sábado, 31 de dezembro de 2016

2016 SIFU !!!!

RETROSPECTIVA 2016

BRASIL 2016 - O ANO DO VIRA LATA



Por Marcelo Zero, Brasil 247 -

Normalmente, países costumam ser destruídos por guerras. Sejam intestinas ou agressões eternas, as guerras deixam um rastro terrível de destruição que pode retroceder o desenvolvimento de um país em décadas. A destruição é ainda maior quando o Estado Nação fica muito fragilizado e o país se torna presa fácil de interesses externos.
Os recentes casos de países do Grande Oriente Médio, como Iraque e Líbia, são emblemáticos. Hoje, tais países não passam de territórios controlados por diferentes grupos armados, abertos à “predação” internacional sem controle.
Mas há casos em que países são destruídos ou fragilizados por meios pacíficos e sutis. Sem sangue. Sem que seja necessário disparar um tiro.
É o caso do Brasil. Com efeito, o ano de 2016 ficará conhecido como o ano em que o Brasil se autoimplodiu. O ano em que “chutamos a escada” do nosso próprio desenvolvimento.
Tudo começou com a implosão da nossa democracia, com o álibi inventado das “pedaladas fiscais” e a desculpa esfarrapada do “combate à corrupção”. Isso permitiu que a presidenta honesta fosse afastada para dar lugar à amálgama política canhestra da hipercorrupta “turma da sangria” com os interesses do capital internacionalizado e “financeirizado” e da mídia oligárquica.
Mesmo sem nenhuma legitimidade e nenhum voto, esse “Frankenstein” político do golpe tomou rapidamente decisões estruturantes que reverterão todo o progresso social e econômico obtido em anos recentes e comprometerão, talvez de forma definitiva, a possibilidade de o Brasil se converter num país plenamente desenvolvido.
Tais decisões, explicitadas na “Pinguela para o Passado”, de fato implodirão todos os vetores, recursos e mecanismos que o Brasil dispõe para alavancar seu desenvolvimento econômico e social. Não se trata apenas de promover um óbvio retrocesso social, em nome da redução dos custos do trabalho e do nosso incipiente Estado do Bem Estar, mas de limar a possibilidade do país promover um ciclo de autêntico desenvolvimento, em nome de aposta insana num modelo econômico ultraneoliberal, concentrador, excludente e antinacional.
O primeiro mecanismo a ser abatido por esse modelo fracassado, que não tem mais apoio nem mesmo no FMI, é o do mercado interno.
Ao contrário do que se diz, os extraordinários progressos que o Brasil fez no início deste século não se basearam, de modo decisivo, nas exportações e no “boom das commodities”. O crescimento substancial das exportações foi vital para superação da vulnerabilidade externa da economia e para o acúmulo de grandes reservas internacionais, que nos transformou de devedor em credor externo. Mas o eixo estratégico do nosso ciclo de desenvolvimento recente foi a dinamização do mercado interno de consumo de massa.
A contribuição das exportações para o crescimento do PIB só foi significativa no período de 2001 a 2005, durante o qual elas se igualaram ao consumo das famílias, no estímulo a atividade econômica. Já no período 2006- 2010, para um crescimento de médio de 4,51% ao ano, o consumo das famílias contribuiu com 2,66 pontos percentuais, ao passo que as exportações contribuíram com somente 0,22 pontos percentuais, abaixo também da formação bruta de capital (1,07 p.p.) e do consumo do governo (0,55 p.p.). E, no período 2011 a 2015, para um crescimento médio de 1,05% (por causa da queda em 2015), o consumo das famílias respondeu por 0,95 pontos percentuais, ao passo que as exportações responderam por apenas 0,25 pontos percentuais.
O Brasil, um país continental com mais de 200 milhões de habitantes, não pode se desenvolver plenamente sem a dinamização desse mercado, ainda mais numa conjuntura de estagnação do comércio internacional.


Nos períodos mencionados, a dinamização do mercado interno de consumo se deu por quatro vertentes: as políticas sociais distributivas, com programas como o Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada, o aumento real do salário mínimo em mais de 70%, a substancial geração de mais de 20 milhões de empregos formais e a forte expansão do crédito popular, graças à atuação dos bancos públicos. Em virtude esses fatores, o volume do comércio varejista aumentou mais de 100%, em apenas 8 anos.
Ora, o modelo ultraneoliberal do golpe está fazendo o oposto. Pretende diminuir substancialmente o alcance das políticas sociais, acabar com a política de valorização do salário mínimo, desvincular o salário mínimo de benefícios previdenciários e assistenciais, restringir o crédito pela amputação ou privatização dos bancos públicos e implementar, como regra, a precarização das relações trabalhistas.
Com efeito, todas as medidas aprovadas ou anunciadas até agora, a PEC 55, a PEC da Previdência e as novas normas trabalhistas, conduzem à desconstrução massiva dos direitos sociais e trabalhistas assegurados na Constituição 88 e na CLT. É que o golpe trabalha com a lógica de que é preciso diminuir os custos previdenciários, sociais e trabalhistas para que o Brasil possa crescer. O golpe aposta no retorno da desigualdade, da pobreza e da precariedade laboral como elementos indutores do investimento privado. Trata-se do oposto ao que fizemos no início deste século e do que uma parte dos países desenvolvidos, com o apoio do FMI, tenta fazer agora.
Assim, com o modelo ultraneoliberal do golpe, a redução da demanda interna, que hoje é apenas conjuntural, se tornará estrutural. Dentro desse modelo, poderemos ter até espasmos de crescimento, “voos de galinha”, mas jamais um ciclo de desenvolvimento sustentado que promova o bem-estar de todos os brasileiros.
Outro vetor importante para o nosso desenvolvimento que o golpe vai destruir é o do Estado como estimulador da atividade econômica. A PEC 55, em particular, impedirá novos investimentos estatais em educação, saúde, infraestrutura, ciência e tecnologia, defesa nacional, etc. por longos 20 anos, mas não impedirá o pagamento dos maiores juros do mundo aos abonados rentistas, bem como a oferta desinteressada de presentinhos modestos a amigos, como os R$ 100 bilhões às teles, e a compra necessária de mimos inocentes com sabor a Häagen-Dazs. Além disso, haverá a “privatização de tudo o que for possível”, isto é, de tudo, mesmo. Petrobras, pré-sal, Banco do Brasil, Caixa Econômica, terras e tudo o mais entrarão, mais cedo ou mais tarde, fatiados ou não, no grande balcão de negócios do golpe. Com isso, o Brasil perderá instrumentos insubstituíveis para a alavancagem de seu desenvolvimento.


Aliás, a substancial redução do papel do BNDES como banco de desenvolvimento e a destruição da cadeia de petróleo e gás, inclusive da política de conteúdo nacional, já retiram do Estado brasileiro mecanismos vitais para o estímulo à atividade econômica.
Não há país que tenha se desenvolvido sem um forte estímulo estatal à atividade econômica. O Brasil não será exceção.
Mas a redução estrutural do mercado interno e a destruição dos mecanismos estatais de indução ao desenvolvimento não são os fatores decisivos para a fragilização do nosso Estado Nação.
O fator realmente decisivo é externo.
O golpe tem uma agenda geopolítica implícita. Trata-se de extinguir diretrizes vitais da antiga política externa altiva e ativa, como a da integração regional via Mercosul, a da cooperação Sul-Sul, a das alianças estratégicas com os BRICS, a da reaproximação à África e ao Oriente Médio, etc. Essas diretrizes nos transformaram de país frágil e periférico da década de 1990 em ator internacional de primeira grandeza, com espaço de relevo assegurado em todos os foros internacionais e com interesses próprios e independentes bem definidos.
Na realidade, o objetivo maior do golpe é reinserir o Brasil na órbita dos interesses geoestratégicos dos EUA e aliados e abrir nossa economia às necessidades do capital financeiro globalizado e das “cadeias mundiais de valor”.
Isso não é teoria de conspiração. É somente a dura realidade da implacável e óbvia luta geopolítica que se desenvolve hoje no mundo. Quem não consegue entender isso, não conseguirá entender nada.
O fato concreto é que o golpe vem apequenando o Brasil em todos os sentidos. O pior, contudo, é que esse processo de fragilização do nosso Estado Nação não foi imposto pela força. Foi alegremente assumido por setores importantes das nossas “elites”.
Em particular, os procuradores e juízes da Lava Jato deram contribuição substancial para tanto, ao destruírem, em nome da cooperação internacional no combate à corrupção, o braço empresarial da nossa política externa, que exportava serviços para o mundo, abrindo portas dos mercados para produtos brasileiros, e a base empresarial da indústria da defesa, inclusive à que tange à construção do nosso submarino nuclear. De quebra, submeteram a Petrobras a investigações externas.
Messiânicos, cooperando à margem da autoridade central prevista em acordos, julgam-se heróis de um mundo kantiano de interesses universais comuns. Na verdade, não passam de instrumentos cegos da luta “clausewitziana” que rege a geopolítica mundial.
Como a maior parte das nossas classes dirigentes e empresariais e de vastos setores da classe média, acreditam numa suposta superioridade intelectual, cultural e moral dos países hoje desenvolvidos.
Com aliados internos desse calibre, os interesses externos podem aqui se tornar hegemônicos, sem necessidade de bombas e grupos armados.
Vira-latas se autoimplodem. Não precisam de disciplinamento. Ante quaisquer gestos de aceitação, de cooperação, abanam os rabos para seus donos.
O ano de 2016 foi o ano em que, além de toda a tragédia política e social, o Brasil se autoimplodiu. Implodiu seu futuro de país plenamente desenvolvido.
O ano de 2016 foi o ano do vira-lata.
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DA COERCITIVA DE LULA AO BLOQUEIO DO WHATS APP, O PROCESSO DE IMBECILIZAÇÃO DA JUSTIÇA EM 2016


A condução coercitiva de Lula

Publicado no Conjur.

POR LENIO STRECK, jurista e professor


    Começo perguntando: O que é o Direito? E respondo: quando cada juiz decide que o Direito é do jeito que ele pensa que é, parece-me que um bom conceito de Direito é o de que, em uma democracia, o sistema democrático deve oferecer um critério acerca dos sentidos da lei que sejam publicamente acessíveis, para que, de posse deles, possamos cobrar padrões sociais que sejam vinculantes a todos, sem distinção de raça, cor, sexo, poder etc. Isto é: deve existir um padrão decisório. Isso se chama decisão por princípio. O que não deve existir é um decidir por decidir. Não posso correr sozinho e chegar em segundo lugar. O Judiciário deve ter um mínimo de racionalidade. Os sentidos da lei não são secretos.
    Por isso, as decisões devem ser coerentes e íntegras (o que os tribunais fizeram com o artigo 926 do CPC?). Por exemplo: se o TRF-3 diz — corretamente — em uma decisão que clamor social não é motivo para prisão preventiva, tal decisão não pode ser ad hoc. Deve transcender. Outros juízes devem seguir esse padrão. Que, aliás, é o padrão constitucionalmente correto. De há muito o STF já disse que a violência do crime não prende por si, assim como clamor social não é motivo para prender. Mas essa interpretação que o TRF-3 deu ao caso do ex-secretário municipal de São Bernardo do Campo (SP) não pode ser uma loteria ou um achado. Tem de avisar aos demais juízes também, se me entendem o que quero comunicar. E os TRFs devem decidir por princípio. A integridade e coerência devem também ser horizontais.Afinal, há, hoje, dezenas ou centenas (ou milhares) de pessoas presas preventivamente pelo “fundamento” do clamor social. Compreendem o que quero dizer?
    O inimigo da coerência e da integridade é o “decidir por argumentos morais” (e/ou outros argumentos de cunho subjetivo). Como já falei na coluna passada, 2016 foi o ano em que o Direito sucumbiu à moral. Parece que em definitivo. O que quero dizer com isso? Que estou pregando um Direito isento da moral? Óbvio que não. O que quero dizer é que o Direito é que deve filtrar a moral e a política… E não o contrário. Só isso. O que quero dizer é que não é a apreciação moral do juiz ou tribunal que deve corrigir ou torcer o conteúdo mínimo da lei. Há seis hipóteses pelas quais o Judiciário pode deixar de aplicar a lei. Fora disso, é sua obrigação aplicar. Se a lei não é “boa” — ou seja, se a lei não “bate” com o que o juiz pensa —, ele deve mudar de profissão. Ele não é o superego da sociedade nem corretor do parlamento. Nesta última coluna de 2016, trago uma citação da ex-juíza do Tribunal Constitucional alemão Ingeborg Maus:
    “Quando a Justiça ascende ela própria à condição de mais alta instância moral da sociedade, passa a escapar de qualquer mecanismo de controle social — controle ao qual normalmente se deve subordinar toda instituição do Estado em uma forma de organização política democrática. No domínio de uma Justiça que contrapõe um Direito “superior”, dotado de atributos morais, ao simples direito de outros Poderes do Estado e da sociedade, é notória a regressão a valores pré-democráticos de parâmetros de integração social“.
    Dá para entender ou vamos fazer uma letra de funk para ser mais palatável? Isso que disse a professora Maus bate com o que eu falei no início da coluna — o conceito de Direito.
    Enquanto isso, apresento uma amostragem de decisões ativistas-behavioristas de 2016 que se enquadram na crítica acima: 

  • as decisões judiciais que determinaram o bloqueio do WhatsApp;
  • decisão do juiz Sergio Moro, em 16 de março, de divulgar interceptação telefônica de conversa entre a então presidente da República e um ex-presidente; o STF excluiu tais provas, comprovando a tese da ilicitude;
  • o STF fragiliza a presunção da inocência contra expresso texto de lei e da Constituição (e metade da comunidade jurídica acha “bom”);
  • “medida excepcional” da Justiça autoriza a polícia a fazer buscas e apreensões coletivas em favela no Rio de Janeiro contra expresso texto legal e constitucional;
  • mesmo após a vigência do novo CPC, o STJ — guardião da legalidade — continua entendendo que nada mudou acerca do dever de fundamentação, como se o artigo 489, parágrafo 1º, com todos seus incisos, fosse “letra morta”. Isso fica claro no trecho da fundamentação dos Embargos de Declaração no MS 21.315-DF, no qual consta que “o julgador não está obrigado a responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão”;
  • a decisão do STF na ADPF 347, assumindo a tese do Estado de Coisas Inconstitucional (ECI), que não serviu para nada; passado mais de ano, não colocaram um tijolo no sistema (essa decisão é de 2015, mas é como se fosse de 2016);
  • Tribunal de Justiça de São Paulo anulou o julgamento dos 73 policiais condenados pelo massacre do Carandiru. O voto do relator, desembargador Ivo Sartori, foi baseado exclusivamente na sua consciência;
  • a decisão do juiz Sergio Moro que autorizou a condução coercitiva do ex-presidente Lula. Com base nesse caso, a condução coercitiva tem sido autorizada de forma irregular pelo Judiciário. Judiciário legislando;
  • decisão do ministro Barroso em HC que afirmou — com base na ponderação alexiana — não ser crime a interrupção da gestação até o terceiro mês;
  • decisão do TRF-4 que afirmou que a operação “lava jato” não precisaria respeitar as regras de casos comuns por ser uma situação excepcional;
  • decisão liminar do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, nos autos do Mandado de Segurança 34.530, determinando “o retorno do Projeto de Lei da Câmara n. 80/2016, em tramitação no Senado Federal, à Casa de Origem”, sob fundamentos que intervém perigosamente no processo legislativo;
  • decisão liminar do ministro Marco Aurélio que determinou o afastamento do senador Renan Calheiros da Presidência do Senado, descumprida pelo Senado até decisão do Plenário do STF, que voltou atrás para manter Renan na Presidência, mas fora da linha sucessória. Errada também a decisão que confirmou a liminar em parte.

Há tantas decisões que poderia fazer um Top 100. Por exemplo, a decisão do STJ sobre o pingente pendurado no pescoço, considerado como porte ilegal de munição e o perigo que isso representou para a paz social de Minas Gerais (o STF teve que conceder liminar em HC para terminar com a “bobagem” — sic); no Acre, ação penal fast food — no mesmo dia, houve denúncia, instrução, julgamento e sentença (leia aqui); o caso da indenização de R$ 7 na Bahia fundada no livre convencimento (leia aqui e aqui); o caso da fonte secreta para decretação de prisão no RN (leia aqui); o caso do dono de banca de jornal condenado a mais de sete anos de prisão por ter cometido crime contra a honra de um juiz; o caso do juiz da Infância e Juventude que mandou usar instrumentos de “persuasão” (meu eufemismo para tortura) contra adolescentes que são proibidos até pelo Senado dos EUA; o caso do uso do PowerPoint pelo MPF, que virou meme nas redes (aliás, PowerPoint é moda; os professores já não conseguem ministrar aulas sem “ele”). PowerPoint com efeito vinculante… E a caneta luminosa.
Numa palavra: 2016 foi um ano difícil para o Direito. Apanhou de todos os modos. Foi lanhado. No cotejo com a moral e a política, foi driblado inúmeras vezes. Também a economia tirou lascas do Direito, como nas decisões do STF sobre a tramitação da PEC 55/241. Na verdade, foram poucas as vezes em que o Direito filtrou a moral e a política. No mais das vezes, ocorreu o contrário. O Direito foi buscar lã e sempre voltou tosquiado, como se diz na minha terra.
Em 2016, foram 54 colunas e alguns artigos avulsos. Sempre na mesma trincheira. Buscando coerência e integridade para o Direito. Sei que não é fácil. Acostumamo-nos a ser torcedores. O juiz é bom quando é a nosso favor. Futebolizamos o Direito. Minha cruzada é: “Isto não deve ser assim”. Parafraseando o famoso bordão “Indignai-vos”, lançado pelo ex-combatente francês Stéphane Hessel, lanço o meu, explicitado na coluna da semana passada: “Envergonhai-vos”! Ou “Só a vergonha nos salvará!”.
Por isso, todas as semanas venho aqui para fincar mais uma bandeira, buscando ganhar nem que seja um milímetro do campo de batalha. Um feliz Ano-Novo para todos, inclusive para os que não gostam da coluna. Mas que, eu sei, esperam-na ansiosamente toda quinta-feira, às 8h da manhã.
Saludo!
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BOMBA !! DEPOIS DO SUCESSO NA VEJA, TEMER NEGOCIA FOTOS DA MARCELA PARA CAPA DA PLAY BOY !!!


"Resumindo, é uma mulher que pode ser servida aos olhares famintos dos velhos babões 
endinheirados como mera distração.Coitada. Segundo a Veja, assessores teriam convencido 
Temer a dá-la como oferenda para alavancar sua popularidade. Que marido cafajeste! Que 
destino triste, nascer mulher e não se tornar mulher", diz a blogueira Luciana Oliveira, sobrea 
capa de Veja, que vende Marcela Temer como a solução para a impopularidade crônica do 
marido

Veja condena Marcela a ser vista como quem só nasceu mulher


A nova edição da Veja com a esposa de Michel Temer na capa, merece ser questão no próximo Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM.
Antes que dirijam a mim os xingamentos que a filósofa, Simone de Beauvoir, recebeu em 2015 após uma de suas célebres frases virar pergunta no exame, esclareço que meu sentimento é de compaixão por Marcela.
Não deve ser nada fácil se encaixar no universo de poder comandado pelo marido, mamulengo de um grupo majoritariamente formado por homens velhos de corpo e ideias.
Aposto que estão tentando convencê-la de que apesar da reportagem na Veja ter surtido novamente efeito negativo pra ela, pra Temer é bom.
De novo, a pobrezinha tem a beleza e juventude realçadas como qualidades para ajudar o marido a sair do abismo de impopularidade em que se meteu.
Quando Temer tomou posse, a revista vendeu a imagem de uma primeira-dama bela, recatada e do lar.


O contexto era indiscutivelmente pejorativo, pois visava unicamente atribuir a ela estereótipos de gênero ultrapassados, tão apreciados por este Congresso que legisla pelo retrocesso.
A uma mulher que iria exercer importante função social no governo a que serviam tais adjetivos?
“Seus dias consistem em levar e trazer Michelzinho da escola, cuidar da casa, em São Paulo, e um pouco dela mesma também (nas últimas três semanas, foi duas vezes à dermatologista tratar da pele)”, destacou a jornalista Juliana Linhares.
Creio que com toda a comodidade que o cargo do marido lhe garante, Marcela se dedicava a bem mais do que a essas frivolidades.


Só que ela foi resumida a um padrão que as mulheres ainda lutam para desconstruir, ao destino de nascer mulher e não poder se tornar mulher.
Daí a necessidade de compreender e difundir a sentença de Simone de Beauvoir que impulsionou conquistas femininas na metade do século XX.
“Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino”.
O que a Veja conseguiu até agora foi somente mostrar que Marcela é como qualquer mulher, que por motivos que só as paredes confessa, mantem sua personalidade e capacidade intelectual enclausurada.
A cada capa com o apelo à jovialidade e boniteza da primeira-dama, não só ela, mas todas as mulheres são colocadas num plano que valoriza a beleza exterior.
Na última, Marcela aparece sendo maquiada e os jornalistas afirmam que ela “chamou atenção, despertou curiosidade, sem pronunciar uma palavra”, o que teria sido visto como isca a “uma agenda positiva” do marido.



Resumindo, é uma mulher que pode ser servida aos olhares famintos dos velhos babões endinheirados como mera distração.
Coitada.
Segundo a Veja, assessores teriam convencido Temer a dá-la como oferenda para alavancar sua popularidade.
Que marido cafajeste!
Que destino triste, nascer mulher e não se tornar mulher.
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QUEM SÃO O CARECA E O SANTO? MINEIRINHO A GENTE JÁ SABE.....

E quem é o verdadeiro redator da Pinguela para o Futuro ?

País tem direito de saber quem é Santo, quem é Careca

Por Paulo Moreira Leite

Embora já tenha chegado a sua 35a. fase, a operação Lava Jato não conseguiu livrar-se da acusação de trabalhar de modo seletivo, reproduzindo um traço historicamente nefasto da Justiça brasileira, onde o Estado "é usado como propriedade do grupo social que o controla", nas palavras da professora Maria Sylvia de Carvalho Franco, no estudo Homens Livres na Ordem Escravocrata.
Neste universo, que descreve o Brasil anterior a abolição da escravatura, onde o grilhão, a chibata e o pelourinho eram instrumentos banais de manutenção da ordem para os habitantes da senzala, o "aparelho governamental nada mais é do que parte do sistema de poder desse grupo, um elemento para o qual se volta e utiliza sempre que as circunstâncias o indiquem como o meio mais adequado."
Dias antes de Guido Mantega ter sido forçado a deixar o centro cirúrgico do Alberto Einstein, onde sua mulher era operada de um câncer, para cumprir um mandato de prisão, descobriu-se um fato ao mesmo tempo chocante e instrutivo.
A Justiça Federal foi incapaz de descobrir o endereço residencial de Pimenta da Veiga, ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, para lhe entregar uma notificação relativa a AP 470, o Mensalão (Rubens Valente, Folha de S. Paulo, 15/9/2016). Não se trata de um caso com muitas dúvidas. Em 2005 a Polícia Federal encontrou quatro cheques do esquema de Marcos Valério, no valor de R$ 75.000 cada um, na conta do ex-ministro. Pimenta alegou que eram pagamentos por honorários que exerceu num serviço como advogado. Não mostrou documentos nem apresentou casos concretos em que atuou. O próprio Valério alegou, na CPI dos Correios, que havia ajudado Pimenta a pagar a conta do tratamento de saúde de um filho. Não convenceu. Mesmo assim, o caso já dura dez anos, o que configura outra ironia de longo curso.
Quando resolveu procurar Henrique Pizzolato, o dirigente do PT condenado a 12 anos e sete meses no STF, o Ministério Público fez investigações no Paraguai, Argentina e Espanha, até que chegou ao interior da Itália para localizá-lo na casa de um sobrinho. Enfrentou uma disputa na Justiça daquele país para garantir que Pizzolato fosse trazido para cumprir pena no Brasil, embora tivesse passaporte italiano. A principal denúncia contra o antigo diretor do Banco do Brasil envolve um pagamento de R$ 326.000, quantia 10% superior aos R$ 300.000 de Pimenta. O detalhe é que Pizzolato sempre alegou que o dinheiro não era para si, mas para o PT no Rio de Janeiro. Verdade ou não, os R$ 326.000 nunca surgiram em sua conta nem foram confirmados pela quebra de seu sigilo bancário ou fiscal.
Ao contrário do que ocorreu com o dinheiro entregue a Pizzolato, os recursos destinados a Pimenta foram pagos em quatro prestações e descobertos pelo delegado Luiz Fernando Zampronha, da Polícia Federal, e mais tarde arquivados no inquérito 2474 -- aquele que o Supremo não examinou quando julgava a AP 470.
Mesmo considerando antecedentes tão notáveis sobre o caráter seletivo das investigações que envolvem políticos brasileiros, a representação da Polícia Federal que pediu a prisão de Antonio Pallocci, Branislav Kontic e Juscelino Dourado causa um choque inegável. Isso porque a leitura das primeiras 30 páginas sobre o esquema de pagamentos clandestinos do chamado Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, um departamento destinado a sustentar esquemas políticos, nada informa sobre o ministro ou o Partido dos Trabalhadores mas é muito revelador sobre o conhecimento da PF sobre o esquema de corrupção do PSDB paulista.
Na página 13, por exemplo, descreve-se a partilha de uma propina de 0.9% sobre um investimento de US$ 20,6 bilhões. Na página 17, uma troca de email entre executivos da Odebrecht deixa claro que estamos falando da linha 2 do Metrô, um investimento que seria particularmente rico em denúncias de superfaturamento e gastos suspeitos. Na página 18, surgem pseudônimos de quem irá receber o dinheiro. Em outra passagem, aparecem iniciais que poderiam identificar empresas envolvidas. Nas páginas seguintes, surgem várias planilhas, com detalhamento de datas, prazos e acordos. Na página 36, informa-se que o DGI, sigla usada para designar propina, pode subir de 5% para 8% em determinada obra. Também se descobre que, além da linha 2, a linha 4 do metrô entrou na dança. Foi ali, na estação Pinheiros, que em 2007 ocorreu um acidente trágico, que provocou a morte de sete pessoas, engolidas por uma cratera. Quando se refere ao consórcio encarregado da obra da linha 4, um executivo da Odebrecht usa a palavra "vencedor" assim mesmo, entre aspas, o que chama a atenção durante a leitura, pelo reforço da ironia. Também se registra na mesma passagem o pagamento de duas parcelas de R$ 250.000 destinadas a uma autoridade identificada como "Santo".
A verdade é que, além de dois vereadores do PSDB paulistano citados nominalmente, ao lado de quantias relativamente modestas num contexto de pagamentos milionários -- R$ 6.000 e R$ 3.000 -- não há menção explícita a nenhuma autoridade de escalão mais alto. São elas que recebem pagamentos de R$ 200.000 ou R$ 250.000 por mês -- por vários meses. Embora José Serra e Geraldo Alckmin sejam mencionados como suspeitos óbvios por pessoas que conhecem os bastidores do caso, a verdadeira pergunta consiste em saber por que não se buscou apurar sua identidade real -- fosse qual fosse. Boatos não resolve. Suspeita que não é apurada também não. Não há motivo para segredinhos. Os fatos estão descritos em documentos públicos.
O tempo passa e quem se beneficia é o acusado, seja quem for. Como acontece com tantos colegas de Pimenta da Veiga no mensalão PSDB-MG, as acusações acabam prescrevendo.
Durante um bom período, um personagem conhecido como "Italiano, visto como o protagonista das investigações que envolvem Antonio Palocci, foi identificado com outro ministro, Guido Mantega. Após um trabalho de checagem, procurando compatibilizar nome de assessores e eventos descritos em diversas trocas de mensagem, a Polícia Federal concluiu que Palocci era o "Italiano." Foi com base nessa visão que fez a representação e, numa cena indispensável para alimentar o já previsível de carnaval televisivo, conduziu o ministro para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba.
O problema é que entre as palavras civismo, virtude que tem sido frequentemente associada a Lava Jato, e cinismo, palavra comum no vocabulário de seus críticos, a única diferença consiste numa letra.
Se não há motivo para suspeitas prematuras nem acusações irresponsáveis, não há razão jurídica aceitável para se manter na penumbra a identidade de personagens conhecidos como "Santo" e "Careca" nos emails da Odebrecht. Elas devem ser conhecidas e investigadas, com o mesmo rigor dispensado a Antonio Palocci -- a menos que, aceitando a troca do "v" pelo "n", aceite-se que há uma seleção política para alvos do Judiciário. Neste caso, é preciso admitir que não estamos investigando nem a corrupção nem a troca de favores. Mas um partido e seus dirigentes, o que só é aceitável sob ditaduras. Não se quer justiça, mas política, colocando o estado "a serviço do grupo social que o controla," como escreve Maria Sylvia de Carvalho Franco, referindo-se às instituições que mantinham a escravidão.
A tragédia da linha 4, na qual sete pessoas perderam a vida, só reforça a necessidade de um esclarecimento completo a respeito da identidade e do papel de "Santo" e "Careca."
A assumida intimidade de Fernando Henrique com Emílio Odebrecht, principal acionista do grupo, muito mais influente naquele período, que é descrita com tanta intimidade no Diário da Presidência, é mais uma razão para isso. Como se aprende pela leitura, FHC chegou a imaginar que o pai de Marcelo Odebrecht poderia ajudá-lo num programa de investimentos públicos destinado a redesenhar o capitalismo brasileiro. Está lá, no volume 1. A mudança do coração da economia sob orientação da Odebrecht. Entendeu?
A seletividade, sabemos todos, produz anedotas como uma Justiça que não consegue descobrir o endereço de um antigo ministro, Pimenta da Veiga. Mas não só.
Roberto Brant, que foi ministro da Previdência no governo Fernando Henrique Cardoso, também foi apanhado na rede de Marcos Valério. Recebeu um cheque de R$ 100.000. Disse que era contribuição para sua campanha. Acredito sinceramente que, como tantos, estava falando a verdade. Não importa. O fato é que seu destino foi outro. Renunciou ao mandato e ficou livre, enquanto parlamentares do PT, na mesma situação, marchavam no cadafalso da AP 470.
Na nova vida, fora de Brasília, Brant não teve de escapar de oficiais da Justiça. Pelo contrário. Um belo dia, lhe chegou o convite para uma missão nobre. Preparar a versão final de um projeto político de mudanças para o país. Foi assim que, uma década depois de ser apanhado com um cheque de Marcos Valério, tornou-se o autor do texto final de um documento chamado Ponte para o Futuro, projeto que deu o esqueleto ideológico para o golpe de 31 de agosto.
Deu para entender como tudo se liga com tudo?
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TUCANALHAS TENTAM MAIS UM TAPETÃO CONTRA LULA-2018


Depois de liderar o golpe de 2016, ao não aceitar sua quarta derrota seguida numa eleição 
presidencial, e de apostar todas as fichas na condenação judicial do ex-presidente Lula, para 
impedi-lo de concorrer em 2018, o PSDB tira uma nova carta da manga para voltar à 
presidência por meio de um tapetão; uma proposta de emenda constitucional apresentada pelo 
senador Paulo Bauer (PSDB-SC) impede que quem já chefiou o executivo duas vezes – como é 
caso de Lula – possa voltar a concorrer; a PEC, na realidade, explicita o medo do PSDB 
diante da possibilidade da volta de Lula

Agência Senado:
Uma mudança na Constituição pode proibir a reeleição de candidatos que já tenham exercido por 
duas vezes mandato de chefe do Poder Executivo. De iniciativa do senador Paulo Bauer (PSDB-SC) 
e apoiada por outros senadores, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 41/2016 está 
aguardando designação de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
A medida atingiria os cargos de prefeito, governador e presidente da República. A proibição deve 
ocorrer mesmo que os cargos tenham sido exercidos em estados ou municípios diferentes, de forma 
não consecutiva e ainda que em decorrência de sucessão ou substituição nos seis meses anteriores ao 
pleito. O autor da PEC registra que nos Estados Unidos já existe, desde 1951, a limitação do 
exercício de dois mandatos de presidente da República, consecutivos ou não.
Paulo Bauer lembra que, com base no atual ordenamento constitucional, nada impede que um 
cidadão já reeleito para a chefia do Poder Executivo exerça o cargo novamente, desde que observado 
o intervalo mínimo de uma legislatura. O senador argumenta que, na prática, essa medida permite a 
perpetuação de uma mesma pessoa ou grupo no poder, o que conflitaria com princípios republicanos, 
como a temporariedade e a alternância.
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BANANEIRO PROFISSIONAL, ZÉ RUELA CARDOZO ADMITE QUE O BRASIL VOLTOU A SER UMA REPÚBLICA DAS BANANAS



"Em 2016, violentamos o nosso Estado de Direito e rasgamos a nossa Constituição, diz o ex-
ministro Zé Ruela Cardozo, sobre o golpe que derrubou a presidente Dilma Rousseff no ano que 
se encerra; "De país pujante e estável nos tornamos, novamente, uma 'república das bananas', 
onde o pastelão substituiu a Constituição"
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CASSIO CONSERINO, O MAIS IDIOTA DOS PROMOTORES DE SÃO PAULO ATACA LULA EM REDES SOCIAIS


Jornal GGN – Cássio Conserino, controverso promotor que indiciou o ex-presidente Lula e Dona Marisa Letícia por “suspeita” de terem sido “beneficiários de vantagens ilícitas” na reforma do fatídico tríplex da OAS, no Guarujá, e na guarda de bens, oferece sua imagem nas redes sociais para mais uma trapalhada.
Conserino usou sua conta no Facebook para atacar Lula, chamando o ex-presidente de “encantador de burros”. Como promotor, Conserino deveria saber que expor suas preferências políticas nas redes é um ato pouco inteligente, já que é público e o expõe como acusador por motivos outros que não a lei.
Do Conjur
Depois de se declarar suspeito para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o promotor Cássio Conserino, do Ministério Público de São Paulo, usou seu perfil no Facebook para atacar Lula. Em uma foto publicada na rede social, ele chama o ex-presidente de "encantador de burros".
Conserino participava da investigação que, em agosto deste ano, fez com que Lula e sua mulher, Marisa Letícia, fossem indiciados pela Polícia Federal sob a suspeita de terem sido "beneficiários de vantagens ilícitas" na reforma de um apartamento em Guarujá e na guarda de bens do ex-presidente.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

VÍDEO SOBRE O LAWFARE CONTRA LULA. ENTENDA COMO FUNCIONA A MANIPULAÇÂO CONTRA UM ADVERSÁRIO POLITICO

“NUNCA ESQUECI DO OLHAR DO EMBAIXADOR GREGO PARA SUA MULHER”

 
Françoise, mulher do embaixador grego, chega para depor (foto: Fabiano Rocha)

Publicado no blog de Hildegard Angel.

O diplomata grego Kyriakos Amiridis é um amigo de muitos anos. Meu e de um grande círculo social carioca. Agradável, sociável e extremamente simpático, enquanto serviu como cônsul-geral no Rio de Janeiro, nos primeiros anos de 2000, foi praticamente um bachelor oficial dos elegantes jantares de lugares marcados de Angélique Chartouny, Beth e Carlos Alberto Serpa.
Seu smoking frequentou todos os bons salões cariocas, do Cosme Velho, de Lily Marinho, ao edifício Golden Gate, de Idinha Seabra Veiga. Ele praticamente testemunhou, como um dos protagonistas, o “canto do cisne” da alta vida social do Rio de Janeiro, quando esta colunista ainda noticiava anfitriões que recebiam para jantares black-tie à francesa e marcavam lugares à mesa. Hoje, raridade.
Kyriakos circulava socialmente sempre sozinho ou acompanhado de senhoras e jovens senhoras da sociedade carioca, pois todos o julgavam solteiro. Até que, praticamente às vésperas de sua remoção do Rio de Janeiro para outro cargo, sua casa na Barra da Tijuca foi invadida por um assaltante, ex-funcionário do condomínio, que foi preso. A mídia noticiou e ficamos sabendo que Kyriakos era casado e sua mulher se chamava Françoise.
O estimadíssimo Kyriakos era moldado para a carrière, um multiplicador e “estreitador” de laços. Nos anos em que esteve ausente do Brasil, manteve contato com os amigos que fez no Rio de Janeiro. Até que em 8 de janeiro passado, recebi de Atenas esta mensagem formal abaixo do diplomata:

“Prezada Senhora Hilde,

Em primeiro lugar, espero que este meu e-mail vos encontre bem, com saude e que tudo esteja indo conforme desejais em vossa vida.
Venho por meio desta me comunicar com V.Sa para levar ao vosso conhecimento que em meados de Janeiro de 2016, estarei assumindo o cargo de Embaixador da Grecia no Brasil.
Creio que vos compreendeis a satisfacao e a alegria que me proporciona o fato de retornar, em novo cargo, num pais, com o qual me unem lindas memorias como tambem fortes amizades com pessoas especiais como V.Sa.
Espero que terei a oportunidade de vos encontrar logo novamente.

Atenciosamente,
Kyriakos Amiridis”
Em seguida, enviei a resposta:

“Caro Kyriakos

Seus amigos do Rio de Janeiro, entre os quais Francis e eu nos incluímos, estamos muito contentes com seu retorno ao Brasil como embaixador.
Hoje, a Andrea Natal, diretora geral do Copacabana Palace, pediu-me seu email, pois quer convidá-lo para o Baile do Copa, em que a Grécia será a grande homenageada, por ocasião deste nosso Ano Olímpico.
Envio-lhe o link do post que veiculei em meu blog.
“Ex-cônsul grego Kiriakos Amiridis de volta, agora como embaixador em Brasília” http://ln.is/com.br/rTYGh

Abraços e com os votos de uma boa viagem
Hildegard”

A troca de correspondências via email prosseguiu. Vejam abaixo:

“Estimada Hilde,

Agradeço muitíssimo pela sua calorosa mensagem de boas-vindas!
Cheguei em Brasília e já assumi minhas funções na sexta-feira, 15 de janeiro, quando encontrei o Secretário-Geral das Relações Exteriores no Itamaraty, Embaixador Sérgio Danese, a quem apresentei as cópias das minhas credenciais como Embaixador da Grécia no Brasil!
Estou animado com a possibilidade de encontrar voce e Francis quando estiver no Rio de Janeiro e os avisarei antecipadamente, antes da minha chegada na nossa cidade maravilhosa!
Meu número de celular é (61) XXXX XXXX
Com os melhores cumprimentos,

Kyriakos Amiridis

P.S.  Agradeço imensamente pela referência que fez sobre mim em sua coluna social.”

Minha resposta:


“Caro e prezado amigo Kyriakos

Francis e eu estamos muito contentes com sua presença em nosso Brasil.
Não vemos a hora de revê-lo.
Pergunto: o Copacabana Palace (Andrea Natal) conseguiu lhe falar? Caso tenha havido algum desencontro, eu gostaria de convidá-lo para meu camarote no Baile do dia 6, que homenageia a Grécia. O “Olympia Ball”, abrindo os festejos olímpicos. O embaixador da Grécia é presença fundamental.

Abraços
Hildegard”


Réplica dele:
“Cara Hilde,

Mais uma vez agradeço pela sua gentileza em ter-nos indicado para receber tão honroso convite da Sra. Andrea Natal e, ainda, de convidar-nos para o seu Camarote. Já tivemos sim o contato com os organizadores do Baile e os convites para mim e a Françoise já estão à nossa disposição no Copacabana Palace.
Ainda não sei qual o local que ficaremos no evento, mas caso tenhamos a possibilidade de estarmos juntos no mesmo Camarote, será um grande prazer para nós.

Abraços,
Kyriakos”


Meu retorno:

“Prezado Kyriakos

Certamente teremos a oportunidade de nos ver no baile. Nossos camarotes são lado a lado. Será um grande prazer estar com você e Françoise. Fico contente em saber que o contato foi feito, e o local mais adequado para o Embaixador do país homenageado certamente é o do anfitrião da festa: a direção do hotel, a querida Andréa Natal.
Abraços e nos vemos na grande celebração à Grécia,

Hildegard”


Na ocasião, no animado e lindo baile grego do Copa, conheci Françoise, a mulher de Kyriakos. Percebi que não tinha o traquejo e a postura usuais em mulheres de diplomatas ou habituadas ao convívio social. Mas foi simpática. Quando ele fez a apresentação, houve um diálogo mais ou menos assim:

“Hildegard, esta é minha mulher, Françoise. Você sabia que eu era casado?”.

“Sim, eu soube pela mídia, quando houve aquele assalto à sua casa na Barra da Tijuca, e a presença da consulesa foi mencionada”.

Neste instante, Kyriakos lançou um olhar cheio de significado para a mulher. Fiquei imaginando o que ele estaria querendo dizer através daquele olhar. Não sou de registrar olhares ocorridos, sobretudo em grandes bailes de carnaval, e sequer de me lembrar deles. O olhar de Kyriakos, não esqueci. Havia algo sério por trás daquele.


Exibindo as máscaras de Maria Callas, homenageada em nosso camarote no Olympia Magic Ball, do Copacabana Palace, esta colunista e a embaixatriz da Grécia, Françoise Amiridis, indiciada como suspeita no assassinato do marido, o tão estimado da sociedade carioca, e agora também do mundo social e diplomático de Brasília, embaixador Kyriakos Amiridis. Foi a última vez em que Francis e eu o vimos, esperávamos revê-lo neste verão carioca.
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A ÚLTIMA MESQUINHARIA DE TEMER: O NOVO SALÁRIO MINIMO



A lei orçamentária aprovada para 2017 previu um reajuste do salário-mínimo de R$ 880,00 para R$ 945,80, com base na inflação projetada de 7,5%.
Como ela fechará menor, em 6,74%, o decreto de Temer, assinado ontem, fixando o novo valor, expurgou a diferença no índice. Até ai tudo bem. Mas além desta adequação, o governo fez outro ajuste que levou ao encolhimento do valor do novo mínimo para R$ 937,00. A diferença de R$ 8.80 entre o valor aprovado pelo Congresso na lei orçamentária e o valor fixado por Temer deriva da queda na inflação e também de um expurgo retroativo, revelador da mesquinharia social do governo.
Trata-se de R$ 2,29, que seria, segundo o Ministério do Planejamento, "resultante da diferença entre o valor observado para o INPC em 2015 e a estimativa aplicada para o cálculo do reajuste do salário mínimo para 2016". Ou seja, o salário-mínimo do ano que está acabando, fixado ainda pelo governo Dilma Rousseff, teria ficado R$ 2,29 maior do que o devido e agora o governo cobra a diferença, Pode ser legal mas é altamente anti-social valer-se de um suposto erro de cálculo passado, de exercício já findo, para dar uma “garfadinha” no rendimento dos mais pobres entre os mais pobres, os trabalhadores e os aposentados que recebem apenas um salário-mínimo.
A lei em vigor sobre o assunto, fixada pelo governo Lula, e que garantiu o maior crescimento real do salário-mínimo desde sua criação, diz que a correção deve levar em conta a inflação e o crescimento do PIB no ano anterior, Como estamos numa recessão, com crescimento negativo, prevalece apenas a correção pela inflação. Ou seja, nada de crescimento real. Também por isso são os mais pobres que estão pagando mais pela recessão de Temer e Meirelles.
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POLÍCIA PEDE PRISÃO DE PM E DA ESPOSA DO EMBAIXADOR GREGO MORTO NO RIO


A polícia pediu à Justiça, na manhã desta sexta (30), a prisão da brasileira Françoise Amiridis, 
mulher do embaixador da Grécia no Brasil Kyriakos Amiridis, 59 anos, morto nesta semana; o 
delegado responsável pela investigação pediu à Justiça a prisão de outras três pessoas que 
teriam planejado a execução do crime: o policial militar Sergio Gomes Moreira Filho e de dois 
cúmplices que não tiveram os nomes revelados; de acordo com a polícia, Françoise Amiridis e 
PM seriam amantes.

247 - A polícia pediu à Justiça, na manhã desta sexta-feira (30), a prisão da brasileira Françoise 
Amiridis, mulher do embaixador da Grécia no Brasil Kyriakos Amiridis, 59 anos, morto nesta 
semana. Agentes que investigam a morte do diplomata grego confirmam que o corpo carbonizado 
encontrado em um veículo nas proximidades do Arco Metropolitano, na Baixada Fluminense, é dele.
O delegado responsável pela investigação pediu à Justiça a prisão de outras três pessoas que teriam 
planejado a execução do crime: o policial militar Sergio Gomes Moreira Filho e de dois cúmplices 
que não tiveram os nomes revelados. De acordo com a polícia, Françoise Amiridis e o PM seriam 
amantes. Por volta das 10h desta sexta-feira, Françoise chegou à Divisão de Homicídios da Baixada 
Fluminense (DHBF) para prestar depoimento.
Amiridis foi morto em casa, em Nova Iguaçu, antes de ser levado para dentro do carro que ele havia 
alugado no dia 21. O veículo foi encontrado carbonizado nas proximidades do Arco Metropolitano. 
Agentes da DHBF encontraram, na última quinta-feira, um sofá com manchas de sangue na 
residência onde o diplomata estava com a mulher. Os investigadores já sabem que o corpo foi 
retirado da casa por volta das 3h da madrugada de quarta-feira.
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Só Lula pode comandar a reconstrução do Brasil



EMIR SADER

O governo surgido do golpe coloca em prática a mais radical e devastadora destruição do Brasil. Destruição da sua democracia, destruição do seu potencial econômico, destruição das condições sociais de convivência entre interesses distintos, destruição da presença soberana no mundo, destruição do Estado brasileiro e do seu patrimônio, destruição da imagem do Brasil no mundo. Promove assim o maior retrocesso que o país já viveu na sua historia em pouco tempo, sem apoio nem legitimidade da sociedade.
É um projeto que já se vislumbrava, quando o programa do golpe reunia todas as piores iniciativas da direita brasileira, rejeitadas pelo voto democrático dos brasileiros, mas que orientou o governo de vingança das elites contra o povo, a democracia e a soberania nacional.
Em poucos meses o país se tornou uma terra arrasada, sem impulso econômico algum, sem amplos consensos nacionais, sem lideranças politicas governando o país, sem prestígio no mundo, sem visões de futuro que projetem o Brasil para as próximas décadas.
O país não aguenta mais tantos retrocessos no seu caminho democrático – com um governo e um presidente que provocam escárnio no país - na construção do seu patrimônio publico – vendido semanalmente a preço de banana -, na sua projeção internacional – com representações externas que só nos envergonham. Basta de destruições, é preciso trilhar urgentemente o caminho da reconstrução do Brasil.
Além dessas devastações, a auto denominada operação Lava Jato, ademais da destruição de parte significativa do potencial produtivo do pais, tenta inviabilizar a única liderança nacional com prestígio e apoio popular, a do Lula, que também representa o momento em que o Brasil enfrentou uma profunda crise não arremetendo contra o seu patrimônio e seu povo, mas fortalecendo-os. Quem quer destruir o país precisa também destruir a imagem política e a viabilidade eleitoral do Lula.
Porque só o Lula tem a capacidade de – como ele recordou nas duas breves mensagens gravadas neste fim de ano – recuperar o potencial de desenvolvimento econômico centrado na retomada da expansão do mercado interno de consumo popular. Só o Lula pode recuperar o prestígio e o potencial de ação do Estado brasileiro, só ele pode recompor um acordo nacional centrado na retomada do desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Só Lula pode reorganizar as alianças nacionais, sociais e politicas, capazes de fazer com que o Brasil volte a se reunificar em torno de um projeto nacional, com resgate do melhor que logramos no passado recente e com projeção para o futuro do país.
Por isso, para que o governo golpista complete seu macabro projeto de destruição do Brasil como nação, como Estado democrático e como sociedade pluralista e diversa, é preciso eliminar o Lula da vida política nacional. Lula é um perigo para eles. É um “insulto” para as elites como acaba de editorializar o moribundo jornal dos Mesquitas, mas é o único aceno de esperança para o povo e para a democracia do nosso país.
Só Lula pode, porque já demonstrou que é capaz de reconstruir o país, depois da devastação anterior, promovida pelos governos neoliberais de Collor, Itamar e FHC. Foi o seu governo que superou a prolongada e profunda recessão promovida por aqueles governos, resgatou o Estado, construiu uma política externa de integração.
Defender os direitos políticos do Lula não é assim uma ação de proteção de um individuo, por mais importante que ele seja. É defender o resgate da esperança e da auto estima dos brasileiros, é defender a capacidade do Brasil de resgatar seu potencial de crescimento econômico, paralelamente à democratização social.
Por isso, a direita, que só pode se impor destruindo a esperança e a auto estima dos brasileiros, precisa destruir o Lula, porque ele representa exatamente isso. Suas palavras expressam como o país se meteu, pelo golpe, numa via radicalmente equivocada, e que precisa, urgentemente, ser reconstruído, retomando os caminhos virtuosos pelos quais Lula nos fez transitar.
Lula não é hoje apenas um líder da esquerda, um estadista com prestígio internacional, ele é a esperança de que o Brasil possa retomar um caminho de democracia, de desenvolvimento com justiça social e de soberania política externa.
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IDIOTIZAÇÂO DA CLASSE MÉDIA



Por Maria Fernanda Arruda

⁠⁠⁠Em processo de velocidade crescente, a imprensa e a propaganda tornaram-se o mesmo mundo, seguindo as mesmas regras e tendo os mesmos objetivos: “(a imprensa e a propaganda) escondem as suas verdadeiras intenções comerciais e políticas, sob o papel de quem está interessado no bem comum. A manipulação dos consumidores empresta os seus símbolos a um público estereotipado, aproveitando-se de sua legitimação: assim, funções típicas da esfera pública são integradas na concorrência de interesses privados”.
Em última instância, a união da imprensa e da propaganda passa a proferir o mesmo discurso atingindo o objetivo de criação de um grande consenso ideológico. Segundo Habermas, a tarefa desse consorcio passa a ser exatamente a criação de uma engenharia do consenso.
Entende-se como a uniformização que permite um pensamento único, uniforme e desprovido de qualquer dimensão crítica.
Em última instância significa a alienação, a lobotomização. Só assim compreendemos a extensão do crime cometido por Roberto Marinho, responsável pela idiotização das classes médias brasileiras. Hoje, a Globo é acompanhada pela imprensa escrita, caso gritante da revista Veja, e pelo rádio. Resta-lhe por dominar a Internet.
Ainda são lembradas as “seis famílias” que dominaram o mundo da informação. Uma lembrança anacrônica: como jornalistas-empresários não existem mais, nem os Civita, nem os Mesquita. A famigerada Veja pertence, contrariando a Constituição, a um grupo empresário da África do Sul. A pantagruélica Globo é hoje um clube, com um quadro associativo que reúne a nata da bandidagem política. Existe ainda a Folha de São Paulo, jornal do pequeno Frias, que não é uma família, mais uma raspa de tacho.
Quem tem interesse em mudar as regras desse jogo, romper com a engenharia do consenso? Absolutamente ninguém possuidor de expressão política. Luiza Erundina, a voz áspera da denúncia, disse: “é uma falácia” o argumento de que a regulamentação dos meios de comunicação ameaçaria o direito de livre expressão”. A modesta assistente social sabe as palavras de Habermas, as que os nossos governantes, com suas fraldas urinadas, querem desconhecer. E mais: “os defensores da democracia da mídia são exatamente aqueles que estão à margem do ‘direito de antena’ – o direito de emitir e receber imagens e sons por meio da radiodifusão. Os setores dominantes da sociedade não têm nenhum interesse em mudar a dinâmica do poder da mídia”.
Descumprindo tudo o que se comprometeu a fazer, o Governo brasileiro não faz nem mesmo por exigir o cumprimento do Código Brasileiro de Telecomunicações, de 1962, atualizado pela Lei Geral de Telecomunicações, de 1997. Os governantes do PT, no exercício de 13 anos contínuos do poder, não fizeram.
A Constituição brasileira, artigo 54, proíbe expressamente o que o Código Brasileiro de Comunicações repete em seu artigo 38. Mesmo assim, o estudo “Os donos da mídia”, mostra que, até 2009, 271 políticos eram sócios proprietários de 324 veículos de comunicação, espalhados por todo o País, congregando políticos filiados a 10 partidos políticos.
Deixemos de lado as hipotéticas “seis famílias”, pois o problema tem dimensões muito maiores, manchando não só o Legislativo, mas o Executivo e o Judiciário.
Sejamos realistas, ora pois. Nossos eleitos são amigos de Jose Sarney e dos coronéis que manipulam a imprensa no Brasil. Não é amizade que enalteça e por isso mesmo é discreta. Só pode ser vista por quem tem olhos de enxergar.
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A MÃE DE TODOS OS VAZAMENTOS


Advogado de Lula restabelece os princípios da Lei (se vigorasse)

A propósito do recente vazamento de uma correspondência comercial privada entre a empresa de 
Lula e uma cervejaria e A MÃE DE TODOS OS VAZAMENTOS - o que nos EUA daria cana! -, o 
vazamento para a Globo da conversa da Presidenta Republica com o Lula, a propósito desses crimes, 
vale ler o que o Cristiano Zanin, advogado do Lula, escreveu na página do Facebook:

Os sigilos bancário e fiscal têm proteção constitucional (CF/88, art. 5º, X e XII) e mesmo quando 
superados por decisão judicial, os dados correspondentes devem ser utilizados exclusivamente 
para investigação ou para o processo, jamais para divulgação pública, objetivando o espetáculo 
exploração midiática. 
O servidor público que utiliza ou viabiliza a utilização de dados provenientes da quebra de sigilo 
pode ser responsabilizado pessoalmente (art. 11, Lei Complementar 105/2001). 2016 foi o ano da 
divulgação de dados protegidos (divulgação seletiva, é claro!) – alguns até mesmo com 
repugnantes autorizações judiciais. 
Espero que em 2017 haja uma reflexão maior sobre esse tema, seja por parte dos agentes públicos, 
seja por parte da imprensa. Chega de comportamentos primitivos e estranhos ao Estado de Direito.

Em tempo: sobre a matéria ver quem arrebatou o cobiçado troféu "Conexões Tigre" - PHA
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MORTE AOS EUA FORAM AS ÚLTIMAS PALAVRAS DE SADDAM HUSSEIN


Depois de ser derrubado pelos EUA, o ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein, nunca pediu 
misericórdia, disse o assessor de segurança nacional primeiro-ministro israelense Mowaffak al-
Rubaie; segundo ele, antes de sua morte, Hussein exclamou: "Viva a nação!", "Viva o povo!", 
"Viva a Palestina!" e "Morte aos EUA!"

Da Agência Sputinik

Depois de ser derrubado pelos EUA, o ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein, nunca pediu 
misericórdia, disse o assessor de segurança nacional primeiro-ministro israelense Mowaffak al-
Rubaie entre 2004 e 2009 em uma entrevista exclusiva com RT.
De acordo com Rubaie, Hussein não parecia ser um homem temeroso de Deus e nem sequer parecia 
ser religioso.
O ex-ditador até teve de ser lembrado que proferiria a última Shahada ou profissão de fé islâmica, na 
véspera de sua execução que ocorreu em 30 de dezembro de 2016. Segundo ele, Hussein usou a 
religião somente "para fins de propaganda e para enganar as pessoas." Antes de sua morte, Hussein 
exclamou: "Viva a nação!", "Viva o povo!", "Viva a Palestina!" e "Morte aos EUA!", diz ele.
Quando George W. Bush soube que o Iraque estava determinado a executar Saddam Hussein, 
levantou o polegar em sinal de aprovação, conta Mowaffak al-Rubaie. Bush foi a favor da execução 
O então presidente dos EUA, George W. Bush foi claramente a favor da execução de Hussein, disse 
Rubaie. "Bush pediu ao primeiro-ministro iraquiano: 'O que você vai fazer com este homem' E 
[Nouri] Al-Maliki disse: 'Vamos executá-lo’. Em resposta, o presidente norte-americano levantou o 
polegar em sinal de aprovação", lembra o assessor acrescentando: "É difícil imaginar um sinal mais 
evidente de apoio".

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Na Colômbia, Congresso aprova lei que anistia as Farc

 
Jornal GGN - O Congresso da Colômbia aprovou ontem (28) uma lei que anistia “crimes menores” cometidos por integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). 
Foram 69 votos favoráveis e nenhum contrário no Senado e outros 121 a favor e nenhum contra na Câmara dos Representantes. A medida faz parte do acordo de paz selado entre os guerrilheiros e o governo do presidente Juan Manuel Santos. 
“Obrigado ao Congresso que, com votação histórica, aprovou a Lei de Anistia, primeiro passo para a consolidação da paz", disse o presidente colombiano nas redes sociais. A lei não anistia crimes de guerra ou violações dos direitos humanos cometidas pelos membros da Farc. 
Juan Manuel Santos ganhou o Prêmio Nobel da Paz por conduzir as negociações para o desarmamento do grupo guerrilheiro, em um processo que durou quatro anos. O primeiro acordo, assinado pelo presidente e o líder das Farc, Rodrigo Londono, foi rejeitado em outubro em um plebiscito. 
Depois, novas negociações resultaram em um segundo acordo, que inclui as propostas dos críticos da versão original e que foi ratificado pelo Congresso colombiano.
O acordo dá um prazo de 150 dias para que as Farc entreguem todas as suas armas às Nações Unidas, prevê o fim do cultivo de drogas ilegais e também programas sociais para integrar os rebeldes à sociedade. Os membros da Farc poderão formar um partido político, disputar eleições e ocupar cargos públicos. 
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HOMMER SIMPSON DO BRASIL E O DESMONTE NACIONAL


Nos últimos dias tive dois contatos marcantes. Um deles, com um autêntico 
representante da ultradireita delirante. Outro, com um representante típico do 
Homer Simpson.

Vamos por parte.
Fomos apresentados à direita delirante por um amigo gozador, que juntou os três casais em uma feijoada. O sujeito era oftalmologista, estudara nos Estados Unidos, em uma universidade da qual não me recordo o nome, mas, segundo ele,  muito mais afamada que Harvard, tinha sido convidado a trabalhar em um órgão do governo norte-americano, muito importante, e do qual não me recordo o nome, e cometeu outros feitos expressivos, dos quais não me recordo a relevância.
Ele se informa em sites de ultra-direita, não confia em nada do que sai na imprensa e acredita em tudo o que lhe dizem seus pares.
Quando elogiou minha origem libanesa, por ser uma raça pura, percebi que a conversa ia ser marcante. 
Ele é contra todas as raças impuras, diz que Donald Trump vai colocar as coisas nos eixos (sem jogo de palavras). Garantiu, sem pestanejar, que Michele Obama é transexual; que Barack Obama não é Barack Obama, mas um sujeito que se faz passar por Barack Obama. Trata os negros como macacos. E me passou a mais retumbante das revelações que, segundo ele, tem sido sonegada por toda a imprensa ocidental. Aliás, apostou comigo como não conseguiria publicar nem no meu blog a relevante informação de que não há mais peixes no Oceano Pacífico.E não adiantou argumentar que desastre desse tamanho não seria sonegado nem pelo Estadão, mesmo se fosse de responsabilidade do PSDB.
Pulemos para o simpático Homer Simpson, que me aborda no boteco de Poços.
Diz que os problemas no Brasil surgiram com o porto de Mariel, em Cuba. Levaram para lá todos nossos empregos e nossas divisas.
Tento explicar que a construção do porto envolve inúmeros materiais e equipamentos fabricados no Brasil, contratos com indústria mecânica, siderúrgica e muitas outras. Portanto, gerou muitos empregos no Brasil.
E ele: mas o dinheiro foi para fora.
Explico que não, que a obra será paga e os lucros reverterão para o Brasil, através da empresa construtora. 
E ele: não sei não. 
Pacientemente explico que se trata de exportação de serviço praticada por todas as nações, pela China, pelos Estados Unidos. Se não fosse bom, porque os grandes países disputariam mercado?
E ele, com a segurança de um procurador da Lava Jato: “Pode ser bom para a China e Estados Unidos, mas não para o Brasil”.
Aí desisto e, como no começo da conversa ele se apresentou como astrólogo amador, interrompo a conversa com minha saída favorita:
-- Eu não ouso discutir astrologia com você.
Ele entendeu, se despediu e foi embora. Educadamente, saliento.
O fenômeno da desinformação
Nos dois casos, a conversa – embora surreal – foi em bases relativamente educadas. No caso do direitoso, um conteúdo de uma violência extrema, mas dito socialmente em uma “conversa de brancos”. No Hommer Simpson, um senhor simpático, boa gente mesmo.
Mas o novo normal é a grosseria, o sujeito tratar sua opinião como um bem de raiz, dedicando a ela o mesmo cuidado obsessivo com que cuida das suas posses, seja o carro velho ou a casa a beira-mar. E reagindo agressivamente contra qualquer tentativa de tirá-lo da comodidade das suas verdades estabelecidas. 
Na convivência social, um dos primeiros fatores de contenção é o conjunto de regras sociais  consolidadas que impõe um padrão de sociabilidade do restaurante granfino, ao boteco de família, da missa ao estatuto da gafieira.
Cada ambiente tem seu conjunto de regras e seus limites. O machismo e a homofobia estão restritos a ambientes machistas, onde é de mau tom defender transexuais. Mas, se saíssem fora da jaula, seriam coibidos por olhares de reprovação. Nos botecos, as mesas separavam os grupos por afinidade de opinião. Mas não havia interferência nas conversas, mesmo por parte de quem ouvisse e reprovasse. 
Nos ambientes públicos, não era de bom tom o preconceito, a intolerância. Uma pitada de esquerda social dava até status intelectual. E havia um respeito (muitas vezes excessivo) pelo conhecimento técnico.
Todas essas barreiras caíram. Hoje em dia, a norma é a grosseria, a opinião fechada, intransponível como a muralha chinesa, em torno do senso comum mais primário ou da piração mais louca, como comprovaram meus dois interlocutores.
Quais os fatores que levaram o mundo a essa balbúrdia?
Os fatores de confusão
Há um conjunto de fatores muito similar ao que conduziu o Ocidente de fins do século 19 até a 2a Guerra: 
Uma fase de grandes avanços científicos e tecnológicos que não resultaram em melhoria da condição de vida das populações, levando à descrença em relação ao pensamento científico, especialmente dos economistas. 
Um financismo desvairado impedindo a consolidação das economias periféricas. 
Dissolução de estados nacionais, guerras internas, promovendo gigantescos movimentos migratórios. 
Os imigrantes promovendo terremotos nas estruturas sociais estratificadas das nações hospedeiras, com novos valores, novas informações, novas maneiras de encarar a vida. 
O aparecimento de novos meios de comunicação, implodindo a ordem que repousava nos sistemas tradicionais de mídia. 
A falência dos sistemas tradicionais arcaicos de política. 
A crise atual decorre de uma soma similar de fatores:
Fator 1 – a falência do conhecimento científico 
A crise de 2008 não apenas matou a ilusão do neoliberalismo como fator de promoção de desenvolvimento e bem estar. Levou junto a respeitabilidade do conhecimento científico junto ao público leigo, da mesma maneira que o atual estado de exceção está desmoralizando o conhecimento jurídico. 
A expansão do neoliberalismo, da ampla desregulação financeira, foi fundada na adesão acrítica e interessada de vastos setores da academia, especialmente dos economistas – conforme atestam documentários produzidos depois da crise nos Estados Unidos. Literalmente, o mercado comprou a opinião da Academia. 
O padrão de atuação do mercado, de braços dados com a mídia, sempre foi a de construir reputações de seus vendedores. Alçados à condição de celebridades, ajudavam na venda de produtos ou de ideias de seus empregadores. 
Nas discussões sobre a desregulação da economia, por exemplo, economistas medíocres, repetidores de slogans, eram alçados pela mídia à condição de grandes gurus da economia. Para o universo dos Hommers Simpsons, um Mailson valia mais que um Paul Krugman. 
Do mesmo modo, no apogeu da Nasdaq (a bolsa das empresas de tecnologia) os bancos de investimento fabricavam gurus a torto e a direito, fornecendo palpites para a manada. 
O auge foi quando a Goldman Sachs recomendou a compra de ações da Microsoft logo após a União Europeia tê-la condenado por práticas monopolistas. O ganho do investidor não está em investir no tamanho da empresa, mas em sua expectativa de crescimento. Aquele episódio, mais a estabilização do mercado de desktops, decretava o fim do crescimento exponencial histórico da empresa, registrado em um período de amplo domínio do Windows. 
Para manter o mesmo ritmo de crescimento, teria que competir com os japoneses em games, com a Oracle em bancos de dados, com as novíssimas redes sociais que surgiam.
Era apenas uma jogada do banco. Ao perceber que as ações da empresa não tinham mais atração, preparou o mercado para poder desovar seus estoques de ações a um bom preço. E os gurus fabricados pela mídia norte-americana ajudaram no jogo.
Para tudo isso serviam os gurus. E toda  essa catedral de papelão veio abaixo com a crise de 2008. Menos em países intelectualmente subdesenvolvidos, onde um economista pode virar gênio sem publicar um trabalho acadêmico que preste..
Fator 2 – a implosão das regras sociais 
No início das redes sociais, perdi uma aposta para o neurologista Danielle de Riva. Eu acreditava que a Internet e as redes sociais permitiriam a construção coletiva do conhecimento, com a informação libertando. Cético, De Riva apostava que liberaria todas as taras, com a formação de grupos de doenças sociais variadas, de pedófilos a terroristas.
Ganhou.
As redes sociais aboliram as barreiras naturais dos ambientes sociais presenciais. Agora, o sujeito pode entrar em qualquer ambiente virtual sem ser apresentado, sem os constrangimentos naturais, as regras sociais consolidadas  nos contatos presenciais, dando vazão aos seus instintos mais primários. Liberou geral.
Mais que isso, o espírito animalesco passou a encontrar assemelhados e a se organizar em alcateias, compartilhando as piores intenções e os piores sentimentos. Saíram do armário, nus e peludos como os homens da caverna, despidos de todo o verniz social e todos os princípios civilizatórios acumulados em séculos de civilização.
Do virtual para a contaminação do presencial foi um pulo. 
Fator 3 – a opinião leiga 
Essas hordas partiram para a guerra armados de slogans primários, mas de alta eficiência.
No trabalho seminal de 1962, em que previu todos os passos do golpe, Wanderley Guilherme dos Santos analisou o discurso da direita, na época praticado por Carlos Lacerda. Apesar do primarismo da análise, ironizada pelos acadêmicos, Wanderley anotava sua enorme eficácia junto às massas leigas. As massas – à esquerda ou à direita – são sensibilizadas por frases simples, slogans falsos como são as verdades definitivas que cabem em uma frase. 
Lembro, com 13 anos de idade, influenciado pelo meu avô udenista, enfrentando frei Josaphat, do jornal Brasil Urgente, em um debate em Poços de Caldas: 
-- Que governo é esse que impede a greve dos bagrinhos em Santos, em defesa da sua sindicalização?, bradei, com uma frase retirada diretamente da revista Ação Democrática.
E o frei, com a mesma impaciência que eu tive com o Hommer Simpsons: 
-- Meu anjinho, você é muito novo para entender dessas questões. 
O slogan disseminado pela revista armava de um menino de 13 anos a um adulto para participar de um debate ideológico – mesmo não tendo o menor conhecimento sobre o contexto discutido.
Dia desses, um conhecido, cientista social, contava o que se passou nos seus encontros familiares. De repente parentes que nunca se pronunciavam, por seu escasso conhecimento de temas políticos, passaram a entrar vigorosamente na discussão com argumentos similares ao do meu amigo Hommer Simpson. Construiu-se um verdadeiro manual da idiotia, conferindo a cada Hommer um tacape para utilizar em qualquer discussão. 
A utilização da pós-verdade 
Nesse ambiente intelectualmente rarefeito, o discurso político da direita passou a visar o órgão mais sensível do Hommer Simpson: o fígado.'
É o ambiente ideal para o uso do preconceito, a disseminação da vingança, as bandeiras moralistas, o atropelo de todo o avanço jurídico, retomando os princípios da Lei de Talião e do estado de exceção – sob a aprovação dos humanistas de butique, como o Ministro Luís Roberto Barroso e o jurista Oscar Vilhena, agora convertidos em arautos do direito penal do inimigo. 
Quando esse desastre recai sobre nações institucionalmente pobres, em que os valores civilizatórios dependem de uma mídia venal, da erudição vazia e descompromissada de juristas, de um parlamento vergonhoso, de partidos políticos não-programáticos, dá no que deu. 
Não se imagine que o fundo do poço está à vista. A fragilidade institucional brasileira, a mediocridade de suas elites pensantes – à direita e à esquerda -, a ausência mínima de noção de soberania, de interesse nacional, de solidariedade nacional, sugerem que o desmonte nacional pode não ter fundo.
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