Em resposta a um pedido feito pela Folha pela Lei de Acesso à Informação, o gabinete do ministro
Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) se recusou a divulgar cópia da documentação que,
segundo o presidente Jair Bolsonaro declarou numa entrevista coletiva no Japão, em junho, o próprio
ministro lhe repassou.
Os documentos tratariam da investigação da Polícia Federal que estava sob sigilo a respeito de
Os documentos tratariam da investigação da Polícia Federal que estava sob sigilo a respeito de
candidaturas laranjas do PSL.
Procurada com o mesmo pedido, a Presidência também se recusou a fornecer a documentação, sob o
Procurada com o mesmo pedido, a Presidência também se recusou a fornecer a documentação, sob o
argumento de que a solicitação era "uma duplicata" e que o Ministério da Justiça e Segurança
Pública é que responderia.
(...) O caso dos laranjas do PSL, partido de Bolsonaro, é alvo de investigações da PF e do Ministério
Público em Minas e em Pernambuco e levou à queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência,
Gustavo Bebianno, que comandou o partido em 2018.
A Polícia Federal vê indicativos de participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio,
A Polícia Federal vê indicativos de participação do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio,
em um suposto esquema que direcionou verbas de campanha eleitoral para empresas ligadas ao seu
gabinete na Câmara.
Em 27 de junho, a PF deflagrou uma operação para investigar o assunto e prendeu um assessor de
Em 27 de junho, a PF deflagrou uma operação para investigar o assunto e prendeu um assessor de
Antônio. Um dia depois, quando concedeu uma entrevista coletiva em Osaka, no Japão, Bolsonaro
foi indagado sobre o assunto. O presidente respondeu: "Ele [Moro] mandou a cópia do que foi
investigado pela Polícia Federal pra mim. Mandei um assessor meu ler porque eu não tive tempo de
ler".
O caso, entretanto, tramita sob segredo na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
(...) No dia 5 [de Julho], a pasta [da Justiça] afirmou que "informações que inclusive já haviam sido
O caso, entretanto, tramita sob segredo na 26ª Zona Eleitoral de Minas Gerais, em Belo Horizonte.
(...) No dia 5 [de Julho], a pasta [da Justiça] afirmou que "informações que inclusive já haviam sido
divulgadas amplamente na imprensa foram repassadas ao presidente. Nenhuma peça ou informação
processual que pudesse comprometer o sigilo das investigações ou que já não estivesse amplamente
disponível à imprensa foi repassada".
(...) A nota, porém, não traz cópia de nenhum documento e contradiz o que afirmou o próprio Jair
Bolsonaro na entrevista coletiva em Osaka, quando disse que Moro repassou-lhe "a cópia do que foi
investigado pela Polícia Federal". (...)
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