terça-feira, 5 de novembro de 2019

VAZA JATO: Lava Jato deixou Rosa Weber no escuro ao pedir apoio a investigação sobre Lula

Novas conversas divulgadas pela Vaza Jato mostram que grampo em Lula permitiu a 
investigadores anteciparem ações de advogados e enganarem Rosa Weber em decisão poucos 
dias antes da condução coercitiva do ex-presidente.
Novas conversas da Vaza Jato, divulgadas nesta terça-feira (5) 
que o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e investigadores 
da Lava Jato sonegaram informações a ministra Rosa Weber, do 
Supremo Tribunal Federal (STF), para tentar influenciar no julgamento 
de uma ação da defesa do ex-presidente para suspender as 
investigações.
Entre as informações sonegadas estaria a menção da ministra em dois 
grampos de conversas de Lula com o advogado Roberto Teixeira, sócio 
do escritório que defende o ex-presidente. O acesso aos áudios da 
conversa de Lula com a defesa permitiu aos investigadores anteciparem 
ações para tentar incriminar o petista. 
Para tentar barrar a proposta da defesa de Lula – de escalar o atual 
senador Jaques Wagner para fazer contato com a ministra -, Deltan 
Dallagnol disse que “um contato lá seria bom, mas teríamos que abrir a 
existência do diálogo e poderia vazar”, em referência à menção de Rosa 
Weber no grampo. “O moro pode neutralizar”, sugeriu Januário Paludo, 
lembrando aos colegas que o juiz trabalhara com Rosa.
Antes da Lava Jato, Moro trabalhou como juiz instrutor no gabinete de 
Rosa Weber durante o julgamento do escândalo do mensalão, em 2012.
Condução coercitiva
A articulação dos investigadores da Lava Jato ocorreu após a defesa de 
Lula dar entrada na ação, em 26 de fevereiro de 2016. À época, Moro e 
os procuradores já articulavam a condução coercitiva de Lula, em mais 
um espetáculo midiático da Lava Jato, que aconteceu no dia 4 de março.
Neste intervalo, os procuradores da Lava Jato elaboraram um 
documento com informações a serem levadas a Rosa pela Procuradoria-
Geral da República.
Para tentar barrar a proposta da defesa de Lula – de escalar o atual 
senador Jaques Wagner para fazer contato com a ministra -, Deltan 
Dallagnol disse que “um contato lá seria bom, mas teríamos que abrir a 
existência do diálogo e poderia vazar”, em referência à menção de Rosa 
Weber no grampo. “O moro pode neutralizar”, sugeriu Januário Paludo, 
lembrando aos colegas que o juiz trabalhara com Rosa.
Antes da Lava Jato, Moro trabalhou como juiz instrutor no gabinete de 
Rosa Weber durante o julgamento do escândalo do mensalão, em 2012.
Condução coercitiva
A articulação dos investigadores da Lava Jato ocorreu após a defesa de 
Lula dar entrada na ação, em 26 de fevereiro de 2016. À época, Moro e 
os procuradores já articulavam a condução coercitiva de Lula, em mais 
um espetáculo midiático da Lava Jato, que aconteceu no dia 4 de março.
Neste intervalo, os procuradores da Lava Jato elaboraram um
documento com informações a serem levadas a Rosa pela Procuradoria-
Geral da República.
No mesmo dia, Rosa decidiu contra a defesa de Lula, afirmando que 
que não encontrara indício de ilegalidade na condução das 
investigações que justificasse interferir no trabalho do Ministério Público 
em estágio tão prematuro.
A decisão foi comemorada pela Lava Jato no grupo de whatsapp. “Rosa 
Weber mandou lils pastar”, escreveu o delegado Márcio Anselmo, 
tratando o ex-presidente pelas iniciais do seu nome. “Uhuuuuuu”.
Moro mandou encerrar a interceptação e levantou o sigilo das 
investigações duas semanas depois, tornando público o conteúdo dos 
telefonemas de Lula, incluindo as conversas em que ele sugeriu aos 
aliados que procurassem Rosa Weber e uma ligação feita por Dilma 
após a interrupção do grampo.
A divulgação dos áudios, no mesmo dia em que a presidenta nomeou 
Lula ministro do seu governo, aprofundou a crise e selou o início do 
golpe que resultou na queda de Dilma da Presidência.

Nenhum comentário: