segunda-feira, 27 de maio de 2019

PAPA RECEBE RAONI


Papa Francisco troca presentes com Raoni em audiência privada no Vaticano nesta segunda-
feira, 27/V (Crédito: Vatican Media/AFP)
O Papa Francisco recebeu no Vaticano, nesta segunda-feira (27), o líder indígena Raoni Metuktire, 
que atua no combate à devastação da Amazônia.
A audiência faz parte da preparação para a Assembleia Especial do Sínodo (Encontro) dos Bispos 
para a região Panamazônica, que vai ser realizada de 6 a 27 outubro, segundo o porta-voz do papa, 
Alessandro Gisotti. O tema do encontro será: “Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e para 
Ecologia”.
O líder indígena denuncia a devastação da Amazônia, que está ameaçada pelo desmatamento e 
pressionada pelo agronegócio e pela indústria madeireira.
O líder caiapó, que viaja acompanhado de outros três líderes indígenas do Xingu, começou em 12 de 
maio uma viagem de três semanas pela Europa, onde marchou com jovens por medidas contra 
mudança climática e foi recebido por chefes de Estado, como o presidente Emmanuel Macron 
(França). O líder indígena também aproveitou sua passagem pelo tradicional festival de cinema de 
Cannes, no sul da França, para pedir apoio para o seu projeto de proteção da Amazônia.
Devastação da Amazônia
Em 2015, Francisco publicou a encíclica "Laudato Si" (Louvado Seja), em que ataca um modelo de 
desenvolvimento injusto e convida os católicos a tomarem ações concretas para frear a exploração 
insensata do meio ambiente.
O pontífice denunciou os problemas enfrentados pelos moradores da região amazônica quando 
visitou Puerto Maldonado em janeiro de 2018, uma cidade rural no sudeste do Peru, cercada pela 
floresta.
Essa é a primeira vez que a Igreja Católica apoia oficialmente atividades concretas em favor do 
cuidado ambiental, inclusive nas paróquias.
O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, que será o relator geral do sínodo, reconheceu recentemente 
em Roma que a defesa da Amazônia gera muitas "resistências e incompreensões".
"Os interesses econômicos e o paradigma tecnocrático são contrários a qualquer tentativa de 
mudança e estão prontos a se imporem com força, violando os direitos fundamentais das populações 
no território e as normas de sustentabilidade e proteção da Amazônia", declarou Hummes.
A Amazônia é habitada por 390 povos com uma identidade cultural e línguas próprias, e tem cerca 
de 120 aldeias livres em isolamento voluntário, segundo dados da France Presse.
Este território, compartilhado por nove países e habitado por cerca de 34 milhões de pessoas, abriga 
20% da água doce não congelada do mundo, 34% das florestas primárias e 30-50% da fauna e flora 
do planeta.

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