sábado, 4 de maio de 2019

ENTREVISTA DE LULA A KENNEDY ALENCAR SERÁ EXIBIDA NESTE SÁBADO


“Até porque, na minha idade, quanto a gente fica com ódio a gente morre antes e não quero 
morrer”, afirmou. “Eu durmo todo dia com minha consciência tranquila, e tenho certeza que o 
Dallagnol não dorme e o Moro não dorme. E aqueles juízes do TRF4 (Tribunal Regional 
Federal da 4ª Região) que nem leram a sentença? Fizeram um acordo lá. Era melhor que um 
só tivesse lido e ter falado: todo mundo aqui vota igual", disse ele
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu nesta sexta-feira (3) uma nova entrevista, desta 
vez ao jornalista Kennedy Alencar, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
Correção: A matéria vai ao ar às 19h25 deste sábado (4) no telejornal da RedeTV!. Anteriormente,
havia sido divulgado que a exibição seria nesta sexta.
Esta é a segunda entrevista concedida por Lula desde que foi levado a Curitiba, em 7 de abril do ano 
passado. Na última sexta (26), ele falou aos jornalistas Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e 
Florestan Fernandes Junior, do El Pais. Entre diversos temas, ele reafirmou que vai trabalhar para 
provar sua inocência.
Kennedy antecipou em seu blog que Lula pretende pedir progressão da pena para deixar a prisão 
fechada em Curitiba. O ex-presidente está tratando do assunto com seus advogados e insiste que o 
gesto não pode ser interpretado como admissão de culpa, mas como exercício de um direito
necessário para que siga lutando por justiça e pelo reconhecimento de sua inocência. Leia trechos:
Por que você acha que eu digo que não troco a minha dignidade pela minha liberdade? Porque, de 
vez em quando as pessoas falam “Ah, mas agora foi julgado e tem a tal da detração [penal] e você já 
pode sair”. Obviamente, quando os meus advogados disserem “Lula, você pode sair”, eu vou sair. Só 
sairei daqui se qualquer coisa que tiver que tomar decisão não impedir de eu continuar brigando pela 
minha inocência.
A questão da detração, presidente, é um direito que o sr. tem, pq o sr. já tem menos de oito anos de 
pena a cumprir. E, no regime brasileiro, pode ir para o semiaberto. Como não há vagas, o sr. poderia 
sair para trabalhar durante o dia e voltar para casa. O sr. vai pedir a detração penal?
Lula: Olha, eu só pedirei no dia em que meus advogados, o Cristiano e o Batochio, disserem pra 
mim “Presidente Lula, o sr. pode pedir, que, se o sr. pedir, o sr. pode continuar a sua briga pela sua 
inocência”. (...)
Eu vou ter uma reunião com o Cristiano hoje, que eu quero entender bem isso. Tem muita gente 
dando palpite. (...)
Eu quero continuar provando a minha inocência. Aí, eu posso pedir. (…) Olha, se os advogados 
disserem para mim, “Lula, você pode pedir a detração e você vai continuar brigando pela sua 
inocência do mesmo jeito que você está”, eu não tenho nenhum problema de pedir, porque eu quero 
sair daqui. (...)
Eu quero ir para casa. Agora, se eu tiver que abrir mão de continuar a briga pela minha defesa, eu 
não tenho nenhum problema de ficar aqui.
Dignidade
"Tomei a decisão de que meu lugar era aqui. Tenho tanta obsessão de desmascarar o Moro, o 
Dallagnol e sua turma que eu ficarei preso 100 anos, mas não trocarei minha dignidade pela 
liberdade", disse o ex-presidente.
Lula destacou ainda que, mesmo diante da sua situação, não guarda mágoas. “Até porque, na minha 
idade, quanto a gente fica com ódio a gente morre antes e não quero morrer”, afirmou. “Eu durmo 
todo dia com minha consciência tranquila, e tenho certeza que o Dallagnol não dorme e o Moro não 
dorme. E aqueles juízes do TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que nem leram a 
sentença? Fizeram um acordo lá. Era melhor que um só tivesse lido e ter falado: todo mundo aqui 
Vannuchi e Paulo Sérgio Pinheiro. Vannuchi disse na saída que nem como preso político à época da 
ditadura civil-militar tinha restrições similares às de Lula em Curitiba. "Ele (Lula) não tem nenhuma 
queixa sobre o atendimento imediato que as pessoas aqui fazem. Mas as regras que são impostas lá 
de cima são inaceitáveis, e eu comparei com a minha situação de preso político durante cinco anos, 
no pior momento da ditadura", pontuou.

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