No Blog do Rovai
O blogueiro da Veja, Reinaldo Azevedo, era o candidato oculto de uma
chapa de direita (o nome já diz tudo, Reação) que disputou o DCE em
eleição que se encerrou ontem.
A chapa, inflada por seus posts, numa
ação que mostra em que nível a Veja chegou, o de ficar disputando
eleição em DCE, teve apenas 2.660 votos de um conjunto de 13.134.
Todas
as outras chapas eram vinculadas a movimentos de esquerda, sendo que a
vencedora, “Não vou me adaptar”, recebeu 6.964 votos.
A forma como a Veja e seu blogueiro “disputaram” a eleição foi o que
motivou o recorde de votos neste processo eleitoral. Em média,
participam de 7 a 8 mil alunos. Neste ano os votantes quase dobraram.
Como não há segundo turno nas eleições do DCE, houve um voto útil
compreensível para derrotar a direita para a chapa “Não vou me adaptar”,
onde boa parte dos integrantes têm vínculos com o PSoL e o PSTU.
Como Reinaldo ainda é jovem (deve estar com uns 50) ele tem tempo
para aprender com a derrota. Este blog que já passou da fase de se
envolver em disputas estudantis, parabeniza os vencedores e lhes deseja
sucesso nas lutas que virão, pois o processo na USP da gestão Rodas não
anda nada fácil.
Mas parabeniza principalmente a comunidade acadêmica, incluindo
professores e funcionários, que souberam se mobilizar pra derrotar nas
urnas a direita da universidade e seus propagandistas e “pensadores”.
Não sei o que está sendo pior para o Reinaldo, perder a eleição para o
DCE da USP ou ver o que está acontendo com a dupla Demóstenes Torres e
Policarpo Jr.
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sábado, 31 de março de 2012
Pará: A máfia do desmatamento ilegal
No Oeste do Pará, a Operação Mamuru II, contra o desmatamento e a exploração ilegal de madeira - no rio Mamuru, afluente do rio Amazonas, no município de Juruti -, desarticulou duas madeireiras ilegais que agiam na região. A Polícia Civil, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), iniciou investigação para chegar até os responsáveis pela exploração das florestas.
A madeira era retirada de comunidades do Mamuru e levada para Parintins (AM) e Belém. A Polícia investiga ainda suposto acordo para repasse financeiro que teria sido feito em 2010 entre a Associação dos Produtores Rurais do Rio Mamuru (Aprim) e os madeireiros, com o aval da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
A Mamuru II percorreu mais de 10 comunidades no entorno do rio. Denúncias apuradas pelo Estado e o trabalho de fiscalização via satélite apontaram vários pontos de exploração, inclusive em áreas destinadas a concessão, que o Governo do Pará está licitando para a extração legal sustentável da madeira. A operação é coordenada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará (Ideflor), em parceria com a Divisão Especializada em Meio Ambiente (Dema), da Polícia Civil, Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), Instituto de Terras do Pará (Iterpa), Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), da Polícia Militar, e Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves.
Entre as áreas exploradas está uma próximo a comunidade Mirizal. Uma estrada aberta, ainda com rastros de caminhões, levou a equipe até um caminhão abandonado, ainda com carotes de gasolina. A Polícia afirma que o veículo era utilizado para o transporte de toras. Uma carroceria e tanque para levar diesel para os equipamentos também foram abandonados. Alguns quilômetros à frente, um acampamento completo foi encontrado. Segundo os peritos do CPC, o local tinha uma boa infraestrutura, com eletrodomésticos e mantimentos, e parecia ter sido abandonado às pressas.
Na área denominada Mocambo, localizada próximo a uma vila com o mesmo nome, outra demonstração da exploração madeireira. O local mostra a ousadia e ao mesmo tempo a infraestrutura que os madeireiros aplicavam na exploração ilegal. Na beira do rio, uma pista de pouso feita de brita, material resistente, medindo mais de 800 metros. Próximo a pista dois portos para o embarque da madeira derrubada ilegalmente. Os três pontos de embarque e desembarque eram ligados por uma estrada principal, com vários ramais. O caminho levava ao ponto de extração, a 20 km do começo da estrada.
Nesse ponto, localizado na área onde o Estado irá realizar a concessão para a extração legal, um acampamento bem estruturado, com gerador de energia, eletrodomésticos, televisão, antena parabólica e até mantimentos foi encontrado pelos agentes da Mamuru II. No acampamento estava um morador da comunidade do Mocambo, Vicente de Paulo Ferreira, que prestava serviço para a madeireira, tomando conta do local. Ele recebia o valor de R$ 700,00 pelo trabalho, mas há dois meses não era pago. Vicente prestou depoimento à Polícia, que iniciou investigação a partir das informações fornecidas por ele.
Segundo o morador, dois homens, Claudecy Pereira, que reside em Paritins (AM), e “Mica”, de Santarém (PA), trabalhavam para a GC Madeiras, que teria como dono um homem chamado Ciro, de Belém. Ainda de acordo com Vicente, no mês de abril Claudecy e “Mica” retornariam com o maquinário para a área a fim de continuar a exploração. A partir do depoimento de Vicente, a Polícia foi informada também sobre uma negociação entre a Aprim e a madeireira ilegal de Ciro. Por mil metros cúbicos de madeira, do tipo Maçaranduba e Ipê, a associação teria recebido de Claudecy e “Mica” um barco com capacidade para 45 passageiros e mais uma lancha de alumínio com motor de potência 40 cavalos.
O delegado da Dema Marcos Lemos ouviu, além de Vicente, os presidentes da Aprim e da Associação das Comunidades da Região de Juruti Velho (Acorjuve), Antônio Carmo e Gerdeonor Pereira, respectivamente. De acordo com o depoimento de Antônio, a GC Madeiras teria chegado à região do Mamuru em outubro de 2010, depois de arrematar 5 mil metros cúbicos de madeira em um leilão feito pela Sema. Após este leilão, a Aprim teria firmado o acordo financeiro com a GC Madeiras, de Belém, para garantir 5% de toda madeira leiloada pela Sema. O acordo teria sido feito com a interveniência da Sema. Em virtude disto, o delegado solicitou por ofício informações a respeito do leilão e do acordo.
“A madeireira, a partir do leilão, detinha o direito de retirar os 5 mil metros cúbicos de madeira, mas, segundo o Antônio, teria mantido a exploração na região desde então. Vamos solicitar à Sema informações sobre este suposto leilão, a fim de dar continuidade às investigações. Além disso, a Polícia vai apurar o suposto apoio que a Sema teria dado ao acordo feito entre a Aprim e a GC Madeiras”, afirmou o delegado Marcos, que já solicitou também apoio à Polícia do Amazonas para localizar Claudecy. “A Polícia Civil do Amazonas, em Paritins, já identificou Claudecy e irá ouví-lo. Vamos dar prosseguimento à investigação para chegar aos cabeças dessa rede de exploração madeireira”. Conforme o rumo das investigações, e os próximos depoimentos, a Polícia Civil do Pará poderá indiciar os culpados pela exploração.
Fonte: Thiago Melo
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“O crime no poder.”
Leandro Fortes: Na Carta Capital
“O crime no poder.”
Segundo investigação da Policia Federal, Carlinhos Cachoeira mandava e desmandava no Estado de Goiás, que, na teoria, é governado por Marconi Perillo, um tucano frente e verso.
Leandro já tinha demonstrado que Demóstenes ficava com 30% da receita do Cachoeira.
E, quando tentaram desmenti-lo, Leandro matou a cobra.
Agora, nesta edição que chega às bancas, ele mostra:
“Em conversas telefônicas, o bicheiro jacta-se da influência sobre Perillo e sempre recorria a Demóstenes Torres, vulgo ‘gordinho’ “
O juiz Paulo Lima disse: “É assustador o alcance dos tentáculos da organização criminosa.”
Leandro também conta que o sargento Jairo Martins, da PM de Brasilia, foi quem gravou o famoso vídeo da propina nos Correios, que deu origem ao chamado “mensalão” aquele que, segundo o Mino, ainda está por provar-se.
O sargento Martins operava para Cachoeira.
Leandro reafirma que Policapo Jr., insigne representante do detrito de maré baixa em Brasília, deu mais de 200 telefonemas para Carlinhos Cachoeira.
Mas, afinal, explica-se: a Veja odeia o Brasil, porque o dono, o Robert(o) Civita não passa de um perdedor.
E, perdido por um, perdido por mil.
Ainda mais que ele não está na Argentina.
Porque, na Argentina, mandaram os Civita embora.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
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sexta-feira, 30 de março de 2012
Demóstenes é a cabeça do iceberg
Na pág. 3 do Globo desta sexta-feira há gravações que mostram a relação empresarial e legislativa entre o nobre Senador, o Varão de Plutarco de Goiás, e o empresário do jogo de bicho, Carlinhos Cachoeira.
O destino político de Demóstenes está traçado: a sarjeta.
Demóstenes, porém, é a cabeça do iceberg.
A expulsão do DEMO e do Senado, a investigação no Supremo, isso não basta.
Tem que descer mais fundo, nas águas turvas.
E só uma CPI – alô, alô, PT de São Paulo – pode meter a mão na lama.
Como aquela outra, do Roberto Jefferson.
Descer pelo esgoto em que entrou, na condição de testemunha especialíssima, o Toninho da Barcelona, aquele doleiro ilustre, convocado pelo falecido ACM para derrubar o Presidente Lula.
Uma CPI de verdade – alô, alô, Gilmar Tatto, Chinaglia – tem que apurar o que o Luiz Fernando Correa não apurou: cadê o áudio do grampo ?
Ou, vai ver, nunca houve aquele grampo ?
Por que a Veja e o Cachoeira queriam destituir o dr Paulo Lacerda, Gilmar Tatto ?
Não é uma boa pergunta ?
Tatto, que tal perguntar ao Demóstenes sobre a ligação entre a indústria de genéricos em Anápolis e o Ministro da Saúde Padim Pade Cerra, que tentou se apropriar da ideia dos genéricos ?
O Demóstenes reza pela cartilha do Aécio Never ou do Padim Pade Cerra ?
A quem interessava fuzilar o José Dirceu com aquele vídeo do Valdomiro Diniz ?
Talvez seja o caso de convocar para depor a Renata Lo Prete, que Ilustrou a Folha e hoje ilumina a Globo News.
Ela ganhou um Prêmio Pulitzer com a entrevista do Roberto Jefferson.
Talvez ela saiba por que o empresário Cachoeira queria fuzilar o Dirceu.
O Cachoeira não é ingênuo.
O Demóstenes não é bobo.
Bobos somos nós, não é isso, Gilmar Tatto ?
Em tempo: se o amigo navegante ainda não percebeu, Gilmar Tatto é o novo líder do PT na Câmara. Ele é de São Paulo e prefere ver Satanás nu a tratar de CPI da Privataria. CPI da Privataria, do Cachoeira, é tudo a mesma gente. A rigor, bastava uma CPI só. Como se dizia em “Casablanca”, são “the usual suspects”.
Clique aqui para ler “Nassif: Cerra é fã de Demóstenes”.
Paulo Henrique Amorim
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Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?
No Blog do Rovai
A história política é repleta de senões e detalhes é preciso ficar atento a eles. Há uma cena que sempre me vem à mente quando o caso do mensalão volta à tona. Ao fim da entrevista do presidente Lula com os “blogueiros sujos” foi sugerida uma foto oficial. Antes de fazê-la, senti Lula pegando-me pelo braço e ao mesmo tempo dizendo: “Deixa eu dizer uma coisa, deixa eu dizer uma coisa…”, o que fez com que os “sujos” se reunissem em torno dele. Sem que ninguém tivesse tocado no assunto, disparou. “Uma coisa que quero combinar com vocês é que depois que eu desencarnar vou contar tudo o que sei dessa história do mensalão.
Sabem por quê? Porque o Zé Dirceu pode ter muitos defeitos, mas o que fizeram com ele nessa história foi um absurdo… Depois de desencarnar, quero dar uma entrevista para vocês para falar disso, combinado?”
Dito isto, falou: “Cadê o cloaquinha, vem cá cloaquinha, fica do meu lado”. Foi quando foi tirada a foto acima.
Hoje depois de ler algumas matérias relacionando o caso Demóstenes e Cachoeira ao episódio do mensalão, recordei-me de uma reportagem publicada no Jornal Nacional em março de 2004, mais precisamente no dia 30 de março.
Ela trazia o conteúdo de um grampo que envolvia Carlinhos Cachoeira e o subprocurador da República, José Roberto Santoro. Aliás, o mesmo subprocurador do famoso Caso Lunus, que atropelou a candidatura de Roseana Sarney.
Não estou aqui a fazer insinuações nem ilações. Mas nesse grampo da época Santoro diz textualmente como o leitor poderá ver mais abaixo, que:
“Ele (Cláudio Fontelles, procurador à época) vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista (Mino Pedrosa, da Veja), juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã. (…) Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula.”
Foi a partir desse episódio de Waldomiro Diniz que José Dirceu começou a cair.
Mais à frente, outro grampo, neste caso de Maurício Marinho, diretor dos Correios, publicado pela Revista Veja, detonou o escândalo do Mensalão. Roberto Jefferson, então presidente do partido de Marinho, o PTB, resolveu sair atirando e afirmando que o esquema tinha relação com uma mesada para deputados federais.
E escolheu José Dirceu como alvo.
A revelação de que Demóstenes era quase como um “sócio” de Cachoeira e de que o caso está na gaveta do procurador Roberto Gurgel desde 2009 são elementos suficientes para que essa história do mensalão comece a ser relida a partir de outros ângulos. Um deles: “Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?”
Segue a degravação do JN do dia 20 de março, que revela depoimento de Cachoeira ao subprocurador da República José Roberto Santoro, antes de o caso se tornar um escândalo. Ao ler essa degravação a luz dos novos acontecimentos o leitor talvez imagine o tamanho da pulga que está atrás da orelha deste blogueiro sujo.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Surge uma nova fita do caso Waldomiro Diniz. Ela registra um depoimento extra-oficial que o dono de casas de jogos, Carlos Cachoeira, prestou ao subprocurador da República, José Roberto Santoro, antes de o escândalo vir a público pela revista Época.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : O objetivo do subprocurador era obter oficialmente, de Cachoeira, a fita em que Waldomiro pede dinheiro a ele. O depoimento teria durado quatro horas, mas somente 28 minutos foram gravados.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : O Jornal Nacional obteve a fita, sábado passado, de um intermediário que se disse a mando de Carlos Cachoeira. Ao investigarmos o intermediário, constatamos que ele, de fato, tinha relações próximas com Cachoeira. A fita foi levada à perícia, que atestou que ela não apresentava montagem.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Ontem, a Procuradoria da República, ao oferecer denúncia no caso do contrato da G-Tech com a Caixa, pediu o perdão judicial para Carlos Cachoeira, com a alegação de que ele estaria colaborando com a Justiça. Hoje, quando o Jornal Nacional finalmente conseguiu falar com Cachoeira, ele negou ser o autor da gravação, como o intermediário tinha dito. E disse nada saber sobre ela. O intermediário não soube explicar a atitude de Cachoeira.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Como a fita foi aprovada pela perícia, o Jornal Nacional decidiu divulgá-la. Procedendo assim, considera que está contribuindo para a elucidação de todos os aspectos que o escândalo tem. A fita teria sido gravada, segundo o intermediário, na noite do dia 12 de fevereiro. O procurador Santoro admite que os diálogos existiram, mas disse que o depoimento ocorreu no dia 8 de fevereiro. Dele, participaram, além de Santoro e Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, um delegado da Polícia Federal, Jácomo Santoro, um advogado de Cachoeira e a mulher dele.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Na fita, o procurador Santoro se mostra preocupado com o adiantado da hora. Eram 3h da manhã. Diz a Cachoeira que seu superior hierárquico, o procurador Cláudio Fontelles, costuma chegar cedo ao trabalho. Que se o encontrasse ali, poderia estranhar a reunião e veria um subprocurador geral da República empenhado em derrubar o governo do PT.
REPÓRTER : A fita foi examinada pelo perito Ricardo Molina. No laudo, ele certifica que a gravação não apresenta indícios de montagem. O subprocurador José Roberto Santoro ouviu o depoimento de Cachoeira e pediu que ele entregasse a fita de vídeo em que o ex-assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, aparece pedindo propina, porque, segundo ele, seria uma prova lícita.
GRAVAÇÃO:
SANTORO : Faz o seguinte: entrega a fita, não depõe, diz que vai depor mais tarde pra ver o que que aconteceu, porque aí você acautela que você colaborou com a Justiça, entregou a fita, acautelou prova lícita o cacete a quatro. Então. E aí vem o cafofo
REPÓRTER : A fita de vídeo, a que se referia o subprocurador, foi gravada por Cachoeira em 2002.
GRAVAÇÃO:
Um por cento.
No total?
REPÓRTER : O subprocurador já tinha uma cópia dessa gravação, que segundo ele havia sido entregue pelo senador Antero Paes de Barros, do PSDB de Mato Grosso, mas queria uma cópia do próprio Cachoeira. Ele, porém, durante horas recusou-se a entregar espontaneamente a gravação. Como alternativa, Cachoeira propôs que a Polícia Federal fizesse uma busca para apreender a fita.
GRAVAÇÃO:
CACHOEIRA: Eu entrego o endereço, entrego tudo… Combino o local.
SANTORO: Você sabe o que vai acontecer com essa fita?
CACHOEIRA: Ham?
SANTORO: A busca e apreensão vai ser feita pela Polícia Federal, a Polícia Federal vai lá bater. É isso? A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o Lacerda, o segundo é o ministro da Justiça e o terceiro é o Zé Dirceu. E o quarto o presidente.
CACHOEIRA: Ah, é desse jeito?
REPÓRTER : Em vários trechos da fita, Santoro procura encerrar logo a conversa. Diz que quer evitar o encontro com o procurador geral da República, superior dele. No diálogo, Santoro diz que o procurador poderia ver motivações políticas na investigação realizada naquelas condições.
GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral vai dizer assim, porra, você tá perseguindo o governo que me nomeou Procurador Geral, Santoro, que sacanagem é essa? Você tá querendo ferrar o assessor do Zé Dirceu, o que que você tem a ver com isso aí eu vou dizer: não, eu não tenho nada, tô ajudando, porra, ajudando como, você é um subprocurador Geral, você não tem que ficar na madrugada na Procuradoria tomando depoimento dos outros.
CACHOEIRA: É claro.
SANTORO: Ele vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã.
REPÓRTER :O jornalista a que se refere Santoro é Mino Pedrosa, dono de uma empresa de comunicação e que foi assessor de Cachoeira. Num diálogo, fica claro que Pedrosa foi uma das duas pessoas que tiveram acesso à fita com a conversa entre Waldomiro e Cachoeira. Em outro trecho, Santoro volta a mostrar preocupação com o tempo.
GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral chega, que ele chega 6h da manhã. Ele vai ver o carro, ele vai vir aqui na minha sala. Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula. A primeira coisa que ele vai dizer é o seguinte,o Santoro é meu inimigo, porque ele podia, como meu amigo, ter ligado pra mim e ter dito assim, olha, vai dar porcaria pro Zé Dirceu”. E eu não fiz isso. Não vou fazer mais, por quê? Porque chega. (ouviram?)
REPÓRTER : E adiante, mais uma vez, revela preocupação com a possibilidade da chegada do procurador geral, Claudio Fonteles.
GRAVAÇÃO:
SANTORO: Ó, estourou o meu limite, daqui a pouco o Cláudio chega, chega às 6h da manhã, vai ver teu carro na garagem, vai ser o que tem e vai ver um subprocurador geral empenhado em derrubar o governo do PT , você vê,3h da manhã, bicho…
REPÓRTER : O subprocurador José Roberto Santoro reconheceu que a conversa existiu, mas disse que a gravação é só de uma parte do diálogo, e que esse trecho está fora de contexto. José Roberto Santoro, o depoimento foi marcado à noite porque esse foi o horário escolhido por Carlinhos Cachoeira. Os outros depoimentos dados por ele também foram à noite. Sobre os trechos em que fala das conseqüências políticas e da possível reação do procurador-geral, Santoro disse que isso foi uma forma de pressionar Cachoeira, já que era tarde e ele se recusava a entregar a fita ou dar um depoimento consistente.
O subprocurador disse que insistiu para receber a fita de Cachoeira, porque a Justiça poderia ter dúvidas sobre a validade da cópia entregue pelo senador Antero Paes de Barros.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES :O procurador geral da República, Cláudio Fontelles, disse que não iria se manifestar porque, pela Constituição, todos os integrantes do Ministério Público têm autonomia e independência funcional. O jornalista Mino Pedrosa disse que teve acesso à fita, mas que devolveu a Cachoeira sem ter feito cópia ou ter entregue a gravação a outra pessoa.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : A revista Época, editada pela Editora Globo, informou que obteve a fita do senador Antero de Barros no dia 4 de fevereiro e que imediatamente mandou fazer uma perícia nela. Constatada a ausência de fraude, a revista ouviu os envolvidos. E obteve, em entrevista, a confissão de Waldomiro Diniz de que, de fato, tinha pedido dinheiro a Carlos Cachoeira para campanhas eleitorais e propina para um amigo. Diante disso, a revista Época publicou a reportagem que revelou ao Brasil o escândalo Waldomiro – como agora o caso é chamado – e cumpriu seu dever com os leitores e com o país, sua única motivação.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : A direção da Caixa Econômica Federal entrou com representação no Ministério Público Federal, questionando o trabalho feito pelo procurador Marcelo Serra Azul no inquérito que investigou a renovação de contrato entre a Caixa e a GTech, empresa americana que opera o sistema de loterias no Brasil. O inquérito denunciou o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, por gestão fraudulenta e corrupção na negociação de renovação do contrato. Jorge Mattoso negou que vá se afastar do cargo ou demitir funcionários também denunciados pelo promotor.
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A história política é repleta de senões e detalhes é preciso ficar atento a eles. Há uma cena que sempre me vem à mente quando o caso do mensalão volta à tona. Ao fim da entrevista do presidente Lula com os “blogueiros sujos” foi sugerida uma foto oficial. Antes de fazê-la, senti Lula pegando-me pelo braço e ao mesmo tempo dizendo: “Deixa eu dizer uma coisa, deixa eu dizer uma coisa…”, o que fez com que os “sujos” se reunissem em torno dele. Sem que ninguém tivesse tocado no assunto, disparou. “Uma coisa que quero combinar com vocês é que depois que eu desencarnar vou contar tudo o que sei dessa história do mensalão.
Sabem por quê? Porque o Zé Dirceu pode ter muitos defeitos, mas o que fizeram com ele nessa história foi um absurdo… Depois de desencarnar, quero dar uma entrevista para vocês para falar disso, combinado?”
Dito isto, falou: “Cadê o cloaquinha, vem cá cloaquinha, fica do meu lado”. Foi quando foi tirada a foto acima.
Hoje depois de ler algumas matérias relacionando o caso Demóstenes e Cachoeira ao episódio do mensalão, recordei-me de uma reportagem publicada no Jornal Nacional em março de 2004, mais precisamente no dia 30 de março.
Ela trazia o conteúdo de um grampo que envolvia Carlinhos Cachoeira e o subprocurador da República, José Roberto Santoro. Aliás, o mesmo subprocurador do famoso Caso Lunus, que atropelou a candidatura de Roseana Sarney.
Não estou aqui a fazer insinuações nem ilações. Mas nesse grampo da época Santoro diz textualmente como o leitor poderá ver mais abaixo, que:
“Ele (Cláudio Fontelles, procurador à época) vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista (Mino Pedrosa, da Veja), juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã. (…) Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula.”
Foi a partir desse episódio de Waldomiro Diniz que José Dirceu começou a cair.
Mais à frente, outro grampo, neste caso de Maurício Marinho, diretor dos Correios, publicado pela Revista Veja, detonou o escândalo do Mensalão. Roberto Jefferson, então presidente do partido de Marinho, o PTB, resolveu sair atirando e afirmando que o esquema tinha relação com uma mesada para deputados federais.
E escolheu José Dirceu como alvo.
A revelação de que Demóstenes era quase como um “sócio” de Cachoeira e de que o caso está na gaveta do procurador Roberto Gurgel desde 2009 são elementos suficientes para que essa história do mensalão comece a ser relida a partir de outros ângulos. Um deles: “Quem armou para arrancar Zé Dirceu do governo Lula?”
Segue a degravação do JN do dia 20 de março, que revela depoimento de Cachoeira ao subprocurador da República José Roberto Santoro, antes de o caso se tornar um escândalo. Ao ler essa degravação a luz dos novos acontecimentos o leitor talvez imagine o tamanho da pulga que está atrás da orelha deste blogueiro sujo.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Surge uma nova fita do caso Waldomiro Diniz. Ela registra um depoimento extra-oficial que o dono de casas de jogos, Carlos Cachoeira, prestou ao subprocurador da República, José Roberto Santoro, antes de o escândalo vir a público pela revista Época.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : O objetivo do subprocurador era obter oficialmente, de Cachoeira, a fita em que Waldomiro pede dinheiro a ele. O depoimento teria durado quatro horas, mas somente 28 minutos foram gravados.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : O Jornal Nacional obteve a fita, sábado passado, de um intermediário que se disse a mando de Carlos Cachoeira. Ao investigarmos o intermediário, constatamos que ele, de fato, tinha relações próximas com Cachoeira. A fita foi levada à perícia, que atestou que ela não apresentava montagem.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Ontem, a Procuradoria da República, ao oferecer denúncia no caso do contrato da G-Tech com a Caixa, pediu o perdão judicial para Carlos Cachoeira, com a alegação de que ele estaria colaborando com a Justiça. Hoje, quando o Jornal Nacional finalmente conseguiu falar com Cachoeira, ele negou ser o autor da gravação, como o intermediário tinha dito. E disse nada saber sobre ela. O intermediário não soube explicar a atitude de Cachoeira.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : Como a fita foi aprovada pela perícia, o Jornal Nacional decidiu divulgá-la. Procedendo assim, considera que está contribuindo para a elucidação de todos os aspectos que o escândalo tem. A fita teria sido gravada, segundo o intermediário, na noite do dia 12 de fevereiro. O procurador Santoro admite que os diálogos existiram, mas disse que o depoimento ocorreu no dia 8 de fevereiro. Dele, participaram, além de Santoro e Cachoeira, o procurador Marcelo Serra Azul, um delegado da Polícia Federal, Jácomo Santoro, um advogado de Cachoeira e a mulher dele.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : Na fita, o procurador Santoro se mostra preocupado com o adiantado da hora. Eram 3h da manhã. Diz a Cachoeira que seu superior hierárquico, o procurador Cláudio Fontelles, costuma chegar cedo ao trabalho. Que se o encontrasse ali, poderia estranhar a reunião e veria um subprocurador geral da República empenhado em derrubar o governo do PT.
REPÓRTER : A fita foi examinada pelo perito Ricardo Molina. No laudo, ele certifica que a gravação não apresenta indícios de montagem. O subprocurador José Roberto Santoro ouviu o depoimento de Cachoeira e pediu que ele entregasse a fita de vídeo em que o ex-assessor do Palácio do Planalto, Waldomiro Diniz, aparece pedindo propina, porque, segundo ele, seria uma prova lícita.
GRAVAÇÃO:
SANTORO : Faz o seguinte: entrega a fita, não depõe, diz que vai depor mais tarde pra ver o que que aconteceu, porque aí você acautela que você colaborou com a Justiça, entregou a fita, acautelou prova lícita o cacete a quatro. Então. E aí vem o cafofo
REPÓRTER : A fita de vídeo, a que se referia o subprocurador, foi gravada por Cachoeira em 2002.
GRAVAÇÃO:
Um por cento.
No total?
REPÓRTER : O subprocurador já tinha uma cópia dessa gravação, que segundo ele havia sido entregue pelo senador Antero Paes de Barros, do PSDB de Mato Grosso, mas queria uma cópia do próprio Cachoeira. Ele, porém, durante horas recusou-se a entregar espontaneamente a gravação. Como alternativa, Cachoeira propôs que a Polícia Federal fizesse uma busca para apreender a fita.
GRAVAÇÃO:
CACHOEIRA: Eu entrego o endereço, entrego tudo… Combino o local.
SANTORO: Você sabe o que vai acontecer com essa fita?
CACHOEIRA: Ham?
SANTORO: A busca e apreensão vai ser feita pela Polícia Federal, a Polícia Federal vai lá bater. É isso? A primeira coisa que vai ser, vai ser periciada e a primeira pessoa que vai ter acesso a essa fita é o Lacerda, o segundo é o ministro da Justiça e o terceiro é o Zé Dirceu. E o quarto o presidente.
CACHOEIRA: Ah, é desse jeito?
REPÓRTER : Em vários trechos da fita, Santoro procura encerrar logo a conversa. Diz que quer evitar o encontro com o procurador geral da República, superior dele. No diálogo, Santoro diz que o procurador poderia ver motivações políticas na investigação realizada naquelas condições.
GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral vai dizer assim, porra, você tá perseguindo o governo que me nomeou Procurador Geral, Santoro, que sacanagem é essa? Você tá querendo ferrar o assessor do Zé Dirceu, o que que você tem a ver com isso aí eu vou dizer: não, eu não tenho nada, tô ajudando, porra, ajudando como, você é um subprocurador Geral, você não tem que ficar na madrugada na Procuradoria tomando depoimento dos outros.
CACHOEIRA: É claro.
SANTORO: Ele vai chegar aqui e vai dizer o sacana do Santoro resolveu acabar com o governo do PT, e pra isso arrumou um jornalista, juntaram-se com um bicheiro, e resolveram na calada da noite tomar depoimento. Não foi nem durante o dia, foi às 3h da manhã.
REPÓRTER :O jornalista a que se refere Santoro é Mino Pedrosa, dono de uma empresa de comunicação e que foi assessor de Cachoeira. Num diálogo, fica claro que Pedrosa foi uma das duas pessoas que tiveram acesso à fita com a conversa entre Waldomiro e Cachoeira. Em outro trecho, Santoro volta a mostrar preocupação com o tempo.
GRAVAÇÃO:
SANTORO: Daqui a pouco o Procurador Geral chega, que ele chega 6h da manhã. Ele vai ver o carro, ele vai vir aqui na minha sala. Ele vai vir aqui, e vai ver, tomando um depoimento pra, desculpe a expressão, pra ferrar o chefe da Casa Civil da Presidência da República, o homem mais poderoso do governo, ou seja, pra derrubar o governo Lula. A primeira coisa que ele vai dizer é o seguinte,o Santoro é meu inimigo, porque ele podia, como meu amigo, ter ligado pra mim e ter dito assim, olha, vai dar porcaria pro Zé Dirceu”. E eu não fiz isso. Não vou fazer mais, por quê? Porque chega. (ouviram?)
REPÓRTER : E adiante, mais uma vez, revela preocupação com a possibilidade da chegada do procurador geral, Claudio Fonteles.
GRAVAÇÃO:
SANTORO: Ó, estourou o meu limite, daqui a pouco o Cláudio chega, chega às 6h da manhã, vai ver teu carro na garagem, vai ser o que tem e vai ver um subprocurador geral empenhado em derrubar o governo do PT , você vê,3h da manhã, bicho…
REPÓRTER : O subprocurador José Roberto Santoro reconheceu que a conversa existiu, mas disse que a gravação é só de uma parte do diálogo, e que esse trecho está fora de contexto. José Roberto Santoro, o depoimento foi marcado à noite porque esse foi o horário escolhido por Carlinhos Cachoeira. Os outros depoimentos dados por ele também foram à noite. Sobre os trechos em que fala das conseqüências políticas e da possível reação do procurador-geral, Santoro disse que isso foi uma forma de pressionar Cachoeira, já que era tarde e ele se recusava a entregar a fita ou dar um depoimento consistente.
O subprocurador disse que insistiu para receber a fita de Cachoeira, porque a Justiça poderia ter dúvidas sobre a validade da cópia entregue pelo senador Antero Paes de Barros.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES :O procurador geral da República, Cláudio Fontelles, disse que não iria se manifestar porque, pela Constituição, todos os integrantes do Ministério Público têm autonomia e independência funcional. O jornalista Mino Pedrosa disse que teve acesso à fita, mas que devolveu a Cachoeira sem ter feito cópia ou ter entregue a gravação a outra pessoa.
APRESENTADOR WILLIAM BONNER : A revista Época, editada pela Editora Globo, informou que obteve a fita do senador Antero de Barros no dia 4 de fevereiro e que imediatamente mandou fazer uma perícia nela. Constatada a ausência de fraude, a revista ouviu os envolvidos. E obteve, em entrevista, a confissão de Waldomiro Diniz de que, de fato, tinha pedido dinheiro a Carlos Cachoeira para campanhas eleitorais e propina para um amigo. Diante disso, a revista Época publicou a reportagem que revelou ao Brasil o escândalo Waldomiro – como agora o caso é chamado – e cumpriu seu dever com os leitores e com o país, sua única motivação.
APRESENTADORA FÁTIMA BERNARDES : A direção da Caixa Econômica Federal entrou com representação no Ministério Público Federal, questionando o trabalho feito pelo procurador Marcelo Serra Azul no inquérito que investigou a renovação de contrato entre a Caixa e a GTech, empresa americana que opera o sistema de loterias no Brasil. O inquérito denunciou o presidente da Caixa, Jorge Mattoso, por gestão fraudulenta e corrupção na negociação de renovação do contrato. Jorge Mattoso negou que vá se afastar do cargo ou demitir funcionários também denunciados pelo promotor.
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A batata do Agripino está assando
Saiu no Estadão, na pág. A8: “MP pede que José Agripino seja investigado”.
O MP do Rio Grande do Norte enviou ao brindeiro Gurgel (isso é um perigo !) pedido para investigar o presidente, líder e coronel do DEMO, Agripino Maia, o Varão de Plutarco do Rio Grande do Norte.
Agripino teria – teria – recebido R$ 1 milhão da máfia da inspeção veicular no Estado.
O dinheiro teria sido pago no sotão do apartamento do ilustre senador, em Natal.
Tudo isso está registrado na Operação Sinal Fechado da Polícia Federal.
O MP do Rio Grande do Norte enviou ao brindeiro Gurgel (isso é um perigo !) pedido para investigar o presidente, líder e coronel do DEMO, Agripino Maia, o Varão de Plutarco do Rio Grande do Norte.
Agripino teria – teria – recebido R$ 1 milhão da máfia da inspeção veicular no Estado.
O dinheiro teria sido pago no sotão do apartamento do ilustre senador, em Natal.
Tudo isso está registrado na Operação Sinal Fechado da Polícia Federal.
Faustino trabalhou para o Padim Pade Cerra, no Governo de São Paulo, como braço direito de Aloysio 300 mil, então Chefe da Casa Civil do Padim Pade Cerra.
Depois que a Folha “matou” o adversário Romeu Tuma (no Sírio !!!), Aloysio 300 mil se elegeu senador.
João Faustino foi apanhado no sinal fechado.
Mas, antes, deu suculenta entrevista em vídeo para dizer que era amigo do peito do Cerra.
Demóstenes, Cachoeira, Policarpo, Faustino – diz-me com quem andas e te direi quem és.
Não deixe de ler “Cerra é fã do Demostenes e daria a ele função de destaque na área de Seguranca, se fosse eleito”.
Quem sabe, amigo navegante, Cerra poria o Demóstenes e o Cachoeira para combater os caça-níqueis, o jogo do bicho, a escuta clandestina, a corrupção na indústria de genéricos, o contrabando de cozinhas …
Como se sabe, Cerra é o nosso Putin.
Paulo Henrique Amorim
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CPT acusa Governo do Pará de acordo escuso com a família Mutran e o Grupo Sta Bárbara
No Blog do Sakamoto:
A Comissão Pastoral da Terra no Pará soltou uma nota pública, nesta segunda (26), afirmando que o governo estadual está fechando um acordo com a família Mutran e o grupo Santa Bárbara Xinguara para “vender, ilegalmente, terras públicas a preço de ‘banana’”. A CPT é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em 2008, a Folha de S. Paulo publicou boa matéria sobre o tema. De acordo com o jornal, as áreas eram públicas e estavam cedidas pelo Estado para colonização e extrativismo e não poderiam ser vendidas sem autorização do governo. Agora, segundo a Pastoral da Terra, um acordo para formalizar tudo está para ser homologado.
Santa Bárbara, que possui um dos maiores rebanhos do país, é ligado ao grupo Opportunity, de Daniel Dantas. Mas, de acordo com documentos registrados nas Juntas Comerciais de São Paulo e do Pará, obtidos pelo Ministério Público Federal, Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, é quem aparece como uma das sócias. A situação fundiária é tão confusa que a Justiça do Trabalho no Pará, por conta de outros processos, solicitou a representantes da empresa informações sobre quem são realmente os sócios do empreendimento, dando um prazo de dez dias a partir de 22 de março.
Lembrar é viver: Uma das fazendas vendidas à Santa Bárbara é a Espírito Santo. Que tem uma história manchada de sangue. Em setembro de 1989, aos 17 anos, o trabalhador rural José Pereira Ferreira foi atingido por uma bala no rosto por funcionários da fazenda Espírito Santo quando tentava escapar do trabalho escravo. A propriedade era de Benedito Mutran Filho, na cidade de Sapucaia, Sul do Pará. O caso, que não recebeu uma resposta das autoridades brasileiras, foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Para não ser condenado por omissão, o governo brasileiro teve que fazer um acordo em que se comprometia a adotar uma série de medidas para combater o trabalho escravo e a indenizar José Pereira pela omissão do Estado. Em novembro de 2003, o Congresso Nacional aprovou um pagamento de R$ 52 mil. O caso ainda está aberto, aguardando julgamento de acusados. Tanto no processo da OEA quanto no que correu na Justiça brasileira, Benedito Mutran Filho não aparece entre os réus.
Este fevereiro deste ano, outra fazenda do grupo Santa Bárbara Xinguara, libertou cinco trabalhadores, incluindo um jovem de 16 anos, em uma fazenda do grupo Santa Bárbara Xinguara em São Félix do Xingu – caso que ganhou repercussão na imprensa.
Segue a nota da Pastoral da Terra:
O Estado do Pará, que deveria reaver e retomar as áreas públicas, correspondente às fazendas Espírito Santo e Mundo Novo, localizadas no Sul do Pará, que foram ilegalmente destacadas do Estado, está vendendo essas terras a preço de irrisório, bem abaixo do valor de mercado, dilapidando o próprio patrimônio.
Em 09 de junho 2010, Pará ingressou com ações perante à Vara Agrária de Redenção, para reaver essas terras do Estado, contra Benedito Mutran Filho, Cláudia Dacier Lobato Prantera Mutran, Alcobaça Participações Ltda e Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A, esta pertencente ao grupo Opportunity, que tem como um de seus sócios o banqueiro Daniel Dantas. Em razão dessas ações, essas áreas estão com os suas matriculas bloqueadas no cartório de registro de imóveis de Xinguara.
Essas terras foram concedidas no final da década de 50 à família Mutran, por aforamento, isto é, para coleta de castanha-do-Pará, onde o Estado permitia a exploração da castanha, sem contudo transferi-la do patrimônio público ao privado. Entretanto, a atividade original do aforamento, a extração de castanha-do-pará, foi deixada de lado, sem a autorização do Estado, para a pecuária, inclusive com desmatamento de grande parte das áreas e exploração de madeira.
Benedito Mutran Filho, antes mesmo de obter o ato de alienação definitiva dessas fazendas, o que supostamente ocorreu no dia 28 de dezembro de 2006, fez contratos de promessa de compra e venda dos imóveis em 9 de setembro de 2005 às empresas Santa Bárbara e Alcobaça. Na época, o ato de alienação concedido pelo Iterpa em favor de Benedito Mutran Filho foi realizado sem qualquer autorização do chefe do Poder Executivo, o governador, o que caracteriza a sua nulidade.
O que é muito mais grave é que, apesar de ter sido o próprio Estado do Pará quem ingressou com as ações para reaver essas terras públicas, este mesmo Estado firmou acordo com Benedito Mutran nos processos, para vender as mesmas a um valor muito abaixo do valor de mercado, a preço de “banana”, chegando a ser até mais de 13 vezes menor que o valor que elas realmente valiam. Por exemplo, a fazenda Mundo Novo que o Estado do Pará vendeu no acordo a Benedito Mutran pelo valor aproximado de R$ 400 mil, foi vendida pelo mesmo Mutran ao Grupo Santa Bárbara por mais de R$ 5 milhões.
Não bastassem essas gravíssimas ilegalidades e irregularidades, os Procuradores do Estado do Pará estão prevendo no acordo, honorários de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para sua Associação particular, portanto se beneficiando pessoalmente com o acordo.
O que o Estado do Pará ganha em vender suas terras a preço tão irrisório?
O acordo já foi celebrado, faltando apenas o juiz da Vara Agrária de Redenção homologar.
Diante disso, para preservar o interesse e o patrimônio público exige-se:
1. A não homologação do acordo pelo poder judiciário, vez que assim o fazendo, o judiciário estaria sendo conivente com as ilegalidades e irregularidades dos processos.
2. A atuação do Ministério Público Estadual e Federal que deve agir de maneira exemplar para zelar pelo patrimônio público e investigar e denunciar as ilegalidades do processo.
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A Comissão Pastoral da Terra no Pará soltou uma nota pública, nesta segunda (26), afirmando que o governo estadual está fechando um acordo com a família Mutran e o grupo Santa Bárbara Xinguara para “vender, ilegalmente, terras públicas a preço de ‘banana’”. A CPT é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Em 2008, a Folha de S. Paulo publicou boa matéria sobre o tema. De acordo com o jornal, as áreas eram públicas e estavam cedidas pelo Estado para colonização e extrativismo e não poderiam ser vendidas sem autorização do governo. Agora, segundo a Pastoral da Terra, um acordo para formalizar tudo está para ser homologado.
Santa Bárbara, que possui um dos maiores rebanhos do país, é ligado ao grupo Opportunity, de Daniel Dantas. Mas, de acordo com documentos registrados nas Juntas Comerciais de São Paulo e do Pará, obtidos pelo Ministério Público Federal, Verônica Dantas, irmã de Daniel Dantas, é quem aparece como uma das sócias. A situação fundiária é tão confusa que a Justiça do Trabalho no Pará, por conta de outros processos, solicitou a representantes da empresa informações sobre quem são realmente os sócios do empreendimento, dando um prazo de dez dias a partir de 22 de março.
Lembrar é viver: Uma das fazendas vendidas à Santa Bárbara é a Espírito Santo. Que tem uma história manchada de sangue. Em setembro de 1989, aos 17 anos, o trabalhador rural José Pereira Ferreira foi atingido por uma bala no rosto por funcionários da fazenda Espírito Santo quando tentava escapar do trabalho escravo. A propriedade era de Benedito Mutran Filho, na cidade de Sapucaia, Sul do Pará. O caso, que não recebeu uma resposta das autoridades brasileiras, foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Para não ser condenado por omissão, o governo brasileiro teve que fazer um acordo em que se comprometia a adotar uma série de medidas para combater o trabalho escravo e a indenizar José Pereira pela omissão do Estado. Em novembro de 2003, o Congresso Nacional aprovou um pagamento de R$ 52 mil. O caso ainda está aberto, aguardando julgamento de acusados. Tanto no processo da OEA quanto no que correu na Justiça brasileira, Benedito Mutran Filho não aparece entre os réus.
Este fevereiro deste ano, outra fazenda do grupo Santa Bárbara Xinguara, libertou cinco trabalhadores, incluindo um jovem de 16 anos, em uma fazenda do grupo Santa Bárbara Xinguara em São Félix do Xingu – caso que ganhou repercussão na imprensa.
Segue a nota da Pastoral da Terra:
O Estado do Pará, que deveria reaver e retomar as áreas públicas, correspondente às fazendas Espírito Santo e Mundo Novo, localizadas no Sul do Pará, que foram ilegalmente destacadas do Estado, está vendendo essas terras a preço de irrisório, bem abaixo do valor de mercado, dilapidando o próprio patrimônio.
Em 09 de junho 2010, Pará ingressou com ações perante à Vara Agrária de Redenção, para reaver essas terras do Estado, contra Benedito Mutran Filho, Cláudia Dacier Lobato Prantera Mutran, Alcobaça Participações Ltda e Agropecuária Santa Bárbara Xinguara S/A, esta pertencente ao grupo Opportunity, que tem como um de seus sócios o banqueiro Daniel Dantas. Em razão dessas ações, essas áreas estão com os suas matriculas bloqueadas no cartório de registro de imóveis de Xinguara.
Essas terras foram concedidas no final da década de 50 à família Mutran, por aforamento, isto é, para coleta de castanha-do-Pará, onde o Estado permitia a exploração da castanha, sem contudo transferi-la do patrimônio público ao privado. Entretanto, a atividade original do aforamento, a extração de castanha-do-pará, foi deixada de lado, sem a autorização do Estado, para a pecuária, inclusive com desmatamento de grande parte das áreas e exploração de madeira.
Benedito Mutran Filho, antes mesmo de obter o ato de alienação definitiva dessas fazendas, o que supostamente ocorreu no dia 28 de dezembro de 2006, fez contratos de promessa de compra e venda dos imóveis em 9 de setembro de 2005 às empresas Santa Bárbara e Alcobaça. Na época, o ato de alienação concedido pelo Iterpa em favor de Benedito Mutran Filho foi realizado sem qualquer autorização do chefe do Poder Executivo, o governador, o que caracteriza a sua nulidade.
O que é muito mais grave é que, apesar de ter sido o próprio Estado do Pará quem ingressou com as ações para reaver essas terras públicas, este mesmo Estado firmou acordo com Benedito Mutran nos processos, para vender as mesmas a um valor muito abaixo do valor de mercado, a preço de “banana”, chegando a ser até mais de 13 vezes menor que o valor que elas realmente valiam. Por exemplo, a fazenda Mundo Novo que o Estado do Pará vendeu no acordo a Benedito Mutran pelo valor aproximado de R$ 400 mil, foi vendida pelo mesmo Mutran ao Grupo Santa Bárbara por mais de R$ 5 milhões.
Não bastassem essas gravíssimas ilegalidades e irregularidades, os Procuradores do Estado do Pará estão prevendo no acordo, honorários de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para sua Associação particular, portanto se beneficiando pessoalmente com o acordo.
O que o Estado do Pará ganha em vender suas terras a preço tão irrisório?
O acordo já foi celebrado, faltando apenas o juiz da Vara Agrária de Redenção homologar.
Diante disso, para preservar o interesse e o patrimônio público exige-se:
1. A não homologação do acordo pelo poder judiciário, vez que assim o fazendo, o judiciário estaria sendo conivente com as ilegalidades e irregularidades dos processos.
2. A atuação do Ministério Público Estadual e Federal que deve agir de maneira exemplar para zelar pelo patrimônio público e investigar e denunciar as ilegalidades do processo.
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'Sem voz estaria morto'
Lula: “Recebi uma bomba de Hiroshima dentro de mim”
Cláudia Collucci e Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que teve mais medo de perder a voz do que de morrer após a descoberta do câncer na laringe. “Se eu perdesse a voz, estaria morto.”
Um dia depois da notícia de que o tumor desapareceu, ele recebeu a Folha para uma entrevista exclusiva num quarto do hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde faz sessões de fonoaudiologia.
Lula comparou a uma “bomba de Hiroshima” o tratamento que fez, com sessões de químio e radioterapia.
Ele emocionou-se ao lembrar da luta do vice-presidente José Alencar (1931-2011), que morreu de câncer há exatamente um ano. “Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou.”
Quase 16 quilos mais magro e com a voz um pouco mais rouca que o normal, o ex-presidente ainda sente dor na garganta e diz que sonha com o dia em que poderá comer pão “com a casca dura”.
A entrevista foi acompanhada por Roberto Kalil, seu médico pessoal e “guru”, pelo fotógrafo Ricardo Stuckert e pelo presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto.
Folha – Como o sr. está?
Luiz Inácio Lula da Silva – O câncer está resolvido porque não existe mais aqui [aponta para a garganta]. Mas eu tenho que fazer tratamento por um tempo ainda. Tenho que manter a disciplina para evitar que aconteça alguma coisa. Aprendi que tanto quanto os médicos, tanto quanto as injeções, tanto quanto a quimioterapia, tanto quanto a radioterapia, a disciplina no tratamento, cumprir as normas que tem que cumprir, fazer as coisas corretamente, são condições básicas para a gente poder curar o câncer.
Foi difícil abrir mão…
Hoje é que eu tenho noção do que o Zé Alencar passou. [Fica com a voz embargada e os olhos marejados]. Eu, que convivi com ele tanto tempo, não tinha noção do que ele passou. A gente não sabe o que é pior, se a quimioterapia ou a radioterapia. Uns dizem que é a químio, outros que é a rádio. Para mim, os dois são um desastre. Um é uma bomba de Hiroshima e, o outro, eu nem sei que bomba é. Os dois são arrasadores.
O sr. teve medo?
A palavra correta não é medo. É um processo difícil de evitar, não tem uma única causa. As pessoas falam que é o cigarro [que causa a doença], falam que é um monte de coisa que dá, mas tá cheio de criancinha que nasce com câncer e não fuma.
Qual é a palavra correta?
A palavra correta… É uma doença que eu acho que é a mais delicada de todas. É avassaladora. Eu vim aqui com um tumor de 3 cm e de repente estava recebendo uma Hiroshima dentro de mim. [Em alguns momentos] Eu preferiria entrar em coma.
Kalil [interrompendo] – Pelo amor de Deus, presidente!
Em coma?
Eu falei para o Kalil: eu preferiria me trancar num freezer como um carpaccio. Sabe como se faz carpaccio? Você pega o contrafilé, tira a gordura, enrola a carne, amarra o barbante e coloca o contrafilé no freezer e, quando ele está congelado, você corta e faz o carpaccio. A minha vontade era me trancar no freezer e ficar congelado até…
Sentia dor?
Náusea, náusea. A boca não suporta nada, nada, nada, nada. A gente ouvindo as pessoas [que passam por um tratamento contra o câncer] falarem não tem dimensão do que estão sentindo.
Teve medo de morrer?
Eu tinha mais preocupação de perder a voz do que de morrer. Se eu perdesse a voz, estaria morto. Tem gente que fala que não tem medo de morrer, mas eu tenho. Se eu souber que a morte está na China, eu vou para a Bolívia.
O sr. acredita que existe alguma coisa depois da morte?
Eu acredito. Eu acredito que entre a vida que a gente conhece [e a morte] há muita coisa que ainda não compreendemos. Sou um homem que acredita que existam outras coisas que determinam a passagem nossa pela Terra. Sou um homem que acredita, que tem muita fé.
Mesmo assim, teve um medo grande?
Medo, medo, eu vivo com medo. Eu sou um medroso. Não venha me dizer: ‘Não tenha medo da morte’. Porque eu me quero vivo. Uma vez ouvi meu amigo [o escritor] Ariano Suassuna dizer que ele chama a morte de Caetana e que, quando vê a Caetana, ele corre dela. Eu não quero ver a Caetana nem…
Qual foi o pior momento neste processo?
Foi quando eu soube. Vim trazer a minha mulher para um exame e a Marisa e o Kalil armaram uma arapuca e me colocaram no tal de PET [aparelho que rastreia tumores]. Eu tinha passado pelo otorrino, o otorrino tinha visto a minha garganta inflamada.
Eu já estava há 40 dias com a garganta inflamada e cada pessoa que eu encontrava me dava uma pastilha No Brasil, as pessoas têm o hábito de dar pastilha para a gente. Não tinha uma pessoa que eu encontrasse que não me desse uma pastilha: ‘Essa aqui é boa, maravilhosa, essa é melhor’. Eu já tava cansado de chupar pastilha.
No dia do meu aniversário, eu disse: ‘Kalil, vou levar a Marisa para fazer uns exames’. E viemos para cá. O rapaz fez o exame, fez a endoscopia, disse que estava muito inflamada a minha garganta. Aí inventaram essa história de eu fazer o PET. Eu não queria fazer, eu não tinha nada, pô. Aí eu fui fazer depois de xingar muito o Kalil.
Depois, fui para uma sala onde estava o Kalil e mais uns dez médicos. Eu senti um clima meio estranho. O Kalil estava com uma cara meio de chorar. Aí eu falei: ‘Sabe de uma coisa? Vocês já foram na casa de alguém para comunicar a morte? Eu já fui. Então falem o que aconteceu, digam!’ Aí me contaram que eu tinha um tumor. E eu disse: ‘Então vamos tratar’.
Existia a possibilidade de operar o tumor, em vez de fazer o tratamento que o senhor fez.
Na realidade, isso nem foi discutido. Eles chegaram à conclusão de que tinha que fazer o que tinha que fazer para destruir o bicho [quimioterapia seguida de radioterapia], que era o mais certo. Eu disse: ‘Vamos fazer’.
O meu papel, então, a partir dessa decisão, era cumprir, era obedecer, me submeter a todos os caprichos que a medicina exigia. Porque eu sabia que era assim. Não pode vacilar. Você não pode [dizer]: ‘Hoje eu não quero, não tô com vontade’.
O senhor rezava, buscou ajuda espiritual?
Eu rezo muito, eu rezo muito, independentemente de estar doente.
Fez alguma promessa?
Não.
Existia também uma informação de que o senhor procurou ajuda do médium João de Deus.
Eu não procurei porque não conhecia as pessoas, mas várias pessoas me procuraram e eu sou muito agradecido. Várias pessoas vieram aqui, ainda hoje há várias pessoas me procurando. E todas as que me procurarem eu vou atender, conversar, porque eu acho que isso ajuda.
E como será a vida do sr. a partir de agora? Vai seguir com suas palestras?
Eu não quero tomar nenhuma decisão maluca. Eu ainda estou com a garganta muito dolorida, não posso dizer que estou normal porque, para comer, ainda dói.
Mas acho que entramos na fase em que, daqui a alguns dias, eu vou acordar e vou poder comer pão, sem fazer sopinha. Vou poder comer pão com aquela casca dura. Vai ser o dia!
Eu vou tomando as decisões com o tempo. Uma coisa eu tenho a certeza: eu não farei a agenda que já fiz. Nunca mais eu irei fazer a agenda alucinante e maluca que eu fiz nesses dez meses desde que eu deixei o governo. O que eu trabalhei entre março e outubro de 2011… Nós visitamos 30 e poucos países.
Eu não tenho mais vontade para isso, eu não vou fazer isso. Vou fazer menos coisas, com mais qualidade, participar das eleições de forma mais seletiva, ajudar a minha companheira Dilma [Rousseff] de forma mais seletiva, naquilo que ela entender que eu possa ajudar. Vou voltar mais tranquilo. O mundo não acaba na semana que vem.
Quando é que o senhor começa a participar da campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo?
Eu acho o Fernando Haddad o melhor candidato. São Paulo não pode continuar na mesmice de tantas e tantas décadas. Eu acho que ele vai surpreender muita gente. E desse negócio de surpreender muita gente eu sei. Muita gente dizia que a Dilma era um poste, que eu estava louco, que eu não entendia de política. Com o Fernando Haddad será a mesma coisa.
O senhor vai pedir à senadora Marta Suplicy para entrar na campanha dele também?
Eu acho que a Marta é uma militante política, ela está na campanha.
Tem falado com ela?
Falei com ela faz uns 15 dias. Ela me ligou para saber da saúde. Eu disse que, quando eu sarar, a gente vai conversar um monte.
E em 2014? O senhor volta a disputar a Presidência?
Para mim não tem 2014, 2018, 2022. Deixa eu contar uma coisa para vocês: eu acabei de deixar a Presidência da República, tem apenas um ano e quatro meses que eu deixei a Presidência.
Poucos brasileiros tiveram a sorte de passar pela Presidência da forma exitosa com que eu passei. E repetir o que eu fiz não será tarefa fácil. Eu sempre terei como adversário eu mesmo. Para que é que eu vou procurar sarna para me coçar se eu posso ajudar outras pessoas, posso trabalhar para outras pessoas?
E depois é o seguinte: você precisa esperar o tempo passar. Essas coisas você não decide agora. Um belo dia você não quer uma coisa, de repente se apresenta uma chance, você participa.
Mas a minha vontade agora é ajudar a minha companheira a ser a melhor presidenta, a trabalhar a reeleição dela. Eu digo sempre o seguinte: a Dilma só não será candidata à reeleição se ela não quiser. É direito dela, constitucional, de ser candidata a presidente da República. E eu terei imenso prazer de ser cabo eleitoral.
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A repressão do ato contra o golpe de 1964
Eles anunciaram e cumpriram.
Dezenas de militares da reserva se reuniram na tarde desta quinta-feira (29), no Círculo Militar, Rio de Janeiro, para comemorar o golpe militar de 1964, chamado pelos autores de “revolução”. Em protesto, militantes indignados com o fato se reuniram em um ato no local. Saldo: um militante preso e dois feridos após um conflito entre jovens e militares em pleno século 21, quando o mundo, em especial a América Latina, vive sua verdadeira revolução social
O ato foi organizado por diversos movimentos de juventude, ligados aos partidos políticos, como a União da Juventude Socialista no estado (UJS-RJ), do PCdoB; jovens do PT, Psol, PDT, entre outras; militantes de direitos humanos e parentes de vítimas da ditadura.
Cerca de 350 pessoas reunidas em frente na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia, na Cinelândia, recebiam os militares com gritos como “assassino”, “covarde” e “torturador”.
Nas ruas próximas, vários cartazes com frases como "Ditadura não é revolução", "Onde estão nossos mortos e desaparecidos do Araguaia?", além de fotografias de desaparecidos durante os anos de chumbo. Para representar o sangue derramado durante a ditadura, manifestantes derramaram um balde de tinta vermelha nas escadarias do Clube Militar.
Um dos militares revidou, tomando o celular das mãos de um manifestante, que também reagiu. Houve empurra-empurra e o estudante de Ciências Sociais Antônio Canha, de 20 anos, acabou sendo atingido por um tiro de descarga elétrica de uma pistola Taser, usada pela tropa de choque da PM. No momento em que foi colocado dentro do camburão, várias pessoas tentaram impedir, cercando o veículo.
A PM, então, usou spray de pimenta para dispersar a aglomeração. Os manifestantes responderam fechando a Avenida Rio Branco por dez minutos. “A ditadura não acabou, na PM também tem torturador”, gritavam os manifestantes revidando ao gás de pimenta. Foi quando novamente os policiais agiram arremessando bombas de efeito moral, cujos estilhaços feriram na barriga a manifestante Miriam Caetano, de 33 anos.
Os militares, que assistiam ao debate "1964 - A Verdade", ficaram sitiados no prédio do Clube Militar, na Cinelândia. Após o término do evento, quando tentaram sair, o prédio estava cercado pelos manifestantes. Em pequenos grupos, os militares deixaram o lugar por uma porta lateral, na rua Santa Luzia, escoltados pela PM até uma estação de metrô próxima ou até um táxi.
Repercussão no Twitter
Diversos militantes tuitavam enquanto estavam no conflito. “O ato virou uma batalha campal no centro da cidade! O babaca do Bolsonaro ficou acenando da janela durante a confusão”, exclamou no Twitter Flávia Calé, presidente da União da Juventude Socialista (UJS) no Rio de Janeiro, referindo-se ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), presente nas comemorações da chamada “revolução”.
Outros internautas lamentaram e se surpreenderam com o enfoque dado pela grande mídia, como em O Globo "O que era para ser uma simples comemoração do Golpe de 64" . "Sério, "O Globo" escreveu isso: "uma simples comemoração" do golpe de 64. caramba!!!!", postou a jornalista Nina Lemos
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Dezenas de militares da reserva se reuniram na tarde desta quinta-feira (29), no Círculo Militar, Rio de Janeiro, para comemorar o golpe militar de 1964, chamado pelos autores de “revolução”. Em protesto, militantes indignados com o fato se reuniram em um ato no local. Saldo: um militante preso e dois feridos após um conflito entre jovens e militares em pleno século 21, quando o mundo, em especial a América Latina, vive sua verdadeira revolução social
O ato foi organizado por diversos movimentos de juventude, ligados aos partidos políticos, como a União da Juventude Socialista no estado (UJS-RJ), do PCdoB; jovens do PT, Psol, PDT, entre outras; militantes de direitos humanos e parentes de vítimas da ditadura.
Cerca de 350 pessoas reunidas em frente na esquina da Avenida Rio Branco com Rua Santa Luzia, na Cinelândia, recebiam os militares com gritos como “assassino”, “covarde” e “torturador”.
Nas ruas próximas, vários cartazes com frases como "Ditadura não é revolução", "Onde estão nossos mortos e desaparecidos do Araguaia?", além de fotografias de desaparecidos durante os anos de chumbo. Para representar o sangue derramado durante a ditadura, manifestantes derramaram um balde de tinta vermelha nas escadarias do Clube Militar.
Um dos militares revidou, tomando o celular das mãos de um manifestante, que também reagiu. Houve empurra-empurra e o estudante de Ciências Sociais Antônio Canha, de 20 anos, acabou sendo atingido por um tiro de descarga elétrica de uma pistola Taser, usada pela tropa de choque da PM. No momento em que foi colocado dentro do camburão, várias pessoas tentaram impedir, cercando o veículo.
A PM, então, usou spray de pimenta para dispersar a aglomeração. Os manifestantes responderam fechando a Avenida Rio Branco por dez minutos. “A ditadura não acabou, na PM também tem torturador”, gritavam os manifestantes revidando ao gás de pimenta. Foi quando novamente os policiais agiram arremessando bombas de efeito moral, cujos estilhaços feriram na barriga a manifestante Miriam Caetano, de 33 anos.
Os militares, que assistiam ao debate "1964 - A Verdade", ficaram sitiados no prédio do Clube Militar, na Cinelândia. Após o término do evento, quando tentaram sair, o prédio estava cercado pelos manifestantes. Em pequenos grupos, os militares deixaram o lugar por uma porta lateral, na rua Santa Luzia, escoltados pela PM até uma estação de metrô próxima ou até um táxi.
Repercussão no Twitter
Diversos militantes tuitavam enquanto estavam no conflito. “O ato virou uma batalha campal no centro da cidade! O babaca do Bolsonaro ficou acenando da janela durante a confusão”, exclamou no Twitter Flávia Calé, presidente da União da Juventude Socialista (UJS) no Rio de Janeiro, referindo-se ao deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), presente nas comemorações da chamada “revolução”.
Outros internautas lamentaram e se surpreenderam com o enfoque dado pela grande mídia, como em O Globo "O que era para ser uma simples comemoração do Golpe de 64" . "Sério, "O Globo" escreveu isso: "uma simples comemoração" do golpe de 64. caramba!!!!", postou a jornalista Nina Lemos
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Raul Seixas: O maluco beleza que nunca foi
Por Cynara Menezes (Carta Capital)
As canções de Raul Seixas fazem parte das minhas primeiras memórias musicais. Quando era criança, no interior da Bahia, Raul fazia um sucesso tremendo. Antes de começarem as matinês dominicais do cine Éden, em Ipiaú, na região cacaueira, onde moram meus avós, sempre tocavam “Al Capone”. E, nos cafundós onde morávamos graças ao emprego de gerente de banco do meu pai, o rádio tocava “Ouro de Tolo” direto. Eu, pequenina, achava incrível aquele negócio de “boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” e não sei o quê do disco voador.
Adulta, entendi “Ouro de Tolo” e a mensagem da canção me tocou profundamente: “Eu devia estar contente porque tenho um emprego, sou o dito cidadão respeitado e ganho 4 mil cruzeiros por mês”. É o tipo de coisa que faz qualquer um cair na real, por mais jovem e pedante que seja. Já morando em Brasília, um amigo fã de Raul me apresentaria outras grandes canções: “A Maçã”, “Mata Virgem”, “Judas”, “O Trem das Sete”, “Canto Para a Minha Morte”, “O Conto do Sábio Chinês”. Em São Paulo, cobri a passeata dos raulseixistas em homenagem aos 10 anos de sua morte, em 1999. Um barato: o encontro acontece até hoje, em agosto, e os policiais costumam dar trégua aos fãs que acendem cigarrinhos raulzísticos no percurso.
Por tudo isso, imaginem o tamanho da minha emoção ao ir ver “Raul: O Início, o Fim e o Meio”, documentário de Walter Carvalho sobre o roqueiro baiano que está em cartaz em todo o país. E o filme não é ouro de tolo. Sua principal qualidade, em minha opinião, é ser jornalisticamente impecável. As entrevistas não são feitas para levantar a bola dos entrevistados ou do ídolo, como às vezes acontece. Todos são colocados na parede: ex-mulheres e parceiros, sobretudo Paulo Coelho, com quem Raul Seixas compôs grandes sucessos como “Gita” e “Sociedade Alternativa”, e Marcelo Nova, o derradeiro partner. Na verdade, só Cláudio Roberto, co-autor em “Maluco Beleza” e “O Dia Em Que a Terra Parou”, entre outros sucessos, escapa do olhar duro do documentarista.
Quem só conhece o Raul inchado do fim da carreira vai ficar impressionado com o espetacular performer que foi no auge, na década de 1970: um Mick Jagger com sotaque baiano. O documentário de Carvalho também acerta ao definir o exato tamanho da obra musical dele, comparando-a aos tropicalistas. Raul foi um dos primeiros em misturar ritmos brasileiros ao rock, como em “Let Me Sing, Let Me Sing”, de 1972.
Neste aspecto, um generoso e delicado Caetano Veloso dá um dos melhores depoimentos do filme, que passa longe do clichê “maluco beleza”. Aliás, fica claro ali que Raul Seixas criou o mito do “maluco beleza” mas não foi, ele mesmo, um deles. Levou drogas e álcool às últimas consequências, exatamente o oposto do que um “maluco beleza” faria. A representante do que Raul quis dizer na canção aparece na figura da produtora Maria Juçá, a única raulseixista legítima do filme.
“O Início, o Fim e o Meio” é emocionante de chorar e divertido de gargalhar, extremos que certamente agradariam Raul Seixas, o canceriano sem lar. Só não responde uma pergunta: por que Raul queria se anestesiar tanto da vida ao ponto de, em uma das fases finais, chegar a cheirar éter? Por que nunca “podia estar contente”? Na entrevista de lançamento, o diretor Walter Carvalho expôs a teoria de que o cantor sofreu até o fim por amor à primeira mulher, Edith, paixão que nunca teria superado. Mas o filme, ao contrário, mostra que Raul viveu uma longa e sofrida egotrip e nunca pareceu amar ninguém tanto assim.
O que vi foi um rapaz inocente, puro e besta, como se define na canção “Sessão das Dez”, fã de Elvis Presley, careta de tudo, e que subitamente perde a sua inocência. Acho que Raul passou a vida não sentindo saudades da primeira mulher, mas da inocência perdida – e talvez aí Carvalho tenha certa razão, porque Edith, sua vizinha em Salvador, fez parte dessa época. Mas quem chega mais perto de desvendar o mistério de Raul, para mim, é mesmo seu ex-parceiro Paulo Coelho, nesta frase de um especial para a tevê: “Ele foi uma pessoa que pagou o preço dos seus sonhos”. A vida é dura para os sonhadores, mesmo.
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As canções de Raul Seixas fazem parte das minhas primeiras memórias musicais. Quando era criança, no interior da Bahia, Raul fazia um sucesso tremendo. Antes de começarem as matinês dominicais do cine Éden, em Ipiaú, na região cacaueira, onde moram meus avós, sempre tocavam “Al Capone”. E, nos cafundós onde morávamos graças ao emprego de gerente de banco do meu pai, o rádio tocava “Ouro de Tolo” direto. Eu, pequenina, achava incrível aquele negócio de “boca escancarada cheia de dentes esperando a morte chegar” e não sei o quê do disco voador.
Adulta, entendi “Ouro de Tolo” e a mensagem da canção me tocou profundamente: “Eu devia estar contente porque tenho um emprego, sou o dito cidadão respeitado e ganho 4 mil cruzeiros por mês”. É o tipo de coisa que faz qualquer um cair na real, por mais jovem e pedante que seja. Já morando em Brasília, um amigo fã de Raul me apresentaria outras grandes canções: “A Maçã”, “Mata Virgem”, “Judas”, “O Trem das Sete”, “Canto Para a Minha Morte”, “O Conto do Sábio Chinês”. Em São Paulo, cobri a passeata dos raulseixistas em homenagem aos 10 anos de sua morte, em 1999. Um barato: o encontro acontece até hoje, em agosto, e os policiais costumam dar trégua aos fãs que acendem cigarrinhos raulzísticos no percurso.
Por tudo isso, imaginem o tamanho da minha emoção ao ir ver “Raul: O Início, o Fim e o Meio”, documentário de Walter Carvalho sobre o roqueiro baiano que está em cartaz em todo o país. E o filme não é ouro de tolo. Sua principal qualidade, em minha opinião, é ser jornalisticamente impecável. As entrevistas não são feitas para levantar a bola dos entrevistados ou do ídolo, como às vezes acontece. Todos são colocados na parede: ex-mulheres e parceiros, sobretudo Paulo Coelho, com quem Raul Seixas compôs grandes sucessos como “Gita” e “Sociedade Alternativa”, e Marcelo Nova, o derradeiro partner. Na verdade, só Cláudio Roberto, co-autor em “Maluco Beleza” e “O Dia Em Que a Terra Parou”, entre outros sucessos, escapa do olhar duro do documentarista.
Quem só conhece o Raul inchado do fim da carreira vai ficar impressionado com o espetacular performer que foi no auge, na década de 1970: um Mick Jagger com sotaque baiano. O documentário de Carvalho também acerta ao definir o exato tamanho da obra musical dele, comparando-a aos tropicalistas. Raul foi um dos primeiros em misturar ritmos brasileiros ao rock, como em “Let Me Sing, Let Me Sing”, de 1972.
Neste aspecto, um generoso e delicado Caetano Veloso dá um dos melhores depoimentos do filme, que passa longe do clichê “maluco beleza”. Aliás, fica claro ali que Raul Seixas criou o mito do “maluco beleza” mas não foi, ele mesmo, um deles. Levou drogas e álcool às últimas consequências, exatamente o oposto do que um “maluco beleza” faria. A representante do que Raul quis dizer na canção aparece na figura da produtora Maria Juçá, a única raulseixista legítima do filme.
“O Início, o Fim e o Meio” é emocionante de chorar e divertido de gargalhar, extremos que certamente agradariam Raul Seixas, o canceriano sem lar. Só não responde uma pergunta: por que Raul queria se anestesiar tanto da vida ao ponto de, em uma das fases finais, chegar a cheirar éter? Por que nunca “podia estar contente”? Na entrevista de lançamento, o diretor Walter Carvalho expôs a teoria de que o cantor sofreu até o fim por amor à primeira mulher, Edith, paixão que nunca teria superado. Mas o filme, ao contrário, mostra que Raul viveu uma longa e sofrida egotrip e nunca pareceu amar ninguém tanto assim.
O que vi foi um rapaz inocente, puro e besta, como se define na canção “Sessão das Dez”, fã de Elvis Presley, careta de tudo, e que subitamente perde a sua inocência. Acho que Raul passou a vida não sentindo saudades da primeira mulher, mas da inocência perdida – e talvez aí Carvalho tenha certa razão, porque Edith, sua vizinha em Salvador, fez parte dessa época. Mas quem chega mais perto de desvendar o mistério de Raul, para mim, é mesmo seu ex-parceiro Paulo Coelho, nesta frase de um especial para a tevê: “Ele foi uma pessoa que pagou o preço dos seus sonhos”. A vida é dura para os sonhadores, mesmo.
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PRÓXIMO DA EXTINÇÃO, DEM LANÇA NOVO LOGOTIPO
Como atesta nossa postagem.
http://cloacanews.blogspot.com.br/2012/03/proximo-da-extincao-dem-lanca-novo.html
Aos poucos, cumpre-se a profecia do Nunca Dantes,
Cordiais saudações do
Sr. Cloaca
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http://cloacanews.blogspot.com.br/2012/03/proximo-da-extincao-dem-lanca-novo.html
Aos poucos, cumpre-se a profecia do Nunca Dantes,
Cordiais saudações do
Sr. Cloaca
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quinta-feira, 29 de março de 2012
“Tenho pena dos que vivem com R$ 19 mil” diz tucano
Mesmo com o tradicional chororô e com as
ironias dos que continuaram reclamando que senador ganha pouco, a
Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou ontem, por
unanimidade, projeto de decreto legislativo que acaba com a farra dos
salários extras dos parlamentares, os chamados 14 e 15 salários, sobre
os quais eles não pagam Imposto de Renda.
Para não pagar o preço da execração
pública, alguns senadores votaram a favor à força e não esconderam a
revolta com o fim dos dois extras, de R$ 26,7 mil, pagos no início e no
fim de cada ano.
O senador Ivo Cassol (PP-RO), que na
semana passada reclamou que senador é muito mal remunerado e impediu a
votação da matéria, hoje não apareceu e mandou um voto em separado a
favor.
A revolta maior, ontem, foi manifestada
pelo senador Cyro Miranda (PSDB-GO), suplente de Marconi Perillo,
governador de Goiás. Cyro disse que o salário de R$ 19 mil líquidos não é
condizente com as atividades de um senador – não levando em conta que,
somando todas outras verbas e auxílios, além de outros benefícios, o
custo mensal de um senador chega a R$ 170 mil.
- Esse valor está há oito anos sem
correção! E quando tem correção, a sociedade grita! Eu não vivo de
salário de senador, tenho outras atividades, mas tenho pena daqueles que
são obrigados a viver com R$ 19 mil líquidos, com a estrutura que temos
aqui – reclamou Cyro Miranda, antes de também votar a favor do projeto.
Cyro, que em 2006 declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 3 milhões, provocou espanto em alguns colegas.
- Meu Deus do céu! Eu ando nas ruas,
vejo as pessoas! Como um senador pode dizer uma coisa dessas? – disse o
senador Lindbergh Farias (PT-RJ), autor do projeto.
O senador Benedito de Lira (PP-AL)
recorreu à ironia para demonstrar seu incômodo em votar sim. Pediu a
Lindbergh que incluísse em seu relatório também o fim do 13 salário dos
parlamentares, sugerindo que o petista deveria também abdicar deste
direito:
- Lindbergh poderia até, talvez,
instituir a honorabilidade para o cargo de senador, já que seria um
grande honra ser senador e servir ao seu país!
A senador Ana Amélia Lemos (PP-RS)
sugeriu a Lindbergh que fizesse uma emenda para proibir que ministros e
servidores aumentem seus salários com jetons de conselhos de estatais. O
projeto segue agora para a Mesa Diretora do Senado e será votado no
plenário da Casa. Depois, ainda precisa tramitar na Câmara.
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Emboscada no Pará contra fiscais do desmate ilegal
O país e o governo não podem e não devem tolerar milícias armadas, seja onde for - no Rio, onde elas infelizmente proliferam, no Pará, onde elas montam emboscada. Não pode admitir que elas existam formadas por quem for, por bandidos assumidos ou por jagunços de grileiros ou madeireiros ilegais.
Desta vez, o absurdo ocorreu no Pará, onde fiscais foram emboscados e alvo de tiros, durante ação de combate ao desmate ilegal. A equipe de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e do Instituto Chico Mendes (ICMBio) era formada por três fiscais e seis policiais militares ambientais do Pará.
Ela seguia pela BR-163, em Novo Progresso, quando se deparou com o caminho bloqueado por troncos de madeira. Foi abordada por dois homens armados, com máscaras e coletes à prova de balas. De acordo com o boletim de ocorrência, um policial militar estava no banco da frente da caminhonete do ICMBio e, quando o fiscal Márcio Rabello, que dirigia o veículo, reduziu a velocidade por conta do bloqueio, o policial colocou a mão na arma, fazendo um dos homens marcarados disparar contra o veículo. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Os autores da emboscada, não identificados, fugiram.
O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, disse que a Polícia Federal (PF) que está deslocando agentes de Santarém (PA) para o local e que solicitou a presença da Força Nacional na região. E é exatamente isso que deve ser feito.
A Força Nacional deve ser enviada imediatamente, junto com a PM paraense e a PF , para desarmar essas milícias, prender seus participantes, responsáveis, financiadores e mandantes, a serviço de quem quer que seja - latifundiário, pecuaristas, grileiros, madeireiros clandestinos. Ou, até mesmo, de empresas que acreditam que vivem em um país sem lei.
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Desta vez, o absurdo ocorreu no Pará, onde fiscais foram emboscados e alvo de tiros, durante ação de combate ao desmate ilegal. A equipe de fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) e do Instituto Chico Mendes (ICMBio) era formada por três fiscais e seis policiais militares ambientais do Pará.
Ela seguia pela BR-163, em Novo Progresso, quando se deparou com o caminho bloqueado por troncos de madeira. Foi abordada por dois homens armados, com máscaras e coletes à prova de balas. De acordo com o boletim de ocorrência, um policial militar estava no banco da frente da caminhonete do ICMBio e, quando o fiscal Márcio Rabello, que dirigia o veículo, reduziu a velocidade por conta do bloqueio, o policial colocou a mão na arma, fazendo um dos homens marcarados disparar contra o veículo. Houve troca de tiros, mas ninguém ficou ferido. Os autores da emboscada, não identificados, fugiram.
O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, disse que a Polícia Federal (PF) que está deslocando agentes de Santarém (PA) para o local e que solicitou a presença da Força Nacional na região. E é exatamente isso que deve ser feito.
A Força Nacional deve ser enviada imediatamente, junto com a PM paraense e a PF , para desarmar essas milícias, prender seus participantes, responsáveis, financiadores e mandantes, a serviço de quem quer que seja - latifundiário, pecuaristas, grileiros, madeireiros clandestinos. Ou, até mesmo, de empresas que acreditam que vivem em um país sem lei.
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O STJ e a jurisprudência pró-pedofilia
Estarrecedora a nova decisão do Superior Tribunal de Justiça confirmando a absolvição de outro homem processado por abuso sexual contra meninas de 12 anos.
Infelizmente, não é a primeira vez que isso ocorre.
O argumento para a absolvição é inacreditável: o fato de que as meninas já praticavam a prostituição e que, portanto, não caberia a “presunção de violência”.
Ora, com crianças desta idade a própria prostituição é uma inequívoca violência e quem dela participa é seu cúmplice.
Não é verossímil que meninas de 12 anos – e três! – pudessem aparentar serem maiores de idade, o que legitimaria uma relação sexual, ainda que por prostituição.
Ou melhor, mais ainda por prostituição, porque não se poderia ter este rigor se o caso fosse entre namorados precoces.
O réu absolvido pelo STJ certamente percebeu que praticava prostituição com menores e o que a corte fez foi dizer apenas que a sua conduta foi apenas “imoral e reprovável”, porque as meninas “estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo”.
O entendimento “prático” da decisão : segundo o STF, embora imoral e reprovável esta conduta, qualquer um está livre para servir-se da prostituição infantil sem incorrer em pena!”
O pior é que a relatora desta inconcebível decisão foi uma mulher, a ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Agarrou-se ao fato de que uma mudança na legislação, em 2009, eliminou a idade de 14 anos como definidora do estupro de menor e substituiu-a por “estrupo de vulnerável”.
Ou seja, no fato de ter sido criada uma brecha legal para não criminalizar uma relação consensual de dois jovens amadurecidos precocemente do ponto de vista sexual para escapar-se ao óbvio que a prostituição infantil – este é o nome, senhora Ministra – é a maior das vulnerabilidades a que se pode relegar uma criança!
Uma menina de 12 anos que se prostitui não o faz porque está exposta à mais completa vulnerabilidade social e/ou psicológica, pela pobreza, pelo abandono familiar, pela sexualização precoce e mercantil que o ambiente social promove?
Ninguém está pregando moralismos ou cegueira à realidade de uma antecipação da vida sexual na sociedade moderna.
Mas, alto lá, prostituição aos 12 anos não pode autorizar ninguém esclarecido e responsável, ministro de uma alta corte, a afirmar que não há violência, “haja vista constar dos autos que as menores já se prostituíam havia algum tempo”.
É dever de toda a sociedade – e de cada indivíduo – proteger a infância. Não adianta dizer apenas que a família falhou ou que o Estado falhou. Em última instância, cada cidadão deve saber que lhe compete respeitar este princípio e não violá-lo mesmo que uma criança, evidentemente vulnerável, ofereça-se ao sexo por dinheiro.
O tribunal, de forma deplorável, atirou fora seu papel exemplar, didático e está ensinando que qualquer um é livre para se associar, praticando sexo, à prostituição infantil.
Continua reduzindo a criança, mulher, à condição de vítima culpada: “ah, ela era prostituta, então pode”.
É a versão jurisconsulta do “estupra, mas não mata”.
Que vergonha para a Justiça brasileira.
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Infelizmente, não é a primeira vez que isso ocorre.
O argumento para a absolvição é inacreditável: o fato de que as meninas já praticavam a prostituição e que, portanto, não caberia a “presunção de violência”.
Ora, com crianças desta idade a própria prostituição é uma inequívoca violência e quem dela participa é seu cúmplice.
Não é verossímil que meninas de 12 anos – e três! – pudessem aparentar serem maiores de idade, o que legitimaria uma relação sexual, ainda que por prostituição.
Ou melhor, mais ainda por prostituição, porque não se poderia ter este rigor se o caso fosse entre namorados precoces.
O réu absolvido pelo STJ certamente percebeu que praticava prostituição com menores e o que a corte fez foi dizer apenas que a sua conduta foi apenas “imoral e reprovável”, porque as meninas “estavam longe de serem inocentes, ingênuas, inconscientes e desinformadas a respeito do sexo”.
O entendimento “prático” da decisão : segundo o STF, embora imoral e reprovável esta conduta, qualquer um está livre para servir-se da prostituição infantil sem incorrer em pena!”
O pior é que a relatora desta inconcebível decisão foi uma mulher, a ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Agarrou-se ao fato de que uma mudança na legislação, em 2009, eliminou a idade de 14 anos como definidora do estupro de menor e substituiu-a por “estrupo de vulnerável”.
Ou seja, no fato de ter sido criada uma brecha legal para não criminalizar uma relação consensual de dois jovens amadurecidos precocemente do ponto de vista sexual para escapar-se ao óbvio que a prostituição infantil – este é o nome, senhora Ministra – é a maior das vulnerabilidades a que se pode relegar uma criança!
Uma menina de 12 anos que se prostitui não o faz porque está exposta à mais completa vulnerabilidade social e/ou psicológica, pela pobreza, pelo abandono familiar, pela sexualização precoce e mercantil que o ambiente social promove?
Ninguém está pregando moralismos ou cegueira à realidade de uma antecipação da vida sexual na sociedade moderna.
Mas, alto lá, prostituição aos 12 anos não pode autorizar ninguém esclarecido e responsável, ministro de uma alta corte, a afirmar que não há violência, “haja vista constar dos autos que as menores já se prostituíam havia algum tempo”.
É dever de toda a sociedade – e de cada indivíduo – proteger a infância. Não adianta dizer apenas que a família falhou ou que o Estado falhou. Em última instância, cada cidadão deve saber que lhe compete respeitar este princípio e não violá-lo mesmo que uma criança, evidentemente vulnerável, ofereça-se ao sexo por dinheiro.
O tribunal, de forma deplorável, atirou fora seu papel exemplar, didático e está ensinando que qualquer um é livre para se associar, praticando sexo, à prostituição infantil.
Continua reduzindo a criança, mulher, à condição de vítima culpada: “ah, ela era prostituta, então pode”.
É a versão jurisconsulta do “estupra, mas não mata”.
Que vergonha para a Justiça brasileira.
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Dilma e os BRICs calam a elite
Por exemplo, descobriu que, de fato, os BRICs deram o primeiro passo para criar um Banco de Desenvolvimento, como contra-peso ao Banco Mundial (controlado desde Bretton Woods pelos Estados Unidos).
“Este novo banco de desenvolvimento tentará converter o poder econômico dos BRICs em influência diplomática coletiva”.
Além do banco de desenvolvimento, o objetivo é aproximar as Bolsas de Valores dos países dos BRICs.
E estimular o comércio nas próprias moedas.
Por exemplo: no encontro, Rússia e Índia anunciaram que, em três anos, passarão a comercializar em suas próprias moedas. (Como a China é rival das duas, é provável que, breve, a China faça o mesmo, para entrar no jogo – PHA)
Por falar em maior “influência diplomática”: os BRICs rejeitaram a ação unilateral americana contra o Irã.
A suspensão da compra de petróleo elevou os preços e, segundo os BRICs, isso prejudica a recuperação econômica mundial.
A Rússia queria uma condenação mais forte contra os Estados Unidos, mas os outros países atenuaram a linguagem.
Os BRICs querem uma solução diplomática para Síria.
E lamentaram a lentidão com que o FMI tenta reerguer a economia mundial.
Por mais que os colonistas do PiG lamentem, os BRICs se tornaram uma força política irremediável.
A elite brasileira gostaria que BRICs fosse o acrônimo de Bélgica, Roma, Inglaterra, Califórnia e Suíça.
Já foi tempo, amigo navegante.
O Rei Leopoldo morreu.
Eles é que não sabem.
Em tempo: nem a Urubóloga – que voltou das férias e isso é uma ameaça à paz mundial – conseguiu falar mal da reunião de Nova Delhi. No Bom (?) Dia Brasil, ela, porém, disse que o Brasil não tem “competência” para exportar para a Índia. Ela não se contém
Paulo Henrique Amorim
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Faltou luz para debater o caso Celpa
Acreditem. A audiência pública sobre a Celpa, na Câmara Municipal de Belém, hoje, foi interrompida por... falta de energia elétrica. Teve que ser encerrada à luz de velas e remarcada para o dia 11 de abril.
O administrador judicial, Mauro Santos, vem tentando tapar o sol com a peneira, mas a verdade é que o risco de colapso no abastecimento de todo o Pará é iminente e real.
E ninguém faz algo antes que aconteça. Desde que foi privatizada, os reajustes tarifários anuais chegaram a mais de 100%, mas os lucros eram transferidos para empresas associadas do grupo Rede.
As questões trabalhistas também são graves. A Celpa impôs demissões arbitrárias a antigos funcionários e tem dívida milionária em fase de execução, além de outras junto a grandes credores.
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MEIO AMBIENTE: "BRASIL RETROCEDEU 20 ANOS COM DILMA"
Em entrevista ao Terra sobre a Rio +20, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina não poupou críticas ao governo Dilma Rousseff, que classificou como o pior dos últimos 20 anos em relação ao meio ambiente. "Estamos vivendo hoje, em um ano do governo Dilma, uma situação de claro retrocesso em relação a tudo que foi feito ao longo dos últimos 20 anos", afirmou. Ela citou como exemplos a votação do Código Florestal e as restrições à atuação do Ibama.
Leia a entrevista na íntegra:
Terra - Vinte anos após a realização da Eco-92 no Rio de Janeiro, a senhora considera que houve avanço concreto em relação à preservação do ambiente?
Marina Silva - O maior avanço foi o aumento da consciência das pessoas. Vinte anos atrás, o nível de consciência que as pessoas tinham sobre reciclagem, proteção das florestas, mudanças climáticas e uma série de outros temas era muito menor. Isso possibilitou que fosse criada uma base de sustentação política para a formatação de várias leis importantes no Brasil que não teriam se sustentado ao longo desses 20 anos se não fosse a ampliação da consciência e do senso de responsabilidade que as pessoas passaram a ter em relação aos recursos naturais. Graças a isso, temos um dos melhores arcabouços legais sobre o meio ambiente e o País é signatário de todas as convenções importantes, como a Convenção do Clima e da Biodiversidade. Agora, precisamos estar atentos que estamos vivendo hoje, em um ano do governo Dilma, uma situação de claro retrocesso em relação a tudo que foi feito ao longo desses 20 anos.
Terra - A senhora considera o Código Florestal um retrocesso?
Marina - O Código Florestal é o maior de todos os retrocessos, mas o retrocesso está em toda parte. Está na flexibilização da legislação em vários aspectos, como, por exemplo, na remoção de uma série de cuidados legais em relação à proteção das cavernas. Assim que nós saímos do governo foi feito um decreto que mudou a forma de proteção das cavernas para facilitar a mineração. Já o Código Florestal é um verdadeiro show de retrocessos porque diminui a proteção integral, amplia o desmatamento sobre áreas preservadas e beneficia o desmatador.
Terra - Esse retrocesso se refere às políticas adotadas por Dilma em comparação com outros presidentes?
Marina - Sim, do primeiro ano de Dilma no poder em relação aos últimos governos, desde a Constituição de 1988. Nesse período, os governos, com mais ou menos dificuldade, fizeram avanços. Esse é o primeiro governo que só se tem retrocessos. É o Código Florestal que foi transformado em um código agrário, é a redução das competências do Ibama para fiscalizar o desmatamento, a flexibilização do processo de licenciamento ambiental, que passa a ser muito mais um processo político do que técnico para dizer se os projetos de infraestrutura são viáveis ou não. Além disso, temos uma ação do Congresso sem nenhuma articulação do governo como era feito em gestões anteriores. Antes a sociedade pressionava e, de certa forma, ajudava os governos no sentido de dar respaldo para não deixar os retrocessos acontecerem no Congresso. Dessa vez, a própria base do governo opera para viabilizar o retrocesso. (...) Obviamente que é o primeiro ano do governo e os erros ainda podem ser corrigidos.
Terra - O governo já demonstrou interesse em adiar a votação do Código Florestal para depois da Rio+20. O que a senhora acha disso?
Marina - Isso já foi dito para o governo: nós vamos chegar na Rio+20 como se fosse Rio-20. No lugar de estarmos avançando na agenda ambiental, estaremos retrocedendo. Por isso que o mais sensato é deixar essa discussão para depois, para que possamos dialogar, pensar, e não permitir que todo o esforço conquistado ao longo dos últimos anos venha a ser removido como está sendo feito. O pior é que essa desconstrução é feita em cima dos ganhos, porque o Brasil passou a ter uma imagem boa lá fora. Ao mesmo tempo em que fala dessa imagem boa, o governo mina as bases que deram sustentação a tudo isso.
Terra - Atrasar a votação para depois da Rio+20 para evitar constrangimentos não seria pior?
Marina - Depende, se o governo quiser chegar com uma agenda campeã de retrocessos, se for esse o objetivo do governo, não entendo por que seria constrangedor. Para mim, constrangedor ao Brasil, que tem liderado uma agenda de redução das emissões de gás carbônico e de desmatamento, que assumiu metas na Convenção das Mudanças Climáticas, que conseguiu dar uma contribuição importante na redução da perda da biodiversidade, principalmente durante o governo do presidente Lula, que criou mais de 24 milhões de hectares de conservação, é chegar lá tendo minado as bases legais que poderiam levar o País a outro modelo de desenvolvimento. Constrangimento é mudar o teste ao invés de se propor a passar no teste.
Terra - A senhora acredita que a presidente possa vetar o Código Florestal, caso ele seja aprovado pelos parlamentares da forma como está proposto?
Marina - Pelo menos 80% da sociedade, segundo pesquisas, não quer esse código. Na campanha ela assumiu o compromisso de vetar qualquer projeto que significasse aumento no desmatamento e anistia a desmatadores. A mobilização da sociedade ajuda a dar mais respaldo político para esse veto, mas é claro que seria melhor que todos os problemas fossem corrigidos no Congresso, para que a presidente não precisasse criar uma situação incômoda com os parlamentares. Qualquer governo precisa ter uma postura de alinhamento com sua base de sustentação, mas até esse momento se apostou no "quanto pior, melhor". O que prevalece até agora é que o compromisso da presidente não foi respeitado na tramitação do projeto no Congresso. Espero que a sociedade de respaldo político para que ela vete esse código.
Terra - Como a senhora classifica a atuação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, frente às discussões para a Rio+20 e o debate do Código Florestal?
Marina - É a primeira vez que vejo um Ministério do Meio Ambiente sem operar na direção de fortalecer sua agenda, atuando muito mais no sentido de fortalecer a agenda daqueles que lhe são contrários. A sociedade busca uma interlocução direta, com o ministro Pallocci, na época dele, e agora com o secretário Gilberto Carvalho, porque não encontra mais no Ministério do Meio Ambiente um espaço de interação que promova a agenda ambiental.
Terra - O governo Dilma teria influência no que os cientistas classificam como uma pauta esvaziada de temas ambientais para a Rio+20?
Marina - O país que sedia tem uma influência em qualquer conferência. Por incrível que pareça, em 1992 tinha-se uma agenda de incentivo a agenda socioambiental. Em 2012 houve um tencionamento para exilar os temas ambientais e transformar a conferência que nasce sobre a égide de uma crise global sem precedentes no clima, na biodiversidade, na desertificação, em uma agenda puramente econômica e social. Como se tratar os problemas econômicos e sociais fosse incompatível com tratar os problemas ambientais. Só haverá uma solução sustentável para os problemas econômicos e sociais quando os danos ambientais forem resolvidos, porque o planeta já está colapsando. Os cientistas estão muito certos em afirmar que houve um esvaziamento proposital da conferência e isso é muito coerente com o retrocesso que está acontecendo aqui. Juntando isso com a crise econômica, os demais países e a Organização das Nações Unidas acabaram entrando nessa proposta esvaziada.
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Leia a entrevista na íntegra:
Terra - Vinte anos após a realização da Eco-92 no Rio de Janeiro, a senhora considera que houve avanço concreto em relação à preservação do ambiente?
Marina Silva - O maior avanço foi o aumento da consciência das pessoas. Vinte anos atrás, o nível de consciência que as pessoas tinham sobre reciclagem, proteção das florestas, mudanças climáticas e uma série de outros temas era muito menor. Isso possibilitou que fosse criada uma base de sustentação política para a formatação de várias leis importantes no Brasil que não teriam se sustentado ao longo desses 20 anos se não fosse a ampliação da consciência e do senso de responsabilidade que as pessoas passaram a ter em relação aos recursos naturais. Graças a isso, temos um dos melhores arcabouços legais sobre o meio ambiente e o País é signatário de todas as convenções importantes, como a Convenção do Clima e da Biodiversidade. Agora, precisamos estar atentos que estamos vivendo hoje, em um ano do governo Dilma, uma situação de claro retrocesso em relação a tudo que foi feito ao longo desses 20 anos.
Terra - A senhora considera o Código Florestal um retrocesso?
Marina - O Código Florestal é o maior de todos os retrocessos, mas o retrocesso está em toda parte. Está na flexibilização da legislação em vários aspectos, como, por exemplo, na remoção de uma série de cuidados legais em relação à proteção das cavernas. Assim que nós saímos do governo foi feito um decreto que mudou a forma de proteção das cavernas para facilitar a mineração. Já o Código Florestal é um verdadeiro show de retrocessos porque diminui a proteção integral, amplia o desmatamento sobre áreas preservadas e beneficia o desmatador.
Terra - Esse retrocesso se refere às políticas adotadas por Dilma em comparação com outros presidentes?
Marina - Sim, do primeiro ano de Dilma no poder em relação aos últimos governos, desde a Constituição de 1988. Nesse período, os governos, com mais ou menos dificuldade, fizeram avanços. Esse é o primeiro governo que só se tem retrocessos. É o Código Florestal que foi transformado em um código agrário, é a redução das competências do Ibama para fiscalizar o desmatamento, a flexibilização do processo de licenciamento ambiental, que passa a ser muito mais um processo político do que técnico para dizer se os projetos de infraestrutura são viáveis ou não. Além disso, temos uma ação do Congresso sem nenhuma articulação do governo como era feito em gestões anteriores. Antes a sociedade pressionava e, de certa forma, ajudava os governos no sentido de dar respaldo para não deixar os retrocessos acontecerem no Congresso. Dessa vez, a própria base do governo opera para viabilizar o retrocesso. (...) Obviamente que é o primeiro ano do governo e os erros ainda podem ser corrigidos.
Terra - O governo já demonstrou interesse em adiar a votação do Código Florestal para depois da Rio+20. O que a senhora acha disso?
Marina - Isso já foi dito para o governo: nós vamos chegar na Rio+20 como se fosse Rio-20. No lugar de estarmos avançando na agenda ambiental, estaremos retrocedendo. Por isso que o mais sensato é deixar essa discussão para depois, para que possamos dialogar, pensar, e não permitir que todo o esforço conquistado ao longo dos últimos anos venha a ser removido como está sendo feito. O pior é que essa desconstrução é feita em cima dos ganhos, porque o Brasil passou a ter uma imagem boa lá fora. Ao mesmo tempo em que fala dessa imagem boa, o governo mina as bases que deram sustentação a tudo isso.
Terra - Atrasar a votação para depois da Rio+20 para evitar constrangimentos não seria pior?
Marina - Depende, se o governo quiser chegar com uma agenda campeã de retrocessos, se for esse o objetivo do governo, não entendo por que seria constrangedor. Para mim, constrangedor ao Brasil, que tem liderado uma agenda de redução das emissões de gás carbônico e de desmatamento, que assumiu metas na Convenção das Mudanças Climáticas, que conseguiu dar uma contribuição importante na redução da perda da biodiversidade, principalmente durante o governo do presidente Lula, que criou mais de 24 milhões de hectares de conservação, é chegar lá tendo minado as bases legais que poderiam levar o País a outro modelo de desenvolvimento. Constrangimento é mudar o teste ao invés de se propor a passar no teste.
Terra - A senhora acredita que a presidente possa vetar o Código Florestal, caso ele seja aprovado pelos parlamentares da forma como está proposto?
Marina - Pelo menos 80% da sociedade, segundo pesquisas, não quer esse código. Na campanha ela assumiu o compromisso de vetar qualquer projeto que significasse aumento no desmatamento e anistia a desmatadores. A mobilização da sociedade ajuda a dar mais respaldo político para esse veto, mas é claro que seria melhor que todos os problemas fossem corrigidos no Congresso, para que a presidente não precisasse criar uma situação incômoda com os parlamentares. Qualquer governo precisa ter uma postura de alinhamento com sua base de sustentação, mas até esse momento se apostou no "quanto pior, melhor". O que prevalece até agora é que o compromisso da presidente não foi respeitado na tramitação do projeto no Congresso. Espero que a sociedade de respaldo político para que ela vete esse código.
Terra - Como a senhora classifica a atuação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, frente às discussões para a Rio+20 e o debate do Código Florestal?
Marina - É a primeira vez que vejo um Ministério do Meio Ambiente sem operar na direção de fortalecer sua agenda, atuando muito mais no sentido de fortalecer a agenda daqueles que lhe são contrários. A sociedade busca uma interlocução direta, com o ministro Pallocci, na época dele, e agora com o secretário Gilberto Carvalho, porque não encontra mais no Ministério do Meio Ambiente um espaço de interação que promova a agenda ambiental.
Terra - O governo Dilma teria influência no que os cientistas classificam como uma pauta esvaziada de temas ambientais para a Rio+20?
Marina - O país que sedia tem uma influência em qualquer conferência. Por incrível que pareça, em 1992 tinha-se uma agenda de incentivo a agenda socioambiental. Em 2012 houve um tencionamento para exilar os temas ambientais e transformar a conferência que nasce sobre a égide de uma crise global sem precedentes no clima, na biodiversidade, na desertificação, em uma agenda puramente econômica e social. Como se tratar os problemas econômicos e sociais fosse incompatível com tratar os problemas ambientais. Só haverá uma solução sustentável para os problemas econômicos e sociais quando os danos ambientais forem resolvidos, porque o planeta já está colapsando. Os cientistas estão muito certos em afirmar que houve um esvaziamento proposital da conferência e isso é muito coerente com o retrocesso que está acontecendo aqui. Juntando isso com a crise econômica, os demais países e a Organização das Nações Unidas acabaram entrando nessa proposta esvaziada.
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O que mais virá à tona com caso Demóstenes
Como esta novela envolve muita gente e tem muita coisa que o povo
brasileiro não sabe e que virá à tona com isto aí, começa-se pela
Justiça, sim, a Justiça que uma própria magistrada falou que há bandidos
de toga e o povo brasileiro sabe disto há muito tempo, começa-se o
palanque para que ninguém seja punido e com a aquiescência mais uma vez
da Justiça não dê em nada e veremos as firulas/silogismos jurídicos
improcedentes e o joguinho de sempre de suas Excelências.
Mas vejamos a situação disto tudo, ou seja, o que se vislumbra:
Um senador que é promotor de Justiça, que exerceu secretaria de Justiça no seu estado, que conhece os meandros da lei e que, pela hierarquia jurídica, por ser procurar, este senhor não fala com o juiz, (o promotor fala com o juiz) o procurador fala com o desembargador, vestido devidamente com suas roupas talares. Pois bem, este senhor como procurador conhece os meandros da lei o tribunal dialogando a partir dos desembargadores.
Como secretário de Justiça do seu estado (cargo público de livre nomeação e exoneração). Não fala apenas com desembargadores, mas com policiais, civis e militares, políticos e sociedade civil. Como senador eleito, fala como representante legítimo do seu estado.
Mas aí é que está, a serem verdadeiras as declarações do prefeito de Anápolis, este senhor queria algo mais e, ao não conseguir, partiu para algo arriscado que deu certo: criou, armou ao lado do PIG, contraventor e de segmentos da própria Justiça ( a comprovar o grampo sem áudio de Gilmar Mendes e Demóstenes), armou com um grupo pesado da própria elite brasileira, uma forma de eliminar, desestruturar, derrubar, causar instabilidade no país, espetacularizar, tornar-se o Catão da República, o projeto de derrubada do presidente Lula.
O espetáculo do mensalão que hoje o próprio PIG quer o STF continue a julgar com a faca no pescoço, como disse Rodrigo Vianna, o próprio PIG definiu a data pelo julgamento, dia 18 e querem a cabeça do José Dirceu. Mas isto não é suficiente, o ódio, a jogada rasteira, a falta de escrúpulos, se não todos, mas a maioria do povo brasileiro sabe que isto é jogada da direita.
Mas pior do que tudo isto é o ódio contra Lula, durante todo este tempo. As pessoas agem motivadas pelo ódio e então passa-se a compreender a inaceitação pelo fato de ele ser nordestino, mestiço, pobre e dialogar com este próprio povo de onde veio fazendo que comecem a compreender as coisas que, ao longo do tempo, é e tem sido trabalhada para que o povo não desperte disto.
O ódio contra Lula, o trabalho incessante dos intelectuais e jornalistas da direita é todo o dia, todo instante, todo minuto. Não há um dia que esta gente não destile seu ódio contra ele. Se analisarmos um pouco mais, não é um ódio apenas contra Lula, mas contra o próprio povo brasileiro que tem o mesmo perfil social que Lula tem.
É um trabalho incessante para impedir que outros líderes de esquerda surjam a fim de que o povo não acorde.
E tem mais, se não for contido, o país caminhará para uma intolerância sem precedente, não esperem do Serra uma estratégia política diferente do que foi a campanha dele em 2010. E não é apenas ele, isto se aplica, também, aos candidatos do DEM. Aguardem este falso moralismo e conservadorismo ser retomado.
E o que assusta e deixa indignado, é a tentativa do PT tentar se aproximar da direita imaginando que será aceito. Não adianta porque não vai. É melhor, se não quiser se tornar um partido menor do que o PDT de Brizola e o PTB de Vargas, depois que Lula tiver cumprido sua missão.
Mas chama atenção, também, o silêncio obsequioso do PIG em relação à revista Veja. Ninguém fala nada de Policarpo envolvido e, logicamente, a própria revista que tramou ao lado de outros, a derrubada do presidente. Enfim, tem muita coisa para vir à tona, há muita água para ser rolada e as tratativas que cuidarão para que esta água no role. Vamos aguardar os próximos capítulos.
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Mas vejamos a situação disto tudo, ou seja, o que se vislumbra:
Um senador que é promotor de Justiça, que exerceu secretaria de Justiça no seu estado, que conhece os meandros da lei e que, pela hierarquia jurídica, por ser procurar, este senhor não fala com o juiz, (o promotor fala com o juiz) o procurador fala com o desembargador, vestido devidamente com suas roupas talares. Pois bem, este senhor como procurador conhece os meandros da lei o tribunal dialogando a partir dos desembargadores.
Como secretário de Justiça do seu estado (cargo público de livre nomeação e exoneração). Não fala apenas com desembargadores, mas com policiais, civis e militares, políticos e sociedade civil. Como senador eleito, fala como representante legítimo do seu estado.
Mas aí é que está, a serem verdadeiras as declarações do prefeito de Anápolis, este senhor queria algo mais e, ao não conseguir, partiu para algo arriscado que deu certo: criou, armou ao lado do PIG, contraventor e de segmentos da própria Justiça ( a comprovar o grampo sem áudio de Gilmar Mendes e Demóstenes), armou com um grupo pesado da própria elite brasileira, uma forma de eliminar, desestruturar, derrubar, causar instabilidade no país, espetacularizar, tornar-se o Catão da República, o projeto de derrubada do presidente Lula.
O espetáculo do mensalão que hoje o próprio PIG quer o STF continue a julgar com a faca no pescoço, como disse Rodrigo Vianna, o próprio PIG definiu a data pelo julgamento, dia 18 e querem a cabeça do José Dirceu. Mas isto não é suficiente, o ódio, a jogada rasteira, a falta de escrúpulos, se não todos, mas a maioria do povo brasileiro sabe que isto é jogada da direita.
Mas pior do que tudo isto é o ódio contra Lula, durante todo este tempo. As pessoas agem motivadas pelo ódio e então passa-se a compreender a inaceitação pelo fato de ele ser nordestino, mestiço, pobre e dialogar com este próprio povo de onde veio fazendo que comecem a compreender as coisas que, ao longo do tempo, é e tem sido trabalhada para que o povo não desperte disto.
O ódio contra Lula, o trabalho incessante dos intelectuais e jornalistas da direita é todo o dia, todo instante, todo minuto. Não há um dia que esta gente não destile seu ódio contra ele. Se analisarmos um pouco mais, não é um ódio apenas contra Lula, mas contra o próprio povo brasileiro que tem o mesmo perfil social que Lula tem.
É um trabalho incessante para impedir que outros líderes de esquerda surjam a fim de que o povo não acorde.
E tem mais, se não for contido, o país caminhará para uma intolerância sem precedente, não esperem do Serra uma estratégia política diferente do que foi a campanha dele em 2010. E não é apenas ele, isto se aplica, também, aos candidatos do DEM. Aguardem este falso moralismo e conservadorismo ser retomado.
E o que assusta e deixa indignado, é a tentativa do PT tentar se aproximar da direita imaginando que será aceito. Não adianta porque não vai. É melhor, se não quiser se tornar um partido menor do que o PDT de Brizola e o PTB de Vargas, depois que Lula tiver cumprido sua missão.
Mas chama atenção, também, o silêncio obsequioso do PIG em relação à revista Veja. Ninguém fala nada de Policarpo envolvido e, logicamente, a própria revista que tramou ao lado de outros, a derrubada do presidente. Enfim, tem muita coisa para vir à tona, há muita água para ser rolada e as tratativas que cuidarão para que esta água no role. Vamos aguardar os próximos capítulos.
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Lula lá. Haddad cá. Ali Kamel não quer
Amigo navegante recomenda analisar como o
jornal nacional do Ali Kamel tratou o retorno de Lula à vida política
(e à campanha para derrotar o Cerra em São Paulo)
(Clique aqui para ver vídeo emocionante, “Lula volta à luta politica”).
(Clique aqui para ver vídeo emocionante, “Lula volta à luta politica”).
O jornal nacional, ao anunciar a vitória sobre o mau agouro, não deixou Lula ser o que é: um líder do povão, que entra no coração da galera.
O Lula corintiano foi censurado.
Virou um Lula tucano, do Fasano.
O jornal nacional do Ali Kamel desidratou o Lula – transformou-o num político medíocre, previsível, desses tucanos que o Ali Kamel e o “Entre Caspas” valorizam.
O Lula corintiano foi censurado.
Virou um Lula tucano, do Fasano.
O jornal nacional do Ali Kamel desidratou o Lula – transformou-o num político medíocre, previsível, desses tucanos que o Ali Kamel e o “Entre Caspas” valorizam.
Assim que recebeu a notícia do
Dr. Roberto Kalil Filho, coordenador da equipe médica, o ex-presidente
chorou. Foram cinco meses de um tratamento intensivo que incluiu três
ciclos de quimioterapia e 33 sessões de radioterapia. A partir de maio, o
ex-presidente vai fazer avaliações trimestrais.
Nesta quarta, depois de sair do
hospital, Lula gravou, em vídeo, um agradecimento. Ele se dirigiu
especialmente aos médicos e funcionários do hospital e à família.
“Em nome da minha família,
agradecer a dedicação da Marisa, que sem ela possivelmente também eu não
tivesse o tratamento e a disciplina que tive”, diz Lula no vídeo.
O jornal nacional do Ali Kamel destaca mais o Dr Roberto Kalil Filho do que Deus.
Destaca “especialmente”. Em tempo: depois de breve intervalo, para deixar o amigo navegante se recuperar do impacto, voltaremos a publicar a Antologia da Treva, com a seleção de artigos de autoria do Ali Kamel, hoje sepultados num longínquo ponto da blogosfera. Clique
aqui para ler: “FHC fez o Apagão da Energia para salvar as criancinhas”.
Em tempo 2: o mau agouro da Folha persiste. Nesta quinta-feira, na pág. A4, a Folha diz que há 20% de possibilidades de o câncer do Lula voltar. Com a ajuda dos médicos do Sírio, a Folha deverá dar destaque especial a esses 20% e como evoluirão até chegar a 100%. Enquanto isso, na Folha, próstata de tucano não cresce.
Paulo Henrique Amorim
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Morre Ademilde Fonseca - o universo do Choro de luto
Vamos relembrá-la nas interpretações magistrais de “Choro chorão (Martinho da Vila), “Brasileirinho” (Waldir Azevedo) e “Títulos de nobreza ‘Ademilde Fonseca’” (João Bosco).
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quarta-feira, 28 de março de 2012
Novo navio do Greenpeace chega a Santarém
Foto: Bruno Kelly
À bordo do novo Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), Greenpeace recebe lideranças comunitárias do GTA para avaliar a implementação do Plano BR 163 Sustentável e lançar campanha pelo desmatamento zero.
A rodovia BR 163, que liga Cuiabá a Santarém (PA), já está quase toda pavimentada. Mas o plano montado para evitar as consequências negativas da obra, especialmente o aumento do desmatamento em seu entorno, mal saiu do papel. Essa é a pauta de uma discussão feita hoje a bordo do navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, em Santarém, junto com o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). O objetivo foi unir organizações e lideranças comunitárias para debater os pontos que ainda não foram postos em prática do Plano BR-163 Sustentável e discutir ações para pressionar o governo pelo seu efetivo cumprimento.
Obras de infraestrutura são grandes indutores de desmatamento e violência na Amazônia. Para fugir desse cenário, há oito anos, quando anunciou a retomada do asfaltamento da estrada, o governo reuniu 17 ministérios e fez inúmeras consultas às organizações locais para montar esse plano, que tinha como objetivo evitar que o asfaltamento e a esperada migração de populações para a região resultassem na derrubada de grandes parcelas de floresta e conflitos fundiários.
No entanto, em janeiro, o GTA divulgou um estudo no qual mostra que apenas 43% das ações previstas no plano foram executadas, 18% estão em execução e 39% não foram sequer iniciadas. Enquanto isso, 79% dos trabalhos de asfaltamento da estrada já foram finalizados pelo governo, que previu a sua conclusão em dezembro de 2013.
Esse é um exemplo de como a agenda socioambiental é continuamente deixada em segundo plano, mesmo quando o próprio governo é seu mentor. “O governo desrespeita e atropela suas próprias regras. Além de não cumprir com seu compromisso, ainda reverte medidas que já tinham sido conquistadas no passado. É um passo para frente e dois para trás”, afirma Tatiana de Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
As unidades de conservação criadas no entorno da rodovia, parte do projeto da BR-163, ainda não foram implementadas – apenas quatro das 12 criadas têm plano de manejo. Apesar disso, o governo faz o contrário do que prometeu: em vez de tirá-las do papel, reduz os limites de algumas e ainda pode reduzir a proteção no seu entorno por meio do novo Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional.
“As unidades de conservação são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para a subsistência de extrativistas e agricultores familiares que vivem no entorno da estrada”, diz Carvalho.
No evento de hoje, lideranças sociais e comunitárias manifestaram sua preocupação com a lentidão na implementação do Plano. “Para o governo o que vale são contratos firmados para a execução dos serviços e das políticas, mas para nós o que interessa são os resultados, e é isso que não estamos vendo”, afirmou João Raimundo, do CEFTBAM (Centro de formação dos trabalhadores do baixo amazonas) e representante do GTA no evento. Ele comentava o relatório que informa, entre outros dados, que somente 17% do ordenamento fundiário previsto no plano BR 163 sustentável foi executado. Outros 13% estão em execução e 75% falta executar.
A representante da FETAGRI, Maria Rosa, teve a participação do movimento social na construção do Plano. “Se fosse executado como foi planejado, se fosse mesmo que devagar, estaria bom. Mas o que está acontecendo é que os interesses dos grandes estão sendo atendidos, enquanto os dos pequenos está ficando para trás. Nós não temos nada contra a construção da estrada, porque é uma demanda nossa também, mas e as vicinais, os assentamentos, a consolidação das reservas extrativistas, lá onde estão nossos extrativistas e trabalhadores rurais, porque não está sendo feito?”, questionou.
As lideranças pediram apoio do Greenpeace para que suas demandas possam ser divulgadas para o Brasil e o mundo. Na Assembléia Geral do Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, rede de organizações e movimentos sociais da amazônia, que começa amanhã, as lideranças vão aprofundar a discussão.
Campanha pelo desmatamento zero
Na passagem por Santarém, à bordo do navio Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), em sua primeira viagem pelo Brasil, o Greenpeace lançou a Campanha pelo Desmatamento Zero. O objetivo é coletar 1,4 milhão de assinaturas e levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular, nos moldes da Ficha Limpa, para colocar a taxa de desmatamento no Brasil no único nível em que pode ser considerada aceitável: o zero.
“O Brasil devasta muita floresta há muito tempo, sempre em nome do desenvolvimento. Esse modelo, que não fazia sentido no passado, faz menos ainda no presente”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “As florestas são parte da identidade do brasileiro. E garantir a sua sobrevivência é garantir nosso bem-estar futuro. Zerar o desmatamento é a forma mais barata e rápida de o Brasil contribuir para a mitigação do aquecimento global.”
Acesse e saiba como participar da campanha http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
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À bordo do novo Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), Greenpeace recebe lideranças comunitárias do GTA para avaliar a implementação do Plano BR 163 Sustentável e lançar campanha pelo desmatamento zero.
A rodovia BR 163, que liga Cuiabá a Santarém (PA), já está quase toda pavimentada. Mas o plano montado para evitar as consequências negativas da obra, especialmente o aumento do desmatamento em seu entorno, mal saiu do papel. Essa é a pauta de uma discussão feita hoje a bordo do navio Rainbow Warrior, do Greenpeace, em Santarém, junto com o Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). O objetivo foi unir organizações e lideranças comunitárias para debater os pontos que ainda não foram postos em prática do Plano BR-163 Sustentável e discutir ações para pressionar o governo pelo seu efetivo cumprimento.
Obras de infraestrutura são grandes indutores de desmatamento e violência na Amazônia. Para fugir desse cenário, há oito anos, quando anunciou a retomada do asfaltamento da estrada, o governo reuniu 17 ministérios e fez inúmeras consultas às organizações locais para montar esse plano, que tinha como objetivo evitar que o asfaltamento e a esperada migração de populações para a região resultassem na derrubada de grandes parcelas de floresta e conflitos fundiários.
No entanto, em janeiro, o GTA divulgou um estudo no qual mostra que apenas 43% das ações previstas no plano foram executadas, 18% estão em execução e 39% não foram sequer iniciadas. Enquanto isso, 79% dos trabalhos de asfaltamento da estrada já foram finalizados pelo governo, que previu a sua conclusão em dezembro de 2013.
Esse é um exemplo de como a agenda socioambiental é continuamente deixada em segundo plano, mesmo quando o próprio governo é seu mentor. “O governo desrespeita e atropela suas próprias regras. Além de não cumprir com seu compromisso, ainda reverte medidas que já tinham sido conquistadas no passado. É um passo para frente e dois para trás”, afirma Tatiana de Carvalho, da Campanha Amazônia do Greenpeace.
As unidades de conservação criadas no entorno da rodovia, parte do projeto da BR-163, ainda não foram implementadas – apenas quatro das 12 criadas têm plano de manejo. Apesar disso, o governo faz o contrário do que prometeu: em vez de tirá-las do papel, reduz os limites de algumas e ainda pode reduzir a proteção no seu entorno por meio do novo Código Florestal, em discussão no Congresso Nacional.
“As unidades de conservação são fundamentais para a manutenção da biodiversidade e para a subsistência de extrativistas e agricultores familiares que vivem no entorno da estrada”, diz Carvalho.
No evento de hoje, lideranças sociais e comunitárias manifestaram sua preocupação com a lentidão na implementação do Plano. “Para o governo o que vale são contratos firmados para a execução dos serviços e das políticas, mas para nós o que interessa são os resultados, e é isso que não estamos vendo”, afirmou João Raimundo, do CEFTBAM (Centro de formação dos trabalhadores do baixo amazonas) e representante do GTA no evento. Ele comentava o relatório que informa, entre outros dados, que somente 17% do ordenamento fundiário previsto no plano BR 163 sustentável foi executado. Outros 13% estão em execução e 75% falta executar.
A representante da FETAGRI, Maria Rosa, teve a participação do movimento social na construção do Plano. “Se fosse executado como foi planejado, se fosse mesmo que devagar, estaria bom. Mas o que está acontecendo é que os interesses dos grandes estão sendo atendidos, enquanto os dos pequenos está ficando para trás. Nós não temos nada contra a construção da estrada, porque é uma demanda nossa também, mas e as vicinais, os assentamentos, a consolidação das reservas extrativistas, lá onde estão nossos extrativistas e trabalhadores rurais, porque não está sendo feito?”, questionou.
As lideranças pediram apoio do Greenpeace para que suas demandas possam ser divulgadas para o Brasil e o mundo. Na Assembléia Geral do Grupo de Trabalho Amazônico – GTA, rede de organizações e movimentos sociais da amazônia, que começa amanhã, as lideranças vão aprofundar a discussão.
Campanha pelo desmatamento zero
Na passagem por Santarém, à bordo do navio Rainbow Warrior (Guerreiro do arco-Íris), em sua primeira viagem pelo Brasil, o Greenpeace lançou a Campanha pelo Desmatamento Zero. O objetivo é coletar 1,4 milhão de assinaturas e levar ao Congresso uma proposta de lei de iniciativa popular, nos moldes da Ficha Limpa, para colocar a taxa de desmatamento no Brasil no único nível em que pode ser considerada aceitável: o zero.
“O Brasil devasta muita floresta há muito tempo, sempre em nome do desenvolvimento. Esse modelo, que não fazia sentido no passado, faz menos ainda no presente”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil. “As florestas são parte da identidade do brasileiro. E garantir a sua sobrevivência é garantir nosso bem-estar futuro. Zerar o desmatamento é a forma mais barata e rápida de o Brasil contribuir para a mitigação do aquecimento global.”
Acesse e saiba como participar da campanha http://www.greenpeace.org/brasil/pt/
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