Em sessão à qual compareceu o próprio presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia,
o ministro da Economia Paulo Guedes, ofendeu a Casa ao dizer que depois de seis horas a
baixaria começa, sendo este o padrão de comportamento dos deputados.
Rede Brasil Atual: Guedes diz que Previdência é ‘fábrica de o ministro da Economia Paulo Guedes, ofendeu a Casa ao dizer que depois de seis horas a
baixaria começa, sendo este o padrão de comportamento dos deputados.
privilégios’ e ataca quem ganha menos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje (8) na Câmara que a reforma da Previdência
O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu hoje (8) na Câmara que a reforma da Previdência
é importante para tirar a economia da paralisia. “A economia está afundando, há descontrole de
gastos”, disse o representante do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), repetindo argumentos
que também foram usados pelo governo anterior, de Michel Temer (MDB), para justificar a reforma
trabalhista e a PEC do teto de gastos, sem que resultados concretos pudessem ser observados.
Guedes participou hoje (8) da primeira audiência pública na comissão especial da Câmara dos
Deputados destinada a analisar o mérito da proposta de “reforma” da Previdência. Após uma breve
apresentação de números, passou por uma sabatina dos parlamentares.
Como líder da minoria na Casa, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das primeiras a
Como líder da minoria na Casa, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi uma das primeiras a
levantar críticas contra o projeto, que dificulta o acesso à aposentadoria, além de ceder o sistema ao
mercado financeiro, por meio da capitalização. “Vocês dizem que 83% da economia da reforma virá
dos mais pobres, que ganham até dois salários mínimos. Vocês dizem que sem a reforma não tem
dinheiro para saúde e educação. Vocês estão colocando em confronto a existência de vacinas contra
quem precisa de um prato de comida”, disse.
No início Guedes se mostrou em posição defensiva, mas logo começou a desferir ataques. Culpou os
No início Guedes se mostrou em posição defensiva, mas logo começou a desferir ataques. Culpou os
governos do PT por problemas abstratos e disse que “não estou indo no rumo da Venezuela”. O
presidente da comissão, Marcelo Ramos (PR-AM), pediu para que o ministro evitasse tal tipo de
ataque sem propósito. Foi atendido, e então Guedes manteve maior calma dali em diante.
A comissão começou ontem os trabalhos. Hoje, foi o dia dedicado à primeira audiência pública, que
A comissão começou ontem os trabalhos. Hoje, foi o dia dedicado à primeira audiência pública, que
contou justamente com a participação de nomes do governo. Estavam secretários e até mesmo o
ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
que ficou pouco tempo na comissão.
Guedes chamou a atual Previdência de “fábrica de privilégios”, e foi criticado. “Dizem que estão
Guedes chamou a atual Previdência de “fábrica de privilégios”, e foi criticado. “Dizem que estão
atacando privilégios, mas Guedes não abre todos os dados. Isso não é verdade. Quase a totalidade da
economia com a reforma virá dos mais pobres, do BPC (Benefício de Prestação Continuada), dos
deficientes e do abono salarial (…). Na verdade, vocês tiram dos mais pobres para dar para os bancos
(…). Diga que querem privatizar a previdência e vamos debater. Temos que discutir com a verdade”,
completou Jandira.
Alessandro Molon (PSB-RJ) disse que uma reforma no sistema pode ser necessária, mas pela ótica
Alessandro Molon (PSB-RJ) disse que uma reforma no sistema pode ser necessária, mas pela ótica
da ampliação da seguridade, e não o contrário, proposto pelo governo. “É preciso ser franco e
sincero. Uma reforma da Previdência que fortaleça a rede de proteção social. Uma reforma que
arrume as contas para abrir espaço agora para políticas sociais e investimentos públicos que gerem
empregos. Não pode ser uma reforma menos protetiva, mas sim maior e mais sustentável. Essa
proposta do Bolsonaro faz isso? Lamentavelmente não.”
Muitos parlamentares abordaram a mesma tese de Molon, ao tentar dar ideias para aumentar os
recursos da Previdência, sem cortar direitos dos mais pobres. “O senhor só fala em cortar gastos. Por
que um ministro da Economia não pode aumentar arrecadação? Taxar grandes fortunas, heranças,
combater a evasão fiscal. São R$ 850 bilhões dos mais pobres? Detalhem isso. Por que o abono
salarial entra como Previdência? Para esfolar apenas o pobre, o excluído”, disse Ivan Valente (Psol-
SP).
O deputado petista Rubens Otoni (GO) também fez essa sugestão, e mostrou a ineficiência do corte
O deputado petista Rubens Otoni (GO) também fez essa sugestão, e mostrou a ineficiência do corte
de direitos e arrocho da população. “Ao invés de garantir recursos, vai pelo caminho mais fácil de
dificultar o acesso ao direito constitucional. Essa Casa já se sente constrangida, já viveu
experiências. Veja a PEC 55, três anos depois, cortes e mais cortes. A economia sem reagir. A
reforma trabalhista a mesma coisa, apresentada como solução e, o resultado, foi mais desemprego”,
disse.
José Guimarães, também do PT (CE), foi ainda mais incisivo. “O senhor dorme tranquilo em
promover desmontes que poderiam capitanear o desenvolvimento da população brasileira? Vejam
bem, os argumentos são parecidos com o da reforma trabalhista. Veja o resultado. Disseram que com
a PEC do Teto e a reforma trabalhista o Brasil ia crescer. Deu no que deu.”
A audiência segue e ainda estão previstas, ao menos, outras nove em Brasília, mais 10 audiências
A audiência segue e ainda estão previstas, ao menos, outras nove em Brasília, mais 10 audiências
nos estados. A agenda, passível de alterações, sugerida pelo relator, deputado Samuel Moreira
(PSDB-SP) é a seguinte:
9/5 – sobre financiamento da Previdência (impacto no orçamento).
14/5 – sobre Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), Previdência de estados e municípios, integralidade, paridade, regras de transição.
15/5 – sobre Regime Geral de Previdência Social (RGPS), idade mínima, tempo de contribuição.
16/5 – sobre categorias com critérios diferenciados (polícias, professores, etc).
21/5 – sobre pessoa com deficiência, aposentadoria por invalidez.
22/5 – sobre mulheres na Previdência.
23/5 – sobre trabalhador rural.
28/5 – sobre Benefício de Prestação Continuada (BPC) e abono salarial.
29/5 – sobre regime de capitalização e avaliação atuarial.
14/5 – sobre Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), Previdência de estados e municípios, integralidade, paridade, regras de transição.
15/5 – sobre Regime Geral de Previdência Social (RGPS), idade mínima, tempo de contribuição.
16/5 – sobre categorias com critérios diferenciados (polícias, professores, etc).
21/5 – sobre pessoa com deficiência, aposentadoria por invalidez.
22/5 – sobre mulheres na Previdência.
23/5 – sobre trabalhador rural.
28/5 – sobre Benefício de Prestação Continuada (BPC) e abono salarial.
29/5 – sobre regime de capitalização e avaliação atuarial.
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