segunda-feira, 31 de março de 2014
PAI, AFASTA DE MIM ESSE CALE-SE!
CÁLICE - CALE-SE
Por Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello
Este é mais um exemplo de letra contra a censura, predominante entre nossos compositores à época (1973) em que a canção foi criada. Na verdade, "Cálice" destinava-se a um grande evento promovido pela PolyGram, que reuniria em duplas os maiores nomes de seu elenco, e no qual deveria ser cantada por Gilberto Gil e Chico Buarque.
No livro Todas as letras, Gil narra em detalhes a história da canção, a começar pelo encontro inicial dos dois no apartamento em que Chico morava, na Lagoa Rodrigo de Freitas, ocasião em que lhe mostrou os versos que fizera na véspera, uma sexta-feira da Paixão. Tratava-se do refrão ("Pai, afasta de mim este cálice / de vinho tinto de sangue"), uma óbvia alusão à agonia de Jesus no Calvário, cuja ambiguidade (cálice / cale-se) foi imediatamente percebida por Chico.
Gil levara-lhe ainda a primeira estrofe ("Como beber dessa bebida amarga / tragar a dor, engolir a labuta / mesmo calada a boca, resta o peito / silêncio na cidade não se escuta / de que vale ser filho da santa / melhor seria ser filho da outra..."), lembrando a "bebida amarga", uma bebida italiana chamada Fernet, que o dono da casa muito apreciava e sempre lhe oferecia, enquanto "o silêncio na cidade não se escuta" significava que "no barulho da cidade não é possível escutar o silêncio", ou "não adianta querer o silêncio porque não há silêncio", ou seja, metaforicamente: "não há censura, a censura é uma quimera", pois "mesmo calada a boca, resta o peito, resta a cuca".
Deste e mais outro encontro, dias depois, saíram a melodia e as demais estrofes, quatro no total, sendo a primeira e a terceira ("De muito gorda a porca já não anda...") de Gil, a segunda ("Como é difícil acordar calado...") e a quarta ("Talvez o mundo não seja pequeno...") de Chico.
No dia do show, quando os dois começaram a cantar "Cálice" desligaram o microfone. "Tenho a impressão de que ela tinha sido apresentada à censura, tendo-nos sido recomendado que não a cantássemos, mas nós fizemos uma desobediência civil e quisemos cantá-la", conclui Gil.
Irritadíssimo com o microfone desligado, Chico tentava outro mais próximo, que era cortado em seguida, e assim, numa cena tragicômica, foram todos sendo "calados", impedindo-o de cantar "Cálice" até o fim.
Liberada cinco anos depois, a canção foi incluída no elepê anual de Chico, com ele declarando que aquele não era o tipo de música que compunha na época (estava trabalhando no repertório de "Ópera do Malandro"), mas teria que ser registrado, pois sua tardia liberação (juntamente com "Apesar de Você" e "Tanto Mar") não pagava o prejuízo da proibição. Na gravação, as estrofes de Gilberto Gil, que estava trocando a PolyGram pela WEA, são interpretadas por Milton Nascimento, fazendo o coro o MPB 4, em dramático arranjo de Magro.
Fonte: Livro 85 anos de Música Brasileira Vol. 2, 1ª edição, 1997, editora 34http://www.chicobuarque.com.br/letras/notas/n_zuza_calice.htm
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue
Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça
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A última conversa telefônica de João Goulart com o general que o trairia
Jango e Kruel
por : Paulo Nogueira
A cena está num dos melhores livros sobre a ditadura, “Brasil: de Castelo a Tancredo”, do brasilianista Thomas Skidmore.
Ela conta muito sobre o caráter do presidente João Goulart, o Jango, deposto pelos militares há 50 anos.
Era o dia 1.o de abril de 1964, e Jango recebera a notícia no Palácio das Laranjeiras, no Rio de Janeiro, onde pernoitara, de uma sublevação militar.
Unidades do Exército marchavam contra ele para depô-lo. Tropas do Primeiro Exército, baseado no Rio, foram enviadas para deter os golpistas, mas acabaram se juntando a estes.
Mas havia uma saída.
Se o general Amaury Kruel, comandante do Segundo Exército, sediado em São Paulo, não aderisse à insurreição, ela simplesmente não prosperaria, dada a força paulista nas coisas nacionais.
Kruel não conspirara contra o governo, em parte por não gostar de um dos líderes do movimento, o general Castelo Branco, que acabaria sendo o primeiro presidente da ditadura.
Jango ligou para Kruel.
Este condicionou seu apoio a uma coisa: que Jango rompesse com a central sindical, a CGT, controlada pela esquerda e abominada pelos militares em seu anticomunismo feroz.
Se Jango dissesse sim, seu governo sobreviveria. Mas Jango disse não. “Então, senhor presidente, não há nada que possamos fazer”, respondeu Kruel.
Kruel pode não ter sido apenas desleal, mas desonesto.
Um coronel reformado do Exército afirmou recentemente, numa sessão da Comissão da Verdade de São Paulo, que Kruel foi subornado pela Fiesp para aderir ao golpe.
Esta afirmação não está no livro de Skidmore, e nem poderia estar, porque é recente.
O coronel disse ter visto três homens colocarem maletas cheias de dólares no carro de Kruel, depois de um encontro no dia 31 de março entre ele e o presidente da Fiesp, Raphael Noschese. O preço pago por Kruel, segundo o coronel, foi 1,2 milhão em dinheiro da época, algumas dezenas de milhões em valores de hoje.
Com ou sem as malas de dólares, o fato é que Jango preferiu cair com honra a trair os sindicalistas que lhe eram tão caros.
Era, então, ao contrário do que os detratores apregoaram por tantos anos, um presidente altamente popular.
Uma pesquisa Ibope do começo de 1964 mostrava que ele estava na frente entre os eleitores para as eleições presidenciais marcadas para 1965.
Terminada a conversa telefônica com Kruel, Jango logo sairia do governo e do país.
Sem apoio militar, e sem desejar mergulhar o Brasil numa guerra civil, foi embora para o Uruguai, refúgio tradicional de líderes políticos sul-americanos.
Em circunstâncias parecidas, sem mentor, Getúlio Vargas, dera uma década antes um tiro no coração para, como escreveu em sua carta testamento, deixar a vida e entrar na história.
Jango optou por entrar na história sem deixar a vida – mas apenas a presidência. Tinha filho pequeno para criar, e uma bela mulher para cuidar de suas feridas.
Morreria doze anos depois, em circunstâncias obscuras, na Argentina. A razão oficial foi um ataque cardíaco, mas amigos e familiares sustentam que ele foi envenenado.
A máquina de propaganda da ditadura moldou a imagem de um presidente impopular, indeciso, inepto.
Mas o tempo começa a mostrar um outro Jango, um presidente disposto a fazer reformas essenciais ao desenvolvimento social do país, e com uma agenda de mudanças ainda hoje atual.
Mas, acima de tudo, emerge o homem honrado que preferiu deixar o poder a trair seus aliados, como queria o general Kruel.
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CPI ? CUIDADO COM OS TRAÍRAS DO PT !
Não bastassem os do Dudu, não é isso, Bessinha ?
O Blog Conversa Afiada reproduziu comentário do amigo navegante Odarp:
Odarp Notielc
Esta CPI poderá fazer um estrago imenso em nossas conquistas. Aliás é o que pretendem PIG e oposição. Com os fracassos anteriores de CPI’s e CPMI’s criadas anteriormente e enterradas pelo PT:
1 – CPMI do Banestado, enterrada pelo deputado do PT Mentor.
2 – CPI da Privataria, tabulada pelo deputado do PT Marco Maia
3 – CPMI do Cachoeira, enterrada pelo deputado do PT Odarelo.
Sem contar a CPMI dos Correios, presidida pelo senador do PT Delcídio, com relator do PMDB, que desaguou na famigerada AP470.
Acredito que seria melhor deixar só a oposição e o PIG nesta CPI. Tendo em vista que o PMDB vai barrar o Requião e o Collor também será barrado.
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Contas da Pró-Saúde são rejeitadas pelo TCE
Hospital Regional de Santarém. Pró-Saúde administra quatro hospitais regionais, entre eles o do
Baixo Amazonas, em Santarém
Diário do Pará
Em todas as respostas aos questionamentos encaminhados pelo DIÁRIO sobre inúmeras irregularidades reveladas pelo jornal desde julho do ano passado, a organização social Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sempre garantiu cumprir “seu papel para tornar pública a verdade dos fatos”. Acusou o jornal de “afrontar uma instituição filantrópica com quase meio século de atuação no país”, afirmando categoricamente que a OS “nunca foi condenada por quaisquer irregularidades em suas contas”.
As “verdades” da OS, entretanto, não resistem a uma simples pesquisa processual no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A organização, que há mais de três anos vem faturando, por ano, R$ 265 milhões do governo Simão Jatene para gerenciar quatro hospitais regionais (Santarém, Altamira, Marabá e o Metropolitano, também em Ananindeua) teve suas contas julgadas irregulares pela corte duas vezes, sendo condenada a devolver aos cofres públicos quase R$ 1,5 milhão. Como se vê, a mentira, no caso da Pró-Saúde, tem pernas bem curtas.
A primeira condenação da Pró-Saúde ocorreu em 14/08/2012 e refere-se ao processo 2009/53163-6 (Acórdão nº 51.026) que teve como conselheiro relator Ivan Barbosa da Cunha, que apontou irregularidades no contrato de gestão 068/06 celebrado entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) e a Pro-Saúde para gestão do Hospital Regional de Marabá. O presidente da Pró-Saúde Paulo Roberto Mergulhão foi condenado a devolver R$ 128.287,41 (R$ 426.138,49, corrigidos), além de mais R$ 5 mil de multa. A Pró-Saúde recorreu e em seguida tentou embargar a decisão, que foi mantida pelo TCE.
A segunda condenação da OS ocorreu em 24/01/2013. No processo 2009/53627-8 (Acórdão nº 51.634) o relator, conselheiro Luis Cunha, identificou irregularidades no contrato de gestão 092/2006 (exercício financeiro de 2007) do Hospital Regional Público da Transamazônica celebrado entre a Sespa e a Pro-Saúde no valor de R$ 25.285.541,75. A tomada de contas constatou falhas “que evidenciaram impropriedades e ilegalidades na prática de atos de gestão ”referentes a pagamentos de despesas administrativas; escolha de fornecedores sem a devida justificativa; realização de despesas incompatíveis com as especificações do contrato; inexistência de pesquisa de preços”, entre outras. Desta feita o presidente da OS, Paulo Mergulhão foi condenado a devolver aos cofres públicos R$ 345.725,74 (R$ 1.059.665,41,corrigidos).
Além disso, Mergulhão foi multado em mais R$ 2 mil por dano ao erário e mãos R$ 2 mil pela instauração da tomada de contas. A OS ainda impetrou recurso de reconsideração da decisão que, mais uma vez, foi negado pelo relator. Não cabem mais recursos nos dois processos, que já foram transitados em julgado.
Procurada pela reportagem na manhã da última sexta-feira para se manifestar acerca das condenações no TCE, a Assessoria de Imprensa da Pro-Saúde não encaminhou qualquer esclarecimento até o fechamento desta edição.
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Diário do Pará
Em todas as respostas aos questionamentos encaminhados pelo DIÁRIO sobre inúmeras irregularidades reveladas pelo jornal desde julho do ano passado, a organização social Pró-Saúde – Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sempre garantiu cumprir “seu papel para tornar pública a verdade dos fatos”. Acusou o jornal de “afrontar uma instituição filantrópica com quase meio século de atuação no país”, afirmando categoricamente que a OS “nunca foi condenada por quaisquer irregularidades em suas contas”.
As “verdades” da OS, entretanto, não resistem a uma simples pesquisa processual no Tribunal de Contas do Estado (TCE). A organização, que há mais de três anos vem faturando, por ano, R$ 265 milhões do governo Simão Jatene para gerenciar quatro hospitais regionais (Santarém, Altamira, Marabá e o Metropolitano, também em Ananindeua) teve suas contas julgadas irregulares pela corte duas vezes, sendo condenada a devolver aos cofres públicos quase R$ 1,5 milhão. Como se vê, a mentira, no caso da Pró-Saúde, tem pernas bem curtas.
A primeira condenação da Pró-Saúde ocorreu em 14/08/2012 e refere-se ao processo 2009/53163-6 (Acórdão nº 51.026) que teve como conselheiro relator Ivan Barbosa da Cunha, que apontou irregularidades no contrato de gestão 068/06 celebrado entre a Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) e a Pro-Saúde para gestão do Hospital Regional de Marabá. O presidente da Pró-Saúde Paulo Roberto Mergulhão foi condenado a devolver R$ 128.287,41 (R$ 426.138,49, corrigidos), além de mais R$ 5 mil de multa. A Pró-Saúde recorreu e em seguida tentou embargar a decisão, que foi mantida pelo TCE.
A segunda condenação da OS ocorreu em 24/01/2013. No processo 2009/53627-8 (Acórdão nº 51.634) o relator, conselheiro Luis Cunha, identificou irregularidades no contrato de gestão 092/2006 (exercício financeiro de 2007) do Hospital Regional Público da Transamazônica celebrado entre a Sespa e a Pro-Saúde no valor de R$ 25.285.541,75. A tomada de contas constatou falhas “que evidenciaram impropriedades e ilegalidades na prática de atos de gestão ”referentes a pagamentos de despesas administrativas; escolha de fornecedores sem a devida justificativa; realização de despesas incompatíveis com as especificações do contrato; inexistência de pesquisa de preços”, entre outras. Desta feita o presidente da OS, Paulo Mergulhão foi condenado a devolver aos cofres públicos R$ 345.725,74 (R$ 1.059.665,41,corrigidos).
Além disso, Mergulhão foi multado em mais R$ 2 mil por dano ao erário e mãos R$ 2 mil pela instauração da tomada de contas. A OS ainda impetrou recurso de reconsideração da decisão que, mais uma vez, foi negado pelo relator. Não cabem mais recursos nos dois processos, que já foram transitados em julgado.
Procurada pela reportagem na manhã da última sexta-feira para se manifestar acerca das condenações no TCE, a Assessoria de Imprensa da Pro-Saúde não encaminhou qualquer esclarecimento até o fechamento desta edição.
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A LEGITIMIDADE DE JANGO
O PiG rasga a Constituição de 1946 até hoje.
No emocionante depoimento que prestou à sessão especial do Senado sobre o Golpe de 1964, o Consultor Geral da República de Jango e hoje vereador pelo PT, em Salvador, Waldir Pires explicou a legitimidade de Jango.
Na Constituição de 1946, o brasileiro votava, em separado, para Presidente e vice.
Em 1955, vice de JK, Jango teve mais votos que JK.
Na de 1960, na eleição de Janio, Jango teve mais votos do que o candidato a Presidente de seu partido, o Marechal Lott, e, claro, que o adversário da UDN, Milton Campos.
A diferença de Jango para Milton Campos – 36% a 34%, só não foi maior, porque um dissidente trabalhista, Fernando Ferrari, teve 17%, e desfalcou Jango.
Depois de não se arrepender de militar no Golpe, como a Folha (*), nesta segunda-feira o editorial do Estadão rasga a Carta de 1946, de novo.
Diz, primeiro, que Jango queria fazer as reformas de base – descritas pelo professor Bercovici – na “lei ou na marra”.
Jango jamais disse isso.
Quem dizia era Francisco Juliao, que queria fazer a reforma agrária.
Jango queria submeter todas as reformas ao Congresso, como anunciou no Comício do dia 13, na Central.
Depois, o Estadão diz que Jango “não tinha mandato popular” para fazer as reformas, “pois foi eleito vice”.
Ou seja, para os pobres descendentes dos Mesquita, na Constituição deles, quando o Presidente renunciasse, como Janio, quem escolhia o Presidente eram eles, num jantar no Club Harmonia !
Jango foi eleito vice e como vice haveria de morrer !
E ser enterrado numa vala comum.
Em tempo: em 1955, Jango teve 3.600 mil votos, contra 3 milhões de JK. Em 1960, Jango teve 4.600 mil, contra 3.800 de Lott.
Paulo Henrique Amorim
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QUEM VENDEU A PETROBRAX ? FHC E EROS GRAU
Eros cavalgou sobre a Constituição e um artigo do Comparato.
Na pág. A11, do Valor, o PiG cheiroso, o Farol de Alexandria concede a 989ª entrevista deste mês de março.
Como se sabe, FHC não existe mais.
Num processo de metamorfose que Kafka e Borges explicam, passou a ser um espécime de zoologia fantástica.
Ele só existe no PiG.
Na entrevista, trata de trivialidades sobre o Golpe de 1964 com a profundidade de um pires de café.
Mas, faz observações tão superficiais quanto reveladoras.
Por exemplo, ele atribui a “crise” da Petrobras à histórica decisão do Presidente Lula, da Dilma, do Haroldo Lima e do Sergio Gabrielli de devolver a Petrobras ao povo.
Foi quando se descobriu o pré-sal e ficou estabelecido o regime de partilha – e, não, o de concessão, que vigorou no Governo sombrio do Príncipe da Privataria.
Segundo ele, a Petrobras, coitadinha, não tem dinheiro para explorar 30% do pré-sal.
Tinha que conceder à Chevron, como sugeriu seu parceiro e aliado de todas as horas, o Padim Pade Cerra, no WikiLeaks.
Adiante, ele entrega a rapadura:
“Quando fizemos a Lei do Petróleo (em 1997, ou seja, quando quebrou o monopólio estatal – PHA) começamos a mexer mais na Petrobras…”
E vai numa lengalenga para demonstrar que “não houve conchavo político para nomear diretores da Petrobras”.
Quá, quá, quá !
E ele manteve lá, na presidência, o representante do PFL, o Joel Rennó…
Foi Fernando Henrique quem quebrou o monopólio estatal.
Não sem antes tomar todas as providências para enfraquecê-la, esvaziá-la de poder e de músculos, para fatiá-la e vender na bacia das almas, como fez com a Vale.
Clique aqui para ler sobre como o Príncipe da Privataria esquartejou a Petrobras.
Porém, não agiu sozinho.
O amigo navegante deve lembrar-se do Ministro Eros Grau, aquele que relatou a vergonhosa decisão do Supremo de anistiar a Lei da Anistia.
Terá sido essa a decisão que inscreveu Grau no Muro da Vergonha que separa o Supremo do cidadão brasileiro ?
Não apenas essa.
O Governador do Paraná, Roberto Requião, a Federação Única dos Petroleiros, a FUP, e o Sindipetro do Paraná entraram no Supremo contra a quebra do monopólio estatal da Petrobras.
Esteve nas mãos de Eros Grau impedir que o crime de FHC se consumasse.
Porém, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.273-9 – Distrito Federal, em 16 de março de 2005, Eros Grau cometeu o segundo erro fatal.
Clique aqui para ler os documentos
(O amigo navegante poderá contemplar – desde que contenha ímpetos imprevisíveis – o voto integral no fim deste post.)
O Conversa Afiada preferiu compartilhar com o amigo navegante a análise impiedosa de quem acompanha os passos de entreguistas como o Farol e o Grau:
1) O voto do Eros foi o voto que consagrou a opinião da maioria, decidindo que a lei do petróleo do FHC era constitucional. O Carlos Ayres era o relator, se manifestou, corretamente, pela inconstitucionalidade. O Marco Aurélio pediu vistas e também fez um voto pela inconstitucionalidade da lei do FHC. O Eros, então, pediu vistas e fez um voto pela constitucionalidade da lei e os demais ministros seguiram o seu voto, decidindo a maioria, equivocadamente, pela constitucionalidade da lei do petróleo de FHC. Por isso, mesmo não sendo o relator da ação, o Eros foi designado relator para o acórdão, por representar a opinião majoritária.
2) Na verdade, o Eros usa um artigo do Comparato sobre monopólio, mas não tinha nada a ver com a questão do petróleo. O Comparato tinha escrito um artigo na Folha defendendo a inconstitucionalidade da lei do FHC e o Ayres Britto citou esse artigo. O Eros, então, usou um artigo do Comparato para dar a entender que o Comparato teria sido incoerente, o que não era verdade. Tanto não era verdade que o próprio Comparato soltou outro artigo na Folha, chamado “resposta a um magistrado”, logo depois do voto do Eros ter sido lido, detonando o que o Eros havia feito e nos dois nunca mais se falaram.
Em tempo: Fábio Konder Comparato, Professor Emérito da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, trabalhou no Supremo, no gabinete de Evandro Lins e Silva.
Com a deputada Luiza Erundina, preparou um projeto de lei para rasgar a Lei da Anistia que envergonha o Supremo – e o Brasil.
E está no Supremo com uma Ação para punir o Congresso por Omissão, porque não regulamenta os artigos da Constituição que tratam da Comunicação.
É preciso dizer mais, amigo navegante, sobre Comparato, Grau e FHC ?
Paulo Henrique Amorim
Esteve nas mãos de Eros Grau impedir que o crime de FHC se consumasse.
Porém, ao julgar a Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.273-9 – Distrito Federal, em 16 de março de 2005, Eros Grau cometeu o segundo erro fatal.
Clique aqui para ler os documentos
(O amigo navegante poderá contemplar – desde que contenha ímpetos imprevisíveis – o voto integral no fim deste post.)
O Conversa Afiada preferiu compartilhar com o amigo navegante a análise impiedosa de quem acompanha os passos de entreguistas como o Farol e o Grau:
1) O voto do Eros foi o voto que consagrou a opinião da maioria, decidindo que a lei do petróleo do FHC era constitucional. O Carlos Ayres era o relator, se manifestou, corretamente, pela inconstitucionalidade. O Marco Aurélio pediu vistas e também fez um voto pela inconstitucionalidade da lei do FHC. O Eros, então, pediu vistas e fez um voto pela constitucionalidade da lei e os demais ministros seguiram o seu voto, decidindo a maioria, equivocadamente, pela constitucionalidade da lei do petróleo de FHC. Por isso, mesmo não sendo o relator da ação, o Eros foi designado relator para o acórdão, por representar a opinião majoritária.
2) Na verdade, o Eros usa um artigo do Comparato sobre monopólio, mas não tinha nada a ver com a questão do petróleo. O Comparato tinha escrito um artigo na Folha defendendo a inconstitucionalidade da lei do FHC e o Ayres Britto citou esse artigo. O Eros, então, usou um artigo do Comparato para dar a entender que o Comparato teria sido incoerente, o que não era verdade. Tanto não era verdade que o próprio Comparato soltou outro artigo na Folha, chamado “resposta a um magistrado”, logo depois do voto do Eros ter sido lido, detonando o que o Eros havia feito e nos dois nunca mais se falaram.
Em tempo: Fábio Konder Comparato, Professor Emérito da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, trabalhou no Supremo, no gabinete de Evandro Lins e Silva.
Com a deputada Luiza Erundina, preparou um projeto de lei para rasgar a Lei da Anistia que envergonha o Supremo – e o Brasil.
E está no Supremo com uma Ação para punir o Congresso por Omissão, porque não regulamenta os artigos da Constituição que tratam da Comunicação.
É preciso dizer mais, amigo navegante, sobre Comparato, Grau e FHC ?
Paulo Henrique Amorim
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Dilma, sobre 64: verdade não é esquecimento, não é ódio, não é ressentimento, mas não é perdão.
Por: Fernando Brito
Transcrevo a fala, hoje, da Presidenta Dilma Rousseff, sobre os 50 anos do golpe militar de 1964, do qual ela própria foi uma vítima, submetida á prisão e à tortura.
Que diferença dos tempos que vivi, quando esta data era lembrada com ameaças e advertências sobre os – nunca vou esquecer esta expressão – perigos da subversão “solerte e soez” , lido por caras duras e ferozes.
Toda dor, disse a presidenta, pode ser suportada se sobre ela podemos contar sua história, como finalmente o Brasil começa a fazer.
Mas isso não quer dizer voltarmos nossos olhos sobre o passado, por vingança ou rancor.
É a única e sadia forma de expurgar os fantasmas que fazem um país, como fazem a uma pessoa, viver agarrado a algo ruim, muito ruim.
E livre assim sua memória poder , como ensina o poeta Chico Buarque, “… quebrar todas as grades de que um homem é feito pra esquecer de voar”.
Assista o vídeo e leia o trecho da fala de Dilma.
Cinquenta anos atrás, na noite de hoje, o Brasil deixou de ser um país de instituições ativas, independentes e democráticas. Por 21 anos, mais de duas décadas, nossas instituições, nossa liberdade, nossos sonhos foram calados. Hoje, nós podemos olhar para esse período, olhar justamente do ponto de vista dessa obra específica, mas que mostra toda a capacidade e o envolvimento de todas as instituições num clima de democracia. Nós podemos olhar para este período e aprender com ele, porque nós o ultrapassamos. O esforço de cada um de nós, o esforço de todas as lideranças do passado, daqueles que vivem e daqueles que morreram, fizeram com que nós ultrapassássemos essa época, os 21 anos.
Nós aprendemos o valor da liberdade, o valor de um Legislativo e de um Judiciário independentes e ativos. Aprendemos o valor da liberdade de imprensa, o valor de eleger pelo voto direto e secreto de todos os brasileiros governadores, prefeitos, de eleger, por exemplo, um ex-exilado, um líder sindical, que teria sido preso, que foi preso várias vezes, e uma mulher também que foi prisioneira. Aprendemos o valor de ir às ruas e nós mostramos um diferencial quando as pessoas foram às ruas demandar mais democracia. Aqui no Brasil não houve um processo de abafamento desse fato. O valor, portanto, de ir às ruas, o valor de ter direitos e de exigir mais direitos.
Embora nós saibamos que os regimes de exceção sobrevivem sempre pela interdição da verdade, pela interdição da transparência, nós temos o direito de esperar que, sob a democracia, se mantenha a transparência, se mantenha também o aceso e a garantia da verdade e da memória e, portanto, da história. Aliás, como eu disse quando instalamos a Comissão da Verdade, a palavra “verdade” na tradição ocidental nossa, que é grega, é exatamente o oposto do esquecimento e é algo tão forte que não dá guarida para o ressentimento, o ódio, nem tampouco para o perdão. Ela é só e, sobretudo, o contrário do esquecimento, é memória e é história. É nossa capacidade de contar tudo o que aconteceu.
O dia de hoje exige que nós nos lembremos e contemos o que aconteceu. Devemos isso a todos os que morreram e desapareceram, devemos aos torturados e aos perseguidos, devemos às suas famílias, devemos a todos os brasileiros. Lembrar e contar faz parte, é um processo muito humano e faz parte desse processo que nós iniciamos com as lutas do povo brasileiro, pelas liberdades democráticas, pela anistia, pela Constituinte, pelas eleições diretas, pelo crescimento com inclusão social, pela Comissão da Verdade, enfim, por todos os processos de manifestação e de ampliação da nossa democracia que temos vividos ao longo das ultimas décadas, graças a Deus.
Um processo que eu foi construído passo a passo durante cada um dos governos eleitos depois da ditadura. Nós reconquistamos a democracia a nossa maneira, por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos e acordos nacionais. Muitos deles traduzidos na Constituição de 1988. Como eu disse, na instalação da Comissão da Verdade, assim como eu respeito e reverencio os que lutaram pela democracia, enfrentando a truculência ilegal do Estado e nunca deixarei de enaltecer esses lutadores e essas lutadoras, também reconheço e valorizo os pactos políticos que nos levaram a redemocratização.
A grande Hanna Arendt escreveu um dia que toda dor humana pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história. A dor que nós sofremos, as cicatrizes visíveis e invisíveis que ficaram nesses anos, elas podem ser suportadas e superadas porque hoje temos uma democracia sólida e podemos contar nossa história.
Como eu disse, nesse Palácio, repito, há quase dois anos atrás, quando instalamos a Comissão da Verdade, eu disse: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulos, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca, mas nunca mesmo, pode existir uma história sem voz. E quem da voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. E acrescento: quem dá voz à história somos cada um de nós, que no nosso cotidiano afirma, protege, respeita e amplia a democracia no nosso país. Muito obrigada.
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50 anos do golpe: por que o Brasil é o país que menos avançou no julgamento dos crimes da ditadura
Publicado originalmente no Página/12.
Os 50 anos do golpe militar contra João Goulart são um claro sinal de tudo o que falta no caminho dos direitos humanos e da verdade no Brasil. Este caminho foi sinuoso na América Latina. O Julgamento das Juntas Militares na Argentina nos anos 1980, a aplicação da jurisdição universal pelos crimes de direitos humanos impulsionada pelo juiz Baltasar Garzón e a prisão de Augusto Pinochet nos anos 1990, a derrogação das leis de impunidade pelo kirchnerismo e os julgamentos no Chile foram marcos ofuscados pelos vaivens do uruguaio ou pelo ferrolho da Lei de Anistia noBrasil.
O julgamento oral do Plano Condor que se iniciou no ano passado na Argentina pode ajudar a destravar este árduo caminho da Justiça pela via da extradição de pessoas amparadas pela legislação de um país, mas puníveis em outro. O Centro de Estudos Legais e Sociais (CELS) da Argentina, um dos líderes da investigação regional na matéria, estudou os diferentes caminhos queArgentina, Brasil, Chile, Peru e Uruguai seguiram. O Página/12 conversou com a coordenadora da área de investigação do CELS, Lorena Balardini.
Historicamente, como vocês avaliam a caminhada das causas dos direitos humanos nestes países?
Está claro que cada país tem sua especificidade, mas também que o que acontece em um país, de negativo ou positivo, tem efeitos nos outros. O efeito da jurisdição universal e a prisão de Pinochet, conhecido como o efeito Pinochet pelas pessoas que estudam como tudo isto evoluiu na América Latina, teve um claro impacto sobre os diferentes países. Na Argentina, poucos dias depois da prisão de Pinochet, deu-se a prisão de Videla e Massera pelo roubo de bebês, um dos crimes que podia ser perseguido penalmente por ficar fora das características das leis de ponto final e obediência devida, e no Chile começa a apresentação de demandas massivas. Outro fenômeno regional indiscutível é a importância doSistema Interamericano de Direitos Humanos, que dá argumentos às Cortes Supremas dos diferentes países para que não se anistie crimes de lesa humanidade. A sentença no caso Barrios Altos foi fundamental para a possibilidade de um julgamento de Alberto Fujimori no Peru e para a inconstitucionalidade das leis de anistia na Argentina.
No relatório de 2013, o CELS reconhecia problemas comuns a todos estes países na consecução da Justiça. Mas alguns fazem parte das deficiências dos sistemas de justiça em geral e outros são mais específicos com relação aos direitos humanos.
Nós encontramos demoras na administração da justiça por falta de recursos, problemas em torno da tomada de testemunhos e o trato das testemunhas, como, por exemplo, no Chile, onde apenas recentemente se considerou os sobreviventes como vítimas, ou no Peru, onde existe uma enorme distância cultural entre as vítimas e os operadores judiciais, e não se toma o testemunho das vítimas e familiares como válido em um julgamento por sua suposta parcialidade. Outro problema é a escassa porcentagem de sentenciados em relação aos imputados, algo muito claro no Peru e na Argentina. Há também a recusa na aplicação do Direito Internacional de Direitos Humanos em Tribunais locais. Isto é particularmente preocupante no Brasil, Chile e Uruguai, como se viu numa recente sentença da Suprema Corte de Justiça do Uruguai, onde se declara inconstitucional a Lei 18.831, que anulou a Lei de Caducidade em 2012. Por último, há as discussões sobre a anulação das anistias que são matéria corrente noBrasil e no Chile, e agora novamente no Uruguai.
No Brasil, precisamente o primeiro empecilho foi a Lei de Anistia dos próprios militares, ratificada há quatro anos pelo Supremo Tribunal Federal. O governo de Dilma Rousseff instaurou a Comissão Nacional da Verdade em 2012. O testemunho do coronel retirado Paulo Malhãesesta semana, no qual reconheceu torturas e assassinatos, marca os limites deste tipo de ziguezague. Como vocês avaliam a situação no Brasil?
Dos países que analisamos no Cone Sul, o Brasil é aquele em que menos se avançou. Isto tem a ver com a Lei de Anistia, que é muito diferente da do resto dos países do Cone Sul. A vigência desta anistia e a recusa de levar em conta as recomendações do Sistema Interamericano são responsáveis pelo fato de que não se tenha conseguido avançar em causas penais. No ano passado, o novo Procurador manifestou-se favorável ao desmantelamento da anistia e do julgamento destes crimes. Havia muitas expectativas com relação às mudanças naSuprema Corte para que esta iniciativa prosperasse, mas são avanços muito graduais. É preciso ver o impacto que terão tanto a Comissão da Verdadenacional e as estaduais que se formaram. Creio que a informação que está saindo está rompendo uma ideia muito forte instalada no Brasil de que aquilo foi uma “ditabranda”, em comparação com o resto do Cone Sul, por não ter colocado em prática uma política sistemática de desaparecidos. As informações que começam a aparecer contradizem esta ideia.
No ano passado começou na Argentina um julgamento pelo Plano Condor. Que efeito teria uma condenação na Argentina sobre os militares ou civis implicados de outros países?
É preciso ter em conta que, embora os autores que estão sendo julgados sejam argentinos e um uruguaio, as vítimas são de todo o Cone Sul. É claro que o julgamento está gerando impacto no resto dos países. Sem dúvida, é uma oportunidade para que fique plasmado em uma sentença que analise e distribua responsabilidade penal em relação à coordenação da repressão entre diferentes países. Fala-se de coordenação em geral, mas ainda não está comprovado como se realizou esta coordenação, o que ela implicou e que impactos teve. Este julgamento é uma oportunidade para a produção de informações, intercâmbio entre os países e a possibilidade de cooperar no envio de dados.
Poderia acabar provocando o julgamento de militares ou civis de outros países?
É preciso analisar as possibilidades de extradição que há em cada país. Neste julgamento há um imputado que é uruguaio, Manuel Cordero, que foi extraditado. Os demais uruguaios implicados na causa Condor foram julgados e condenados em seu próprio país. A consequência direta disto é que poderiam ser extraditados para a Argentina uma vez que terminaram de cumprir sua condenação em seu país. Há antecedentes, como o caso de Enrique Arancibia Clavel, o ex-agente da DINA chilena (Direção Nacional de Inteligência, organismo responsável pela repressão durante os anos de 1974 a 1977) condenado pelo assassinato do general chileno Carlos Prats e sua esposa em Buenos Airese que foi extraditado à Argentina, onde cumpriu uma pena de 11 anos.
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AÉCIO CENSURA O AVÔ. “CANALHA !”
Se depender do neto, coitado do Tancredo …
Num daqueles artigos que publica na pág. 2 da Folha – e não necessariamente escreve – Aécio Never trata do Golpe de 1964 com um título brilhante: “Ontem e hoje”.
Um jenio !
O pior vem depois.
Ele resolve relembrar um dos momentos altos da carreira do avô.
Foi quando o canalha do Auro Moura Andrade, presidente do Senado, coonestou o Golpe ao considerar vago o cargo de Presidente da República.
Jango ainda estava no Brasil.
Aécio se vale de um artigo na Folha, claro !, em que Almino Affonso, ministro da Jango, se lembra do que fez o deputado Tancredo Neves, líder do Jango, ao se dirigir a Auro com “com protestos de uma violência verbal inacreditável”.
É do conhecimento do mundo mineral que o testemunho da Almino é um pouco mais longo.
Ele se lembra – na Carta Capital desta semana, pág 54, por exemplo – que Tancredo, de dedo em riste, se dirigiu a Auro aos berros: “canalha !”, “canalha!”.
Pobre Tancredo …
Nem teu neto honra a tua memória …
Paulo Henrique Amorim
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PARABÉNS PROFESSORA !
Raimunda Monteiro, foi nomeada pela Presidenta Dilma Rousseff, Reitora da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA.
Essa nomeação é definitiva, pois até então estava como pro tempore.
Ela e seu vice, Anselmo Colares, foram eleitos na primeira eleição direta para o cargo realizada na Ufopa, em novembro de 2012.
Derrotaram a chapa formada por Aldo Queiroz e Kátia Corrêa.
O mandato de Raimunda e Anselmo é de 4 anos.
Parabéns Raimundinha!!! Você é um exemplo de persistência e dedicação.
Obrigado a todos que trabalharam e hoje partilham dessa conquista.
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Essa nomeação é definitiva, pois até então estava como pro tempore.
Ela e seu vice, Anselmo Colares, foram eleitos na primeira eleição direta para o cargo realizada na Ufopa, em novembro de 2012.
Derrotaram a chapa formada por Aldo Queiroz e Kátia Corrêa.
O mandato de Raimunda e Anselmo é de 4 anos.
Parabéns Raimundinha!!! Você é um exemplo de persistência e dedicação.
Obrigado a todos que trabalharam e hoje partilham dessa conquista.
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NO PARÁ, PMDB E PT ESTÃO NO MESMO SACO
No Encontro Estadual do PT-PA, a maioria presente votou pela adesão, já no primeiro turno da campanha, à candidatura de Helder Barbalho(PMDB)ao governo do Pará, com Paulo Rocha(PT) ao Senado, o que não é novidade. Mas 30% são contra.
Na festa do PT, Helder, em tom conciliador, convidou o deputado federal Cláudio Puty, que liderou a dissidência petista, a se integrar à sua chapa. Puty não está atendendo aos telefonemas para confirmar se aceita o convite.
Limitou-se a declarar em seu perfil no Facebook que "o debate foi tenso e revelador.
A história dirá se a decisão tomada foi a mais acertada. Respeito a decisão partidária, mas, como militante de esquerda, vou continuar lutando para ser coerente com os princípios que sempre defendi."
Chamou atenção o apoio da poderosa Fiepa à chapa Helder - Paulo Rocha, representada pelo presidente, José Conrado; o vice, José Maria Mendonça; e o presidente do Simineral,
José Fernando Gomes Jr., que é da Vale, estampado hoje no Diário do Pará.
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“Ninguém neste planeta ficará imune aos impactos das mudanças climáticas”, alerta ONU
O impacto do aquecimento global será “grave, abrangente e irreversível”, segundo um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC, na sigla em inglês) divulgado nesta segunda-feira.
A função do IPCC, nas suas palavras é “suprir o mundo com visões científicas claras sobre o estado atual do conhecimento em mudanças climáticas e seus potenciais impactos ambientais e socioeconômicos”.
Autoridades e cientistas reunidos no Japão afirmam que o documento é a avaliação mais completa já feita sobre o impacto das mudanças climáticas no planeta.
Integrantes do IPCC dizem que até agora os efeitos do aquecimento são sentidos de forma mais acentuada pela natureza, mas que haverá um impacto cada vez maior sobre a humanidade.
Mudanças climáticas vão afetar a saúde, a habitação, a alimentação e a segurança da população no planeta, segundo o relatório.
O teor do documento foi alvo de intensas negociações em reuniões realizadas em Yokohama. Este é o segundo de uma série de relatórios do IPCC previstos para este ano.
O texto afirma que a quantidade de provas científicas do impacto do aquecimento global dobrou desde o último relatório, lançado em 2007. “Ninguém neste planeta ficará imune aos impactos das mudanças climáticas”, disse o diretor do IPCC, Rajendra Pachauri, a jornalistas nesta segunda-feira.
O secretário-geral da Associação Mundial de Meteorologia, Michel Jarraud, disse que se no passado as pessoas estavam destruindo o planeta por ignorância, agora já não existe mais esta “desculpa”.
O relatório foi baseado em mais de 12 mil estudos publicados em revistas científicas. Jarraud disse que o texto é “a mais sólida evidência que se pode ter em qualquer disciplina científica”.
Nos próximos 20 a 30 anos, sistemas como o mar do Ártico estão ameaçados pelo aumento da temperatura em 2 graus Celsius. O ecossistema dos corais também pode ser prejudicado pela acidificação dos oceanos.
Na terra, animais, plantas e outras espécies vão começar a “se deslocar” para pontos mais altos, ou em direção aos polos.
Um ponto específico levantado pelo relatório é a insegurança alimentar. Algumas previsões indicam perdas de mais de 25% nas colheitas de milho, arroz e trigo até 2050.
Enchentes e ondas de calor estarão entre os principais fatores causadores de mortes de pessoas. Trabalhadores que atuam ao ar livre – como operários da construção civil e fazendeiros – estarão entre os que mais sofrerão. Há também riscos de grandes movimentos migratórios relacionados ao clima, além de conflitos armados.
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A LÓGICA DO GOLPE: 1964 = 2014
Dines, Cony, Callado, Drummond …
Juremir Machado da Silva escreveu o excelente “1964 – O Golpe Midiático-Civil-Militar”, e trata dos acima mencionados e seu papel na queda de Jango.E do trabalho de “chutar cachorro morto”, a que se dedicou especialmente o poeta Carlos Drummond de Andrade.
64: FOLHA NÃO SE ARREPENDE. ESTADÃO TAMBÉM NÃO
As velhas coristas não abandonam o palco: o do Golpe.
O editorial da Folha deste 30 de março – “1964” – é histórico.
O subtítulo diz tudo:
“Aos olhos de hoje, apoiar a ditadura militar foi um erro, mas as opções de então se deram em condições bem mais adversas que as atuais”.
Ou seja, o Otavinho, publisher por Direito Divino, como diz o Mino Carta, faria o mesmo que o “seu” Frias.
Daria apoio irrestrito ao Golpe, contrataria funcionários do DOPS como jornalistas e cederia as camionetas do jornal aos torturadores.
O Estadão faz o mesmo.
Na pág. H12 de um caderno especial, há reportagem sobre o papel da Família Mesquita no Golpe.
Foi um apoio incondicional.
Centro de conspiração.
Os Mesquita deram as mãos ao velho amigo Lacerda como reação preventiva: porque Jango ia dar um Golpe varguista, para “instalação de uma republica sindicalista em aliança com os comunistas”.
Julio Mesquita Filho queria uma “limpeza do cenário político”, “cassação de direitos políticos” e apresentou ao primeiro general-presidente uma lista de ministros.
Que o general dispensou.
Depois, veio a “resistência”.
Em combinação com a censura, o Estadão publicava receita de bolos – que as senhoras quatrocentonas reclamavam, porque o bolo “solava” – e poemas de Camões.
E o “seu” Frias, num Golpe de marketing, quando viu a canoa dos militares balançar, empreendeu a campanha de marketing das “Diretas Já”.
Na verdade, a temporada de penitências começou quando as manifestações que insuflou chegaram às portas daGlobo Overseas, e ela se sentiu coagida a fazer um mea-culpa esfarrapado.
Esse minueto do PiG não passa de um vaudeville de coristas que se escondem nas dobras da celulite.
E se recusam a deixar o palco do Golpe.
Paulo Henrique Amorim
O subtítulo diz tudo:
“Aos olhos de hoje, apoiar a ditadura militar foi um erro, mas as opções de então se deram em condições bem mais adversas que as atuais”.
Ou seja, o Otavinho, publisher por Direito Divino, como diz o Mino Carta, faria o mesmo que o “seu” Frias.
Daria apoio irrestrito ao Golpe, contrataria funcionários do DOPS como jornalistas e cederia as camionetas do jornal aos torturadores.
O Estadão faz o mesmo.
Na pág. H12 de um caderno especial, há reportagem sobre o papel da Família Mesquita no Golpe.
Foi um apoio incondicional.
Centro de conspiração.
Os Mesquita deram as mãos ao velho amigo Lacerda como reação preventiva: porque Jango ia dar um Golpe varguista, para “instalação de uma republica sindicalista em aliança com os comunistas”.
Julio Mesquita Filho queria uma “limpeza do cenário político”, “cassação de direitos políticos” e apresentou ao primeiro general-presidente uma lista de ministros.
Que o general dispensou.
Depois, veio a “resistência”.
Em combinação com a censura, o Estadão publicava receita de bolos – que as senhoras quatrocentonas reclamavam, porque o bolo “solava” – e poemas de Camões.
E o “seu” Frias, num Golpe de marketing, quando viu a canoa dos militares balançar, empreendeu a campanha de marketing das “Diretas Já”.
Na verdade, a temporada de penitências começou quando as manifestações que insuflou chegaram às portas daGlobo Overseas, e ela se sentiu coagida a fazer um mea-culpa esfarrapado.
Esse minueto do PiG não passa de um vaudeville de coristas que se escondem nas dobras da celulite.
E se recusam a deixar o palco do Golpe.
Paulo Henrique Amorim
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sexta-feira, 28 de março de 2014
Pedida a cassação de pensão vitalícia do Senador José Agripino Maia
Jornal GGN - O Ministério Público do Rio Grande do Norte, através da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, entrou com uma ação civil pública que pede o fim do pagamento de pensão vitalícia no valor de R$ 11 mil ao Senador José Agripino Maia. Ele tem direito a esse benefício graças a uma norma estadual de 1974 que determina o pagamento a ex-governadores. Agripino administrou o estado entre 1983 e 1986 e de 1991 a 1994.
Lavoisier Maia Sobrinho, governador de RN de 1979 a 1983, também pode ter o benefício cortado. Para os promotores, a Constituição de 1988 proíbe o uso de recursos públicos para pensões vitalícias. Eles alegam que não houve um processo que fundamentasse o pagamento da pensão.
"É ofensivo a qualquer trabalhador, em especial o brasileiro, um cidadão receber religiosamente valor correspondente ao subsídio de desembargador do Tribunal de Justiça, desvinculado de qualquer labor despendido". Além disso, subverte a própria noção de República a perpetuação de um gasto público a uma determinada pessoa, simplesmente pelo fato de ter exercido uma determinada função pública", disseram os promotores no inquérito.
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Agência chinesa que rebaixou EUA dá nota ‘A’ ao Brasil
A milhares de quilômetros de Nova York, uma agência de classificação de risco vê o Brasil em posição muito mais confortável do que a Standard & Poor’s, a Moody’s e a Fitch.
Para a chinesa Dagong Global Credit Rating, o Brasil tem rating “A-”. Assim, a agência de classificação de risco estatal da China coloca o Brasil três patamares acima da avaliação anunciada na segunda-feira pela Standard & Poor’s.
Ao contrário dos comentários duros contra o governo brasileiro, a Dagong tem avaliação mais amena. A última revisão da nota brasileira ocorreu em janeiro, quando reafirmou a nota “A-” e disse que o ambiente para a dívida brasileira é relativamente estável. “A situação política basicamente estável do Brasil e a vantagem da atual presidente Dilma Rousseff na eleição presidencial são fatores favoráveis para a continuidade e estabilidade das políticas”, diz relatório divulgado em Pequim.
Os analistas chineses reconhecem, porém, que nem tudo são flores. “O ambiente político interno complexo constrange as reformas estruturais de longo prazo, que são repletas de grandes dificuldades.”
Em um ponto Dagong e S&P concordam: a política fiscal. “O déficit fiscal e a situação da dívida pioraram de forma consistente. Afetados pelo gasto que aumentou significativamente, o déficit público aumentou para o equivalente a 3% do PIB em 2013″, diz a Dagong.
Criada em 1994 pelo governo, a Dagong é a resposta de Pequim às agências ocidentais. Com critérios diferentes dos usados pelas concorrentes, a agência se gaba de ter sido a primeira a rebaixar a nota soberana dos EUA – movimento seguido por S&P, Moody’s e Fitch.
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Lula fala dos 50 anos do golpe
Lula divulga hoje, na internet, um vídeo onde se pronuncia sobre o golpe militar de 1964.
Lula diz que precisamos garantir a democracia.
Porque só a democracia leva ao Governo um torneiro mecânico, ou que “uma ex-condenada pelo regime militar” possam ter chegado à Presidência da República.
No momento em que, sob o nem tão discreto abano da mídia, surgem manifestações pela volta do autoritarismo, Lula lembra que a conquista da democracia “foi fruto de uma intensa luta de grande parte da sociedade”
-Apenas em uma democracia, o povo pode ir ás ruas reivindicar seus direitos. Pois a democracia não é nenhum pacto de silêncio. É a sociedade em movimento, buscando novas conquistas.
Lula elogia a apuração dos crimes da ditadura pela Comissão Nacional da Verdade. “Numa data como essa, devemos, sim, lembrar o nosso passado, lamentar o período sombrio pelo qual passamos, mas sobretudo, lutar a cada dia para ampliar a nossa democracia, incluindo cada vez mais gente e fazendo com que nosso sistema político represente melhor o povo brasileiro”.
Cada vez mais me convenço que o plebiscito da reforma política vai ser bandeira da campanha de 2014.
E que, claro, a oposição o classificará de “autoritarismo”, embora a única autoridade que deve prevalecer seja a vontade popular.
Assista a fala de Lula:
Os “filhos da esperança” adotados pela família do atraso
Por: Fernando Brito
O “casal benzinho” Eduardo Campos-Marina Silva exibiu-se ontem na televisão.
Um programa até bonitinho, mas absolutamente ordinário em matéria de comunicação.
Francamente, uma fórmula “cult” – cor desbotada, quase preto e branco, imagens abertas do estúdio, closes intimistas – é muito pouco adequada para um personagem como Eduardo Campos cuja obra administrativa é praticamente desconhecida do país.
Parece ter sido feito, exclusivamente, para dar a ele o aval de Marina, simulando uma longa amizade e intimidade que jamais houve, até o tombo da Rede que a deixou sem legenda para concorrer.
Duvido que tenha tido qualquer consequência como propaganda eleitoral, mas é curioso que ambos, que devem tudo o que são a Lula, se definam como filhos da esperança.
São, e é exatamente isso que os torna tão frágeis.
Mais até a Campos que a Marina.
Porque o filho da esperança fugiu de casa por ambição.
E foi oferecer-se à adoção pela família do atraso, do conservadorismo.
Por isso sua fala não tem uma palavra sequer contra o que esta gente fez com o Brasil.
Ao contrário, falam em “preservar as conquistas” de todos os governos.
Tudo são declarações de intenção, daquelas que qualquer político pode fazer.
Marina chega a dizer que o mais importante para o país é “uma agenda” – espero que não aquela do Itaú, comemorando o aniversário do golpe – que possa ser seguida por todos os governos, sem distinção.
Essa agenda, Marina, já existe: é a cartilha econômica que o capital nos impõe, sugando os frutos do trabalho do povo brasileiro e as riquezas deste país.
E a reação do “mercado” contra quem sai, mesmo que só um pouquinho, dela é a prova de quanto é duro e árduo sair deste diktat colonial-financeiro.
Fácil, mesmo, só se bandear para o lado de lá.
Seus aliados, agora, são o Aécio Neves, o Roberto Freire, o Jorge Bornhausen…
Ou são eles que iriam preservar as conquistas da “era Lula”?
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CPI VAI TER ALSTOM, CEMIG, SUAPE, SIEMENS …
O Príncipe da Privataria ainda vai se arrepender.
O Governo resolveu ENFIM reagir !
Vai incluir os tucanos no “escopo” da CPI do Fim do Mundo – II.
Tucanos de São Paulo e de Minas, de preferência.
Os tucanos não têm como dominar a CPI.
Eles podem – com a punhalada do Dudu pelas costas do Lula – criar a CPI.
Mas não podem dominar.
A ideia do Governo é fazer uma CPI ampla, democrática, de alcance flexível.
Quando o Cerra, o Imbassahy, o Aécio Never e o Álvaro Catão dos Pinhais quiserem fazer palanque eleitoral, aparece um tucano paulista, um tucano mineiro …
E vamos ver quem bate mais.
Como se sabe, o trensalão de São Paulo começou no Governo tucano do Covas, reforçou-se no Cerra e continua até hoje.
O jenio do Cerra saiu da garrafa.
Se o Governo deu um tiro no pé, o PSDB deu outro.
Zero-a-zero.
Clique aqui para ler “Argumentos para defender a Petrobras”.
Em tempo: e tudo isso, porque o PT não tem peito para instalar na Câmara a CPI da Privataria, que tem todas as assinaturas necessárias. Clique aqui para ver no TV Afiada.
Paulo Henrique Amorim
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Entenda o Caso
DEPUTADO LIGADO A SERRA ARTICULOU DENÚNCIAS CONTRA PETROBRAS
Por Luis Nassif
Em 2012, o deputado baiano Antônio Imbassahy – estreitamente ligado a José Serra – foi autor de quase vinte requerimentos de pedidos de informações à Petrobras.
Recebeu informações inéditas sobre as refinarias Pasadena, Okinawa, Abreu de Lima e SBM Offshore, contratos para encomendas de navios e plataformas pelo estaleiro Atlântico Sul, e também sobre reformas de refinarias, como a Repar, do Paraná.
Os documentos foram preservados, aguardando o período eleitoral.
Jutahi Magalhaes, José Serra e Imbassahy
Foram justamente esses documentos – secretos – que serviram de base para as reportagens dos últimos dias que deram pretexto para a criação da CPI.
Informações reservadas, fornecidas pela Petrobras ao Congresso, estão sendo utilizadas eleitoralmente, expondo a companhia à execração pública.
Ontem, a Folha publicou a matéria “Documento sobre Pasadena enviado ao Congresso foi violado” (clique aqui)
Dizia que documento reservado encaminhado em dezembro de 2012 pela Petrobras – com informações sobre a compra da refinaria Pasadena – teria chegado violado ao seu destino.
A denúncia partiu do próprio deputado Imbassahy em 18 de dezembro daquele ano. Ontem – segundo o jornal – Imbassahy foi procurado, confirmou o episódio “mas não quis dar detalhes”.
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A DIFERENÇA ENTRE AZEREDO E DIRCEU
O ardil foi julgar tudo no Supremo
Se o Azeredo é cidadão comum e o STF não pode julga-lo, por que julgou o Dirceu, que não tinha privilegio de foro ?
Por que julgou o Duda Mendonça ?
Por que o Genoino não pode ir pra casa ?
Por que o Dirceu não pode ir trabalhar.
Porque o PT ganha eleição e não governa.
Clique aqui para ver como o PT ajudou a condenar Dirceu, Delubio, Genoino e Joao Paulo .
Bem feito : quem manda não fazer a Ley de Medios ?
O presidente Barbosa foi o único voto contra Azeredo.
Considerou que a renuncia de Azeredo ao mandato de deputado federal não passou de um “ardil”.
Ardil foi não desmembrar a ação do Mensalão do PT e levar todo mundo para a última instância.
Além de estabelecer que Dirceu tinha o domínio do fato de uma inexistente quadrilha.
Ardil foi interromper a carreira de três presidentes do PT e de um presidente da Câmara, do PT.
Mais do que um ardil o julgamento do PT foi de exceção.
E, por isso, será revisto na Corte da OEA.
Paulo Henrique Amorim
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Petrobras: Não foi Imbassahy que vazou, foi um boy ligado ao PT
Um bando de Hipocritas
No Blog do Rovai
Os jornais de hoje anunciam, a partir de uma nota originalmente publicada pela Folha ontem à tarde, que o deputado Antonio Imbassahy (PSDB) comunicou à primeira-secretaria da Casa que recebeu envelope com informações secretas da Petrobras “violado, sem lacre e faltando páginas”.
O deputado baiano foi autor de quase vinte requerimentos de pedidos de informação à Petrobras e recebeu informações nunca antes tornadas públicas sobre a aquisição e a sociedade da companhia nas refinarias de Pasadena, Okinawa, Abreu e Lima e SBM Offshore, entre outros.
E de repente ele anuncia que informações secretas tiveram o envelope violado e que, por absoluta coincidência, as informações ali contidas são justamente as que sustentam as reportagens nos últimos dias sobre Pasadena, Okinawa e Abreu e Lima, e que deram o pretexto para a solicitação de CPI da Petrobras pelo seu partido.
No Congresso, junto com seu colega de Senado, Alvaro Dias, Imbassahy disputa o título de vazador oficial da República. Mas certamente não faria algo dessa natureza com documentos secretos que podem causar prejuízos de monta à principal empresa brasileira que, seu partido, por admiração queria rebatizar. Na Petrobrax dos sonhos tucanos nunca haveria problema da empresa com o governo ou Estado. Simplesmente porque ela seria privada. E dos gringos.
Mas a denúncia de Imbassahy de que os documentos que foram parar na Folha foram violados de um envelope a ele endereçado já estão causando alvoroço na Câmara. Um office boy que costuma usar camisa vermelha é o principal suspeito do crime. Ele teria sido visto passando pela frente de um gabinete petista no dia em que Imbassahy recebeu a documentação. E por conta disso ninguém tem mais dúvida alguma da inocência do baiano. A culpa é do boy. Não há o menor risco de Imbassahy ter violado o envelope. E passado documentos pra Folha. Imbassahy é tucano. E tucano tem salvo conduto. Se você tem alguma dúvida disso, pergunte ao Eduardo Azeredo, à turma do trensalão de São Paulo, ao Cachoeira e ao Demóstenes. Há quem jure que eles se falam todo dia e morrem de rir das histórias que ouvem sobre a vida do Zé Dirceu e do Genoino na Papuda.
Resta saber se os deputados do PT vão atuar para que a Polícia Federal investigue o caso, já que se trata de um episódio grave que envolve os interesses da maior empresa do país.
Os jornais de hoje anunciam, a partir de uma nota originalmente publicada pela Folha ontem à tarde, que o deputado Antonio Imbassahy (PSDB) comunicou à primeira-secretaria da Casa que recebeu envelope com informações secretas da Petrobras “violado, sem lacre e faltando páginas”.
O deputado baiano foi autor de quase vinte requerimentos de pedidos de informação à Petrobras e recebeu informações nunca antes tornadas públicas sobre a aquisição e a sociedade da companhia nas refinarias de Pasadena, Okinawa, Abreu e Lima e SBM Offshore, entre outros.
E de repente ele anuncia que informações secretas tiveram o envelope violado e que, por absoluta coincidência, as informações ali contidas são justamente as que sustentam as reportagens nos últimos dias sobre Pasadena, Okinawa e Abreu e Lima, e que deram o pretexto para a solicitação de CPI da Petrobras pelo seu partido.
No Congresso, junto com seu colega de Senado, Alvaro Dias, Imbassahy disputa o título de vazador oficial da República. Mas certamente não faria algo dessa natureza com documentos secretos que podem causar prejuízos de monta à principal empresa brasileira que, seu partido, por admiração queria rebatizar. Na Petrobrax dos sonhos tucanos nunca haveria problema da empresa com o governo ou Estado. Simplesmente porque ela seria privada. E dos gringos.
Mas a denúncia de Imbassahy de que os documentos que foram parar na Folha foram violados de um envelope a ele endereçado já estão causando alvoroço na Câmara. Um office boy que costuma usar camisa vermelha é o principal suspeito do crime. Ele teria sido visto passando pela frente de um gabinete petista no dia em que Imbassahy recebeu a documentação. E por conta disso ninguém tem mais dúvida alguma da inocência do baiano. A culpa é do boy. Não há o menor risco de Imbassahy ter violado o envelope. E passado documentos pra Folha. Imbassahy é tucano. E tucano tem salvo conduto. Se você tem alguma dúvida disso, pergunte ao Eduardo Azeredo, à turma do trensalão de São Paulo, ao Cachoeira e ao Demóstenes. Há quem jure que eles se falam todo dia e morrem de rir das histórias que ouvem sobre a vida do Zé Dirceu e do Genoino na Papuda.
Resta saber se os deputados do PT vão atuar para que a Polícia Federal investigue o caso, já que se trata de um episódio grave que envolve os interesses da maior empresa do país.
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QUE NEGÓCIOS ACOBERTA O GLOBOPE ?
Aécio e Clésio: o mesmo movimento das mãos. Quem é o senador peemedebista Clésio Andrade?
Amigo navegante que já viu muito Globope e Datafalha passar debaixo da ponte enviou a seguinte afiada observação:
“a esta distância do processo eleitoral pra valer não me alegram as pesquisas otimistas nem me entristecem as pessimistas. por enquanto é jogo de cena acobertando outros negócios que não a eleição. quem ganhou dinheiro com isso é a pergunta certa, mas o TSE só trata de proibir a distribuição de santinhos. Uma legislação nível “quinquilharia” sobre quinquilharias.
Por falar em “outros negócios”, leia aqui o Fernando Brito, que tratou da manipulação do GLOBOPE, uma mesma pesquisa com DUAS datas !!!
Clique aqui para ler “Datafalha e congêneres se unem contra Dilma”.
Aqui para ler “Globope confessa: eu não valho nada !”.
E aqui para ver na TV Afiada: “Globope e Datafalha a caminho”.
E esse Clésio, hein ?
Do PMDB e assina a CPI do Fim do Mundo – II !
Ele é que é o dono da mesma pesquisa de duas datas …
Estará ele no mensalão tucano, amigo navegante ?
O que o liga a Aécio Never e a Marcos Valério ?
O que faria dele um simile do Eduardo Cunha, outro baluarte da Moral Peemedebista ?
Paulo Henrique Amorim
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BARROSO ESTÁ CERTO E DESNUDA BARBOSA
Dirceu, Genoino e Delúbio não tiveram os mesmos direitos do Azeredo.
Perplexo com a decisão do Supremo de encaminhar o julgamento do mensalão tucano à Primeira Instâncias em Minas, o ansioso blogueiro localizou o grande ministro do Supremo Evandro da Silva, que participava de uma tertúlia com Hermes da Pérsia, nome que também ilustra o Supremo.
Ministro, como explicar a relatoria do Barroso, que, por oito votos a um, encaminhou o destino dos tucanos à Primeira Instância ? – foi a pergunta do ansioso blogueiro.
“Veto do Barroso foi brilhante !
Pelo que foi e pelo que significa.
O Supremo só pode julgar ações penais originárias – ou seja, que se iniciam no Supremo.
As ações que envolvam autoridades com prerrogativa de função – que é o termo técnico.
Presidente da República, deputados federais … só eles podem ser originariamente julgados no Supremo.
A decisão do Barroso está corretíssima.
O Azeredo não é mais deputado federal.
Se renunciou ao mandato por ardil ou não, não é uma questão que se resolva no que ontem se decidia.
O voto do Barroso é importante por dois motivos, portanto:
1) juridicamente é impecável, porque a causa não é originária;
2) explicita que o julgamento do Dirceu, do Delúbio e do Genoino foi um julgamento de exceção.
Nenhum deles tinha prerrogativa de função.
Nem o Marcos Valério ou o Roberto Jefferson.
Foi uma exceção de amplo espectro – à Direita e à Esquerda.
Só João Paulo, deputado federal, tinha prerrogativa e poderia ser julgado no Supremo.
Portanto, escolher o Dirceu, o Genoino e o Delúbio – além do Gushiken – foi uma decisão POLÍTICA!
(Clique aqui para ler “Ataulfo Merval (*) acredita em Papai Noel e em Barbosa”..
Barroso assegurou a Azeredo os direitos que a Constituição confere a todo cidadão brasileiro: duplo grau de jurisdição, e ser julgado pelo “juiz natural”, ou seja, o juiz de onde mora, o de primeiro grau.
O STF NUNCA praticou uma execução penal: inaugurou com o PT !
Esse festival de arbitrariedades – Barbosa manda o Dirceu, o Genoino e o Delubio para Brasília; o juiz de execuções dá trela a denuncia da Folha; o Lewandowski manda o Dirceu trabalhar, o Barbosa volta das férias e rasga a decisão de um Presidente do STF … isso tudo deriva da excepcionalidade do julgamento do PT no Supremo.
Sem falar que o Dirceu foi condenado a ter o domínio do fato sobre uma quadrilha que não existe – segundo o Supremo !
Ansioso blogueiro, como diz o teu leitor, o Marcelo C:
“Placa na entrada do STF: FAVOR SE IDENTIFICAR ANTES DE SER JULGADO.”
Evandro da Silva, psicografado pelo ansioso blogueiro
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quinta-feira, 27 de março de 2014
Bomba: pesquisa Ibope de hoje é a mesma da semana passada onde Eduardo Campos e Marina caíram
A pesquisa Ibope sobre popularidade de Dilma divulgada só hoje (27) é a mesma da divulgada exatamente há uma semana atrás, dia 20, quando publicaram apenas as intenções de votos.
A mesma amostra, os mesmos 2002 entrevistados, os mesmos 141 municípios, e a mesma data de ida a campo (entre 13 e 17 de março).
A diferença é que os relatórios foram separados. No dia 20 divulgaram a parte de intenções de votos, onde Dilma não perdeu nenhum voto, Aécio continuou empacado (oscilou 1 ponto apenas), e Eduardo Campos caiu, chegando a situação de empate técnico com o Pastor Everaldo (PSC).
A outra parte do relatório é este que foi divulgado hoje pela CNI (Confederação da Indústria) sobre popularidade da presidenta Dilma e de seu governo.
Agora fica a pergunta: porque sete dias separam a divulgação de um relatório e outro da mesma pesquisa?
Deixe eu testar uma hipótese com uma conversa imaginária:
- Aécio, Campos e Dr. Marinho, tenho notícias boas e ruins da pesquisa para vocês. Qual vocês querem primeiro? - disse Montenegro.
- As ruins primeiro, - disse Aécio. E virou-se para o Dr. Marinho: - Mas por favor dá um jeito de só sair no Jornal Nacional a "boa" e na semana que vem, quando a "ruim" dessa semana já estiver esquecida.
- Concordo! Mas Dr. Marinho, a "boa" tem que dar um jeito de sair na quinta-feira, dia 27, no Jornal Nacional, engatado na minha propaganda partidária na TV - disse Campos.
Vocês acham que eu estou delirando, ou alguma coisa parecida com essa parábola aí em cima pode ter acontecido?
A GLOBO E A POLÍCIA. QUEM FAZ QUE PAPEL ?
Carro da polícia estacionado sobre a calçada em frente a placa de trânsito; ao fundo, sentados
ao lado do veículo, Cesar Tralli, Robinson Cerântula e o delegado Antonio de Olim.
Notícias da TV, de Daniel Castro: POLÍCIA INVESTIGA ENCONTRO DE DELEGADO
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo investiga encontro de delegado com César Tralli e um produtor especial da Globo. Eles foram flagrados no último dia 20 descendo de um carro da polícia estacionado sobre a calçada de uma rua dos Jardins, bairro nobre de SP. A denúncia repercutiu nas redes sociais. Globo, Tralli e o delegado negam uso do carro da polícia.
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo instaurou uma averiguação preliminar para investigar um encontro do delegado Antonio de Olim com o jornalista Cesar Tralli, apresentador do SP TV 1ª Edição, telejornal local da Globo.
Em nota, a corregedoria informou apenas que investiga Olim por causa de uma denúncia em rede social. A investigação é secreta. O Notícias da TV apurou, no entanto, que seu principal objetivo é investigar se o delegado usou um patrimônio público (um carro) para favorecer os jornalistas da Globo.
Segundo denúncia feita à corregedoria a partir de uma publicação no Facebook, Olim teria usado um carro da polícia descaracterizado para transportar Tralli e o também jornalista Robinson Cerântula, produtor especial do Jornal Nacional, o que pode vir a ser caracterizado como falta funcional. Tanto a Globo quanto o delegado negam que Tralli e Cerântula tenham usado o carro da polícia.
O delegado só foi denunciado porque parou o carro sobre a calçada rua Haddock Lobo, nos Jardins, um dos bairros mais nobres de SP, para evitar a enxurrada que corria pela rua e molharia seus calçados. Indignada com a infração de trânsito e sem saber que se tratava de um carro da polícia, uma moradora do bairro, Rebeca Anafe, tirou uma foto e a publicou no Facebook. Seu protesto já foi compartilhado mais de 1.400 vezes.
Junto com a foto, ela publicou o seguinte relato, no último dia 20:
“Brasil, o país onde todos fazem o que querem! Estava tomando café na [Casa] Bauducco da rua Haddock Lobo, esperando a chuva passar, para eu conseguir atravessar a rua (já que os bueiros não dão conta e desce um rio), quando chegou um carro, parou embaixo de uma placa ‘proibido estacionar’ e subiu as duas rodas na calçada. Desceram três homens para tomarem o cafezinho da tarde deles. Se um cadeirante quisesse passar, não dava, porque o carro do fofo estava na calçada. Um deles é o jornalista Cesar Tralli”.
Ela continua: “Quando entraram e pediram para a funcionária secar a mesa do lado de fora para sentarem, eu falei: ‘Senta no carro, já está na calçada mesmo’. Acho que ele não ligou, ou não ouviu. Depois de 20 minutos, quando a aguaceira tinha abaixado e eu consegui ir embora, ele [Tralli] estava lá ainda tranquilo, com o carro na calçada. Parei na primeira esquina, avisei o policial, mas continuo indignada com a folga do povo brasileiro”.
No dia seguinte, um telespectador provocou Tralli no Twitter. “Poxa, Cesar Tralli, que brecha!!! Carro na calçada… Logo você que fala de cidadania!”. Tralli, então, negou que estivesse no carro. “Não tenho nada a ver com o carro. Eu estava a pé, meu amigo. E fui embora a pé”, respondeu o apresentador do SP TV 1ª Edição, que uma semana antes repreendera no ar policiais que estacionam carros da polícia em qualquer lugar.
Questionada no Facebook sobre o desmentido de Tralli, Rebeca reafirmou que o jornalista estava no carro da polícia. “Era impossível andar na Haddock Lobo. Nem calçada tinha quando ele chegou [à Casa Bauducco]. Vai ver ele anda sobre água, abre mares e eu é que estou doida e o vi saindo de um carro sequinho!”, ironizou.
Cesar Tralli já tem antecedentes de intimidades com a polícia. Em 2005, esteve no centro de uma polêmica ao filmar a prisão, pela Polícia Federal, do filho do ex-prefeito Paulo Maluf, Flávio Maluf. Tralli usava boné e roupas parecidas com a de policiais e foi confundido com um deles.
A averiguação preliminar, como o nome diz, é uma investigação inicial. Pode-se tornar um processo administrativo, resultando em advertência e até demissão, dependendo da gravidade.
Outro lado
A Globo, assim como Cesar Tralli, negou que o apresentador e Robinson Cerântula estivessem no carro da polícia. “Eles estavam trabalhando e chegaram ao local a pé e não usando a viatura da polícia”, informou a emissora em uma curta nota.
O delegado Antonio de Olim disse ao Notícias da TV que Tralli e Cerântula almoçavam nos Jardins quando combinaram com ele um café na Casa Bauducco. “Tenho amizade com ele [Tralli]“, afirmou.
Ex-chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio do Deic, departamento de elite da Polícia Civil e atualmente titular da Delegacia do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, Olim sustenta que estava nos Jardins investigando uma quadrilha de ladrões de relógios Rolex. Essa quadrilha, conta, assalta turistas que descem no aeroporto e se hospedam nos Jardins. Um diretor da Globo teria sido vítima desses bandidos. Ele usava um carro descaracterizado para não chamar a atenção.
Olim, que é candidato a deputado estadual, afirma que quando chegou ao café Tralli e Cerântula já estavam no local. Admite ter errado ao parar o carro em local proibido e sobre a calçada. “Mas não dava para descer do carro, a enxurrada era muito forte. E foi só a roda da frente que ficou sobre a calçada”, diz.
ATUALIZAÇÃO
Após a publicação deste texto, a Secretaria de Segurança Pública enviou a seguinte nota:
“Diferentemente do que afirma o texto publicado hoje pelo Notícias da TV, a Corregedoria da Polícia Civil não investiga o encontro do delegado Antonio de Olim com os jornalistas de Rede Globo Cesar Tralli e Robson Cerântula. A apuração preliminar da corregedoria citada no texto se refere, apenas e tão somente, a uma denúncia de que o delegado teria parado uma viatura sobre a calçada da rua Haddock Lobo. Ou seja, a investigação é sobre suposta falta funcional cometida pelo delegado, que, ao cometer uma possível infração de trânsito, estaria dando mau exemplo à população. A conversa com os jornalistas não configura irregularidade, como esta assessoria informou ao colunista por telefone.”
Nota da Redação: O Notícias da TV mantém as informações publicadas: o que originou a investigação foi a suspeita de uso de um carro da polícia por profissionais de uma emissora de TV.
A Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo instaurou uma averiguação preliminar para investigar um encontro do delegado Antonio de Olim com o jornalista Cesar Tralli, apresentador do SP TV 1ª Edição, telejornal local da Globo.
Em nota, a corregedoria informou apenas que investiga Olim por causa de uma denúncia em rede social. A investigação é secreta. O Notícias da TV apurou, no entanto, que seu principal objetivo é investigar se o delegado usou um patrimônio público (um carro) para favorecer os jornalistas da Globo.
Segundo denúncia feita à corregedoria a partir de uma publicação no Facebook, Olim teria usado um carro da polícia descaracterizado para transportar Tralli e o também jornalista Robinson Cerântula, produtor especial do Jornal Nacional, o que pode vir a ser caracterizado como falta funcional. Tanto a Globo quanto o delegado negam que Tralli e Cerântula tenham usado o carro da polícia.
O delegado só foi denunciado porque parou o carro sobre a calçada rua Haddock Lobo, nos Jardins, um dos bairros mais nobres de SP, para evitar a enxurrada que corria pela rua e molharia seus calçados. Indignada com a infração de trânsito e sem saber que se tratava de um carro da polícia, uma moradora do bairro, Rebeca Anafe, tirou uma foto e a publicou no Facebook. Seu protesto já foi compartilhado mais de 1.400 vezes.
Junto com a foto, ela publicou o seguinte relato, no último dia 20:
“Brasil, o país onde todos fazem o que querem! Estava tomando café na [Casa] Bauducco da rua Haddock Lobo, esperando a chuva passar, para eu conseguir atravessar a rua (já que os bueiros não dão conta e desce um rio), quando chegou um carro, parou embaixo de uma placa ‘proibido estacionar’ e subiu as duas rodas na calçada. Desceram três homens para tomarem o cafezinho da tarde deles. Se um cadeirante quisesse passar, não dava, porque o carro do fofo estava na calçada. Um deles é o jornalista Cesar Tralli”.
Ela continua: “Quando entraram e pediram para a funcionária secar a mesa do lado de fora para sentarem, eu falei: ‘Senta no carro, já está na calçada mesmo’. Acho que ele não ligou, ou não ouviu. Depois de 20 minutos, quando a aguaceira tinha abaixado e eu consegui ir embora, ele [Tralli] estava lá ainda tranquilo, com o carro na calçada. Parei na primeira esquina, avisei o policial, mas continuo indignada com a folga do povo brasileiro”.
No dia seguinte, um telespectador provocou Tralli no Twitter. “Poxa, Cesar Tralli, que brecha!!! Carro na calçada… Logo você que fala de cidadania!”. Tralli, então, negou que estivesse no carro. “Não tenho nada a ver com o carro. Eu estava a pé, meu amigo. E fui embora a pé”, respondeu o apresentador do SP TV 1ª Edição, que uma semana antes repreendera no ar policiais que estacionam carros da polícia em qualquer lugar.
Questionada no Facebook sobre o desmentido de Tralli, Rebeca reafirmou que o jornalista estava no carro da polícia. “Era impossível andar na Haddock Lobo. Nem calçada tinha quando ele chegou [à Casa Bauducco]. Vai ver ele anda sobre água, abre mares e eu é que estou doida e o vi saindo de um carro sequinho!”, ironizou.
Cesar Tralli já tem antecedentes de intimidades com a polícia. Em 2005, esteve no centro de uma polêmica ao filmar a prisão, pela Polícia Federal, do filho do ex-prefeito Paulo Maluf, Flávio Maluf. Tralli usava boné e roupas parecidas com a de policiais e foi confundido com um deles.
A averiguação preliminar, como o nome diz, é uma investigação inicial. Pode-se tornar um processo administrativo, resultando em advertência e até demissão, dependendo da gravidade.
Outro lado
A Globo, assim como Cesar Tralli, negou que o apresentador e Robinson Cerântula estivessem no carro da polícia. “Eles estavam trabalhando e chegaram ao local a pé e não usando a viatura da polícia”, informou a emissora em uma curta nota.
O delegado Antonio de Olim disse ao Notícias da TV que Tralli e Cerântula almoçavam nos Jardins quando combinaram com ele um café na Casa Bauducco. “Tenho amizade com ele [Tralli]“, afirmou.
Ex-chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio do Deic, departamento de elite da Polícia Civil e atualmente titular da Delegacia do Aeroporto de Congonhas, na zona sul, Olim sustenta que estava nos Jardins investigando uma quadrilha de ladrões de relógios Rolex. Essa quadrilha, conta, assalta turistas que descem no aeroporto e se hospedam nos Jardins. Um diretor da Globo teria sido vítima desses bandidos. Ele usava um carro descaracterizado para não chamar a atenção.
Olim, que é candidato a deputado estadual, afirma que quando chegou ao café Tralli e Cerântula já estavam no local. Admite ter errado ao parar o carro em local proibido e sobre a calçada. “Mas não dava para descer do carro, a enxurrada era muito forte. E foi só a roda da frente que ficou sobre a calçada”, diz.
ATUALIZAÇÃO
Após a publicação deste texto, a Secretaria de Segurança Pública enviou a seguinte nota:
“Diferentemente do que afirma o texto publicado hoje pelo Notícias da TV, a Corregedoria da Polícia Civil não investiga o encontro do delegado Antonio de Olim com os jornalistas de Rede Globo Cesar Tralli e Robson Cerântula. A apuração preliminar da corregedoria citada no texto se refere, apenas e tão somente, a uma denúncia de que o delegado teria parado uma viatura sobre a calçada da rua Haddock Lobo. Ou seja, a investigação é sobre suposta falta funcional cometida pelo delegado, que, ao cometer uma possível infração de trânsito, estaria dando mau exemplo à população. A conversa com os jornalistas não configura irregularidade, como esta assessoria informou ao colunista por telefone.”
Nota da Redação: O Notícias da TV mantém as informações publicadas: o que originou a investigação foi a suspeita de uso de um carro da polícia por profissionais de uma emissora de TV.
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Gilberto Carvalho rebate Deputado Ogro Fascista Luiz Carlos Heinze
Em audiência para falar sobre suspeitas de irregularidades em convênios com ONGs, ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência respondeu afirmações polêmicas do Ogro Fascista Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e diz se orgulhar de 'marginalizados'
Deu no moribundo Estadão
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, rebateu nesta quarta-feira as declarações do deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS) que, em vídeo, disse que quilombolas, índios, gays, lésbicas, "tudo o que não presta", está "aninhado" em seu gabinete. "Muito me orgulho que em meu gabinete se aninha tudo isso que não presta", disse Carvalho durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
O ministro disse sentir orgulho de trabalhar pelos "marginalizados" e ponderou que "não é com preconceito e rejeição" que o País poderá ser transformado. "Eu perdoo esse deputado (Heinze)", declarou o ministro, que acusou o parlamentar de "falta de conhecimento da realidade da vida".
A resposta do ministro causou reação entre os deputados que participavam da audiência, entre eles Heinze, que estava na plateia.
O deputado afirmou que sua declaração se restringia ao comando do movimento quilombola e líderes indígenas, por "tomar terra na mão grande". "Compre terra, pague o que vale, mas não tome terras de graça", disse Heinze.
Carvalho foi convocado em conjunto com os ministros Jorge Hage, da Controladoria Geral da União, e Manoel Dias, do Trabalho, para dar explicações sobre convênios com indícios de irregularidade entre governo e organizações não-governamentais (ONGs).
Carvalho foi questionado sobre repasses de recursos a um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). O ministro admitiu divergências do governo com alguns posicionamentos do MST, mas defendeu o financiamento da feira de agroecologia do movimento em fevereiro passado, em Brasília. "Não posso deixar de apoiar aquilo que é bom", disse.
Carvalho, que foi chamado de "cabeça pensante do Palácio do Planalto" e acusado de fazer um discurso "bolivariano" na comissão, aproveitou para alfinetar a oposição. "Vocês, quando governaram, não enxergaram que dava para fazer muito para os pobres deste País", acusou.
Para o ministro, o governo continua sendo apoiado pela população por ter criado uma rede de sustentação que deu "dignidade" aos mais pobres.
Coube ao deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) defender os feitos do governo tucano e citar a criação dos programas sociais no governo Fernando Henrique Cardoso. "Vocês fazem a política do aparelhamento, do paternalismo, com dinheiro público", rebateu.
Questionado sobre os negócios da Petrobrás, Carvalho também usou do direito de não comentar o assunto, já que o regimento interno prevê que um convocado deve se ater ao assunto proposto no requerimento de convocação.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) comparou o discurso de Carvalho ao de Hugo Chávez, ex-presidente da Venezuela, e disse que o governo brasileiro "destrói" a Petrobrás como o venezuelano fez com a PDVSA.
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Primavera Árabe: ditadura egípcia condena 529 pessoas à morte
A chamada Primavera Árabe transformou-se em um pesadelo autoritário no Egito. Mais de 500
integrantes da Irmandade Muçulmana são condenados à morte.
Um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana , segunda-feira (24), sob acusações de homicídio e outros crimes contra o governo. Presidido pelo juiz Said Youssef, o julgamento começou no sábado (22) na cidade de Minya, ao sul do Cairo, e absolveu 16 partidários.
O veredito representa a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo advogados envolvidos no caso, e deve contribuir para um aumento da instabilidade no país.
"Este é o processo mais rápido e o número de sentenciados à morte é o maior na história do Judiciário", afirmou um dos advogados de defesa dos líderes da Irmandade Nabil Abdel Salam, à Reuters. Os mais de 500 condenados podem recorrer.
A maioria dos detidos foi acusada de realizar uma série de ataques a edifícios do governo e vandalismo em esquadras da polícia - confronto em protesto pela violenta dispersão forçada pelos polícias em dois acampamentos da organização no Cairo no dia 14 de agosto de 2013. Na ocasião, a maioria dos réus hoje havia sido presa.
Em protesto, simpatizantes dos condenados atearam fogo a uma escola nas proximidades da corte, informou a televisão estatal.
Para grupos de direitos humanos, as autoridades egípcias pretendem pressionar a oposição. "Um estudante do segundo ano na faculdade de direito jamais iria emitir este veredito", disse Mohamed Zaree, um dos diretores do Instituto para Estudos de Direitos Humanos do Cairo, à Reuters.
A turbulência no Egito ganhou novas proporções no dia 3 de julho, quando o Exército realizou um golpe militar contra o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Desde então, milhares de seguidores do grupo foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora a pena de morte não tinha sido decretada.
A Irmandade Muçulmana foi fundada no Egito em 1928 com a intenção de defender os ensinamentos e as regras do Corão e renunciou à violência no fim dos anos 70. Embora perseguida, manteve a sua atividade sob o regime de Mubarak e desempenhou um importante papel na revolta da “primavera árabe” a partir da Praça Tahrir, formando uma aliança com os democratas para depor Mubarak.
Um tribunal egípcio condenou à morte 529 membros da Irmandade Muçulmana , segunda-feira (24), sob acusações de homicídio e outros crimes contra o governo. Presidido pelo juiz Said Youssef, o julgamento começou no sábado (22) na cidade de Minya, ao sul do Cairo, e absolveu 16 partidários.
O veredito representa a maior condenação em massa à pena capital na história moderna do Egito, segundo advogados envolvidos no caso, e deve contribuir para um aumento da instabilidade no país.
"Este é o processo mais rápido e o número de sentenciados à morte é o maior na história do Judiciário", afirmou um dos advogados de defesa dos líderes da Irmandade Nabil Abdel Salam, à Reuters. Os mais de 500 condenados podem recorrer.
A maioria dos detidos foi acusada de realizar uma série de ataques a edifícios do governo e vandalismo em esquadras da polícia - confronto em protesto pela violenta dispersão forçada pelos polícias em dois acampamentos da organização no Cairo no dia 14 de agosto de 2013. Na ocasião, a maioria dos réus hoje havia sido presa.
Em protesto, simpatizantes dos condenados atearam fogo a uma escola nas proximidades da corte, informou a televisão estatal.
Para grupos de direitos humanos, as autoridades egípcias pretendem pressionar a oposição. "Um estudante do segundo ano na faculdade de direito jamais iria emitir este veredito", disse Mohamed Zaree, um dos diretores do Instituto para Estudos de Direitos Humanos do Cairo, à Reuters.
A turbulência no Egito ganhou novas proporções no dia 3 de julho, quando o Exército realizou um golpe militar contra o primeiro presidente democraticamente eleito da história do país, Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana. Desde então, milhares de seguidores do grupo foram detidos e dezenas deles condenados, mas até agora a pena de morte não tinha sido decretada.
A Irmandade Muçulmana foi fundada no Egito em 1928 com a intenção de defender os ensinamentos e as regras do Corão e renunciou à violência no fim dos anos 70. Embora perseguida, manteve a sua atividade sob o regime de Mubarak e desempenhou um importante papel na revolta da “primavera árabe” a partir da Praça Tahrir, formando uma aliança com os democratas para depor Mubarak.
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CIENTISTAS DO CLIMA SÃO OS NOVOS REVOLUCIONÁRIOS
desconfortáveis" podem ser fortes. Especialista pede cortes de emissões que exigem "mudança
revolucionária na hegemonia política e econômica".
Texto originalmente publicado no site Climate&Capitalism
"Hoje, após duas décadas de blefes e mentiras, o objetivo dos 2°C que faltam cumprir [referência à meta de limite do aquecimento global prevista pela ONU na COP 19, em 2013] o acordo de redução exige uma mudança revolucionária na hegemonia política e econômica." Isso foi publicado num blog, no ano passado, por Kevin Anderson, professor de Energia e Alterações Climáticas da Universidade de Manchester. Um dos cientistas de clima mais eminentes da Grã-Bretanha, Anderson também é vice-diretor do Centro Tyndall para Pesquisas sobre Alterações Climáticas.
Podemos, ainda, divulgar a mensagem a seguir, extraída de uma entrevista em novembro de 2013: "Precisamos de ações de baixo para cima e de cima para baixo. Precisamos de mudanças em todos os níveis", enfatizou a investigadora sênior do Centro Tyndall e professora da Universidade de Manchester, Alice Bows-Larkin. Anderson e Bows-Larkin são autoridades mundiais sobre os desafios da mitigação das alterações climáticas.
Em dezembro de 2013, os dois foram personagens centrais da Conferência de Redução Radical de Emissões, promovida pelo Centro Tyndall e realizada nas instalações de Londres da instituição científica de maior prestígio da Grã-Bretanha, a Royal Society. O "radicalismo" do título da conferência refere-se a um apelo dos organizadores para cortes de pelo menos 8% nas emissões anuais da Grã-Bretanha – o dobro da taxa comumente citada como possível dentro das estruturas econômicas e políticas atuais.
A conferência chamou atenção e recebeu ampla cobertura. Em Sydney, o “Daily Telegraph”, de propriedade dos Murdoch, descreveu os participantes como "desequilibrados" e "ecoidiotas", passando a citar uma referência feita por um "conselheiro de alterações climáticas sênior" da Shell: "Era uma sala cheia de catastrofistas (referindo-se à expressão 'aquecimento global catastrófico'), com a visão predominante... de que o problema só poderia ser resolvido pela completa transformação dos sistemas de energia e político globais... uma conferência de ideologia política".
De fato. A tradicional postura reticente dos cientistas, que, no passado, visavam principalmente ater-se às suas especialidades e evitar comentários sobre as implicações sociais e políticas de seu trabalho, já não é o que era.
Irritados
Os cientistas do clima têm ficado particularmente irritados com a recusa dos governos de agir, mesmo com as repetidas advertências sobre os perigos da mudança climática. Para aumentar a amargura dos pesquisadores, em mais do que casos isolados, foram feitas pressões sobre eles para amaciar as suas conclusões, de modo a evitar mostrá-las a governantes e decisores políticos. As pressões para que se evite levantar "questões fundamentais e desconfortáveis" podem ser fortes, explicou Anderson em uma entrevista em junho de 2013.
"Os cientistas estão sendo persuadidos a desenvolver conjuntos cada vez mais bizarros de cenários... que sejam capazes de entregar mensagens politicamente palatáveis. Tais cenários subestimam a taxa atual de crescimento das emissões, assumem picos ridiculamente precoces nas emissões e transformam os compromissos para ficar abaixo [de um aquecimento] de 2°C em uma chance de 60% a 70% de exceder esses 2°C."
Anderson e Bows-Larkin têm sido capazes de desafiar tais pressões ao ponto de terem sido coautores de dois artigos notáveis e relacionados entre si, publicados pela Royal Society em 2008 e 2011.
No segundo deles, os autores fazem uma distinção entre países ricos e pobres (tecnicamente, nas categorias do "anexo 1" e "não-Anexo 1" da ONU), ao calcularem as taxas de redução de emissões em cada conjunto, que seriam necessárias para manter a temperatura média global não superior a dois graus dos níveis pré-industriais.
A notícia embaraçosa para os governos é que os países ricos do Anexo 1 precisam começar imediatamente a cortar suas emissões com taxas de cerca de 11% ao ano. Isso permitiria que os países fora do Anexo 1 atrasassem seu "pico de emissões" até 2020, permitindo o desenvolvimento de suas economias e a elevação dos padrões de vida de seus habitantes.
Mas os países pobres também teriam, então, de começar a cortar suas próprias emissões em níveis sem precedentes - e as chances de aquecimento superior a dois graus de aquecimento ainda seriam em torno de 36%. Mesmo para uma chance de 50% de aquecimento superior a dois graus, os países ricos teriam de cortar suas emissões a cada ano a uma taxa de 8% a 10%.
Como Anderson aponta, é praticamente impossível encontrar um economista "mainstream" que veja reduções anuais de emissões de mais de 3% a 4% como compatíveis com qualquer coisa, exceto recessão severa, dentro de uma economia constituída nos atuais termos.
Representação da emissão diária de dióxido de carbono em Nova York: esferas equivalem a
Texto originalmente publicado no site Climate&Capitalism
"Hoje, após duas décadas de blefes e mentiras, o objetivo dos 2°C que faltam cumprir [referência à meta de limite do aquecimento global prevista pela ONU na COP 19, em 2013] o acordo de redução exige uma mudança revolucionária na hegemonia política e econômica." Isso foi publicado num blog, no ano passado, por Kevin Anderson, professor de Energia e Alterações Climáticas da Universidade de Manchester. Um dos cientistas de clima mais eminentes da Grã-Bretanha, Anderson também é vice-diretor do Centro Tyndall para Pesquisas sobre Alterações Climáticas.
Podemos, ainda, divulgar a mensagem a seguir, extraída de uma entrevista em novembro de 2013: "Precisamos de ações de baixo para cima e de cima para baixo. Precisamos de mudanças em todos os níveis", enfatizou a investigadora sênior do Centro Tyndall e professora da Universidade de Manchester, Alice Bows-Larkin. Anderson e Bows-Larkin são autoridades mundiais sobre os desafios da mitigação das alterações climáticas.
Em dezembro de 2013, os dois foram personagens centrais da Conferência de Redução Radical de Emissões, promovida pelo Centro Tyndall e realizada nas instalações de Londres da instituição científica de maior prestígio da Grã-Bretanha, a Royal Society. O "radicalismo" do título da conferência refere-se a um apelo dos organizadores para cortes de pelo menos 8% nas emissões anuais da Grã-Bretanha – o dobro da taxa comumente citada como possível dentro das estruturas econômicas e políticas atuais.
A conferência chamou atenção e recebeu ampla cobertura. Em Sydney, o “Daily Telegraph”, de propriedade dos Murdoch, descreveu os participantes como "desequilibrados" e "ecoidiotas", passando a citar uma referência feita por um "conselheiro de alterações climáticas sênior" da Shell: "Era uma sala cheia de catastrofistas (referindo-se à expressão 'aquecimento global catastrófico'), com a visão predominante... de que o problema só poderia ser resolvido pela completa transformação dos sistemas de energia e político globais... uma conferência de ideologia política".
De fato. A tradicional postura reticente dos cientistas, que, no passado, visavam principalmente ater-se às suas especialidades e evitar comentários sobre as implicações sociais e políticas de seu trabalho, já não é o que era.
Irritados
Os cientistas do clima têm ficado particularmente irritados com a recusa dos governos de agir, mesmo com as repetidas advertências sobre os perigos da mudança climática. Para aumentar a amargura dos pesquisadores, em mais do que casos isolados, foram feitas pressões sobre eles para amaciar as suas conclusões, de modo a evitar mostrá-las a governantes e decisores políticos. As pressões para que se evite levantar "questões fundamentais e desconfortáveis" podem ser fortes, explicou Anderson em uma entrevista em junho de 2013.
"Os cientistas estão sendo persuadidos a desenvolver conjuntos cada vez mais bizarros de cenários... que sejam capazes de entregar mensagens politicamente palatáveis. Tais cenários subestimam a taxa atual de crescimento das emissões, assumem picos ridiculamente precoces nas emissões e transformam os compromissos para ficar abaixo [de um aquecimento] de 2°C em uma chance de 60% a 70% de exceder esses 2°C."
Anderson e Bows-Larkin têm sido capazes de desafiar tais pressões ao ponto de terem sido coautores de dois artigos notáveis e relacionados entre si, publicados pela Royal Society em 2008 e 2011.
No segundo deles, os autores fazem uma distinção entre países ricos e pobres (tecnicamente, nas categorias do "anexo 1" e "não-Anexo 1" da ONU), ao calcularem as taxas de redução de emissões em cada conjunto, que seriam necessárias para manter a temperatura média global não superior a dois graus dos níveis pré-industriais.
A notícia embaraçosa para os governos é que os países ricos do Anexo 1 precisam começar imediatamente a cortar suas emissões com taxas de cerca de 11% ao ano. Isso permitiria que os países fora do Anexo 1 atrasassem seu "pico de emissões" até 2020, permitindo o desenvolvimento de suas economias e a elevação dos padrões de vida de seus habitantes.
Mas os países pobres também teriam, então, de começar a cortar suas próprias emissões em níveis sem precedentes - e as chances de aquecimento superior a dois graus de aquecimento ainda seriam em torno de 36%. Mesmo para uma chance de 50% de aquecimento superior a dois graus, os países ricos teriam de cortar suas emissões a cada ano a uma taxa de 8% a 10%.
Como Anderson aponta, é praticamente impossível encontrar um economista "mainstream" que veja reduções anuais de emissões de mais de 3% a 4% como compatíveis com qualquer coisa, exceto recessão severa, dentro de uma economia constituída nos atuais termos.
Representação da emissão diária de dióxido de carbono em Nova York: esferas equivalem a
148,9 mil toneladas.
Quatro graus?
E se o mundo mantiver as suas economias baseadas no mercado e, depois de um pico em 2020, começar a reduzir as suas emissões com base nestes 3% a 4% "permitidos"? Em artigo de 2008, Anderson e Bows-Larkin apresentam números que sugerem um possível nível de dióxido de carbono na atmosfera equivalente a 600-650 partes por milhão (ppm) como resultado. O climatologista Malte Meinshausen estima que 650 ppm resultaria na probabilidade de 40% de exceder não apenas dois graus [na temperatura], mas quatro!
Anderson, no passado, já se pronunciou sobre o que podemos esperar de um "mundo de quatro graus". Numa palestra pública, em outubro de 2011, ele o descreveu como "incompatível com uma comunidade global organizada", "provável que esteja além da adaptação" e"devastador para a maioria dos ecossistemas". Além disso, um clima quatro graus mais quente teria "uma alta probabilidade de não ser estável". Isto é, o acréscimo de quatro graus resultaria numa temperatura intermediária, rumo a um nível de equilíbrio muito mais quente.
Conforme relatado no jornal The Scotsman, em 2009, ele concentrou-se no elemento humano:"Eu acho que é extremamente improvável que nós não tenhamos mortes em massa com 4°C [de aquecimento global]. Se tivermos uma população de nove bilhões até 2050 e chegarmos ao acréscimo de 4°C, 5°C ou 6°C, poderemos ter 500 milhões de pessoas sobrevivendo."
Não admira que as pessoas bem informadas estejam se revoltando.
Quatro graus?
E se o mundo mantiver as suas economias baseadas no mercado e, depois de um pico em 2020, começar a reduzir as suas emissões com base nestes 3% a 4% "permitidos"? Em artigo de 2008, Anderson e Bows-Larkin apresentam números que sugerem um possível nível de dióxido de carbono na atmosfera equivalente a 600-650 partes por milhão (ppm) como resultado. O climatologista Malte Meinshausen estima que 650 ppm resultaria na probabilidade de 40% de exceder não apenas dois graus [na temperatura], mas quatro!
Anderson, no passado, já se pronunciou sobre o que podemos esperar de um "mundo de quatro graus". Numa palestra pública, em outubro de 2011, ele o descreveu como "incompatível com uma comunidade global organizada", "provável que esteja além da adaptação" e"devastador para a maioria dos ecossistemas". Além disso, um clima quatro graus mais quente teria "uma alta probabilidade de não ser estável". Isto é, o acréscimo de quatro graus resultaria numa temperatura intermediária, rumo a um nível de equilíbrio muito mais quente.
Conforme relatado no jornal The Scotsman, em 2009, ele concentrou-se no elemento humano:"Eu acho que é extremamente improvável que nós não tenhamos mortes em massa com 4°C [de aquecimento global]. Se tivermos uma população de nove bilhões até 2050 e chegarmos ao acréscimo de 4°C, 5°C ou 6°C, poderemos ter 500 milhões de pessoas sobrevivendo."
Não admira que as pessoas bem informadas estejam se revoltando.
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O PSOL alista Randolfe na tropa do Agripino e do Aécio.
Cena de quarta-feira (26) no Senado. Randolfe, a Carmem Miranda do Psol, entrou na tropa de
elite
Olha o senador José Agripino (DEM-RN) comandando a tropa de choque entreguista que quer detonar a Petrobras, para depois venderem aos gringos e banqueiros a preço de banana igual fizeram com a Vale (o plano vai falhar, porque Dilma vai vencer e não vai deixar ).
E olha quem está nessa tropa aí, ao lado dos demotucanos Agripino, Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Alvaro Dias (PSDB-PR). É o Randolfe Rodrigues do PSOL, que não aprende. Insiste em trair o povo trabalhador, funcionando como linha auxiliar e subalterna dos demotucanos. Que vergonha alheia!
Olha o senador José Agripino (DEM-RN) comandando a tropa de choque entreguista que quer detonar a Petrobras, para depois venderem aos gringos e banqueiros a preço de banana igual fizeram com a Vale (o plano vai falhar, porque Dilma vai vencer e não vai deixar ).
E olha quem está nessa tropa aí, ao lado dos demotucanos Agripino, Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Alvaro Dias (PSDB-PR). É o Randolfe Rodrigues do PSOL, que não aprende. Insiste em trair o povo trabalhador, funcionando como linha auxiliar e subalterna dos demotucanos. Que vergonha alheia!
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DIRCEU VAI À CORTE DA OEA
No Blog do Dirceu:
DECISÃO CONFIRMA ENTENDIMENTO DE QUE RÉUS DA AP 470 TÊM DIREITO A RECURSO
A Corte Interamericana de Direitos Humanos confirmou o entendimento de que todos os condenados têm direito a um recurso para rediscutir os fatos que levaram a punições. A decisão, tomada em recente julgamento, reforça ainda mais o direito de os réus da AP 470 entrarem com recurso no órgão.
Mesmo sem foro privilegiado, a maior parte dos réus do processo foi julgada no Supremo Tribunal Federal, ficando impossibilitados de recorrerem a outra instância. Houve a quebra do princípio da dupla jurisdição.
De acordo com o jornal Valor Econômico, seis dos sete juízes da Corte, concluíram que os países que se submetem à sua jurisdição, como o Brasil, devem dar a oportunidade de recursos a réus julgados no sistema de foro privilegiado – que é o caso da AP 470. Esses recursos devem possibilitar a contestação de todos os pontos da sentença.
No caso do ex-ministro José Dirceu, ele apenas teve direito a recorrer contra a condenação de formação de quadrilha, já que conseguiu quatro votos favoráveis, como determina o regimento do STF. Na condenação por corrupção ativa, no entanto, ele não teve possibilidade de recurso, porque na primeira fase do julgamento não obteve esse mínimo de votos exigido pelo regimento. O mesmo ocorreu com José Genoino e Delúbio Soares, por exemplo. João Paulo Cunha não pôde recorrer contra as condenações por corrupção e peculato.
Segundo o Valor, a sentença da Corte Interamericana foi divulgada na segunda-feira, por meio de um comunicado da instituição, em San José. Ela foi tomada no julgamento de um caso envolvendo o Suriname.
A maioria da Corte consolidou o entendimento de que deve ser dada a garantia a toda pessoa condenada para recorrer de uma sentença penal. A sentença diz ainda que esse recurso deve ser garantido de maneira a ser efetivo, adequado, rápido e de fácil utilização pelos condenados.
“Deve se entender que, independentemente do regime ou do sistema recursivo que adotem os Estados membros e da denominação que deem ao meio de impugnação da sentença condenatória, para que essa seja eficaz deve se constituir um meio adequado para buscar a correção de uma condenação”, diz a sentença. “Consequentemente, as causas de procedência do recurso devem possibilitar um controle amplo dos aspectos impugnados da sentença condenatória.”
O Valor Econômico avalia que o julgamento abre uma nova janela aos condenados da AP 470 em dois aspectos. O primeiro é que os embargos admitidos pelo STF não permitem a revisão ampla preconizada pela Corte de San José. O segundo é que o Brasil é signatário da Convenção Americana e, portanto, deve seguir as orientações da Corte.
O jornal acrescenta que os juízes de San José podem determinar ao Supremo que analise novamente as condenações em que não foram admitidos os infringentes.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos confirmou o entendimento de que todos os condenados têm direito a um recurso para rediscutir os fatos que levaram a punições. A decisão, tomada em recente julgamento, reforça ainda mais o direito de os réus da AP 470 entrarem com recurso no órgão.
Mesmo sem foro privilegiado, a maior parte dos réus do processo foi julgada no Supremo Tribunal Federal, ficando impossibilitados de recorrerem a outra instância. Houve a quebra do princípio da dupla jurisdição.
De acordo com o jornal Valor Econômico, seis dos sete juízes da Corte, concluíram que os países que se submetem à sua jurisdição, como o Brasil, devem dar a oportunidade de recursos a réus julgados no sistema de foro privilegiado – que é o caso da AP 470. Esses recursos devem possibilitar a contestação de todos os pontos da sentença.
No caso do ex-ministro José Dirceu, ele apenas teve direito a recorrer contra a condenação de formação de quadrilha, já que conseguiu quatro votos favoráveis, como determina o regimento do STF. Na condenação por corrupção ativa, no entanto, ele não teve possibilidade de recurso, porque na primeira fase do julgamento não obteve esse mínimo de votos exigido pelo regimento. O mesmo ocorreu com José Genoino e Delúbio Soares, por exemplo. João Paulo Cunha não pôde recorrer contra as condenações por corrupção e peculato.
Segundo o Valor, a sentença da Corte Interamericana foi divulgada na segunda-feira, por meio de um comunicado da instituição, em San José. Ela foi tomada no julgamento de um caso envolvendo o Suriname.
A maioria da Corte consolidou o entendimento de que deve ser dada a garantia a toda pessoa condenada para recorrer de uma sentença penal. A sentença diz ainda que esse recurso deve ser garantido de maneira a ser efetivo, adequado, rápido e de fácil utilização pelos condenados.
“Deve se entender que, independentemente do regime ou do sistema recursivo que adotem os Estados membros e da denominação que deem ao meio de impugnação da sentença condenatória, para que essa seja eficaz deve se constituir um meio adequado para buscar a correção de uma condenação”, diz a sentença. “Consequentemente, as causas de procedência do recurso devem possibilitar um controle amplo dos aspectos impugnados da sentença condenatória.”
O Valor Econômico avalia que o julgamento abre uma nova janela aos condenados da AP 470 em dois aspectos. O primeiro é que os embargos admitidos pelo STF não permitem a revisão ampla preconizada pela Corte de San José. O segundo é que o Brasil é signatário da Convenção Americana e, portanto, deve seguir as orientações da Corte.
O jornal acrescenta que os juízes de San José podem determinar ao Supremo que analise novamente as condenações em que não foram admitidos os infringentes.
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