sexta-feira, 26 de julho de 2019

Assista ao vídeo em que Deltan faz propaganda para empresa delatada que lhe pagou R$ 33 mil


O procurador Deltan Dallagnol exaltou a companhia de tecnologia Neoway, delatada na 
Operação Lava Jato, de acordo com reportagem do site Intercept; "A tecnologia é essencial 
para podermos avançar contra a corrupção", disse ele em vídeo; "Isso nos faz precisar, se 
queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data", afirmou;

O procurador da Lava Jato exaltou a companhia de tecnologia 

Neoway, delatada na operação, de acordo com nova 
reportagem do site Intercept Brasil
"A tecnologia é essencial para podermos avançar contra a corrupção. Lidamos com uma imensa 
massa de dados em investigações e que pode ser usada para avaliar potencial fornecedores. Isso nos 
faz precisar, se queremos investigar melhor, usar sistemas de Big Data", afirmou o procurador em 
vídeo.
"Se queremos um País com menos corrupção, precisamos caminhar na direção da formação de um 
consenso e caminhar no sentido de que todos nós busquemos autar contra a corrupção não só 
coletivamente, mas também individualmente dentro das empresas promovendo ética e integridade", 
acrescentou.
A matéria do Intercept destaca: "Quando finalmente percebeu que havia recebido dinheiro e feito 
propaganda grátis para uma empresa investigada pela operação que comanda no Paraná, o 
procurador confessou a colegas: 'Isso é um pepino para mim'. Mas só escreveu à corregedoria do 
Ministério Público Federal para prestar 'informações sobre declaração de suspeição por motivo de 
foro íntimo' quase um ano depois, quando o processo foi desmembrado no STF e uma parte foi 
remetida à Lava Jato de Curitiba".
De acordo com a reportagem, o "procurador Deltan Dallagnol foi pago para dar uma palestra para 
uma empresa investigada por corrupção pela Lava Jato, operação que ele comanda em Curitiba. 
Dallagnol recebeu R$ 33 mil da Neoway, uma companhia de tecnologia, quando ela já estava citada 
numa delação que tem como personagem central Cândido Vaccarezza, ex-líder de governos petistas 
na Câmara que foi preso em 2017, e em negociatas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras 
privatizada na terça-feira".
"Não ficou só na palestra, realizada em março de 2018. Deltan também aproximou a Neoway de 
outros procuradores com a intenção de comprar produtos para uso da Lava Jato. Ele chegou a gravar 
um vídeo para a empresa, enaltecendo o uso de produtos de tecnologia em investigações – a Neoway 
vende softwares de análise de dados".
Segundo a matéria, "a primeira citação à Neoway nos chats secretos da Lava Jato aconteceu dois 
anos antes da palestra de Deltan, em 22 de março de 2016, em um grupo no Telegram chamado 
Acordo Jorge Luz. O grupo fora criado para que os procuradores da Lava Jato discutissem os termos 
de delação de Jorge Antonio da Silva Luz, um operador do MDB que tentava negociar uma delação 
com a força-tarefa. Dallagnol participava ativamente do grupo".
"Naquele dia, o procurador Paulo Galvão mandou um documento que trazia a primeira versão do que 
viria a ser o depoimento de Luz sobre diversas empresas, entre elas a Neoway. No documento, o 
candidato a delator narrava: 'Lembro-me ainda de um projeto de tecnologia para Petrobras com a 
empresa Neoway que recorri ao Vandere Vaccarezzapara me ajudarem agendando uma reunião na 
BR Distribuidora. Houve esta reunião e recebi valores por esta apresentação e destas repassei parte 
para eles. Posteriormente a tecnologia foi contratada sem minha interferência ou dos deputados'".

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