O PiG rasga a Constituição de 1946 até hoje.
No emocionante depoimento que prestou à sessão especial do Senado sobre o Golpe de 1964, o Consultor Geral da República de Jango e hoje vereador pelo PT, em Salvador, Waldir Pires explicou a legitimidade de Jango.
Na Constituição de 1946, o brasileiro votava, em separado, para Presidente e vice.
Em 1955, vice de JK, Jango teve mais votos que JK.
Na de 1960, na eleição de Janio, Jango teve mais votos do que o candidato a Presidente de seu partido, o Marechal Lott, e, claro, que o adversário da UDN, Milton Campos.
A diferença de Jango para Milton Campos – 36% a 34%, só não foi maior, porque um dissidente trabalhista, Fernando Ferrari, teve 17%, e desfalcou Jango.
Depois de não se arrepender de militar no Golpe, como a Folha (*), nesta segunda-feira o editorial do Estadão rasga a Carta de 1946, de novo.
Diz, primeiro, que Jango queria fazer as reformas de base – descritas pelo professor Bercovici – na “lei ou na marra”.
Jango jamais disse isso.
Quem dizia era Francisco Juliao, que queria fazer a reforma agrária.
Jango queria submeter todas as reformas ao Congresso, como anunciou no Comício do dia 13, na Central.
Depois, o Estadão diz que Jango “não tinha mandato popular” para fazer as reformas, “pois foi eleito vice”.
Ou seja, para os pobres descendentes dos Mesquita, na Constituição deles, quando o Presidente renunciasse, como Janio, quem escolhia o Presidente eram eles, num jantar no Club Harmonia !
Jango foi eleito vice e como vice haveria de morrer !
E ser enterrado numa vala comum.
Em tempo: em 1955, Jango teve 3.600 mil votos, contra 3 milhões de JK. Em 1960, Jango teve 4.600 mil, contra 3.800 de Lott.
Paulo Henrique Amorim
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