na grande mídia não hesitaram. “Dado que uma das peculiaridades do julgamento foi o valor especial das ilações e deduções, para efeito condenatório”, escreveu o colunista Jânio de Freitas, que pautou suas intervenções nas ponderações sobre o que se estava ocultando no processo.
Em inúmeras outras manifestações públicas, a data e o cronograma do julgamento foram criticados, por concorrerem, influírem e serem influenciadas pelo processo eleitoral em curso.
Marcar o julgamento para o mesmo período que as eleições? A cautela e o desejo de isenção recomendariam ou antecipação, ou adiamento, para insular a Corte. Mas não: subverteu-se o bom senso para afirmar que a opção só reforçava o caráter isento que o julgamento deveria ter.
O comportamento do relator da AP 470 também foi aqui e ali criticado, muitas das vezes pelos próprios colegas, como se fosse sua visão “a única verdade possível”, ou como se o resultado do juízo feito por um colegiado não devesse ser alvo de contraditórios e divergências.
Forjou-se um herói nacional, não pelas massas e movimentos sociais, mas das letras e imagens midiáticas.
Assim, foi tratado com desprezo o fato de inexistir relação entre o voto parlamentar e o suposto ato da compra desse mesmo voto, pois isso derrubaria a tese central do chamado “Mensalão”.
Da mesma forma, preferiu-se fechar os olhos ao fato de que a natureza dos recursos utilizados na agência DNA Propaganda não era pública, contrariamente ao que propagou no decorrer do julgamento.
Foi menosprezado o documento do Banco do Brasil que nega o caráter público dos recursos, afinal, a Visanet é, de fato, uma empresa privada e multinacional, cuja sociedade é composta por 24 bancos.
Ademais, o BB é sócio minoritário, sem jamais ter aportado dinheiro na Visanet, o que desfaz a compreensão adotada pelo STF. Também se ignorou o fato de que uma auditoria pública feita pelo BB não encontrou irregularidades nas contas do fundo Visanet.
Mas o mais aviltante foi verificar a divergência na utilização da teoria do domínio do fato. Tal teoria, escolhida para me condenar sem provas, serviu para sustentar o argumento de que minha posição à época não permitia que se tivessem cometidos crimes sem meu conhecimento.
Isso aos olhos de parte dos ministros do STF, pois, para o autor dessa mesma teoria, o jurista alemão Claus Roxin, “o dever de conhecer os atos de um subordinado não implica corresponsabilidade” e “a posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato”, pois “o mero ter que saber não basta”.
Roxin reafirmou o ululante: para condenar, há que haver provas!
Costuma-se dizer que decisão judicial não se discute, cumpre-se. De fato, devem ser cumpridas, sob pena de caos institucional. Mas, sempre que se entender apropriado, devem ser discutidas. Contestadas, criticadas e, se possível, corrigidas. Pois é isso que faz toda instituição crescer e vicejar —inclusive o Judiciário, que não é um Poder absoluto.
Não será esta a primeira vez que minha fibra e a firmeza de minhas convicções e lutas serão postas à prova.
Já disse outrora que entrei e saí do governo sem patrimônio, sem praticar qualquer ato ilícito ou ilegal, seja na condição de dirigente do PT, seja na de parlamentar ou de ministro de Estado.
Minha condenação se dá sem provas e a má aplicação da teoria do domínio do fato não apagará isso.
Como nas vezes anteriores, seguirei lutando. Para provar minha inocência e para que sigam acesas as chamas dos ideais e sonhos que ajudei a construir, a compartilhar, a defender e a realizar, dentro e fora do governo.
Após o ano da concretização de uma farsa, que 2013 seja o ano do ressurgimento da verdade.
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Situação de Chávez é delicada, afirma vice-presidente Nicolás Maduro
"Dezenove dias após a cirurgia, o estado de saúde do presidente Chávez continua a ser delicado, apresentando complicações que estão sendo tratadas, em um processo não isento de riscos. Graças à sua força física e espiritual, o comandante Chávez está enfrentando essa difícil situação", disse Maduro ao ler uma declaração oficial em Havana, Cuba, onde Chávez realiza o tratamento.
Durante a leitura, Maduro afirmou que esteve com Chávez e que o próprio presidente comentou as complicações,. Segundo o vice-presidente, Chávez também pediu que Maduro transmitisse um forte abraço às crianças venezuelanas e saudações de fim de ano para as famílias reunidas para as festas. O presidente também teria dito que deseja que 2013 seja um ano de “consolidação da Pátria e da unidade nacional”.
Após confirmar a visita a Chávez, Maduro afirmou que o presidente foi informado da posse dos 20 governadores do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), eleitos durante as eleições regionais de 16 de dezembro. O vice-presidente disse ainda que a força espiritual de Chávez e as orações pela melhora do presidente o ajudaram a superar “a enfermidade que o atinge desde 2011”.
O agravamento do estado de saúde do presidente venezuelano, Hugo Chávez, levou à suspensão nesta segunda-feira (31/12) dos festejos públicos de fim de ano em Caracas. As autoridades da capital cancelaram o tradicional show para encerrar o ano na praça Simón Bolívar e convidaram "as famílias de Caracas e as venezuelanas em geral a esperar o ano novo reunidas em cada lar em uma oração de fé e esperança pela saúde" de Chávez, disse o ministro da Informação, Ernesto Villegas.
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Após confirmar a visita a Chávez, Maduro afirmou que o presidente foi informado da posse dos 20 governadores do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), eleitos durante as eleições regionais de 16 de dezembro. O vice-presidente disse ainda que a força espiritual de Chávez e as orações pela melhora do presidente o ajudaram a superar “a enfermidade que o atinge desde 2011”.
O agravamento do estado de saúde do presidente venezuelano, Hugo Chávez, levou à suspensão nesta segunda-feira (31/12) dos festejos públicos de fim de ano em Caracas. As autoridades da capital cancelaram o tradicional show para encerrar o ano na praça Simón Bolívar e convidaram "as famílias de Caracas e as venezuelanas em geral a esperar o ano novo reunidas em cada lar em uma oração de fé e esperança pela saúde" de Chávez, disse o ministro da Informação, Ernesto Villegas.
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2013: A hora do PT: um ano novo digno desse nome
Por Saulo Leblon
Os fatos caminham à frente das idéias. Mas é preciso ajudá-los com a materialidade destas para que a história possa girar a sua roda e sancionar os novos sujeitos, que por sua vez vão protagonizar os fatos fundadores do período seguinte. Assim sucessivamente.
O nascimento de um partido -- um verdadeiro partido -- representa de certa forma a fusão desses diferentes momentos. É ao mesmo tempo um fato, uma ideia e um sujeito.
Mas até quando?
A pergunta reverbera o divisor vivido hoje pelo PT. Em que medida o partido ainda persiste como portador do tríplice mandato da história?
Mais que isso: quais forças e que lideranças serão capazes de conduzir hoje a renovação desse mandato no horizonte dos desafios marmorizados na crise da ordem neoliberal?
Fundado em fevereiro de 1980, o PT completa 33 anos em 2013.
Quase um terço de sua existência se deu no comando da Nação. Isso propiciou aos quadros dirigentes um acervo único de experiência nas condições da política brasileira.
Com Dilma, o PT completa o terceiro mandato presidencial.Não se pode dizer mais, como se dizia em 2002, que esse partido não sabia governar o capitalismo brasileiro.
O aprendizado teve um preço e marcou o rosto e a alma petista. Ademais da experiência ímpar, ele gerou, também, um escopo de responsabilidades e compromissos cujo peso tende a frear o ímpeto renovador da legenda.
A frase 'o interesse dos gabinetes passa a predominar sobre as inquietações das bases' serve indistintamente a legendas progressistas que ascenderam ao poder.
Tampouco é estranha ao PT.
O quanto predominará no enfretamento da pauta pre-agendada para 2013 e 2014 é a interrogação que paira não apenas sobre o destino do partido.
Não se trata de questão particular aos petistas. Ela fala à democracia e ao destino do desenvolvimento na próxima década. Nesse sentido à presente e futura geração de brasileiros.
O PT enfrentará de agora em diante uma situação singular.
Seu peso específico na sociedade nunca foi tão relevante. A disjuntiva é única na história nacional: se esse partido progressista souber avançar à contrapelo da estagnação inerente à passagem pelo poder, mudar o horizonte brasileiro; se tropeçar ou se acanhar, seu fracasso será também em grande medida o fracasso da Nação.
A calcificação tem sido a regra histórica. Mas a história não é fatalidade. E o PT decide sua sorte em meio a contrapesos poderosos.
De alguma forma a trajetória do partido e a das forças progressistas reordenadas ao seu redor foi condicionada nessa última década por dois impulsos.
Um primeiro, de predominância defensiva, pode ser arbitrariamente delimitado entre a chegada ao governo, em 2002, até a reeleição, em 2006. O segundo, de transição, respondeu ao colapso da ordem neoliberal, partir de 2008, até os nossos dias.
Colapso cambial e cerco conservador marcaram o primeiro ciclo, de natureza quase reflexa, encerrado na reeleição de 2006, em meio às denúncias do chamado mensalão.
Inicia-se, então, e de novo com a ressalva da demarcação rudimentar, a travessia de uma agenda econômica defensiva para um registro de maior margem de manobra ideológica, ofertado ao partido pela desordem neoliberal capitalista.
A condenação sem provas de algumas de suas mais expressivas lideranças na Ação Penal 470, num grotesco episódio do Direito que maculou o Judiciário e anexou o STF ao ativismo midiático conservador, adiciona um complicador e uma ruptura a esse percurso,a partir de 2013.
Em que medida o partido saberá andar no trilho duplo, que permitirá encadear a reação ao arbítrio ao impulso renovador de sua agenda? Sem se perder na batalha do dia anterior, tampouco sacrificar e desguarnecer sua estrutura de quadros que ainda lhe são imprescindíveis?
Trata-se de um teste de superação da máquina e dos dirigentes petistas. Um teste único na história da esquerda brasileira. Vale a pena vivenciá-lo de forma engajada.
Nem de longe é um teste para ser travado exclusivamente em acertos de conta internos.
Seu êxito requer um aggionamento da vida democrática do partido, desde a base, até a reativaçao da caldeira intelectual, capaz --juntos-- de sacudir a modorra percolada dos gabinetes.
A questão é saber quem conseguirá catalisar essas transformações para dar um rosto novo ao PT.
Essa liderança não está pronta. O que pode ser dramático: temos agendas sem um núcleo porta-voz de peso. Mas também pode ser auspicioso:abre-se um espaço de renovação programática e militante.
Decorre daí a questão que nos leva de volta ao começo da conversa: em que medida o PT reúne energias e inquietações para voltar a ser, ao mesmo tempo, um fato, uma ideia e um sujeito do próximo ciclo do desenvolvimento brasileiro?
Se os desafios são imensos --emersos em um vale tudo do desespero midiático conservador- os trunfos de partida não são menores.
A consciência do divisor histórico sacode a modorra partidária em múltiplas frentes. O novo desponta em distintas dimensões.
O novo é Márcio Pochmann na direção da Fundação Perseu Abramo, que tem garra e talento para fazer desse tink thank petista, finalmente, um centro de reflexão da agenda da esquerda brasileira no século 21.
O novo é a caravana da cidadania de Lula, que deve percorrer e galvanizar o país --e afrontar o conservadorismo-- a partir de fevereiro próximo.
O novo é a mídia alternativa ser reconhecida de uma vez por todas --como já faz a direção atual do PT,sob o comando de Rui Falcão- como parceira indispensável na transição para um desenvolvimento que o país urge e pode construir, em meio ao colapso neoliberal e a sabotagem conservadora.
O novo é Fernando Haddad em SP ecoando o desassombro de administrações progressistas em todo o Brasil.
O novo é fazer da maior metrópole brasileira um laboratório de renovação de políticas e práticas públicas de abrangência e ousadia equivalentes ao tamanho do anseio brasileiro por democracia e justiça social.
O novo recobre de sentido histórico a virada mecânica do calendário.
Que 2013 seja um Ano Novo digno desse nome.
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O ULTIMO DIA DE MARIA DO CARMO: FELIZ, SORRIDENTE E SOBRETUDO DE CABEÇA ERGUIDA
Cumprindo uma extensa agenda, a Prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima entregou à população do município no último final de semana de sua gestão, importantes obras nas áreas de saúde e infraestrutura.
No sábado (28) pela manhã, inaugurou a Unidade de Pronto Atendimento – UPA, Dr. Everaldo de Souza Martins.
À tarde, acompanhada por secretários municipais e moradores do bairro Mapiri, entregou a primeira etapa da construção da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, que faz parte da obra de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), executado em Santarém através de parceria entre a Prefeitura e o governo federal.
Outro investimento concluído e inaugurado foi uma Passarela de 520 metros de extensão, ligando o bairro do Mapiri ao bairro Maracanã. E ainda na noite de sábado, a Prefeita ntregou a praça da paróquia de Santo Antônio, no bairro Maracanã.
Em seus pronunciamentos, Maria do Carmo tem sido enfática: “Encerro meu mandato com a mesma vontade com que assumi o governo em 2005, a de trabalhar para melhorar a vida do povo de Santarém. Não fiz tudo, mas fiz o que foi possível. Saio da Prefeitura de cabeça erguida, podendo, sem medo algum, olhar nos olhos de cada cidadão e cidadã de Santarém. O momento agora é de despedida e de agradecimentos, sobretudo a Deus, pela oportunidade de ser prefeita desta cidade que tanto amo. A todos, meus sinceros desejos de um próspero 2013”, concluiu.
Já na manhã desta segunda-feira, 31 de dezembro, uma ação denominada “Plantando o Futuro” foi realizada no Parque da Cidade, que é uma das grandes marcas de governo da prefeita Maria do Carmo.
No sábado (28) pela manhã, inaugurou a Unidade de Pronto Atendimento – UPA, Dr. Everaldo de Souza Martins.
À tarde, acompanhada por secretários municipais e moradores do bairro Mapiri, entregou a primeira etapa da construção da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE, que faz parte da obra de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), executado em Santarém através de parceria entre a Prefeitura e o governo federal.
Outro investimento concluído e inaugurado foi uma Passarela de 520 metros de extensão, ligando o bairro do Mapiri ao bairro Maracanã. E ainda na noite de sábado, a Prefeita ntregou a praça da paróquia de Santo Antônio, no bairro Maracanã.
Em seus pronunciamentos, Maria do Carmo tem sido enfática: “Encerro meu mandato com a mesma vontade com que assumi o governo em 2005, a de trabalhar para melhorar a vida do povo de Santarém. Não fiz tudo, mas fiz o que foi possível. Saio da Prefeitura de cabeça erguida, podendo, sem medo algum, olhar nos olhos de cada cidadão e cidadã de Santarém. O momento agora é de despedida e de agradecimentos, sobretudo a Deus, pela oportunidade de ser prefeita desta cidade que tanto amo. A todos, meus sinceros desejos de um próspero 2013”, concluiu.
Já na manhã desta segunda-feira, 31 de dezembro, uma ação denominada “Plantando o Futuro” foi realizada no Parque da Cidade, que é uma das grandes marcas de governo da prefeita Maria do Carmo.
O homem que desmascarou Ricardo Teixeira e Havelange
Jennings com Sepp
Por Paulo Nogueira
O britânico Andrew Jennings combate o bom combate quando o assunto é corrupção no futebol
Recentemente, num artigo sobre transparência no esporte, o jornalista britânico Andrew Jennings citou uma grande frase do barão da mídia Lorde Northcliff: “Notícia é tudo aquilo que alguém não quer que seja publicado. O resto é publicidade.”
Cabelos brancos, lépido ainda aos 68 anos, escocês desde cedo instalado em Londres, Andrew Jennings é o maior jornalista investigativo do mundo na área do futebol.
São fruto do trabalho persistente, obstinado, brilhante de Jennings as denúncias que você leu ontem sobre as milionárias propinas recebidas por Ricardo Teixeira e João Havelange ao longo de muitos anos pelas mãos de uma falecida empresa de marketing esportivo chamada ISL.
O ponto alto da investigação de Jennings foi um documentário de 30 minutos passado, no final de 2010, num programa de jornalismo da BBC chamado Panorama.
Encontrei-o com legendas em português, e ele está no alto deste artigo. É uma lição de jornalismo, além de uma peça formidável na luta contra a corrupção no futebol.
Jennings simplesmente irrompe com suas perguntas francas, desconcertantes, certeiras. Seu jeito clássico de agir é ficar à espreita de algum personagem do mundo sujo da Fifa e aparecer subitamente diante dele com suas questões diretas, feitas num tom suave, elegante e direto.
Uma vez, Jennings esperou num aeroporto a chegada de Jack Warner, então vice-presidente da Fifa, envolvido em múltiplos casos de corrupção. Warner está andando em direção ao carro quando Jennings o aborda. Um cinegrafista está filmando.
“Se eu pudesse cuspir em você, eu cuspiria”, diz Warner.
“Por quê?”
“Porque você é um lixo.”
Antes que Warner entrasse no carrão que o aguardava, Jennings faz mais uma pergunta sobre propinas.
“Pergunte à sua mãe”, diz Warner.
“Bem, eu até que gostaria, mas minha mãe está morta”, responde, com bom humor e sempre no mesmo tom de voz, Jennings.
Jack Warner acabaria, pouco depois, afastado da Fifa, sob o peso das denúncias de Jennings. “Renunciou voluntariamente”, segundo a Fifa.
O alvo principal de Jennings não é nem Havelange e nem Ricardo Teixeira, assim como não era Warner.
É Sepp Blatter, o suíço que substituiu Havelange no comando da Fifa.
Neste caso, há ainda um caminho a percorrer. Blatter tenta se apresentar como um “reformador de costumes” na Fifa, um agente anticorrupção.
Mas quem acredita nisso, para usar as palavras imortais de Wellington, acredita em tudo.
Recentemente, num artigo sobre transparência no esporte, o jornalista britânico Andrew Jennings citou uma grande frase do barão da mídia Lorde Northcliff: “Notícia é tudo aquilo que alguém não quer que seja publicado. O resto é publicidade.”
Cabelos brancos, lépido ainda aos 68 anos, escocês desde cedo instalado em Londres, Andrew Jennings é o maior jornalista investigativo do mundo na área do futebol.
São fruto do trabalho persistente, obstinado, brilhante de Jennings as denúncias que você leu ontem sobre as milionárias propinas recebidas por Ricardo Teixeira e João Havelange ao longo de muitos anos pelas mãos de uma falecida empresa de marketing esportivo chamada ISL.
O ponto alto da investigação de Jennings foi um documentário de 30 minutos passado, no final de 2010, num programa de jornalismo da BBC chamado Panorama.
Encontrei-o com legendas em português, e ele está no alto deste artigo. É uma lição de jornalismo, além de uma peça formidável na luta contra a corrupção no futebol.
Jennings simplesmente irrompe com suas perguntas francas, desconcertantes, certeiras. Seu jeito clássico de agir é ficar à espreita de algum personagem do mundo sujo da Fifa e aparecer subitamente diante dele com suas questões diretas, feitas num tom suave, elegante e direto.
Uma vez, Jennings esperou num aeroporto a chegada de Jack Warner, então vice-presidente da Fifa, envolvido em múltiplos casos de corrupção. Warner está andando em direção ao carro quando Jennings o aborda. Um cinegrafista está filmando.
“Se eu pudesse cuspir em você, eu cuspiria”, diz Warner.
“Por quê?”
“Porque você é um lixo.”
Antes que Warner entrasse no carrão que o aguardava, Jennings faz mais uma pergunta sobre propinas.
“Pergunte à sua mãe”, diz Warner.
“Bem, eu até que gostaria, mas minha mãe está morta”, responde, com bom humor e sempre no mesmo tom de voz, Jennings.
Jack Warner acabaria, pouco depois, afastado da Fifa, sob o peso das denúncias de Jennings. “Renunciou voluntariamente”, segundo a Fifa.
O alvo principal de Jennings não é nem Havelange e nem Ricardo Teixeira, assim como não era Warner.
É Sepp Blatter, o suíço que substituiu Havelange no comando da Fifa.
Neste caso, há ainda um caminho a percorrer. Blatter tenta se apresentar como um “reformador de costumes” na Fifa, um agente anticorrupção.
Mas quem acredita nisso, para usar as palavras imortais de Wellington, acredita em tudo.
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O CANDIDATO DA CASA GRANDE
Como o Cerra não o defendeu em 2002 e 2010, o FHC pendurou a privatização no pescoço do Aécio – que não passa de Juiz de Fora.
Amigo navegante baiano conta que num jantar de fim de ano com jornalistas, o Governador Jacques Wagner teria dito que o Aécio não chega a 2014.
Outro navegante amigo conta que o Aécio reuniu em seu domicílio para a política e outras atividades (no Rio), o Farol de Alexandria, aquele que iluminava a Antiguidade e foi destruído num terremoto (chamado Lula), e economistas do Plano Real, aquele do presidente Itamar.
Lá estavam o Edmar Bacha, o Pedro Malan, o Armínio Fraga – o dos juros de 45%.
Faltaram a Urubóloga – a mais alta pensadora que o neolibelismo (*) brasileiro conseguiu produzir – e o Pade Padim Cerra.
Cerra não deve ter ido porque ele combateu o Plano Real e acusava o Malan de praticar o “populismo cambial” ( é o que os jornalistas que o tratam de “Serra” espalhavam – porque ele próprio não tem nada a declarar, há muito tempo.)
Percebe-se aí a armadilha que o FHC monta para o Cerra.
E para o Aécio.
FHC só pensa em FHC.
É a sua forma de ser patriota.
Como se sabe, nas campanhas de 2002, quando foi fragorsamente derrotado pelo Lula, e em 2010 – quando a Dilma lhe aplicou a mesma tunda – Cerra fugiu mais do FHC do que do Amaury.
Ele, que privatizou a Light, entregou a Vale pelo preco de dez mil reis de mel coado – segundo o insuspeito testemunho do FHC em vídeo -, defendeu as privatizações com o mesmo ardor com que torceu pelo Corinthians em Yokohama.
Cerra renega o legado do FHC.
Não por ideologia ou por doutrina.
Por interesse eleitoral.
Sabe que as privatizações não rendem voto nem na BM&F.
O que fez o FHC?
Pendurou a privatização no pescoço do Aécio.
É porque, como diria o Malan das ideias do Cerra – o que o PSDB tem de novo (por exemplo, combater a redução da tarifa de energia) não presta.
E o que presta não é novo.
O PSDB do FHC esgotou o estoque de mágicas.
Não tem uma ideia nova desde que se conheceu o “Consenso de Washington”, do Williamson.
Sobrou o PRP, a UDN, o Merval e o Supremo.
Aí reside a força do PSDB.
Sim, porque mesmo que a economia não marche em ritmo de Pibão, o Aécio não tem o que propor em lugar da Dilma.
Clique aqui para ler “Dilma celebra os 10 anos do PT: o combate à desigualdade como política de Estado”.
O patrimônio político do PT, da Dilma e do Lula dá para enfrentar os pibinhos que a Urubóloga celebra.
O patrimônio político do choque de jestão em Minas tem a densidade de um pão de queijo (frio).
O Jacques Wagner tem razão.
Aécio não chega lá.
Porque, como sabe o FHC, que soube explorar isso, São Paulo não quer.
São Paulo nao vai entregar a rapadura a Minas.
Washinton Luis não angole Antonio Carlos.
Aécio não tem a grana nem o PiG do Cerra.
E a campanha do PSDB continuará sem ideias.
Ou melhor: terá as ideias do Cerra.
As ideias e os métodos.
As ideias, desconhecidas.
Os métodos, os de sempre, já conhecidos, como uma bolinha de papel.
A Casa Grande sempre terá candidato.
E, se tiver sorte, 30% dos votos válidos.
Mas, no Datafalha e no Globope sairá na frente !
O Jacques Wagner tem razão.
Aécio não chega lá.
Porque, como sabe o FHC, que soube explorar isso, São Paulo não quer.
São Paulo nao vai entregar a rapadura a Minas.
Washinton Luis não angole Antonio Carlos.
Aécio não tem a grana nem o PiG do Cerra.
E a campanha do PSDB continuará sem ideias.
Ou melhor: terá as ideias do Cerra.
As ideias e os métodos.
As ideias, desconhecidas.
Os métodos, os de sempre, já conhecidos, como uma bolinha de papel.
A Casa Grande sempre terá candidato.
E, se tiver sorte, 30% dos votos válidos.
Mas, no Datafalha e no Globope sairá na frente !
Paulo Henrique Amorim
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DILMA LAMENTA MORTE DE OTTONI FERNANDES JR.
Em nota divulgada na noite de domingo, a presidente lembrou a trajetória de luta do ex-guerrilheiro, que militou na ALN, e que agora colhia, na maturidade, o que havia semeado na juventude; jornalista era diretor internacional da EBC.
Da Agência Brasil
A presidenta Dilma Rousseff solidarizou-se com a família do jornalista Ottoni Guimarães Fernandes Júnior, diretor internacional da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Em nota divulgada ontem (30), Dilma expressa sua tristeza com a perda de Ottoni e ressalta o "espírito de luta" que o moveu durante sua vida.
Ottoni morreu de infarto na manhã de domingo, durante viagem à Patagônia, na Argentina. O jornalista estava na EBC desde março deste ano. Antes, foi diretor de Comunicação do Instituto Lula, secretário executivo da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República entre 2007 e 2010, na gestão do ex-ministro Franklin Martins, e diretor de redação da revista Desafios do Desenvolvimento, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Trabalhou por 21 anos na Gazeta Mercantil, onde atuou de repórter a diretor-geral. Também foi redator-chefe da revista IstoÉ e editor da revista Exame.
Ex-guerrilheiro, Ottoni militou na Ação Libertadora Nacional (ALN) durante os primeiros anos da ditadura militar, até ser preso em 1970. Em 2004, o jornalista lançou o livro O Baú do Guerrilheiro – Memórias da Luta Armada, com memórias dos anos de prisão.
Veja a íntegra da mensagem que a presidenta divulgou por ocasião da morte de Ottoni Fernandes Júnior:
"Externo minha tristeza e minha solidariedade pela perda de Ottoni à toda a família e aos amigos desse grande companheiro. Neste triste momento, devemos nos lembrar do desprendimento e do espírito de luta que moveu Ottoni em toda sua vida, do semear da juventude, à colheita recente no governo, onde, desde 2007, ajudou na luta para consolidar a democratização da comunicação pública. Ottoni será sempre lembrado como um dos brasileiros que ousaram sonhar e realizar, em prol do nosso povo. Recebam meu abraço fraterno".
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Jungmann de PE, Aleluia da Bahia, Zylbertajn (ex-genro de FHC), todos aparelhados na Light por Aécio
Aécio provoca Apagão na Light, aparelhando com políticos demotucanos do racionamento |
http://www.light.com.br/web/institucional/empresa/conselho/teconselho.asp?mid=8687942772267230 Aécio arrumou uma boquinha na Light para políticos demotucanos que moram na Bahia e em Pernambuco, mesmo a empresa sendo no Rio. O ex-genro de FHC, David Zylbersztajn (PSDB-RJ), que está em todas, também está lá. |
Aécio Neves (PSDB-MG), quando era governador, usou a CEMIG para comprar o controle da Light (distribuidora de eletricidade no Rio).
Aparelhou a empresa com políticos compadres do DEM, PSDB e PPS. Resultado: Privataria Tucana e APAGÃO!
Está explicado Aécio ser contra a CEMIG baixar a conta de luz.
Os demotucanos são uma mãe para banqueiros e investidores. Primeiro privatizaram a Light na bacia das almas, dizendo que a iniciativa privada iria investir na empresa. Depois do apagão do racionamento de 2001, depois de subir tarifas, depois que tiraram o lucro sem investir, Aécio Neves (PSDB-MG), quando era governador, comprou de volta o controle da empresa sucateada, ao preço que o Grupo Andrade Gutierrez quis vender.
Mas os problemas não acabaram. A empresa continua sucateada, a terceira pior entre 33 do Brasil no ranking da ANEEL. Bueiros explodiram nas ruas. Vive faltando luz em diversos bairros do Rio e, agora, até nos Aeroportos. É nisso que dá o choque de gestão demotucano.
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DILMA E OS 10 ANOS DO PT: COMBATER A DESIGUALDADE
Os dez anos de governos liderados pelo Partido dos Trabalhadores marcam a incorporação de uma nova agenda para o Brasil. O combate à desigualdade social passou a ser uma política de Estado, e não mais uma ação emergencial. Os governos do presidente Lula e o meu priorizaram a educação, a saúde e a habitação para todos, a retomada dos investimentos públicos em infraestrutura e a competitividade da economia. (…) Reconhecer os avanços dos últimos dez anos significa também reconhecer que eles foram construídos sobre uma base sólida. Desde o fim do regime de exceção, cada presidente enfrentou os desafios do seu tempo. Eles consolidaram o Estado democrático de Direito, o funcionamento independente das instituições e a estabilidade econômica.
Esta, sim, foi uma mudança estrutural inscrita no Brasil por dez anos de governos trabalhistas: o combate à desigualdade.
Ficou inscrita como Política de Estado – tem razão a Presidenta.
Não é mais uma concessão, uma solução de última hora diante de uma catástrofe ou uma crítica da Economist.
Essa política, porém, pode ser desfeita.
No Supremo.
Se o Governo continuar a achar que o Supremo é um tribunal técnico, como a diretoria de um Hemocentro, as políticas sociais de combate à desigualdade serão refeitas em meia duzia de “julgamentos”.
Os demo-tucanos já tentaram com o ProUni.
Os tucanos podem acabar com o Bolsa Família – no Supremo.
Com um parecer da grande estadista chilena Monica Cerra.
A presidenta tem às mãos a possibilidade de fixar uma maioria no Supremo.
Pois, como demonstrou Márcio Félix, em importante artigo, o Supremo é um tribunal político: chega de “técnicos”!
Por fim, a Presidenta lembra que o salto à frente na Educação será com os recursos da exploração do pré-sal.
Manter o pré-sal nosso é um dos maiores legados do Nunca Dantes.
Os tucanos, primeiro, queriam transformar a Petrobras em Petrobrax.
Fatiá-la e vender aos pedaços, como pizza na rodoviária.
Como o Peña Nieto vai fazer agora no México.
E. depois, segundo WikiLeaks, Cerra prometeu entregar o pré-sal à Chevron.
E, com isso, destruir a obra do PT, como FHC pensou em destruir a obra de Vargas.
No artigo, Dilma saúda, na saída, os dez anos de Governos petistas.
O que significa que não se deixou levar pelo conto do vigário do PiG – se trair o Lula, a gente deixa você participar do garden-party na Casa Grande.
Em tempo: por falar em usar o Supremo como a bancada política do pós-Governo, FHC foi tratado devidamente no artigo da Presidenta.
Em lugar daquela louvação dos colonistas – não haveria o Lula sem o jenial Farol de Alexandria – Dilma agradeceu aos que, antes dela, “consolidaram o Estado democrático de Direito, o funcionamento independente das instituições e a estabilidade econômica.”
E colocou FHC ao lado de Sarney, Collor, e Itamar, a quem o Brasil deve, como se sabe, o Plano Real e os genéricos.
(O programa do combate à AIDs, de que o Padim Pade Cerra também tentou se apropriar, é do Governo Sarney.)
Em tempo2: segundo o jornalismo implacavelmente investigativo da Folha, o Farol de Alexandria teve 13% de aprovação popular, quando desvalorizou o Real. Como se sabe, o Clinton obrigou o FMI a mandar dinheiro para o Fernando Henrique segurar o Real até se reeleger. Reeleito, desfez a farsa e caiu na real: 13%. O Nunca Dantes saiu do Governo com 83% de aprovação popular. Não é à toa que o Cerra jamais defendeu o Farol numa campanha eleitoral. Nem defenderá.
Em tempo3: como se sabe, o Farol de Alexandria iluminava a Antiguidade e foi destruído num terremoto (de nome Lula).
Em tempo4: do amigo navegante JK: …”Como se sabe, o Clinton obrigou o FMI a mandar dinheiro para o Fernando Henrique segurar o Real até se reeleger. Reeleito, desfez a farsa e caiu na real: 13%”…
Resumindo o Real era manipulado (igual ao Euro), tanto que a inflação fechou o ano de 1998 em 1,65%. No ano seguinte a farsa foi descoberta e todos viram que a inflação não estava controlada porcaria nenhuma. Tanto que o Armínio Fraga na direção do BC aumentou a taxa Selic para os formidáveis 45% – para a alegria dos banqueiros. E no final do reinado do Farol fechou em 12,5% um aumento e-s-p-e-t-a-c-u-l-a-r de 760% em 4 anos. Agora, faço pergunta, PH: Se a inflação estava ‘’sob controle”, como os profetas do apocalipse dizem, então, por que diabos tiveram que aumentar a taxa Selic para os 45% ????????? Isso os tukanos e o PiG até hoje nunca responderam e dificilmente responderão.
Paulo Henrique Amorim
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A hora e vez de Fernando Haddad
No Blog da Cidadania
No primeiro dia de 2013, nos quatro cantos do país milhares de prefeitos tomarão posse, mas, ao longo dos próximos quatro anos, as atenções se voltarão àquela que promete ser a gestão municipal que mais terá potencial para influir decisivamente na grande política nacional.
Para quem gosta de misticismos ou de numerologia, o paulistano Fernando Haddad é um prato cheio. No próximo dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, já no comando da cidade ele cumprirá meio século de vida.
O simbolismo vem a calhar para a importância que terá a gestão do mais eminente membro da nova geração de políticos que o PT, por graça e obra do ex-presidente Lula, começou a dar ao país no primeiro dia do ano retrasado, com a posse da presidente Dilma Rousseff.
Não será fácil, porém, a missão do novo prefeito. Assume o comando de uma megalópole mergulhada no caos, ainda que, do ponto de vista financeiro, graças à boa situação do país não enfrente problemas de relevo.
E esse caos paulistano é bem visível, real e, aliás, foi ele que elegeu Haddad para governar a capital mais rica e problemática do país. Transporte, Saúde, Educação e Segurança Pública são os problemas mais evidentes, ainda que estejam longe de ser os únicos.
O que torna tão importante a gestão Haddad, portanto, é a resposta que dará à aflição em que se encontram mais de dez milhões de almas paulistanas que, como a maioria dos brasileiros na eleição de Lula em 2002, após anos a fio de má gestão demo-tucana apelam ao PT para consertar o estrago que a direita sempre faz quando governa.
Para ficarmos só em São Paulo, Luiza Erundina, então no PT, foi eleita para consertar o estrago de Jânio Quadros, e Marta Suplicy para consertar o de Paulo Maluf e Celso Pitta.
Tendo assumido o cargo de prefeitas de São Paulo após verdadeiras nuvens de gafanhotos que passaram pela administração da cidade, as petistas ainda tiveram que enfrentar a imprensa local, que, de longe, é a mais tendenciosa e partidarizada do país.
Erundina e Marta foram alvo da eterna campanha difamatória da imprensa conservadora do Sudeste contra o PT, desfechada contra elas com olhos postos na política nacional. E em um momento em que o PT está sob o ataque mais furioso dessa imprensa, Haddad deve virar alvo em meses.
Durante a recente campanha eleitoral, o petista revelou-se um craque. Dono de oratória e presença de espírito impecáveis, deu um banho no experiente José Serra em debates nos quais nem parecia um neófito diante de uma velha raposa da política nacional.
Agora, porém, vem a parte difícil. Não será com retórica e frases de efeito que Haddad enfrentará a situação calamitosa em que está mergulhada uma cidade para a qual poucos veem solução real a curto e médio prazos.
O grande problema é que a população não quer… Ou melhor, não pode mais esperar. Viver em São Paulo se tornou uma verdadeira tortura. O povo não está disposto a esperar muito para começar a ver ao menos algum resultado.
Eleger prioridades e apresentar alguns resultados que simbolizem que um novo caminho começa a ser trilhado em 1º de janeiro de 2013 será, também, uma questão de sobrevivência política, pois Haddad já é visto pela direita midiática como uma retumbante ameaça.
Se terminar bem avaliado seu primeiro mandato e for reeleito, já em 2018 o mais “novo” modelo de político que o PT apresenta ao país estará automaticamente credenciado a disputar a sucessão presidencial ou ao menos o governo paulista. Não é pouco.
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sábado, 29 de dezembro de 2012
Casamento de Cachoeira e o Jornalismo à moda de Al Capone
Por Leandro Fortes
O que é mais incrível não é a Folha de S.Paulo mandar uma repórter “enviada especial” a Goiânia para cobrir o casamento de um mafioso com uma mulher indiciada por chantagear um juiz federal para tirá-lo da prisão, e sequer citar esse fato.
Carlinhos Cachoeira, vocês sabem, tem trânsito livre na imprensa brasileira.Dava ordens na redação daVeja, em Brasília, e sua turma de arapongas abastecia boa parte das demais coirmãs da mídia na capital federal.
Andressa, a noiva, foi indiciada por corrupção ativa pela Polícia Federal por ter tentado chantagear o juiz Alderico Rocha Santos.
Ela ameaçou o juiz, responsável pela condução da Operação Monte Carlo, com a publicação de um dossiê contra ele. O autor do dossiê, segundo a própria? Policarpo Jr., diretor da Veja em Brasília.
Mas nada disso foi sequer perguntado aos pombinhos. Para quê incomodar o casal com essas firulas, depois de um ano tão estressante?
O destaque da notícia foi o mafioso se postar de quatro e beijar os pés da noiva, duas vezes, a pedido dos fotógrafos.
No final, contudo, descobre-se a razão de tanto interesse da mídia neste sinistro matrimônio no seio do crime organizado nacional.
Assim, nos informa a Folha:
“Durante o casamento, o noivo recusou-se a falar sobre munição que afirma ter contra o PT: ‘Nada de política. Hoje, só falo de casamento. De política, só com orientação dos meus advogados’.”
É um gentleman, esse Cachoeira.
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O presidente mais pobre do mundo
O uruguaio Pepe Mujica renunciou, sem hesitar, a todas as mordomias que o poder oferece
Por: Jomar Morais
"Pobre é quem precisa de muito"
Um detalhe na reportagem sobre a vida do presidente do Uruguai, Pepe Mujica, exibida semanas atrás pela Rede Globo, deve ter passado despercebido de muita gente. No final da matéria “O presidente mais pobre do mundo”, os apresentadores do “Fantástico” não fizeram nenhum daqueles gestos com que manifestam aprovação ou surpresa diante do que acaba de ser noticiado. Mantiveram-se impassíveis, até engatarem a chamada da próxima atração.
Para mim, isso é simbólico. Imagino que milhões de telespectadores, ao contrário do que se espera, também acharam esquisito um presidente que renuncia ao conforto do palácio presidencial para continuar morando em sua pequena chácara, doa 80 % de seu salário para instituições de caridade, vai para o trabalho dirigindo seu velho Fusca e, sempre que pode, dispensa ternos e os rapapés do poder. Não nos livramos facilmente da influência de conceitos atávicos e da ritualística que nos faz acreditar que situações criadas em função de crenças e ideologias são eventos naturais que existem desde sempre.
Mujica em seu bólido
As câmeras mostraram a singeleza da casa do presidente, mais modesta que as da emergente classe C brasileira, mas não puderam capturar cenas ainda mais despojadas de seu dia a dia. Um presidente que vai pessoalmente comprar uma tampa de privada e que, reconhecido por jogadores de um time de várzea, aceita o convite para dar ali mesmo uma palestra para a equipe é excêntrico. Talvez para as nossas elites Mujica não passe de um populista, e para os nossos pobres seja apenas um tolo. Onde já se viu alguém dar de cara com a fortuna e recusar-se a deitar com ela?
Tenho discordâncias com o presidente uruguaio. Afinal, eu não aprovaria sua aprovação à descriminalização incondicional do aborto e ainda estaria discutindo sua opção pela descriminalização da maconha, sob o argumento de que assim se destruirá a máquina do narcotráfico (improvável, se o homem, desconectado de si mesmo, continuar dependente de emoções eletrizantes). Mas eu não poderia deixar de tirar o chapéu para esse idealista que maturou na prisão, sob a ditadura que ele ajudou a derrubar, um estilo de vida lastreado em profunda sabedoria.
Mujica quer usar a política como instrumento de mudança, mas não quer ser escravo de sua estrutura. Quer mostrar que o líder deve ser servidor e não servido (um velho ensinamento cristão), e que é possível viver bem com menos. O ex-guerrilheiro tupamaro, que um dia quis mudar o mundo pelas armas, descobriu, enfim, que sistemas viciados só ruem quando os indivíduos os enfrentam vivendo sob novos valores.
“Eu não sou pobre”, diz o presidente uruguaio. “Pobre é quem necessita de muito para viver. Tenho privacidade e tempo para cuidar das coisas que realmente gosto”. Ghandi e Francisco de Assis certamente concordariam com ele.
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Por: Jomar Morais
"Pobre é quem precisa de muito"
Um detalhe na reportagem sobre a vida do presidente do Uruguai, Pepe Mujica, exibida semanas atrás pela Rede Globo, deve ter passado despercebido de muita gente. No final da matéria “O presidente mais pobre do mundo”, os apresentadores do “Fantástico” não fizeram nenhum daqueles gestos com que manifestam aprovação ou surpresa diante do que acaba de ser noticiado. Mantiveram-se impassíveis, até engatarem a chamada da próxima atração.
Para mim, isso é simbólico. Imagino que milhões de telespectadores, ao contrário do que se espera, também acharam esquisito um presidente que renuncia ao conforto do palácio presidencial para continuar morando em sua pequena chácara, doa 80 % de seu salário para instituições de caridade, vai para o trabalho dirigindo seu velho Fusca e, sempre que pode, dispensa ternos e os rapapés do poder. Não nos livramos facilmente da influência de conceitos atávicos e da ritualística que nos faz acreditar que situações criadas em função de crenças e ideologias são eventos naturais que existem desde sempre.
Mujica em seu bólido
As câmeras mostraram a singeleza da casa do presidente, mais modesta que as da emergente classe C brasileira, mas não puderam capturar cenas ainda mais despojadas de seu dia a dia. Um presidente que vai pessoalmente comprar uma tampa de privada e que, reconhecido por jogadores de um time de várzea, aceita o convite para dar ali mesmo uma palestra para a equipe é excêntrico. Talvez para as nossas elites Mujica não passe de um populista, e para os nossos pobres seja apenas um tolo. Onde já se viu alguém dar de cara com a fortuna e recusar-se a deitar com ela?
Tenho discordâncias com o presidente uruguaio. Afinal, eu não aprovaria sua aprovação à descriminalização incondicional do aborto e ainda estaria discutindo sua opção pela descriminalização da maconha, sob o argumento de que assim se destruirá a máquina do narcotráfico (improvável, se o homem, desconectado de si mesmo, continuar dependente de emoções eletrizantes). Mas eu não poderia deixar de tirar o chapéu para esse idealista que maturou na prisão, sob a ditadura que ele ajudou a derrubar, um estilo de vida lastreado em profunda sabedoria.
Mujica quer usar a política como instrumento de mudança, mas não quer ser escravo de sua estrutura. Quer mostrar que o líder deve ser servidor e não servido (um velho ensinamento cristão), e que é possível viver bem com menos. O ex-guerrilheiro tupamaro, que um dia quis mudar o mundo pelas armas, descobriu, enfim, que sistemas viciados só ruem quando os indivíduos os enfrentam vivendo sob novos valores.
“Eu não sou pobre”, diz o presidente uruguaio. “Pobre é quem necessita de muito para viver. Tenho privacidade e tempo para cuidar das coisas que realmente gosto”. Ghandi e Francisco de Assis certamente concordariam com ele.
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Joaquim Barbosa é a personalidade mais desagradável de 2012
Serra parecia tranquilo no posto de brasileiro mais antipático, até despontar Barbosa, o nosso Batman
Por: Paulo Nogueira
E Joaquim Barbosa venceu.
O Diário convidou os leitores a escolher o brasileiro mais desagradável de 2012. As opções foram variadas, seis no total, gente de esquerda e gente de direita, de Lula e Dirceu a JB e Reinaldo Azevedo.
Barbosa ganhou com folga. Teve o dobro de votos do segundo colocado, Reinaldo Azevedo, representante daquela ruidosa turma de colunistas que vão de Merval a Noblat, Dora Kramer a Sardenberg, Jabor a Pondé — os já consagrados rolabostas.
Serra só apareceu em terceiro, o que eventualmente pode animá-lo a tentar a sorte nas urnas ainda uma vez. Se é verdade que ele chamou FHC de “gagá” por defender a candidatura de Aécio, conforme nota de um jornalista da Globo, é porque ele tem planos para 2014.
Os menos votados pelos leitores do Diário foram, pela ordem, Zé Dirceu, Lula e FHC.
Eu talvez não devesse revelar meu voto, mas aqui vai, em nome da transparência: JB, com convicção. Foi com certeza a pior invenção de Lula.
Interiormente aplaudi os deputados da Bahia que deram um choque de realidade a esse heroi de araque ao lhe recusarem o título de baiano honorário.
Clap, clap, clap.
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Legou uma inflação de 80% ao mês aos brasileiros e virou estrela
Maílson com Sarney, de quem foi ministro: 80% de inflação ao mês, e mesmo assim requisitado pela mídia.
Por: Paulo Nogueira
Nos anos 80, Maílson da Nóbrega fracassou espetacularmente como ministro. Mas isso não o deteve
Logo no começo de minha carreira de jornalista a questão da boa escolha das fontes se apresentou.
A primeira aula que tive sobre isso foi na Veja, no começo dos anos 1980. Eu tinha 20 e poucos anos, trabalhava na seção de economia, e Elio Gaspari, o “General”, como era conhecido na redação, era o diretor-adjunto.
Elio muitas vezes se encostava nas divisórias baixas que separavam as editorias e falava sobre jornalismo. Para quem começava na carreira, como eu, era uma oportunidade excepcional de aprendizado.
Uma noite ele falou sobre fontes.
“As fontes são aquelas pessoas que atendem todos os telefonemas dos jornalistas”, ele disse. “Não são as melhores, são as mais fáceis, e isso faz diferença para repórteres preguiçosos.”
Um caso específico Elio citou: o então presidente da Fiesp, Luís Eulávio Vidigal. Ele era onipresente nas reportagens de economia e negócios na mídia brasileira, porque não recusava uma única entrevista.
Mais tarde, quando virei eu mesmo editor, fonte foi um tema sobre o qual me detive longamente nas conversas com os repórteres.
Em meados dos anos 1990, na casa dos 30, eu era diretor de redação da Exame. Jamais esquecera as palavras de Elio, mas acrescentei uma reflexão pessoal: prestar completa atenção na obra, no mérito da fonte.
Foi sob essa lógica que refizemos o time das fontes da revista.
Uma das primeiras eliminações, se não a primeira, foi o ex-ministro Maílson da Nóbrega, obra de Sarney. Por uma razão potente: ele deixara o cargo com uma inflação de 80% ao mês. Depois de um desempenho tão catastrófico, que sentido havia em ouvi-lo mandar fazer as coisas que ele próprio não conseguira fazer?
Maílson pretendia atacar os problemas econômicos com o que ele chamou de “arroz com feijão”. Foi uma das raras vezes em que os brasileiros sofreram violentamente com o arroz com feijão.
A Exame, e não apenas nisso, foi contra a corrente.
Maílson continuou a ser ouvido por repórteres de todas as mídias para tratar de economia. Acabaria por se tornar, também, colunista da Veja. Tudo isso – a presença constante no noticiário — ajudou a empurrar adiante a consultoria que ele montou pós-governo, a Tendências.
Foi como se a celebridade de alguma forma obscuresse sua obra desastrosa como ministro.
Tenho aqui uma pequena confissão. No início dos anos 2000, quando eu era integrante do Comitê Executivo da Abril, dormi em boa parte das duas vezes em que a Tendências fez seus prognósticos econômicos a nós.
Não sou capaz sequer de lembrar se foram acertados ou não, porque não resisti ao tom monocórdio das apresentações. Meu amigo Jairo Mendes Leal, hoje presidente da Abril Mídia, sentava-se em frente de mim, e ria ao me ver dormindo.
Ainda hoje Maílson é presença ubíqua na mídia brasileira. Aos antigos predicados, ele agregou um que é valioso: critica severamente as administrações petistas. Maílson sabe que isso lhe dará os holofotes de jornais e revistas.
É uma troca: ele usa a mídia e é usado por ela. O leitor? Ora, o leitor que se dane.
Do alto do legado hiperinflacionário, Mailson dá lições aos brasileiros sobre tudo aquilo que ele foi incapaz de fazer. No papel, ele resolve os problemas em cujo trato fracassou miseravelmente.
Já foi dito aqui que maus editores são tão nocivos, para a mídia tradicional, quanto a internet.
Maílson é uma pequena prova disso.
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Procuradora Geral do MP paraense morre em acidente na PA-234
No Blog da Franssinete Florenzano:
Aconteceu uma tragédia na PA-324, a rodovia que dá acesso a Salinópolis, na altura do município de Nova Timboteua. Após uma colisão frontal entre um Honda Fit e um Nissan Livina, duas mulheres e um homem morreram no local e outra pessoa ficou presa nas ferragens, foi resgatada pelo Corpo de Bombeiros e está sendo atendida no hospital de Salinópolis. Uma das vítimas fatais é a recém nomeada Procuradora Geral de Justiça Maria da Graça Azevedo. O Ministério Público Estadual está consternado.
Que Deus os receba em paz e console os familiares.
Estão sendo veladas no auditório da sede do Ministério Público do Estado do Pará a procuradora de justiça Maria da Graça Azevedo da Silva e Rita de Andrade Ribeiro Portal. O sepultamento será às 15 h, no cemitério Recanto da Saudade.
Os corpos chegaram ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves por volta de 1h da madrugada de hoje e as autópsias foram feitas pelo médico-legista Juvenal de Araújo Lima Jr.
A morte de Graça Azevedo, aos 62 anos, ontem, por volta das 18h, quando viajava pela PA-324 no sentido Belém-Salinas, causou comoção em todo o Pará. A família foi avisada por alguém que viu a colisão e, no celular de Graça, localizou o número de seu irmão, que por sua vez avisou seu filho, que a esperava em Salinópolis. Rita Portal, 67 anos, que a ajudou a criar seus filhos e era muito querida por todos, ia ao seu lado. Alan Marcelo Pereira Ribeiro, que estava no veículo que trafegava no sentido Salinas-Belém e faria hoje 36 anos, era servidor do Tribunal de Contas dos Municípios e natural de Abaetetuba.
O único sobrevivente do acidente é Samuel Santiago Rodrigues, parente de Alan, que recebeu os primeiros socorros de um casal de médicos que passou pelo local e está internado no Hospital Porto Dias.
Maria da Graça Azevedo atuou por mais de 27 anos no MPE-PA. Em Belém se destacou na promotoria de justiça de meio ambiente. Foi presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep) e coordenava o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente. Ela havia sido a mais votada na lista tríplice encaminhada ao governador do Estado e nomeada Procuradora-Geral de Justiça no último dia 20, para o período de 19 de março 2013 a 19 de março de 2015, e seria a segunda mulher a dirigir a instituição.
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Que Deus os receba em paz e console os familiares.
Estão sendo veladas no auditório da sede do Ministério Público do Estado do Pará a procuradora de justiça Maria da Graça Azevedo da Silva e Rita de Andrade Ribeiro Portal. O sepultamento será às 15 h, no cemitério Recanto da Saudade.
Os corpos chegaram ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves por volta de 1h da madrugada de hoje e as autópsias foram feitas pelo médico-legista Juvenal de Araújo Lima Jr.
A morte de Graça Azevedo, aos 62 anos, ontem, por volta das 18h, quando viajava pela PA-324 no sentido Belém-Salinas, causou comoção em todo o Pará. A família foi avisada por alguém que viu a colisão e, no celular de Graça, localizou o número de seu irmão, que por sua vez avisou seu filho, que a esperava em Salinópolis. Rita Portal, 67 anos, que a ajudou a criar seus filhos e era muito querida por todos, ia ao seu lado. Alan Marcelo Pereira Ribeiro, que estava no veículo que trafegava no sentido Salinas-Belém e faria hoje 36 anos, era servidor do Tribunal de Contas dos Municípios e natural de Abaetetuba.
O único sobrevivente do acidente é Samuel Santiago Rodrigues, parente de Alan, que recebeu os primeiros socorros de um casal de médicos que passou pelo local e está internado no Hospital Porto Dias.
Maria da Graça Azevedo atuou por mais de 27 anos no MPE-PA. Em Belém se destacou na promotoria de justiça de meio ambiente. Foi presidente da Associação do Ministério Público do Estado do Pará (Ampep) e coordenava o Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente. Ela havia sido a mais votada na lista tríplice encaminhada ao governador do Estado e nomeada Procuradora-Geral de Justiça no último dia 20, para o período de 19 de março 2013 a 19 de março de 2015, e seria a segunda mulher a dirigir a instituição.
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The Economist e Financial Times apoiaram Serra em 2010
No Blog da Cidadania
Não é de hoje que os governos progressistas que se instalaram no Brasil em 2003 e não saíram mais vêm sendo alvo de dois veículos específicos da imprensa européia, entre a qual são exceções em termos de visão crítica sobre o nosso modelo econômico.
O semanário inglês The Economist, recentemente quase que exigiu a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, por ter previsto que o crescimento brasileiro de 2012 seria superior ao que provavelmente será, e o diário Financial Times, também inglês, ridiculariza o ministro e a presidente Dilma também devido ao crescimento modesto da nossa economia neste ano.
O mais impressionante é que esses dois veículos estão entre os grandes defensores do modelo econômico que jogou o país em que estão sediados em uma situação econômica que faz a situação brasileira parecer um êxito muito maior do que de fato é.
Vale registrar, ainda, que a economia britânica mergulha em recessão. No primeiro semestre de 2012, o PIB do Reino Unido registrou a maior contração dos últimos três anos, caindo 0,7 por cento, devendo fechar o ano com recuo de 0,5%.
Como se não bastasse, em novembro foi registrado 8,3% de desempregados na Grã-Bretanha, maior índice registrado desde 1996. Tal nível de desemprego representa quase três milhões de pessoas.
Sim, o PIB brasileiro deve crescer entre um e um e meio por cento neste ano – o resultado dos últimos meses pode surpreender –, mas as condições sociais no país melhoram a cada ano, com nível recorde de população empregada e valorização da massa salarial.
Outro dado que, se não é o que interessa aos investidores, ao menos é o que interessa a 99,99% dos brasileiros: enquanto a pobreza e a desigualdade aumentam no Reino Unido, caem no Brasil.
Por fim, há sinais de reaquecimento na economia brasileira. Poucos negam que devemos crescer entre três e quatro por cento no ano que entra, enquanto que a economia inglesa deve continuar patinando por vários anos, ainda.
Você que quer se posicionar corretamente sobre o caso precisa entender a razão desses veículos para criticarem uma economia que, em termos práticos, está tendo resultados muito melhores que a britânica, guardadas, obviamente, as devidas proporções entre um país e outro.
The Economist e FT dão muito palpite sobre o Brasil porque os britânicos têm muitos interesses e negócios conosco, sobretudo no mercado financeiro, como bem lembrou o ministro Guido Mantega ao comentar que especuladores daquele país costumavam pegar empréstimos a juros baixos em países quebrados, nos quais os juros hoje são quase negativos, e investir o dinheiro aqui, onde as taxas de remuneração do capital eram estratosféricas.
Fica claro, portanto, que tem muito inglês perdendo dinheiro com a política brasileira de acabar com a agiotagem no país.
Aliás, como insinua o enunciado deste texto, a má vontade do jornal e da revista britânicos com Dilma começou antes de ela assumir a Presidência. Na última eleição presidencial, tanto The Economist quanto Financial Times, em editoriais, declararam apoio oficial a José Serra.
Com efeito, não foram só os jornais britânicos que ansiaram pela vitória de Serra. Empresas estrangeiras de petróleo, multinacionais, todo o capital internacional que perdeu espaços indevidos no Brasil durante a era Lula apoiou o tucano contra Dilma em 2010.
Confira, abaixo, matéria do Estadão que mostra que não há nada de novo na disposição dos veículos britânicos em relação ao grupo político que governa o Brasil, ainda que a mídia brasileira tente passar a ideia de que há razões sérias para as críticas deles.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Morre o filho de Brizola
Na Folha Online
Morreu na madrugada desta sexta-feira (28) no Rio o ex-deputado federal José Vicente Goulart Brizola, 61, filho do ex-governador gaúcho Leonel Brizola (1922-2004).
A causa da morte foi uma hemorragia digestiva. Ele passou as últimas semanas internado no Hospital Miguel Couto.
Nascido em Porto Alegre, José Vicente foi eleito para a Câmara em 1990 pelo PDT do Rio e permaneceu no Congresso até 1995. Ele é pai do ministro do Trabalho, Brizola Neto, 34, da deputada estadual gaúcha Juliana Brizola, 37, e do vereador no Rio Leonel Brizola Neto, 37. Os três são pedetistas.
O ministro Brizola Neto viajou ao Rio de Janeiro para acompanhar o velório.
Um dos momentos marcantes de sua trajetória foi o rompimento com o PDT de seu pai em 2001. Na época, ele liderou um grupo dissidente que saiu do partido no Rio Grande do Sul e migrou para o PT gaúcho.
O movimento que trocou de legenda era formado também pela hoje presidente Dilma Rousseff, que naquele ano era secretária da Energia do Rio Grande do Sul. A ida de Dilma para o PT gaúcho abriu caminho para que ela se tornasse ministra do governo Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2003.
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Morreu na madrugada desta sexta-feira (28) no Rio o ex-deputado federal José Vicente Goulart Brizola, 61, filho do ex-governador gaúcho Leonel Brizola (1922-2004).
A causa da morte foi uma hemorragia digestiva. Ele passou as últimas semanas internado no Hospital Miguel Couto.
Nascido em Porto Alegre, José Vicente foi eleito para a Câmara em 1990 pelo PDT do Rio e permaneceu no Congresso até 1995. Ele é pai do ministro do Trabalho, Brizola Neto, 34, da deputada estadual gaúcha Juliana Brizola, 37, e do vereador no Rio Leonel Brizola Neto, 37. Os três são pedetistas.
O ministro Brizola Neto viajou ao Rio de Janeiro para acompanhar o velório.
Um dos momentos marcantes de sua trajetória foi o rompimento com o PDT de seu pai em 2001. Na época, ele liderou um grupo dissidente que saiu do partido no Rio Grande do Sul e migrou para o PT gaúcho.
O movimento que trocou de legenda era formado também pela hoje presidente Dilma Rousseff, que naquele ano era secretária da Energia do Rio Grande do Sul. A ida de Dilma para o PT gaúcho abriu caminho para que ela se tornasse ministra do governo Luiz Inácio Lula da Silva a partir de 2003.
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Cartunista brasileiro está no ranking dos “dez mais antissemitas” do mundo
A organização judaica Simon Wiesenthal divulgou nesta quinta-feira (27/12) sua edição anual do ranking dos “10 maiores antissemitas” ao redor do mundo. O cartunista brasileiro e colaborador do Opera Mundi, Carlos Latuff, aparece na terceira posição na lista de 2012 por conta de suas charges críticas a operação Pilar Defensivo, mais recente investida militar israelense na Faixa de Gaza.
Conhecido internacionalmente por suas charges politizadas, o artista se aproximou da luta palestina no final dos anos 1990 quando viajou para o país e desde então, imprime críticas à política israelense em seus traços.
Abaixo da Irmandade Muçulmana do Egito e do líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o artista brasileiro aparece à frente de torcidas organizadas e partidos políticos neonazistas no ranking, que incluiu também o jornalista e editor alemão Jakob Augstein.
O chargista é muito conhecido por seus trabalhos em defesa da causa palestina. Extremamente criativo e inteligente ele pinça elementos do cotidiano do conflito e da hipocrisia dos agentes estrangeiros para sensibilizar a opinião pública.
No entanto, em um mundo sem vacas sagradas, ele também pode ser criticado. Nesse exercício de defesa irrestrita a uma causa ele exagera e pode até ser contraproducente. A tentativa de provocar a associação imediata da segregação e pauperização de palestinos, em áreas ocupadas por Israel no pós-1967, ao Holocausto e genocídio perpetrados pelos Nazistas durante a II Guerra soa forçada e frequentemente inverossímil. Chega ao ponto da autovitimização, tão criticada na "Indústria do Holocausto" ("indústria" essa, por sua vez, fomentada por ambos os lados - particularmente pela esquerda anti-americana - em um nonsense reverberativo.) E com a parcialidade da omissão quase completa do que seria o terrorrismo de matiz árabe-fundamentalista.
Eu, pessoalmente, não aprecio. Mas, goste-se ou não, apoie-se ou não, ele é brilhantemente provocador e não ultrapassa os limites mais internacionalmente reconhecidos da legalidade. Pode ser considerado como militante antissionista exacerbado, mas em nenhum momento resvala no negacionismo.
Interessante também é que Latuff não se prende apenas a essa causa que o notabilizou, mas a inúmeras, principalmente de movimentos sociais do Brasil e da América Latina. Ele produz muitas charges criticando a precária situação dos direitos indígenas e das mulheres na região.
E também não se prende a “torcidas”. Pode ser percebido que boa parte da repercussão do trabalho de Latuff, nas redes sociais brasileiras, é devida a apoiadores quase incondicionais do atual governo federal. Não obstante, Latuff não evita tocar em pontos contraditórios desse mesmo governo, notadamente a continuidade de políticas conservadoras na gestão do Estado e da economia, e a omissão em quase tudo que se refira a direitos civis LGBT e reprodutivos. Com o mesmo estilo cáustico. (vide charges.)
A guerra das usinas midiáticas do setor financeiro contra Dilma
Primeiro foi a revista The Economist; agora, foi a vez do jornal Financial Times: o governo de Dilma Rousseff entrou na mira dos grandes meios de comunicação financeiros britânicos internacionais. Ambos zombam do governo brasileiro, pedem a renúncia de Guido Mantega e qualificam Dilma como a rena do nariz vermelho. Para as usinas midiáticas do setor financeiro, Dilma cometeu um pecado imperdoável: forçou a baixa das taxas de juro. Não que o cenário econômico na casa destas publicações ande melhor. Justamente o contrário.
O artigo é de Marcelo Justo
A The Economist primeiro, o Financial Times depois: o governo de Dilma Rousseff entrou na mira dos grandes meios de comunicação financeiros britânicos internacionais. Ambos zombam do governo brasileiro, pedem a renúncia de Guido Mantega e qualificam Dilma como a rena do nariz vermelho. Não que as coisas na casa destas publicações andem melhor. Justamente o contrário.
A economia britânica acaba de sair da segunda recessão em três anos graças ao pequeno estímulo dos jogos olímpicos, mas a maioria dos analistas acredita que no próximo trimestre ela voltará a se contrair. A Eurozona salvou-se raspando neste ano de 2012, mas ninguém se atreve a apostar no que pode acontecer no próximo ano, apesar de o diretor do Banco Central da Europa, Mario Draghi, assegurar desde julho que fará tudo o que está ao seu alcance para salvar o euro.
O artigo é de Marcelo Justo
A The Economist primeiro, o Financial Times depois: o governo de Dilma Rousseff entrou na mira dos grandes meios de comunicação financeiros britânicos internacionais. Ambos zombam do governo brasileiro, pedem a renúncia de Guido Mantega e qualificam Dilma como a rena do nariz vermelho. Não que as coisas na casa destas publicações andem melhor. Justamente o contrário.
A economia britânica acaba de sair da segunda recessão em três anos graças ao pequeno estímulo dos jogos olímpicos, mas a maioria dos analistas acredita que no próximo trimestre ela voltará a se contrair. A Eurozona salvou-se raspando neste ano de 2012, mas ninguém se atreve a apostar no que pode acontecer no próximo ano, apesar de o diretor do Banco Central da Europa, Mario Draghi, assegurar desde julho que fará tudo o que está ao seu alcance para salvar o euro.
Por último, os Estados Unidos estão fazendo o impossível para evitar o abismo fiscal, um incremento de impostos e um corte de gastos públicos que entraria em vigor automaticamente no dia 1º de janeiro se não houver um acordo político.
Apesar deste cenário do primeiro mundo, as críticas a Dilma não surpreendem. Para as usinas midiáticas do setor financeiro, a presidenta cometeu um pecado imperdoável: forçou a baixa das taxas de juro. Quando esta crítica à presidenta brasileira vem do primeiro mundo aparece como uma variante do famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Desde o estouro financeiro de 2008, Estados Unidos, Reino Unido e Banco Central Europeu se dedicaram à emissão de dinheiro eletrônico, um mecanismo conhecido em inglês como “quantitative easing”, e a baixar as taxas de juros a mínimos históricos para estimular o consumo. “A ideia é que mantendo essas taxas de juros o setor privado terminará investindo, algo que não está fazendo porque a demanda está estagnada. Em resumo, o problema mais grave é que esta política monetarista não está funcionando”, disse à Carta Maior Ismail Erturk, catedrático sênior de finanças da Universidade de Negócios de Manchester.
Este monetarismo foi debatido no chamado mundo desenvolvido, mas sem a estridência desqualificadora reservada ao governo de Dilma Rousseff. No caso do Reino unido e da Eurozona a comparação se torna mais absurda se tomamos como parâmetro a crise provocada pelos programas de austeridade vigentes na Europa. No Reino Unido, a coalizão conservadora-liberal democrata que assumiu em maio de 2010 encabeçada pelo primeiro-ministro David Cameron herdou um forte déficit fiscal produto do estouro financeiro de 2008-2009 e uma incipiente recuperação de 1,7% pela mão do estímulo fiscal do governo trabalhista de Gordon Brown.
A coalizão prometeu equilibrar as contas fiscais ao final de seu período de governo, em 2015, e projetou um crescimento de 2,1% para 2011 e 2,5% para 2012. A chave-mestra para esse passe de mágica era um programa de austeridade com cortes de 80 bilhões de libras (cerca de 140 bilhões de dólares) com uma perda de mais de meio milhão de empregos públicos. O resultado desse apequenamento logo ficou evidente. Em 2011, o crescimento real foi de 0,8%, enquanto que, em 2012, foi negativo (menos 0,4%). Quanto ao equilíbrio fiscal, o próprio governo admitiu em dezembro que para atingi-lo terá que ampliar a política de austeridade até...2018.
As coisas não andam melhor pela eurozona. Com a bandeira da austeridade, a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (a Troika) conseguiram converter a debacle fiscal de um país que representava pouco mais de 2% do PIB da eurozona em uma crise que pode colocar em perigo todo o projeto pan-europeu.
Apesar deste cenário do primeiro mundo, as críticas a Dilma não surpreendem. Para as usinas midiáticas do setor financeiro, a presidenta cometeu um pecado imperdoável: forçou a baixa das taxas de juro. Quando esta crítica à presidenta brasileira vem do primeiro mundo aparece como uma variante do famoso “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Desde o estouro financeiro de 2008, Estados Unidos, Reino Unido e Banco Central Europeu se dedicaram à emissão de dinheiro eletrônico, um mecanismo conhecido em inglês como “quantitative easing”, e a baixar as taxas de juros a mínimos históricos para estimular o consumo. “A ideia é que mantendo essas taxas de juros o setor privado terminará investindo, algo que não está fazendo porque a demanda está estagnada. Em resumo, o problema mais grave é que esta política monetarista não está funcionando”, disse à Carta Maior Ismail Erturk, catedrático sênior de finanças da Universidade de Negócios de Manchester.
Este monetarismo foi debatido no chamado mundo desenvolvido, mas sem a estridência desqualificadora reservada ao governo de Dilma Rousseff. No caso do Reino unido e da Eurozona a comparação se torna mais absurda se tomamos como parâmetro a crise provocada pelos programas de austeridade vigentes na Europa. No Reino Unido, a coalizão conservadora-liberal democrata que assumiu em maio de 2010 encabeçada pelo primeiro-ministro David Cameron herdou um forte déficit fiscal produto do estouro financeiro de 2008-2009 e uma incipiente recuperação de 1,7% pela mão do estímulo fiscal do governo trabalhista de Gordon Brown.
A coalizão prometeu equilibrar as contas fiscais ao final de seu período de governo, em 2015, e projetou um crescimento de 2,1% para 2011 e 2,5% para 2012. A chave-mestra para esse passe de mágica era um programa de austeridade com cortes de 80 bilhões de libras (cerca de 140 bilhões de dólares) com uma perda de mais de meio milhão de empregos públicos. O resultado desse apequenamento logo ficou evidente. Em 2011, o crescimento real foi de 0,8%, enquanto que, em 2012, foi negativo (menos 0,4%). Quanto ao equilíbrio fiscal, o próprio governo admitiu em dezembro que para atingi-lo terá que ampliar a política de austeridade até...2018.
As coisas não andam melhor pela eurozona. Com a bandeira da austeridade, a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional (a Troika) conseguiram converter a debacle fiscal de um país que representava pouco mais de 2% do PIB da eurozona em uma crise que pode colocar em perigo todo o projeto pan-europeu.
Desde o começo da crise grega em 2010, quatro nações terminaram regatadas pela Troika (Grécia, Portugal, Irlanda e Chipre), a banca espanhola foi salva com uma injeção de 100 bilhões de euros do Banco Central Europeu e a Grécia recebeu um novo pacote de ajuda em dezembro, no valor de 34 bilhões euros, que todos sabem que não será o último.
Em 2012, a eurozona teve um crescimento negativo de 0,5% que esconde em seu interior extraordinárias disparidades (a queda da Grécia superou 7%, enquanto que a Alemanha cresceu 0,8%). Segundo um informe da ONU, divulgado em 20 de dezembro, com estas políticas de austeridade as coisas vão piorar. O cálculo é que a região crescerá um magro 0,5% em 2013.
O governo de Barack Obama não apostou na austeridade e conseguiu evitar uma queda como a do Reino Unido ou da eurozona, mas sua recuperação é menor do que a esperada e está ameaçada por uma obra prima do terror econômico: o abismo fiscal. Em agosto, o Congresso estabeleceu o 1º de janeiro como prazo para chegar a um acordo sobre o gasto público e as reduções tributárias aprovadas durante a presidência de George Bush que finalizam nesta data.
Se não houver acordo e as medidas entrarem em vigor, o resultado será uma recessão nos Estados Unidos e um forte impacto em uma economia mundial que, nas atuais projeções, crescerá 2,4%, muito menos do que é necessário para recuperar o terreno perdido desde o estouro do Lehman Brothers.
Em 2012, a eurozona teve um crescimento negativo de 0,5% que esconde em seu interior extraordinárias disparidades (a queda da Grécia superou 7%, enquanto que a Alemanha cresceu 0,8%). Segundo um informe da ONU, divulgado em 20 de dezembro, com estas políticas de austeridade as coisas vão piorar. O cálculo é que a região crescerá um magro 0,5% em 2013.
O governo de Barack Obama não apostou na austeridade e conseguiu evitar uma queda como a do Reino Unido ou da eurozona, mas sua recuperação é menor do que a esperada e está ameaçada por uma obra prima do terror econômico: o abismo fiscal. Em agosto, o Congresso estabeleceu o 1º de janeiro como prazo para chegar a um acordo sobre o gasto público e as reduções tributárias aprovadas durante a presidência de George Bush que finalizam nesta data.
Se não houver acordo e as medidas entrarem em vigor, o resultado será uma recessão nos Estados Unidos e um forte impacto em uma economia mundial que, nas atuais projeções, crescerá 2,4%, muito menos do que é necessário para recuperar o terreno perdido desde o estouro do Lehman Brothers.
A responsabilidade fiscal das reduções de impostos de George Bush foi discutida em seu momento, mas nenhuma usina midiática econômica teve a ideia de colocar um nariz vermelho no artífice da invasão ao Iraque. Assim são as coisas.
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JN transforma 1,7 milhão de empregos em notícia ruim
Por Fernando Branquinho, Observatório da Imprensa / Vi o Mundo.
“Na quarta-feira (19/12), no Jornal Nacional, o gráfico atrás da apresentadora Patrícia Poeta mostrava a criação de 1,77 milhão de empregos até agora, em 2012. Considerada a pindaíba econômica do mundo ocidental, qualquer cidadão de outro país olharia com inveja para cá. Mas na Globo não é assim: toda notícia que venha do governo tem que ser “negativada”.
Foi o que fizeram. Este foi o texto lido pela apresentadora:
“A criação de empregos com carteira assinada, este ano, foi 23% menor do que em 2011. É o pior resultado desde 2009. Mas, isoladamente, os números de novembro mostram um aumento de quase 8% no emprego formal.”
Quem estivesse jantando nessa hora sem olhar para a TV não veria o gráfico e faria juízo sobre a informação apenas com o que estivesse ouvindo. Desta vez mudaram a técnica: deram a notícia positiva de forma negativa, e no fim veio o “mas” positivando parcialmente os fatos. Isso é democracia, liberdade de expressão e tudo o mais que eles dizem quando se quer acabar com o oligopólio da mídia? O nome disso é partidarismo de mídia através de manipulação da notícia.
Paranoia? Perseguição à Globo? Coisa de esquerdista, de petista, de lulista, brizolista? Confira aqui mais essa vergonha.
Agora veja a notícia por outro ângulo: “Brasil cria 1,77 milhão de empregos com carteira assinada em 2012”.
Os dados do Caged
De janeiro a novembro deste ano, foram abertos 1.771.576 postos de trabalho com carteira assinada no Brasil, o que representa uma expansão de 4,67% no nível de emprego comparado com o final de 2011, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na quarta-feira (19/12) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Os dados de novembro, segundo o MTE, mostram continuidade à tendência de crescimento do emprego no Brasil, que registrou pela terceira vez em 2012 um saldo superior ao do ano anterior. Foram declaradas 1.624.306 admissões e 1.578.211 desligamentos no referido mês. Como resultado, o saldo do mês foi de 46.095 novos empregos com carteira assinada no Brasil, correspondentes ao crescimento de 0,12% em relação ao registrado no mês anterior.
Segundo o Caged, apresentaram desempenho positivo no mês o comércio, com 109.617 postos (1,27%), sendo o terceiro melhor saldo para o período; e serviços, com 41.538 postos (0,26%). Por outro lado, alguns setores apresentaram desempenhos negativos. A construção civil teve baixa de 41.567 postos (-1,34%), decorrente de atividades relacionadas à construção de edifícios (-15.577 postos) e construção de rodovias e ferrovias (-8.803 postos), associados a términos de contratos e a condições climáticas.
Complexo sucroalcooleiro puxa emprego para baixo
Na agricultura, houve retração de 32.733 postos (-1,98%), devido à presença de fatores sazonais negativos. A indústria de transformação teve perda de 26.110 postos (-0,31%), proveniente dos ajustes da demanda das festas do fim do ano, queda menor que a ocorrida em novembro de 2011 (-54.306 postos ou -0,65%).
O emprego cresceu em três das cinco grandes regiões, sendo a Sul, com 29.562 postos (0,41%); Sudeste, com 17.946 vagas (0,08%), e Nordeste, com 17.067 empregos (0,28%). As exceções ficaram por conta da região Centro-Oeste (-14.820 postos ou -0,50%), cuja redução deu-se ao desempenho negativo da agricultura (-9.130 postos); da construção civil (-6.393 postos) e da indústria de transformação (-5.929 postos); e da região Norte (- 3.660 postos ou -0,21%), onde a construção civil (-3.371 postos) e a indústria e transformação (-2.084 postos) foram os principais setores responsáveis pela queda no mês.
Por unidade da federação, dezesseis tiveram expansão do emprego. Os destaques foram Rio Grande do Sul (+15.759 postos ou 0,61%); Rio de Janeiro (+13.233 postos ou 0,36%); Santa Catarina: (+8.046 postos ou 0,42%); São Paulo (+7.203 postos ou 0,06%); Paraná (+5.757 postos ou 0,22%) e Bahia (+5.695 postos ou 0,34%). Os estados que demonstraram as maiores quedas no nível de emprego foram: Goiás (-8.649 postos ou -0,75%), devido, principalmente, às atividades relacionadas ao complexo sucroalcooleiro, e Mato Grosso (-5.910 postos ou -0,97%), por causa do desempenho negativo do setor agrícola (-4.798 postos) [ver aqui].
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A LIGAÇÃO DE ALVARO DIAS COM PRIMÓRDIOS DO MENSALÃO
Ação movida pela filha do senador paranaense (PSDB) cita como ré empresa de Alexandre Pantazis,
que foi acusada de pagar propinas ao PTB em contratos dos Correios. Investigação acabou levando
o deputado Roberto Jefferson a denunciar o mensalão, ainda em 2005.
Agora a casa do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) caiu, e com um empurrãozinho da própria revista Veja (sem querer).
O senador é réu em um processo judicial de disputa patrimonial, movido por uma filha, reconhecida através de exames de DNA. O processo poderia ser apenas mais um entre tantos, sem maior interesse público, não fosse o valor de R$ 16 milhões em causa, pois o senador tucano declarou à Justiça Eleitoral (e ao eleitor) ter um patrimônio de R$ 1,9 milhão, na última eleição que disputou.
Agora a casa do senador Alvaro Dias (PSDB-PR) caiu, e com um empurrãozinho da própria revista Veja (sem querer).
O senador é réu em um processo judicial de disputa patrimonial, movido por uma filha, reconhecida através de exames de DNA. O processo poderia ser apenas mais um entre tantos, sem maior interesse público, não fosse o valor de R$ 16 milhões em causa, pois o senador tucano declarou à Justiça Eleitoral (e ao eleitor) ter um patrimônio de R$ 1,9 milhão, na última eleição que disputou.
O aparecimento desta súbita fortuna causou perplexidade à nação brasileira, que pergunta: como o senador, da noite para o dia, aparece como um dos parlamentares mais ricos do Brasil?
Detalhe: o processo não está em segredo de justiça, ao contrário do que disse o senador em seu twitter, e não é uma mera disputa familiar. É uma disputa patrimonial graúda envolvendo mais 10 réus ao lado de Alvaro Dias, e quatro deles são pessoas jurídicas.
Uma das empresas ré na causa é a "AGP Administração, Participação e Investimentos Ltda.", de Alexandre George Pantazis, indicando que Alvaro Dias teve algum tipo de negócio com esta empresa envolvendo os R$ 16 milhões em questão.
Alexandre Pantazis é dono da empresa Dismaf - Distribuidora de Manufaturados Ltda. junto com seu irmão Basile, que era tesoureiro do PTB-DF.
A Dismaf foi objeto de uma reportagem da revista Veja (pág. 64, edição 2212 de 13/04/2011), acusando a empresa de pagar propinas ao PTB sobre contratos nos Correios, no caso que deu origem ao "mensalão" a partir da gravação feita por um araponga de Carlinhos Cachoeira, que levou Roberto Jefferson a dar a entrevista em 2005. A reportagem foi baseado na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal. Declarada inidônea pelos Correios, a empresa não podia participar de licitações, mas ganhou uma na Valec (que constrói a ferrovia norte-sul) para fornecer trilhos. O fato foi alvo de auditoria na CGU e foi um dos motivos para demissão do ex-presidente da Valec, o Juquinha.
Só uma investigação sobre os contratos e quebra de sigilo bancário poderá esclarecer o real envolvimento do senador tucano com o dono da Dismaf, .
Agora o que vai acontecer? O Alvaro Dias e seus negócios com um dono da Dismaf será capa da próxima revista Veja?
Detalhe: o processo não está em segredo de justiça, ao contrário do que disse o senador em seu twitter, e não é uma mera disputa familiar. É uma disputa patrimonial graúda envolvendo mais 10 réus ao lado de Alvaro Dias, e quatro deles são pessoas jurídicas.
Uma das empresas ré na causa é a "AGP Administração, Participação e Investimentos Ltda.", de Alexandre George Pantazis, indicando que Alvaro Dias teve algum tipo de negócio com esta empresa envolvendo os R$ 16 milhões em questão.
Alexandre Pantazis é dono da empresa Dismaf - Distribuidora de Manufaturados Ltda. junto com seu irmão Basile, que era tesoureiro do PTB-DF.
A Dismaf foi objeto de uma reportagem da revista Veja (pág. 64, edição 2212 de 13/04/2011), acusando a empresa de pagar propinas ao PTB sobre contratos nos Correios, no caso que deu origem ao "mensalão" a partir da gravação feita por um araponga de Carlinhos Cachoeira, que levou Roberto Jefferson a dar a entrevista em 2005. A reportagem foi baseado na denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal. Declarada inidônea pelos Correios, a empresa não podia participar de licitações, mas ganhou uma na Valec (que constrói a ferrovia norte-sul) para fornecer trilhos. O fato foi alvo de auditoria na CGU e foi um dos motivos para demissão do ex-presidente da Valec, o Juquinha.
Só uma investigação sobre os contratos e quebra de sigilo bancário poderá esclarecer o real envolvimento do senador tucano com o dono da Dismaf, .
Agora o que vai acontecer? O Alvaro Dias e seus negócios com um dono da Dismaf será capa da próxima revista Veja?
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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Por que os Estados Unidos foram para o buraco
Os americanos estão muito mais para isso que para Bill Gates.
Uma sociedade movida pela busca de status é insustentável, diz o acadêmico Morris Berman
Por Paulo Nogueira
Morris Berman, 67 anos, é um acadêmico americano que vale a pena conhecer.
Acabo de ler “Por Que os Estados Unidos Fracassaram”, dele. A primeira coisa que me ocorre é: tomara que alguma editora brasileira se interesse por este pequeno – 196 páginas — grande livro.
A questão do título é respondida amplamente. Você fecha o livro com uma compreensão clara sobre o que levou os americanos a um declínio tão dramático.
O argumento inicial de Berman diz tudo. Uma sociedade em que os fundamentos são a busca de status e a aquisição de objetos não pode funcionar.
Berman cita um episódio que viu na televisão. Uma mulher desabou com o rosto no chão em um hospital em Nova York. Ela ficou tal como caiu por uma hora inteira, sob indiferença geral, até que finalmente alguém se movimentou. A mulher já estava morta.
“O psicoterapeuta Douglas LaBier, de Washington, tem um nome para esse tipo de comportamento, que ele afirma ser comuníssimo nos Estados Unidos: síndrome da falta de solidariedade”, diz Berman. “Basicamente, é um termo elegante para designar quem não dá a mínima para ninguém senão para si próprio. LaBier sustenta que solidariedade é uma emoção natural, mas logo cedo perdida pelos americanos porque nossa sociedade dá foco nas coisas materiais e evita reflexão interior.”
Berman afirma que você sente no ar um “autismo hostil” nas relações entre as pessoas nos Estados Unidos. “Isso se manifesta numa espécie de ausência de alma, algo de que a capital Washington é um exemplo perfeito. Se você quer ter um amigo na cidade, como Harry Truman disse, então compre um cachorro.”
Morris Berman
O americano médio, diz ele, acredita no “mito” da mobilidade social. Berman nota que as estatísticas mostram que a imensa maioria das pessoas nos Estados Unidos morrem na classe em que nasceram. Ainda assim, elas acham que um dia vão ser Bill Gates. Têm essa “alucinação”, em vez de achar um absurdo que alguém possa ter mais de 60 bilhões de dólares, como Bill Gates.
“Estamos assistindo ao suicídio de uma nação”, diz Berman. “Um país cujo propósito é encorajar seus cidadãos a acumular mercadorias no maior volume possível, ou exportar ‘democracia’ à base de bombas, é um navio prestes a afundar. Nossa política externa gerou o 11 de Setembro, obra de pessoas que detestavam o que os Estados Unidos estavam fazendo com os países delas. A nossa política (econômica) interna criou a crise mundial de 2008.”
A soberba americana é sublinhada por Berman em várias situações. Ele cita, por exemplo, uma declaração de George W Bush de 1988: “Nunca peço desculpas por algo que os Estados Unidos tenham feito. Não me importam os fatos.” Essa fala foi feita pouco depois que um navio de guerra americano derrubou por alegado engano um avião iraniano com 290 pessoas a bordo, 66 delas crianças. Não houve sobreviventes.
Berman evoca também a Guerra do Vietnã. “Como entender que, depois de termos matado 3 milhões de camponeses vietnamitas e torturado dezenas de milhares, o povo americano ficasse mais incomodado com os protestos antiguerra do que com aquilo que nosso exército estava fazendo? É uma ironia que, depois de tudo, os reais selvagens sejamos – nós.”
Você pode perguntar: como alguém que tem uma visão tão crítica – e tão justificada – de seu país pode viver nele?
A resposta é que Berman desistiu dos Estados Unidos. Ele vive hoje no México, que segundo ele é visceralmente diferente do paraíso do narcotráfico pintado pela mídia americana — pela qual ele não tem a menor admiração. “Mudei para o México porque acreditava que ainda encontraria lá elementos de uma cultura tradicional, e acertei”, diz ele. “Só lamento não ter feito isso há vinte anos. Há uma decência humana no México que não existe nos Estados Unidos.”
Clap, clap, clap.
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