"O fechamento da fronteira para nós não significa um ato de agressão. A Venezuela tem
liberdade para fazer o que quiser", diz o vice-presidente Hamilton Mourão, na contramão do
discurso beligerante do governo Trump e de seu próprio governo; para ele, "a questão da
Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos"; o vice diz ainda, sobre os EUA, que "a
ameaça está mais no campo da retórica do que na ação. Seria muito prematuro e fora de
propósito os EUA realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela".
247 - Na contramão do discurso beligerante do governo Trump e de seu próprio governo, o vice-
presidente Hamilton Mourão diz que o fechamento da fronteira pelo governo venezuelano é uma
atitude que não representa qualquer agressão: "O fechamento da fronteira para nós não significa um
ato de agressão. A Venezuela tem liberdade para fazer o que quiser". Mourão defende em que "a
questão da Venezuela tem que ser resolvida pelos venezuelanos", em oposição aberta ao
bolsonarismo sob o comando de Trump, que pretendem intervir no país vizinho.
As afirmações foram feitas numa entrevista à agência France Press (AFP), nesta quinta-feira (21). O
As afirmações foram feitas numa entrevista à agência France Press (AFP), nesta quinta-feira (21). O
vice-presidente brasileiro adotou um discurso moderado e conciliador: "Vejo essa reação [o
fechamento da fronteira] simplesmente para impedir que ocorra esse processo de ajuda humanitária".
Para ele, a retórica agressiva dos americanos terá muita dificuldade de se transformar numa ação
militar: "A ameaça está mais no campo da retórica do que na ação. Seria muito prematuro e fora de
propósito os EUA realizarem uma intervenção militar dentro da Venezuela".
As declarações de Mourão devem criar ainda mais arestas entre ele e o bolsonarismo, pois o governo
As declarações de Mourão devem criar ainda mais arestas entre ele e o bolsonarismo, pois o governo
está agindo freneticamente nos últimos dias em busca de uma confrontação com o governo Nicolás
Maduro. Na entrevista ele descartou a possibilidade de Eduardo Bolsonaro ter alguma relevância na
política externa brasileira: "O deputado federal Eduardo Bolsonaro foi aos Estados Unidos em um
primeiro momento e estabeleceu alguns canais de comunicação. Mas obviamente esses canais
informais, vamos dizer assim, acabaram sendo substituídos pelos canais normais da diplomacia".
E, de maneira taxativa, ele descartou qualquer influência futura dos filhos de Bolsonaro no governo
E, de maneira taxativa, ele descartou qualquer influência futura dos filhos de Bolsonaro no governo
daqui para frente: "Agora vai chegar o momento em que cada um vai entender o tamanho da cadeira
dele. A cadeira de deputado federal é uma, a cadeira de senador é outra e a cadeira de vereador é
outra".
Se Mourão tem uma mensagem de paz para a América Latina e a Venezuela, sua entrevista pode ser
Se Mourão tem uma mensagem de paz para a América Latina e a Venezuela, sua entrevista pode ser
lida como mais uma declaração de guerra pelo clã Bolsonaro.
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.
A íntegra da entrevista pode ser lida aqui.
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