terça-feira, 19 de novembro de 2019

Itália: Ao som de Bella Ciao, 'sardinhas' se mobilizam contra ex-premiê de ultradireita Matteo Salvini


'Sardinhas', como manifestantes se autointitulam, reuniram mais gente do que comício de 
Salvini nas eleições do Estado da Emilia-Romagna
Um movimento espontâneo e organizado pelas redes sociais virou a pedra no sapato do ex-ministro
Matteo Salvini, em um dos bastiões da esquerda na Itália, o Estado da Emilia-Romagna.
Autodenominado como "sardinhas", o grupo assumiu a linha de frente para evitar que o popular
secretário da Liga conquiste o governo da Emilia-Romagna, no norte do país, nas eleições regionais
de 26 de janeiro.
A mobilização surgiu na última quinta-feira (14/11), quando Salvini abriu a campanha eleitoral de
sua candidata a governadora, Lucia Borgonzoni, com um comício em uma arena de Bolonha com
capacidade para 5,6 mil pessoas.
No Facebook, quatro internautas convocaram uma manifestação chamado "6 mil sardinhas contra
Salvini", que tinha como objetivo reunir mais pessoas do que o comício do ex-ministro do Interior.
Os organizadores pediram que os participantes não levassem bandeiras de partidos, apenas cartazes
representando sardinhas.
A manifestação ocorreu na Piazza Maggiore, a 1,5 quilômetro do evento de Salvini, e durou cerca de
20 minutos, reunindo entre 12 mil e 13 mil pessoas, o dobro do esperado.
A manifestação se repetiu nesta segunda-feira (18/111), mas em Modena, onde 7.000 indivíduos
ignoraram o mau tempo para se espremer "como sardinhas em lata" em uma praça do centro da
cidade.
Assim como em Bolonha, o ato desta segunda foi realizado paralelamente a um comício do ex-
ministro e embalado pelo som de "Bella ciao!", música símbolo da resistência italiana contra o
nazifascismo, e do slogan "Modena não se liga", em referência ao partido de extrema direita.
"Queríamos tocar um despertador coletivo, e isso aconteceu", disse Mattia Santori, um dos
organizadores do flash mob, na última sexta-feira (15/11). Segundo ele, o objetivo era acordar a
esquerda, "que dormiu por tempo demais". "Não queríamos chegar ao dia seguinte às eleições com
todos se perguntando 'como foi possível?'", acrescentou.

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