sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

MOURÃO: FECHAMENTO DA FRONTEIRA PELA VENEZUELA 'NÃO É ATO DE AGRESSÃO'

"O fechamento da fronteira para nós não significa um ato de agressão. A Venezuela tem 
liberdade para fazer o que quiser", diz o vice-presidente Hamilton Mourão, na contramão do 
discurso beligerante do governo Trump e de seu próprio governo; para ele, "a questão da 
Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos"; o vice diz ainda, sobre os EUA, que "a 
ameaça está mais no campo da retórica do que na ação. Seria muito prematuro e fora de 
propósito os EUA realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela".
247 - Na contramão do discurso beligerante do governo Trump e de seu próprio governo, o vice-
presidente Hamilton Mourão diz que o fechamento da fronteira pelo governo venezuelano é uma 
atitude que não representa qualquer agressão: "O fechamento da fronteira para nós não significa um 
ato de agressão. A Venezuela tem liberdade para fazer o que quiser". Mourão defende em que "a 
questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos", em oposição aberta ao 
bolsonarismo sob o comando de Trump, que pretendem intervir no país vizinho.
As afirmações foram feitas numa entrevista à agência France Press (AFP), nesta quinta-feira (21). O 
vice-presidente brasileiro adotou um discurso moderado e conciliador: "Vejo essa reação [o 
fechamento da fronteira] simplesmente para impedir que ocorra esse processo de ajuda humanitária". 
Para ele, a retórica agressiva dos americanos terá muita dificuldade de se transformar numa ação 
militar: "A ameaça está mais no campo da retórica do que na ação. Seria muito prematuro e fora de 
propósito os EUA realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela".
As declarações de Mourão devem criar ainda mais arestas entre ele e o bolsonarismo, pois o governo 
está agindo freneticamente nos últimos dias em busca de uma confrontação com o governo Nicolás 
Maduro. Na entrevista ele descartou a possibilidade de Eduardo Bolsonaro ter alguma relevância na 
política externa brasileira: "O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi aos Estados Unidos em um 
primeiro momento e estabeleceu alguns canais de comunicação. Mas obviamente esses canais 
informais, vamos dizer assim, acabaram sendo substituídos pelos canais normais da diplomacia".
E, de maneira taxativa, ele descartou qualquer influência futura dos filhos de Bolsonaro no governo 
daqui para frente: "Agora vai chegar o momento em que cada um vai entender o tamanho da cadeira 
dele. A cadeira de deputado federal é uma, a cadeira de senador é outra e a cadeira de vereador é 
outra".
Se Mourão tem uma mensagem de paz para a América Latina e a Venezuela, sua entrevista pode ser 
lida como mais uma declaração de guerra pelo clã Bolsonaro.
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.

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