segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

ACABOU!!!


(Nelson Rodrigues).
BALAIO DO KOTSCHO
Nelson Rodrigues nunca foi tão necessário para retratar o Brasil destes dias tenebrosos sem hora para
acabar. Foi ele quem criou a expressão “cretinos fundamentais” no século passado, antes que os
cretinos fundamentalistas tomassem conta de tudo.
Acabou 2018, acabou o governo Temer, acabou a Nova República, acabou o sonho de tão cedo 
termos dias melhores para todos num país mais justo e fraterno.
Nunca um ano demorou tanto para acabar, mas agora está chegando ao fim.
Neste último fim de semana do ano da desgraça de 2018, estaria na hora de fazer um balanço, mas 
prefiro nem lembrar do que passou.
Esse foi certamente o pior ano das minhas vidas passadas, presentes e futuras, bem quando completei 
70, e já não tenho muito tempo pela frente.
Tudo o que poderia dar ruim na vida de uma pessoa aconteceu comigo.
Mas, apesar de tudo, sobrevivi. Somos todos sobreviventes desse pesadelo.
E já que continuo por aqui, não me resta outra coisa além de continuar escrevendo, meu único 
ganhapão, pois não sei fazer outra coisa.
Passei o ano procurando boas histórias para escrever reportagens na rubrica “Dias melhores” da 
Folha, mas não está fácil.
Se alguém tiver alguma sugestão, agradeço.
Daqui a três dias teremos um novo governo. O que podemos esperar?
Todo mundo me faz essa pergunta e eu não sei o que responder. Quer dizer, até sei, mas prefiro ficar 
calado pra não estragar a festa de ninguém.
Em outras épocas, era um tempo de renovar esperanças, fazer para valer uma bela festa democrática, 
esquecer as querelas da campanha eleitoral, zerar o jogo e tocar o barco da vida, com novo ânimo, 
deixando a tristeza de lado.
Agora, o melhor a fazer é esquecer um pouco a política e os novos governantes, se possível, e pensar 
como cada um de nós pode melhorar a própria vida, sem depender dos outros para ser feliz.
Não se trata de ser egoísta, nem deixar de se preocupar com os rumos do país de todos nós, mas 
apenas a tentativa de manter um mínimo de saúde mental.
Sei que é difícil, mas não custa tentar.
Devem existir muitas outras coisas importantes pra gente se ocupar do que ficar lendo o noticiário 
que vem de Brasília, dos gabinetes, das delegacias e dos tribunais.
Perdemos muito tempo e energia nos pré-ocupando com o que pode acontecer.
Até porque, isso não vai mudar nada. Ganhamos mais jogando conversa fora com os amigos no bar 
da esquina.
Que cuidem disso os que foram eleitos e são regiamente pagos para apresentar soluções e resolver 
nossos problemas. Eles não prometeram que agora tudo vai melhorar?
A cada manhã, temos que reunir forças para ir à luta, matar um leão por dia para pagar as nossas 
contas.
Fazer cara feia e ficar reclamando do destino não resolve nada.
Essa é a realidade da vida, não temos como escapar.
Feliz Ano Novo!

Entre as milhares de mensagens que recebi neste final de ano, nenhuma retrata melhor o 
momento que estamos vivendo, a poucas horas da posse do novo governo.
Nem pretendia publicar mais nada, mas não posso deixar de reproduzir este texto da 
psicóloga Eni Gonçalves de Fraga, que uma amiga me mandou. Durante quase todo o ano, 
tentei denunciar, entender e explicar aqui no Balaio este fenômeno bolsonarista que se 
alastrava pelo país, mas não consegui resumir com tanta maestria o sentimento coletivo que 
levou o ex-capitão reformado ao poder pelo voto de 57 milhões de brasileiros.
Já tinha dito aqui que este assunto é mais para psicólogos e psiquiatras analisarem do que para 
cientistas políticos e jornalistas. Como vocês podem ler abaixo, nesse caso eu tinha razão.
Um olhar da psicologia sobre o fenômeno COISO (por Eni Gonçalves de Fraga).
Em 64, o inimigo se impôs. Agora, elegemos ele de boa vontade, espumando de ódio e rindo ao 
mesmo tempo, como uma psicose coletiva. A sombra se agigantou e invadiu a psique coletiva, sem 
freio de ego, sem freio de ética. Quem conhece sabe a força física de um psicótico em surto. 
Precisam de várias pessoas para conter. É uma força absurda. Em nível macro, é o que está 
acontecendo.
Por que NENHUM argumento quebra a idealização, a idolatria por Bolsonaro?
Simples. Porque ele é literalmente o representante do povo. Ele deu voz ao povo. Ele é o ícone que 
botou a cara no sol e onde todos os bolsonaros puderam se ancorar e se sentir livres para quebrar as 
porteiras do freio social, da ética e do equilíbrio, colocando todos os seus monstros para fora, 
puderam sair do armário com legitimidade e segurança. E com muita força. Muita violência. Assim 
como um psicótico em surto. O povo é Bolsonaro. Ele é o representante de tudo aquilo que essas 
pessoas são mas até então não podiam assumir. Agora, podem. Porque ele chegou e mostrou que 
com ele podem se sentir em casa. Ele só abriu a porteira.
O maior perigo desses tempos nem é o Bolsonaro em si. São os bolsonaros soltos pelas ruas, no 
trânsito, nos locais de trabalho, nas casas, nas vizinhanças, nas igrejas. São esses bolsonaros que vão 
exterminar os civis do sexo feminino, os civis não cristãos, os civis de baixa renda, os civis que não 
obedecem à heteronormatividade e os civis descendentes da escravidão. É uma ditadura às avessas. É 
uma ditadura que vem das ruas. Dessa vez não é de cima pra baixo. É de baixo pra cima. Os 
bolsonaros saíram à luz do dia para impor uma nova (antiga) ordem, elegendo o seu maior 
representante, que teve a audácia de colocar a cara no sol, porque sabia que estava em consonância 
com o coletivo. Ele apareceu com segurança e tranquilidade. Porque o trabalho e o esforço não é 
dele. É do povo. Ele não precisa sequer fazer discurso, debater, argumentar. Porque não é disso que 
se trata. Não é isso que determina a sua eleição.
Por isso, mesmo com todos os FATOS apresentados, com todos os argumentos estatísticos e 
intelectuais, não haverá meios de mudar essa realidade em curso, que vai se concretizar. Um dos 
critérios para se identificar um delírio dentro de um quadro psicótico, é a grande resistência aos 
dados de realidade. O delírio não cede à realidade. Ele permanece obstinado e na certeza da sua 
verdade. A pobreza de discurso, o rebaixamento da cognição também são sintomáticos.
O povo brasileiro é bolsonaro.
Segundo o budismo, tudo é impermanência. O que nos resta é acreditar nas forças do Universo e 
esperar passar esse período sombrio de ódio, falta de ética, de respeito, de corrupção e limitação das 
consciências. Tudo passa. Bolsonaros também passarão. A psiquiatria diz que uma psicose não se 
cura. Ela é controlada, contida. Eu ainda tenho esperanças que um dia surja uma saída mais criativa 
para a psicose, e que ela deixe de ser um atentado ao ego e à consciência, que se fragmentam fácil 
quando um Bolsonaro, por exemplo, chega por trás, rasteiro, e se instala como patógeno psíquico ao 
longo dos anos, constelando todos os seus delírios de grandeza, suas paranoias e sua violência na 
sociedade. Porque isso não é de hoje. Essa é a história do Brasil.
Até lá, resistiremos, pois a psique, individual ou coletiva, sempre é autoajustável, sempre busca o 
equilíbrio. É da sua natureza.
E com esse post, sem ter mais nada a acrescentar, me despeço dos leitores do Balaio em 2018.
Até a volta, em 2019.

FAIXA DE 60 METROS DIANTE DA PF EM CURITIBA GRITA POR LULA LIVRE


Ex-presidente Lula, que tomaria posse como presidente da República nesta terça-feira se não 
tivesse sido alvo de um processo forjado, feito sob medida para exclui-lo da disputa eleitoral, 
recebeu uma homenagem simbólica nesta segunda-feira 31; apoiadores que estão em Curitiba 
para passar o réveillon com Lula estenderam uma faixa de 60 metros de largura em frente à 
sede da Polícia Federal, onde ele está preso há exatos 269 dias.
247 - O ex-presidente Lula, que tomaria posse como presidente da República nesta terça-feira 1º se 
não tivesse sido alvo de um processo forjado, feito sob medida para exclui-lo da disputa eleitoral, 
recebeu uma homenagem simbólica nesta segunda-feira 31.
Apoiadores que estão em Curitiba, na Vigília Lula Livre, para passar o réveillon com o ex-presidente 
estenderam uma faixa de 60 metros de largura em frente à Superintendência da Polícia Federal na 
capital do Paraná, onde o líder petista é alvo de uma prisão política há exatos 269 dias, desde 7 de 
abril.
A Vigília realiza uma programação especial nesta segunda, com os tradicionais bom dia, boa tarde e 
boa noite presidente Lula, além de atividades artísticas, culturais e poéticas, um ato político com 
representantes das Caravanas e convidados, um ato inter-religioso, uma confraternização de final de 
ano e, por fim, a virada do ano com Lula.

HADDAD RIDICULIZA BOLSONARO: 'TAOQUEI? FELIZ ANO BOZO'


Ex-presidenciável e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad ridicularizou o presidente 
eleito, que falou hoje em combater o "lixo marxista" nas escolas; "Há que se combater 
também, não tanto os extraterrestres (que desenvolveram técnicas de toque mais agradáveis ao 
bozonessman Queiroz), mas, sobretudo, os intraterrestres, povos subterrâneos nativos, que 
roubam nossas riquezas naturais (grafemo e nióbio), taoquei? Feliz Ano Bozo!", postou 
Haddad

Na manhã desta terça-feira, 31/XII, o Presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse no Twitter que vai
"combater o lixo marxista" nas escolas.
Poucas horas depois, veio a resposta de Fernando Haddad:



Há que se combater também, não tanto os extraterrestres (que desenvolveram técnicas de toque mais agradáveis ao bozonessman Queiroz), mas, sobretudo, os intraterrestres, povos subterrâneos nativos, que roubam nossas riquezas naturais (grafemo e nióbio), taoquei?
Feliz Ano Bozo!

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domingo, 30 de dezembro de 2018

DOCUMENTÁRIO SOBRE A 'FACADA' EM BOLSONARO LEVANTA PERGUNTA SEM RESPOSTAS E A POSSIBILIDADE DE UMA GRANDE FARSA


Assista ao filme A Facada no Mito (57 minutos)

Postado há uma semana pelo canal no YouTube "True Or not", documentário começa a 
ampliar audiência por levantar dúvidas e suspeitas que nem autoridades, nem mídia se 
empenham em resolver. Adélio agiu sozinho mesmo para organizar e executar o atentado? Por 
que tinha tantos celulares e laptop se usava lan house? São coincidências as mortes de pessoas 
ligadas a sua hospedagem?

Jornal GGN - Em apenas uma semana o canal no YouTube "True Or not" se tornou um dos 
mais visitados na plataforma por conta do documentário A Facada no Mito. O trabalho, 
publicado sem o crédito dos autores, foi produzido com base nas imagens que foram 
amplamente divulgadas logo após o ataque desferido por Adélio Bispo de Oliveira contra o 
então candidato Jair Bolsonaro, em 6 de setembro, com a diferença de trazer apontamentos 
minuciosos sobre o comportamento da equipe de segurança e de perguntas que não foram 
respondidas até o momento pela Polícia Federal.
Adélio agiu sozinho mesmo para organizar e executar o atentado? Por que tinha tantos 
celulares e laptop se usava lan house? São coincidências as mortes de pessoas ligadas a 
sua hospedagem? E o fato de o escritório de advocacia que o defende atender também 
envolvidos em confronto entre policiais de Minas e de São Paulo? Qual teria sido o 
desempenho de Bolsonaro se não tivesse ocorrido o Crime? São algumas das perguntas 
feitas.
"Não somos direita ou esquerda. Não estamos acima e nem abaixo. Somos nós, somos 
vocês, somos eles, somos todos... ...e merecemos respostas", afirmam os donos do canal 
concluindo que o atentado contra Bolsonaro não pode ser tratado como crime comum:
"Trata-se de um crime de segurança nacional contra um candidato eleito presidente. Além 
de, como veremos, pode tratar-se de um crime de falsidade ideológica que poderia levar à 
cassação do mandato presidencial."

sábado, 29 de dezembro de 2018

28 Dicembre 1958 A Entrada Vitoriosa em Havana de Che Guevara apos vencer a batalha de Santa Clara que derrotou definitivamente a Ditadura Fascista em Cuba.




28 Dicembre 1958. A Entrada Vitoriosa em Havana de Che Guevara apos vencer a batalha de 
Santa Clara que derrotou definitivamente a Ditadura Fascista em Cuba.

POR QUE O EXÉRCITO ENVIOU SMS SOBRE A POSSE DE BOLSONARO?

Disparo de mensagens só deveria acontecer em situações de 
emergência.
Via Brasil de Fato:
Quase 5 milhões de usuários de celular com DDD 61, da cidade de Brasília, receberam uma 
mensagem sobre restrições de segurança durante a posse presidencial de Jair Bolsonaro, que ocorrerá 
em 1º de janeiro, na Esplanada dos Ministérios, na capital federal.
Disparadas entre quarta-feira (26) e quinta-feira (27) pelo numero 40900, as mensagens orientam o 
acesso ao site do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para maiores informações. "Presidência 
da República: durante a posse presidencial, alguns itens não poderão ser levados para a Esplanada. 
Acesse: www.gsi.gov.br ou #PossePresidencial2019", diz o texto.
A solicitação do envio de sms foi feita pelo Comando de Operações Especiais do Exército à Agência 
Nacional de Telecomunicações (Anatel), que, por sua vez, repassou a demanda para as operadoras de 
celular. No entanto, segundo a resolução 656/2016 da Anatel, o recurso só pode ser utilizado em 
situações de calamidade pública ou emergência.
Para Rodrigo Lentz, advogado e doutorando em Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), 
o disparo das mensagens encomendado pelo Exército pode ser considerado ilegal.
“Não é natural e me parece inédito o fato de que as Forças Armadas, por meio desse Comando de 
Operações Especiais, passe a mobilizar e a mandar informações que não são a respeito de nenhuma 
calamidade, de nenhuma urgência que autorizaria uma medida dessas de comunicação direta com o 
cidadão”, afirma Lentz, que pesquisa a atuação dos militares no Brasil. 
Ele acredita que essa ação de comunicação direta do Exército com a população é inédita após a 
ditadura militar (1964-1985).
“É um fato novo que traz preocupação porque essa instituição (Forças Armadas) que volta a ser a 
cabeça pensante de um governo, do Poder Executivo - isso está cada vez mais claro - volta a ter as 
funções que tinha na ditadura a partir da legitimação do voto”, critica o advogado, ressaltando que, 
diferente de outros países latino-americanos, os militares brasileiros não foram responsabilizados 
pelas violações de direitos humanos que ocorreram no regime autoritário, instaurado após o golpe 
militar de 1964.
Lentz aposta que, com Bolsonaro, a ação deve se tornar uma política institucional do governo. “Esse 
fato do Exército participar da mobilização nacional no entorno dos atos do governo já é um reflexo 
da participação deles na liderança do próprio governo. Eles mesmos estão imprimindo uma nova 
prática, que é a comunicação direta por meio das ferramentas que a tecnologia coloca a disposição”. 
Os dados confirmam a participação dos militares na política. No último pleito eleitoral, de forma 
inédita, 72 militares foram eleitos para cargos legislativos. A ascensão militar se repete na 
Presidência: além de Bolsonaro, militar reformado, e do general Hamilton Mourão, seu vice, sete 
integrantes das Forças Armadas foram nomeados para ocupar cargos ministeriais, quase um terço de 
todas as pastas.
O especialista diz ainda que o envio das mensagens é a concretização do decreto n. 9.527 de 15 de 
outubro de 2018, assinado por Michel Temer, que instituiu uma Força-Tarefa de Inteligência “para o 
enfrentamento ao crime organizado no Brasil”.
Outro ponto que coloca em cheque o pedido do Comando de Operações Especiais do Exército é a 
violação do direito à privacidade protegido pela Constituição de 1988, já que o envio em massa de 
SMS para celulares se enquadra no tratamento de dados pessoais.
“Infelizmente, essa violação está banalizada hoje em dia. Recebemos de forma reiterada e por meio 
de falsos consentimentos uma série de propagandas e mensagens de empresas privadas de 
telecomunicações. Agora estamos vendo essa prática, que foi banalizada pelo setor privado, entrar no 
setor público, no Poder Executivo, como uma política de comunicação”, comenta Lentz. A 
regularização do envio está prevista na Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, que só entrará em 
vigor no Brasil em 2020.
(...)

ONGs dos EUA declaram: Posições de Bolsonaro são séria ameaça à democracia, aos direitos humanos e ao meio ambiente no Brasil; leia íntegra


EM APOIO À DEMOCRACIA, AOS DIREITOS HUMANOS E AO MEIO AMBIENTE NO 
BRASIL
Defend Democracy in Brazil
Enquanto o Brasil se prepara para a posse de Jair Bolsonaro como presidente, nós, as organizações 
abaixo-assinadas, desejamos expressar nossa profunda preocupação com as posições sustentadas 
pelo presidente eleito, que representam uma séria ameaça à democracia, aos direitos humanos e ao 
meio ambiente.
Desejamos também reafirmar nosso apoio aos corajosos indivíduos e grupos no Brasil que lutam 
para defender os direitos e liberdades constitucionalmente protegidos em um ambiente cada vez mais 
desafiador.
O presidente eleito Jair Bolsonaro tem frequentemente assumido posições que estão 
fundamentalmente em desacordo com os valores democráticos.
Durante a campanha presidencial, ele afirmou que, se perdesse, não aceitaria os resultados das 
eleições.
Ele defendeu avidamente a brutal ditadura militar do Brasil (1964-1985) e argumentou que o erro do 
regime foi não ter matado mais pessoas.
Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais em outubro, ele prometeu expurgar o Brasil 
de ativistas de esquerda, através de exílio forçado ou prisão.
No final de outubro, ele se referiu a membros de movimentos de base como o Movimento dos 
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), entre 
outros, como “terroristas”, gerando preocupações de que a polêmica lei de antiterrorismo doBrasil 
será usada para criminalizar ativistas sociais.
Perturbadoramente, dois líderes do MST foram assassinados por homens armados e encapuzados em 
8 de dezembro.
Muitos temem que a retórica de ódio e ameaças de Bolsonaro esteja tornando o Brasil – que já é líder 
mundial em assassinatos de defensores da terra e do meio ambiente – em um lugar muito mais 
perigoso para ativistas.
O discurso de ódio de Bolsonaro teve como alvo numerosos grupos com lutas de longa data contra a 
opressão e a discriminação.
Ele afirmou que os quilombolas não estão aptos para procriação.
Ele afirmou também que se um de seus filhos fosse gay, ele preferiria que eles morressem em um 
acidente e que nenhum de seus filhos iria querer uma namorada negra, uma vez que são muito bem 
educados.
Ele fez comentários profundamente ofensivos sobre as mulheres, dizendo que ele fracassou como 
homem quando teve uma filha e dizendo a uma legisladora que ela não merecia ser estuprada por ele.
Ele se referiu aos migrantes como “a escória da humanidade” e se opôs a uma lei que concede 
direitos básicos aos imigrantes.
Para além desses abomináveis ataques verbais, estamos particularmente preocupados com uma série 
de propostas políticas de Bolsonaro que, se implementadas, podem infligir danos de longo alcance e 
duradouros às comunidades brasileiras e ao meio ambiente.
Bolsonaro ameaçou cortar salvaguardas ambientais nas áreas de proteção da Amazônia, ao mesmo 
tempo em que aboliria os direitos constitucionais sobre territórios indígenas, a fim de permitir a 
expansão de atividades destrutivas de agronegócio, extração de madeira e mineração.
Esses planos inevitavelmente provocariam danos ambientais profundos e irreversíveis, destruindo 
comunidades e culturas indígenas e desencadeando violentos conflitos por terra.
Também é esperado que eles possam prejudicar significativamente os esforços globais para combater 
a mudança climática.
Em resposta aos crescentes níveis de crimes violentos, Bolsonaro manifestou apoio às execuções 
extrajudiciais cometidas pela polícia em bairros pobres, os quais já experenciam 
desproporcionalmente as mais altas taxas de homicídios historicamente registradas no país.
Ele afirmou que, se um policial “mata 10, 15 ou 20 [suspeitos] com 10 ou 30 balas cada, ele precisa 
ganhar uma medalha e não ser processado”.
Afirmou ainda que criminosos não têm “direitos humanos” e indicou que expandirá a militarização 
em todo o Brasil para combater o crime.
Na frente institucional, Bolsonaro anunciou que sua administração eliminará o Ministério do 
Trabalho e o Ministério dos Direitos Humanos.
Esses planos geram temores de que o futuro governo tentará minar os esforços para proteger os 
direitos dos trabalhadores e outros direitos humanos.
Estamos alarmados com essas e outras posições preocupantes adotadas por Bolsonaro e seus aliados 
mais próximos, e iremos acompanhar de perto as ações do futuro governo nos próximos meses.
Nós nos pronunciaremos contra a retórica de ódio e atos de violência, intimidação ou perseguição 
contra as comunidades e os defensores da sociedade civil, os quais Bolsonaro classificou como 
“inimigos” ou “terroristas”.
Nós vamos expor os facilitadores internacionais da agenda destrutiva de Bolsonaro.
E vamos apoiar àqueles no Brasil que se opõem ao autoritarismo e continuam a defender a 
democracia e os direitos básicos de todos os habitantes do país.
- Amazon Watch
- AFL-CIO
- Friends of the Earth USA
- Center for International Policy
- Grassroots International
- The Brazil Studies Association (BRASA)
- Women’s International League for Peace and FreedomWashington Office on Latin America
- Center for Economic and Policy Research
- Latin America Working Group Education Fund
- The National Network for Democracy in Brazil
- Global Witness
- Due Process of Law Foundation
- Center for International Environmental Law (CIEL)
- Brazilians for Democracy and Social Justice in Washington, DC Just Associates (JASS)
- International Labor Rights Forum (ILRF)
- Coalition of Black Trade Unionists
- Foundation Earth
- Defend Democracy in Brazil Committee – New York
- Village Rights International
- Friends of the MST (US)
- Code Pink
- Stand
- The Oakland Institute
- Retail, Wholesale and Department Store Union
- Cultural Survival
- Global Justice Ecology Project
- United Steelworkers (USW)
- National Family Farm Coalition
- Environmental Justice League of Rhode Island (EJLRI)
- GreenRoots
- Grassroots Global Justice Alliance
- Sunflower Alliance
- Farmworker Association of Florida
- Rainforest Action Network
- Renewable Freedom Foundation
- Iowa Citizens for Community Improvement Conference of Major Superiors of Men
- Forest Peoples Programme
- Food Chain Workers Alliance
- Community Alliance for Global Justice
- Institute for Policy Studies, Drug Policy Project
- Sisters of Notre Dame de Namur USA JPIC
- Rainforest Foundation US
- Beautiful Trouble
- Alliance of Baptists

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#DireitosHumanos #Democracy #NoToDictatorship #PoliceViolence #ViolênciaPolicial #Democracia

December 27, 2018

ESQUERDA E CENTRO-ESQUERDA NÃO VÃO À POSSE DE BOLSONARO


Os partidos de esquerda não irão à posse de Jair Bolsonaro; os parlamentares do PT, PSOL e
PC do B estarão ausentes da cerimônia de 1º de janeiro às 15h no Congresso Nacional; os
partidos de centro-esquerda, PDT e PSB, liberaram suas bancadas para que cada parlamentar
decidia-se; o presidente do PSB, Carlos Siqueira, já anunciou que não irá, mesma posição do
líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo; com a confirmação da presença de
Benjamin Netanyahu, Viktor Orbán, Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque (Colômbia) e
Mario Abdo (Paraguai), a posse de Bolsonaro adquire feição de um encontro da direita e
extrema-direita global.

Bolsonaro despreza os direitos humanos,a soberania nacional, 
a democracia,os direitos sociais.Criminaliza movimentos 
sociais e ameaça a livre organização política.O PSOL não 
estará presente na posse de um presidente que tem saudade da 
ditadura. Sem razão para celebrar, seguimos na luta!, disse a 
deputada eleita pelo Rio de Janeiro Talíria Petrone
247 - Os partidos de esquerda não irão à posse de Jair Bolsonaro. 
Os parlamentares do PT, PSOL e PC do B estarão ausentes da 
cerimônia de 1º de janeiro às 15h no Congresso Nacional. Os partidos de centro-esquerda, PDT e 
PSB, liberaram suas bancadas para que cada parlamentar decidia-se. O presidente do PSB, Carlos 
Siqueira, já anunciou que não irá, mesma posição do líder do PDT na Câmara dos Deputados, André 
Figueiredo.
Com a confirmação da presença do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e mais o 
premiê ultranacionalista da Hungria Viktor Orbán e os presidente de direita sul-americanos, 
Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque (Colômbia) e Mario Abdo (Paraguai), a posse de Bolsonaro 
adquire feição de um encontro da direita e extrema-direita global
A decisão do PT de boicotar a posse de Bolsonaro foi antecipada pelo Brasil 247 em 20 de dezembro 
(aqui). Nesta sexta (28) o partido oficializou sua posição com uma nota assinada pelos líderes do 
partido na Câmara e Senado, deputado Paulo Pimenta e senador Lindbergh Farias, e pela presidente 
da sigla, Gleisi Hoffmann (aqui). Na nota, o partido informa: !"Não compactuamos com discursos e 
ações que estimulam o ódio, a intolerância e a discriminação. E não aceitamos que tais práticas 
sejam naturalizadas como instrumento da disputa política. Por tudo isso, as bancadas do PT não 
estarão presentes à cerimônia de posse do novo presidente no Congresso Nacional".
Da mesma maneira, o PSOL oficializou sua posição nesta sexta, com uma nota de sua Executiva 
Nacional na qual o partido diz que seus parlamentares estarão ausentes da posse e afirma: 
"Estaremos nas ruas, desde o primeiro dia de governo, defendendo a democracia, os direitos do povo 
brasileiro e a soberania nacional contra aqueles que querem fazer o Brasil retroceder a 1964. 
Seremos resistência, desde o primeiro dia do governo Bolsonaro, nas ruas e no parlamento, em 
defesa do povo brasileiro" (aqui).
O PC do B não divulgou nota sobre o assunto. Segundo a presidente da legenda, deputada Luciana 
Santos (PCdoB-PE), "Não tomamos nenhuma resolução, mas é natural que não estejamos presentes. 
Não temos nenhuma identificação com o presidente eleito. Não fomos convidados e não iríamos se o 
convite tivesse chegado" (aqui). A deputada comunista Jandira Feghali confirmou que a bancada não 
participará da posse, mas evitou usar a palavra "boicote". "Não é um boicote, até porque respeitamos 
o resultado das urnas. É a decisão política de não ir", disse (aqui).
O presidente do PSB, Carlos Siqueira afirmou que a questão não foi fechado pelo partido e que 
decisão será de cada parlamentar e líder da agremiação: "Quem desejar participar está livre para fazê-
lo. Eu, pessoalmente, não estarei lá". O líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo 
(CE), disse que não vai e que "não existe nenhuma deliberação para algum deputado da bancada ir".
Com a confirmação da presença do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e mais o 
premiê ultranacionalista da Hungria Viktor Orbán e os presidente de direita sul-americanos, 
Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque (Colômbia) e Mario Abdo (Paraguai), a posse de Bolsonaro 
adquire feição de um encontro da direita e extrema-direita global

ATÉ QUANDO O ENGARRAFADOR VAI CONTINUAR ENGARRAFANDO O TRANSITO DE SANTARÉM?


Na SMT Paulo de Jesus é apadrinhado e afilhado político de Alysson Pontes.
Até quando o grupo político do vereador Alysson Pontes (PSD) vai deixar que o secretário Paulo de 
Jesus (Mobilidade e Trânsito) continue sangrando em poça de aguda incompetência no cargo? 
Por que não poupá-lo desse sacrifício inútil e caro aos cofres públicos de Santarém? 
Em tempo: O prefeito Nélio Aguiar ordenou que seja desfeito o trabalho de inversão de sentido que 
a SMT realizou na travessa Francisco Corrêa com a Rui Barbosa, na área central da cidade. Amanhã 
e domingo a secretária deve por a mão na massa.

MORO QUER AFROUXAR CONTROLE DE ARMAS NA CANETADA!


Presidente da Justissa não quer a interferência do Congresso.
Símbolo da era Bolsonaro, Taurus lidera altas na bolsa em 2018
Faça você mesmo Aliados de Bolsonaro relatam que, na reunião
dos futuros ministros, quinta (27), Sergio Moro (Justiça) sugeriu
como medida prioritária para os cem dias de governo a edição de
um decreto que flexibilize a posse de armas, o que tiraria o debate
do Congresso.
Verão passado No início de novembro, Eduardo Bolsonaro (PSL-
SP) defendeu a adoção da medida que agora é encampada por
Moro. Em 2016, Michel Temer baixou um decreto presidencial que ampliou a validade do registro de
armas de três para cinco anos.
(...)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Ibama Barra Multinacionais e nega licença ambiental para exploração na Foz do Amazonas


Foto: Corais na Foz do Rio Amazonas
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) voltou a negar a licença ambiental necessária para que a multinacional Total E&P possa começar a perfurar os cinco blocos que detém na bacia da foz do Rio Amazonas.
No último dia 7, o Ibama já havia indeferido o pedido de licença da empresa. Na ocasião, o instituto justificou a decisão apontando a existência de “um conjunto de problemas técnicos identificados ao longo do processo de licenciamento”.
A Total E&P recorreu do indeferimento, mas o Ibama rejeitou o recurso nesta quarta-feira (26). Em seu despacho, a presidenta do Instituto, Suely Araújo, destaca que a empresa não apresentou nenhuma nova informação técnica que já não tivesse sido analisada antes de o instituto decidir indeferir o pedido de licença ambiental.
Suely também menciona que, na documentação entregue ao Ibama, a própria empresa assume que “alguns elementos técnicos do processo podem despertar dúvidas” quanto à segurança do empreendimento. Para a presidenta do Ibama, não há como relevar “as notórias dificuldades encontradas pela empresa para solucionar questões técnicas para a realização da perfuração, em especial aquelas ligadas a apresentar um Plano de Emergência Individual que seja exequível e compatível com a extrema sensibilidade ambiental da região”.
“Um incidente com vazamento de óleo na região em que se situam os Blocos FZA-M-57, 86, 88, 125 e 127 na Bacia da Foz do Amazonas pode implicar danos irreversíveis se o empreendedor não contar com robusta infraestrutura e planejamento preciso de como atuar na emergência”, acrescenta Suely em seu despacho, acompanhando parecer técnico.
Para o Ibama, a decisão já não comporta mais recursos ao ministério do Meio Ambiente ou a outra autoridade administrativa. Procurada pela Agência Brasil, a Total E&P informou que não se manifestaria sobre o assunto.
Em seu site, a empresa informa que os cinco blocos da bacia da foz do Rio Amazonas estão entre seus principais ativos no Brasil – onde a subsidiária do Grupo Total, uma das maiores empresas exploradoras de petróleo e gás do mundo, possui, no total, 15 blocos exploratórios de óleo e gás, com foco em águas profundas.
A Total E&P do Brasil atua na Exploração e Produção de óleo e gás, e possui um portfólio amplo e diversificado, composto por 15 blocos exploratórios, com foco em águas profundas. Entre os principais ativos da empresa estão a participação de 20% no consórcio do campo de Libra, no pré-sal brasileiro, e os cinco blocos como operadora na Bacia da Foz do Amazonas.

BOFF DIZ QUE FUTURO CHANCELER É UM “IMBECIL”


O teólogo e escritor Leonardo Boff criticou nesta sexta-feira, 28, o futuro ministro de Relações 
Exteriores, Ernesto Araújo, que escreveu artigo em revista dos Estados Unidos afirmando que 
"Deus uniu" o presidente eleito Jair Bolsonaro e o ex-astrólogo Olavo de Carvalho; "Com 
Ernesto Araújo nas Relações Exteriores o Brasil vai passar vergonha. Como um imbecil destes 
pode dialogar com os demais diplomatas de carreira? Metendo seu ídolo ('deus') em tudo? Não 
é o da tradição judaico-cristã. É uma criação de O. de Carvalho", disse Boff pelo Twitter

247 - Leonardo Boff criticou nesta sexta-feira, 28, o futuro ministro de Relações Exteriores, Ernesto 
Araújo, que escreveu artigo em revista dos Estados Unidos afirmando que "Deus uniu"o presidente 
eleito Jair Bolsonaro e o ex-astrólogo Olavo de Carvalho. 
"Com Ernesto Araújo nas Relações Exteriores o Brasil vai passar vergonha.Como um imbecil destes 
pode dialogar com os demais diplomatas de carreira? Metendo seu ídolo ('deus') em tudo? Não é o da 
tradição judaico-cristã. É uma criação de O. de Carvalho", disse Boff pelo Twitter

DICAS LITERÁRIAS PARA ESCAPAR DA MESMICE DO IDIOTISMO


Mais infalíveis que o tio do pavê ou o primo bolsonarista, todo Natal tem as dicas do site para você presentear amigos e parentes com inteligência
Cynara Menezes
Mais infalíveis que o tio do pavê ou o primo bolsonarista, todo Natal tem as dicas literárias do site para você presentear os amigos com inteligência. 
Este ano as megalivrarias Saraiva e Cultura anunciaram problemas financeiros e até fechamento de lojas, portanto, escolha comprar os livros direto das editoras, em sebos ou nas pequenas livrarias.
São livros e HQs que li ou que também estão na minha lista pessoal para ler em 2019… A literatura vai nos salvar muito nestes tempos sombrios, aposto. Esta lista pode ser atualizada a qualquer momento até o Natal e também durante as férias de janeiro. Feliz Natal e Lula Livre!
Zé Dirceu – Memórias (volume 1) –Mesmo seus mais ferrenhos inimigos seriam incapazes de negar que a história do mineiro de Passa-Quatro José Dirceu de Oliveira e Silva se cruza com a história do Brasil dos últimos 50 anos. O primeiro volume, lançado em agosto, começa com sua infância na pequena cidade mineira e acaba em 2006, quando Zé Dirceu é condenado pelo processo do “mensalão”. No meio, muitas histórias de bastidores de sua passagem pelo governo brasileiro como ministro chefe da Casa Civil de Lula, a quem não faltam críticas no livro… Geração Editorial, 520 págs., R$59,90.

Putafeminista –Trabalhadora sexual e ativista, a gaúcha Monique Prada relata sua trajetória ao enfrentar os preconceitos tanto da direita quanto da esquerda com a prostituição, perseguida por ramos do feminismo que, ao mesmo tempo que pregam que a mulher é dona do próprio corpo, não aceitam que isso inclui a possibilidade de vendê-lo.
Putafeminista é um misto de autobiografia, ensaio e manifesto sobre o que ela chama justamente de “putafeminismo”, ou seja, dar voz à luta das trabalhadoras sexuais. Editora Veneta, 108 págs., R$34,90.

Como esmagar o fascismo – Compilação de textos de Leon Trotsky sobre o fascismo, a maioria deles escritos às vésperas da eclosão da Segunda Guerra Mundial. O revolucionário russo fala desde a definição de fascismo até a compreensão de que não há luta antifascista sem um esforço de aproximação entre a pequena burguesia e o proletariado. “É certo que a social-democracia preparou, com a sua política, o florescimento do fascismo, mas é certo também que o fascismo supõe uma ameaça mortal primeiramente para a própria social-democracia”. Algumas das traduções, de Aldo Sauda e Mario Pedrosa, são inéditas em língua portuguesa. Autonomia Literária, 319 págs., R$35.

Jorge Amado, Uma Biografia –O que começou como o que seria um perfil para os 100 anos do escritor terminou como uma tarefa hercúlea para a jornalista baiana Joselia Aguiar. Durante sete anos, ela escarafunchou a vida e a obra do romancista e político: Jorge chegou a ser eleito deputado federal em 1946 pelo Partido Comunista Brasileiro, que seria declarado ilegal no ano seguinte, obrigando o escritor a se exilar na França. Mais tarde, em 1955, decepcionado com o stalinismo, passaria a se dedicar inteiramente à literatura. Uma história de vida imperdível. Editora Todavia, 640 págs., R$79,90.

Comunismo para crianças –Por causa do título provocativo, o livro causou furor entre políticos e a mídia conservadora norte-americana ao ser lançado nos EUA em 2017, que o atacaram ferozmente supondo que o objetivo da obra era “ensinar comunismo a criancinhas”. Na verdade, Comunismo para crianças não se destina exatamente aos pequenos. Embora a linguagem parodie histórias infantis, o livro da ativista e artista alemã Bini Adamczac tem como alvo o funcionamento da economia capitalista contemporânea, uma crítica para todas as idades. Tradução Christine Röhrig. Editora Três Estrelas, 96 págs., R$25.
História do Movimento LGBT no Brasil –Professoras/es, pesquisadoras/es e militantes dos mais diversos campos disciplinares e regiões do país buscam reconstruir neste livro alguns temas e momentos privilegiados da história de quatro décadas deste importante ator político do Brasil contemporâneo, atentando para a diversidade de sua composição e de perspectivas no interior do movimento. Pretende-se, assim, contribuir para traçar um panorama interdisciplinar dos 40 anos do movimento LGBT brasileiro. Organizadores: James N.Green, Renan Quinalha, Marcio Caetano e Marisa Fernandes. Capa de Laerte. Editora Alameda, 536 págs., R$89.
FICÇÃO
A Transparência do Tempo –O consagrado autor de O Homem Que Amava os Cachorros, Leonardo Padura, lança agora no Brasil seu mais novo romance, na verdade um retorno a sua fase policial. O detetive Mario Conde, agora sessentão, vive da venda de livros usados, em franca decadência na Havana atual, quando um ex-colega o procura para resolver o desaparecimento da estátua de uma virgem negra que lhe fora roubada. Como co-protagonistas da trama, a vida e a política na Cuba de Raúl Castro. Tradução: Monica Stahel. Boitempo, 373 págs., R$45,60.


Desamparo –Estreia do também poeta Fred di Giácomo na ficção, Desamparo é uma história do velho oeste, mas não dos EUA, e sim do oeste paulista do final do século 19 e princípios do século 20, com semelhante genocídio indígena. O enredo, misto de ficção e vida real, conta a saga de duas famílias, os primeiros ocupantes da região que daria origem ao município de Penápolis, terra natal do escritor. Entre as protagonistas à la Cem Anos de Solidão, está a viúva Maria Capa Negra, que veio de Portugal e foi ama de leite de Dom Pedro II. Editora Reformatório, 248 págs., R$40.

Alguns Humanos –Coletânea de contos do escritor, antropólogo, diplomata e também amante do samba Gustavo Pacheco, traz 11 narrativas insólitas que, segundo o autor, um cético da separação entre romance e conto, guardam unidade entre si. Entre os personagens, o orangotango Dohong, muriquis hippies hipersexualizados, a mulher mais feia do mundo… Editora Tinta da China Brasil, 144 págs., R$65.
CLASSICOS

A Revolução dos Bichos –Não por acaso, no ano em que os brasileiros resolveram chamar a ditadura militar de volta, desta vez pelas urnas, este pequeno clássico de George Orwell voltou a aparecer na lista dos livros mais vendidos no país. Muitos pensam, equivocadamente, que tanto A Revolução dos Bichos quanto 1984, também de Orwell, criticam o comunismo, quando, na verdade, um em forma de fábula e outro de distopia, são uma amostra de como atuam os regimes totalitários, não importa se de direita ou de esquerda. E como líderes populistas podem se revelar ditadores enquanto afirmam estar “libertando” o povo. Tradução: Heitor Aquino Ferreira. Companhia das Letras, 152 págs., R$34,90.
TEATRO

O ator dialético –O ator e professor Ney Piacentini, que integra a Companhia do Latão desde a sua fundação, em 1997, publicou este livro indispensável para atores, diretores e criadores teatrais. Originalmente sua tese de doutorado defendida na ECA- USP, a obra examina o gradativo aprendizado das atrizes e atores que fizeram parte do grupo, na direção de uma interpretação dialética baseada na contradição entre os aspectos internos e externos dos personagens. Hucitec Editora, 346 págs., R$60.
HQs

Diastrofismo Humano –Gilbert Hernandez ou Beto Hernández se tornou conhecido no mundo dos quadrinhos ao publicar, junto com os irmãos Mario e Jaime a celebrada série Love and Rockets na década de 1980. Nesta incursão solo saída da própria série original, Beto aprofunda a história da latina Luba, a sexy dona da casa de banhos de Palomar, lugarejo onde se passa a trama de Love and Rockets: enquanto tentam descobrir quem é o serial killer que está agindo na cidade, se descortinam os amores, conflitos e a filharada de Luba, agora uma matriarca em Palomar. Tradução: Cris Siqueira. Editora Veneta, 256 págs, R$89,90.

Holandeses –O historiador, antropólogo e quadrinista André Toral narra as aventuras de dois irmãos judeus, Cástor e Esaú, que vêm para o Brasil no século 18 e se instalam em Pernambuco durante a invasão holandesa. Eles acreditam que irão encontrar aqui tribos perdidas de judeus, mas chegando ao Brasil mudam completamente de planos: enquanto Cástor se enamora da terra, Esaú prefere o lucrativo comércio de escravos, o que gera um conflito entre os dois irmãos. Editora Veneta, 96 págs., R$59,90.

Como uma Luva de Veludo Moldada em Ferro – Este clássico de Daniel Clowes, que reúne os dez capítulos da história de mesmo nome publicada pelo quadrinista entre 1989 e 1993 na revista Eightball, está sendo reeditado no Brasil após muito tempo. Os personagens estranhos de Clowes estão ainda mais bizarros: uma dupla sádica de policiais que entalha um estranho símbolo no seu calcanhar; uma suburbana de meia-idade e libidinosa, cujo encontro sexual com uma misteriosa criatura das águas gerou uma filha mutante grotescamente disforme, mas não menos libidinosa; um cão sem qualquer orifício (que tem de ser alimentado via injeções)… Tradução: Jim Anotsu. Nemo, 144 págs., R$54,90.

A Marcha (1 e 2) –Nesta trilogia em quadrinhos cujos dois primeiros números já foram publicados no Brasil, o ativista e congressista negro John Lewis conta sua saga de uma pequena fazenda no Alabama aos corredores do Congresso norte-americano; de uma sala de aula segregada para a Marcha em Washington e seu encontro com Martin Luther King; dos ataques da polícia ao recebimento da Medalha Presidencial da Liberdade pelas mãos do primeiro presidente negro dos Estados Unidos. Tradução: Erico Assis. Nemo, 128 págs., R$49,80.
Asa Quebrada –O escritor Antonio Altarriba e o quadrinista Kim contam a história real da mãe do primeiro, Petra, que conseguiu esconder da família a vida inteira que tinha um braço imóvel por conta da tentativa de seu pai, desesperado com a morte da mulher no parto, de matá-la.
A sensível biografia quadrinizada de Petra corre em paralelo com os acontecimentos na Espanha da década de 1930, às voltas com o fascismo do generalíssimo Franco. Tradução: Marcelo Barbão. Editora Veneta, 272 págs., R$64,90.