Veja revela contato de Greenwald com fonte, feito um mês antes de Moro denunciar ter tido
celular atacado: “Não somos novatos”
Reprodução/Veja
O jornalista Glenn Greenwald informou à Veja que
a fonte da "Vaza Jato" não é um dos hackers russos
de Araraquara.
O próprio Greenwald, fundador do Intercept,
encaminhou uma conversa com sua fonte ao detrito
sólido de maré baixa na manhã de hoje (sexta-feira,
26/VII).
Na mensagem, Greenwald questiona o interlocutor
sobre uma matéria publicada pela Fel-lhano dia
5/VI, de título "Hacker invade celular de Moro, usa
aplicativos e troca mensagens por seis horas".
"Posso garantir que não fomos nós", responde a
fonte.
"Nunca trocamos mensagens, só puxamos. Se
fizéssemos isso ia ficar muito na cara. Nós não
somos "hackers newbies", a notícia não condiz com
nosso modo de operar", continua.
"Newbie" é um termo utilizado pela comunidade
hacker para designar um usuário amador.
À Veja, Greenwald completa: "A fonte me disse
que não pagou por esses dados e não me pediu
dinheiro algum em troca desse conteúdo".
A revista Veja revela na edição que está chegando
às bancas uma conversa entre Glenn Greenwald e o
hacker que foi a fonte do Intercept Brasil no
vazamento das conversas trocadas entre o ex-juiz
federal Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato.
Glenn forneceu à revista uma troca de mensagens
Glenn forneceu à revista uma troca de mensagens
datada de 5 de junho de 2019, logo depois que o
ministro da Justiça Moro denunciou que tinha tido
tido seu aparelho atacado.
Como o próprio ministro informara anteriormente,
Como o próprio ministro informara anteriormente,
ele deixou de usar o Telegram em 2017.
Já as mensagens que o Intercept revelou são de
Já as mensagens que o Intercept revelou são de
chats do Telegram, provavelmente extraídos do
telefone do chefe da Força Tarefa da Lava Jato em
Curitiba, Deltan Dallagnol.
A reportagem assinada por Fernando Molica e
A reportagem assinada por Fernando Molica e
Leandro Resende não esclarece se o hacker com o
qual Greenwald trocou mensagens é um dos quatro
presos pela Polícia Federal na Operação Spoofing.
Greenwald diz que não conhece pessoalmente a
Greenwald diz que não conhece pessoalmente a
fonte. Portanto, não teria como sabê-lo.
O jornalista também revelou que seu primeiro
contato com o hacker foi nos primeiros dias de
maio de 2019, um mês antes de Moro denunciar
que seu celular tinha sido alvo de ataques.
Um dos presos pela Polícia Federal, Walter Degatti
Neto, o Vermelho — que é ruivo — teria
confessado à Polícia Federal ser a fonte do
Intercept. Disse que repassou as informações de
forma anônima e sem nada receber.
No entanto, a maneira aparentemente amadora com
que agiram o hacker/hackers presos contradiz o que
a fonte de Greenwald afirmou por escrito: Nós não
somos hackers newbies, ou seja, não somos novatos.
De acordo com o sociólogo Sergio Amadeu,
especialista em cibercultura, o fato de que os
hackers presos pela PF não teriam tentado esconder
sua identidade através de um proxyequivale a entrar
numa partida de futebol sem calçar as chuteiras.
Além disso, lembram outros internautas, os presos
em Araraquara e Ribeirão Preto teriam usado
equipamento e programas antiquados, mantido
dinheiro vivo em casa, trocado mensagens com
estranhos sobre o conteúdo e organizado o
resultado do hackeamento na mesa de trabalho do
computador — comportamentos inesperados para
quem cometeu um crime e pretende não ser identificado.
“Conversei com ele. Ele tem problemas psiquiátricos. Está atordoado”, disse o advogado
deVermelho depois de ouví-lo.
Degatti tem um longo histórico de estelionatos, em alguns casos em parceria com o ex-DJ Gustavo
Henrique Elias Santos, preso junto com a esposa — na casa de ambos, a PF encontrou 100 mil reais
em dinheiro.
O advogado de Gustavo disse que ele opera com bitcoins e tem como provar a origem do dinheiro.
Depois de ficar oito anos sumido do tweeter, Degatti retomou seu perfil como “esquerdista” em 27
de maio de 2019, embora tenha sido filiado ao DEM de Araraquara, do qual agora foi expulso.
O quarto preso, Danilo Cristiano Marques, fez campanha por Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Ao denunciar que centenas de autoridades poderiam ter sido vítimas de ataques, o ministro Moro cria
em torno de si uma aura de vítima, ganha aliados para destruir ou desacreditar as mensagens e tira o
foco das revelações quem vem sido feitas pelo Intercept, a Folha e a Veja
O jornalista também revelou que seu primeiro
contato com o hacker foi nos primeiros dias de
maio de 2019, um mês antes de Moro denunciar
que seu celular tinha sido alvo de ataques.
Um dos presos pela Polícia Federal, Walter Degatti
Neto, o Vermelho — que é ruivo — teria
confessado à Polícia Federal ser a fonte do
Intercept. Disse que repassou as informações de
forma anônima e sem nada receber.
No entanto, a maneira aparentemente amadora com
que agiram o hacker/hackers presos contradiz o que
a fonte de Greenwald afirmou por escrito: Nós não
somos hackers newbies, ou seja, não somos novatos.
De acordo com o sociólogo Sergio Amadeu,
especialista em cibercultura, o fato de que os
hackers presos pela PF não teriam tentado esconder
sua identidade através de um proxyequivale a entrar
numa partida de futebol sem calçar as chuteiras.
Além disso, lembram outros internautas, os presos
em Araraquara e Ribeirão Preto teriam usado
equipamento e programas antiquados, mantido
dinheiro vivo em casa, trocado mensagens com
estranhos sobre o conteúdo e organizado o
resultado do hackeamento na mesa de trabalho do
computador — comportamentos inesperados para
quem cometeu um crime e pretende não ser identificado.
“Conversei com ele. Ele tem problemas psiquiátricos. Está atordoado”, disse o advogado
deVermelho depois de ouví-lo.
Degatti tem um longo histórico de estelionatos, em alguns casos em parceria com o ex-DJ Gustavo
Henrique Elias Santos, preso junto com a esposa — na casa de ambos, a PF encontrou 100 mil reais
em dinheiro.
O advogado de Gustavo disse que ele opera com bitcoins e tem como provar a origem do dinheiro.
Depois de ficar oito anos sumido do tweeter, Degatti retomou seu perfil como “esquerdista” em 27
de maio de 2019, embora tenha sido filiado ao DEM de Araraquara, do qual agora foi expulso.
O quarto preso, Danilo Cristiano Marques, fez campanha por Jair Bolsonaro nas redes sociais.
Ao denunciar que centenas de autoridades poderiam ter sido vítimas de ataques, o ministro Moro cria
em torno de si uma aura de vítima, ganha aliados para destruir ou desacreditar as mensagens e tira o
foco das revelações quem vem sido feitas pelo Intercept, a Folha e a Veja
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