sexta-feira, 26 de julho de 2019

DALLAGNOL FOI PAGO (PEGO) POR PALESTRA EM EMPRESA DELATADA (E BLINDADA) NA LAVA JATO


Surge mais um exemplo de má conduta do procurador Deltan Dallagnol, que fez o power-point 
que condenou sem provas o ex-presidente Lula e o retirou da disputa presidencial de 2018. Em 
2016, ele recebeu R$ 33 mil uma palestra da empresa de informática Neoway, que foi delatada 
por um lobista na Lava Jato. Em vez de ser punida, a empresa ofereceu tecnologia à força-
tarefa. É este o novo capítulo da Vaza Jato.
247 – Acaba de ser revelado mais um capítulo da Vaza Jato, Em parceria com o Intercept, a Folha de 
S. Paulo revela nesta sexta-feira que o procurador Deltan Dallagnol recebeu R$ 33 mil de uma 
empresa delatada na Lava Jato, a Neoway, que presta serviços de informática. "O procurador da 
República Deltan Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil para uma empresa 
que havia sido citada em um acordo de delação em caso de corrupção na própria força-tarefa da Lava 
Jato, mostram mensagens e documentos obtidos pelo The Intercept Brasil e analisados em conjunto 
com a Folha", diz a reportagem de Flávio Ferreira, Amanda Audi e Leandro Demori.
"Além de participar do evento remunerado da companhia, em março de 2018, Deltan aproximou 
membros da Procuradoria e representantes da Neoway com o objetivo de viabilizar o uso de 
produtos dela em um trabalho da força-tarefa, da qual é coordenador em Curitiba", aponta ainda a 
reportagem.
“Olhem que legal. Sexta vou dar palestra para a Neoway, do Jaime de Paula. Vejam a história dele: 
[link para texto sobre Jaime de Paula]. A neoway é empresa de soluções de big data que atende 500 
grandes empresas, incluindo grandes bancos etc”, disse Deltan à época.
O procurador da República Júlio Noronha, também integrante da Lava Jato, sugeriu então que Deltan 
procurasse marcar uma reunião com o presidente executivo da Neoway para tratar da obtenção de 
produtos para um projeto da Procuradoria denominado LINA (Laboratório de Investigação 
Anticorrupção).
”Top Delta!!! De repente, se conseguir um espaço para conversarmos com ele e tentarmos algo para 
trazer uma solução para agregar ao LINA, seria massa tb!”, disse Noronha.
Deltan concordou e afirmou que iria procurar agradar o empresário. “Exatamente. Isso em que estava 
no meu plano. Vou até citar ele na palestra pra ver se sensibilizo kkkk”.
Leia aqui a íntegra da reportagem: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/07/deltan-foi-pago-
por-palestra-em-empresa-citada-na-lava-jato.shtmlDa Folha:
O procurador da República Deltan Dallagnol fez uma palestra remunerada no valor de R$ 33 mil 
para uma empresa que havia sido citada em um acordo de delação em caso de corrupção na própria
força-tarefa da Lava Jato, mostram mensagens e documentos obtidos pelo The Intercept Brasil e 
analisados em conjunto com a Folha. A firma do setor de tecnologia Neoway, que contratou Deltan, 
foi mencionada pela primeira vez em um documento de colaboração que foi incluído em um chat dos 
procuradores da operação em março de 2016, dois anos antes da palestra.
Além de participar do evento remunerado da companhia, em março de 2018, Deltan aproximou 
membros da Procuradoria e representantes da Neoway com o objetivo de viabilizar o uso de 
produtos dela em um trabalho da força-tarefa, da qual é coordenador em Curitiba. O procurador 
também gravou um vídeo para a firma no qual enaltece a utilização de ferramentas tecnológicas em 
investigações, além de ter acionado um dos assessores do Ministério Público para avaliar seu
desempenho na gravação.
Procurado, o Deltan disse à Folha que, antes de dar palestra remunerada para a empresa Neoway, não 
teve conhecimento de que a companhia já havia sido citada na Lava Jato. “Não reconheço a 
autenticidade e a integridade dessas mensagens, mas o que posso afirmar, e é fato, é que eu 
participava de centenas de grupos de mensagens, assim como estou incluído em mais de mil 
processos da Lava Jato. Esse fato não me faz conhecer o teor de cada um desses processos.” Quatro 
meses após a palestra, em um chat, Deltan afirmou a outros procuradores que havia descoberto a 
citação à empresa na delação premiada do lobista do MDB Jorge Luz, que atuava em busca de 
vantagens em contratos da Petrobras e subsidiárias.
“Isso é um pepino pra mim. É uma brecha que pode ser usada para me atacar (e a LJ), porque dei 
palestra remunerada para a Neoway, que vende tecnologia para compliance e due diligence, jamais 
imaginando que poderia aparecer ou estaria em alguma delação sendo negociada”, afirmou o 
procurador na conversa.(…) O procurador disse que a companhia cogitava fornecer produtos 
gratuitamente. “Como fiz um contato bom aqui valeria estar junto. Eles estão considerando fazer de 
graça. O MP-MG está contratando com inexigibilidade.”
(…)

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