sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Cartunista brasileiro está no ranking dos “dez mais antissemitas” do mundo



A organização judaica Simon Wiesenthal divulgou nesta quinta-feira (27/12) sua edição anual do ranking dos “10 maiores antissemitas” ao redor do mundo. O cartunista brasileiro e colaborador do Opera Mundi, Carlos Latuff, aparece na terceira posição na lista de 2012 por conta de suas charges críticas a operação Pilar Defensivo, mais recente investida militar israelense na Faixa de Gaza.
Conhecido internacionalmente por suas charges politizadas, o artista se aproximou da luta palestina no final dos anos 1990 quando viajou para o país e desde então, imprime críticas à política israelense em seus traços.
Abaixo da Irmandade Muçulmana do Egito e do líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o artista brasileiro aparece à frente de torcidas organizadas e partidos políticos neonazistas no ranking, que incluiu também o jornalista e editor alemão Jakob Augstein.
O chargista é muito conhecido por seus trabalhos em defesa da causa palestina. Extremamente criativo e inteligente ele pinça elementos do cotidiano do conflito e da hipocrisia dos agentes estrangeiros para sensibilizar a opinião pública.
No entanto, em um mundo sem vacas sagradas, ele também pode ser criticado. Nesse exercício de defesa irrestrita a uma causa ele exagera e pode até ser contraproducente. A tentativa de provocar a associação imediata da segregação e pauperização de palestinos, em áreas ocupadas por Israel no pós-1967, ao Holocausto e genocídio perpetrados pelos Nazistas durante a II Guerra soa forçada e frequentemente inverossímil. Chega ao ponto da autovitimização, tão criticada na "Indústria do Holocausto" ("indústria" essa, por sua vez, fomentada por ambos os lados - particularmente pela esquerda anti-americana - em um nonsense reverberativo.) E com a parcialidade da omissão quase completa do que seria o terrorrismo de matiz árabe-fundamentalista.
Eu, pessoalmente, não aprecio. Mas, goste-se ou não, apoie-se ou não, ele é brilhantemente provocador e não ultrapassa os limites mais internacionalmente reconhecidos da legalidade. Pode ser considerado como militante antissionista exacerbado, mas em nenhum momento resvala no negacionismo.
Interessante também é que Latuff não se prende apenas a essa causa que o notabilizou, mas a inúmeras, principalmente de movimentos sociais do Brasil e da América Latina. Ele produz muitas charges criticando a precária situação dos direitos indígenas e das mulheres na região.
E também não se prende a “torcidas”. Pode ser percebido que boa parte da repercussão do trabalho de Latuff, nas redes sociais brasileiras, é devida a apoiadores quase incondicionais do atual governo federal. Não obstante, Latuff não evita tocar em pontos contraditórios desse mesmo governo, notadamente a continuidade de políticas conservadoras na gestão do Estado e da economia, e a omissão em quase tudo que se refira a direitos civis LGBT e reprodutivos. Com o mesmo estilo cáustico. (vide charges.)









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